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Lauraceae in Itatiaia National Park, Brazil1 1 Parte da dissertação de Mestrado da primeira autora defendida no Curso de Pós-Graduação de Botânica do Museu Nacional/UFRJ.

Resumo

O trabalho apresenta um estudo taxonômico das espécies de Lauraceae no Parque Nacional do Itatiaia, Município de Itatiaia, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. São apresentadas 19 espécies subordinadas a 11 gêneros: Aiouea(1 sp.), Aniba (1 sp.), Beilschmiedia (1 sp.),Cinnamomum (1 sp.), Cryptocarya (2 spp.),Endlicheria (1 sp.), Licaria (2 spp.),Nectandra (5 spp.), Persea (3 spp.),Phyllostemonodaphne (1sp.),Rhodostemonodaphne (1 sp.). O estudo consta de chave de identificação, descrições, dados das fenofases, distribuição geográfica, comentários e ilustrações.

Palavras-chave:
Florística; Taxonomia; Conservação; Rio de Janeiro

Abstract

This study presents the research of the Lauraceae species in the Parque Nacional do Itatiaia, Municipality of the Itatiaia, Rio de Janeiro State, Brazil. Nineteen subordinate to eleven genera species are presented:Aiouea (1 sp.), Aniba (1 sp.),Cassytha (1 sp.), Endlicheria (1 sp.),Licaria (2 spp.), Nectandra (4 spp.),Persea (2 spp.), Phyllostemonodaphne(1sp.) e Rhodostemonodaphne (1 sp.) . The study constitute the key of identification, description, phenology, geographic distribution, commentary and illustrations.

Key words:
Floristics; Taxonomy; Conservation; Rio de Janeiro

Introdução

O Parque Nacional do Itatiaia, desde o começo do século XIX, tem despertado o interesse de botânicos, geólogos, zoólogos e ecólogos, sendo objeto de diversos trabalhos. Quanto à flora, os primeiros estudos foram publicados por Wawra (1883Wawra, H. 1883. Itinera Principum S. Coburgi. Die Botanische Ausbeute vonden Reisen ihrer Hoheiten der Prinzen von Sachsen-Coburg-Gotha. I. Reiseder Prinzen Philipp und August um die Welt (1872-1873). II. Reise derPrinzen August und Ferdinand nach Brasilien beschreiben von Dr. Heinrich Ritter Wawra v. Fernsee. Wien: Druk und Commissionsverlag von Carl Gerold's sohn., 1885), Pohl (1832Pohl, J.E. 1832. Reise im Innern von Brasilien: Auf allerhoechsten befehl seiner majestat des kaisers von osterreich, franz des ersten. Wien: A Strauss's Sel Witwe & J B Wallishausser.), Glaziou (1905Glaziou, A.F.M. 1905. Liste des plantes du Brésil Central Recueillies en 1861-1895. Bulletin de la Société Botanique de France 3:1-7.), Ule (1896Ule, E. 1896. Relatório de uma excursão botânica feita na serra do Itatiaya. Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 11:185-223.) e Dusén (1909Dusén, P. 1909. Sur la Flore de la Serra do Itatiaya au Brésil. Archivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 8:1-50.). Na década de cinquenta, destacam-se, entre outros, Brade (1956Brade, A.C. 1956. Flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional de Itatiaia 5:7-85.) eBarroso et al. (1957Barroso, G.M.; Vattimo-Gil, I.; Brade, A.C.; Pereira, E.; Falcão, J.I.A; Gomes J.C. & Rizzini, C.T. 1957. Flora do Itatiaia I. Rodriguésia 20: 28-244.), que trabalharam na elaboração da Flora do Itatiaia, onde 20 famílias de Angiospermas foram tratadas, entre elas Lauraceae (Vattimo-Gil 1956Vattimo-Gil, I. 1956. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia 18/19:39-86.). As espécies de Ocotea Aubl. no Parque Nacional do Itatiaia foram abordadas, por Giannerini et al. (2007Giannerini, A.C.; Quinet, A. & Andreata, R.H.P. 2007. O GêneroOcotea Aubl. (Lauraceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Pesquisas, Botânica 58: 283 - 329.), e portanto, não são incluídas no atual trabalho.

Entre estudos recentes focados em Lauraceae para o estado do Rio de Janeiro podem ser citados os de Quinet (2002 Quinet, A. & Andreata, R.H.P. 2002. Lauraceae Jussieu na Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 53:59-121., 2005 Quinet, A. 2005. Sinopse taxonômica da família Lauraceae no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 19: 563-572., 2006 Quinet, A. 2006. Lauraceae na Reserva Biológica de Poço das Antas, Silva Jardim, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 57: 543-568.) e Kropf et al.(2006Kropf, M.S.; Andreata, R.H.P.& Quinet, A.2006. Lista anotada, distribuição e conservação das espécies de Lauraceae das Restingas Fluminenses, Brasil. Pesquisas, Botânica 57: 161-180.).

A família Lauraceae é muito expressiva na composição florística da Floresta Ombrófila Densa, sendo apontada nos inventários florísticos e fitossociológicos como uma das mais representativas, tanto em número de indivíduos quanto em riqueza de táxons (Leitão Filho 1986Leitão Filho, H.F. 1986. Consideração sobre a composição florística das matas brasileiras. Boletim do Instituto de Pesquisas Florestais 12: 21-32., 1987; Vattimo-Gil 1959Vattimo-Gil, I. 1959. Flora da Cidade do Rio de Janeiro (Lauraceae). Rodriguésia 21/22:157-173.; Lima & Guedes-Bruni 1997Lima, H.C. de & Guedes-Bruni, R.R (eds.). 1997. Serra de Macaé de Cima: diversidade florística e conservação em Mata Atlântica. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 346p.; Quinet & Andreata 2002 Quinet, A. & Andreata, R.H.P. 2002. Lauraceae Jussieu na Reserva Ecológica de Macaé de Cima, Município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 53:59-121.).

As Lauraceae têm uma distribuição pantropical, sendo bem representadas na América, Ásia tropical, Austrália e Madagascar, mas com poucas espécies no sul da África. Possuem aproximadamente 3000 táxons subordinados a 52 gêneros (Rohwer 1993Rohwer, J.G. 1993. Lauraceae: Nectandra. Flora Neotropica, Monograph 60: 1-332.; Madriñán 2004Madriñán, S. 2004. Rhodostemonodaphne (Lauraceae). Flora Neotropica. Monograph 92: 1-102.). No Brasil, a família está representada por 24 gêneros e 439 espécies (Quinet et al.2010 Quinet, A.; Baitello, J.B. & Moraes, P.L.R. 2010. Lauraceae. : Forzza, R.C. et al (orgs.). Catálogo de plantas e fungos do Brasil. Vol. 2. Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. Pp. 1147-1160.) distribuídas pelos mais variados ecossistemas, especialmente nas florestas, nas restingas e nos cerrados (CoeTeixeira 1980Coe-Teixeira, B. 1980. Lauráceas do gênero Ocoteado Estado de São Paulo. Rodriguésia 32: 55-190.). Para o Estado do Rio de Janeiro são reconhecidas 119 espécies distribuídas em 16 gêneros (Quinet 2014Quinet, A. 2014. Lauraceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <Disponível em http:// florariojaneiro.jbrj.gov.br >. Acesso em 22 agosto 2014.
http:// florariojaneiro.jbrj.gov.br...
).

São plantas predominantemente arbóreas, exceto Cassyta L.que é uma parasita herbácea, com aroma característico, tronco em geral com casca lisa, folhas alternas, flores monoclinas ou diclinas, em geral trímeras com tépalas em duas séries, anteras biloculares a quadriloculares e frutos bagas.

O objetivo deste estudo é atualizar e ampliar o conhecimento taxonômico das Lauraceae, disponibilizar informações e uma chave de identificação dos táxons que ocorrem no Parque Nacional do Itatiaia, de modo a contribuir para o conhecimento da diversidade da flora no Estado do Rio de Janeiro.

Material e Métodos

O Parque Nacional do Itatiaia (PARNA Itatiaia) está situado entre as coordenadas 22°30' e 22°33'S e 42°15' e 42°19'W, sendo constituído por uma área aproximada de 30.000 hectares. Localizado na divisa entre os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, o Parque encontra-se a sudoeste do Estado do Rio de Janeiro, no município de Itatiaia, e a sudoeste do Estado de Minas Gerais abrangendo os municípios de Itamonte (MG), Alagoa (MG) e Bocaina de Minas (MG). Sua topografia é montanhosa, incluindo encostas e o topo do planalto da Serra da Mantiqueira, a 2.200 metros de altitude, cujo ponto culminante é o Pico do Itatiaiuçu, com 2787m (IBAMA 1997IBAMA. 1997. Brasil: Parques Nacionais. São Paulo: Imprensa das Artes, Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Ed. Imprensa das artes, São Paulo. 206p. ).

Grande parte da sua constituição hidrográfica pertence à Bacia do Rio Paraíba do Sul. O clima é mesotérmico com temperatura média anual, dependendo da altitude, entre 15º C e 27º C, observando-se diferença de 700 mm na pluviosidade média anual em função da altitude (Brade 1956Brade, A.C. 1956. Flora do Parque Nacional de Itatiaia. Boletim do Parque Nacional de Itatiaia 5:7-85.).

A vegetação se modifica de forma gradativa, de acordo com a altitude. Nas partes mais baixas, a Floresta Ombrófila Densa domina a paisagem, mas vai cedendo espaço à formação de campos à medida que se sobe a serra. Segundo Veloso et al. (1991Veloso, H.P.; Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. IBGE, Rio de Janeiro. 124p. ) as formações vegetais da Floresta Ombrófila Densa são delimitadas pelas faixas altimétricas: submontana - de 100 a 600 metros, montana de 600 até 2000 metros e alto-montana e campos de altitude, acima de 2000 metros.

O levantamento das espécies de Lauraceae, com exceção das Ocotea já tratadas por Giannerini et al.(2007Giannerini, A.C.; Quinet, A. & Andreata, R.H.P. 2007. O GêneroOcotea Aubl. (Lauraceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Pesquisas, Botânica 58: 283 - 329.), baseou-se nas coleções depositadas nos principais herbários do Estado do Rio de Janeiro, cujos acrônimos, seguem Thiers (continuamente atualizado): FCAB, GUA, HB, RB, RBR, RFA e RFFP.

Foram realizadas coletas botânicas durante o período entre 2007 e 2008 em várias áreas da região, com base no método de caminhamento livre (Filgueiras et al. 1994Filgueiras, T.S.; Nogueira, P.E.; Brochado, A.L. & Guala II, G.F. 1994. Caminhamento: um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: 39-43. ), em diferentes fitofisionomias, cujos exemplares foram herborizados de acordo com as técnicas usuais empregadas em taxonomia e depositados no herbário RB.

A descrição da família baseouse, principalmente, na literatura consultada (Mez 1889Mez, C. 1889. Lauraceae Americanae. Jahrbuch des Königlichen botanischen Gartens und des botanichen Museums zu Berlin 5: 1-556.; Rohwer 1986Rohwer, J.G. 1986. Prodromus einer Monographie der Gattung Ocotea Aubl. (Lauraceae), sensu lato. Mitteilungen aus dem Institut fur Allgemeine Botanik Hamburg 20. Mitteilungen aus dem Institut fur Allgemeine Botanik, Hamburg. 278p., 1993; Baitello 2003Baitello, J.P. 2003. Lauraceae. : Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V.; Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.).Flora Fanerogâmica de São Paulo. Vol. 3. RiMa/Fapesp, São Paulo. Pp.149-223.;Giannerini et al. 2007Giannerini, A.C.; Quinet, A. & Andreata, R.H.P. 2007. O GêneroOcotea Aubl. (Lauraceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Pesquisas, Botânica 58: 283 - 329.; entre outros). A terminologia adotada seguiu Harris & Harris (1995Harris, J.G. & Harris, M.W. 1995. Plant identification terminology:an illustrated glossary. Spring Lake Publishing, Spring Lake. 206p.) e Hickey & King (2000Hickey, M. & King, C. 2000. The Cambridge illustrated glossary of botanical terms. Cambridge University Press, Cambridge. 208p.).

No item "Material examinado ou Material examinado selecionado" são citados apenas espécimes provenientes do PARNA Itataia e, portanto são mencionadas neste item apenas as localidades de coleta no PARNA, quando existentes nas etiquetas. Foram utilizados para complementar as descrições espécimes coletados fora da área de estudo e estes estão citados em "Material adicional selecionado".

Os dados sobre as formações vegetacionais seguiram a classificação de Veloso et al. (1991Veloso, H.P.; Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. IBGE, Rio de Janeiro. 124p. ). As demais informações foram retiradas de etiquetas de material herborizado e ou da literatura consultada.

Resultados e Discussão

Árvores ou arbustos, exceto Cassytha, trepadeira parasita, monóicas, dióicas ou ginodióicas. Folhas alternas, raramente opostas à subopostas (Beilschmiedia), lâmina glabra ou pilosa, indumento com tricomas simples e unicelulares, nervação eucamptódroma, broquidódroma ou acródroma (Cinnamomum). Inflorescência ou sinflorescência axilar ou terminal em panícula, tirso, tirsóide, botrióide, espiga ou racemo. Flores monoclinas ou diclinas, em geral trímeras, tépalas em duas ou três séries (Phyllostemonodaphne), iguais ou as externas bem menores que as internas (Persea, Cassytha). Androceu com 3, 6 ou em geral 9 estames férteis, anteras bilocelares ou quadrilocelares, dispostas em 4 séries: séries I e II de estames com anteras em geral introrsas ou estaminódiais; série III de estames com anteras extrorsas, sempre com um par de glândula na base dos filetes; série IV estaminal presente ou ausente. Gineceu com ovário mediano ou súpero, unicarpelar, unilocular, estilete simples, terminal. Fruto bacáceo, sem hipanto modificado em cúpula (Beilschmiedia) ou envolvido parcialmente por cúpula ou totalmente envolvido pelo perigônio acrescente formando núcula (Cryptocarya), de margem simples ou dupla e tépalas persistentes ou decíduas.

São tratadas no presente trabalho19 espécies subordinadas a 11 gêneros.

Chave para a identificação das espécies

Anteras bilocelares.

Flores diclinas ........................................................................................7.Endlicheria paniculata

2'. Flores monoclinas.

Flores com 9 tépalas ...................................................18.Phyllostemonodaphne geminiflora 3'. Flores com 6 tépalas.

Androceu com 6 ou 3 estames férteis.

Androceu com 6 estames férteis, séries I e II ..............................1.Aiouea saligna 5ʼ. Androceu com 3 estames férteis, série III.

Folhas com face abaxial glabra; estaminódios das séries I e II espatulados,

série IV estaminodial ausente8. Licaria armeniaca

6'. Folhas com face abaxial tomentosa, estaminódios das séries I e II petalóides, série IV estaminodial presente9. Licaria guianensis 4ʼ. Androceu com 9 estames férteis.

Estames das séries I e II com filetes da mesma largura que as anteras ...................

.......................................................................................................2.Aniba firmula

7ʼ. Estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras.

Folhas opostas; flores com tépalas eretas; fruto bacáceo ................................

...........................................................................3.Beilschmiedia taubertiana

8'. Folhas alternas; flores com tépalas patentes; fruto núcula.

Folhas coriáceas; estames das séries I e II com anteras esparsamente pilosas ou ciliadas; fruto com superfície costulada ................................. ....................................................................... 5.Cryptocarya riedeliana

9'. Folhas cartáceas; estames das séries I e II com anteras glabras; fruto com

superfície lisa ......................................................6.Cryptocarya saligna

1'. Anteras quadrilocelares.

Anteras com locelos dispostos em arcos ou em linhas horizontais.

Flores diclinas ............................................................19.Rhodostemonodaphne macrocalyx 11'. Flores monoclinas.

Folhas subopostas a opostas no ápice dos ramos ................12.Nectandra oppositifolia 12'. Folhas alternas em todo o ramo.

Estames das séries I e II com anteras subsésseis.

Folhas cartáceas, face abaxial áureo-pubérula; estames da série III pilosos

14. Nectandra puberula

14'. Folhas coriáceas, face abaxial glabra; estames da série III glabros ................

...............................................................................10.Nectandra grandiflora

13'. Estames das séries I e II com filetes evidentes.

Folhas com domácias em fóveas ou ausentes; estame da série III com antera

obtrapeziforme ..................................................11.Nectandra membranacea

15ʼFolhas com domácias em tufos de tricomas; estame da série III com antera

quadrangular .......................................................13.Nectandra psammophila 10'. Anteras com locelos dispostos em pares superpostos.

Flores com tépalas desiguais, tépalas externas menores que as internas.

Folhas subcoriáceas, com menos de 7cm de comprimento

16. Persea fulva var. strigosifolia

17'. Folhas cartáceas, com mais de 7cm de comprimento.

Folhas congestas no ápice dos ramos; estames da série III glabros; fruto sobre cúpula glabra

........................................................................................................................15. Persea alba

18'. Folhas não congestas no ápice dos ramos; estames da série III pilosos; frutos sobre cúpula

pilosa ...........................................................................................................17. Persea major

16'. Flores com tépalas iguais ou subiguais.

Folhas triplinervadas ...........................................................................4.Cinnamomum triplinerve

19. Folhas peninervadas .............................................................................................................Ocotea

1. Aiouea saligna Meisn. in DC., Prodr. 15 (1): 82.

1864.Fig. 1a-d

Árvore, ca. 20 m alt., monóica. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, lanceoladas a ovadas, 8,4-11 × 2,3-2,7cm, face abaxial glabra, nervação broquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência tirsóide, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, subiguais, eretas. Androceu com 6 estames férteis, anteras bilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera ovado-triangular, não papilosa; série III estaminodial, liguliforme, pilosa na base; série IV estaminodial presente, estaminódios ovado-triangulares. Fruto bacáceo, elipsoide, parcialmente envolvido por cúpula obcônica, crassa, de margem simples, tépalas decíduas.

Material examinado: lote 21, 12.VIII.1997, fr., S.J. Silva Neto et al. 1217 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Poço das Antas, Estrada Juturnaiba, 26.V.1994, fr., C. Luchiari 376 (RB); Fazenda da Kombi, 26.XI.2004, fl., H.C. Lima 4495 (RB).

Aiouea saligna possui, até mesmo em material seco, folhas verde-amareladas e brilhantes na face adaxial e nervuras avermelhadas, principalmente, a primária. Suas flores são esverdeadas (Pedralli 1984Pedralli, G. 1984. A família Lauraceae Lindley no Rio Grande do Sul, Brasil: gênero Aiouea Aublet. Iheringia. Série Botânica 32: 15-21.) e apresentam apenas as séries I e II de estames férteis, sendo as séries III e IV estaminodiais.

Coletada no PARNA do Itatiaia com frutos em agosto na Floresta Ombrófila Densa Montana.

2. Aniba firmula (Nees & Mart.) Mez, Jahrb. Königl. Bot. Gart. Berlin 5: 57. 1889Mez, C. 1889. Lauraceae Americanae. Jahrbuch des Königlichen botanischen Gartens und des botanichen Museums zu Berlin 5: 1-556..

Fig. 1e-g

Árvore ca. 10 m alt., monóica. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, lanceoladas a obovadas, 6,7-15,3 × 2,2-4,6 cm, face abaxial tomentosa, lisa, nervação broquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência panícula, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais, eretas. Androceu com 9 estames férteis, anteras bilocelares: estames das séries I e II com filetes de mesma largura que as anteras, antera ovada, papilosa; estames da série III pilosos, antera ovada; série IV estaminodial ausente. Fruto bacáceo, elipsoide, parcialmente envolvido por cúpula hemisférica, verrucosa, de margem simples, tépalas decíduas.

Material examinado selecionado: 1918, fl., C. Porto 695 (RB); lote 60, 18.XI.1953, fl., J.J. Sampaio 67 (RB). Material adicional selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: Alfenas, Fazenda Ilha, 29.X.1990, fl., T. Cristina (RB 202710); RIO DE JANEIRO, Petrópolis, Carangola, 03.VII.1943, fr., O.C. Góes et E. Dionísio 255 (RB).

Aniba firmula é uma espécie facilmente identificada por apresentar forte odor adocicado que permanece após a secagem e, pela cúpula do fruto hemisférica, verrucosa e avermelhada em material vivo. Suas flores, de coloração amarelada são monoclinas com estames de mesma largura que as anteras.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores de novembro a dezembro e com frutos em julho, entre 850 a 900 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

3. Beilschmiedia taubertiana (Schwacke & Mez) Kosterm., Recueil Trav. Bot. Néerl. 35: 863. 1938.

Fig. 1h-n

Árvore ca. 30 m alt., monóica. Folhas opostas, cartáceas a coriáceas, largo lanceolada a obovadas, 8,6-14,7 × 3,4-6,2 cm, face abaxial esparsamente pubescente, nervação eucamptódroma, domácias ausentes. Inflorescência botrióide, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais, eretas. Androceu com 9 estames férteis, anteras bilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, subsséseis, antera ovada a oblonga, papilosa; estames da série III pilosos, antera ovada; série IV estaminodial presente, estaminódios sagitados. Fruto bacáceo, imaturo elipsoide, com máculas ferrugíneas, cúpula ausente.

Material examinado selecionado: 1918, fl., C. Porto 670 (RB); lote 17, 31.VIII.1940, fr., W.D. de Barros 22 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: Descoberto, Reserva Biológica da Represa do Grama, 20.IX.2003, fl., A.S.M. Valente et al. 316 (RB, MO SPF).

Vattimo-Gil (1956Vattimo-Gil, I. 1956. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia 18/19:39-86.) em seu trabalho de flora para o Parque Nacional do Itatiaia registrou a ocorrência de B. rigida (Mez) Kosterm. para a região. Posteriormente, 1978, o mesmo material foi identificado pela mesma autora como B. taubertiana.Concorda-se no presente estudo, com a atualização proposta por Vattimo- Gil (1956), uma vez que os exemplares examinados apresentam gemas terminais e ramos pubérulos, folhas com face abaxial esparsamente pubescente e pistilo glabro, características estas que conferem com a espécie em questão.

Beilschmiedia taubertiana distingue-se de todas as demais espécies de Lauraceae ocorrentes no PARNA do Itatiaia por suas folhas opostas, flores monoclinas, anteras bilocelares, fruto com máculas ferrugíneas e total ausência de cúpula. Segundo Nishida (1999Nishida S. 1999. Revision of Beilschmiedia(Lauraceae) in the Neotropics. Annals of the Missouri Botanical Garden 86: 657-701.), B. taubertiana pode ser facilmente confundida com B. fluminensis Kosterm., diferindo desta por apresentar pecíolo mais curto, tricomas eretos e longos nas gemas terminais e botões florais.

Coletada no PARNA do Itatiaia com frutos em agosto, outubro e novembro, entre 830 a 1200ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

4. Cinnamomum triplinerve (Ruiz & Pav.) Kosterm., Reinwardtia 6: 24. 1961.

Fig. 1o-s

Árvore ca. 25 m alt., monóica. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, lanceoladoovadas, 9,3-16,8 × 4,8-7,4 cm, face abaxial glabra, triplinervadas, domácias em tufos de tricomas. Inflorescência panícula, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais ou subiguais, eretas. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera com locelos dispostos em pares superpostos, ovada, não papilosa; estames da série III com filetes glabros, antera ovada; série IV estaminodial presente, estaminódios triangulares. Fruto bacáceo, elipsoide, sobre cúpula pateliforme, crassa, de margem simples, tépalas total ou parcialmente persistentes.

Material examinado: Alto dos Brejos, VIII.2004, L. Schumm 20(RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Silva Jardim, Reserva Biológica de Poço das Antas, 19.X.1993, fr., C.M.B. Correia 392(RB); SANTA CATARINA, Indaial, 18.IX.1962, fl., R. Klein 3152(RB).

Segundo Baitello (2003Baitello, J.P. 2003. Lauraceae. : Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V.; Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.).Flora Fanerogâmica de São Paulo. Vol. 3. RiMa/Fapesp, São Paulo. Pp.149-223.), Cinnamomum triplinerve é a espécie que possui a mais ampla distribuição geográfica entre as espécies americanas do gênero e apresenta, também, uma grande variedade morfológica. Destaca-se, entre as demais espécies que ocorrem na área de estudo, por suas folhas de nervação triplinervada com domácias em forma de tufos de pêlos na axila das nervuras secundárias, anteras quadrilocelares, estaminódios da série IV bem desenvolvidos e fruto sobre cúpula pateliforme com tépalas persistentes.

Coletada no PARNA do Itatiaia na Floresta Ombrófila Densa.

5. Cryptocarya riedeliana P.L.R.Moraes, Abc Taxa 3: 94. 2007Moraes, P.L.R. 2007. Taxonomy of Cryptocarya species of Brazil. Abc Taxa. Vol. 3. Royal Belgian Institute of Natural Sciences, Brussels. 191p..

Fig. 1t-w

Árvore ca. 15 m alt., monóica. Folhas alternas, coriáceas, lanceoladas, 9,5-17,8 × 4,2-4,7 cm, face abaxial glabrescente, não glauca, nervação camptódroma-broquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência panícula, axilar ou subterminal. Flores monoclinas, tépalas 6, subiguais, patentes. Androceu com 9 estames férteis, anteras bilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera ovada, esparsamente pilosas ou ciliadas, não papilosa; estames da série III com filetes pilosos, antera ovada; série IV estaminodial presente, estaminódios sagitados. Fruto núcula, obovoide a piriforme, superfície costulada.

Material examinado selecionado: lote 30, 28.IX.1940, fr., W.D. Barros 37 (RB); Serra Negra, trilha do Matão, 29.VIII.2001, fr.,A. Quinet et al. 634 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Nova Friburgo, Macaé de Cima, Sítio Sophronites, 26.X.1989, fl., I.A. Araújo 107 (RB); Petrópolis, Serra da Estrela, 12.VI.2001, fr., P.L.R. de Moraes 2465(ESA, RB).

A semelhança entre C. riedeliana, C. moschata Nees & Mart. eC. asquersoniana Mez é muito grande. Segundo Moraes (2007Moraes, P.L.R. 2007. Taxonomy of Cryptocarya species of Brazil. Abc Taxa. Vol. 3. Royal Belgian Institute of Natural Sciences, Brussels. 191p.) um conjunto de características distinguem C. riedeliana de C. Moschata Nees & Mart. e C. Asquersoniana Mez. Dentre outras, pode-se destacar em C. riedeliana as folhas coriáceas a rígido coriáceas, reticulado menos aparente, pecíolos não canaliculados, longos. As flores apresentam tubo floral mais curto e mais estreito e os frutos são marcadamente costulados. Nenhuma dessas características por si só justificaria o reconhecimento específico, mas, a combinação constante destas diferenciaC. riedeliana das demais.

Coletada no PARNA do Itatiaia com frutos em agosto, entre 500 a 1740 m.s.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto-Montana.

6. Cryptocarya saligna Mez, Jahrb. Königl. Bot.

Gart. Berlin 5: 13. 1889. Fig. 1x-bʼ

Árvore ca. 30 m alt, monóica. Folhas alternas, cartáceas, lanceoladas, 6-8 × 2-2,8 cm, face abaxial glabra, geralmente glauca, nervação camptódromabroquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência tirso-paniculada, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, subiguais, patentes. Androceu com 9 estames férteis, anteras bilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera ovada, glabra, papilosa; estames da série III com filetes pilosos, antera ovada; série IV estaminodial presente, estaminódios sagitados. Fruto núcula, elipsoide a piriforme, superfície lisa.

Material examinado selecionado: Monte Serrat: 04.XI.1918, fl., C. Porto 815 (RB); estrada próxima à ponte do Maromba, 14.IX.1994, fr.,R. Guedes et al. 2444 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro, estrada da Tijuca, Bom Retiro, 02.XII.1928, fl., M. Bandeira (RB 8573, NY); estrada da Vista Chinesa, 13.X.1992, fr., C. Junius &M. Hudson (RB 352814).

Cryptocarya saligna caracteriza-se pelas folhas cartáceas, glabras, discolores e glaucas na face abaxial e frutos alaranjados ou avermelhados, de superfície lisa.

Coletada no PARNA do Itatiaia, com flores em abril, setembro e novembro e com frutos em março, entre 830 a 1200 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

7. Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. Macbr., Publ. Field. Mus. Nat. Hist. Bot. Ser. 13 (2, 3): 850.

1938.Fig. 2a-f

Árvore ca. de 6 m alt., dióica. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, ovadas a lanceoladas, 9,6- 18,2 × 3,3-6,5 cm, face abaxial velutina, nervação eucamptódroma, domácias ausentes. Inflorescência tirsóide, axilar. Flores diclinas, tépalas 6, iguais, eretas. Flores masculinas: androceu com 9 estames férteis, anteras bilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, subsséseis, antera ovada, papilosa; estames da série III com filetes pilosos, antera ovada, ápice obtuso, papilosa; série IV estaminodial ausente, pistilóide presente. Fruto bacáceo, elipsoide, parcialmente envolvido por cúpula hemisférica de margem simples, crassa, tépalas decíduas.

Material examinado selecionado: Monte Serrat,

21.XI.1918, fl., C. Porto 845 (RB); Trilha dos Três Picos, 02.XII.2006, fl., A.C. Giannerini & D. Monteiro 40(RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Nova Friburgo, Macaé de Cima, nascente do Rio das Flores, 08.XII.1989, fl., B.C. Kurtz 80(RB); 08.XII.1989, fr., B.C. Kurtz 87 (RB); SÃO PAULO, Jaguariuçuna, 22.VIII.1968, fl., H.F. Leitão Filho 496(RB).

Endlicheria paniculata pode ser facilmente identificada pela presença de forte odor cítrico, pela lâmina foliar densamente pilosa, eucamptódroma. Em estado vegetativo, pode ser confundida com Ocotea divaricata (Nees) Mez pela nervação triplinervada na base Giannerini et al. (2007Giannerini, A.C.; Quinet, A. & Andreata, R.H.P. 2007. O GêneroOcotea Aubl. (Lauraceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Pesquisas, Botânica 58: 283 - 329.), porém, difere desta na pilosidade densa nos ramos, folhas e flores.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores de novembro a dezembro e com frutos em maio, agosto e setembro, entre 650 a 1350 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

8. Licaria armeniaca (Nees) Kosterm., Recueil

Trav. Bot. Néerl. 34: 584. 1937. Fig. 2g-n Árvore ou arbusto ca. 10 m alt., monóico. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, lanceoladas, 8,2-12,5 × 2,3-4 cm, face abaxial glabra, nervação broquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência panícula, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais, eretas, glabras. Androceu com 3 estames férteis, anteras bilocelares: estaminódios das séries I e II espatulados, papilosos; estames da série III com filetes pilosos, antera quadrangular; série IV estaminodial ausente. Fruto bacáceo, elipsoide, parcialmente envolvido por cúpula hemisférica, crassa, de margem dupla ou simples, tépalas decíduas.

Material examinado selecionado: lote 30, próximo à rodovia, 18.XI.1941, fl. e fr., W.D. de Barros 454 (RB); margem da estrada, próximo a ponte do Maromba, 02.XII.2006, fl. e fr., D. Monteiro &A.C. Giannerini 221 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Nova Iguaçu, 06.X.1993, fr., S.J. Silva-Neto & W. Silva 317 (RB); Corcovado, 02.IX.2005,fl., D. Duarte 888 (RB).

Licaria armeniaca se diferencia de L. guianensispor apresentar folhas com face abaxial glabra, estaminódios das séries I e II espatulados e a série VI estaminodial ausente, enquanto L.

Figura 1
- a-d. Aiouea saligna - a. flor; b. estame da série I com estaminódio da série III na frente; c. estame da série II; d. fruto. e-g. Aniba firmula - e.estame da série I; f. estame da série II; g. fruto. h-n.Beilschmiedia taubertiana - h. ramo; i. flor; j. tépala externa; k. estame da série I; l. estame da série II; m. estame da série III; n. fruto imaturo. o-s.Cinnamomum triplinerve - o. flor; p. tépala externa; q. estame da série I; r. estame da série II; s. estame da série III. t-w. Cryptocarya riedeliana - t. folha; u. estame da série I; v. estame da série II; w. fruto. x-b'. Cryptocarya saligna - x. ramo; y. flor; z. estame da série I; a'. estame da série II; b'. fruto. (a-c.H.C. Lima 4495; d. C. Luchiari 376; e-f. T. Cristina s.n.; g.O.C. Góes & E. Dionísio 255; h-m.A.S.M. Valente et al. 316; n. W.D. de Barros 95; o-s. R. Klein 3152; t-v. I.A. Araújo 107; w. P.L.R. de Moraes 2452; x-a'. M. Bandeira s.n.; b'. C. Junius & M. Hudson s.n.) Figure 1 - a-d. Aiouea saligna -a. flower; b. stamen of whorl I with staminodia of whorl III in front; c. stamen of whorl II; d. fruto. e-g.Aniba firmula - e. stamen of whorl I; f. stamen of whorl II; g. fruit. h-n. Beilschmiedia taubertiana - h. fertile branch; i. flower; j. outer tepal; k. stamen of whorl I; l. stamen of whorl II; m. stamen of whorl III; n. immature fruit. o-s. Cinnamomum triplinerve - o. flower; p. outer tepal; q. stamen of whorl I; r. stamen of whorl II; s. stamen of whorl III. t-w.Cryptocarya riedeliana - t. leaf; u. stamen of whorl I; v. stamen of whorl II; w. fruit. x-b'.Cryptocarya saligna - x. branch; y. flower; z. stamen of whorl I; a'. stamen of whorl II; b'. fruit. (a-c.H.C. Lima 4495; d. C. Luchiari 376; e-f. T. Cristina s.n.; g.O.C. Góes & E. Dionísio 255; h-m.A.S.M. Valente et al. 316; n. W.D. de Barros 95; o-s. R. Klein 3152; t-v. I.A. Araújo 107; w. P.L.R. de Moraes 2452; x-a'. M. Bandeira s.n.; b'. C. Junius & M. Hudson s.n.)
Figure 1
a-d. Aiouea saligna – a. flower; b. stamen of whorl I with staminodia of whorl III in front; c. stamen of whorl II; d. fruto. e-g. Aniba firmula – e. stamen of whorl I; f. stamen of whorl II; g. fruit. h-n. Beilschmiedia taubertiana – h. fertile branch; i. flower; j. outer tepal; k. stamen of whorl I; l. stamen of whorl II; m. stamen of whorl III; n. immature fruit. o-s. Cinnamomum triplinerve – o. flower; p. outer tepal; q. stamen of whorl I; r. stamen of whorl II; s. stamen of whorl III. t-w. Cryptocarya riedeliana – t. leaf; u. stamen of whorl I; v. stamen of whorl II; w. fruit. x-b’. Cryptocarya saligna – x. branch; y. flower; z. stamen of whorl I; a’. stamen of whorl II; b’. fruit. (a-c. H.C. Lima 4495; d. C. Luchiari 376; e-f. T. Cristina s.n.; g. O.C. Góes & E. Dionísio 255; h-m. A.S.M. Valente et al. 316; n. W.D. de Barros 95; o-s. R. Klein 3152; t-v. I.A. Araújo 107; w. P.L.R. de Moraes 2452; x-a’. M. Bandeira s.n.; b’. C. Junius & M. Hudson s.n.)

guianensis apresenta folhas tomentosas na face abaxial, estaminódios das séries I e II petalóides e a IV série estaminodial presente.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores e frutos de novembro a dezembro, entre 850 a 1050 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

9. Licaria guianensis Aubl., Hist. Pl. Guiane 1:

313. 1775.Fig. 2o-v

Árvore ca. 40 m alt., monóica. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, largo lanceoladas, 6,4-9 × 2-3 cm, face abaxial tomentosa, nervação broquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência panícula, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais, eretas, glabras. Androceu com 3 estames férteis, anteras bilocelares: estaminódios das séries I e II petalóides, ápice obtuso, papilosos; estames da série III com filetes pilosos, antera quadrangular, papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios filiformes. Fruto bacáceo, subgloboso, parcialmente incluso em cúpula hemisférica, de margem dupla, tépalas tardiamente decíduas.

Material examinado selecionado: lote 30, 1918, fl., C. Porto 866(RB); Sítio do Almirante, 13.V.1942, fl. e fr., W.D. de Barros 890 (RB).

No trabalho de Vattimo-Gil (1956Vattimo-Gil, I. 1956. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia 18/19:39-86.) é citada a ocorrência de Licaria duartei Allen para o PARNA do Itatiaia. No entanto, esta espécie foi sinonimizada por Kurz (2000Kurz, H. 2000. Revision der Gattung Licaria(Lauraceae). Mitteilungen aus dem Institut fur Allgemeine Botanik Hamburg 28/29: 89-221.) a L. guianensis, cujo posicionamento é seguido no presente trabalho.

Licaria guianensis pode ser facilmente reconhecida pela folha marcadamente discolor em material herborizado, com a face abaxial acastanhada.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores em março, abril, maio, junho, novembro e dezembro e com frutos de março a maio, entre 700 a 1100 m.s.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

10. Nectandra grandiflora Nees, Linnaea 8: 49.

1833.Fig. 3a-g

Árvore ou arbusto ca. 15 m alt., monóica. Folhas alternas em todo ramo, coriáceas, largo lanceoladas, 9,3-12,9 × 3,6-4,3 cm, face abaxial glabra, nervação eucamptódroma, domácias ausentes. Inflorescência panícula, terminal. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais, eretas, glabras. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, subsésseis, antera com locelos dispostos em arco, pentagonal, papilosa; estames da série III com filetes glabros, antera retangular, papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios claviformes. Fruto bacáceo, elipsoide, sobre cúpula pateliforme, crassa, de margem simples, tépalas decíduas.

Material examinado: Fazenda do Sobrado, 01.VII.1941, fl., W.D. de Barros 327 (RB); Passa Quatro, 14.VIII.1941, fl., W.D. de Barros 348 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. SANTA CATARINA: Xanxerê, 26.II.1957, fr.,L. Smith & R. Klein 11835 (RB).

Nectandra grandiflora distingue-se das demais espécies do gênero por apresentar inflorescências glabras, glaucas e pelas anteras não prolongadas acima dos locelos (Rohwer 1993Rohwer, J.G. 1993. Lauraceae: Nectandra. Flora Neotropica, Monograph 60: 1-332.).

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores de julho a agosto na Floresta Ombrófila Densa.

11. Nectandra membranacea (Sw.) Griseb., Fl.

Brit. W. I. 282. 1860.Fig. 3h-k

Árvore ca. 35 m alt., monóica. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, lanceoladas, 7,2-22 × 2-7 cm, face abaxial glabra, nervação camptódroma, domácias em fóveas nas axilas das nervuras secundárias ou ausentes. Inflorescência tirsóide, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais, eretas, pubérulas. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera com locelos dispostos em arco, transversalelíptica, papilosa; estames da série III com filetes glabros, antera obtrapeziforme, papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios estipiformes a claviformes. Fruto bacáceo, globoso, sobre ou parcialmente envolvido por cúpula rasa, crassa, de margem simples, tépalas decíduas.

Material examinado selecionado: Benfica, 27.III.1929, fl., C. Porto 1900(RB); Visconde de Mauá, 12.VIII.2004, fr., A.C. Giannerini et al. 10 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro, estrada da Vista Chinesa, 16.VIII.1967, fr., P. Carauta 393 (RB); Santo Antônio, 02.II.1976, fl., E.F. Guimarães 382 (RB).

Vattimo-Gil (1956Vattimo-Gil, I. 1956. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia 18/19:39-86.) identificou os espécimes de N. membranacea como N. pichurim(Kunth) Mezo que não foi seguido no presente trabalho por apresentar esta última distribuição restrita à Colômbia e Venezuela (Rohwer 1993Rohwer, J.G. 1993. Lauraceae: Nectandra. Flora Neotropica, Monograph 60: 1-332.).

Nectandra membranacea pode ser distinta de N. pichurimpor apresentar antera da série I transversal elíptica e fruto globoso, em quanto, N. pichurim apresenta antera da série I pentagonal e fruto elipsoide.

Figura 2
a-f. Endlicheria paniculata - a. folha; b. estame da série I; c. estame da série II; d. estame da série III; e. gineceu; f. fruto. g-n. Licaria armeniaca - g. ramo florífero; h. folha; i. flor; j. tépala externa; k. estaminódio da série I; l. estame da série III; m. gineceu; n. fruto. o-v. Licaria guianensis - o. ramo florífero; p. flor; q. tépala externa; r. estaminódio da série I; s. estaminódio da série II; t. estame da série III; u. estaminódio da série IV; v. gineceu. (a-e. H.F. Leitão Filho 496; f. B.C. Kurtz 87; g-m. D. Duarte 888; n.S.J. Silva-Neto & W. Silva 317; o-v.C. Porto 866). Figure 2 - a-f.Endlicheria paniculata - a. leaf; b. stamen of whorl I; c. stamen of whorl II; d. stamen of whorl III; e. gynoecium; f. fruit. g-n. Licaria armeniaca - g. fertile branch; h. leaf; i. flower; j. outer tepal ; k. estaminodia of whorl I; l. stamen of whorl III; m. gynoecium; n. fruit. o-v. Licaria guianensis - o. fertile branch; p. flower; q. outer tepal; r. estaminodia of whorl I; s. estaminodia of whorl II; t. stamen of whorl III; u. estaminodia of whorl IV; v. gynoecium. (a-e. H.F. Leitão Filho 496; f. B.C. Kurtz 87; g-m.D. Duarte 888; n. S.J. Silva-Neto & W. Silva 317; o-v. C. Porto 866).
Figure 2
a-f. Endlicheria paniculata – a. leaf; b. stamen of whorl I; c. stamen of whorl II; d. stamen of whorl III; e. gynoecium; f. fruit. g-n. Licaria armeniaca – g. fertile branch; h. leaf; i. flower; j. outer tepal ; k. estaminodia of whorl I; l. stamen of whorl III; m. gynoecium; n. fruit. o-v. Licaria guianensis – o. fertile branch; p. flower; q. outer tepal; r. estaminodia of whorl I; s. estaminodia of whorl II; t. stamen of whorl III; u. estaminodia of whorl IV; v. gynoecium. (a-e. H.F. Leitão Filho 496; f. B.C. Kurtz 87; g-m. D. Duarte 888; n. S.J. Silva-Neto & W. Silva 317; o-v. C. Porto 866).

Nectandra membranacea caracteriza-se por apresentar folhas cartáceas, lanceoladas, nervação camptódroma, flores com tépalas pubérulas e frutos sobre ou parcialmente envolvidos por cúpula rasa.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores em fevereiro, março e agosto e com frutos em agosto e setembro, entre 600 a 1070 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

12. Nectandra oppositifolia Nees, Linnaea 8: 47.

1833.Fig. 31

Árvore ca. 20 m alt., monóica. Folhas subopostas a opostas no ápice dos ramos, cartáceas a coriáceas, lanceoladas, 7,4-23 × 2,2-6,2 cm, face abaxial ferrugíneo- tomentosa, nervação camptódroma-broquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência tirsóide, axilar e terminal. Flores monoclinas, tépalas 6, iguais, eretas, tomentosas. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, subsésseis, antera com locelos dispostos em arco, ovada, papilosa; estames da série III com filetes glabros, antera quadrangular; série IV estaminodial presente, estaminódios sagitados. Fruto bacáceo, elipsoide, parcialmente envolvido por cúpula hemisférica de margem simples, verrucosa, tépalas decíduas.

Material examinado selecionado: Monte Serrat,

21.II.1941, fl. e fr., W.D. de Barros 213 (RB); a direita da entrada que dá acesso ao Hotel Simon, 12.VIII.2007, fl., A.C. Giannerini 49 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Rio de Janeiro, Jacarepaguá 08.III.1977, fl., D. Araujo 1535 (GUA); Silva Jardim, Reserva Biológica de Poço das Antas, 11.V.1995, fr., S.V.A. Pessoa et al. 784 (RB).

Diferencia-se das demais espécies do gênero pelas folhas subopostas a opostas no ápice dos ramos, com indumento ferrugíneo-tomentoso na face abaxial, flores com tépalas alvas que se destacam em meio a folhagem ferrugínea durante a floração e pelo fruto parcialmente envolvido por cúpula verrucosa. No PARNA do Itatiaia foi encontrado um grande número de indivíduos arbóreos em áreas de vegetação secundária. É frequentemente confundida com N. reticulada (Ruiz et Pav.) Mez, mas nesta a base foliar revoluta apresenta dois lobos muito desenvolvidos e o hipanto é piloso internamente (Rohwer 1993Rohwer, J.G. 1993. Lauraceae: Nectandra. Flora Neotropica, Monograph 60: 1-332.; Baitello 2003Baitello, J.P. 2003. Lauraceae. : Longhi-Wagner, H.M.; Bittrich, V.; Wanderley, M.G.L. & Shepherd, G.J. (eds.).Flora Fanerogâmica de São Paulo. Vol. 3. RiMa/Fapesp, São Paulo. Pp.149-223.).

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores em fevereiro, abril, maio e agosto e com frutos em fevereiro, agosto, setembro, outubro e dezembro, entre 660 e 970 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

13. Nectandra psammophila Nees, Syst. Laurin.

303. 1836.Fig. 3m-r

Árvore ou arbusto ca. de 12 m alt., monóico. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, ovadalanceoladas, 4,2-9,2 × 1,1-3,2 cm, face abaxial glabra, nervação eucamptódroma, domácias em tufos de tricomas nas axilas das nervuras secundárias. Inflorescência racemo, axilar e terminal. Flores monoclinas, tépalas 6, subiguais, eretas, glabras. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera com locelos dispostos em arco, transversoorbicular, papilosa; estames da série III com filetes glabros, antera quadrangular, papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios claviformes. Fruto bacáceo, elipsoide, sobre cúpula pateliforme, crassa, de margem simples, tépalas decíduas.

Material examinado: Monte Serrat, 21.XI.1918, fl., Campos Porto 841(isótipo RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Macaé, Fazenda São Lázaro, 01.XII.1994, fl., D. Araujo 10192 (GUA); Carapebus, 22.IV.2005, fr., B.C. Kurtz & J.C. Gomes(RB 419140).

Vattimo-Gil (1956Vattimo-Gil, I. 1956. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia 18/19:39-86.), com base no exemplar Campos Porto 841, descreveu para N. riedelli Meisn. a variedade N. riedelli longipaniculata Vattimo-Gil. No entanto,Rohwer (1993Rohwer, J.G. 1993. Lauraceae: Nectandra. Flora Neotropica, Monograph 60: 1-332.) a considerou como sinônimo de N. psammophila. No presente trabalho aceita-se, com ressalva, o posicionamento de Rohwer (1993), pelo fato de haver apenas, até o momento, uma única coleta para o parque de Itatiaia. O espécime Campos Porto 841 é vegetativamente similar a N. psammophila, porém, suas inflorescências são maiores que o comumente encontrado em N. psammophila. Por outro lado, os estames do espécime coletado por Campos Porto apresentam filetes com mais de 0,3 mm de comprimento, assemelhando-se neste aspecto a N. megapotamica (Spreng.) Mez. Entretanto, nesta espécie, as anteras são menos papilosas, com locelos maiores e as folhas estreitamente lanceoladas, entre outras características. O material-tipo examinado de N. psammophila é semelhante aN. nitidula Nees, da qual se distingue, principalmente, pela presença de domácias nas axilas das nervuras secundárias. Além disso, emN. nitidula as anteras possuem o ápice nitidamente prolongado (Rohwer 1993), enquanto que em N. psammophila o ápice das anteras é obtuso. Pelo exposto N. psammophila deve ser melhor avaliada, futuramente, quando se dispuser de um número maior de exemplares.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores em novembro, na Floresta Ombrófila Densa.

14. Nectandra puberula (Schott) Nees, Syst.

Laurin. 332. 1836.Fig. 3s-w

Árvore ca. de 20 m alt., monóica. Folhas alternas em todo ramo, cartáceas, lanceoladas, 5-17,7 × 1,2-4,3 cm, face abaxial áureo-pubérula, principalmente ao longo da nervura principal, nervação eucamptódroma, domácias em tufos de tricomas nas axilas das nervuras secundárias. Inflorescência tirsóide, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, elípticas, iguais, eretas, tomentosas; hipanto glabro. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II mais estreitos que as anteras, subsésseis, antera com locelos dispostos em arco, pentagonal, papilosa; estames da série III com filetes pilosos, antera obtrapeziforme a obovada, papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios claviformes. Fruto bacáceo, globoso a elipsoide, sobre cúpula pateliforme ou trompetiforme, crassa, de margem simples, tépalas decíduas.

Material examinado: proximidades do Abrigo I,

17.V.1999, fr., A. Quinet et al. 170 (RB); Trilha do Hotel Simon para o Três Picos, 19.V.1999, fl., A. Quinet et al. 218(RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Nova Friburgo, Reserva Ecológica de Macaé de Cima, 08.VI.1988, fl., H.C. Lima 3616(RB); Silva Jardim, Reserva Biológica de Poço das Antas, 08.VII.1993, fr., H.C. Lima et al. 4775 (RB); Rio de Janeiro, Jacarepaguá, 04.IV.2001, fl., A. Quinet (RB 367357).

Nectandra puberula caracteriza-se pelas folhas com face abaxial áureo-pubérulas e domácias em tufos de pelos nas axilas das nervuras secundárias.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores em março e maio e com frutos em maio, entre 700 a 1400 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

15. Persea alba Nees, Linnaea 8: 51. 1833.

Fig. 4a-i

Árvore ca. 10 m alt., monóica. Folhas alternas a subopostas, congestas no ápice dos ramos, cartáceas, estreito lanceoladas, 8,4-9,8 × 1,6-1,7 cm, face abaxial serícea, nervação eucamptódroma, domácias ausentes. Inflorescência panícula, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, desiguais, eretas; tépalas externas menores que as internas, pilosas. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera com locelos dispostos em pares superpostos, ovadoretangulares, não papilosa; estames da série III com filetes mais estreitos que as anteras, glabros, antera ovada, não papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios triangulares. Fruto bacáceo, globoso, sobre cúpula pateliforme, crassa, de margem simples, glabra, tépalas persistentes, mas logo decíduas.

Material examinado: Macieiras, 01.XII.1941, fr., W.D. de Barros 504(RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. DISTRITO FEDERAL: Brasília, 1961, fl.,F. Sellow 1361 (holótipo B); SANTA CATARINA: São José, Serra da Boa Vista, 02.III.1961, fl., Reitz & Klein 10807(RB).

Persea alba assemelha-se a P. fulva var.strigosifolia L.E.Kopp, da qual pode ser facilmente distinta por apresentar a face abaxial das folhas com indumento seríceo, enquanto que em P. fulva L.E.Koop, este é tomentoso (Coe-Teixeira 1975Coe-Teixeira, B. 1975. Lauráceas do Estado de São Paulo:PerseaHoehnea 5: 27-45.).

Coletada no PARNA do Itatiaia com frutos em dezembro, em 1800 ms.m. na Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana.

16. Persea fulva var. strigosifolia L.E.Kopp, Mem.

New York Bot. Gard. 14 (1): 29. 1966.Fig. 4j

Árvore ca. 5 m alt., monóica. Ramos angulosos, gemas axilares e terminais vilosas. Folhas alternas a subopostas, congestas no ápice dos ramos, subcoriáceas, lanceoladas, 5,3-6,6 × 1,8-2,6 cm, face adaxial glabra, face abaxial estrigosa, nervação eucamptódroma, reticulado obscuro, domácias ausentes. Flores monoclinas, tépalas 6, desiguais, eretas; tépalas externas menores que as internas, pilosas. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, evidentes, antera com locelos dispostos em pares superpostos, ovadas a oblongas, não papilosa; estames da série III com filetes mais estreitos que as anteras, glabros ou esparsamente pilosos, antera ovada, não papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios sagitados. Frutos desconhecidos.

Material examinado: Pinheiral, s/d., veg., s/col., s/n. (RB 449429).

Material adicional selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: Taquaral, s/d., fl.,L. Damazio (RB 48651).

Segundo Kopp (1966Kopp, L.E. 1966. A taxonomic revision of the genus Perseain the western hemisphere (Perseae - Lauraceae). Memoirs of the New York Botanical Garden 14: 1-120.), Persea fulvavar. strigosifolia difere de P. fulvavar. fulva pela presença de pilosidade vilosa, amarelada nos ramos

Figura 3
- a-f. Nectandra grandiflora - a. ramo florífero; b. flor; c. estame da série I; d. estame da série II; e. estame da série III, vista frontal; f. estame da série III, vista lateral; g. estaminódio da série IV. h-k.Nectandra membranacea - h. folha; i. estame da série I; j. estame da série II; k. estame da série III. l.Nectandra oppositifolia - l. folha; m-r.Nectandra psammophila - m. ramo frutífero; n. flor; o. estame da série I; p. estame da série II; q. estame da série III; r. estaminódio da série IV. s-w. Nectandra puberula - s. folha; t. estame da série I; u. estame da série II; v. estame da série III; w. fruto.(a-g.W.D. de Barros 348; h-k. E.F. Guimarães 382; l. D. Araujo 1535; m. B. C. Kurtz & J.C. Gomes s.n.; n-r. D. Araujo 10192; s-v. A. Quinet s.n.; w. H.C. Lima et al. 4775).Figure 3 - a-g. Nectandra grandiflora - a. fertile branch; b. flower; c. stamen of whorl I; d. stamen of whorl II; e. stamen of whorl III, front view; f. stamen of whorl III, side view; g. estaminodia of whorl IV. h-k. Nectandra membranacea - h. leaf; i. stamen of whorl I; j. stamen of whorl II; k. stamen of whorl III. l. Nectandra oppositifolia - l. leaf; m-r. Nectandra psammophila - m. branch with fruits; n. flower; o. stamen of whorl I; p. stamen of whorl II; q. stamen of whorl III; r. estaminodia of whorl IV. s-w. Nectandra puberula - s. leaf; t. stamen of whorl I; u. stamen of whorl II; v. stamen of whorl III; w. fruit.(a-g. W.D. de Barros 348; h-k. E.F. Guimarães 382; l. D. Araujo 1535; m. B. C. Kurtz & J.C. Gomes s.n.; n-r. D. Araujo 10192; s-v. A. Quinet s.n.; w. H.C. Lima et al. 4775).
Figure 3
a-g. Nectandra grandiflora – a. fertile branch; b. flower; c. stamen of whorl I; d. stamen of whorl II; e. stamen of whorl III, front view; f. stamen of whorl III, side view; g. estaminodia of whorl IV. h-k. Nectandra membranacea – h. leaf; i. stamen of whorl I; j. stamen of whorl II; k. stamen of whorl III. l. Nectandra oppositifolia – l. leaf; m-r. Nectandra psammophila – m. branch with fruits; n. flower; o. stamen of whorl I; p. stamen of whorl II; q. stamen of whorl III; r. estaminodia of whorl IV. s-w. Nectandra puberula – s. leaf; t. stamen of whorl I; u. stamen of whorl II; v. stamen of whorl III; w. fruit.(a-g. W.D. de Barros 348; h-k. E.F. Guimarães 382; l. D. Araujo 1535; m. B. C. Kurtz & J.C. Gomes s.n.; n-r. D. Araujo 10192; s-v. A. Quinet s.n.; w. H.C. Lima et al. 4775).

e pecíolos e pilosidade estrigosa na face abaxial da folha e ângulo de divergência das nervuras primárias entre 30°- 40°, enquanto que a variedade típica possui pilosidade ferrugíneo- tomentosa e ângulo de divergência das nervuras primárias maior, entre 45°- 60°. Não foram analisadas as diferenças floríferas e frutíferas entre as duas variedades, por não se dispor de material reprodutivo de P. fulva var. strigosifolia.Embora o parátipo depositado no herbário RB possua flores, estas não apresentam as peças florais conservadas, já que apenas as tépalas estão presentes, dificultando a sua análise.

A descrição das partes floríferas foram complementadas com base na descrição dos materiais-tipo feita por Kopp (1966Kopp, L.E. 1966. A taxonomic revision of the genus Perseain the western hemisphere (Perseae - Lauraceae). Memoirs of the New York Botanical Garden 14: 1-120.).

Coletada em material vegetativo no PARNA do Itatiaia na Floresta Ombrófila Densa.

17. Persea major (Meisn.) L.E.Kopp, Mem. New

York Bot. Gard. 14 (1): 37. 1966.Fig. 4k-s

Árvore ca. 5 m alt., monóica. Folhas alternas a subopostas, não congestas no ápice dos ramos, cartáceas, obovadas a lanceoladas, 15,7-19,4 × 7-7,7 cm, face abaxial esparsamente vilosa, nervação camptódroma, domácias ausentes.

Inflorescência panícula, axilar. Flores monoclinas, tépalas 6, desiguais, eretas, pilosas; tépalas externas menores que as internas. Androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares: estames das séries I e II com filetes pilosos, mais estreitos que as anteras, evidentes, antera com locelos dispostos em pares superpostos, ovada a oblonga-ovada, papilosa; estames da série III pilosos, antera ovada, papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios sagitados. Fruto bacáceo, globoso, sobre cúpula pateliforme, crassa, pilosa, de margem simples, tépalas persistentes.

Material examinado selecionado: lote Maria Augusta, 14.I.1942, fl., W.D. de Barros 555 (RB); Lote 17, margem do rio Campo Belo, 16.VII.1942, fl. e fr., W.D. de Barros 972 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: margens do rio Carandaí, 07.I.1965, fr., A.P. Duarte 8706 (RB); RIO DE JANEIRO, Silva Jardim, Reserva Biológica de Poço das Antas, 03.XII.1993, fl., C. Luchiari et al. 157 (RB).

Em Vattimo-Gil (1956Vattimo-Gil, I. 1956. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia 18/19:39-86.), os espécimes examinados de Itatiaia foram tratados como Persea cordata(Vell.) Mez porém, sinonimizados por Kopp (1966Kopp, L.E. 1966. A taxonomic revision of the genus Perseain the western hemisphere (Perseae - Lauraceae). Memoirs of the New York Botanical Garden 14: 1-120.) em P. major, sinonimização aceita no atual trabalho. Caracteriza-se por suas folhas obovadas a lanceoladas, com comprimento três vezes maior que a largura, estames das séries I, II e III com filetes pilosos e frutos globosos sobre cúpula pateliforme, pilosa.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores em janeiro e julho e com frutos em julho e outubro, entre 800 a 900 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

18. Phyllostemonodaphne geminiflora (Mez) Kosterm., Recueil Trav. Bot. Néerl. 33: 754. 1936.

Fig.5 a-i

Árvore ca. 10 m alt., monóica. Folhas alternas, cartáceas, largo lanceoladas, 6,9-12,7 × 2,6-4,5 cm, face abaxial glabra, nervação broquidódroma, domácias ausentes. Inflorescência botrióide, axilar e terminal. Flores monoclinas, tépalas 9, iguais, eretas, glabras; hipanto glabro. Androceu com 6 estames férteis, anteras bilocelares: série I estaminodial transformada na série mais interna de tépalas; estames da série II com filetes de mesma largura que as anteras, quase indistintos, antera suborbicular-ovada, ápice obtuso, papilosa; estames da série III com filetes glabros, antera ovada, papilosa; série IV estaminodial presente, estaminódios filiformes. Fruto bacáceo, elipsoide, sobre cúpula rasa, crassa, de margem dupla, tépalas decíduas.

Material examinado selecionado: Lote 21, 22-28.

XI.1938, fl., F. Markgraf & A.C. Brade 3616(RB); Taquaral, próximo ao rio Taquaral, 06.XII.1995, fl., J.M.A. Braga et al. 3063 (RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Volta Redonda, Floresta da Cicuta, 08.VII.2000, fr., G.R. de Souza 388 (RB).

Phyllostemonodaphne geminiflora, vegetativamente, é muito semelhante a Licaria armeniaca e pode ser confundida com outras espécies do gênero Licaria, principalmente, pela presença de estaminódios tepaloides e cúpula com margem dupla, mas, difere por ter apenas uma série de estames modificados em estaminódios tepalóides e pelos locelos não apicais.

Coletada no PARNA do Itatiaia com flores em setembro, novembro e dezembro e com frutos em fevereiro, entre 650 e 1600 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto-Montana.

19. Rhodostemonodaphne macrocalyx (Meisn.) Rohwer ex Madriñán, Fl. Neotrop. 92: 46. 2004Madriñán, S. 2004. Rhodostemonodaphne (Lauraceae). Flora Neotropica. Monograph 92: 1-102..

Fig. 5 j-r

Árvore ca. 15 m alt., dióica. Folhas alternas, coriáceas, lanceoladas, 6,2-18 × 1,8-5 cm, face abaxial esparsamente tomentosa, nervação eucamptódroma, domácias em tufos de tricomas.

Figura 4
- a-i. Persea alba - a. ramo frutífero; b. flor; c. tépala externa; d. tépala interna; e. estame da série I; f. estame da série II; g. estame da série III; h. estaminódio da série IV; i. gineceu; j. Persea fulva Koop var. strigosifolia Koop - j. ramo. k-s.Persea major - k. ramo frutífero; l. flor; m. tépala externa; n. tépala interna; o. estame da série I; p. estame da série II; q. estame da série III; r. gineceu; s. fruto. (a. W.D. de Barros 504; b-i.Reitz e Klein 10807; j.s.col. e s.n. (ITA 1445); k-s. A.P. Duarte 8706; l-r. C. Luchiari et al. 157). Figure 4 - a-i. Persea alba -a. branch with fruits; b. flower; c. outer tepal; d. inner tepal; e. stamen of whorl I; f. stamen of whorl II; g. stamen of whorl III; h. estaminodia of whorl IV; i. gynoecium. j. Persea fulva Koop var.strigosifolia Koop - j. branch. k-s.Persea major - k. branch with fruits; l. flower; m. outer tepal; n. inner tepal; o. stamen of whorl I; p. stamen of whorl II; q. stamen of whorl III; r. gynoecium; s. fruit. (a. W.D de Barros 504; b-i.Reitz e Klein 10807; j.s.col. e s.n.(ITA 1445); k-s. A.P. Duarte 8706; l-r. C. Luchiari et al. 157).
Figure 4
a-i. Persea alba – a. branch with fruits; b. flower; c. outer tepal; d. inner tepal; e. stamen of whorl I; f. stamen of whorl II; g. stamen of whorl III; h. estaminodia of whorl IV; i. gynoecium. j. Persea fulva Koop var. strigosifolia Koop – j. branch. k-s. Persea major – k. branch with fruits; l. flower; m. outer tepal; n. inner tepal; o. stamen of whorl I; p. stamen of whorl II; q. stamen of whorl III; r. gynoecium; s. fruit. (a. W.D. de Barros 504; b-i. Reitz e Klein 10807; j. s.col. e s.n.(ITA 1445); k-s. A.P. Duarte 8706; l-r. C. Luchiari et al. 157).

Figura 5
a-i. Phyllostemonodaphne geminiflora - a. ramo florífero; b. flor; c. tépala externa; d. estaminodio da série I; e. estame da série II; f. estame da série III; g. estaminódio da série IV; h. gineceu; i. fruto. j-r.Rhodostemonodaphne macrocalyx - j. ramo florífero; k. flor; l. tépala externa; m. estame da série I; n. estame da série III; o. estaminódio da série I; p. estaminódio da série III; q. gineceu; r. fruto. (a-h. J.M.A. Braga et al. 3063; i. G.R. de Souza 388; j-r. G. Martinelli 12076)
Figure 5
a-i. Phyllostemonodaphne geminiflora – a. fertile branch; b. flower; c. outer tepal; d. estaminodia of whorl I; e. stamen of whorl II; f. stamen of whorl III; g. estaminodia of whorl IV; h. gynoecium; i. fruit. j-r. Rhodostemonodaphne macrocalyx – j. fertile branch; k. flower; l. outer tepal; m. stamen of whorl I; n. stamen of whorl III; o. estaminodia of whorl I; p. estaminodia of whorl III; q. gynoecium; r. fruit. (a-h. J.M.A. Braga et al. 3063; i. G.R. de Souza 388; j-r. G. Martinelli 12076).

Inflorescência tirsóide, axilar. Flores diclinas, tépalas 6, iguais, eretas, tomentosas. Flores masculinas: androceu com 9 estames férteis, anteras quadrilocelares, estames das séries I e II com filetes mais estreitos que as anteras, subsséseis, antera com locelos dispostos no mesmo nível ou em arco, ovada, papilosa; estames da série III com filetes glabros, antera ovada, papilosa; série IV estaminodial ausente. Flores femininas: estaminódios semelhantes às anteras das flores masculinas, reduzidos. Fruto bacáceo, elipsoide, parcialmente envolvido por cúpula hemisférica, avermelhada, crassa, de margem simples, tépalas decíduas.

Material examinado: 05.VII.1995, fr., J.M.A. Braga. (RB 373656); Trilha do Hotel Simon para o Três Picos, 19.V.1999, veg., A. Quinet 206(RB).

Material adicional selecionado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Nova Friburgo, Macaé de Cima, 25.V.1987, fr., fl., G. Martinelli 12076 (RB).

Rhodostemonodaphne macrocalyx é vegetativamente semelhante aE. paniculata, diferindo desta, pelas anteras quadrilocelares e frutos parcialmente envolvidos por cúpula, em quanto,E. paniculata, apresenta anteras bilocelares e frutos sobre cúpula.

Coletada no PARNA do Itatiaia com frutos em julho, entre 745 e 1200 ms.m., na Floresta Ombrófila Densa Montana.

Conclusões

Para o PARNA Itatiaia foram registradas 19 espécies subordinadas a onze gêneros, que representam 15% e 70%, respectivamente, do total inventariado para o Estado do Rio de Janeiro (Quinet 2014Quinet, A. 2014. Lauraceae. Catálogo das espécies de plantas vasculares e briófitas do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em <Disponível em http:// florariojaneiro.jbrj.gov.br >. Acesso em 22 agosto 2014.
http:// florariojaneiro.jbrj.gov.br...
).

Dentre os 19 táxons estudados no presente trabalho, oito são registrados pela primeira vez para o PARNA Itatiaia: Aiouea saligna, Cinnamomum triplinerve, Cryptocarya riedeliana, Nectandra grandiflora, Nectandra puberula, Persea alba, Persea fulva var. strigosifolia, e Rhodostemonodaphne macrocalyx.

Algumas espécies como Nectandra psammophila e Licaria armeniaca devem ser futuramente melhor avaliadas para uma circunscrição segura desses táxons.

A grande maioria das espécies de Lauráceas do PARNA tratadas no presente trabalho encontramse na cota altitudinal de até 1500 metros, o que corresponde à formação de Floresta Ombrófila Densa Montana. Persea alba foi a única espécie com ocorrência registrada para a região altomontana. Cryptocarya riedeliana apresenta a mais ampla faixa de distribuição (500-1740 metros). Desse modo, no Parque, a faixa altitudinal registrada para a ocorrência das espécies aqui tratadas está situada entre 500 a 1873 metros.

Quanto à fenologia, com base nos materiais examinados, verificou-se que as espécies florescem e frutificam ao longo do ano, ocorrendo o pico de floração no mês de novembro e o de frutificação nos meses de agosto e outubro.

Segundo Guedes-Bruni (1998Guedes-Bruni, R.R. 1998. Composição, estrutura e similaridade florística de dossel em seis unidades de Mata Atlântica do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo. 231p.), a família está entre as três mais ricas em espécies, tanto no componente do dossel, como no ambiente de sub-bosque no Parque, junto com Myrtaceae e Leguminosae.

Os resultados do levantamento realizado no PARNA Itatiaia, considerando-se os obtidos por Giannerini et al. (2007Giannerini, A.C.; Quinet, A. & Andreata, R.H.P. 2007. O GêneroOcotea Aubl. (Lauraceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Pesquisas, Botânica 58: 283 - 329.) e no presente estudo, demonstram que a família Lauraceae apresenta grande expressividade na composição florística do PARNA. Estes resultados possibilitaram ampliar o número de 25 espécies e 11 gêneros assinalados por Vattimo-Gil (1956Vattimo-Gil, I. 1956. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia 18/19:39-86.) para 42 espécies subordinadas a 12 gêneros.

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a bolsa de produtividade de pesquisa concedida à Regina H. P. Andreata. Ao CENPES - Centro de Pesquisas da PETROBRAS, a bolsa concedida à Ana Carolina Giannerini para a realização do Mestrado em Botânica no Museu Nacional/UFRJ. Ao Programa Mata Atlântica do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o apoio e utilização da infraestrutura.

Referências

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  • 1
    Parte da dissertação de Mestrado da primeira autora defendida no Curso de Pós-Graduação de Botânica do Museu Nacional/UFRJ.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    July-Sep 2015

Histórico

  • Recebido
    24 Fev 2014
  • Aceito
    12 Mar 2015
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