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Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Pontederiaceae

Flora of the cangas of the Serra dos Carajás, Pará, Brazil: Pontederiaceae

Resumo

Este estudo apresenta a descrição detalhada, ilustração e comentários morfológicos das duas espécies de Pontederiaceae registradas para as cangas da Serra dos Carajás, no estado do Pará: Heteranthera oblongifolia e Heteranthera reniformis. Esse é o primeiro registro de H. oblongifolia para a região Norte do Brasil.

Palavras-chave:
Heteranthera; FLONA Carajás; Plantas aquáticas; Taxonomia

Abstract

This study provides detailed descriptions, illustrations, and morphological comments of the species of Pontederiaceae reported to the cangas of Serra dos Carajás, Pará state: Heteranthera oblongifolia and Heteranthera reniformis. This is the first record of H. oblongifolia for the Northern region of Brazil.

Key words:
Heteranthera; FLONA Carajás; Aquatic plants

Pontederiaceae

Pontederiaceae Kunth inclui ervas aquáticas, caracterizadas principalmente pelas flores trímeras, tubulares e, frequentemente, zigomorfas (Barrett & Graham 1997Barrett, S.C.H. & Graham, S.W. 1997. Adaptive radiation in the aquatic plant family Pontederiaceae: insights from phylogenetic analysis. In: Givnish, T.J. & Sytsma, K.J. (eds.). Molecular evolution and adaptive radiation. Cambridge University Press, New York. Pp. 225-258.; Cook 1998Cook, C.D.K. 1998. Pontederiaceae. In: Kubitzki, K. (ed.). The families and genera of vascular plants. Vol. 4. Springer, Berlin. Pp. 395-403.). A família apresenta uma grande variedade morfológica e de formas de crescimento, sendo encontradas espécies emergentes, flutuantes livres, flutuantes fixas e submersas (Sousa & Giulietti 2014Sousa, D.J.L. & Giulietti, A.M. 2014. Flora da Bahia: Pontederiaceae. Sitientibus Série Ciências Biológicas 14: 14-30.; Sousa et al. 2015Sousa, D.J.L.; Scatena, V.L.; Giulietti, A.M. & Oriani, A. 2015. Morphological and anatomical patterns in Pontederiaceae (Commelinales) and their evolutionary implications. Aquatic Botany 129: 19-30.). Pontederiaceae é ainda uma das poucas famílias das Angiospermas com espécies tristílicas, apresentando flores com variação no comprimento do estilete e dos filetes (Barrett 1988Barrett, S.C.H. 1988. Evolution of breeding systems in Eichhornia, a review. Annals of the Missouri Botanical Garden 75: 741-760.; Barrett & Graham 1997Barrett, S.C.H. & Graham, S.W. 1997. Adaptive radiation in the aquatic plant family Pontederiaceae: insights from phylogenetic analysis. In: Givnish, T.J. & Sytsma, K.J. (eds.). Molecular evolution and adaptive radiation. Cambridge University Press, New York. Pp. 225-258.). Além disso, é possível encontrar no grupo espécies enantiostílicas, característica útil na delimitação de alguns gêneros (Horn 1985Horn, C.N. 1985. A systematic revision of the genus Heteranthera (sensu lato; Pontederiaceae). University. Ph.D. dissertation. University of Alabama, Alabama. 260p.; Jesson et al. 2003Jesson, L.K.; Kang, J.; Wagner, S.L.; Barrett, S.C.H. & Dengler, N.G. 2003.The development of enantiostyly. American Journal of Botany 9: 183-195.). São reconhecidos seis gêneros: Eichhornia Kunth, Heteranthera Ruiz et Pav., Hydrothrix Hook., Monochoria Pers., Pontederia L. e Scholleropsis H. Pers. O Brasil apresenta uma das maiores riquezas de espécies da família, onde são encontrados quatro gêneros e cerca de 22 espécies (BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.). Elas estão distribuídas praticamente em todas as regiões do país, apresentando alta riqueza de espécies para a diagonal seca (principalmente na região Nordeste do País e no Pantanal). Na Serra dos Carajás, foi encontrado o gênero Heteranthera, representado na região por duas espécies.

1. Heteranthera Ruiz & Pav.

Heteranthera, apesar de apresentar uma grande variação morfológica, é um grupo de fácil caracterização. As espécies apresentam flores pequenas com três estames e são enantiostílicas, sendo um dos três estames bem desenvolvido com uma antera de comprimento maior que os demais, podendo apresentar uma coloração diferenciada (Castellanos 1959Castellanos, A. 1959. Las Pontederiaceae del Brasil. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 16: 147-236.; Horn 1985Horn, C.N. 1985. A systematic revision of the genus Heteranthera (sensu lato; Pontederiaceae). University. Ph.D. dissertation. University of Alabama, Alabama. 260p.; Sousa & Giulietti 2014Sousa, D.J.L. & Giulietti, A.M. 2014. Flora da Bahia: Pontederiaceae. Sitientibus Série Ciências Biológicas 14: 14-30.). Entretanto, mesmo fácil de ser reconhecido, os estudos filogenéticos vêm discutindo seu monofiletismo e suas relações com o gênero monoespecífico Hydrothrix (Ness et al. 2011Ness, R.W.; Graham, S.W. & Barrett, S.C.H. 2011. Reconcilling gene and genome duplication events: Using multiple nuclear gene families to infer the phylogeny of the aquatic plant family Pontederiaceae. Molecular Biology and Evolution 28: 3009-3018.). Tal relação leva alguns autores a considerá-los como um único gênero, porém essa ação dificulta o delineamento morfológico de Heteranthera. Hydrothrix gardneri é caracterizada por plantas submersas com folhas filiformes e sésseis, dispostas em uma filotaxia peculiar, onde em cada nó se desenvolve uma folha principal apresentando uma lígula/bainha que envolve um anel de outras folhas, cada qual com sua lígula/bainha (evidenciado em microscopia de luz e MEV por Rutishauser 1999Rutishauser, R. 1999. Polymerous leaf whorls in vascular plants: developmental morphology and fuzziness of organ indentities. International Journal of Plant Sciences 160: 81-103.). A inflorescência é biflora e o androceu está reduzido a um único estame, sendo esse conjunto de caracteres único entre as Pontederiaceae (Sousa et al. 2015Sousa, D.J.L.; Scatena, V.L.; Giulietti, A.M. & Oriani, A. 2015. Morphological and anatomical patterns in Pontederiaceae (Commelinales) and their evolutionary implications. Aquatic Botany 129: 19-30.). Desta forma, novos trabalhos incluindo dados morfológicos, anatômicos e moleculares estão sendo desenvolvidos na busca de resoluções coerentes e concretas para a relação entre os gêneros de Pontederiaceae (D.J.L. Sousa, comunicação pessoal). Para o Brasil, são citadas oito espécies de Heteranthera, ocorrendo principalmente no Nordeste do país (Sousa & Giulietti 2014Sousa, D.J.L. & Giulietti, A.M. 2014. Flora da Bahia: Pontederiaceae. Sitientibus Série Ciências Biológicas 14: 14-30.; BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.) e no Pantanal (Pott & Pott 2000Pott, V.J. & Pott, A. 2000. Plantas aquáticas do Pantanal. Embrapa, Brasília. 404p.; BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.). Na região Norte, são citadas quatro espécies: Heteranthera multiflora, H. reniformis, H. spicata e H. zosterifolia (Horn 1985Horn, C.N. 1985. A systematic revision of the genus Heteranthera (sensu lato; Pontederiaceae). University. Ph.D. dissertation. University of Alabama, Alabama. 260p.; BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.). Na Serra dos Carajás, foram encontradas as espécies: Heteranthera reniformis e H. oblongifolia, sendo esta a primeira citação desta última espécie para região Norte do país.

    Chave de identificação das espécies de Heteranthera das cagas da Serra dos Carajás
  • 1. Folhas oblongas a cordiformes; cimeiras 2-floras; flores com lobos do perigônio dispostos 3+3...........................................................................................................................1.1. Heteranthera oblongifolia

  • 1'. Folhas reniformes; cimeiras 4-6-floras; flores com lobos do perigônio dispostos 5+1...............................................................................................................................................1.2. Heteranthera reniformis

1.1. Heteranthera oblongifolia C. Mart. ex Roem. & Schult., Syst. Veg. 7(2): 1148. 1830.

Fig. 1g-l

Figura 1
a-f. Heteranthera reniformis - a. hábito; b. flor com um corte longitudinal no tubo floral; c. detalhe dos lobos; d. estame maior; e. estame menor; f. gineceu. g-l. Heteranthera oblongifolia - g. hábito; h. detalhe dos lobos; i. detalhe da disposição dos estames e do estigma; j. estame maior; k. estame menor, l. gineceu.
Figure 1
a-f. Heteranthera reniformis - a. habit; b. flower with a longitudinal section in the floral tube; c. detail of the perigone lobes; d. longest stamen; e. shortest stamen; f. gynoecium. g-l. Heteranthera oblongifolia - g. habit; h. detail of the perigone lobes; i. stamens and stigma arrangement detail; j. longest stamen; k. shortest stamen; l. gynoecium.

Erva emergente, decumbente, 15-17 cm alt. Folhas emersas, alternas dísticas, liguladas; pecíolo 13-16 × 0,3-0,4 cm, glabro; limbo oblongo a oval, 3-8 × 2,5-4 cm. Eixo reprodutivo 4-5 cm compr. Bráctea semelhante as folhas; pecíolo ca. 8,5 cm compr.; limbo oblongo a cordiforme, 6-6,8 × 3,5-4 cm. Cimeira 2-flora; pedúnculo 2-4 cm compr., glabro; bractéola largo oboval, cimbiforme, 1,5-2 cm compr., ápice obtuso a levemente retuso, mucronado, múcron ca. 0,5 mm compr.; raque 0,3-1,5 cm compr., glabra. Flores lilases, com tubo do perigônio 15-20 mm compr., verde, face externa pubérula em direção à porção apical; lobos externos dispostos em 3+3, o mediano anterior largo elíptico com mácula amarela na base, face abaxial dos lobos acompanhando o indumento do ápice do tubo; estames 3; 1 maior, filete 19-21 mm compr., pubérulo, tricomas curtos, célula apical globosa presente; antera elíptica a sagitada, basifixa, ca. 2 mm compr., amarela; 2 menores, filetes ca. 16-18 mm compr., glabros a pubérulos, tricomas curtos, célula apical globosa presente; anteras elípticas a sagitadas, basifixas a dorsifixas, ca. 1,8 mm compr., amarelas; ovário ca. 7-8 mm compr., glabro; estilete ca. 9 mm compr., pubérulo; estigma capitado. Cápsula ca. 13 mm compr., antocarpo castanho a enegrecido. Sementes oblongas, 0,5-0,8 mm compr., castanhas.

Material examinado: Canaã dos Carajás, pilha de estéril, S11D, 06°27'38,41"S, 50°14'41"N, 230 m, 09.XII.2012, fl. e fr., M.O. Pivari et al. 1670 (BHCB).

Heteranthera oblongifolia é facilmente caracterizada pelas suas inflorescências bifloras, suas bractéolas amplas quando comparadas com as demais espécies no gênero e os estames que apresentam filetes com tricomas curtos com uma célula apical globosa. Suas duas flores podem apresentar antese sincrônica ou não, neste último caso tendem a ser interpretadas como inflorescências unifloras.

Ocorre na região tropical das Américas (Horn 1985Horn, C.N. 1985. A systematic revision of the genus Heteranthera (sensu lato; Pontederiaceae). University. Ph.D. dissertation. University of Alabama, Alabama. 260p.). No Brasil, a espécie está bem representada na região Nordeste, ocorrendo principalmente em lagoas temporárias nas caatingas (BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.). Na Serra de Carajás ocorre na Serra Sul: S11D.

1.2. Heteranthera reniformis Ruiz & Pav., Fl. Peruv. 1: 43, pl. 71, f.a. 1798. Fig. 1a-f

Erva emergente, decumbente, 7-21 cm alt. Folhas emersas, alternas dísticas, liguladas; pecíolo 5-14 × 0,3-0,4 cm, glabro; limbo reniforme, 1-2,5 × 1-3 cm. Eixo reprodutivo 2-3 cm compr. Bráctea semelhante às folhas; pecíolo ca. 5-6 cm compr.; limbo reniforme, 1,5-3 × 2-4 cm. Cimeira 3-7- flora; pedúnculo 2-3 cm compr., glabro; bractéola estreito oboval, cimbiforme, 2-3 cm compr., ápice agudo, mucronado, múcron ca. 1,3 mm compr.; raque ca. 1,6 cm compr., pubérula. Flores alvas, tubo do perigônio 5-10 mm compr., verde, face externa pubérula; lobos externos dispostos em 5+1, o mediano anterior largo elíptico a oval com mácula amarelada na base, face abaxial dos lobos acompanhando o indumento do tubo; estames 3; 1 maior, filete 8-11 mm compr., com tricomas médios na porção mediana, célula apical globosa ausente; antera oblonga, basifixa, 1,8-2 mm compr., azulada; 2 menores, filetes 7-10 mm compr., vilosos, tricomas longos, célula apical globosa ausente; anteras oblongas, basifixas, ca. 0,8-1 mm compr., amarelas; ovário 3-5 mm compr., glabro; estilete 5-6 mm compr., pubérulo em direção à porção apical; estigma trilobado. Cápsula não vista. Sementes não vistas.

Material examinado: Canaã dos Carajás, Racha placa, ADA Usina S11, 06°27'54"S, 50°14'46"N, 275 m, 28.I.2012, fl., A.J. Arruda et al. 507 (BHCB); Pilha Estéril, S11D, 06°27'11.58"S, 50°20'11"N, 330 m, 10.XII.2012, fl., M.O. Pivari et al. 1682 (BHCB).

Heteranthera reniformis faz parte de um complexo de espécies formado por ela e mais H. multiflora e H. peduncularis. As espécies são diferenciadas pelo comprimento da raque das inflorescências e características do indumento dos filetes (Horn 1985Horn, C.N. 1985. A systematic revision of the genus Heteranthera (sensu lato; Pontederiaceae). University. Ph.D. dissertation. University of Alabama, Alabama. 260p.). A análise de materiais depositados nas principais coleções botânicas vem demonstrando que H. reniformis apresenta suas inflorescências com raque curta, não ultrapassando o ápice da bractéola, e filete do estame maior com tricomas médios na região mediana; enquanto que as outras duas espécies apresentam inflorescências compridas e filetes com tricomas longos na porção basal do mesmo.

A espécie está bem representada nas Américas, ocorrendo desde os Estados Unidos até a Argentina (Horn 1985Horn, C.N. 1985. A systematic revision of the genus Heteranthera (sensu lato; Pontederiaceae). University. Ph.D. dissertation. University of Alabama, Alabama. 260p.). No Brasil, H. reniformis é citada para as cinco regiões brasileiras (BFG 2015BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.). Na Serra de Carajás ocorre na Serra Sul: S11D.

Agradecimentos

Os autores agradecem aos curadores dos herbários BHCB e MG, o acesso aos materiais. A Carla Teixeira de Lima, as ilustrações. A CAPES, a bolsa de Doutorado concedida ao primeiro autor. Ao CNPq, a bolsa Sênior a AMG. Ao projeto objeto do convênio MPEG/ITV/FADESP (01205.000250/2014-10) e ao projeto aprovado pelo CNPq (processo 455505/2014-4), o financiamento.

Referências

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  • BFG. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.
  • Castellanos, A. 1959. Las Pontederiaceae del Brasil. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 16: 147-236.
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  • Jesson, L.K.; Kang, J.; Wagner, S.L.; Barrett, S.C.H. & Dengler, N.G. 2003.The development of enantiostyly. American Journal of Botany 9: 183-195.
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  • Sousa, D.J.L. & Giulietti, A.M. 2014. Flora da Bahia: Pontederiaceae. Sitientibus Série Ciências Biológicas 14: 14-30.
  • Sousa, D.J.L.; Scatena, V.L.; Giulietti, A.M. & Oriani, A. 2015. Morphological and anatomical patterns in Pontederiaceae (Commelinales) and their evolutionary implications. Aquatic Botany 129: 19-30.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2016

Histórico

  • Recebido
    28 Jun 2016
  • Aceito
    25 Ago 2016
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