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Peperomia (Piperaceae) no Parque Estadual de Vila Velha, Paraná

Peperomia (Piperaceae) in the Parque Estadual de Vila Velha, Paraná.

Resumo

Peperomia é um gênero pantropical e está representado no Brasil por 171 espécies que ocorrem nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Um estudo taxonômico para o gênero no Parque Estadual de Vila Velha foi realizado através de expedições de campo, visita a herbários e literatura especializada. Um total de 16 espécies foram confirmadas na área de estudo. As espécies Peperomia crinicaulis, P. hilariana, P. subrubrispica e P. velloziana são endêmicas do Brasil. Seis espécies apresentadas são novas ocorrências para essa Unidade de Conservação. Esse estudo apresenta chave de identificação, descrições, comentários e ilustrações das espécies de Peperomia com ocorrência na área de estudo.

Palavras-chave:
conservação; endemismo; epífita; Escarpa Devoniana; Mata Atlântica

Abstract

Peperomia is a pantropical genus and is represented in Brazil by 171 species that occur in the phytogeographical domains of the Amazon, Caatinga, Cerrado and Atlantic Forest. A taxonomic study for the genus in the Parque Estadual de Vila Velha was carried out through field trips, visits to herbaria and specialized literature. A total of 16 species were confirmed in the study area. The species Peperomia crinicaulis, P. hilariana, P. subrubrispica and P. velloziana are endemic to Brazil. Six species presented are new occurrences for this Conservation Unit. This study presents key identification, descriptions, comments and illustrations of the species of Peperomia occurring in the study area.

Key words:
conservation; endemism; epiphyte; Escarpa Devoniana; Atlantic Forest

Introdução

Piperaceae é uma família pantropical que apresenta 3615 espécies (APG IV 2016APG IV - The Angiosperm Phylogeny Group (2016)An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.) distribuída em cinco gêneros. Piper L. é o gênero com o maior número de espécies (2000 espécies), seguido por Peperomia Ruiz & Pav., com 1500 a 1700 espécies (Samain et al. 2007Samain M, Mathieu G, Vanderschaeve L, Wanke S, Neihuis C & Goetghebeur P (2007) Nomenclature and typification of subdivisional names in the genus Peperomia (Piperaceae). Taxon 56: 229-236.), Manekia Trel., Verhuellia Miq. e Zippelia Blume com seis, três e cerca de quatro espécies respectivamente (Samain et al. 2008Samain MS, Mathieu G, Wanke S, Neinhuis C & Goetghebeur P (2008) Verhuellia revisited - unravelling its intricate taxonomic history and a new subfamilial classification of Piperaceae. International Association for Plant Taxonomy 57: 583-587.; Schubert et al. 2012Schubert HK, Taylor MS, Smith JF & Bornstein AJ (2012) A systematic revision of the genus Manekia (Piperaceae). Systematic Botany 37: 587-598.). Algumas Piperaceae são usadas na medicina popular, como por exemplo, pariparoba (Piper umbellatum L.) e falso-jaborandi (Piper spp.), enquanto outras são usadas na culinária, como a especiaria pimenta-do-reino (Piper nigrum L.) e folhas de erva-de-jaboti (Peperomia pellucida (L.) Kunth). Além disso, diversas espécies de Peperomia apresentam potencial ornamental (Judd et al. 2009Judd WS, Campbell CS, Kellogg EA, Stevens PF & Donoghue MJ (2009) Sistemática Vegetal: um enfoque filogenético. 3ªed. Artmed, Porto Alegre. 632p.; Souza & Lorenzi 2012Souza VC & Lorenzi H (2012) Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3ªed. Instituto Plantarum, Nova Odessa. 768p.).

Peperomia apresenta distribuição pantropical, sendo que 90% das espécies ocorrem no Neotrópico (Mathieu et al. 2015Mathieu G, Vergara-Rodríguez D, Krömer T & Karger DN (2015) Peperomia (Piperaceae) novelties from Veracruz State, Mexico. Phytotaxa 205: 268-276.). O gênero encontra-se na posição 19 da lista dos maiores em número de espécies (Frodin 2004Frodin DG (2004) History and concepts of big plant genera. Taxon 53: 753-776.), com a maior diversidade verificada no interior de florestas tropicais, e ocorrência expressiva no hábito epifítico (Wanke et al. 2006Wanke S, Samain M, Vanderschaeve L, Mathieu G, Goetghbeur P & Neihuis C (2006) Phylogeny of the genus Peperomia (Piperaceae) inferred from the trnK/matK region (cpDNA). Plant Biology 8: 93-102.). As espécies são ervas geralmente suculentas, suas flores protegidas por uma bractéola apresentam um pistilo uni-estigmado junto com dois estames laterais, e o fruto é do tipo drupa (Yuncker 1974Yuncker TG (1974) The Piperaceae of Brazil III: Peperomia; taxa of uncertain status. Hoehnea 4: 71-413.). A polinização das espécies de Peperomia geralmente é realizada através da síndrome anemófila ou por autopolinização espontânea, ocorrendo também reprodução assexuada (fragmentação do caule e formação de raízes nos nós caulinares) e síndrome entomófila (Figueiredo & Sazima 2008Figueiredo RA & Sazima M (2008) Phenology and pollination biology of eight Peperomia species (Piperaceae) in Semideciduous Forests in Southeastern Brazil. Pant Biology 9: 136-141.).

No Brasil, ocupa a 22ª posição em riqueza de espécies, onde 106 das 171 espécies são endêmicas (BFG 2018). Distribuem-se nos domínios fitogeográficos da Amazônia (57 espécies), Caatinga (11), Cerrado (35) e Mata Atlântica (130) (BFG 2018BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: Innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.).

Estudos taxonômicos em Peperomia no Paraná e em suas Unidades de Conservação (UCs) são restritos a listagens de espécies, principalmente sobre epífitas (Borgo et al. 2002Borgo M, Silva SM & Petean MP (2002) Epífitos vasculares em um remanescente de floresta estacional semidecidual, município de Fênix, PR, Brasil. Acta Biologica Leopoldensia 24: 121-130.; Cervi & Borgo 2007Cervi AC, Linsingen L, Hatschbach G & Ribas OS (2007) A vegetação do Parque Estadual de Vila Velha, município de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Boletim do Museu Botânico Municipal 69: 1-52.; Cervi et al. 2007; Kersten et al. 2009Kersten RA, Kuniyoshi YS & Roderjan CV (2009) Epífitas vasculares em duas formações ribeirinhas adjacentes na bacia do rio Iguaçu - terceiro planalto paranaense. Iheringia, Série Botânica 64: 33-43.; Bianchi et al. 2012Bianchi JS, Bento CM & Kersten RA (2012) Epífitas vasculares de uma área de ecótono entre as florestas Ombrófila Densa e Mista, no Parque Estadual do Marumbi, PR. Estudos de Biologia 34: 37-44.). Estes estudos, provavelmente por serem mais amplos, apontam um número subestimado de Peperomia: quatro espécies levantadas para o Parque Estadual de Vila Rica do Espírito Santo (Borgo et al. 2002Borgo M, Silva SM & Petean MP (2002) Epífitos vasculares em um remanescente de floresta estacional semidecidual, município de Fênix, PR, Brasil. Acta Biologica Leopoldensia 24: 121-130.), oito para o Parque Nacional do Iguaçu (Cervi & Borgo 2007Cervi AC & Borgo M (2007) Epífitos vasculares no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (Brasil). Levantamento preliminar. Fontqueria 55: 415-422.). Nos levantamentos florísticos realizados para o Parque Estadual do Marumbi e nas margens do rio São Jerônimo, foram catalogadas três espécies (Kersten et al. 2009Kersten RA, Kuniyoshi YS & Roderjan CV (2009) Epífitas vasculares em duas formações ribeirinhas adjacentes na bacia do rio Iguaçu - terceiro planalto paranaense. Iheringia, Série Botânica 64: 33-43.; Bianchi et al. 2012Bianchi JS, Bento CM & Kersten RA (2012) Epífitas vasculares de uma área de ecótono entre as florestas Ombrófila Densa e Mista, no Parque Estadual do Marumbi, PR. Estudos de Biologia 34: 37-44.).

Contrapondo outros estados brasileiros que já possuem estudos em algumas de suas áreas preservadas, como a flora da Serra da Mantiqueira (Monteiro 2013Monteiro D (2013) Piperaceae em um fragmento de floresta atlântica da Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 64: 379-398.), da Serra do Cipó (Carvalho-Silva et al. 2013Carvalho-Silva M, Guimarães EF & Medeiros EVS (2013) Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Piperaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 31: 27-40. ) e da Serra da Canastra (Carvalho-Silva & Guimarães 2009Carvalho-Silva M & Guimarães EF (2009) Piperaceae do Parque Nacional da Serra da Canastra, Minas Gerais, Brasil. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 27: 235-245. ), até o momento, nenhum estudo taxonômico específico para Peperomia foi realizado no Paraná.

Dentre as Unidades de Conservação do Paraná, o Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) é a mais visitada por turistas, devido às formações geológicas singulares reconhecidas internacionalmente (Melo & Coimbra 1996Melo MS & Coimbra AM (1999) Ruiniform relief in sandstones: the example of Vila Velha, Carboniferous of the Parana Basin, Southern Brazil. Acta Geologica Hispanica 31: 25-40.). Levantamentos florísticos realizados no PEVV apontaram 11 espécies de Peperomia (Cervi et al. 2007Cervi AC, Linsingen L, Hatschbach G & Ribas OS (2007) A vegetação do Parque Estadual de Vila Velha, município de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Boletim do Museu Botânico Municipal 69: 1-52.), mas novas coletas e análise de amostras em coleção de herbários se fazem necessárias para esclarecer o real número de espécies desse gênero na área de estudo.

Este trabalho apresenta o estudo taxonômico das espécies de Peperomia para o Parque Estadual de Vila Velha, contribuindo com o conhecimento florístico dessa UC e deste gênero no estado do Paraná. São apresentadas chave de identificação, descrições morfológicas, ilustrações e comentários taxonômicos e ecológicos para cada uma das espécies do gênero.

Material e Métodos

O Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) foi criado em 1953 e tombado pelo Estado em 1966 (IAP 2004IAP - Instituto Ambiental do Paraná (2004) Plano de Manejo do Parque Estadual de Vila Velha. Curitiba. Disponível em <https://goo.gl/oQyd3D>. Acesso em 23 março 2018.
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). Essa denominação deve-se às formações únicas, que se assemelham a uma ‘vila antiga de pedras’ (IAP 2004IAP - Instituto Ambiental do Paraná (2004) Plano de Manejo do Parque Estadual de Vila Velha. Curitiba. Disponível em <https://goo.gl/oQyd3D>. Acesso em 23 março 2018.
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). O PEVV encontra-se localizado entre as coordenadas 25º12’34”/25º15’35”S e 49º58’04”/50º03’37”W, no segundo planalto paranaense, na borda centro-leste da Bacia do Paraná, Escarpa Devoniana, município de Ponta Grossa, com área de 3.122,11 ha e com altitude máxima de 1.068m na localidade denominada de Fortaleza (Fig. 1).

Figure 1
Map of the Parque Estadual de Vila Velha (PEVV), study area.

O PEVV é composto principalmente por formações de Floresta Ombrófila Mista Aluvial e Montana e Transição Estepe strictu sensu Savana, entremeados por fragmentos de Estepe higrófila, de Formações Pioneiras de Influência Fluvial e de Refúgios Vegetacionais Rupestres (IAP 2004IAP - Instituto Ambiental do Paraná (2004) Plano de Manejo do Parque Estadual de Vila Velha. Curitiba. Disponível em <https://goo.gl/oQyd3D>. Acesso em 23 março 2018.
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; Cervi et al. 2007Cervi AC, Linsingen L, Hatschbach G & Ribas OS (2007) A vegetação do Parque Estadual de Vila Velha, município de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Boletim do Museu Botânico Municipal 69: 1-52.). Os solos são classificados em neossolos, cambissolos, gleissolos, latossolos, organossolos e afloramentos rochosos. De acordo com a classificação climática de Köeppen, a região apresenta um tipo climático Cfb, com temperatura média do mês mais frio inferior a 18 graus e do mês mais quente inferior a 22 graus, sem estação seca definida. A precipitação anual média é de 1554 mm, com os verões mais chuvosos e invernos mais secos (IAP 2004IAP - Instituto Ambiental do Paraná (2004) Plano de Manejo do Parque Estadual de Vila Velha. Curitiba. Disponível em <https://goo.gl/oQyd3D>. Acesso em 23 março 2018.
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; Maack 2012Maack R (2012) Geografia física do Estado do Paraná. 4ªed. UEPG, Ponta Grossa. 526p.).

Materiais de Peperomia previamente coletados no PEVV foram analisados nos herbários ALBC, BHCB, CESJ, ESA, HCF, HUCP, MBM, MO, NY, RB, SP, UB, UEC e UPCB (HCF, HUCP, MBM, RB, UB e UPCB consultados presencialmente) (Thiers, continuously updated). Expedições à campo foram realizadas na área de estudo entre fevereiro de 2017 e fevereiro de 2018. O material coletado foi herborizado utilizando a metodologia descrita por Bridson & Forman (1998)Bridson D & Forman L (1998) The herbarium handbook. 3ªed. Royal Botanic Gardens, Kew. 334p. com depósito das exsicatas no herbário UNOP, e duplicatas enviadas para os herbários CEN, RB, SP, UB e UPCB (Thiers, continuously updated).

O material analisado foi confirmado com base nas descrições originais e em seus Tipos nomenclaturais disponíveis no Repertório Taxonômico do gênero Peperomia (Mathieu 2001Mathieu G (2001) Taxon omic repertory of the genus Peperomia. Disponível em <https://goo.gl/6yEUt2>. Acesso em 23 março 2018.
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) e a grafia dos nomes dos autores conferidas no The International Plant Names Index (IPNI 2018IPNI - The International Plant Names Index. 2018. Disponível em <https://goo.gl/9JLsBP>. Acesso em 23 março 2018.
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). Chave de identificação, ilustrações e descrições taxonômicas foram elaboradas através da análise morfológica do material examinado. A terminologia morfológica segue Radford et al. (1974)Radford AE, Dickison WC, Massey JR & Bell CR (1974)Vascular plant systematics. Harper and Row, New York. 891p. para estruturas excluindo os frutos, que foram analisados de acordo com Frenzke et al. (2015)Frenzke L, Scheiris E, Pino G, Symmank L, Goetghebeur P, Neinhuis C, Wanke S & Samain MS (2015) A revised infrageneric classification of the genus Peperomia Ruiz & Pav. (Piperaceae). Taxon 64: 424-444..

Para cada espécie encontrada na área de estudo, as quais são aqui apresentadas em ordem alfabética, foram elaborados comentários sobre sua distribuição geográfica (Flora do Brasil 2020BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: Innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527.; Tropicos 2018Tropicos (2018) Disponível em <https://goo.gl/WT2Ai>. Acesso em 23 março 2018.
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), aspectos ecológicos e taxonômicos.

Resultados e Discussão

Peperomia está representada no Parque Estadual de Vila Velha por 16 espécies. Seis táxons apresentam forma de vida epifítica, três são terrícolas e um é saxícola, além de duas espécies encontradas como epífitas e saxícolas, uma como epífita e terrícola e três como epífitas, saxícolas e terrícolas. Das 16 espécies de Peperomia, seis são novos registros para a área de estudo e quatro são endêmicas do Brasil. Observou-se ocorrência de espécies do gênero nas formações de Floresta Ombrófila Mista Aluvial e Montana e nos Refúgios Vegetacionais Rupestres, e ausência nas áreas de Transição Estepe strictu sensu Savana e Estepe Higrófila (Tab.1).

Tabela 1
Formas de vida e ocorrência das espécies de Peperomia no Parque Estadual de Vila Velha, Paraná. E = epífita; S = saxícola; T = terrícola; FA = Floresta Ombrófila Mista Aluvial; FM = Floresta Ombrófila Mista Montana; R = Refúgios Vegetacionais Rupestres.
Table 1
Life form and ocuurences of species of Peperomia in the Parque Estadual de Vila Velha, Paraná. E = epiphyte; S = saxicolous; T = terrestrial; FA = Mixed Ombrophylous Forest Alluvial; FM = Mixed Ombrophylous Forest Montana; R = Rupestrian Vegetation Refuges.

Tratamento Taxonômico

Peperomia Ruiz & Pav., Fl. Peruv. Prodr. 8. 1794.

Ervas epífitas, saxícolas ou terrícolas, eretas a prostradas. Caule geralmente suculento, estolonífero e radicante ou não, glabro a pubescente. Folhas alternas, opostas ou verticiladas, pecíolo canaliculado ou não, glabro a pubescente; lâmina coriácea, membranácea ou suculenta, com glândulas presentes ou ausentes, margem ciliada ou não, glabra a pubescente, padrão de nervação do tipo acródromo ou eucamptódromo, nervuras conspícuas ou inconspícuas. Inflorescência do tipo espiga, axilar, oposta à folha ou terminal, simples ou composta, pedúnculo glabro a pubescente, bráctea às vezes presente; flores densamente ou frouxamente dispostas ao longo da raque, raque geralmente glabra. Flores aclamídeas, pistilo 1-estigmado, 2 estames laterais, protegidas por uma bractéola. Fruto pedicelado ou não, do tipo drupa, cilíndrica, elíptica, globosa ou ovoide, ápice mamiforme ou rostrado, com pseudocúpula basal ou não.

    Chave de identificação das espécies de Peperomia no Parque Estadual de Vila Velha, Paraná
  • 1. Erva com folhas alternas

    • 2. Lâmina foliar com base aguda

      • 3. Erva com até 11 cm de altura; caule não alado; lâmina foliar elíptica a obovada, ápice emarginado 9. Peperomia martiana

      • 3’. Erva com 20 cm ou mais de altura; caule alado; lâmina foliar lanceolada, ápice agudo 16. Peperomia velloziana

    • 2’. Lâmina foliar com base arredondada, cordada, obtusa, subcordada e/ou truncada

      • 4. Lâmina foliar com margem totalmente glabra; fruto pedicelado, drupa elíptica 8. Peperomia hispidula

      • 4’. Lâmina foliar com margem ciliada, mesmo que somente no terço apical; fruto não pedicelado, drupa cilíndrica, globosa ou ovoide

        • 5. Lâmina foliar com base cordada, subcordada ou truncada; espiga oposta à folha; bráctea peduncular presente; drupa com ápice rostrado 15. Peperomia urocarpa

        • 5’. Lâmina foliar com base arredondada ou obtusa; espiga axilar e/ou terminal; bráctea peduncular ausente; drupa com ápice mamiforme

          • 6. Lâmina foliar suculenta com até 1,6 cm de comprimento; flores densamente dispostas ao longo da raque; drupa ovoide com pseudocúpula basal 3. Peperomia corcovadensis

          • 6’. Lâmina foliar membranácea com 1,7 cm ou mais de comprimento; flores frouxamente dispostas ao longo da raque; drupa globosa sem pseudocúpula basal

            • 7. Erva epífita; caule não alado; pecíolo glabro; pedúnculo glabro 6. Peperomia diaphanoides

            • 7’. Erva terrícola; caule alado; pecíolo pubescente a glabrescente; pedúnculo glabrescente 7. Peperomia hilariana

  • 1’. Erva com folhas opostas e/ou verticiladas

    • 8. Folhas opostas, excluindo o ápice dos ramos

      • 9. Erva terrícola; lâmina foliar com 1 cm ou mais de comprimento, base aguda ou obtusa; drupa globosa sem pseudocúpula basal 1. Peperomia blanda

      • 9’. Erva epífita ou saxícola; lâmina foliar com até 0,8 cm de comprimento, base arredondada; drupa ovoide com pseudocúpula basal

        • 10. Erva epífita, reptante; caule, pecíolo e pedúnculo glabros; lâmina foliar glabra em ambas as faces 5. Peperomia delicatula

        • 10’. Erva saxícola, ereta; caule, pecíolo e pedúnculo pubescentes; lâmina foliar pubescente em ambas as faces 12. Peperomia subrubrispica

    • 8’. Folhas verticiladas, excluindo o ápice dos ramos

      • 11. Erva com até 3 folhas por verticilo

        • 12. Erva ereta; caule e pecíolo hirtos; lâmina foliar elíptica ou obovada, hirta em ambas as faces; pedúnculo com tricomas mais longos que os do caule 2. Peperomia catharinae

        • 12’. Erva decumbente e pendente; caule e pecíolo pubescentes; lâmina foliar orbicular a ovada, pubescente em ambas as faces; pedúnculo com tricomas do mesmo tamanho que os do caule 4. Peperomia crinicaulis

      • 11’. Erva com 4 folhas ou mais por verticilo

        • 13. Caule e pedúnculo glabros; pecíolo glabro; lâmina foliar glabra em ambas as faces

          • 14. Caule rubrescente; lâmina foliar com 2,3 × 1,5 cm ou mais 10. Peperomia pereskiifolia

          • 14’. Caule esverdeado; lâmina foliar com até 1,8 × 0,9 cm 14. Peperomia trineuroides

        • 13’. Caule e pedúnculo hirtos; pecíolo hirto a pubescente; lâmina foliar hirta em ambas as faces

    • 15. Erva reptante e decumbente; 5 folhas ou mais por verticilo; pedúnculo com 2,3 cm ou mais de comprimento; espiga com raque glabra; drupa ovoide 11. Peperomia psilostachya

    • 15’. Erva ereta; 4 folhas por verticilo pedúnculo com até 1,8 cm de comprimento; espiga com raque pubescente; drupa elíptica 13. Peperomia tetraphylla

1. Peperomia blanda (Jacq.) Kunth, Nov. Gen. Sp. 1: 67. 1816.Fig. 2a-e

Figura 2
a-e. Peperomia blanda - a. hábito; b. caule pubescente com pecíolos opostos; c. lâmina foliar obovada pubescente; d. espiga com flores frouxamente dispostas; e. drupa globosa. f-i. Peperomia catharinae - f. hábito; g. caule com tricomas hirtos; h. pedúnculo com tricomas mais longos que os do caule; i. drupa elíptica com pseudocúpula basal. j-l. Peperomia corcovadensis - j. caule glabro com pecíolo alterno; k. lâmina foliar ovada glabra com ápice retuso; l. espiga com flores densamente dispostas. m-n. Peperomia crinicaulis - m. lâmina foliar orbicular pubescente; n. drupa globosa com pseudocúpula basal. o-p. Peperomia delicatula - o. lâmina foliar orbicular glabra com margem pilosa; p. drupa pedicelada, ovoide com pseudocúpula basal. (pb = pseudocúpula basal; pe = pedicelo).
Figure 2
a-e. Peperomia blanda - a. habit; b. pubescent stem with opposite petioles; c. pubescent obovate leaf blade; d. spike with loosely arranged flowers; e. globular drupe. f-i. Peperomia catharinae - f. habit; g. stem with stiff trichomes; h. peduncle with trichomes longer than those of the stem; i. elliptical drupe with basal pseudocouple. j-l. Peperomia corcovadensis - j. glabrous stem with alternate petiole; h. leaf blade ovate glabrous with retuse apex; l. spike with densely arranged flowers. m-n. Peperomia crinicaulis - m. pubescent orbicular leaf blade; n. globular drupe with basal pseudocouple. o-p. Peperomia delicatula - o. glabrous orbicular leaf blade with hairy margin; p. pedicellate fruit, ovoid drupe with basal pseudocouple. (pb = basal pseudocouple; pe = pedicel).

Erva terrícola, ereta, 15-40 cm de altura. Caule rubrescente, entrenós 0,7-4,2 cm compr., não estolonífero, não radicante, não alado, pubescente a tomentoso. Folha oposta, 3-verticilada no ápice, pecíolo, 0,3-1,1 cm compr., canaliculado, pubescente; lâmina 1-4,5 × 0,8-2,6 cm, lanceolada a obovada, base aguda a obtusa, ápice arredondado a obtuso, membranácea a levemente suculenta, verde ou verde com nervuras verde acinzentadas na face adaxial, verde ou rubrescente na face abaxial, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada, pubescente a tomentosa em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 3,9-14,2 cm compr., axilar e/ou terminal, simples ou composta; pedúnculo, 0,4-2,1 cm compr., pubescente, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores frouxamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa globosa, ápice mamiforme, sem pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 12.V.1963, fr., G. Hatschbach 10076 (MBM, NY); 31.V.1989, fr., A.C. Cervi et al. 2694 (MBM); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fr., T. Machado-Silva 165 (RB, UNOP, UPCB); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fr., T. Machado-Silva 167 (CEN, SP, UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fr., T. Machado-Silva 176 (UNOP); mata do Cânion Escondido, 11.V.2018, fr., T. Machado-Silva 317 (UNOP).

Peperomia blanda possui distribuição pantropical e no Brasil ocorre nos estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, além do Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Roraima, nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como terrícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar tricomas pubescentes por toda sua superfície, além de folhas opostas na base e uma unidade de folhas 3-verticiladas no ápice de cada ramo e espigas compostas.

2. Peperomia catharinae Miq., Syst. Piperac. 127. 1843.Fig. 2f-i

Erva epífita, ereta, 4,5-10 cm de altura. Caule esverdeado, entrenós 0,2-3,1 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, hirto. Folha 3-verticilada, pecíolo 0,1-0,3 cm compr., canaliculado, hirto; lâmina 0,4-1,1 × 0,2-0,7 cm, elíptica a obovada, base aguda a obtusa, ápice arredondado a obtuso, suculenta, verde, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada, hirta em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, inconspícuas. Espiga 0,9-3,2 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 0,6-2,3 cm compr., hirto a pubescente, tricomas maiores que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa elíptica, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 26.VI.1999, fl. e fr., M. Borgo 405 (UPCB); 7.XII.2000, fr., S. Dala-Rosa 152 (UPCB); capão da Fortaleza, 10.II.2001, fl., S. Dala-Rosa 141 (UPCB); em volta da Lagoa Dourada, 19.XI.2013, fl. e fr., M. Monge 2419 (UEC); trilha da Lagoa Dourada, 25.II.2017, fr., T. Machado-Silva 148 (UNOP); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 153 (UNOP); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 157 (UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 169 (UNOP, UPCB); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl. e fr., T. Machado-Silva 278 (UNOP); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl., T. Machado-Silva 283 (UNOP); capão de floresta, rio 1, 10.V.2018, fl., T. Machado-Silva 289 (UNOP); capão de floresta, 10.V.2018, fl., T. Machado-Silva 296 (UNOP); mata da Fortaleza, 10.V.2018, fl., T. Machado-Silva 198 (UNOP); mata da Lagoa Escondida, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 200 (UNOP); mata do norte do PEVV, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 208 (UNOP); mata do Cânion Escondido, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 213 (UNOP).

Peperomia catharinae possui distribuição neotropical e no Brasil ocorre nos estados das regiões Sudeste e Sul, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Aluvial e Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como epífita. Esta espécie caracteriza-se por apresentar folhas 3-verticiladas e pedúnculo com tricomas mais longos que os do caule. Assemelha-se com Peperomia tetraphylla, mas difere por esta possuir folhas 4-verticiladas e pedúnculo com tricomas do mesmo tamanho que os do caule.

3. Peperomia corcovadensis Gardn., Hooker’s J. Bot. Kew Gard. Misc. 1: 187. 1842.Fig. 2j-l

Erva epífita, saxícola ou terrícola, assurgente e prostrada. Caule esverdeado, entrenós 0,2-2,1 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, hirto. Folha alterna, pecíolo 0,1-0,6 cm compr., canaliculado, hirto; lâmina 0,5-1,6 × 0,4-1 cm, elíptica a orbicular, base obtusa, ápice arredondado a retuso, suculenta, verde, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada, glabra a hirta em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 2,8-4,2 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 0,6-1,6 cm compr., hirto, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa ovoide, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 28.VIII.1939, fl., M. Kuhlmann (NY 558965, NY 885112); 5.IX.1966, fl., G. Hatschbach 14662 (UPCB); 18.XII.1971, fr., P.L. Krieger 11249 (BHCB, MBM, RB); 21.X.1989, fr., A.C. Cervi et al.2901 (MBM); 23.IX.1998, fl., A.L.S. Gatti et al. 183 (MBM, UPCB); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 151 (UB, UNOP); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl., T. Machado-Silva 164 (UNOP); mata do Cânion Escondido, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 307 (UNOP); mata da Lagoa Escondida, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 321 (UNOP).

Peperomia corcovadensis possui distribuição neotropical e no Brasil ocorre nos estados das regiões Sudeste e Sul, além da Bahia, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como epífita, saxícola e terrícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar caule prostrado, lâmina foliar com ápice geralmente retuso, e drupas com pseudocúpula basal. Assemelha-se com Peperomia martiana, mas difere por esta possuir lâmina foliar obovada com ápice emarginado e fruto sem pseudocúpula basal.

4. Peperomia crinicaulis C.DC., Annuaire Conserv. Jard. Bot. Genève 2: 286. 1898.

Fig. 2m-n

Erva saxícola, decumbente e pendente. Caule esverdeado, entrenós 0,6-1,9 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, pubescente. Folha 3-verticilada, pecíolo 0,1-0,2 cm compr., canaliculado, pubescente; lâmina 0,4-1,1 × 0,3-1 cm, orbicular a ovada, base arredondada a truncada, ápice arredondado a obtuso, membranácea, verde, glândulas ausentes, não peltada, margem ciliada, pubescente a tomentosa em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, inconspícuas. Espiga 2,2-3 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 1,2-1,7 cm compr., pubescente, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa globosa, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 8.IX.2000, fr., S. Dala-Rosa 121 (UPCB); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 173 (CEN, RB, UB, UNOP, UPCB); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl., T. Machado-Silva 281 (UNOP); mata da Fortaleza, 10.V.2018, fl., T. Machado-Silva 300 (UNOP).

Peperomia crinicaulis é uma espécie endêmica do Brasil, encontrada nos estados da região Sudeste, além da Bahia e Paraná, nos domínios fitogeográficos do Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Refúgios Vegetacionais Rupestres, como saxícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar ramos pendentes, caule pubescente a tomentoso e folhas 3-verticiladas. Esse é o primeiro registro de Peperomia crinicaulis para essa Unidade de Conservação.

5. Peperomia delicatula Hensch., Nova Acta Regiae Soc. Sci. Upsal. III 8: 22. 1873.Fig. 2o-p

Erva epífita, reptante. Caule esverdeado, entrenós 0,5-1,2 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, glabro. Folha oposta, geralmente 4-verticilada no ápice, pecíolo 0,1-0,2 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 0,1-0,5 × 0,1-0,4 cm, orbicular a ovada, base arredondada, ápice arredondado, membranácea, verde, glândulas ausentes, não peltada, margem ciliada, glabra em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, inconspícuas. Espiga 1,4-2,4 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 0,3-0,5 cm compr., glabro, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores frouxamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto pedicelado; drupa ovoide, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 18.X.1961, est., E. Pereira et al. 6152 (NY); Lagoa Dourada, 5.XI.1964, fr., L.T. Dombrowski et al. 848 (RB); 5.IX.1966, fl., G. Hatschbach et al. 14660 (MBM); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, est., T. Machado-Silva 144 (UNOP); trilha da Lagoa Dourada, 25.II.2017, fr., T. Machado-Silva 146 (UNOP, UPCB); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl., T. Machado-Silva 160 (UNOP); capão de floresta, 10.V.2018, est., T. Machado-Silva 293 (UNOP); mata do Cânion Escondido, 11.V.2018, est., T. Machado-Silva 318 (UNOP).

Peperomia delicatula possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados da região Sul, além do Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rondônia e São Paulo, nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Aluvial e Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como epífita. Esta espécie caracteriza-se por apresentar ramos reptantes e folhas opostas com lâmina orbicular a ovada verde, e geralmente com uma unidade 4-verticilada no ápice de cada ramo.

6. Peperomia diaphanoides Dahlst., Kongl. Svenska Vetensk. Acad. Handl. 33: 112. 1900.

Fig. 3a-d

Figura 3
a-d. Peperomia diaphanoides - a. hábito; b. lâmina foliar ovada com nervura discolor e margem ciliada no terço apical; c. espiga com frutos frouxamente dispostos; d. drupa globosa. e-g. Peperomia hilariana - e. caule alado e pubescente; f. lâmina foliar ovada com margem ciliada desde a base; g. drupa globosa. h-i. Peperomia hispidula - h. lâmina foliar orbicular com tricomas híspidos; i. drupa pedicelada, elíptica híspida. j-m. Peperomia martiana - j. caule glabro; k. lâmina foliar obovada glabra com ápice emarginado; l. espiga com frutos densamente dispostos; m. drupa ovoide. n-p. Peperomia pereskiifolia - n. hábito; o. lâmina foliar obovada glabra; p. drupa ovoide com pseudocúpula basal. (pb = pseudocúpula basal; pe = pedicelo).
Figure 3
a-d. Peperomia diaphanoides - a. habit; b. leaf blade ovate with discolor vein and margin ciliated in the apical third; c. spike with loosely arranged fruits; d. globular drupe. e-g. Peperomia hilariana - e. winged and pubescente stem; f. leaf blade ovate with ciliated margin from the base;; g. globular drupe. h-i. Peperomia hispidula - h. orbicular leaf blade with hispid trichomes; i. pedicellate, elliptical hispid drupe. j-m. Peperomia martiana - j. glabrous stem; k. obovate leaf blade glabrous with emarginated apex; l. spike with densely arranged fruit; m. ovoid drupe. n-p. Peperomia pereskiifolia - n. habit; o. leaf blade obovate glabrous; p. ovoid drupe with basal pseudocouple. (pb = basal pseudocouple; pe = pedicel).

Erva epífita, assurgente a ereta, 10-20 cm de altura. Caule esverdeado, entrenós 0,4-1,6 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, glabro a glabrescente. Folha alterna, pecíolo 0,6-0,9 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 2,3-4,2 × 1-1,8 cm, elíptica a ovada, base arredondada a obtusa, ápice agudo a obtuso, membranácea, verde com nervuras prateadas na face adaxial, verde na face abaxial, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada no terço apical, glabra em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 2,5-5,5 cm compr., axilar e/ou terminal, simples ou composta, pedúnculo 1-1,2 cm compr., glabro, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores frouxamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Furto não pedicelado; drupa globosa, ápice mamiforme, sem pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 152 (RB, UNOP, UPCB).

Peperomia diaphanoides possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana, como epífita. Esta espécie caracteriza-se por apresentar lâmina foliar com margem ciliada no terço apical e nervuras impressas e prateadas. Assemelha-se com Peperomia hilariana, mas difere por esta possuir caule avermelhado, piloso e alado. Esse é o primeiro registro de Peperomia diaphanoides para essa Unidade de Conservação.

7. Peperomia hilariana Miq., Syst. Piperac. 89. 1843.Fig. 3e-g

Erva terrícola, assurgente a ereta, 30 cm de altura. Caule rubrescente, entrenós 0,6-1,8 cm compr., estolonífero, radicante, alado, pubescente. Folha alterna, pecíolo 0,6-1,1 cm compr., canaliculado, pubescente; lâmina 1,7-4,8 × 0,9-2,1 cm, lanceolada a ovada, base obtusa, ápice agudo, membranácea, verde na face adaxial, verde a rubrescente na face abaxial, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada no terço apical, glabra em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 1,5-4,8 cm compr., axilar e/ou terminal, composta; pedúnculo 0,8-1,9 cm compr., glabrescente, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores frouxamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa globosa, ápice mamiforme, sem pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 04.II.1909, fr., P.K.H. Dusén 7639 (MO, NY); 31.V.1989, fr., A.C. Cervi et al. 2695 (MBM); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl., T. Machado-Silva 142 (UNOP); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl., T. Machado-Silva 277 (UNOP).

Peperomia hilariana é uma espécie endêmica do Brasil, encontrada nos estados das regiões Sudeste e Sul, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana, como terrícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar caule avermelhado e alado e lâmina foliar com margem ciliada no terço apical. Assemelha-se com Peperomia diaphanoides, mas difere por esta possuir caule verde, glabro ou glabrescente e não alado.

8. Peperomia hispidula (Sw.) A.Dietr., Sp. Pl. 1: 165. 1831.Fig. 3h-i

Erva terrícola, ereta, 7-13 cm de altura. Caule verde translúcido, entrenós 0,2-4,5 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, glabro a glabrescente, piloso nos nós. Folha alterna, pecíolo 0,2-0,8 cm compr., canaliculado, glabro a glabrescente; lâmina 0,5-1,3 × 0,5-1,4 cm, orbicular a ovada, base arredondada a truncada, ápice arredondado, membranácea, verde, com glândulas translúcidas, não peltada, margem totalmente glabra, hirto com tricomas híspidos na face adaxial, hirto nas nervuras da face abaxial, padrão de nervação acródromo, nervuras 3-5, conspícuas. Espiga 1-2,7 cm compr., oposta à folha, simples; pedúnculo 0,5-1,4 cm compr., hirto, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores frouxamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto pedicelado; drupa elíptica híspida, ápice mamiforme, sem pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 150 (RB, UNOP, UPCB); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 156 (CEN, SP, UNOP).

Peperomia hispidula possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados das regiões Sudeste e Sul, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como terrícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar caule translúcido e lâmina foliar com tricomas híspidos e frutos pedicelados. Esse é o primeiro registro de Peperomia hispidula para essa Unidade de Conservação.

9. Peperomia martiana Miq., Syst. Piperac. 1: 189. 1843.Fig. 3j-m

Erva epífita, hemiepífita ou terrícola, assurgente a ereta, 5-11 cm de altura. Caule esverdeado, entrenós 0,2-2,2 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, glabro. Folha alterna, pecíolo 0,2-1,1 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 0,8-2 × 0,6-1,4 cm, elíptica a obovada, base aguda, ápice emarginado, suculenta, verde, glândulas ausentes, não peltada, margem totalmente glabra, glabra em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 1,3-4,2 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 0,8-2,6 cm compr., glabro, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa ovoide, ápice mamiforme, sem pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 21.X.1989, fr., A.C. Cervi et al. 2900 (MBM); 7.II.2013, fl. e fr., E. Barbosa et al. 3560 (MBM); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 154 (RB, UNOP, UPCB); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fr., T. Machado-Silva 162 (CEN, SP, UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 171 (UNOP); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl., T. Machado-Silva 287 (UNOP); capão de floresta, 10.V.2018, fl., T. Machado-Silva 292 (UNOP).

Peperomia martiana possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como epífita e terrícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar lâmina foliar obovada com ápice emarginado. Assemelha-se com Peperomia corcovadensis, mas difere por esta possuir lâmina foliar elíptica a ovada com ápice arredondado a retuso e fruto com pseudocúpula basal.

10. Peperomia pereskiifolia (Jacq.) Kunth, Nov. Gen. Sp. 1: 68. 1816.Fig. 3n-p

Erva epífita, saxícola ou terrícola, ereta a decumbente, 30-50 cm de altura. Caule rubrescente, entrenós 3,2-14,3 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, glabro. Folha 4-verticilada, pecíolo 0,4-1,6 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 2,3-7,2 × 1,5-4 cm, lanceolada a obovada, base aguda, ápice agudo, coriácea, verde, glândulas ausentes, não peltada, margem totalmente glabra, glabra em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 3,8-25 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 1,4-11,7 cm compr., glabro, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa ovoide, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 31.V.1989, fr., A.C. Cervi et al. 2696 (MBM); 26.VI.1999, est., S.M. Silva (UPCB 43783); 10.VI.2004, fr., P.B. Schwartsburd et al. 177 (UPCB); trilha da Lagoa Dourada, 25.II.2017, fl., T. Machado-Silva 145 (UNOP); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 158 (RB, UNOP, UPCB); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl., T. Machado-Silva 166 (UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl., T. Machado-Silva 175 (UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl., T. Machado-Silva 177 (UNOP); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl., T. Machado-Silva 280 (UNOP); capão de floresta, 10.V.2018, fl., T. Machado-Silva 294 (UNOP); mata do Cânion Escondido, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 319 (UNOP).

Peperomia pereskiifolia possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados das regiões Sudeste e Sul, além do Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Aluvial e Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como epífita, saxícola e terrícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar caule vináceo e rígido e lâmina foliar 4-verticilada coriácea. Cervi et al (2007)Cervi AC, Linsingen L, Hatschbach G & Ribas OS (2007) A vegetação do Parque Estadual de Vila Velha, município de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Boletim do Museu Botânico Municipal 69: 1-52. atribuíram o nome Peperomia rubricaulis var. parvifolia Yunck. em seu levantamento, porém esse nome é tratado como sinônimo de Peperomia pereskiifolia (Guimarães 1980), dando a entender que os autores referiram-se a essa espécie em seu trabalho.

11. Peperomia psilostachya C.DC., Mém. Soc. Phys. Genève 32: 9. 1893.Fig. 4a-b

Figura 4
a-b. Peperomia psilostachya - a. lâmina foliar rômbica hirta; b. drupa ovoide com pseudocúpula basal. c-e. Peperomia subrubrispica - c. hábito; d. lâmina foliar orbicular pubescente; e. caule pubescente com pecíolos opostos. f-h. Peperomia tetraphylla - f. lâmina foliar elíptica hirta com padrão de nervação acródromo; g. espiga com raque pilosa; h. drupa elíptica com pseudocúpula basal. i. Peperomia trineuroides. j-l. Peperomia urocarpa - j. lâmina foliar cordiforme pubescente; k. espiga com pedúnculo pubescente com 1 bráctea; l. drupa cilíndrica com ápice rostrado. m-p. Peperomia velloziana - m. hábito; n. caule glabro alado com pecíolo alterno; o. lâmina foliar lanceolada glabra com padrão de nervação eucamptódromo; p. drupa globosa. (pb = pseudocúpula basal).
Figure 4
a-b. Peperomia psilostachya - a. leaf blade rhombic stiff; b. ovoid drupe with basal pseudocouple. c-e. Peperomia subrubrispica - c. habit; d. pubescent orbicular leaf blade; e. pubescent stem with opposite petioles. f-h. Peperomia tetraphylla - f. leaf blade elliptical stiff with acrodrome venation pattern; g. spike with rachis hairy; h. elliptical drupe with basal pseudocouple. i. Peperomia trineuroides. j-l. Peperomia urocarpa - j. pubescent cordiform leaf blade; k. spike with pubescent peduncle with 1 bract; l. cylindrical drupe with rostrum apex. m-p. Peperomia velloziana - m. habit; n. winged glabrous stem with alternate petiole; o. leaf blade lanceolate glabrous with eucamptodrome venation pattern; p. globular drupe. (pb = basal pseudocouple).

Erva epífita, reptante e decumbente. Caule reptante esverdeado, entrenós 0,5-2,4 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, hirto. Folha 5-7-verticilada, pecíolo 0,1-0,4 cm compr., canaliculado, hirto; lâmina 0,5-0,9 × 0,3-0,7 cm, elíptica a rômbica, base obtusa, ápice agudo a obtuso, coriácea, verde, glândulas ausentes, não peltada, margem ciliada, hirta em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 4,5-6 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 2,3-3,2 cm compr., hirto, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa ovoide, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 26.XI.1908, fl., P.K.H. Dusén 7286 (NY); 10.III.2001, est., S. Dala-Rosa 150 (UPCB); trilha da Lagoa Dourada, 25.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 147 (RB, UNOP, UPCB).

Peperomia psilostachya possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima e São Paulo, nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Aluvial, como epífita. Esta espécie caracteriza-se por apresentar ramos pendentes e até 7 folhas por verticilo. Cervi et al. (2007)Cervi AC, Linsingen L, Hatschbach G & Ribas OS (2007) A vegetação do Parque Estadual de Vila Velha, município de Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Boletim do Museu Botânico Municipal 69: 1-52. citam a ocorrência de Peperomia trineura Miq. para o PEVV, mas ao analisar o material, verificou-se que o espécime trata-se da Peperomia psilostachya. Exclui-se a ocorrência de Peperomia trineura na Unidade de Conservação.

12. Peperomia subrubrispica C.DC., Bull. Herb. Boissier II 7: 142. 1907.Fig. 4c-e

Erva saxícola, ereta, 4-9,5 cm de altura. Caule rubrescente, entrenós 0,1-1,7 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, pubescente. Folha oposta, pecíolo 0,1-0,2 cm compr., canaliculado, pubescente; lâmina 0,3-0,8 × 0,3-0,8 cm, orbicular a ovada, base arredondada, ápice arredondado, membranácea a levemente suculenta, verde, glândulas ausentes, não peltada, margem ciliada, pubescente em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 1,9-3,5 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 0,6-1,1 cm compr., pubescente, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa ovoide, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 12.VII.1962, fr., J.C. Gomes et al. 1130 (RB); campos próximos à piscina, 16.V.2005, fr., P.B. Schwartsburd et al. 800 (UPCB); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 159 (RB, UNOP, UPCB); platô da Fortaleza, 10.V.2018, fl. e fr., T. Machado-Silva 298 (UNOP).

Peperomia subrubrispica é uma espécie endêmica do Brasil, encontrada nos estados da região Sudeste, além da Bahia e Paraná, nos domínios fitogeográficos do Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Refúgios Vegetacionais Rupestres, como saxícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar folhas opostas e pubescentes, e espiga com ápice avermelhado. Esse é o primeiro registro de Peperomia subrubrispica para essa Unidade de Conservação.

13. Peperomia tetraphylla Hook. & Arn., Bot. Beechey Voy. 97. 1832.Fig. 4f-h

Erva epífita, ereta, 5-25 cm de altura. Caule esverdeado, entrenós 0,4-8,7 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, hirto. Folha 4-verticilada, pecíolo 0,1-0,3 cm compr., canaliculado, hirto a pubescente; lâmina 0,6-1,7 × 0,4-1 cm, elíptica a lanceolada, base aguda a obtusa, ápice arredondado a obtuso, coriácea a suculenta, verde a verde com nervuras esverdeadas a amareladas na face adaxial, verde na face abaxial, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada, hirta em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 1,6-5,2 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 0,4-1,8 cm compr., hirto, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular ausente; raque pubescente, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa elíptica, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, 30.IV.1914, fl., G. Jonsson 241a (NY); XII.1971, fl., P.L. Krieger 11252 (CESJ, MBM, SP); 4.X.1985, fl. e fr., A.C. Cervi et al. 2325 (HUCP, MBM, UPCB); 31.V.1989, fl., A.C. Cervi et al. 2709 (MBM); 14.IV.1992, fl., J.M. Silva et al. 1106 (MBM); 11.IV.1995, fl., E. Barbosa et al. 33 (ALCB, HCF, MBM); 23.IX.1998, fr., A.L.S. Gatti et al. 184 (UPCB); 26.VI.1999, fl., M. Borgo 406 (UPCB); 26.VI.1999, fr., F. Denes 6 (UPCB); 26.VI.1999, fl. e fr., S.M. Silva (UPCB 43778, 43784); 17.VIII.2000, fr., S. Dala-Rosa 108 (UPCB); 10.II.2001, fr., S. Dala-Rosa 140 (UPCB); 10.II.2001, fl., S. Dala-Rosa 142 (UPCB); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl., T. Machado-Silva 143 (UNOP); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl., T. Machado-Silva 149 (CEN, UNOP); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fl., T. Machado-Silva 163 (SP, UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl., T. Machado-Silva 170 (UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl., T. Machado-Silva 174 (RB, UNOP, UPCB); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl., T. Machado-Silva 282 (UNOP); mata da Lagoa Escondida, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 323 (UNOP).

Peperomia tetraphylla possui distribuição pantropical e no Brasil foi encontrada nos estados das regiões Sudeste e Sul, além da Bahia, Ceará, Goiás e Pernambuco, nos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como epífita. Esta espécie caracteriza-se por apresentar-se como epífita, possuir folhas 4-verticiladas e espiga com raque pilosa.

14. Peperomia trineuroides Dahlst., Kongl. Svenska Vetensk. Acad. Handl. 33: 198. 1900.

Fig. 4i

Erva epífita, ereta, 15-30 cm de altura. Caule esverdeado, entrenós 1-5,5 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, glabro. Folha 5-8-verticilada, pecíolo 0,3-0,6 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 0,8-1,8 × 0,5-0,9 cm, elíptica, lanceolada ou rômbica, base aguda, ápice agudo, arredondado ou obtuso, coriácea a suculenta, verde, glândulas ausentes, não peltada, margem totalmente glabra, glabra em ambas as faces; padrão de nervação acródromo, nervuras 3, conspícuas. Espiga 13 cm compr., terminal, simples; pedúnculo 3,5 cm compr., glabro, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado, drupa ovoide, ápice mamiforme, com pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, mata da Lagoa Escondida, 11.V.2018, fl., T. Machado-Silva 324 (RB, UNOP, UPCB).

Peperomia trineuroides possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados das regiões Sudeste e Sul, no domínio fitogeográfico da Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana, como epífita. Esta espécie caracteriza-se por apresentar-se como epífita e possuir até 8 folhas verticilo. Esse é o primeiro registro de Peperomia trineuroides para essa Unidade de Conservação.

15. Peperomia urocarpa Fisch. & C.A.Mey., Index Seminum 42: 20. 1838.Fig. 4j-l

Erva hemiepífita, saxícola ou terrícola, prostrada e assurgente. Caule esverdeado, entrenós 0,7-4,5 cm compr., estolonífero, radicante, não alado, pubescente. Folha alterna, pecíolo 0,6-5 cm compr., canaliculado, pubescente; lâmina 0,8-4 × 0,4-4 cm, cordiforme a reniforme, base cordada, subcordada ou truncada, ápice agudo a arredondado, suculenta, verde, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada, pubescente em ambas as faces, padrão de nervação acródromo, nervuras 5, conspícuas. Espiga 4,3-7,8 cm compr., oposta à folha, simples; pedúnculo 2,1-4,2 cm compr., pubescente, tricomas do mesmo tamanho que os do caule, bráctea peduncular presente, 1; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa cilíndrica, ápice rostrado, sem pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, XII.1971, fl., P.L. Krieger 11250 (BHCB, CESJ, ESA, MBM); 11.IV.1995, fr., E. Barbosa et al. 32 (HCF, MBM); 26.VI.1999, fr., S.M. Silva (UPCB 43779, 43781); capão de floresta dos Arenitos, 25.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 155 (SP, UNOP); trilha dos Arenitos, 26.II.2017, fr., T. Machado-Silva 161 (CEN, UNOP); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 168 (RB, UNOP, UPCB); mata do Cânion Escondido, 11.V.2018, fl. e fr., T. Machado-Silva 320 (UNOP).

Peperomia urocarpa possui distribuição neotropical e no Brasil foi encontrada nos estados das regiões Sudeste e Sul, além do Acre, Bahia, Distrito Federal e Rio Grande do Norte, nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana e em Refúgios Vegetacionais Rupestres, como saxícola e terrícola. Esta espécie caracteriza-se por apresentar caule e folhas pubescentes, pedúnculo com uma bráctea e fruto com ápice rostrado.

16. Peperomia velloziana Miq., Syst. Piperac. 88. 1843.Fig. 4m-p

Erva epífita ou saxícola, assurgente, decumbente e ereta, 20-45 cm de altura. Caule esverdeado, entrenós 0,3-3,3 cm compr., estolonífero, radicante, alado, glabro. Folha alterna, pecíolo 0,3-2 cm compr., canaliculado, glabro; lâmina 2-9,2 × 0,7-3,2 cm, lanceolada, base aguda, ápice agudo, suculenta, verde, com glândulas castanhas, não peltada, margem ciliada no terço apical, glabra em ambas as faces, padrão de nervação eucamptódromo, nervuras 3-4 pares, conspícuas. Espiga 2-14,2 cm compr., axilar e/ou terminal, composta; pedúnculo 0,5-1,7 cm compr., glabro, bráctea peduncular ausente; raque glabra, flores densamente dispostas ao longo da raque, bractéola glabra. Fruto não pedicelado; drupa globosa, ápice mamiforme, sem pseudocúpula basal.

Material examinado: BRASIL. PARANÁ: Ponta Grossa, Parque Estadual de Vila Velha, capão da Fortaleza, 14.I.2005, fl., P.B. Schwartsburd et al. 631 (UPCB); capão de floresta da Fortaleza, 27.II.2017, fl. e fr., T. Machado-Silva 172 (UNOP, UPCB); mata da Fortaleza, 9.V.2018, fl. e fr., T. Machado-Silva 286 (UNOP).

Peperomia velloziana é uma espécie endêmica do Brasil, encontrada nos estados da região Sudeste, além da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Paraná e Santa Catarina, nos domínios fitogeográficos da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. No PEVV foi encontrada em formações de Floresta Ombrófila Mista Montana, como epífita. Esta espécie caracteriza-se por apresentar-se como epífita, com caule verde e alado, lâmina foliar lanceolada com padrão de nervação eucamptódromo e espigas compostas. Esse é o primeiro registro de Peperomia velloziana para essa Unidade de Conservação.

Agradecimentos

O primeiro autor agradece à Capes, a bolsa de Mestrado concedida. Os autores agradecem ao IAP, a concessão da licença de coleta; ao Juarez Baskoski, gestor do Parque Estadual de Vila Velha, o suporte e logística na Unidade de Conservação; aos curadores dos herbários HCF, HUCP, MBM, RB, UB e UPCB, visitados.

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Editado por

Editor de área: Dr. Marcelo Trovó

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Abr 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    27 Mar 2018
  • Aceito
    15 Fev 2019
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