Acessibilidade / Reportar erro

A família Passifloraceae sensu stricto do Espírito Santo, Brasil1 1 Parte da dissertação apresentada pela primeira autora para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal, da Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias e Engenharias.

The family Passifloraceae sensu stricto from Espírito Santo, Brazil

Resumo

Neste trabalho são apresentadas as espécies de Passifloraceae sensu stricto do estado do Espírito Santo, Brasil. A família encontra-se representada por dois gêneros, Mitostemma, com apenas M. glaziovii e Passiflora com 30 espécies, com representantes de quatro subgêneros: duas espécies pertencentes ao subgênero Astrophea, seis ao subgênero Debaloba, uma ao subgênero Deidamioides, e vinte e um ao subgênero Passiflora. Dentre as espécies, P. margaritae é classificada como “em perigo” (EN), de acordo com os critérios da IUCN, e temos o primeiro registro de P. cacao e P. campanulata para o estado. São apresentadas descrições, dados de distribuição geográfica e comentários.

Palavras-chave:
Conservação; Diversidade; Mitostemma ; Passiflora

Abstract

A treatment of the species of Passifloraceae sensu stricto from the state of Espírito Santo, Brazil is presented. The family is represented by two genera: Mitostemma, with M. glaziovii, and Passiflora with 30 species in four subgenera: two species belonging to subgenus Astrophea, six to subgenus Decaloba, one to subgenus Deidamioides, and twenty one to subgenus Passiflora. Among the species, we highlight P. margaritae, considered endangered (EN), according to the IUCN, and we record the first occurrence of P. cacao and P. campanulata for the state. Descriptions, photos, distribution data and taxonomic comments regarding the species are presented.

Key words:
Conservation; Diversity; Mitostemma ; Passiflora

Introdução

Passifloraceae sensu lato de acordo com a classificação mais recente da APG IV (2016) é composta por três famílias: Passifloraceae sensu stricto, Turneraceae Kunth ex DC. e Malesherbiaceae D. Don, e cerca de 935 espécies divididas em 27 gêneros. A família Passifloraceae s.s. Juss. ex Roussel é pantropical, de ocorrência preferencial em regiões tropicais e subtropicais da América e em menor abundância na África, Ásia e Austrália (Ulmer & MacDougal 2004; Mader et al. 2009Mäder G, Lorenz-Lemke AL, Cervi AC & Freitas LB (2009) Novas ocorrências e distribuição do gênero Passiflora L. no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 7: 364-367.).

Passifloraceae s.s. engloba cerca de 16 gêneros e aproximadamente 630 espécies distribuídos em duas tribos, Passiflorieae DC. e Paropsieae DC. (Deginani 1999Deginani NB (1999) Passifloraceae. In: Aportes Botanicos de Salta - Serie Flora 2: 1-24.). A maioria das espécies da família encontram-se dentro do gênero Passiflora L., contemplando cerca de 520 espécies (MacDougal & Feuillet 2004), o que caracteriza este gênero como o mais diversificado e também onde estão inclusas as principais espécies de importância econômica.

Apesar do gênero Passiflora possuir padrão em suas características de morfologia floral, é notável uma grande plasticidade fenotípica, como formato das folhas, tamanho, forma e coloração das flores (Paiva et al. 2014Paiva CL, Viana AP, Santos EA, Silva RNO & Oliveira EJ (2014) Diversidade genética de espécies do gênero Passiflora com o uso da estratégia Ward-MLM. Revista Brasileira de Fruticultura 36: 381-390.) o que leva a uma alta variabilidade intraespecífica, devido principalmente a interação genótipo-ambiente das espécies.

Um dos principais estudos taxonômicos que aborda Passifloraceae s.s foi realizado por Killip (1938)Killip EP (1938) The American species of Passifloraceae. Associate curador, division of plants United States National Museum. Botanical Series Field Museum of Natural History 19: 8-9. e é considerado o mais completo para o gênero Passiflora, no qual, este era dividido em 22 subgêneros. Atualmente, o gênero Passiflora subdivide-se em cinco subgêneros: P. subg. Astrophea (DC.) Mast., P. subg. Deidamioides (Harms) Killip, P. subg. Decaloba (DC.) Rchb., P. subg. Passiflora e P. subg. Tetrapathea (DC.) P. S. Green (MacDougal & Feuillet 2004; Krosnick et al. 2009Krosnick SE, Ford AJ & Freudenstein JV (2009) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Tetrapathea including the monotypic genera Hollrungia and Tetrapathea (Passifloraceae), and a new species of Passiflora. Vol. 34. Systematic Botany 34: 375-385. DOI: 10.1600/036364409788606343
https://doi.org/10.1600/0363644097886063...
; Araya 2016Araya S (2016) Desenvolvimento, validação, transferibilidade e aplicação de marcadores microssatélites em estudos genéticos das passifloras. Tese de doutorado (Agronomia). Universidade de Brasília, Brasília. 293p.).

Passifloraceae s.s. inclui trepadeiras herbáceas ou lenhosas, árvores e arbustos; com ou sem estípulas, quando presentes lineares ou foliáceas; gavinhas (podem ser ausentes nas espécies arbóreas e arbustivas), folhas inteiras a lobadas, com presença ou ausência de glândulas nos pecíolos e/ou lâminas foliares com ou sem ocelos; flores com uma a muitas séries de corona de filamentos e androginóforo; frutos bagas ou cápsulas. As espécies do grupo são popularmente conhecidas como “maracujás” ou “flor da paixão” e muitas delas são cultivadas por possuírem características de interesse comercial, medicinal, ornamental, de consumo in natura ou de produtos processados, como sucos e doces (Vanderplank 1996Vanderplank J (1996) Passion flowers. MIT Press, Cambridge. 224p.; Ulmer & MacDougal 2004).

Dentro do cenário biogeográfico a família Passifloraceae s.s. teve sua origem no continente africano, atravessou a Europa e Ásia e chegaram à América por meio de pontes de terra, indicando que as espécies do gênero Passiflora, ao chegarem à América Central sofreram uma rápida diversificação morfológica (Muschner et al. 2012Muschner VC, Zamberlan PM, Bonatto SL & Freitas LB 2012. Phylogeny, biogeography and divergence times in Passiflora (Passifloraceae). Genetics and Molecular Biology 35: 1036-1043.).

No Brasil, a família apresenta vasta distribuição geográfica e apresenta-se morfologicamente muito variada, com quatro gêneros, todos pertencentes à tribo Passiflorieae (Ancistrothyrsus Harms, Dilkea Mast., Mitostemma Mast. e Passiflora), em um total de 154 espécies, das quais 83 endêmicas, sendo o país um dos principais centros de diversidade genética (Cervi & Rodrigues 2010; BFG 2018) , distribuindo-se em todo o país e ocorrendo praticamente em todas as formações vegetacionais.

A família em termos de estudos de flora tem recebido muitas contribuições para o conhecimento da diversidade, riqueza e sistemática, porém, ao revisar os trabalhos publicados sobre Passifloraceae s.s. e a flora do Espírito Santo, constatou-se a ausência de um estudo taxonômico da família.

O presente trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento taxonômico e geográfico da família no estado do Espírito Santo, além de ampliar o domínio sobre a diversidade no Brasil, bem como o atual estado de conservação das espécies, esclarecendo sua taxonomia dentro dos conceitos da moderna sistemática.

Material e Métodos

Foi realizado um levantamento das espécies coletadas para o Espírito Santo, através do herbário virtual Species Link (2017), e nas publicações da Flora de municípios do estado (artigos, listas e revisões).

Todas as nomenclaturas relacionadas à família Passifloraceae s.s. foram confirmadas em obras clássicas (Linnaeus 1753Linnaeus CV (1753) Species plantarum. 2a ed. Salvius, Stockholm. 560p. ; Candolle 1828Candolle AP (1828) Passifloraceae. In: Prodomus systematics naturalis regni vegetabilis. Vol. 3. Treuttel et Wurtz, Paris. Pp. 321-338.; Killip 1938Killip EP (1938) The American species of Passifloraceae. Associate curador, division of plants United States National Museum. Botanical Series Field Museum of Natural History 19: 8-9.; Vanderplank 1996Vanderplank J (1996) Passion flowers. MIT Press, Cambridge. 224p.; Ulmer & MacDougal 2004) e em bancos de dados virtuais (BFG 2018, Tropicos, Botanicus, Gallica, Kew Bibliographic Database, Biodiversity Heritage Library e REFLORA).

A confirmação, correção, diagnose e consultas das espécies foram realizadas nas coleções dos herbários, cujas siglas estão de acordo com Thiers (continuamente atualizado): CVRD, IAC, MBML, RB, R e VIES.

Após análises e levantamento da distribuição geográfica das espécies foram realizadas expedições periódicas de campo em Unidades de Conservação, áreas particulares, além de áreas não protegidas de importância relevante nos seguintes municípios: Afonso Cláudio, Alegre, Conceição do Castelo, Domingos Martins, Guaçuí, Ibiraçú, Itaguaçú, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Mimoso do Sul, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, São Mateus, São Roque do Canaã, Sooretama, Venda Nova do Imigrante e Vitória.

O material botânico foi processado de acordo com técnicas tradicionais em taxonomia vegetal (Mori et al. 1985Mori SA, Mattos-Silva LA, Lisboa G & Coradin L (1985) Manual de Manejo do Herbário Fanerogâmico. CEPLAC, Ilhéus. 104p.). Após a montagem das exsicatas, seguindo a metodologia de Fidalgo & Bononi (1989)Fidalgo O & Bononi VLR (1989) Técnicas de coleta, preservação de material botânico. Série Documentos. Instituto de Botânica, São Paulo. 62p., os exemplares foram incorporados ao acervo do herbário VIES.

As análises morfológicas com identificação do material coletado e de herbário foram realizadas através de consultas à bibliografia especializada. Para realizar a descrição dos caracteres vegetativos, florais e frutíferos, foram adotados os conceitos de Harrington & Durrell (1957)Harrington HD & Durrell LW (1957) Key to common leaf surface. How to identify plants. The Swallow Press, Chicago. 203p.; Radford et al. (1974)Radford AE, Dickison WC, Massey JR & Bell CR (1974) Vascular plant systematics. Harper e Row Publishers, New York. 891p.; Rizzini (1977)Rizzini CT (1977) Sistematização terminológica da folha. Rodriguésia 42: 103-125.; Barroso et al. (1999)Barroso GM, Morim MP, Peixoto AL & Ichaso CLF (1999) Frutos e Sementes: morfologia aplicada sistemática de dicotiledôneas. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 443p.; Stearn (1995)Stearn WT (1995) Botanic Latin: history, grammar, syntax, terminology and vocabulary. Timber Press, Portland, Oregon. 560p.; Peréz-Cortéz et al. (2002)Peréz-Cortéz S, Tillett S & Escala M (2002) Estudio morfológico de la semilla de 51 especies del género Passiflora L. Acta Botánica Venezuelica 25: 67-96..

As descrições foram elaboradas baseadas nos materiais depositados em herbários, além do material coletado e dados avaliados em campo. A visualização e mensuração das estruturas foram realizadas com o auxílio de estereomicroscópio e régua.

Dados fenológicos, nomes populares e características observadas em campo foram coletadas nas etiquetas inseridas nas exsicatas e bibliografia.

Nos indivíduos com lâminas foliares inteiras foram mensurados, a nervura central (comprimento total) e a porção de maior largura da lâmina, enquanto os indivíduos com lâminas foliares lobadas foram mensurados a nervura central e a distância entre o ápice das nervuras dos lóbulos laterais de folhas maduras. Os valores referentes as medidas são descritos sempre relacionando comprimento pela largura.

Nas descrições das espécies no tratamento taxonômico seguiu-se a ordenação alfabética dos gêneros e nomes específicos.

Resultados e Discussão

Foram encontradas para família Passifloraceae s.s. 31 espécies distribuídas em dois gêneros, Mitostemma Mast., com uma única espécie ocorrente, Mitostemma glaziovii Mast. e Passiflora com 30 espécies. Passiflora está representada por quatro subgêneros, duas espécies pertencentes ao subgênero Astrophea, seis ao subgênero Decaloba, uma ao subgênero Deidamioides e 21 ao subgênero Passiflora.

    Chave para identificação das espécies de Passifloraceae s.s. no Espírito Santo
  • 1. Flores tetrâmeras 1. Mitostemma glaziovii

  • 1’. Flores pentâmeras 2

    • 2. Ramos quadrangulares, alados …………….......................................................... 2. Passiflora alata

    • 2’. Ramos cilíndricos, angulosos, subtriangulares ou complanados 3

      • 3. Lâminas foliares inteiras 4

      • 3’. Lâminas foliares 2-lobada, 3-lobadas ou 5-lobadas, ocasionalmente inteira, na mesma planta 12

        • 4. Trepadeiras lenhosas 5

        • 4’. Trepadeiras herbáceas 7

          • 5. Pedúnculos em racemos 8. Passiflora contracta

          • 5’. Pedúnculos solitários 6

            • 6. Flores com filamentos externo da corona dolabriformes e interno ligulares 21. Passiflora pentagona

            • 6’. Flores com filamentos externos da corona subdolabriformes e internos filiformes 24. Passiflora rhamnifolia

              • 7. Ramos velutinos 15. Passiflora malacophyllla

              • 7’. Ramos glabros a pubérulos 8

                • 8. Lâminas foliares com oceolos 4. Passiflora auriculata

                • 8’. Lâminas foliares sem oceolos 9

                  • 9. Flores com corona de filamentos com 2 séries 10

                  • 9’. Flores com corona de filamentos com 3 a 4 séries 11

                    • 10. Flores com sépalas lineares, androginóforo curvo 20. Passiflora mucronata

                    • 10’. Flores com sépalas oblongas a oblongo-lanceoladas, androginóforo reto 28. Passiflora silvestris

                      • 11. Flores com corona de filamentos com 3 séries 17. Passiflora mediterranea

                      • 11’. Flores com corona de filamentos com 4 séries 18. Passiflora miersii

                        • 12. Trepadeiras lenhosas 13

                        • 12’. Trepadeiras herbáceas 14

    • 13. Flores com corona de filamentos com 3 séries 16. Passiflora margaritae

    • 13’. Flores com corona de filamentos com 2 séries 29. Passiflora speciosa

      • 14. Lâminas foliares com oceolos 15

      • 14’. Lâminas foliares sem oceolos 17

        • 15. Flores com corona de filamentos com 1 série, filamentos dolabriformes 22. Passiflora porophylla

        • 15’. Flores com corona de filamentos com 2 séries, filamentos filiformes ou liguliformes 15

          • 16. Lâminas foliares com ápice agudo; flores com límen anelar 19. Passiflora misera

          • 16’. Lâminas foliares com ápice arredondado; flores com límen cuculiforme 25. Passiflora saxicola

            • 17. Trepadeiras suberosas; flores com pétalas ausentes 30. Passiflora suberosa susp. litoralis

            • 17’. Trepadeiras não suberosas; flores com pétalas presentes 18

              • 18. Brácteas ausentes; frutos capsulares; sementes transversalmente sulcadas 7. Passiflora capsularis

              • 18’. Brácteas presentes; frutos bagas; sementes foveoladas, alveoladas ou reticuladas 19

                • 19. Pedúnculos em racemos 23. Passiflora racemosa

                • 19’. Pedúnculos solitários ou aos pares 20

                  • 20. Folhas com pecíolos sem glândulas; brácteas bipinatissectas 12. Passiflora foetida var. foetida

                  • 20’. Folhas com pecíolos com glândulas; brácteas não bipinatissectas 21

                    • 21. Folhas com pecíolos com 1 par de glândulas sésseis 22

                    • 21’. Folhas com pecíolos com 1-4 pares de glândulas estipitadas, longo-estipitadas ou filiformes 25

                      • 22. Trepadeiras pubescentes; flores com corona de filamentos com 1 série 26. Passiflora setacea

                      • 22’. Trepadeiras glabras; flores com corona de filamentos com 5-10 séries 23

                        • 23. Estípulas dolabriformes 11. Passiflora filamentosa

                        • 23’. Estípulas lineares ou linear-triangulares 24

                          • 24. Flores com corona de filamentos com 5 séries 10. Passiflora edulis

                          • 24’. Flores com corona de filamentos com 8-10 séries 5. Passiflora cacao

                            • 25. Lâminas foliares levemente 3-lobadas para o ápice 27. Passiflora sidifolia

                            • 25’. Lâminas foliares 3-lobadas 26

                              • 26. Trepadeiras pubescentes 27

                              • 26’. Trepadeiras glabras 28

                                • 27. Estípulas assimétricas; flores com indumento do ovário densamente piloso 6. Passiflora campanulata

                                • 27’. Estípulas semi-ovais; flores com indumento do ovário hirsuto 31. Passiflora vellozii

                                  • 28. Flores alvas-arroxeadas, azuis ou roxas 29

                                  • 28’. Flores róseas ou róseo-avermelhadas 30

      • 29. Flores com corona de filamentos com 4 séries 3. Passiflora amethystina

      • 29’. Flores com corona de filamentos com 7 séries 13. Passiflora junqueirae

        • 30. Flores com corona de filamentos com 2 séries 9. Passiflora edmundoi

        • 30’. Flores com corona de filamentos com 5 séries 14. Passiflora kermesina

1. Mitostemma glaziovii Mast., Journ. Bot. Brit. & For. 21:34. 1883.

Trepadeiras lenhosas, velutinas. Ramos cilíndricos, estriados, castanhos. Estípulas lineares, ca. 0,4 × 0,4 cm. Folhas com pecíolos 1-1,5 cm compr., glândulas ausentes; lâminas foliares oblongas, 5,5-12,5 × 3-4 cm, coriáceas, ápice agudo, base atenuada, margens inteiras, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários 1,5-3,5 cm compr. Brácteas setáceas, 0,3-0,5 × 0,2-0,3 cm. Flores alvas tetrâmeras; tubo do cálice curto-campanulado; sépalas oblongas, 1,5-2,1 × 0,5-0,7 cm, ápice obtuso; pétalas oblongas, 1,5-1,6 × ca. 0,5 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 5 séries, séries externas com filamentos filiformes, 0,7-0,8 cm compr., alaranjados, séries internas com filamentos filiformes, 0,5-0,6 cm compr.; opérculo e límen ausentes; androginóforo reto, 0,7-0,9 cm compr.; ovário elipsóide, 0,4-0,6 cm compr., glabro. Frutos bagas, ovóides a globosos, 2,5-3,2 × 2,1-2,6 cm; sementes cordiformes, ca. 0,8 × 0,6 cm, testas reticuladas.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Aracruz, 40º09’00”W, 19º40’36”S, 4.XI.2014, H.C. Lima 7915 et al. (RB). Linhares, Reserva Natural Vale do Rio Doce, 40°04’20”W, 19°23’28”S, 25.VIII.1989, D.A. Folli 959 (CVRD, RB); 6.XII.2005, D.A. Folli 5166 (CVRD, RB); 15.VII.2009, A.L.S.S. Peres 366 (VIES); 40°4’25ˮW, 19°7’50.2ˮS, 18.VII.2007, G.S. Siqueira 338 (RB). Santa Teresa, 40°36’54”W, 19°51’40”S, 8.VIII.2001, L. Kollmann 4270 (MBML). Sooretama, 40°5’52”W, 19°11’49”S, 8.X.2014, D.A. Folli 7275 (CVRD, RB).

Espécie endêmica da Mata Atlântica, ocorre nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Espírito Santo, tem registros somente em quatro municípios: Aracruz, Linhares, Santa Teresa e Sooretama. Uma vez que estas coletas são de origem de regiões diferentes, acredita-se na existência da espécie nos municípios vizinhos e de ligação entre os citados. O baixo número de coletas para M. glaziovii, evidencia a deficiência do conhecimento desta espécie no Espírito Santo.

Floresce apenas na estação seca, por aproximadamente seis semanas, com produção simultânea de um grande número de flores abertas por indivíduo (Benevides et al. 2013Benevides CD, Evans DM & Gaglianone MC (2013)Comparing the Structure and Robustness of Passifloraceae - Floral Visitor and True Pollinator Networks in a Lowland Atlantic Forest. Sociobiology 60: 295-305.).

Espécie endêmica do Brasil. Essa espécie é polinizada principalmente por borboletas da família Hesperiidae. Ilustração da espécie pode ser observada em Benevides et al. (2013)Benevides CD, Evans DM & Gaglianone MC (2013)Comparing the Structure and Robustness of Passifloraceae - Floral Visitor and True Pollinator Networks in a Lowland Atlantic Forest. Sociobiology 60: 295-305.. Mitostemma glaziovii diferencia-se de todas as outras espécies do Espírito Santo por apresentar quatro pétalas, enquanto as outras espécies da família apresentam cinco pétalas.

Passiflora L. Sp. Pl. 2: 955, 1753.

Trepadeiras herbáceas ou lenhosas. Estípulas linear-subuladas a foliáceas. Folhas com pecíolos com glândulas, ou ausentes; lâminas foliares inteiras a 5-lobadas, oceolos presentes ou ausentes. Pedúnculos solitários, aos pares ou em racemos. Brácteas linear-subuladas a foliáceas. Flores pentâmeras; às vezes pétalas ausentes; corona de filamentos unisseriada a multiserriadas; opérculo presente; límen presente ou ausente; androginóforo reto ou curvo. Frutos bagas ou cápsulas; sementes com testa alveolada, foveolada, reticulada ou transversamente sulcada.

2. Passiflora alata Curtis, Bot. Mag. 2: t. 66. 1788.

Fig. 1a

Figura 1
a. Passiflora alata - detalhe da corona de filamentos e androginóforo. b. Passiflora amethystina - flor. c. Passiflora capsularis - flor e folha. d. Passiflora contracta - flor e fruto. e. Passiflora edulis - flor; f. Passiflora junqueirae - flor.
Figure 1
a. Passiflora alata - detail of corona filaments and androgynophore. b. Passiflora amethystina - flower. c. Passiflora capsularis - flower and leaf . d. Passiflora contracta - flower and fruit. e. Passiflora edulis - flower; f. Passiflora junqueirae - flower.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos quadrangulares, não estriados, alados, verdes. Estípulas lanceoladas, 0,4-2,3 × 0,1-1,4 cm. Folhas dos pecíolos 0,9-7,7 cm compr., 1-2 pares de glândulas sésseis; lâminas foliares ovalado-elípticas a elípticas, 4,8-27,1 × 6-10 cm, membranáceas a cartáceas, ápice obtuso, mucronado, base obtusa, margens inteiras, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 1,1-14,9 cm compr. Brácteas linear-lanceoladas, 2-4,6 × 1,1-3 cm. Flores vermelhas a vináceas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongas, 2,3-4,8 × 1-1,9 cm, ápice obtuso; pétalas oblongas, 2-4,5 × 0,9-1,5 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 4 séries, as duas externas filiformes, 1,1-3,6 cm compr., bandeados de branco e roxo, com porção apical alva, séries internas filiformes, 0,2-0,4 cm compr.; opérculo membranoso; límen anelar; androginóforo reto, 1,5-2 cm compr.; ovário oblongo, 0,4-0,7 cm compr., glabro. Frutos bagas, ovado-elipsóides, 3,3-7,9 × 2-5,3 cm; sementes cordiformes, 0,5-1 × 0,2-0,5 cm, testa alveolada-foveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Águia Branca, 40°48’51ˮW, 18°52’32ˮS, 15.VIII.2007, R.R. Vervloet et al. 3201 (MBML). Alegre, 28.VIII.2010, M.A. Milward de Azevedo et al. 286 (VIES); 41°31’59ˮW, 20°45’48ˮS, 27.VIII.2014, V.C. Manhães & T.T. Carrijo 506 (VIES); 41°31’58.8ˮW, 20°45’46.8Sˮ, 30.VIII.2014, V.C. Manhães 512 (VIES). Anchieta, Praia de Iriri, 40º42’W, 20º49’59”S, 10.IX.1987, O.J. Pereira 1034 (VIES). Aracruz, Retiro, 40º16’24”W, 19º49’14”S, 29.IV.1992, O.J. Pereira et al. 3343 (VIES). Barra do Sahy, 40º04’31”W, 19º52’03”S, 13.VI.2009, M. Simonelli et al. 1685 (VIES). Cariacica, 40°28’21ˮW, 20°16’27ˮS, 23.VII.2008, C.N. de Fraga & P.H. Labiak 2191 (MBML). Conceição da Barra, 39º43’56”W, 18º35’36”S, 23.VIII.1983, O.J. Pereira e J.M.L. Gomes 4736 (VIES); Itaúnas, 39º44’03”W, 18º35’31”S, 23.VI.1992, O.J. Pereira et al. 3561 (VIES); 39º43’56”W, 18º35’36”S, 25.VIII.1992, O.J. Pereira et al. 3755 (VIES); 39º44’03”W, 18º35’31”S. 26.XI.1992, O.J. Pereira, 4238 (VIES); 39°43’56”W, 18°35’36”S, 13.XI.2007, D.A. Folli 5778 (CVRD). Ecoporanga, 40°52’35ˮW, 18°22’23ˮS, 7.VII.2012, I.V. Damaceno et al. 74 (MBML). Governador Lindemberg, 40°27’27ˮW, 19°8’53ˮS, 23.VI.1992, R.R. Vervloet et al. 3045 (MBML). Guarapari, Parque Estadual Paulo César Vinha, 40°25’19ˮW, 20°36’10ˮS, 6.XII.1994, C.N. de Fraga et al. 86 (VIES); 40°23’51ˮW, 20°33’1ˮS, 2.II.2018, J.C. Guarnier et al. 45 (VIES); Setiba, Lagoa do Milho, 40º29’51”W, 20º40’01”S, 27.VI.1985, O.J. Pereira 486 (VIES); Setiba, 40º25’26.3”W, 20º36’16.1”S, 15.IX.2006, A.C.C. Loss 14535 (VIES). Iúna, 41°32’8ˮW, 20°20’44ˮS, 28.X.2012, J.P.F. Zorzanelli et al. 561 (VIES). Linhares, 40º04’20”W, 19º23’29”S, 24.IX.1996, O.J. Pereira & O. Zambom 5631 (VIES); Pontal do Ipiranga, 39º41’34”W, 19º17’17”S, 1.IX.1990, P.C. Vinha 1121 (VIES); Reserva Indígena de Comboios, 39º52’58”W, 19º40’19”S, 23.X.1993, M. Simonelli 29 (VIES); Reserva Biológica de Comboios, 39º52’58”W, 19º40’19”S, 12.IX.1994, I. Weiler Júnior 82 (VIES); Pontal do Ipiranga, 39º41’34”W, 19º17’ 17”S, 26.X.1995, O.J. Pereira et al. 5489 (VIES); 20.VI.1996, R.L.D. Souza et al. 12 (VIES); 4.VIII.1996, R.L.D. Souza et al. 105 (VIES); 40°04’20”W, 19°23’28”S, 22.VII.2003, G.S. Siqueira 24 (CVRD). Marilândia, 40°32’4ˮW, 19°19’57ˮS, 27.IX.2006, L.F.S. Magnago et al. 1424 (MBML). Presidente Kennedy, 40°56’26ˮW, 21°12’36ˮS, 17.IV.2009, A.M. Assis & M.D.S. Demuner 1921 (MBML). Santa Leopoldina, 40°26’53ˮW, 20°6’11ˮS, 30.VI.2006, V. Demuner et al. 2547 (MBML). Nova Venécia: 40°26’38ˮW, 18°46’36ˮS, 17.VII.2008, R.C. Forzza et al. 5177 (MBML). Santa Maria de Jetibá, 40º43’02”W, 20º03’18”S, 3.VII.2015, K.F. Borges et al. 48 (VIES); 3.VII.2015, K.F. Borges et al. 49 (VIES). Santa Teresa, RPPN Vale do Sol, 40°36’1ˮW, 19°56’8ˮS, 23.I.2015, P.J. Coelho & A.D. Ferreira 153 (VIES). São Mateus, 39°51’52ˮW, 18°42’57ˮ, 15.X.1992, D.A. Folli 1374 (CVRD). São Roque do Canaã, 40º39’23”W, 19º44’26”S, 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 72 (VIES). Serra, Parque Ecológico da C.S.T., 40º18’28”W, 20º07’43”S, 22.IV.1995, I. Weiler Júnior et al. 195 (VIES); Mestre Álvaro, 40º31’19”W, 20º18’36”S, 7.VIII.2010, A.M. Assis et al. 2599 (VIES). Sooretama, Reserva Biológica de Sooretama, 40º07’56”W, 19º04’02”S, 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 117 (VIES); 40º07’56”W, 19º04’02”S, 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 118 (VIES); 40º09’33”W, 19º03’02”S, 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 119 (VIES). Vargem Alta, 41°0’24ˮW, 20°40’17ˮS, 18.I.2008, L. Kollmann et al. 10298 (MBML). Vila Velha, Barra do Jucu, 8.X.1984, B. Weinberg et al. 221 (MBML), Interlagos, 40º17’32”W, 20º19’47”S, 5.IV.2008, F.B.C. Souza et al. 132 (VIES), Reserva de Jacarenema, 40°19’22ˮW, 20°24’5ˮS, 29.IX.2014, D.T. Wandekoken 32 (VIES).Vitória: 40º18’15”W, 20º16’36”S, 9.I.1986, O.J. Pereira et al. 1395 (VIES); Reserva Ecológica de Camburi, 40º15’59”W, 20º16’00”S, 2.IX.1998, A.M. Assis 582 (VIES).

O epíteto específico representa as proeminências aladas no caule (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Espécie endêmica do Brasil. De ocorrência bastante ampla, ocorre no Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Ocorre em área antrópica, área de cultivos, campo rupestre, Florestas Ombrófilas e Restingas. No Espírito Santo, possui distribuição ampla, ocorrendo em praticamente todas as regiões. Sua alta frequência pode estar relacionada ao fato de P. alata ser uma espécie de cultivo.

Floresce de agosto a março e sua frutificação ocorre de dezembro a maio.

Tem como nome popular: maracujá-guaçu, maracutão, maracutango, maracujá-amarelo, maracujá-grande, maracujá-melão e maracujá-doce (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.; Bernacci et al. 2003Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274.).

Passiflora alata pertence ao subgênero Passiflora, e se diferencia das demais espécies por apresentar expansões aladas no caule (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.). Apresenta-se como uma espécie de interesse econômico por seus frutos comestíveis e adocicados, flores de coloração vistosa e aroma doce. Apresenta autoincompatibilidade (Bugallo et al. 2011Bugallo V, Cardone S, Pannunzio MJ & Facciuto G (2011) Breeding advances in Passiflora spp. (Passionflower) native to Argentina. Floriculture and Ornamenthal Biotecnology 5: 23-34.). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (1996), Cervi (1997); Deginani (2001)Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Farinazzo & Salimena (2007)Farinazzo NM & Salimena FRG (2007) Passifloraceae na reserva biológica da represa do grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 58: 823-833., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136., Vitta & Pirani (2015)Vitta, FA & Pirani, J.R. 2015. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Passifloraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 33: 29-38. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
.

3. Passiflora amethystina J.C.Mikan, Delect. Fl. et Faun.Bras. 39. 1820. Fig. 1b

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes a vináceos. Estípulas ovado-oblongas, 0,8-3,8 × 0,4-2,6 cm. Folhas com pecíolos 0,5-7,1 cm compr., 1-4 pares de glândulas longo-estipitadas; lâminas foliares 3-lobada, nervuras centrais 0,8-9,4 cm compr., nervuras laterais 1,2-7,6 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 2,4-14,2 cm compr., membranáceas, ápice agudo, base cordada, margens inteiras, lobos ovais ou oval-elípticos, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 2,5-8,9 cm compr. Brácteas lanceoladas, 0,8-2,8 × 0,5-1,6 cm. Flores azuis a roxas, pentâmeras; tubo do cálice curto-campanulado; sépalas oblongas, 2,3-3,9 × 0,5-0,8 cm, ápice corniculado; pétalas oblongas, 2,2-4,8 × 0,5-0,8 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 4 séries, séries externas filiformes, 1-1,9 cm compr., bandeadas de roxo e branco, séries internas filiformes, 0,2-0,8 cm compr.; opérculo filamentoso; límen cupuliforme; androginóforo reto, 1,2-1,4 cm compr.; ovário oblongo, 0,5-1 cm compr., glabro. Frutos bagas, elipsóidais, 4,2-7,7 × 1,7-3,2 cm; sementes ovaladas, ca. 0,5 × 0,2 cm, testa foveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Alegre, Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, 11.VI.2010, M.A. Milward de Azevedo et al. 261 (VIES); 11.XII.2010, M.A. Milward de Azevedo et al. 439 (VIES). Alfredo Chaves, 31.V.1999, R.A. Kautsky 1061 (RB). Cariacica, 40°25’11”W, 20°15’51”S, 24.VI.1988, O.J. Pereira, J.M. Gomes e L.C. Fabris 1553 (VIES). Castelo, 41°05’1ˮW, 20°30’58ˮS, 21.I.2009, R. Goldenberg 1277 (RB). Conceição do Castelo, 41º15’15”W, 20º17’16”S, 13.II.2016, K.F. Borges et al. 24 (VIES); 41º15’15”W, 20º17’16”S, 13.II.2016, K.F. Borges et al. 25 (VIES); 13.II.2016, K.F. Borges et al. 26 (VIES); 13.II.2016, K.F. Borges et al. 27 (VIES); 13.II.2016, K.F. Borges et al. 28 (VIES); 13.II.2016, K.F. Borges et al. 29 (VIES); 13.II.2016, K.F. Borges et al. 30 (VIES). Itaguaçu, 11.V.1946, Brade et al. 18311 (RB). Iúna, Serra do Valentim, 41°32’8ˮW, 20°20’44ˮS, 17.I.2014, J.P.F. Zorzanelli 917 (VIES). Pedro Canário, 39°57’25ˮW, 18°20’30ˮS, 19.X.2008, A.C.S. Cavalcanti et al. 285 (RB). Santa Leopoldina, 40°36’19ˮW, 20°6’51ˮS, 16.IV.2008, L. Kollmann et al. 10884 (MBML). Santa Maria de Jetibá, Estrada para Melgaço, 40º48’07”W, 20º09’10”S, 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 57 (VIES); 40º47’14”W, 20º04’40”S, 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 59 (VIES); 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 60 (VIES); 40º42’54”W, 20º3’15”S, 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 61 (VIES). Santa Teresa, Estrada para Santa Leopoldina, 13.IX.2006, R. Marquete 3902 (RB). Serra, Mestre Álvaro, 40°31’14”W, 20°18’12”S, 220 m., 23.III.2010, A.M. Assis, R.S. Cribari et R. Santos 2326 (VIES). Vargem Alta, 40°0’24ˮW, 20°40’17ˮS, 8.I.1983, B. Weinberg 1 (MBML).

Do latim amethystinus, ametistina. Por apresentar a coloração de suas flores semelhante ao azul da pedra semi-preciosa ametista (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Não é endêmica do Brasil. Ocorre nos estados da Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Ocorre em beiras de estradas, bordas de matas, Restingas e Cerrado. No Espírito Santo, os maiores números de ocorrência são para a região sul e serrana. Os demais registros são em apenas duas cidades da região norte e apenas o material de Cariacica representa a região central do estado. Esse desfalque na distribuição nos mostra a grande lacuna existente ainda para esta espécie.

Pode ser coletada fértil durante o ano todo, especialmente no período de setembro a janeiro.

Tem como nome popular: maracujá, maracujá-do-campo, passionária (Bernacci et al. 2003Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274.).

Pertence ao subgênero Passiflora e diferencia-se por suas sépalas de ápice corniculado, corona exuberante com 4 séries de filamentos da corona. É considerada uma espécie ornamental. Pode ser confundida com P. junqueirae Imig & Cervi, por apresentarem morfologias vegetativas muito próximas, porém P. junqueirae apresenta uma corona com sete séries de filamentos, enquanto que P. amethystina contém somente quatro. Apresenta autoincompatibilidade (Bugallo et al. 2011Bugallo V, Cardone S, Pannunzio MJ & Facciuto G (2011) Breeding advances in Passiflora spp. (Passionflower) native to Argentina. Floriculture and Ornamenthal Biotecnology 5: 23-34.). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (1996)Cervi AC (1996) Passifloraceae da região de Carangola - Minas Gerais, Brasil. Pabstia 7: 1-32., (1997)Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92., Deginani (2001)Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129., Milward-de-Azevedo & Valente (2004)Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Farinazzo & Salimena (2007)Farinazzo NM & Salimena FRG (2007) Passifloraceae na reserva biológica da represa do grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 58: 823-833., Milward-de-Azevedo (2007)Milward-de-Azevedo MA (2007) Passifloraceae do Parque Estadual de Ibitipoca. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 25: 71-79., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
. Foi avaliada pelo CNCFlora (2012)CNCFlora (2012) Lista Vermelha da Flora Brasileira. Disponível em <cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br>. Acesso em 3 fevereiro 2017.
cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br...
como LC (menos preocupante), de acordo com os critérios da IUCN.

4. Passiflora auriculata Kunth, Nov. Gen. Sp. 2:131. 1817.

Trepadeiras herbáceas, glabras a levemente pubescentes. Ramos cilíndricos ou angulosos, estriados, verdes. Estípulas lineares, 0,3-0,4 × ca. 0,1 cm margens inteiras. Folhas com pecíolos 1-3,3 cm compr., 1 par de glândulas auriculadas próximas a base; lâminas foliares inteiras, lanceoladas, ovadas a oval-lanceoladas, 3,1-12,3 × 2,5-5,5 cm compr., cartáceas, ápice agudo, mucronado, base arredondada a subcordada, margens inteiras, oceolos presentes. Pedúnculos solitários, 0,8-1,5 cm compr. Brácteas ovadas, 0,1-0,2 × ca. 0,1 cm . Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongo-lanceoladas, ca. 1 × 0,4 cm, ápice atenuado; pétalas lineares, ca. 0,8 × 0,2 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 2 séries, série externa filiformes, ca. 0,6 cm compr., verde amarelado na extremidade apical e vináceo na base, série interna capitados, ca. 0,3 cm; opérculo membranoso, plicado; límen anular; androginóforo reto, 0,3-0,6 cm compr.; ovário elíptico, ca. 0,1 cm compr., glabro. Frutos bagas, globosos, 1,2-1,8 × 1,2-2,4 cm; sementes obovadas, ca. 0,3 × 0,2 cm, testa transversalmente reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Estação Biológica de Santa Lúcia, 40°31’49”W, 19°58’17”S, 16.XI.1995, C.C. Chamas 78 (MBML, MO).

O epíteto específico é provavelmente referente à forma das glândulas peciolares (Killip 1938Killip EP (1938) The American species of Passifloraceae. Associate curador, division of plants United States National Museum. Botanical Series Field Museum of Natural History 19: 8-9.).

Não é endêmica do Brasil. Ocorre no Acre, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Roraima. A espécie pode ser encontrada nos seguintes tipos vegetacionais: Campinarana, Cerrado, Floresta ciliar, Floresta de igapó, Floresta de Terra Firme, Floresta de Várzea, Floresta Ombrófila e na Savana Amazônica. No Espírito Santo, possui registro apenas para o município de Santa Teresa, sendo considerada rara no estado.

A espécie tem sua floração de outubro a agosto com frutificação de outubro a junho (Milward-de-Azevedo et al. 2012Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68.).

Tem como nome popular: maracujá-de-penca, maracujá-roxo (Milward-de-Azevedo et al. 2012Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68.).

Pertence ao subgênero Decaloba. Pode-se observar para a espécie P. auriculata variações na lâmina foliar de inteiras a 3-lobadas, no entanto, para o exemplar analisado do Espírito Santo, o material examinado apresentou somente folhas inteiras, como observado por Killip (1938)Killip EP (1938) The American species of Passifloraceae. Associate curador, division of plants United States National Museum. Botanical Series Field Museum of Natural History 19: 8-9.. Ilustração da espécie pode ser observada em Milward-de-Azevedo et al. (2012)Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68. e Silva et al. (2013)Silva EO, Santos JUM & Dias ACAA (2013)Passifloraceae na área de proteção ambiental de Belém, PA, Brasil. Rodriguésia 64: 829-845..

5. Passiflora cacao Bernacci & M.M. Souza, Novon 22(1): 2-6, f. 1-2. 2012.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas linear-triangulares, ca. 0,7 cm. Folhas com pecíolos ca. 0,3 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares ovadas a 3-lobadas, nervuras centrais ca. 10 cm compr., membranáceas, ápice acuminado, base arredondada, margens serrilhadas, lobos centrais elíptico-ovados, lobos laterais ovado-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, ca. 0,2 cm compr. Brácteas ovadas, ca. 1,8 × 0,1 cm. Flores lilases, pentâmeras; tubo do cálice curto-cilíndrico; sépalas oblongas, ca. 1,7 × 0,75 cm, ápice agudo, com 1 par de glândulas na base; pétalas oblongas; corona de filamentos 8-10 séries, séries externas (3-4) filiformes, ca. 1 cm compr., vinho-arroxeadas, séries internas filiformes, ca. 0,3 cm compr.; opérculo membranoso; límen cupuliforme; androginóforo reto, ca. 1,4 cm compr.; ovário elíptico, ca. 0,5 × 0,3 cm compr. Frutos bagas, ovados, ca. 4,7 × 3,5 cm, com manchas brancas; sementes ovadas, ca. 0,9 × 0,8 cm, testa reticulada, margem alada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Reserva Biológica Augusto Ruschi, 40°36’1ˮW, 19°56’8ˮS, 28.V.2013, L.J.C. Kollmann & E. Bausen 5302 (IAC).

O epíteto refere-se ao cacaueiro, uma planta de interesse e importância histórica na economia agrícola da região sul da Bahia (Bernacci & Souza 2012Bernacci LC & Souza MM (2012) Passiflora cacao (Passifloraceae), a new species from Southern Bahia, Brazil. Novon 22: 1-7.).

Endêmica da Mata Atlântica, ocorre nos estados da Bahia e Espírito Santo, no qual é citada pela primeira vez, no município de Santa Teresa.

No Espírito Santo foi coletada fértil em janeiro.

Passiflora cacao pertence ao subgênero Passiflora, e pode ser claramente confundida com P. edulis Sims, pelas semelhanças nas folhas 3-lobadas a raramente inteiras, presença de um par de glândulas no pecíolo, sépalas com 1 par de glândulas na base, opérculo membranoso, frutos ovados/globosos e sementes ovadas. No entanto, diferencia-se pelo formato do tubo do cálice, pelo número de séries de filamentos da corona e pela margem alada da semente. Foi avaliada por Bernacci & Souza (2012)Bernacci LC & Souza MM (2012) Passiflora cacao (Passifloraceae), a new species from Southern Bahia, Brazil. Novon 22: 1-7. como LC (menos preocupante), de acordo com os critérios da IUCN, por ocorrer dentro de uma Unidade de Conservação na Bahia.

6. Passiflora campanulata Mast., Fl. bras. 13(1): 615. 1872.

Trepadeiras herbáceas, pubescentes. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas assimétricas, 0,5-0,8 × 0,4-0,5 cm, cartáceas. Folhas com pecíolos 1,5-2 cm compr., 1-4 pares de glândulas filiformes; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 4-7,5 cm compr., nervuras laterais 3,8-7,2 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 4,5-8 cm compr., membranáceas, ápice agudo, base cordada, margens inteiras e glandular denteadas na base, lobos oblongos, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 2,4-3 cm compr. Brácteas ovado-lanceoladas, 1,2-2 × 0,6-1 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongas, ca. 2 × 0,5 cm, ápice agudo-apiculado; pétalas oblongo-lanceoladas, ca. 1,9 × 0,4 cm, ápice agudo; corona de filamentos 3 séries, séries externas filiformes, ca. 1,6 cm compr., bandeados de rosa e branco até a porção mediana, série interna filiformes, ca. 0,3 cm compr.; opérculo membranoso; límen cupuliforme; androginóforo reto, ca. 0,6 cm compr.; ovário globoso a oblongo, ca. 0,5 cm compr., densamente piloso. Frutos bagas, oblongos a elipsóides, 2-2,5 × 1,5-2 cm; sementes obovadas, ca. 0,3 × 0,2 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, Aparecidinha, 40°35’38”W, 19°58’23”S, 3.XI.1999, V. Demuner 227 (MBML).

Passiflora campanulata apresenta-se como novo registro para o Espírito Santo. Endêmica do Brasil, ocorre nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. A espécie pode ser encontrada em Campo de Altitude e Campo Rupestre. No estado, ocorre apenas no município de Santa Maria do Jetibá, considerada assim, uma espécie de distribuição raríssima.

Sua floração ocorre em abril e frutificação de janeiro a fevereiro (Mezzonato-Pires et al. 2013Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136.).

Tem como nome popular: maracujá (Cervi 2000Cervi AC (2000) Estudo das Passifloraceae Brasileiras: o subgênero Dysosmioides Killip. do gênero Passiflora para o Brasil. Estudos de Biologia 45: 91-115.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, no Espírito Santo diferencia-se das demais espécies ocorrentes, por apresentar sépalas de ápice agudo-apiculado e frutos de forma oblongo-elipsóideo. Listada como eventualmente extinta no estado de São Paulo (Bernacci et al. 2003Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274.). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (2000)Cervi AC (2000) Estudo das Passifloraceae Brasileiras: o subgênero Dysosmioides Killip. do gênero Passiflora para o Brasil. Estudos de Biologia 45: 91-115., Bernacci et al. (2003)Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274., Milward-de-Azevedo (2007)Milward-de-Azevedo MA (2007) Passifloraceae do Parque Estadual de Ibitipoca. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 25: 71-79., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136. e Vanderplank (2013)Vanderplank J (2013) A revision of Passiflora section Dysosmia Passifloraceae. Curtis’s Botanical Magazine 30: 318-387.. Foi avaliada pelo CNCFlora (2012) como LC (menos preocupante), de acordo com os critérios da IUCN.

7. Passiflora capsularis L., Sp. P1.:2: 957. 1753 .

Fig. 1c

Trepadeiras herbáceas, pubescentes. Ramos angulosos, estriados, verdes. Estípulas linear-subuladas, 0,1-0,4 × 0,05-0,3 cm. Folhas com pecíolo 0,6-2,3 cm compr., glândulas ausentes; lâminas foliares 2-lobadas (raramente 3-lobadas), nervuras centrais 0,5-4,8 cm compr., nervuras laterais 2,1-9,1 cm comp., distância entre ápices das nervuras laterais 2,7-8,4 cm compr., ápice agudo, base cordada, margens inteiras, lobos centrais reduzidos ou ausentes, lobos laterais ovados a lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 2,7-5,4 cm compr. Brácteas ausentes. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico; sépalas linear-lanceoladas, ca. 1,1-2,3 × 0,2-0,4 cm, ápice agudo; pétalas oblongo-lanceoladas, 0,3-0,8 × 0,2-0,3 cm, ápice agudo; corona de filamentos 2 séries, série externa filiformes, 1,1-1,4 cm compr., alvos, série interna capilares, 0,1-0,3 cm compr.; opérculo plicado; límen membranoso; androginóforo reto, 0,6-0,8 cm compr.; ovário oblongo, 0,2-0,4 cm compr., pubérulo a glabro. Frutos cápsulas, elípticos, 4,1-4,4 × 1,6-1,9 cm; sementes elípticas, 0,2-0,4 × 0,1-0,2 cm, testas transversalmente reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Alegre, Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, 41º36’15”W, 20º37’51”S, 11.VI.2010, M.A. Milward-de-Azevedo et al. 262 (RB, VIES); 18.IX.2010, M.A. Milward-de-Azevedo et al. 313 (VIES); 18.IX.2010, M.A. Milward-de-Azevedo et al. 319 (VIES); 18.IX.2010, M.A. Milward-de-Azevedo et al. 323 (VIES); 28.XI.2010, M.A. Milward-de-Azevedo et al. 401 (VIES). Linhares, Goitacazes, Rio Doce, 29.III.1934, J.G. Kuhlmann 90 (MO, RB). Iúna, Serra do Valentim, 3.XII.2014, J.P.F. Zorzanelli & R.F. Zorzanelli 1126 (VIES). Santa Teresa, Estação Biológica Augusto Ruschi, Estrada Lombardia, 4.VI.2006, T.S. Nunes 1734 (HUEFS); Estrada Santa Teresa - Santa Maria de Jetibá, 40º36’23”W, 19º56’01”S, 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 46 (VIES). Venda Nova do Imigrante, Tapera, 41º07’19”W, 20º20’07”S, 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 15 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 16 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 17 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 18 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 19 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 20 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 21 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 22 (VIES); 18.XII.2015, K.F. Borges et al. 23 (VIES).

O epíteto específico é referente ao fruto tipo cápsula (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Não é endêmica do Brasil, ocorre nos estados do Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Possui registros nos domínios geográficos: Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. No Espírito Santo, tem ocorrência preferencial para a face sul do estado, mas não em muitos municípios. No entanto, acredita-se que sua distribuição não é maior por falta de coletas da espécie.

No Espírito Santo, férteis de junho a dezembro.

Pertencente ao subgênero Decaloba, pode ser identificada por seu caule anguloso, lâmina foliar 2-lobada, ausência de glândulas no pecíolo, sépalas de forma linear-lanceolada e frutos do tipo cápsula. No Espírito Santo é a única espécie ocorrente com esse tipo de fruto, o que facilita a sua identificação. Apresenta autocompatibilidade (Amorim et al. 2011Amorim JS, Souza MM, Viana AJC & Freitas JCO (2011) Self-, cross- and interspecific pollinations in Passiflora capsularis and P. rubra. Revista Brasileira de Botânica 34: 537-544.). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (1996)Cervi AC (1996) Passifloraceae da região de Carangola - Minas Gerais, Brasil. Pabstia 7: 1-32., Deginani (2001)Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129., Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004)Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665., Milward-de-Azevedo & Valente (2004)Milward-de-Azevedo MA & Baumgratz JFA (2004) Passiflora L. subgênero Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) na Região Sudeste do Brasil. Rodriguésia 55: 17-54., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Milward-de-Azevedo et al. (2012)Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
.

8. Passiflora contracta Vitta, Brittonia 56(1): 89-92, f. 1. 2004. Fig. 1d

Trepadeiras lenhosas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes a castanhos. Estípulas lineares, 0,1-0,4 × 0,05-0,2 cm. Folhas com pecíolos 0,5-1,7 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares elípticas, 4,5-11,8 × 3-6,5 cm compr., coriáceas, ápice acuminado, base aguda, margens inteiras, oceolos ausentes. Pedúnculos em racemos, 0,5-4,5 cm compr. Brácteas lineares, 0,6-1,2 × 0,2-1,2 cm. Flores esverdeadas, solitárias, pentâmeras; tubo do cálice cupuliforme; sépalas oblongas, 2-4 × 0,4-0,7 cm, ápice agudo; pétalas oblongas, 1,9-3,4 × 0,3-0,4 cm, ápice agudo; corona de filamentos 2 séries, série externa liguliformes, 0,8-1,7 cm compr., esverdeados, série interna filiformes, 0,2-0,5 cm compr.; opérculo plicado; límen anular; androginóforo curvo, 1,6-2,1 cm compr.; ovário oblongo, 0,2-0,8 cm compr., glabro. Frutos bagas, ovóides, 3-5,7 × 2,6-3,8 cm; sementes elíptico-oblongas, 0,5-0,9 × 0,3-0,8 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Aracruz, Retiro, 40°16’24”W, 19°49’14”S, 14.VIII.1992, O.J. Pereira 9474 (VIES). Comboios, Conceição da Barra, 39°43’56”W, 18°35’36”S, 24.XI.1992, O.J. Pereira 9504 (VIES); 39°44’03”W, 18°35’31”S, 24.XI.1992, O.J. Pereira 9475 (VIES); 39°43’56”W, 18°35’36”S, 2.XII.1992, O.J. Pereira 9499 (VIES); 10.XII.1992, O.J. Pereira 9500 (VIES); 10.XII.1992, O.J. Pereira 9501 (VIES); Parque Estadual de Itaúnas, 39°43’56”W, 18°35’36”S, 30.III.2000, O.J. Pereira 32573 (VIES); 19.II.2001, M.A. Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van der Ven 60 (RB); 19.II.2001, M.A. Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van der Ven 64 (RB); 19.II.2001, M.A. Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van der Ven 71 (RB). Fundão, 40°24’23”W, 19°55’58”S, 27.XI.1998, I.D. Rodrigues 12973 (VIES). Linhares, 39°43’32ˮW, 19°22’21ˮS, 15.III.2007, C. Farney et al. 4638 (RB) 40°04’20”W, 19°23’29”S, 17.XII.1996, O.J. Pereira 10086 (VIES); 15.V.1978, G. Martinelli 4179 (RB); 27.09.1978, G. Martinelli 4989 (RB). Nova Venécia, 40°26’50ˮW, 18°45’39ˮS, 24.IV.2013, J.A. Oliveira et al. 379 (RB). Reserva Biológica de Comboios, 40°16’28”W, 19°49’05”S, 28.X.1992, O.J. Pereira 9492 (VIES); 39°52’58”W, 19°40’19”S, 18.XII.1994, I. Weiler Junior 17759 (VIES). Pedro Canário, 6.XI.1986, G. Martinelli et al. 11858 (RB). Pontal do Ipiranga, 39°41’34”W, 19°17’17”S, 4.VIII.1996, A.M. Assis 12220 (VIES); 10.III.1996, A.M. Assis 12209 (VIES); 18.II.1997, R.LS. Dutra 12217 (VIES). Serra, Bicanga, 40°18’27”W, 20°07’43”S, 6.V.1993, O.J. Pereira 6711 (VIES); 15.VI.1993, O.J. Pereira 6617 (VIES). APA Praia Mole 40°13’21,5ˮW, 20°13’7,4ˮS, 20.V.2009, O.J. Pereira 18374 (VIES). Sooretama, 12.VII.1969, D. Sucre 5480 (RB).

Endêmica do Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Pernambuco, em Floresta Estacional Decidual e Restinga. No Espírito Santo, ocorre em municípios distantes e não vizinhos, provavelmente essa espécie ocorre em outros locais próximos dos descritos, sendo necessário futuras expedições de campo para diminuir as lacunas existentes.

Em floração de maio a julho, frutos de julho a setembro.

Tem como nome popular: maracujá-de-cacho, maracujá-de-cobra (Neto 2008Neto EMC (2008) Análise semântica dos nomes comuns atribuídos às espécies de Passiflora (Passifloraceae) no Estado da Bahia, Brasil. Neotropical Biology and Conservation 3: 86-94.).

Pertencente ao subgênero Deidamioides, P. contracta e P. ovalis Vell. são frequentemente identificadas erroneamente. Ambas possuem morfologias semelhantes, com P. ovalis diferindo apenas pela inflorescência racemiforme, ausência do pedúnculo, pedicelo e hipanto pubérulos (Vitta & Bernacci 2004Vitta FA & Bernacci LC (2004) A new species of Passiflora in section Tetrastylis (Passifloraceae) and two overlooked species of Passiflora from Brazil. Brittonia 56: 89-95.). No entanto, uma delimitação correta dessas espécies pode ser realizada quanto a sua distribuição, Cazé et al. (2013)Cazé ALR, Kriedt RA, Beheregaray LB, Bonatto SL & Freitas LB (2013) Isolation and characterization of microsatellite markers for Passiflora contracta. International Journal of Molecular Sciences 13: 11343-11348. conclui que P. ovalis ocorre restritamente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, enquanto P. contracta ocorre do Espírito Santo à Alagoas. A ilustração da espécie pode ser observada em Vitta & Bernacci (2004)Vitta FA & Bernacci LC (2004) A new species of Passiflora in section Tetrastylis (Passifloraceae) and two overlooked species of Passiflora from Brazil. Brittonia 56: 89-95..

9. Passiflora edmundoi Sacco, Sellowia 18(44): 3-5. 1966.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas reniformes, 1,9-4 × 1,3-2 cm. Folhas com pecíolos 1,8-3,5 cm compr., 2-4 pares de glândulas longo-estipitadas; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 5,4-7,4 cm compr., nervuras laterais 5,3-7 cm comp., distância entre ápices das nervuras laterais 3,1-4,9 cm compr., membranáceas, ápice obtuso, base cordada, margens inteiras, lobos oval-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 7-13 cm compr. Brácteas obovadas, 0,5-1,2 × 0,5-1,2 cm. Flores róseo-avermelhadas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico; sépalas oblongo-lanceoladas, 4,5-4,6 × 0,8-1 cm, ápice agudo a obtuso; pétalas oblongo-lanceoladas, 4,3-4,4 × ca. 1 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 2 séries, série externa filamentosos, 0,2-0,3 cm compr., azul-violáceo, série interna membranosos, ca. 0,4 cm compr.; opérculo plicado; límen anelar; androginóforo reto, 1,4-1,8 cm compr.; ovário oblongo a elipsóide, ca. 0,7 cm compr., glabro. Frutos bagas, elipsóides, 4,5-6 × 1,5-2,4 cm; sementes oblongas, ca. 0,4 × 0,3 cm, testa alveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Águia Branca, 40°39’50ˮW, 19°20’47ˮS, 26.IV.2006, V. Demuner et al. 2255 (MBML). Aracruz, 40°16’23ˮW, 19°49’13ˮS, 29.IV.1992, O.J. Pereira et al. 3355 (VIES). Colatina, 40°33’2ˮW, 19°20’53ˮS, 17.IV.2006, L.F.S. Magnago et al. 772 (MBML). Governador Lindenberg, 40°27’34ˮW, 19°8’21ˮS, 24.IV.2007, V. Demuner et al. 3739 (MBML). Itapemirim, 41º02’56”W, 20º56’10”S, 29.XII.2007, A.M. Assis 1492 (MBML). Linhares, Reserva Florestal de Linhares, 11.V.1073, J. Spada 255 (RB). Marilândia, Alto Liberdade, 40°31’0ˮW, 19°21’13ˮS, 19.IV.2006, L.F.S. Magnago et al. 926 (MBML). Santa Leopoldina, Estrada Santa Leopoldina/Santa Teresa, 40°32’19ˮW, 20°3’56ˮS, 5.V.2005, L. Kollmann et al. 7717 (MBML); Pedra Preta, 40°36’51ˮW, 20°10’23ˮS, 16.IV.2008, L. Kollmann et al. 10900 (MBML). Santa Teresa, 40º39’W, 19º54’56”, 25.IV.1984, R. M. Pizziolo 10 (MBML); Estação Biológica Santa Lúcia, 40°31’49ˮW, 19°58’17ˮS, 3.V.2007, J. Rossini 630 (MBML). São Roque do Canaã, Pedra do Pionte (São Bento), 40°41’15”W, 19°45’26”S, 28.II.2004, A.P. Fontana 771 (MBML).

Homenagem ao botânico coletor do tipo, Dr. Edmundo Pereira, do Museu Nacional do Rio de Janeiro (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Endêmica do Brasil, ocorre nos estados da Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais. Campo Rupestre e Carrasco. No Espírito Santo, esta espécie tem registros para Águia Branca, Aracruz, Colatina, Governador Lindenberg, Itapemirim, Linhares, Marilândia, Santa Leopoldina, Santa Teresa e São Roque do Canaã. Estes municípios ocupam regiões diferentes e a lacuna de ocorrência entre eles é imensa. Nota-se então a necessidade de novas coletas nestas áreas.

Férteis praticamente o ano todo, tem seu ápice de reprodução entre os meses de novembro e maio.

Pertencente ao subgênero Passiflora, é geralmente confundida com P. kermesina Link & Otto, espécie restrita à Região Sudeste, porém, diferencia-se por possuir corona com três a quatro séries de filamentos (Araújo & Alves 2013). Ilustração da espécie pode ser observada em Nunes & Queiroz (2006).

10. Passiflora edulis Sims, Bot. Mag. 45: tab 1989 (1818). Fig. 1e

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas lineares, 0,9-1 × 0,6-1,2 cm. Folhas com pecíolos 1-4,4 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 4-14,9 cm compr., nervuras laterais 4,1-14,1 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 4,5-18,6 cm comp., cartáceas, ápice agudo, base cordada, margens glandular-serrilhadas, lobos oval-elípticos, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 2,7-5,2 cm compr. Brácteas ovais a oblongas, 2,2-2,4 × 0,9-1,8 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongas, 2,2-3,2 × 0,4-0,7 cm, ápice agudo, com 1 par de glândulas sésseis na base; pétalas oblongas, 2,4-2,6 × 0,4-0,6 cm, ápice agudo; corona de filamentos 5 séries , séries externas filiformes, 1,4-1,8 cm compr., bandeamento arroxeado até a metade inferior, branco na metade superior, séries internas filiformes-dentiformes, 0,2-0,3 cm compr.; opérculo membranoso; límen cupuliforme; androginóforo reto, 0,7-1 cm compr.; ovário globoso-ovóide, 0,3-0,8 cm compr., glabro. Frutos bagas, globosos, ca. 9,1 × 12,1 cm; sementes ovadas, ca. 0,6 × 0,4 cm, testa reticulada-foveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Alegre, Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, 28.XI.2010, M.A. Milward de Azevedo et al. 403 (VIES). Aracruz, Brejo Grande, 40º16’24”W, 19º49’14”S, 4.XI.1992, O.J. Pereira 4094 (VIES); Retiro, Serra Peladinha, 40°18’4ˮW, 19°44’38ˮS, 14.XII.2007, V.F. Mansano et al. 484 (RB). Cachoeiro de Itapemirim, Pacotuba, 41°6’46ˮW, 20°50’56ˮS, 31.X.2014, S.P. Ventura et al. 182 (VIES). Conceição da Barra, 39º43’56”W, 18º35’36”S, 4.XI.1992, O.J. Pereira 4094 (VIES); Parque Estadual de Itaúnas, 1.II.2001, M.A. Milward de Azevedo & P.H.L. Van der Ven 34 (RB); 6.II.2001, M.A. Milward de Azevedo & P.H.L. Van der Ven 43 (RB). Guarapari, Paulo César Vinha, 40º28’00”W, 20º36’01”, 1.IV.1995, M. Simonelli 201 (VIES). Linhares, 40°04’20”W, 19°23’28”S, 28.XI.2003, D.A. Folli 4684 (CVRD). Rio Novo do Sul, 22.XI.1990, Y. Hupsel 36 (RB). Santa Teresa, Reserva Biológica Augusto Ruschi, trilha do Rio Piraquê-Açú, próxima a sede, 40º32’54”W, 19º54’02”, 5.VII.2015, K.F. Borges et al. 47 (VIES); Nova Lombardia, 40°33’11ˮW, 19°54’27’S, 10.I.2002, L. Kollmann et al. 5302 (MBML). São Mateus, Barra Nova, Ilha de Guriri, 39º45’42”W, 18º56’27”S, 5.V.1996, M.C.F. Jesus 5 (VIES); Pontal do Sul, Ilha de Guriri, 39º45’42”W, 18º56’27”S, 16.I.1997, M.C.F. Jesus 97 (VIES). Santa Leopoldina, 40°28’14ˮW, 20°3’33ˮS, 8.VIII.2006, trilha do córrego Caioaba, L.F.S. Magnago et al. 1234 (MBML). São Roque do Canaã, Estrada para São Dalmácio, 40º39’23”W, 19º44’26”S, 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 74 (VIES); 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 73 (VIES). Serra, Mestre Álvaro, 40°18’28ˮW, 20°7’42ˮS, 23.III.2010, A.M. Assis et al. 2345 (VIES). Sooretama, Reserva Biológica de Sooretama, 40º09’33”W, 19º03’02”S, 27.VII.2015, K.F. Borges et al. 115 (VIES); 27.VII.2015, K.F. Borges et al. 116 (VIES).

Do latim edulis, comestível. Devido aos seus frutos comestíveis (Cervi, 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Não é endêmica do Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. No Espírito Santo tem distribuição por diversas regiões, fato este, assim como em P. alata, pode ser atribuído por esta espécie de cultivo comercial.

Tem floração e frutificação durante todo o ano.

Tem como nome popular: maracujá (Paraná); maracujá-de-comer, maracujá (Santa Catarina); maracujá-peroba (Pará); maracujá-roxo, maracujá-preto (São Paulo e Rio Grande do Sul); maracujá-mirim, maracujá-redondo, maracujazinho (Rio de Janeiro); maracujá-peroba (Paraíba) (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, esta é a espécie mais cultivada dentro do gênero. Possui alto valor econômico, e devido ao sucesso de sua produção, novas variedades têm sido descritas. Possui potencial para as indústrias de cosméticos, indústria alimentícia, ornamental e medicinal. É caracterizada por seus frutos grandes com grande volume de polpa (Bernacci et al. 2003Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274.). Apresenta autoincompatibilidade (Silva et al. 2005Silva AC, Silva AC, Lucena CC, Vasconcellos MAS & Busquet RNB (2005) Dados preliminares de biologia floral de algumas espécies de passifloráceas. In: Faleiro FG, Junqueira NTV, Braga MF, Pinto ACQ & Souza ES. IV Reunião Técnica de Pesquisas em Maracujazeiro. Embrapa Cerrados, Planaltina. Pp.13-17.). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (1996)Cervi AC (1996) Passifloraceae da região de Carangola - Minas Gerais, Brasil. Pabstia 7: 1-32., Deginani (2001)Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Farinazzo & Salimena (2007)Farinazzo NM & Salimena FRG (2007) Passifloraceae na reserva biológica da represa do grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 58: 823-833., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
. Foi avaliada pelo CNCFlora (2012)CNCFlora (2012) Lista Vermelha da Flora Brasileira. Disponível em <cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br>. Acesso em 3 fevereiro 2017.
cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br...
como LC (menos preocupante), de acordo com os critérios da IUCN.

11. Passiflora filamentosa Cav. Diss. 10: 461. pi. 294. 1790.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas dolabriformes, 3-4 × 1-1,5 cm. Folhas com pecíolos 4,2-5 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares 5-lobadas, nervuras centrais 6,3-7,8 cm compr., nervuras laterais 6-6,2 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 4,2-4,3 cm compr., membranáceas, ápice agudo, base cordada, margens serreadas, com glândulas no sinus, lobos oval-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 5-6 cm compr. Brácteas ovadas, 1-2 × 0,8-1,2 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongas, ca. 4,6 × 1 cm, ápice obtuso; pétalas oblongas, ca. 4,3 × 0,8 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 7 séries, séries externas filiformes, ca. 2,3 cm compr., bandeados de azul e branco, séries internas filiformes, ca. 0,4 cm compr.; opérculo membranoso e filamentoso; límen cupuliforme; androginóforo reto, ca. 1,1 cm compr.; ovário ovóide, ca. 0,7 cm compr., tomentoso. Frutos bagas, globosos, 4-5,1 × 3,9-5 cm; sementes obcordadas, ca. 1 × 0,7 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Governador Lindenberg, 40°27’47ˮW, 19°16’32ˮS, 23.VIII.2006, V. Demuner et al. 2736 (MBML). Marilândia, 40°32’4ˮW, 19°19’57ˮS, 27.IX.2006, L.F.S. Magnago et al. 1421 (MBML). Nova Venécia, Serra do Cristalino, 16.XI.1953. A.P. Duarte 94492 (RB); 16.XI.1953. A.P. Duarte 94494 (RB) Santa Leopoldina, 40°33’2ˮW, 20°8’3ˮS, 31.X.2006, L.F.S. Magnago et al. 1527 (MBML).

O epíteto específico representa os inúmeros filamentos presentes na corona (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Endêmica do Brasil, ocorre apenas na Mata Atlântica no Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Espírito Santo ocorre somente nos municípios de Governador Lindenberg, Marilândia, Nova Venécia e Santa Leopoldina o que caracteriza rara a sua distribuição e ocorrência.

Com florescimento de outubro a março e frutificação de março a agosto.

Pertence ao subgênero Passiflora. Já foi observado por Cervi (1997)Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92. alto índice de plasticidade foliar, bem como polimorfismo floral. No Espírito Santo, a espécie destaca-se por ser a única espécie com lâmina foliar 5-lobada. Ilustração da espécie pode ser observada em Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
.

12. Passiflora foetida var. foetida L., Sp. Pl. ed. 2: 959. 1753.

Trepadeiras herbáceas, pubescentes. Ramos cilíndricos, estriados, seríceo-tomentoso, verdes. Estípulas subreniformes, 0,8-1,6 × 0,4-1,1 cm. Folhas com pecíolos 0,8-2,8 cm compr., glândulas ausentes; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 2,8-4,7 cm compr., nervuras laterais 1,8-5,7 cm comp., distância entre ápices das nervuras laterais 2-4,9 cm compr., membranáceas, ápice arredondado, base cordada, margem glandular, lobos laterais ovado-oblongo, lobo central lanceolado, oceolos ausentes. Pedúnculo solitários, 1,6-2 cm compr. Brácteas oval-bipinatisectas, 2,3-2,6 × 1,3-1,7 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice curto-campanulado; sépalas ovaladas, 1,4-1,6 × 0,4-0,6 cm, ápice obtuso, margem com presença de glândulas; pétalas oblongo-lanceoladas, 1,2-1,4 × 0,4-0,5 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 4 séries, séries externas filiformes, 0,8-1 cm compr., branco-vináceos, séries internas lineares, 0,2-0,3; opérculo membranoso; límen cupuliforme; androginóforo reto, 0,5-0,6 cm compr.; ovário ovóide, 0,5-0,7 cm compr., piloso. Frutos bagas, globosas, 1,5-2,6 × 1,4-2,6 cm; sementes obovadas, 0,3-0,5 × 0,2-0,3 cm, testa foveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Alegre, 40°31’59ˮW, 20°45’49ˮS, VII.2015, D.A.T. Ferreira 9 (VIES). Barra de São Francisco, Parque Municipal Sombra da Tarde, 40°53’27”W, 18°45’18”S, 21.XI.2000, L. Kollmann 3297 (MBML). Linhares, 40°04’20”W, 19°23’28”S, 6.I.1993, D.A. Folli 1770 (CVRD); 40°04’19ˮW, 19°23’27ˮS, 7.I.1993, D.A. Folli 1780 (CVRD); 8.V.2006, D.A. Folli 5263 (CVRD). Rio Bananal, 40°19’59ˮW, 19°15’53ˮS, 12.XII.2007, D.A. Folli 5811 (CVRD). Vitória, 40º18’15”W, 20º16’36”S, 21.VI.1985, O.J. Pereira 475 (VIES).

Não é endêmica do Brasil, ocorre no Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Ocorre em área antrópica, Caatinga, Campo de Altitude, Campo Limpo, Campo Rupestre, Floresta Ombrófila. No Espírito Santo, a espécie possui a maioria dos seus registros de distribuição no norte do estado, nos municípios de Barra de São Francisco, Conceição da Barra e Linhares, além de Vitória.

Floresce e frutifica durante todo o ano.

Tem como nome popular: Camapu, maracujá-de-cobra maracujá-de-estalo, maracujá-de-estralo, maracujá-de-papoco, maracujá-de-papouco, maracujá-de-pipoco, maracujá-de-praia, maracujá-do-campo, maracujá-do-mato, maracujá-poca, maracujazinho-do-mato ou poca-poca (Nunes & Queiroz 2006Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, pode ser confundida com P. vellozii Gardner, no entanto, P. foetida var. foetida apresenta caule serício tomentoso e folhas com margem glandular-serrilhada que produzem e liberam uma substância pegajosa com odor forte e desagradável (fétido) (Imig & Cervi 2014Imig DC & Cervi AC (2014) A new species of Passiflora L. (Passifloraceae), from Espírito Santo, Brazil. Phytotaxa 186: 292-296.). Apresenta autocompatibilidade (Kishore et al. 2010Kishore K, Pathak KA, Shukla R & Bharali R (2010)Studies on floral biology of passion fruit (Passiflora spp.). Pakistan Journal of Botany 42: 21-29.). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Deginani (2001)Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Silva et al. (2013)Silva EO, Santos JUM & Dias ACAA (2013)Passifloraceae na área de proteção ambiental de Belém, PA, Brasil. Rodriguésia 64: 829-845. e Santos et al. (2016)Santos JV, Nunes TS & Conceição AS (2016) A família Passiloraceae na APA Serra Branca/Raso da Catarina, Jeremoabo, Bahia, Brasil. Biotemas 29: 11-23..

13. Passiflora junqueirae Imig & Cervi, Phytotaxa, 186(5): 292-296, 2014. Fig. 1f

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas reniformes, 0,2-0,7 × 0,3-0,6 cm. Folhas com pecíolos 2,1-5,2 cm compr., 1-3 pares de glândulas estipitadas; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 5,1-9 cm compr., nervuras laterais 4,5-7,6 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 4,5-13,2 cm compr., membranáceas, ápice agudo, base cordada, margens inteiras, lobos oblongo-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 3,7-9,1 cm compr. Brácteas lineares, 0,3-0,6 × 0,7-1,1 cm. Flores alvas-arroxeadas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongo-lanceoladas, 2,2-2,5 × 0,7-0,9 cm, ápice obtuso; pétalas oblongo-lanceoladas, 2-2,5 × 0,6-0,8 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 7 séries, séries externas cilíndricas, 1-1,4 cm compr., roxo escuro na base, uma faixa branca na porção média, seguido de lilás para branco no vértice, séries internas filiformes, 0,3-0,7 cm, roxo escuro na base, com uma faixa branca na porção média, seguido de lilás para branco no vértice; opérculo membranoso, ligeiramente plicado com projeções dentiformes; límen membranoso; androginóforo reto, 1,3-1,5 cm compr.; ovário oblongo, 0,6-0,9 cm, glabro. Frutos bagas, elipsoidais, 4,9-6,4 × 1,3-2 cm; sementes obovadas, 0,5-0,6 × 0,2-0,4 cm, testa profundamente reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO, Iúna, Serra do Valentim, 41°28’32,99ˮE, 20°20’8ˮS, 12/XI/2015, J.P.F. Zorzanelli et al. 1361 (VIES). Pedra Menina, Parque Nacional do Caparaó, 41°49’30,23”O, 20°28’22ˮS, 3.II.2014, D.C. Imig et al. 296 (VIES). Venda Nova do Imigrante, Tapera, 41º07’19”W, 20º20’07”S, 7.XI.2015, K.F. Borges et al. 10 (VIES).

O epíteto específico faz uma homenagem ao pesquisador da Embrapa Cerrados-DF, Dr. Nilton Tadeu Vilela Junqueira.

Endêmica do Espírito Santo, apresentava apenas coletas para o Parque Nacional do Caparaó. Agora é registrado para os municípios de Iúna e Venda Nova do Imigrante. Esta espécie é classificada como de ocorrência rara.

A espécie foi encontrada fértil no período de novembro a fevereiro.

Tem como nome popular: maracujá-aranha (Imig & Cervi 2014).

Pertencente ao subgênero Passiflora, é morfologicamente muito semelhante a P. amethystina, inclusive diversas exsicatas consultadas apresentavam erros de identificação. Dentre as características morfológicas observadas por Imig & Cervi (2014), P. junqueirae apresenta sete séries de filamentos da corona e brácteas lineares, que a diferencia de P. amethystina. Ilustração da espécie pode ser observada em Imig & Cervi (2014).

14. Passiflora kermesina Link & Otto, Verh., Vereins. Beförd. Gartenbaues Königl. Preuss. Staaten 2: 403, t. 15 (1826). Fig. 2a

Figura 2
a. flor de Passiflora kermesina; b. flor de Passiflora mediterranea; c. flor de Passiflora miersii; d. flor e folha de Passiflora misera; e. flor de Passiflora porophylla; f. flor de Passiflora sidifolia; g. flor de Passiflora speciosa; h. botões, flor e frutos de Passiflora suberosa subsp. litoralis; i. flor e botão floral de Passiflora vellozii.
Figure 2
a. flower of Passiflora kermesina; b. flower of Passiflora mediterranea; c. flower of Passiflora miersii; d. flower and leaf of Passiflora misera; e. flower of Passiflora porophylla; f. flower of Passiflora sidifolia; g. flower of Passiflora speciosa h. bud, flower and fruits of Passiflora suberosa subsp. litoralis; i. flower and bud of Passiflora vellozii.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas subreniformes, 0,4-2,1 × 0,3-1 cm. Folhas com pecíolos 0,8-4,5 cm compr., 1-2 pares de glândulas longo-estipitadas; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 1,9-9,5 cm compr., nervuras laterais 1,6-8,8 cm comp., distância entre ápices das nervuras laterais 1,9-11,9 cm compr., membranáceas, ápice obtuso, base truncada, margens inteiras, 2-4 glândulas estipitadas nos sinus dos lobos, lobos oblongos, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 3,6-20,4 cm compr. Brácteas elípticas, 0,8-6,4 × 0,3-1,3 cm. Flores róseas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico a campanulado; sépalas oblongo-lanceoladas, 2-5,4 × 0,5-1 cm, ápice agudo a obtuso; pétalas oblongo-lanceoladas, 1,9-5 × 0,4-0,8 cm, ápice agudo; corona de filamentos 5 séries, séries externas filiformes, 0,9-1,4 cm compr., púrpuros, séries internas filiformes, 0,4-1 cm compr., eretos; opérculo plicado, membranoso; límen cilíndrico; androginóforo reto, 1,6-2,3 cm compr.; ovário oblongo-elipsoidal, 0,6-0,8 cm, glabro. Frutos bagas, elipsoidais, 3,9-6 × 0,9-1,7 cm; sementes ovadas, 0,4-0,6 × 0,2-0,3 cm, testa alveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Águia Branca, 40°47’55’W, 18°56’39ˮS, 29.XI.2006, L.F.S. Magnago et al. 1644 (MBML). Cariacica, 40°31’10ˮW, 20°17’29ˮS, 15.II.2008, C.N. Fraga et al. 1864 (RB). Castelo, Parque Estadual do Forno Grande, 41°5’1ˮW, 20°30’58ˮS, 15.X.2008, R.C. Forzza et al. 5331 (MBML). Parque Estadual de Mata das Flores, 41º10’44”W, 20º36’08”S, 6.IV.2013, T.T. Carrijo et al. 1727 (VIES); 6.IV.2013, T.T. Carrijo et al. 1724 (VIES). Colatina, 7.V.1934, J.G. Kuhlmann 323 (RB).Conceição da Barra, 38º21’04”W, 19º08’01”S, 26.III.1992, O.J. Pereira et al. 3133 (VIES). Domingos Martins, 40º39’33”W, 20º21’48”S, 10.VII.1984. P.C. Vinha 645 (VIES); 10.VII.1984. O.J. Pereira 366 (VIES). Santa Isabel, 40º37’48”W, 20º23’12”S, 21.V.1985, O.J. Pereira 469 (VIES). Itaguaçú, 27.V.1996, A.C. Brade et al. 18420 (RB). Itapemirim, Fazenda Velha, 40º50’02”W, 21º00’40”S, 1.IV.2009, J.M.L. Gomes 3296; 21.IV.83, C. Farney & H.C. Lima 319 (RB). Linhares, 12.V.1985, G. Martinelli et al. 10977 (RB); 11.V.1973, J. Spada 255 (RB);40°4’19ˮW, 19°23’27ˮS, 15.X.1992, D.A. Folli 1349 (CVRD); 40°04’20”W, 19°23’28”S, 28.IV.2004, D.A. Folli 4833 (CVRD); 5.IV.2006, G.Q. Freire 21 (CVRD); 39°55’40”W, 19°08’56”S, 2.VI.2011, G.S. Siqueira 643 (CVRD). Marechal Floriano, 40º40’59”W, 20º24’47”S, 9.VII.1988, O.J. Pereira et al. 1565 (VIES); 21.VII.1988, R.F.M. Camargo 4206 (VIES). Pancas, 23.III.1934, J.G. Kuhlmann 26 (RB). Presidente Kennedy, 40°57’54ˮW, 21°13’32ˮS, 26.V.2018, A.M. Assis et al. 4500 (VIES). Santa Teresa, 40°41’1ˮW, 19°55’52ˮS, 2.XII.1998, L. Kollmann et al. 1181 (MBML); Reserva Biológica Augusto Ruschi, trilha do Rio Piraquê-Açú, 40°32’57”W, 19°54’05”S, 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 55 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 56 (VIES); Estrada Santa Teresa/Itarana, 40°36’1ˮW, 19°56’8ˮS, 13.II.2009, J. Rossini & L.C. Rossini 690 (MBML); Estação Biológica Caixa D’água, 40°36’27ˮW, 19°55’53ˮS, 21.X.1985, W. Boone 826 (MBML). São Roque do Canaã, Alto Santa Júlia, 40º44’22”W, 19º45’39”S, 15.VII.2015, K.F. Borges et al. 50 (VIES). Serra, APA Mestre Álvaro, 40º18’41”W, 20º09’10”S, 3.III.2012, P.H.D. Barros 181 (VIES). Sooretama, Reserva Biológica de Sooretama, estrada do meio, 40°5’52ˮW, 19°11’48ˮS, 26.X.2013, A. Alves-Araújo et al. 1629 (VIES); Reserva Biológica de Sooretama, trilha próxima a sede, 40º09’33”W, 19º03’02”S, 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 81 (VIES); trilha do cupido, 40º07’56”W, 19º04’02”S, 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 82 (VIES); 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 83 (VIES); 27.VII.2015, K.F. Borges et al. 101 (VIES). Venda Nova do Imigrante, Tapera, 41º07’19”W, 20º20’07”S, 8.XI.2015, K.F. Borges et al. 11 (VIES); 8.XI.2015, K.F. Borges et al. 12 (VIES); 8.XI.2015, K.F. Borges et al. 13 (VIES). Viana, 40°32’00ˮW, 20°19’00ˮS, 11.IV.2009, L. Kollmann et al. 11536 (RB).

Endêmica do Brasil, ocorre no Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em vegetação de Campo Rupestre e Floresta Ombrófila. No Espírito Santo a espécie possui distribuição ampla, tendo registros de norte a sul do estado.

Encontrada fértil ocasionalmente em diversos períodos do ano (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Tem como nome popular: maracujá, maracujá-vermelho (Sacco 1980Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, pode ser identificada por suas grandes estípulas subreniformes e flores atrativamente vistosas. Geralmente confundida em campo com P. edmundoi pela semelhança de suas lâminas foliares, estípulas e flores de coloração róseas (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.; Farinazzo & Salimena 2007). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p. e Farinazzo & Samilema (2007).

15. Passiflora malacophylla Masters, Fl. bras. 13(1): 604, tab.117, fig. 2 (1872).

Trepadeiras herbáceas, pubescentes. Ramos cilíndricos, flexuosos, velutinos. Estípulas setáceas 0,3-0,4 × 0,1-0,2 cm. Folhas com pecíolos 0,5-1 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares elíptico-lanceoladas, 4,6-9,8 × 2,3-5 cm compr., membranáceas à cartáceas, ápice agudo, base arredondada, margens serreadas, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 1-1,3 cm compr. Brácteas ovais, 1,2-2,6 × 0,2-0,5 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice curto-campanulado; sépalas oblongas, ca. 2,5 × 0,8 cm, ápice agudo; pétalas oblongas, ca. 2,4 × 0,8 cm, ápice agudo; corona de filamentos 6 séries, séries externas liguliformes, ca. 0,6 cm compr., alvas com máculas lilases na porção inferior, séries internas filiformes, ca. 0,2 cm compr.; opérculo membranoso; límen anelar; androginóforo reto, 0,7-0,8 cm compr.; ovário ovóide, ca. 0,5 cm compr., tomentoso. Frutos bagas, globosos, 3-3,8 × 1,5-2,6 cm; sementes obovadas, ca. 0,3×0,2 cm, testa alveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Barra de São Francisco, Parque Municipal Sombra da Tarde, 40°53’27”W, 18°45’18”S, 11.XII.2000, L. Kollmann 3456 (MBML). Nova Venécia, Pedra do Elefante, 40°26’27ˮW, 18°46’58ˮS, 18.II.2008, R.C. Forzza et al. 5092 (MBML).

Epíteto específico referente ao grego malakos, brando, folha delgada. Significa planta de folhas brandas (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Endêmica do Brasil, ocorre na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Registros para os domínios fitogeográficos, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. No Espírito Santo possui registro apenas para os municípios Barra de São Francisco e Nova Venécia, sendo assim considerada uma das espécies de distribuição rara do estado.

Pertencente ao subgênero Passiflora, P. malacophylla destaca-se no Espírito Santo por ser a única espécie com seis séries de filamentos da corona. Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p. e Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226.. Foi avaliada pelo CNCFlora (2012)CNCFlora (2012) Lista Vermelha da Flora Brasileira. Disponível em <cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br>. Acesso em 3 fevereiro 2017.
cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br...
como LC (menos preocupante), de acordo com os critérios da IUCN.

16. Passiflora margaritaeSacco, Sellowia 19(19): 59-61. 1967Sacco JC (1967) Contribuição ao estudo das Passifloraceae do Brasil - III - Passiflora margaritae Sacco n. sp. Sellowia 19: 59-61..

Trepadeiras lenhosas, tomentosas. Ramos cilíndricos, estriados, com tricomas tomentosos ferrugíneos, castanhos. Estípulas falcadas, ca. 0,6 × 0,2 cm. Folhas com pecíolos 2,4-4 cm compr., 1 par de glândulas; lâminas foliares 3-5 lobadas, nervuras centrais 6,7-15 cm compr., nervuras laterais 5-13,2 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 4,7-15 cm compr., membranáceas à cartáceas, ápice agudo, base cordada à truncada, margens serreado-glandulares, lobos oblongo-lanceolados a linear-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 1-8,8 cm compr. Brácteas oblongas, 2,4-4,5 × 0,6-0,8 cm. Flores róseo-avermelhadas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico-campanulado; sépalas oblongo-lineares, 5,6-5,7 × 0,5-1 cm, ápice agudo; pétalas oblongo-lineares, 5,6-5,7 × 0,5-1 cm, ápice agudo; corona de filamentos 3 séries (cores dos filamentos não avaliadas), série externa liguliformes-subulados, 0,7-1 cm compr., ápice falcado, série mediana liguliformes-subulados, 0,4-05 cm compr., série interna filiformes, 0,25-0,4 cm compr.; opérculo membranoso, ápice filamentoso; límen membranoso; androginóforo reto, 1,8-2,1 cm compr.; ovário oblongo, ca. 0,6 cm compr., tomentoso. Frutos bagas, oblongos, 5-6 × 2,6-4,5 cm; sementes obovados, ca. 0,5 × 0,25 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Santa Teresa, 23.X.1965, M. Emmerich & A.G. Andrade 2561 (R - holótipo). Pancas, Rio Pancas, 11.VII.1942, E.A. Bueno & L. Emygdio 184 (R); 11.VII.1942, E.A. Bueno & L. Emygdio 186 (R - parátipo).

O epíteto específico é uma homenagem a coletora do holótipo Margarete Emmerich, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Sacco 1967Sacco JC (1967) Contribuição ao estudo das Passifloraceae do Brasil - III - Passiflora margaritae Sacco n. sp. Sellowia 19: 59-61.).

Endêmica do Espírito Santo, ocorre em Floresta Ombrófila.

Floresce em julho e outubro e frutifica em outubro.

Pertencente ao subgênero Passiflora, P. margaritae é caracterizada por apresentar caule com tricomas tomentosos ferrugíneos, lâminas foliares 3-5 lobadas tomentosos, flores com sépalas e pétalas róseo-avermelhadas, e corona de filamentos com 3 séries. Muito similiar à P. speciosa Gardner, diferenciando pelo número de séries da corona de filamentos, duas séries para P. speciosa e três para P. margaritae. Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1967)Sacco JC (1967) Contribuição ao estudo das Passifloraceae do Brasil - III - Passiflora margaritae Sacco n. sp. Sellowia 19: 59-61.. Foi avaliada pelo CNCFlora (2012) como EN (em perigo), de acordo com os critérios da IUCN.

17. Passiflora mediterranea Vell., Fl. Flumin. Icon. 9: t. 72. 1831 (‘1827’). Fig. 2b

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes a vináceos. Estípulas subreniformes, 0,9-2,5 × 0,4-1,2 cm, caducas. Folhas com pecíolos 0,8-3,5 cm compr., 1-2 pares de glândulas estipitadas pediceladas; lâminas foliares lanceoladas a ovado-lanceoladas, 5,7-13,4 × 2,5-6,5 cm, cartáceas, ápice agudo, base cordada ou peltada, margens inteiras, oceolos ausentes. Pedúnculos aos pares, 3-6,9 cm compr. Brácteas ovadas, 0,9-1,5 × 0,4-1,4 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice curto-campanulado; sépalas oblongas, 1,3-1,6 × 0,8-1 cm, ápice agudo; pétalas oblongas, 1,1-1,5 × 0,6-0,8 cm, ápice agudo; corona de filamentos 3 séries, séries externas filiformes, 0,9-1,2 cm compr., alvos, série interna filiformes, ca. 0,1 cm compr.; opérculo membranoso; límen cupuliforme; androginóforo reto, 0,5-0,7 cm compr.; ovário ovóide, 0,3-0,4 cm compr., pubescente. Frutos bagas, ovóides a ellipsoidais, 6-6,8 × 1,2-2,1 cm; sementes oblongo-cuneiformes, 0,3-0,4 × 0,15-0,2 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Ibiraçu, Lombardia, divisa Santa Teresa/Ibiraçu, 40°22’10”W, 19°49’55”S, 6.V.2005, L. Kollmann 7751 (MBML). Itaguaçú, Alto Limoeiro, A.C. Brade et al. 18343 (RB). Iúna, Serra do Valentim, 41°28’39ˮW, 20°22’32ˮS, 13.XI.2015, J.P.F. Zorzanelli & A.M. Barreto 1372 (VIES) Pancas, 40°52’36ˮW, 19°13’52ˮS, 14.IV.2013, H.C. Lima et al. 7643 (VIES). Santa Teresa, Museu de Biologia Mello Leitão, 40°37’0ˮW, 19°56’10ˮS, 17.I.1986, W. Boone 1037 (MBML); Reserva Biológica Augusto Ruschi, trilha da roda d’água, 40°32’28”W, 19°54’46”S, 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 34 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 31 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 32 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 33 (VIES); Nova Lombardia, 40°33’11ˮW, 19°54’27ˮS, 22.V.2003, R.R. Vervloet et al. 2482 (MBML); 40°33’11ˮW, 19°54’27ˮS, 23.I.2003, R.R. Vervloet et al. 1751 (MBML). São Roque do Canaã, Alto Misterioso, 40°46’30ˮW, 19°11’28ˮS, 27.III.2004, L. Kollmann et al. 6535 (MBML); Alto Santa Júlia, 40º44’22”W, 19º45’39”S, 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 71 (VIES). Sooretama, Reserva Biológica de Sooretama, 40°00’23.3”W, 19°00’08.7”S, 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 84 (VIES).

É endêmica do Brasil, com registros para o Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. Ocorre somente em Mata Atlântica. No Espírito Santo, esta espécie se concentra mais nas regiões serrana e centro-oeste, sendo considerada restrita a estas áreas.

Floresce de novembro a janeiro.

Popularmente conhecido como maracujá (PR); maracujá-de-cobra (SC) e maracujá-silvestre (Bernacci et al. 2003Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, pode ser facilmente reconhecida por seu caule verde-vináceo, com estípulas subreniformes caducas. A sinonimização com P. jilekii Wawra foi estabelecida por Cervi & Rodrigues (2010). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (1997)Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
.

18. Passiflora miersii Mart., Fl. bras. 13(1): 599, tab. 117 (1872). Fig. 2c

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas reniformes, 0,9-2,2 × 0,7-1,2 cm. Folhas com pecíolos 0,9-2,4 cm compr., 1 par de glândulas estipitadas; lâminas foliares oval-lanceoladas, 4,4-9,6 × 2,5-5,5 cm, membranáceas, ápice agudo, base sub-peltada ou truncada, margens lisas, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 3,9-8,8 cm compr. Brácteas linear-setáceas, 0,2-0,3 × ca. 0,1 cm. Flores roxas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongas, 1,5-2,4 × ca. 0,6 cm, ápice agudo; pétalas oblongas, 1,5-2,2 × ca. 0,5 cm, ápice agudo; corona de filamentos 4 séries, séries externas filiformes, 0,9-1 cm compr., com bandeamentos alvos e roxos, séries internas filiformes, ca. 0,3 cm compr.; opérculo ereto; límen anelar, cupuliforme; androginóforo reto, 0,8-1 cm compr.; ovário ovóide, 0,3-0,4 cm compr., glabro. Frutos bagas, ovóides, ca. 3,4 × 2 cm; sementes ovóides, ca. 0,3 × 0,2 cm, testa foveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Alegre, 41°44’7ˮW, 20°23’48ˮS, 22.II.2000, V.C. Souza et al. 23701 (RB). Águia Branca, 7.V.1934, J.G. Kuhlmann 324 (RB). Castelo, 31°11’4ˮW, 20°36’12ˮS, 27.I.2009, J. Rossini et al. 682 (MBML). Linhares, 40°04’20”W, 19°23’28”S, 23.IV.2011, L.P. Queiroz 2455 (CVRD); 40°04’20”W, 19°23’28”S, 10.V.1990, D.A. Folli 1126 (CVRD). Marilândia, 40°33’4ˮW, 19°20’53ˮS, 08.II.2006, V. Demuner et al. 1659 (MBML). São Roque do Canaã, Misterioso, Pedra dos Três Carneiros, 40°44’22”W, 19°45’39”S, 24.XII.2003, A.P. Fontana 668 (MBML). Serra, 40°18’24ˮW, 20°9’51ˮS, 01.III.2011, L. Kollmann & R. Cribari 12211 (MBML).

Epíteto específico em homenagem ao botânico inglês coletor do tipo da espécie, John Miers (1789-1879) (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Endêmica do Brasil, ocorre na Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Sul do Brasil, em área antrópica e nos tipos de vegetação Cerrado, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila. No Espírito Santo possui registros para Alegre, Águia Branca, Castelo, Linhares, Marilândia, São Roque do Canaã e Serra. Acredita-se na existência de novos pontos de coletas da espécie entre os municípios já ocorrentes.

Com flores de setembro a janeiro e frutos de fevereiro a maio (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Tem como nome popular: maracujá-de-morcego e maracujazinho (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Pertence ao subgênero Passiflora. A identificação de P. miersii pode causar dúvidas com P. silvestris Vell. pelo formato semelhante de suas folhas. Porém, P. silvestris apresenta flores alvas com corona de filamentos 2 séries, enquanto P. miersii apresenta flores roxas com corona de filamentos 4 séries. Apresenta autoincompatibilidade (Endress 1994Endress PK (1994) Diversity and evolutionary biology of tropical flowers. Cambridge University Press, Cambridge. 420p.). Ilustração da espécie pode ser observada em Vitta & Pirani (2015)Vitta, FA & Pirani, J.R. 2015. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Passifloraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 33: 29-38. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
. Foi avaliada pelo CNCFlora (2012) como LC (menos preocupante), de acordo com os critérios da IUCN.

19. Passiflora misera Kunth, Nov. Gen. Sp. 2: 136. 1817. Fig. 2d

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos angulosos-complanados, estriados, verdes. Estípulas linear-subuladas, 0,1-0,3 × ca. 0,2 cm. Folhas com pecíolos 0,4-2,3 cm compr., glândulas ausentes; lâminas foliares 2-lobadas a 3-lobadas, nervuras centrais 0,4-4,2 cm compr., nervuras laterais 0,9-7,9 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 2-13,8 cm compr., membranáceas, ápice agudo, base cordada, margens inteiras, lobos laterais ovais a oblongo-ovais, lobo central ausente ou largo-oval, oceolos presentes. Pedúnculos solitários, 1,8-4,1 cm compr. Brácteas lineares, 0,2-0,5 × 0,2-0,3 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice pateliforme; sépalas oblongo-lanceoladas, 1-2,4 × 0,3-0,5 cm, ápice obtuso a agudo; pétalas oblongo-lanceoladas, 0,7-2,2 × 0,2-0,4 cm, ápice obtuso a agudo; corona de filamentos 2 séries, série externa filiformes, 0,4-1,3 cm compr., alvos, série interna filiformes, 0,2-0,4 cm comp.; opérculo plicado; límen cupuliforme; androginóforo reto, 0,4-0,5 cm compr.; ovário elíptico, 0,2-0,4 cm compr., glabro. Frutos bagas, globosos, 1,2-1,5 × 1,1-1,3 cm; sementes elípticas, ca. 0,2 × 0,3 cm, testa transversalmente sulcada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Conceição da Barra, 38º21’04”W, 19º08’01”S, 15.IV.1992, O. J. Pereira et al. 3293 (VIES); 39º43’56”W, 18º35’36”S, 10.VI.1992, O.J. Pereira et al. 3505 (VIES); Parque Estadual de Itaúnas, 16.II.2001, M.A. Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van der Ven 57 (RB); 19.II.2001, M.A. Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van der Ven 78 (RB); 20.II.2001, M.A. Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van der Ven 95 (RB). Guarapari, Setiba, Lagoa de Caraís, 40º25’32”, 20º36’07”, 12.IX.1987, O.J. Pereira 1044 (VIES); 24.VIII.1988, O.J. Pereira & L.C. Fabris 1496 (VIES); 15.IX.1988, O.J. Pereira & L.C. Fabris 1821 (VIES); Parque Estadual Paulo César Vinha, 40º28’00”W, 20º36’01”S, 1.XII.1994, O.J. Pereira e L.H.M. de Aquino 5320 (VIES); 13.XII.1994, M.S. Cardoso 28 (VIES). Linhares, 40°04’20”W, 19°23’28”S, 14.XII.2006, G.S. Siqueira 284 (CVRD); 9.V.1995, D.A. Folli 2605 (CVRD); rio Barra Seca, 40°04’20”W, 19°23’28”S, 4.V.1995, D.A. Folli 2600 (CVRD). Pontal do Ipiranga, 39º41’34”W, 19º17’ 17”, 26.X.1995, O.J. Pereira et al. 5514 (VIES). Sooretama, Reserva Biológica de Sooretama, 40°00’23.3”W, 19°00’08.7”S, 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 91 (VIES); 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 92 (VIES); 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 93 (VIES); 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 94 (VIES); trilha do cupido, 40º07’56”W, 19º04’02”S, 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 95 (VIES); 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 96 (VIES); 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 97 (VIES); 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 98 (VIES); 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 99 (VIES); 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 100 (VIES); 40°00’23.3”W, 19°00’08.7”S, 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 92 (VIES).

O epíteto específico é proveniente do latim: miseror, iris, iri = ter compaixão, que provavelmente é uma referência a Paixão de Cristo, uma vez que as flores de Passifloraceae são popularmente conhecidas como flor-da-paixão (Milward-de-Azevedo 2007Milward-de-Azevedo MA (2007) Passifloraceae do Parque Estadual de Ibitipoca. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 25: 71-79.).

Não é endêmica do Brasil, ocorre no Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A espécie é encontrada em bordas de matas, vegetação próxima a ambientes marinhos, capoeiras, beiras de estradas e Cerrado (Milward-de-Azevedo et al. 2012Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68.). No Espírito Santo a espécie é restrita a região norte.

Floresce em quase todos os meses do ano. Tem frutificação de setembro a julho.

Tem como nome popular: maracujá-bravo, maracujá-da-serra, maracujá-mirim, maracujazinho, tripa-de-galinha (Neto 2008Neto EMC (2008) Análise semântica dos nomes comuns atribuídos às espécies de Passiflora (Passifloraceae) no Estado da Bahia, Brasil. Neotropical Biology and Conservation 3: 86-94.).

Pertencente ao subgênero Decaloba, esta espécie é extremamente complexa, podendo ser confundida com outras espécies: P. pohlli Mast., P. porophylla Vell. e P. saxicola Gonstsch. No Espírito Santo, P. misera e P. porophylla são frequentemente identificadas equivocadamente por apresentarem semelhanças nas suas estruturas vegetativas. Uma diferença entre elas é a forma do caule onde P. misera apresenta um caule anguloso-complanado e P. porophylla cilíndrico. Passiflora porophylla possui corona de filamentos uniseriada enquanto P. misera contêm corona com duas séries. Passiflora saxicola distingue-se por apresentar folhas com ápice arredondado. Milward-de-Azevedo et al. (2012)Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68. afirmam que devido a proximidade fenotípica de P. misera com outras espécies do subgênero, a identificação desse complexo de espécies é árdua quando o material estiver estéril. Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (1996)Cervi AC (1996) Passifloraceae da região de Carangola - Minas Gerais, Brasil. Pabstia 7: 1-32., Deginani (2001)Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129., Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004)Milward-de-Azevedo MA & Valente MC (2004)Passifloraceae da mata de encosta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e arredores. Arquivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 62: 367-374., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Milward-de-Azevedo et al. (2012) e Vitta & Pirani (2015)Vitta, FA & Pirani, J.R. 2015. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Passifloraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 33: 29-38..

20. Passiflora mucronata Lam., Encycl. 3: 33 (1789).

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, levemente estriados, verdes. Estípulas oval-lanceoladas, 0,7-3,5 × 0,5-2,7 cm. Folhas com pecíolos 0,5-3,2 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares ovado-cordadas, 2,7-11,4 × 2-10,5 cm, cartáceas, ápice emarginado, base cordada, margens levemente crenadas, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 3,4-18,2 cm compr. Brácteas oblongo-lanceoladas, 1-3,8 × 0,7-2,1 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas lineares, 2,2-4,1 × 0,2-0,6 cm, ápice obtuso; pétalas lineares a oblongas, 2,1-3,8 × 0,3-0,5 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 2 séries, série externa lineares, 0,7-1,6 cm compr., alvos, série interna filiformes, 0,1-0,4 cm compr.; opérculo filamentoso; límen cupuliforme; androginóforo curvo, 1,9-2,3 cm compr.; ovário ovóide, 0,1-1,1 cm compr., glabro. Frutos bagas, elipsoidais, 2,2-5,8 × 1-3,7 cm; sementes ovadas, 0,4-0,8 × 0,2-0,7 cm, testa foveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Anchieta, Praia de Iriri, 40°38’44”W, 20°48’21”S, 10.IX.1987, O.J. Pereira et al. 1037 (VIES). Aracruz, Aracruz Celulose S.A., 39°43’56”W, 18°35’36”S, 17.XII.1992, O.J. Pereira 4469 (VIES); Barra do Sahy, 40º04’31”W, 19º52’03”S, 21.V.2009, M. Simonelli et al. 1675 (VIES); Estação de Biologia Marinha de Santa Cruz, 40°09’20”W, 19°57’14”S, 16.V.1989, O.J. Pereira et al. 1972 (VIES); Vila do Riacho, 40°16’00”W, 19°49’00”S, 29.VII.1992, O.J. Pereira et al. 3650 (VIES). Cariacica, Foz do Rio Bubu, 40º25’11”W, 20º15’51”S, 21.VIII.1991, O.J. Pereira et al. 2378 (VIES). Conceição da Barra, Parque Estadual de Itaúnas, 8.II.2001, M.A. Milward de Azevedo & P.H.L. Van der Ven 46 (RB); 17.II.2001, M.A. Milward de Azevedo & P.H.L. Van der Ven 58 (RB); 39°43’56”W, 18°35’36”S, 24.III.1992, O.J. Pereira et al. 2971 (VIES); 4.XI.1992, O.J. Pereira 4095 (VIES); 25.XI.1992, O.J. Pereira 4208 (VIES); 38°21’04”W, 19°08’01”S, 15.IV.1992, O.J. Pereira et al. 3298 (VIES); 39°43’56”W, 18°35’36”, 23.VIII.1993, O.J. Pereira et J.M.L. Gomes 4724 (VIES); 39°42’07”W, 18°24’12”S, 16.I.2013, W.O. Souza et al. 31 (VIES); Pontal do Sul - Ilha de Guriri, 39°43’56”W, 18°35’36”S, 12.III.1997, M.C.F. Jesus & N.M. Andrade 179 (VIES); 12.III.1997, M.C.F. Jesus & N.M. Andrade 178 (VIES). Guarapari, 40º24’57”W, 20º34’38”S, 5.VIII.1982, O.J. Pereira 71 (VIES); 40°30’39”W, 20°39’29”S, 5.VIII.1982, O.J. Pereira 69 (VIES); Setiba, 40°24’57”W, 20°34’38”S, 5.VIII.1982, O.J. Pereira 70 (VIES); 28.VIII.1987, O.J. Pereira et al. 993 (VIES); 5.X.1988, O.J. Pereira & J.M.L. Gomes 1846 (VIES); 40°30’40”W, 20°39’29”S, 12.V.1990, P. Vinha 955 (CVRD); Parque Estadual Paulo César Vinha, Lagoa de Carais, 40°25’29”W, 20°36’15”S, 1.IX.1994, M.S. Cardoso 11 (VIES); 40°28’00”W, 20°36’01”S, 29.III.2000, J.M.L. Gomes 2796 (VIES); 19.VII.2006, A.C.C. Loss 14315 (VIES); Parque Natural Municipal Morro da Pescaria, praia do ermitão, 40°28’02”W, 20°39’29”S, 4.V.2013, A.C.S. Dalcol & J.F. Rodrigues 22 (VIES); trilha principal, 40°28’08”W, 20°39’25”S, 1.VI.2013, A.C.S. Dalcol & J.F. Rodrigues 56 (VIES); Três Ilhas, Ilha Leste-Oeste, 40°30’25”W, 20°38’56”S, 10.VII.1997, J.M.L. Gomes 2280 (VIES); 23.III.1997, J.M.L. Gomes & P.C. Vinha 2796 (VIES). Linhares, Reserva Biológica de Comboios, 39º52’58”W, 19º40’19”S, 20.III.1987, O.J. Pereira & L.C. Fabris 816 (VIES); 4.VII.1993, O.J. Pereira et al. 4641 (VIES); 10.X.1993, O.J. Pereira &S.V. Pereira 5046 (VIES); 22.III.1994, I.J. Weiler 52 (VIES); Pontal do Ipiranga, 39°41’34”W, 19°17’17”S, 21.X.1995, O.J. Pereira et al. 5490 (VIES); 16.V.1996, A.M. Assis et al. 199 (VIES); 20.VI.1996, R.L.D. Souza et al. 22 (VIES); 16.I.1996, A.M. Assis & R.L.D. Souza 49 (VIES). Piúma, Ilha do Francês, 40°44’58”W, 20°48’22”S, XI.2002, H. Pinheiro et al. 109 (VIES). Presidente Kennedy, 18.V.1994, C. Farney et al. 3367 (RB). Santa Leopoldina, 40°29’55ˮW, 20°13’32ˮS, 11.IV.2009, L. Daneu et al. 13 (RB). São Roque do Canaã, Alto Santa Júlia, 40º44’22”W, 19º45’39”S, 17.VII.2015, K.F. Borges et al. 67 (VIES). Serra, Parque Ecológico da C.S.T., Bosque dos Jacarandás, 40°18’28”W, 20°07’43”S, 21.IV.1995, I.J. Weiler et al. 231 (VIES); Nova Almeida, 40º18’26”W, 20º07’43”S, 20.IV.1999, I.D. Rodrigues 65 (VIES). Sooretama, Reserva Biológica de Sooretama, 40°00’23.3”W, 19°00’08.7”S, 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 85 (VIES); 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 86 (VIES); 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 87 (VIES); 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 88 (VIES); 25.VII.2015, K.F. Borges et al. 89 (VIES); trilha do cupido, 40º07’56”W, 19º04’02”S, 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 90 (VIES); 26.VII.2015, K.F. Borges et al. 100 (VIES). Vila Velha, Interlagos, 40°17’32”, 20°19’47”S, 15.XI.1995, O. Zambom et al. 103 (VIES); 40°19’37”W, 20°24’34”S, 21.V.1990, A.M. Carvalho 3150 (VIES); Pedra da Concha, 40°17’32”W, 20°19’47”S, 3.IX.1994, M. Simonelli & M.L.L. Martins 70 (VIES); Ilha das Garças, 40°17’32”W, 20°19’47”S, 6.VII.1996, J.M.L. Gomes & A.S. Lima 2122 (VIES); Interlagos, 40°17’32”W, 20°19’47”S, 8.VIII.1995, O. Zambom & F.S. Sá 46 (VIES); Reserva Biológica de Jacaranema, 40°19’36”W, 20°24’25”S, 28.XI.1996, O.J. Pereira 5684 (VIES).Vitória, Morro do Guajura, 23.X.1984, A.G. da Silva et al. 689 (RB); Reserva Ecológica Restinga de Camburi, 40°15’59”W, 20°16’00”S, 29.IV.1998, M.A. Assis 471 (VIES), 16.VI.1988, O.J. Pereira et al. 1517 (VIES).

Epípeto específico se refere as estípulas da espécie com terminações com mucros (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

É endêmica do Brasil, ocorrente na Bahia, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. No Espírito Santo, sua distribuição é quase que exclusiva das Restingas, adicionada as áreas antrópicas e de beira de estradas.

A espécie permanece fértil o ano inteiro, no entanto tem sua reprodução máxima nos meses de fevereiro a maio (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Tem como nome popular: maracujá-de-cobra (Neto 2008Neto EMC (2008) Análise semântica dos nomes comuns atribuídos às espécies de Passiflora (Passifloraceae) no Estado da Bahia, Brasil. Neotropical Biology and Conservation 3: 86-94.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, é geralmente confundida com P. silvestris Vell., por suas flores alvas e androginóforo curvo. Diferenciam-se basicamente pelo formato da folha, ovada-cordada em P. mucronata e oblongo-lanceolada em P. silvestris (Nunes & Queiroz 2006). Passiflora mucronata possui antese noturna e é polinizada por quirópteros, suas flores, quando abertas, promovem uma ação de agrupamento das anteras e dos estigmas formando um círculo, alterando a simetria da flor, este comportamento não é comum para o gênero (Sazima & Sazima 1978). Por seu potencial medicinal, a espécie foi inclusa na lista do Renisus por sua ação anti-helmíntica (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.). Ilustração da espécie pode ser observada em Nunes & Queiroz (2006).

21. Passiflora pentagona Mast., Fl. bras. (1): 574-575, pl. 108, f. 2. 1872.

Trepadeiras lenhosas, pubescentes. Ramos cilíndricos, estriados, castanhos. Estípulas setáceas, 0,1-1,7 × 0,1-1,3 cm. Folhas com pecíolo 0,6-1,5 cm compr., 1 par de glândulas sésseis próximas ao ápice; lâminas foliares oblongo-lanceoladas ou ovadas, 2,9-8,4 × 2-4,5 cm, coriáceas, base aguda, ápice agudo-mucronado, margens inteiras, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 0,5-9,1 cm compr. Brácteas setáceas, reduzidas, 0,05-0,15 × ca. 0,05 cm. Flores pêndulas, alvas a esverdeadas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico-campanulado; sépalas linear-oblongas, 1,2-3 × 0,5-0,7 cm, ápice agudo; pétalas linear-oblongas, 1,1-2,8 × 0,3-0,6 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 2 séries, série externa dolabriformes, 0,5-1,2 cm compr., alvos a esverdeados com máculas vináceas, série interna liguliformes, 0,2-0,3 cm compr.; opérculo membranoso; límen ausente; androginóforo reto, 1-1,4 cm compr.; ovário elipsóide, 0,3-0,6 cm compr., pubescente. Frutos bagas, obovóides, 1,8-7,2 × 1,5-2,2 cm; sementes ovada, 0,4-0,7 × 0,2-0,4 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Conceição da Barra, Itaúnas, Parque Estadual de Itaúnas, 1.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 35 (RB); 1.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 36 (RB); 6.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 44 (RB); 20.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 84 (RB); 20.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 85 (RB); 20.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 87 (RB); 20.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 89 (RB); 20.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 93 (RB); 20.II.2001, M.Milward-de-Azevedo & P.H.L. Van Der Ven 94 (RB). Ecoporanga, 40º40’38”W, 18º11,5’S, D.P. Saraiva et al. 14 (RB). Guarapari, 30.IX.1984, A.G. Silva 577 & Weinbers 668 (RB); Setiba, 28.IV.1988, O.J. Pereira & L.C. Fabris 1491 (RB, VIES); 40º24’57”W, 20º34’38”S, 18.X.1988, O.J. Pereira et al. 1861 (VIES); 10.V.1987, H.C. de Lima 2926 (RB). Linhares, Pontal do Ipiranga, 16.I.1996, A.M. Assis et al. 36 (VIES); 39º41’34”W, 19º17’17”S, 18.II.1997, R.L.S. Dutra et al. 232 (VIES); 39º43’32”W, 19º22’21”S, 15.IV.2007, C. Farney et al. 4647 (RB). Presidente Kennedy, Praia das Neves, 14.I.2010, Maielo-Silva 76 et al. (RB); 40º58’3”W, 21º14’3”S, 18.V.1994, C. Farney et al. 3336 (RB). Vila Pavão, 40º34’33”W, 18º42’17”S, 16.II.2014, R.C. Forzza et al. 7825 (RB). Vila Velha, 28.X.1984, B. Weinberg et al. 215 (MBML). Vitória, Reserva Ecológica Restinga de Camburi, 40º15’59”W, 20º16’00”S, 23.XII.1997, A.M. Assis et al. 325 (VIES); 2.IX.1998, A.M. Assis 581 (VIES).

O epíteto específico é uma alusão ao tubo floral pentágono (Mezzonato-Pires 2017Mezzonato-Pires AC, Mendonça CBF, Milward-de-Azevedo MA & Gonçalves-Esteves V (2017) The taxonomic significance of seed morphology in the Passiflora subgenus Astrophea (Passifloraceae). Acta Botanica Brasilica . DOI: 10.1590/0102-33062016abb0414
https://doi.org/10.1590/0102-33062016abb...
).

Endêmica do Brasil, ocorre no Espírito Santo e Rio de Janeiro. São encontradas em áreas antrópicas e Restinga. No Espírito Santo ocorre geralmente em regiões próximas ao litoral.

Férteis de outubro a dezembro.

Pertence ao subgênero Astrophea. As espécies P. pentagona e P. rhamnifolia Mast. são muito similares entre si, e de acordo com Killip (1938)Killip EP (1938) The American species of Passifloraceae. Associate curador, division of plants United States National Museum. Botanical Series Field Museum of Natural History 19: 8-9., as diferenças são encontradas nas flores, onde P. pentagona apresenta flores pêndulas, enquanto que P. rhamnifolia apresenta flores eretas ou ascendentes. Mezzonato-Pires et al. (2017)Mezzonato-Pires AC, Mendonça CBF, Milward-de-Azevedo MA & Gonçalves-Esteves V (2017) The taxonomic significance of seed morphology in the Passiflora subgenus Astrophea (Passifloraceae). Acta Botanica Brasilica . DOI: 10.1590/0102-33062016abb0414
https://doi.org/10.1590/0102-33062016abb...
demonstraram uma grande diferença morfológica entre as sementes das duas espécies, sendo P. pentagona apresentando margens partidas, com base aguda e ornamentação da testa reticulado-foveolado, enquanto P. rhamnifolia margens inteiras, base obtusa e ornamentação da testa reticulada. Além dessas características da semente, P. pentagona só ocorre em ambiente de Restinga (Mezzonato-Pires 2017Mezzonato-Pires AC (2017) Sistemática de Passiflora subgenus Astrophea: Morfologia, Palinologia e Taxonomia. Tese de Doutorado. Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 318p.), o mesmo foi observado neste trabalho. Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Farinazzo & Salimena (2007)Mezzonato-Pires AC (2017) Sistemática de Passiflora subgenus Astrophea: Morfologia, Palinologia e Taxonomia. Tese de Doutorado. Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 318p., Milward-de-Azevedo (2007)Milward-de-Azevedo MA (2007) Passifloraceae do Parque Estadual de Ibitipoca. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 25: 71-79., Vitta & Pirani (2015)Vitta, FA & Pirani, J.R. 2015. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Passifloraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 33: 29-38., Mezzonato-Pires (2017) e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
.

22. Passiflora porophylla Vell., Fl. Flumin. 9: fig. 82. 1831 (“1827”). Fig. 2e

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos subtriangular, estriados, verdes. Estípulas linear-subuladas a subfalcadas, 0,1-0,4 × 0,05-0,1 cm. Folhas com pecíolos 0,8-5,4 cm compr., glândulas ausentes; lâminas foliares 2-lobadas a incipiente 3-lobadas, nervuras centrais 0,8-7,9 cm compr., nervuras laterais 1,1-9,9 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 1,5-11,5 cm compr., membranácea, ápice obtuso a arredondado, base subpeltada, margem inteira, lobos laterais ovais a oblongo-ovais, lobo central ausente ou largo-oval, oceolos presentes. Pedúnculos solitários ou aos pares, 0,6-6 cm compr. Brácteas linear-subuladas, 0,1-0,3 × 0,05-0,2 cm. Flores alvas a lilases, pentâmeras; tubo do cálice pateliforme; sépalas oblongo-lanceoladas, 1-1,7 × ca. 0,4 cm, ápice obtuso; pétalas oblongo-lanceoladas, 0,6-1,2 × 0,2-0,3 cm, ápice agudo; corona de filamentos 1 série, dolabriformes, 0,5-0,6 cm compr., ápice e base brancos, região mediana roxa; opérculo plicado; límen anelar; androginóforo reto, 0,6-1 cm compr.; ovário elíptico a globoso, 0,2-0,3 cm, pubescente. Frutos bagas, globosos, 1-2,3 × 0,9-1,9 cm; sementes elípticas, 0,3-0,5 × ca. 0,2 cm, testa transversalmente reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Aracruz, Retiro, 40º16’24”W, 19º49’14”S, 28.IV.1992, O.J. Pereira et al. 3337 (VIES). Domingos Martins, 7.V.1985, G. Martinelli et al. 10862 (RB). João Neiva, 40°23’08”W, 19°45’27”S, 18.V.2012, D.A. Folli 6859 (CVRD). Santa Maria de Jetibá, 40º49’00” W, 20º 8’60ˮS, 11.I.2008, T.S Lorencini et al. 11 (VIES); 40º42’54”W, 20º3’15”S, 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 104 (VIES); Estrada para Melgaço, 40º48’07”W, 20º09’10”S, 9.VII.2015, K.F. Borges et al. 103 (VIES). Santa Teresa, 1.II.1969, D. Sucre 4557 (RB); 8.III.2000, V. Demuner 812 (RB); Reserva Biológica Augusto Ruschi, 40°33’09”W, 19°54’42”S, 5.VII.2015, K.F. Borges et al. 40 (VIES); 40º33’21”W, 19º54’24”S, 5.VII.2015, K.F. Borges et al. 42 (VIES); 40º32’56”W, 19º54’28”S, 5.VII.2015, K.F. Borges et al. 43 (VIES); 40°32’28”W, 19°54’46”S, 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 44 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 45 (VIES). São Roque do Canaã, Alto Santa Júlia, 40°43’15”W, 19°47’44”S, 19.VII.2015, K.F. Borges et al. 102 (VIES); 19.VII.2015, K.F. Borges et al. 105 (VIES); 19.VII.2015, K.F. Borges et al. 106 (VIES); 19.VII.2015, K.F. Borges et al. 107 (VIES). Venda Nova do Imigrante, Alto Bananeiras, 41º09’07”W, 20º17’24”S, 16.IV.2016, K.F. Borges et al. 14 (VIES); 41°08’05”W, 20°20’23”S, 31.I.1995, D.A. Folli 2530 (CVRD); Tapera, 41º07’19”W, 20º20’07”S, 3.III.2016, K.F. Borges et al. 41 (VIES).

O epíteto específico, provavelmente, faz referência aos oceolos e as máculas das folhas.

Endêmica e exclusiva do Brasil ocorre na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina. São encontradas no Cerrado, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila e bordas de mata. No Espírito Santo esta espécie só ocorre em uma faixa da região sul até a região serrana, não ocorrendo na região norte, esta distribuição da espécie pode ser considerada no momento de identificação e comparação com P. misera, que possui ocorrência restrita a face norte do estado.

As espécies florescem de novembro a setembro e frutificam até junho.

Tem como nome popular: maracujazinho (Mezzonato-Pires et al. 2013Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136.).

Pertencente ao subgênero Decaloba, P. porophylla é identificada pela presença de oceolos entre nervuras de suas folhas e por não possuir glândulas no pecíolo, além dos filamentos da corona serem dolabriformes. Foi sinonimizada com P. organensis Gardner por Cervi & Rodrigues (2010). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Milward-de-Azevedo et al. (2004)Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226., Milward-de-Azevedo et al. (2012)Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136., Vitta & Pirani (2015)Vitta, FA & Pirani, J.R. 2015. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Passifloraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 33: 29-38. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
. Foi avaliada pelo CNCFlora (2012)CNCFlora (2012) Lista Vermelha da Flora Brasileira. Disponível em <cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br>. Acesso em 3 fevereiro 2017.
cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br...
como LC (menos preocupante), de acordo com os critérios da IUCN

23. Passiflora racemosa Brot., trans. Linn. Soc. 12:71.1817.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos a subquadrangulares, estriados, verdes. Estípulas ovadas, 0,8-2,7 × 0,6-2,2 cm. Folhas com pecíolos 1,4-2,6 cm compr., 2 pares de glândulas sésseis; lâminas foliares 3-lobadas, ovadas, 7,9-14,2 × 4-7,5 cm compr., coriáceas, ápice agudo, base subpeltada, margens inteiras, lobos laterais oblongo-ovados, lobo central obovado-elíptico, oceolos ausentes. Pedúnculos em racemos, 1,3-2 cm compr. Brácteas não avaliadas. Flores avermelhadas, pentâmeras; tubo do cálice curto-cilíndrico; sépalas oblongas, 3,2-4,6 × 1,1-1,3 cm, ápice corniculado; pétalas oblongas, 3-4,3 × 0,9-1 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 3 séries, séries externas filamentosos, 0,5-0,7 cm compr., série interna filamentosos, 0,2-0,3 cm compr.; opérculo denticulado; límen ausente; androginóforo reto, ca. 1,5 cm compr., ovário ovóide, ca. 0,6 cm compr., glabro. Frutos bagas, oblongos, 5,4-6,8 × 2,1-3 cm; sementes obovadas, 0,5-0,6 × 0,3-0,4 cm, testa foveolada ou reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: São Roque do Canaã, 40º39’23”W, 19º44’26”S, 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 74 (VIES).

O epípeto específico pode estar relacionado ao tipo de inflorescência encontrado nesta espécie que é a do tipo racemo.

É endêmica do Brasil. Ocorre no Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, em Floresta Ombrófila. No Espírito Santo a espécie possui poucos registros e sua real distribuição é questionada pelos baixos números de coletas da espécie.

Férteis de março a dezembro (Milward-de-Azevedo & Valente 2004Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665.).

Tem como nome popular: maracujá-mirim e maracujá (Milward-de-Azevedo & Valente 2004Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, é caracterizada principalmente por suas inflorescências em racemos e ausência de límen nas flores. Apresenta lâmina foliar bastante variada, sendo predominantemente 3-lobadas, mas podem apresentar-se inteiras. É uma das espécies de Passiflora mais vistosas. Possui frutos comestíveis e tem uso medicinal e ornamental (Fuks et al. 1999Fuks R, Guimarães EF, Lacanna MF & Monteiro SN (1999) Plantas ornamentais I. In: Valente MC & Marquete NFS (eds.) Plantas úteis das áreas do entorno do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Horto Florestal e Parque Lage I. Ministério do Meio Ambiente, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 61p. ). Ilustração da espécie pode ser observada em Milward-de-Azevedo & Valente (2004)Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665..

24. Passiflora rhamnifolia Mast.., Fl. bras. 13(1): 575. 1872.

Trepadeiras lenhosas com espinhos, pubescentes. Ramos cilíndricos, sulcados, glabros a esparsamente pubescentes, castanhos. Estípulas setáceas, 0,1-1,5 × 0,05-0,1 cm. Folhas com pecíolos 0,3-3,1 cm compr., 1 par de glândulas sésseis próximas da base; lâminas foliares oval-oblongas a oval-elípticas, 2,3-13,1 × 1,5-7 cm, coriáceas, ápice agudo, base obtusa, margens lisas, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 1,3-5,7 cm compr. Brácteas setáceas, reduzidas, 0,05-0,1 × ca. 0,05 cm. Flores eretas ou ascendentes, alvas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico-campanulado; sépalas oblongo-lanceoladas, 1,7-2,7 × 0,4-0,7 cm, ápice agudo; pétalas oblongo-lanceoladas, 1,6-2,4 × 0,4-0,6 cm, ápice agudo; corona de filamentos 2 séries, série externa subdolabriformes, 0,5-1,2 cm compr., amarelos com máculas vináceas, série interna filiformes, 0,3-0,4 cm compr.; opérculo ereto, límen ausente; androginóforo reto, 0,8-1 cm compr.; ovário oblongo, ca. 0,4 cm compr., tomentoso. Frutos bagas, elípticas, 1,7-4,2 × 1,6-2,6 cm; sementes ovado-oblongas, 0,5-0,7 × 0,2-0,4 cm, testa alveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Aracruz, 40°09’01”W, 19°40’33”S, 29.III.2010, V.B.J. Sarnaglia et al. 346 (VIES). Castelo, Bateias, Parque Estadual Forno Grande, 41º06’06”W, 20º31’37”S, 13.II.2008, L. Kollmann et al. 10598 (MBML). Conceição da Barra, 39º43’56”W, 18º35’36”S, 26.III.1992, O.J Pereira et al. 3100 (VIES); 39º44’03”W, 18º35’31”S, 26.XI.1992, O.J Pereira 4252 (VIES); 39°43’56”W, 18°35’36”S, 3.VI.1993, D.A. Folli 1557 (CVRD); 10.X.1998, G. Hatschbach et al. 68359; Parque Estadual de Itaúnas, 39º43’56”W, 18º19’59”S, 27.IV.2000, O.J Pereira & A.M Assis 6171 (VIES). Guarapari, 30.IX.1984, A.G. Silva 574 (MBML); 40°30’39”W, 20°39’29”S, 28.X.1984, B. Weinberg 216 (MBML); Lagoa do Milho, 40º29’51”W, 20º40’01”S, 6.III.1996, R.C Bianchi & S.S. Silva 35 (VIES); Parque Estadual Paulo César Vinha, Próximos as Dunas do Lé, 40º28’00”W, 20º36’01”S, 2.II.1995, O.J Pereira & L.H.M Aquino 5364 (VIES); 19.VII.2006, O.J. Pereira et al. 7450 (VIES); Setiba, 40º24’57”W, 20º34’38”S, 28.IV.1988, O.J. Pereira et al. 1491 (VIES). Linhares, Regência, Reserva Comboios, 39º49’26”W, 19º38’44”S, 31.VII.1986, O.J Pereira e N.M.C Lucas 510 (VIES); 40°04’20”W, 19°23’28”S, 12.XII.1990, D.A. Folli 1245 (CVRD); 40°04’20”W, 19°23’28”S, 6.III.1993, D.A. Folli 1828 (CVRD); 40°03’39”W, 19°06’56”S, 20.III.2014, G.S. Siqueira 818 (CVRD). Serra, Parque Ecológico da C.S.T., 40º18’28”W, 20º07’43”S, 8.IX.1995, M. Simonelli et al. 271 (VIES). Sooretama, Reserva Biológica de Sooretama, 40º07’56”W, 19º04’02”S, 24.VII.2015, K.F. Borges et al. 80 (VIES). Vila Velha, 40°17’32”W, 20°19’47”S, 28.X.1984, B. Weinberg 215 (MBML); Reserva Biológica de Jacarenema, 40º19’36”W, 20º24’25”S, 24.X.1988, O.J Pereira 1968 (VIES).

O epíteto específico refere-se as folhas em forma de espinheiro (Ulmer & Macdougal 2004).

É endêmica do Brasil. Ocorre na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, em Floresta Ombrófila. No Espírito Santo, ocorre em áreas de Floresta Atlântica, geralmente em bordas de mata.

Férteis de dezembro a fevereiro.

Pertencente ao subgênero Astrophea, é muito semelhante à P. pentagona. Ilustração da espécie pode ser encontrada em Nunes & Queiroz (2006) e Mezzonato-Pires (2017)Mezzonato-Pires AC, Mendonça CBF, Milward-de-Azevedo MA & Gonçalves-Esteves V (2017) The taxonomic significance of seed morphology in the Passiflora subgenus Astrophea (Passifloraceae). Acta Botanica Brasilica . DOI: 10.1590/0102-33062016abb0414
https://doi.org/10.1590/0102-33062016abb...
.

25. Passiflora saxicola Gonstsch. Izv. Glavn. Bot. Sada S.S.S.R. 26: 559.1927.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos complanados, estriados. Estípulas falcadas, 0,1-0,2 × ca. 0,1 cm. Folhas com pecíolos ca. 1 cm compr., glândulas ausentes; lâminas foliares 2-3 lobadas, ca. 2,5 cm nervura central, ca. 3,5 cm nervura lateral, ca. 7 cm distância entre os lobos, cartáceas, ápice arrendondado-apiculado, base cordada a auriculada, margens inteiras, lobos laterais oblongos, oceolos presentes. Brácteas linear-subuladas, 0,1-0,2 × ca. 0,1 cm. Pedúnculos solitários, ca. 1,5 cm compr. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice curto-cilíndrico; sépalas lanceoladas, ca. 1,5 × 0,5 cm, ápice agudo; pétalas lanceoladas, ca. 0,8 × 0,1 cm, ápice agudo; corona de filamentos 2 séries, série externa liguliformes, ca. 1 cm compr., série interna filiformes, ca. 0,5 cm compr.; opérculo plicado; límen cuculiforme; androginóforo reto, ca. 0,5 cm compr.; ovário elipsoidal, glabro. Frutos bagas, elipsoidais, ca. 1,5 × 1 cm, glabros; sementes obovadas, ca. 0,3 × 0,2 cm, testas transversalmente sulcados.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Linhares, -40.0722W, -19.3911S, 4.V.1995, D.A. Folli 2600 (IAC).

O epípeto específico é em alusão ao substrato, solo arenoso, entre rochas e pedras (Milward-de-Azevedo et al. 2012Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68.).

É endêmica do Brasil, ocorrendo nos estados Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba e Rio de Janeiro, em áreas de Restinga e Cerrado (Milward-de-Azevedo et al. 2012Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68.; Milward-de-Azevedo 2019Milward-de-Azevedo MA (2019) New records of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae). Check List 15: 149-159. DOI: 10.15560/15.1.149
https://doi.org/10.15560/15.1.149...
). No Espírito Santo ocorre apenas no município de Linhares.

Floresce e frutifica no mês de maio.

Pertecente ao subgênero Decaloba, P. saxicola distingue-se por apresentar folhas com ápice arredondado-apiculado e base cordada a auriculada, flores com os filamentos externos da corona liguliformes e límen cuculiforme. Ilustração da espécie pode ser observada em Milward-de-Azevedo et al. (2004Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665., 2012)Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68. e Milward-de-Azevedo (2019)Milward-de-Azevedo MA (2019) New records of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae). Check List 15: 149-159. DOI: 10.15560/15.1.149
https://doi.org/10.15560/15.1.149...
.

26. Passiflora setacea DC., Prodr. 3: 329. 1828.

Trepadeiras herbáceas, pubescentes. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas setáceas, 0,2-0,3 × 0,05-0,1 cm. Folhas com pecíolos 1,2-4,5 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 8,8-10,6 cm compr., nervuras laterais 7,4-8,2 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 9-11,4 cm compr., membranáceas, ápice agudo, base arredondadas, margens serreadas, lobos oblongos ou oblongo-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 6,3-10,8 cm compr. Brácteas oval-elípticas, ca. 2,6 × 0,7 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico-campanulado; sépalas oblongo-lanceoladas, ca. 3 × 0,4 cm, ápice agudo; pétalas linear-oblongas, ca. 2,8 × 0,3 cm, ápice agudo; corona de filamentos 1 série, filiformes, ca. 1,2 cm compr., brancos com bandas azuis e ápice verde; opérculo membranoso; límen anelar-cupuliforme; androginóforo reto, ca. 1,7 cm compr.; ovário elipsóide, ca. 0,4 cm, glabro. Frutos bagas, elipsoidais, 4,3-4,5 × 4,1-4,2 cm; sementes obovadas, ca. 0,5 × 0,3 cm, testa alveolada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Domingos Martins, 29.VIII.1974, G. Martinelli 414 (RB). Itaguaçú, 4.V.1946, A.C. Brade 18518 (RB). Presidente Kennedy, São Salvador, 40º58’59”W, 21º07’01”S, 6.II.1988, J.M.L. Gomes 482 (VIES). Santa Maria de Jetibá, 40º49’0,00ˮW, 20º8’60,0ˮS, 11.X.2008, T.S Lorencini et al. 62 (VIES).

O epípeto específico refere-se por apresentar as estípulas setáceas (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

É endêmica do Brasil. Ocorre em Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em áreas antrópicas, Cerrado e Restinga. No Espírito Santo ocorre em apenas quatro municípios, acredita-se que novas ocorrências possam ser registradas entre estas áreas.

Floresce e frutifica de setembro a maio (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Tem como nome popular: maracujá e maracujá-do-mato (Nunes & Queiroz 2006).

Pertencente ao subgênero Passiflora, P. setacea pode ser identificada por suas estípulas em forma de seta e límen anelar cupuliforme. Foi observado nos herbários identificações desta espécie como P. amethystina em alguns indivíduos inférteis. O erro de identificação pode ocorrer devido a algumas semelhanças na morfologia foliar de ambas espécies, no entanto, há diferença da forma das estípulas e o número de glândulas do pecíolo, P. amethystina com 1-4 pares e P. setacea somente com um par, são características chaves para a separação entre essas duas espécies quando o material não estiver fértil. Ilustração da espécie pode ser observada em Nunes & Queiroz (2006), Milward-de-Azevedo (2007)Milward-de-Azevedo MA (2007) Passifloraceae do Parque Estadual de Ibitipoca. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 25: 71-79. e Santos et al. (2016)Santos JV, Nunes TS & Conceição AS (2016) A família Passiloraceae na APA Serra Branca/Raso da Catarina, Jeremoabo, Bahia, Brasil. Biotemas 29: 11-23..

27. Passiflora sidifolia M. Roem., Fam. Nat. Syn.Monogr. 2: 173. 1846. Fig. 2f

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas reniformes, 0,7-1,3 × 0,2-0,7 cm. Folhas com pecíolos 1,7-2,4 cm compr., 1 par de glândulas estipitadas; lâminas foliares inteiras a 3-lobadas, nervuras centrais 4,8-7,1 cm compr., nervuras laterais 4,6-6 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 3,2-4,3 cm compr., cartáceas, ápice agudo a obtuso, base agudo a obtuso, margens inteiras, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 2,8-3,8 cm compr. Brácteas ovadas, 2,8-4,7 × 2,2-3,9 cm. Flores azuladas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongo-lanceoladas, ca. 2,2 × 0,8 cm, ápice obtuso; pétalas oblongo-lanceoladas, ca. 2,1 × 0,6 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 5 séries, séries externas filiformes, ca. 1,5 cm compr., bandeados de alvo e violeta, séries internas dentiformes, ca. 0,1 cm compr.; opérculo membranoso; límen membranoso; androginóforo reto, 0,9-1 cm compr.; ovário ovóide, ca. 0,4 cm compr., glabro. Frutos bagas, globosas, 3,5-3,7 × 3-3,2 cm; sementes obovadas, ca. 0,5×0,3 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Castelo, 41°05’15ˮW, 20°31’10ˮS, 7.IV.2009, A.P. Fontana 5855 (RB). Itaguaçú, 40°57’51ˮW, 19°44’53ˮS, 26.II.2006, R.C. Britto 8 (MBML). Iúna, 41°32’8ˮW, 20°20’44ˮS, 17.I.2014, J.P.F. Zorzanelli 909 (VIES). São Roque do Canaã, São Roque do Canaã, Alto Misterioso, 40°46’13ˮW, 19°48’11ˮS, 19.III.2004, C.N. Fraga et al. 1144 (RB); Alto Santa Júlia, 40º44’22”W, 19º45’39”S, 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 70 (VIES); 40°45’54ˮW, 19°46’56ˮS, 14.I.2008, M.M. Saavedra et al. 636 (RB). Venda Nova do Imigrante, Tapera, 9.I.2019, K.F. Borges & R.M. Lorenzoni 156 (RB).

É endêmica do Brasil. Ocorre na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, em Floresta Ombrófila. No Espírito Santo ocorre em Castelo, Itaguaçu, Iúna, São Roque do Canaã e Venda Nova do Imigrante, espécie de distribuição restrita a região sul-serrana do estado.

Floresce e frutifica de outubro a junho (Milward-de-Azevedo & Valente 2004Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665.).

Tem como nome popular: maracujazinho (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.; Milward-de-Azevedo & Valente 2004Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665.), maracujá (Bernacci et al. 2003Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274.).

Pertencente ao subgênero Passiflora, P. sidifolia pode ser diagnosticada por suas folhas levemente 3-lobadas, corona de filamentos com 5 séries, filamentos internos dentiformes e semente reticulada (Milward-de-Azevedo & Valente 2004Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665.). Ilustração da espécie pode ser observada em Milward-de-Azevedo & Valente (2004), Milward-de-Azevedo (2007), Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
.

28. Passiflora silvestris Vell., Fl. Flumin. 9: fig. 74. 1831 (‘1827’); Arch. Mus. Nac. Rio de Janeiro 5: 377. 1881.

Trepadeiras herbáceas, glabras. Ramos cilíndricos, estriados, verdes. Estípulas oval-lanceoladas, 0,6-2,3 × 0,6-1,7 cm. Folhas com pecíolos 0,5-1,5 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares oblongo-lanceoladas, 4,4-9,1 × 2-4,5 cm, membranáceas a coriáceas, ápice obtuso, mucronado, base arredondada, margens lisas a crenadas. Pedúnculos solitários, 3,6-13,4 cm compr. Brácteas oblongo-lanceoladas, 0,4-0,8 × 0,3-0,6 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico-campanulado; sépalas oblongas, 2-4,7 × 0,4-0,8 cm, ápice agudo; pétalas oblongas, 1,8-4,5 × 0,3-0,4 cm, ápice agudo; corona de filamentos 2 séries, série externa filiformes, 0,9-2,7 cm compr., série interna filiformes, 0,5-0,6 cm compr.; opérculo filamentoso; límen cupuliforme; androginóforo curvo, 1,7-2,3 cm compr.; ovário elipsóide, 0,3-0,5 cm compr., glabro. Frutos bagas, obovóides, 3-3,6 × 1,2-1,6 cm; sementes oblongo-ovadas, 0,3-0,4 × 0,2-0,3 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Águia Branca, 40°39’46ˮW, 18°58’18ˮS, 18.V.2007, V. Demuner et al. 4001 (MBML). Castelo, 41°6’6ˮW, 20°31’36ˮS, 16.X.2008, R.C. Forzza et al. 5347 (MBML). Conceição da Barra, 39°43’56”W, 18°35’36”S, 9.I.1992, D.A. Folli 1559 (CVRD); 39º44’03”W, 18º35’31”S, 25.VIII.1992, O.J. Pereira et al. 3750 (VIES); Itaúnas, 39º44’03”W, 18º35’31”S, 10.XII.1992, O.J. Pereira et al. 4466 (VIES). Guarapari, 40º30’40”W, 20º39’29”S, 8.II.1985, O.J. Pereira 408 (VIES); Lagoa do Milho, 40º30’40”W, 20º39’29”S, 6.II.1992, R.C. Bianchi et al. 34 (VIES); Parque Estadual Paulo César Vinha, 40º25’ 27”W, 20º36’ 11”S, 29.III.2004, C.S. Frade et al. (VIES); 40°25’22ˮW, 20°36’18ˮS, 28.I.2016, A.C. Tuler et al. 546 (RB). Linhares, 40°04’20”W, 19°23’28”S, 17.IV.2001, D.A. Folli 3895 (CVRD); 40°04’20”W, 19°23’28”S, 10.X.2003, D.A. Folli 4625 (CVRD); 5.IV.2006, G.Q. Freire 21 (CVRD); 39°52’55”W, 19°11’51”S, 10.VII.2012, G.S. Siqueira 757 (CVRD). Santa Teresa, 40°31’49ˮW, 19°58’17ˮS, 10.X.2007, L. Kollmann & C. Esgario 10087 (MBML). Vila Velha, Jacarenema, 40º19’36”W, 20º24’25”S, X.1997, R.L.S. Dutra 318 (VIES); Morada do Sol, 40°20’35ˮW, 20°27’43ˮS, 14.I.2007, P.F. Souza et al. 206 (MBML).

O epípeto específico proveniente do latim: silvestris: silvestre, de vida selvagem, não cultivado.

É endêmica do Brasil. Ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe, em Cerrado e Floresta Ombrófila. Diante do padrão de ocorrência da espécie no Espírito Santo, acredita-se que os municípios próximos ao já coletados também podem abrigar a espécie e assim formar um corredor de ocorrência.

Floresce e frutifica praticamente todo a ano, porém a floração máxima se dá nos meses de abril a julho.

Pertencente ao subgênero Passiflora, P. silvestris pode ser identificada por seu caule estriado, estípulas oval-lanceoladas, lâmina foliar inteira, flores alvas e de filamentos curtos. Apresenta autoincompatibilidade (Varassin et al. 2001Varassin IG, Trigo JR & Sazima M (2001) The role of nectar production, flower pigments and odour in the pollination of four species of Passiflora (Passifloraceae) in south-eastern Brazil. Botanical Journal of the Linnean Society 136: 139-152.). Ilustração da espécie pode ser observada em Nunes & Queiroz (2006).

29. Passiflora speciosa Gardner, Field. Sert. Pl.: t. 17. 1844. Fig. 2g

Trepadeiras lenhosas, tomentosas. Ramos cilíndricos, estriados, com tricomas tomentosos ferrugíneos, castanhos. Estípulas falcadas, 0,1-0,3 × 0,05-0,2 cm. Folhas com pecíolos 1-4,3 cm compr., 1 par de glândulas sésseis; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 5,2-16,9 cm compr., nervuras laterais 4,2-13,7 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 4,1-17,3 cm compr., cartáceas, ápice agudo, base cordada a truncada, margens serreado-glandulares, lobos oblongo-lanceolados a linear-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 5,2-10,3 cm compr. Brácteas oblongas, 3,2-5,2 × 0,5-1,7 cm, glândulas na margem. Flores róseas a avermelhadas, pentâmeras; tubo do cálice cilíndrico-campanulado; sépalas oblongo-lineares, 4,2-10,1 × 0,4-0,9 cm, ápice agudo; pétalas oblongo-lineares, 4,3-10 × 0,4-0,9 cm, ápice agudo; corona de filamentos 2 séries, série externa filiformes a lanceolados, 0,9-1,2 cm compr., violáceos da região mediana para o ápice, série interna filiformes, 0,4-0,6 cm compr.; opérculo membranoso, plicado; límen cupuliforme; androginóforo reto, 1,6-2 cm compr.; ovário oblongo-elíptico, 1-1,2 cm, tomentoso. Frutos bagas, oblongo-ovóides, 3,2-3,9 × 1,4-1,8 cm; sementes ovóides, 0,4-0,5 × ca. 0,3 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Águia Branca, 40°39’56ˮW, 18°58’40ˮS, 26.VII.2006, L.F.S. Magnago et al. 1095 (MBML). Alegre, 41°36’25ˮW, 20°37’24ˮS, 28.VIII.2010, M.A. Milward de Azevedo et al. 299 (RB). Cariacica, 40°31’30ˮW, 20°16’4ˮS, 22.VII.2008, R. Goldenberg et al. 1221 (RB). Domingos Martins, 31.VIII.1996, C.M. Vieira et al. 86 (R). Dores do Rio Preto, 41°50’43ˮW, 20°41’20ˮS, 10.VII.2012, V.C. Manhães 277 (MBML). Governador Lindenberg, 40°27’47ˮW, 19°16’32ˮS, 2.VIII.2007, R.R. Vervloet et al. 3135 (MBML). Ibitirama, 41°40’1ˮW, 20°32’29ˮS, 13.IX.2012, J.P.F. Zorzanelli et al. 544 (VIES). Linhares, 40°4’19ˮW, 19°23’27ˮS, 26.VIII.1992, D.A. Folli 1637 (CVRD); 40°04’20”W, 19°23’28”S, 13.VIII.2003, G.S. Siqueira 32 (CVRD); 21.VIII.2006, T.S. Nunes 1802 (CVRD); 40°02’01ˮW, 19°07’22ˮS, 20.IX.2012, G.S. Siqueira 801 (RB). Santa Leopoldina, 40°28’51ˮW, 20°5’12ˮS, 18.VII.2007, R.R. Vervloet et al. 2919 (MBML). Santa Maria de Jetibá, Sítio Renascer, 40º42’54”W, 20º3’15”S, 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 63 (VIES); 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 64 (VIES); Belém, 40º42’09”W, 20º02’46”S, 7.VII.2015, K.F. Borges et al. 65 (VIES); Fazenda Azaléa, 27.VII.2014, E.J. Lírio 1157 (RB). Santa Teresa, 25.XI.1953, A.P. Duarte & L.C. Gomes 3933 (RB); 40°28’59ˮW, 19°51’19ˮS, 14.VIII.1984, R.M. Pizziolo 221 (MBML); 27.IX.1993, L.C. Giordano et al. 1562 (RB); Estrada para Santa Leopoldina, 40°32’48’W, 19°59’06ˮS, 13.IX.2006, R. Marquete et al. 3903 (RB); Reserva Biológica Augusto Ruschi, 40º33’11”W, 19º54’25”S, 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 62 (VIES). São Roque do Canaã, Alto Misterioso, 40°31’49ˮW, 19°58’17ˮS, 11.V.2007, C. Esgario et al. 175 (MBML); Alto Santa Júlia, 40º44’22”W, 19º45’39”S, 17.VII.2015, K.F. Borges et al. 68 (VIES). Serra, Parque Ecológico da C.S.T., 40º18’28”W, 20º07’43”S, 8.IX.1995, M. Simonelli et al. 271 (VIES). Vargem Alta, 40°59’46ˮW, 20°27’45ˮS, 20.IX.2014, A.M. Assis et al. 4094 (MBML). Vila Velha, sem data, B. Weimberg (R 172737).

O epíteto específico proveniente do latim speciosus (i.e. de belo aspecto; de aparência brilhante, elegante), faz referências as suas flores vistosas, grandes e de coloração intensa (Cervi & Dunaiski Junior 2004).

Endêmica do Brasil, com registros para o Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em Cerrado e Floresta Ombrófila. No Espírito Santo esta espécie tem ampla distribuição, nas diferentes regiões do estado.

Floresce de agosto a dezembro e frutifica de dezembro a março.

Nome pupular: maracujá-do-mato (ES).

Pertencente ao subgênero Passiflora, P. speciosa é caracterizada por ter caule com tricomas ferrugíneos, lâminas foliares 3-lobadas, flores com sépalas e pétalas róseas e corona com 2 séries de filamentos. Muito similar a P. margaritae, porém esta é diferenciada por apresentar 3 séries de filamentos da corona. Possui alta expectativa para o mercado ornamental (Mezzonato-Pires et al. 2013Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136.). Apresenta autoincompatibilidade (Varassin et al. 2001Varassin IG, Trigo JR & Sazima M (2001) The role of nectar production, flower pigments and odour in the pollination of four species of Passiflora (Passifloraceae) in south-eastern Brazil. Botanical Journal of the Linnean Society 136: 139-152.). Ilustração da espécie pode ser observada em Farinazzo & Salimena (2007)Mezzonato-Pires AC (2017) Sistemática de Passiflora subgenus Astrophea: Morfologia, Palinologia e Taxonomia. Tese de Doutorado. Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 318p., Mezzonato-Pires et al. (2013)Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136., Vitta & Pirani (2015)Vitta, FA & Pirani, J.R. 2015. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Passifloraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 33: 29-38. e Moraes et al. (2018)Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
https://doi.org/10.1590/2175-78602018692...
.

30. Passiflora suberosa L. subsp. litoralis (Kunth) Port.-Utl. ex M.A.Milward-de-Azevedo, Baumgratz & Gonçalves-Esteves, Phytotaxa 53: 47. 2012Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68.. Fig. 2h

Trepadeiras herbáceas, suberosas, glabras. Ramos cillíndricos, estriados, verdes. Estípulas linear-subuladas, 0,2-1 × ca. 0,1 cm. Folhas com pecíolos 0,4-2,6 cm compr., 1 par de glândulas estipitadas; lâminas foliares inteiras a 3-lobadas, nervuras centrais 3,1-17,7 cm compr., nervuras laterais 4,9-10,6 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 7,1-12,3 cm compr., membranáceas a cartáceas, ápice agudo, base arredondada, margens inteiras, lobos laterais oval-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários ou aos pares, 0,9-1,6 cm compr. Brácteas triangulares, 0,1-0,4 × 0,1-0,2 cm. Flores alvas, pentâmeras; tubo do cálice campanulado; sépalas oblongo-lanceoladas, 0,6-1 × 0,1-0,5 cm, ápice obtuso; pétalas ausentes; corona de filamentos 2 séries, série externa filiformes 0,3-0,4 cm compr., verde-amarelada, série interna filiformes, 0,1-0,3 cm compr.; opérculo membranoso, plicado; límen anelar; androginóforo reto, 0,3-0,4 cm compr; ovário elipsóide a globoso, 0,2-0,3 cm, pubérulo. Frutos bagas, globosos, 0,6-1,5 × 0,6-1,5 cm; sementes obovadas, 0,2-0,4 × 0,1-0,2 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Itaguaçú, Estrada Itaguaçú, São Roque do Canaã, 40º49’49”W, 19º46’59”S, 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 75 (VIES); 18.VII.2015, K.F. Borges et al. 76 (VIES). João Neiva, 40º22’49”W, 19º45’16”S, 18.I.2015, K.F. Borges et al. 7 (VIES); 18.I.2015, K.F. Borges et al. 8 (VIES). Santa Teresa, 6.IV.1999, L. Kollmann et al. 2369 (RB); 28.III.2000, V. Demuner & W. Pizziolo 851 (RB). Linhares, 40°04’52”W, 19°08’55”S, 26.IX.2007, G.S. Siqueira 357 (CVRD). Venda Nova do Imigrante, Tapera, 41º07’19”W, 20º20’07”S, 21.VII.2015, K.F. Borges et al. 77 (VIES); 21.VII.2015, K.F. Borges et al. 78 (VIES); 21.VII.2015, K.F. Borges et al. 79 (VIES); 7.XI.2015, K.F. Borges et al. 9 (VIES).

O epípeto específico provém do latim suberose = cortiço, suberoso, referindo-se à presença de súber no caule e litoralis = litoral, à ocorrência no litoral (Cervi 1997Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora. Fontqueria 45: 1-92.).

Não é endêmica do Brasil, ocorre em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe, em áreas antrópicas, Caatinga, Campo Rupestre, Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila e Restinga. No Espírito Santo, esta espécie ocorre desde o sul do estado até a região centro-oeste, em bordas de trilhas e estradas, ocasionalmente no interior de trilhas.

Floresce e frutifica durante o ano todo, de maneira abundante.

Tem como nome popular: maracujá-de-cortiça, maracujá-mirim ou maracujazinho (Neto 2008Neto EMC (2008) Análise semântica dos nomes comuns atribuídos às espécies de Passiflora (Passifloraceae) no Estado da Bahia, Brasil. Neotropical Biology and Conservation 3: 86-94.).

Pertence ao subgênero Decaloba. Por apresentar ampla distribuição e plasticidade das folhas, essa espécie apresenta numerosos sinônimos. É facilmente reconhecida por seu caule cilíndrico e suberoso, folhas inteiras a 3-lobadas e ausência de pétalas em suas flores. Apresenta autocompatibilidade (Junqueira et al. 2005Junqueira NTV, Braga MF, Faleiro FG, Peixoto JR & Bernacci LC (2005) Potencial de espécies silvestres de maracujazeiro como fonte de resistência a doenças. In: Faleiro FG, Junqueira NTV, Braga MF Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Embrapa Cerrados, Brasília. Pp.81-108.). Ilustração da espécie pode ser observada em Sacco (1980)Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p., Cervi (1996)Cervi AC (1996) Passifloraceae da região de Carangola - Minas Gerais, Brasil. Pabstia 7: 1-32., Deginani (2001)Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129., Milward-de-Azevedo & Baumgratz (2004)Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665., Nunes & Queiroz (2006)Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226. e Milward-de-Azevedo et al. (2012).

31. Passiflora vellozii Gardner, Lond. Journ. Bot. 4:103 (1845). Fig. 2i

Trepadeiras herbáceas, pubescentes. Ramos subcilíndricos, sulcados. Estípulas semi-ovais, 0,6-1,2 × 0,2-0,4 cm. Folhas com pecíolos 0,9-2,2 cm compr., 1 par de glândulas estipitadas; lâminas foliares 3-lobadas, nervuras centrais 3,2-7,5 cm compr., nervuras laterais 2,3-4,2 cm compr., distância entre ápices das nervuras laterais 3,5-6,9 cm compr., membranáceas, ápice agudo a obtuso, base cordada, margens denticuladas em direção à base, lobos oval-lanceolados, oceolos ausentes. Pedúnculos solitários, 0,5-2,5 cm compr. Brácteas lanceoladas, 1-2,6 × 0,8-1,5 cm. Flores alvas a roxas, pentâmeras; tubo do cálice curto-campanulado; sépalas oblongas, 2-2,5 × 0,3-0,5 cm, ápice obtuso; pétalas lineares, 1-1,3 × 0,3-0,4 cm, ápice obtuso; corona de filamentos 3 séries, séries externas filiformes, 1,5-2,2 cm compr., roxo pálido na base, alvo e roxo da região mediana para o ápice, alvo no ápice, série interna filiformes, 0,2-0,4 cm compr.; opérculo ereto; límen membranoso; androginóforo reto, 0,4-0,5 cm compr.; ovário ovóide, 0,5-0,6 cm, hirsuto. Frutos bagas, ovóides, 3,2-4,5 × 1,9-2,5 cm; sementes cuneadas, 0,3-0,4 × 0,2-0,3 cm, testa reticulada.

Material examinado: BRASIL. ESPÍRITO SANTO: Alegre, 28.IV.2017, K.F. Borges & R.M. Lorenzoni 135(RB). Itaguaçú, 10.V.1946, A.C. Brade et al. 18050 (RB). Santa Maria de Jetibá, Belém, 40º42’09”W, 20º02’46”S, 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 51 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 52 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 53 (VIES); 6.VII.2015, K.F. Borges et al. 54 (VIES).

Endêmica do Brasil, ocorre no Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, em Floresta Ombrófila. No Espírito Santo possui registros apenas para três municípios: Alegre, Santa Maria de Jetibá e São Roque do Canaã. A distância entre estes pontos de coleta nos indica que existe uma grande lacuna quanto a esta espécie, e mais coletas devem ser realizadas a fim de amenizar essa distância entre os pontos.

Pertencente ao subgênero Passiflora, pode ser facilmente identificada no Espírito Santo por seus caules pubescentes, subcilíndricos e sulcados. Ocasionalmente confundida com P. foetida, por também apresentar tricomas em seus ramos, porém do tipo serícios-tomentoso, P. vellozi apresenta somente ramos pubescentes. Ilustração da espécie pode ser observada em Cervi (2000)Cervi AC (2000) Estudo das Passifloraceae Brasileiras: o subgênero Dysosmioides Killip. do gênero Passiflora para o Brasil. Estudos de Biologia 45: 91-115., Bernacci et al. (2003)Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274. e Vanderplank (2013)Vanderplank J (2013) A revision of Passiflora section Dysosmia Passifloraceae. Curtis’s Botanical Magazine 30: 318-387..

  • 1
    Parte da dissertação apresentada pela primeira autora para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal, da Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias e Engenharias.

Agradecimentos

Agradecemos a FAPES e ao CNPq, o apoio financeiro. A primeira autora agradece a bolsa da CAPES concedida durante o seu curso de Mestrado em Produção Vegetal, Centro de Ciências Agrárias e Engenharias, da Universidade Federal do Espírito Santo. A Paula Mauri, o auxílio nas coletas. Ao pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas, Dr. Luís Carlos Bernacci, o envio das imagens do material do IAC. Aos curadores dos herbários visitados durante o desenvolvimento da pesquisa.

Referências

  • Amorim JS, Souza MM, Viana AJC & Freitas JCO (2011) Self-, cross- and interspecific pollinations in Passiflora capsularis and P. rubra Revista Brasileira de Botânica 34: 537-544.
  • Angiosperm Phylogeny Group - APG (2016) An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.
  • Araújo D & Alves M (2013) Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Passifloraceae s.s. Rodriguésia 64: 247-254.
  • Araya S (2016) Desenvolvimento, validação, transferibilidade e aplicação de marcadores microssatélites em estudos genéticos das passifloras. Tese de doutorado (Agronomia). Universidade de Brasília, Brasília. 293p.
  • Barroso GM, Morim MP, Peixoto AL & Ichaso CLF (1999) Frutos e Sementes: morfologia aplicada sistemática de dicotiledôneas. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 443p.
  • Benevides CD, Evans DM & Gaglianone MC (2013)Comparing the Structure and Robustness of Passifloraceae - Floral Visitor and True Pollinator Networks in a Lowland Atlantic Forest. Sociobiology 60: 295-305.
  • Bernacci LC, Vitta FA & Bakker YV (2003) Passifloraceae. In: Wanderley MGL et al Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. FAPESP, São Paulo. Vol. 3, pp. 247-274.
  • Bernacci LC & Souza MM (2012) Passiflora cacao (Passifloraceae), a new species from Southern Bahia, Brazil. Novon 22: 1-7.
  • BFG - The Brazil Flora Group (2018) Brazilian Flora 2020: innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia 69: 1513-1527
  • Bugallo V, Cardone S, Pannunzio MJ & Facciuto G (2011) Breeding advances in Passiflora spp. (Passionflower) native to Argentina. Floriculture and Ornamenthal Biotecnology 5: 23-34.
  • Candolle AP (1828) Passifloraceae. In: Prodomus systematics naturalis regni vegetabilis. Vol. 3. Treuttel et Wurtz, Paris. Pp. 321-338.
  • Cazé ALR, Kriedt RA, Beheregaray LB, Bonatto SL & Freitas LB (2013) Isolation and characterization of microsatellite markers for Passiflora contracta International Journal of Molecular Sciences 13: 11343-11348.
  • Cervi AC (1996) Passifloraceae da região de Carangola - Minas Gerais, Brasil. Pabstia 7: 1-32.
  • Cervi AC (1997) Passifloraceae do Brasil: estudo do gênero Passiflora L. subgênero Passiflora Fontqueria 45: 1-92.
  • Cervi AC (2000) Estudo das Passifloraceae Brasileiras: o subgênero Dysosmioides Killip. do gênero Passiflora para o Brasil. Estudos de Biologia 45: 91-115.
  • Cervi AC & Rodrigues WA (2010) Nomenclatural and taxonomic review of Passifloraceae species illustrated and described by Vellozo in Flora Fluminensis. Acta Botanica Brasilica 24: 1109-1111.
  • CNCFlora (2012) Lista Vermelha da Flora Brasileira. Disponível em <cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br>. Acesso em 3 fevereiro 2017.
    » cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br
  • Deginani NB (1999) Passifloraceae. In: Aportes Botanicos de Salta - Serie Flora 2: 1-24.
  • Deginani NB (2001) Las especies argentinas del género Passiflora (Passifloraceae). Darwiniana 39: 43-129.
  • Endress PK (1994) Diversity and evolutionary biology of tropical flowers. Cambridge University Press, Cambridge. 420p.
  • Farinazzo NM & Salimena FRG (2007) Passifloraceae na reserva biológica da represa do grama, Descoberto, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 58: 823-833.
  • Fidalgo O & Bononi VLR (1989) Técnicas de coleta, preservação de material botânico. Série Documentos. Instituto de Botânica, São Paulo. 62p.
  • Fuks R, Guimarães EF, Lacanna MF & Monteiro SN (1999) Plantas ornamentais I. In: Valente MC & Marquete NFS (eds.) Plantas úteis das áreas do entorno do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Horto Florestal e Parque Lage I. Ministério do Meio Ambiente, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 61p.
  • Harrington HD & Durrell LW (1957) Key to common leaf surface. How to identify plants. The Swallow Press, Chicago. 203p.
  • Imig DC & Cervi AC (2014) A new species of Passiflora L. (Passifloraceae), from Espírito Santo, Brazil. Phytotaxa 186: 292-296.
  • Judd WS, Campbell CS, Kellogg EA, Stevens PF & Donoghue MJ (2009) Sistemática Vegetal: um enfoque filogenético. Artmed, Porto Alegre. 632p.
  • Junqueira NTV, Braga MF, Faleiro FG, Peixoto JR & Bernacci LC (2005) Potencial de espécies silvestres de maracujazeiro como fonte de resistência a doenças. In: Faleiro FG, Junqueira NTV, Braga MF Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. Embrapa Cerrados, Brasília. Pp.81-108.
  • Killip EP (1938) The American species of Passifloraceae. Associate curador, division of plants United States National Museum. Botanical Series Field Museum of Natural History 19: 8-9.
  • Kishore K, Pathak KA, Shukla R & Bharali R (2010)Studies on floral biology of passion fruit (Passiflora spp.). Pakistan Journal of Botany 42: 21-29.
  • Krosnick SE, Ford AJ & Freudenstein JV (2009) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Tetrapathea including the monotypic genera Hollrungia and Tetrapathea (Passifloraceae), and a new species of Passiflora Vol. 34. Systematic Botany 34: 375-385. DOI: 10.1600/036364409788606343
    » https://doi.org/10.1600/036364409788606343
  • Linnaeus CV (1753) Species plantarum. 2a ed. Salvius, Stockholm. 560p.
  • MacDougal JM & Feuillet C (2004) Systematic. In: Ulmer T & Macdougal JM. Passion flowers of the world. Timber Press, Portland, Oregon. Pp. 27-31.
  • Mäder G, Lorenz-Lemke AL, Cervi AC & Freitas LB (2009) Novas ocorrências e distribuição do gênero Passiflora L. no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 7: 364-367.
  • Mezzonato-Pires AC, Salimena FRG & Bernacci LC (2013) Passifloraceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguesia 64: 123-136.
  • Mezzonato-Pires AC (2017) Sistemática de Passiflora subgenus Astrophea: Morfologia, Palinologia e Taxonomia. Tese de Doutorado. Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 318p.
  • Mezzonato-Pires AC, Mendonça CBF, Milward-de-Azevedo MA & Gonçalves-Esteves V (2017) The taxonomic significance of seed morphology in the Passiflora subgenus Astrophea (Passifloraceae). Acta Botanica Brasilica . DOI: 10.1590/0102-33062016abb0414
    » https://doi.org/10.1590/0102-33062016abb0414
  • Milward-de-Azevedo MA (2007) Passifloraceae do Parque Estadual de Ibitipoca. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 25: 71-79.
  • Milward-de-Azevedo MA (2019) New records of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae). Check List 15: 149-159. DOI: 10.15560/15.1.149
    » https://doi.org/10.15560/15.1.149
  • Milward-de-Azevedo MA & Baumgratz JFA (2004) Passiflora L. subgênero Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) na Região Sudeste do Brasil. Rodriguésia 55: 17-54.
  • Milward-de-Azevedo MA, Baumgratz JFA & Gonçalves-Esteves VA (2012) Taxonomic revision of Passiflora subgenus Decaloba (Passifloraceae) in Brazil. Phytotaxa 53: 1-68.
  • Milward-de-Azevedo MA, Goncalves-Esteves V & Baumgratz JFA (2004) Palinotaxonomia das espécies de Passiflora L. subg. Decaloba (DC.) Rchb. (Passifloraceae) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica 27: 655-665.
  • Milward-de-Azevedo MA & Valente MC (2004)Passifloraceae da mata de encosta do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e arredores. Arquivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro 62: 367-374.
  • Moraes AM, Milward-de-Azevedo MA & Faria APG (2018) Passifloraceae sensu stricto no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 69: 815-840. DOI: 10.1590/2175-7860201869238
    » https://doi.org/10.1590/2175-7860201869238
  • Mori SA, Mattos-Silva LA, Lisboa G & Coradin L (1985) Manual de Manejo do Herbário Fanerogâmico. CEPLAC, Ilhéus. 104p.
  • Muschner VC, Zamberlan PM, Bonatto SL & Freitas LB 2012. Phylogeny, biogeography and divergence times in Passiflora (Passifloraceae). Genetics and Molecular Biology 35: 1036-1043.
  • Neto EMC (2008) Análise semântica dos nomes comuns atribuídos às espécies de Passiflora (Passifloraceae) no Estado da Bahia, Brasil. Neotropical Biology and Conservation 3: 86-94.
  • Nunes TS & Queiroz LP (2006) Flora da Bahia: Passifloraceae. Sitientibus 6: 194-226.
  • Paiva CL, Viana AP, Santos EA, Silva RNO & Oliveira EJ (2014) Diversidade genética de espécies do gênero Passiflora com o uso da estratégia Ward-MLM. Revista Brasileira de Fruticultura 36: 381-390.
  • Peréz-Cortéz S, Tillett S & Escala M (2002) Estudio morfológico de la semilla de 51 especies del género Passiflora L. Acta Botánica Venezuelica 25: 67-96.
  • Radford AE, Dickison WC, Massey JR & Bell CR (1974) Vascular plant systematics. Harper e Row Publishers, New York. 891p.
  • Rizzini CT (1977) Sistematização terminológica da folha. Rodriguésia 42: 103-125.
  • Sacco JC (1967) Contribuição ao estudo das Passifloraceae do Brasil - III - Passiflora margaritae Sacco n. sp. Sellowia 19: 59-61.
  • Sacco JC (1980) Passifloráceas. In: Reitz R. Flora Ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues Itajaí. 132p.
  • Santos JV, Nunes TS & Conceição AS (2016) A família Passiloraceae na APA Serra Branca/Raso da Catarina, Jeremoabo, Bahia, Brasil. Biotemas 29: 11-23.
  • Sazima M & Sazima I (1978) Bat pollinization of the Passion Flower, Passiflora mucronata, in Southeastern Brazil. Biotropica 10: 100-109.
  • Silva AC, Silva AC, Lucena CC, Vasconcellos MAS & Busquet RNB (2005) Dados preliminares de biologia floral de algumas espécies de passifloráceas. In: Faleiro FG, Junqueira NTV, Braga MF, Pinto ACQ & Souza ES. IV Reunião Técnica de Pesquisas em Maracujazeiro. Embrapa Cerrados, Planaltina. Pp.13-17.
  • Silva EO, Santos JUM & Dias ACAA (2013)Passifloraceae na área de proteção ambiental de Belém, PA, Brasil. Rodriguésia 64: 829-845.
  • Species Link (2017) Disponível em <http://splink.org.br>. Acesso em 13 março 2017.
    » http://splink.org.br
  • Stearn WT (1995) Botanic Latin: history, grammar, syntax, terminology and vocabulary. Timber Press, Portland, Oregon. 560p.
  • Thiers (continuamente atualizado) Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em <http://sweetgum.nybg.org/ih/>.
    » http://sweetgum.nybg.org/ih/
  • Ulmer T & Macdougal JM (2004) Passiflora: Passionflowers of the world. Timber Press, Cambridge. 430p.
  • Vanderplank J (1996) Passion flowers. MIT Press, Cambridge. 224p.
  • Vanderplank J (2013) A revision of Passiflora section Dysosmia Passifloraceae. Curtis’s Botanical Magazine 30: 318-387.
  • Varassin IG, Trigo JR & Sazima M (2001) The role of nectar production, flower pigments and odour in the pollination of four species of Passiflora (Passifloraceae) in south-eastern Brazil. Botanical Journal of the Linnean Society 136: 139-152.
  • Vitta FA & Bernacci LC (2004) A new species of Passiflora in section Tetrastylis (Passifloraceae) and two overlooked species of Passiflora from Brazil. Brittonia 56: 89-95.
  • Vitta, FA & Pirani, J.R. 2015. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Passifloraceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo 33: 29-38.

Editado por

Editora de área: Dra. Daniela Zappi

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Set 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    31 Out 2018
  • Aceito
    14 Mar 2019
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br