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ENTREVISTA COM MARTA ARUMÍ RIBAS

Marta Arumí RibasArumí Ribas, M. Nuevos retos en la formación de intérpretes: la integración del componente metacognitivo en el aula. TRANS. Revista De Traductología, (13), (2017): 149-162. https://doi.org/10.24310/TRANS.2009.v0i13.3163
https://doi.org/10.24310/TRANS.2009.v0i1...
é doutora em Tradução e Interpretação pela Universidade Pompeu Fabra, onde ganhou o prêmio de doutorado extraordinário. Também é formada em Tradução e Interpretação pela Universidade Autônoma de Barcelona (UAB). Concluiu o Mestrado em Interpretação de Conferências pela Universidade de La Laguna e o Mestrado em Formação de Formadores em Interpretação de Conferências pela Escola de Tradução e Interpretação da Universidade de Genebra. Atualmente, é professora associada no Departamento de Tradução, Interpretação e Estudos da Ásia Oriental na UAB, onde leciona no nível de graduação e pós-graduação. Além disso, é coordenadora do Mestrado em Interpretação de Conferências na mesma universidade. Seu interesse em pesquisa se concentra na didática da interpretação de conferências e na interpretação em serviços públicos, temas sobre os quais escreveu artigos especializados, publicados em revistas nacionais e internacionais, e orientou diversas teses de doutorado. Além disso, é a investigadora principal do Grupo MIRAS (em catalão: Mediació i Interpretació: Recerca en l’Àmbit Social [Mediação e interpretação: investigação no âmbito social]). Este grupo se dedica ao estudo da Interpretação nos Serviços Públicos e da mediação linguística e cultural em diversas áreas, tais como na Justiça, na Educação e na Saúde. Desde sua criação, em 2009, a Dra. Arumí tem conduzido diversos projetos de pesquisa financiados por entidades governamentais.

Cadernos de Tradução (CT): Como você se vinculou à tradução e, especificamente, à interpretação em serviços públicos?

Marta Arumí RibasArumí Ribas, M., & Sánchez Gijón, P. La toma de notas con ordenadores convertibles en la enseñanza-aprendizaje de la interpretación consecutiva. Resultados de un estudio piloto en una formación de máster. Revista Tradumàtica: Tecnologies de la Traducció, (17), (2019): 128-152. (MAR): Meu vínculo com a tradução remonta a 1992, quando iniciei o Bacharelado em Tradução e Interpretação na Universidade Autônoma de Barcelona. Meu interesse pela interpretação de conferências levou-me a me formar, em 1997, no Mestrado em Interpretação de Conferências da Universidade de La Laguna. Depois de atuar profissionalmente como intérprete, me interessei pela pesquisa e pelo ensino de interpretação. Entre 2000 e 2007, trabalhei como professora na Universidade Pompeu Fabra, onde, por sua vez, conclui o doutorado em 2006. Durante esse período, meus interesses de pesquisa se concentraram, principalmente, na interpretação de conferências, mais especificamente na didática da modalidade consecutiva. Em 2007, ingressei no Departamento de Tradução e Interpretação e Estudos da Ásia Oriental da UAB. Nessa época, a Catalunha, assim como outros países, estava se tornando uma terra de acolhimento de imigrantes e a administração pública catalã começava a demandar tradutores e intérpretes que pudessem lidar com os problemas de comunicação entre a população recém-chegada e os funcionários da administração pública. A necessidade social começava a reivindicar uma resposta da universidade, tanto no nível da formação quanto no da pesquisa. Foi desta maneira que, em 2009, como fruto da iniciativa de um grupo de pesquisadores do Departamento de Tradução e Interpretação e Estudos da Ásia Oriental da UAB, nasceu o grupo de pesquisa MIRAS, do qual sou a pesquisadora principal desde sua criação. O objetivo do grupo é estudar a comunicação entre diversas comunidades linguísticas e o perfil profissional do intérprete nos serviços públicos, o que torna essa comunicação não só possível, mas também eficaz.3 3 Site do grupo MIRAS: http://grupsderecerca.uab.cat/miras/

(CT): Em suas palavras, como você define a interpretação em relação aos outros processos de tradução?

(MAR): Interpretação é a atividade tradutória que permite a comunicação oral, ou através de sinais, entre duas ou mais pessoas que não compartilham o mesmo código linguístico e cultural. O intérprete é um profissional que realiza um processo cognitivo muito complexo com um aspecto humano e de interação que influencia diretamente a sua prática. A principal função do intérprete é transmitir ideias de uma língua para outra, sem adaptar ou modificar a mensagem. Para além de ser um veículo de comunicação entre diferentes línguas e culturas, o intérprete também é um veículo de coesão social e de integração. Sem garantias de comunicação, enfrentamos o perigo de violação dos direitos fundamentais. Embora o trabalho do intérprete de conferências seja reconhecido e seu papel seja claro, ainda há inúmeros equívocos em relação à figura e à atuação do intérprete nos serviços públicos. A administração, muitas vezes, falha pela indefinição das funções do intérprete, visto não marcar claramente as diferenças entre a tradução escrita e a interpretação. Traduzir e interpretar são duas atividades e, geralmente, correspondem a duas profissões diferentes. O tradutor trabalha com a língua escrita e o intérprete com a língua falada ou sinalizada. Além disso, mais vezes do que o desejado, intérpretes em serviços públicos são considerados assistentes de outros profissionais, a especialização envolvida em seu trabalho é desconhecida, ou, muitas vezes, equivocadamente se acredita que dominar uma ou mais línguas estrangeiras é o bastante para interpretar. Nada mais longe da realidade. É preciso muito mais que isso

(CT): Quais são as áreas de interpretação mais comuns?

(MAR): Se pensarmos na interpretação de conferências, especificamente na modalidade simultânea, as áreas mais comuns são os fóruns internacionais, bem como os congressos e as conferências especializadas. No caso da consecutiva, sua utilização mais frequentemente é em entrevistas ou coletivas de imprensa. No caso da Interpretação em Serviços Públicos (ISP), a divisão tradicional são as áreas educacional, de saúde e de assistência ao cidadão e judicial, que também pode incluir o contexto policial.

(CT): Existe alguma área, na sua opinião, em que interpretação é mais complexa? Por quê?

(MAR): A interpretação é uma atividade complexa em si mesma. Não diria que há uma área mais complexa do que outra, mas situações de interpretação mais complicadas. Por exemplo, na interpretação de conferências, é mais difícil interpretar um orador que está lendo um discurso em velocidade excessiva do que um orador que transmite espontaneamente suas ideias ou simplesmente parte de um roteiro para construir seu discurso. É verdade que existem áreas de especialização, como a medicina, por exemplo, para as quais o intérprete deve estudar, preparar e se documentar minuciosamente antes da interpretação. Na ISP, uma das principais dificuldades é que o intérprete mantenha sua neutralidade e imparcialidade. Da mesma forma, o intérprete nos serviços públicos deve estar preparado para interpretar registros e estilos muito diversos (do registro formal ao vulgarismo e insultos), e deve fazê-lo com precisão, independente se o discurso é difícil por seus aspectos técnicos e formalidades ou por ser um discurso desestruturado e difícil de acompanhar. O intérprete nos serviços públicos também enfrenta dificuldades em sua preparação, seja pela questão da confidencialidade incompreendida, pela falta de profissionalização ou pelo desconhecimento por parte do contratante dos serviços. Outra das dificuldades importantes do ISP encontra-se na administração das emoções, uma vez que uma característica específica é o elevado componente emocional dos encontros em que o intérprete atua. Há também campos de especialização na ISP, como é o caso da interpretação jurídica.

(CT): Olhando a história, como você vê o passado e a evolução profissional dos intérpretes de conferências e dos comunitários na Europa?

(MAR): No século XXI, os estudos da interpretação conseguiram consolidar suas longas aspirações, tanto em relação à sua natureza interdisciplinar quanto ao fato de se tornarem uma disciplina distinta, pelo seu grau de especialização e por seu grande número de publicações. Além disso, na última década, a pesquisa sobre novas modalidades de interpretação também se consolidou. Na interpretação de conferências, a profissão de intérprete evoluiu em relação aos intérpretes de meados do século XX, quando ocorreu o surgimento das várias escolas europeias de interpretação, e, também, em relação ao ano de 1986, quando a Espanha entrou para a União Europeia. Novas tecnologias tornaram a profissão mais flexível e as formas mais convencionais de exercê-la se diversificaram. Essas transformações resultaram em um perfil profissional multidimensional capaz de responder às novas necessidades do mercado de trabalho. A interpretação consecutiva, devido à lentidão que impõe à comunicação, vem perdendo terreno para a interpretação simultânea, e é utilizada em novos ambientes, como videoconferências ou interpretação telefônica. Além disso, há cada vez mais intérpretes de conferência com as combinações linguísticas mais tradicionais e, por sua vez, mais especialistas linguísticos que dominem as línguas menos conhecidas são necessários. Quanto à Interpretação em Serviços Públicos, os avanços na Espanha estão longe dos de outros países com mais tradição em receber imigração. Na Espanha, a falta de formação e, sobretudo, de um credenciamento específico para intérpretes em serviços públicos, implica a falta de regulamentação da área que normalmente tem impacto direto na qualidade das interpretações. Na área jurídica, a Diretiva 2010/64/UE do Parlamento Europeu e do Conselho de 20 de Outubro de 2010, sobre o direito à interpretação e à tradução em processos criminais, ofereceu aos países membros da UE a possibilidade de implementar mecanismos para garantir a qualidade da interpretação e da tradução em processos criminais para que os direitos de defesa possam ser garantidos e a equidade do processo salvaguardada. No entanto, com mais frequência do que o desejado, ainda nos deparamos com um intérprete sem formação, que extrapola suas funções e que evidencia a falta de um arcabouço ético que lhe permita guiar sua prática. Desde a universidade, através da oferta de ensino e pesquisa, a ISP tem recebido o valor que merece. As associações profissionais também garantiram a criação de diretrizes éticas e a denúncia de más práticas. Por sua vez, os profissionais que trabalham no dia-a-dia com os intérpretes começaram a se questionar sobre as soluções ad hoc que geralmente são oferecidas sem garantir a boa prestação de serviços. Todavia, embora pesquisas tenham demonstrado que na Espanha e na Catalunha há um sistema que não funciona, o governo continua a se desviar do foco e a priorizar a facilidade de gestão de serviços e o lucro de certas empresas ao invés de atentar para a constante violação dos direitos presentes nas más práticas de interpretação.

(CT): O que caracteriza a competência do intérprete de serviços públicos?

(MAR): O perfil do intérprete em nossas sociedades contemporâneas não é mais aquele de vinte anos atrás. Caminhamos para uma figura mais versátil, mais multidimensional, capaz de se adaptar a diversas modalidades e contextos e de proporcionar, como valor agregado, mais do que apenas a transferência de termos ou ideias, tornando-se um verdadeiro mediador linguístico e, também, cultural. O intérprete precisa de um elevado domínio das duas línguas presentes na conversação; do conhecimento das culturas dos interlocutores; do conhecimento das técnicas e habilidades de interpretação; de capacidade de análise e de síntese; de conhecimento especializado sobre a temática do encontro comunicativo; do comportamento de acordo com o código de ética que rege o exercício profissional e de habilidades emocionais para lidar com situações difíceis. Contudo, antes de mais nada, é muito importante que o intérprete desenvolva sua competência estratégica, sua capacidade de tomar decisões rapidamente e de autoavaliação.

(CT): Qual é a formação ideal para o intérprete? Que valor a Universidade vem tendo e tem, do seu ponto de vista, nessa formação?

(MAR): O ensino de interpretação de conferências é quase paralelo, temporalmente, à criação da profissão, que se considera ter nascido nos Julgamentos de Nuremberg, em que o trabalho começou a ocorrer na modalidade simultânea. Nas décadas de 1940 e 1950, após a Segunda Guerra Mundial, grandes escolas de intérpretes se estabeleceram em torno de grandes organizações internacionais, que costumavam ser o destino natural dos intérpretes que se formavam. Os primeiros programas tinham começado antes do fim da Segunda Guerra Mundial (Moscou, Heidelberg, Genebra e Viena). Outros começaram após 1945, com o apoio das forças aliadas (Innsbruck, Graz, Mainz/Germersheim, Saarbrücken, Paris e Washington), e, finalmente, em 1957, dois programas foram criados em Paris. Na Espanha, o primeiro centro de formação para tradutores e intérpretes nasceu na Universidade Autônoma de Barcelona, em 1972, com a criação da Escola Universitária de Tradutores e Intérpretes (EUTI). O exercício da interpretação requer um domínio excepcional da língua materna, por parte do estudante, bem como vastos conhecimentos linguísticos e culturais em pelo menos duas línguas estrangeiras, que possam ser ativados instantaneamente, sem possibilidade de rever ou de utilizar as fontes habituais de documentação comuns à prática de tradução escrita. Na interpretação em serviços públicos, em que o intérprete geralmente trabalha na modalidade de ligação, ou seja, alternando dois códigos linguísticos, o intérprete deve dominar de modo ativo, no mesmo nível, ambas as línguas com as quais trabalha para prestar um serviço de qualidade. Na minha opinião, a universidade desempenha um papel decisivo na formação de intérpretes de conferência, pois é uma formação altamente especializada que requer muitas horas de prática e de acompanhamento acadêmico e profissional. Ao longo dos anos, as universidades criaram equipes de professores de interpretação nas quais convivem professores com perfis mais acadêmicos e de pesquisa e profissionais da área, que trazem para a sala de aula sua experiência diária da cabine de interpretação. Essas equipes mistas de ensino são fundamentais para a formação em uma disciplina altamente técnica, em que se ensina e se aprende através da prática assistida. Embora os desafios na formação de intérpretes para serviços públicos sejam outros, o papel da universidade também é fundamental. Uma das principais dificuldades da formação em ISP está na multiplicidade de línguas e de combinações em que é necessário formar (chinês, árabe, urdu, wolof, romeno etc.), as quais não são combinações tradicionais em que geralmente se forma nas faculdades de tradução e de interpretação na Europa. Além disso, geralmente não há professores formados que possam ensinar e avaliar essas combinações. Em alguns casos, opta-se por oferecer formações intralinguísticas, mas é uma questão sobre a qual ainda se deve continuar refletindo. No campo da ISP, a intervenção da universidade é fundamental para se avançar ainda mais na profissionalização. O envolvimento da universidade por si só não é suficiente, mas é um ponto importante para se avançar na implementação de testes avaliáveis, objetivos e confiáveis, bem como da formação especializada.

(CT): Com a globalização da sociedade, quais habilidades específicas os futuros intérpretes vão precisar?

(MAR): Por mais novas que sejam as mudanças, não podemos esquecer os fundamentos teóricos que garantem a qualidade do ensino e o domínio das técnicas básicas de interpretação — a consecutiva, a simultânea e a tradução à prima vista —, nas quais se baseiam todas as modalidades interpretativas e que permitem ao intérprete se adaptar ao perfil e às demandas dos mercados de trabalho. O que é certo é que, cada vez mais, professores e estudantes precisarão se familiarizar com novas ferramentas tecnológicas, como tablets, computadores e celulares, e com novos espaços virtuais. Além da formação nas singularidades da interpretação em novos espaços como na interpretação remota, em hubs, ou mesmo intérpretes que interpretam de sua casa, é muito importante refletir com os futuros intérpretes sobre a proteção que deve ser defendida para se continuar a oferecer um trabalho de qualidade com garantias de precisão. Aqui poderíamos pensar em questões como quem assume a responsabilidade por possíveis problemas técnicos, a inclusão de cláusulas abusivas nos contratos etc. Também não podemos perder de vista as necessidades de outras áreas profissionais em que profissionais formados em interpretação podem encontrar seu espaço. O caso mais paradigmático encontra-se no campo da tradução audiovisual, com legendagem baseada no reconhecimento da fala, também conhecida como respeaking, e que parece estar se consolidando como o método pelo qual muitas redes de televisão estão adotando como forma de oferecer legendas ao vivo para a população surda.

(CT): Não queremos terminar a entrevista sem falar sobre sua pesquisa, pois a pesquisa é sempre importante para o desenvolvimento pessoal e profissional. Conte-nos como a pesquisa se desenvolveu em sua carreira profissional e como surgiu o grupo de pesquisa MIRAS.

(MAR): No meu caso, é a investigação que sempre alimentou minha prática. Na minha primeira fase de pesquisa, na qual fiz minha tese de doutorado, foquei na didática da interpretação. Meu interesse foram os processos de ensino e aprendizagem de interpretação consecutiva, especialmente os relacionados aos processos metacognitivos de aprendizagem altamente especializada e complexa. Desde 2007, tenho focado mais em pesquisas voltadas para questões sociais e com uma clara aplicação à sociedade. A investigação que promove a mudança. Aquela que é socialmente justa e que analisa os problemas que diretamente nos afetam. Como mencionei anteriormente, em 2009 criamos o grupo de pesquisa MIRAS, que integra pesquisadores da UAB, além de pesquisadores de outras universidades, nacionais e internacionais, e colaboradores profissionalmente ligados ao ISP e à mediação intercultural. Nos últimos anos, graças em grande parte ao pioneirismo do grupo em projetos de pesquisa financiados, a ISP tornou-se uma atividade reconhecida tanto nos níveis regional quanto estadual e uma das linhas de pesquisa com maior crescimento e impacto nos estudos de tradução e da interpretação. A natureza internacional e interdisciplinar do grupo resultou em pesquisas inovadoras e de qualidade, estruturadas em torno das áreas tradicionais de atuação no âmbito da ISP. O grupo MIRAS realizou até agora uma pesquisa muito consistente, que nos permitiu conhecer muito bem a prática da ISP na Catalunha, as competências do intérprete, as formas de trabalho, as modalidades e as necessidades dos intérpretes sociais de hoje. Além disso, os resultados da pesquisa nos permitiram materializar propostas de formação e propor um sistema de credenciamento adequado ao nosso contexto. Eu não gostaria de terminar esta entrevista sem mencionar o resultado do último projeto4 4 Mais informações no seguinte link: http://pagines.uab.cat/expandingpsi/ do grupo. Graças à confiança e ao financiamento da Direção-Geral para Interpretação da Conferência da Comissão Europeia, foi desenvolvido um material audiovisual de acesso aberto composto por sete vídeos visando melhorar o trabalho e a formação de intérpretes em serviços públicos no contexto europeu. Esses vídeos, cada um dedicado a uma área específica e a uma especialidade, reúnem os critérios que devem ser aplicados à formação em ISP e são resultado da reflexão e da pesquisa dos últimos dez anos.

Referências

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  • Arumí Ribas, M., Gil-Bardají, A., & Vargas-Urpi, M. Traducció i immigració: la figura de l’intèrpret als serveis públics de Catalunya. Quaderns: Revista de traducció, (18), (2011): 199-218.
  • Ribas, M. A. The fuzzy boundary between the roles of interpreter and mediator in the public services in Catalonia: Analysis of interviews and interpreter-mediated interactions in the health and educational context. Across Languages and Cultures, 18(2), (2017): 195-218. https://doi.org/10.1556/084.2017.18.2.2
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  • Arumí Ribas, M. Nuevos retos en la formación de intérpretes: la integración del componente metacognitivo en el aula. TRANS. Revista De Traductología, (13), (2017): 149-162. https://doi.org/10.24310/TRANS.2009.v0i13.3163
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  • Arumí Ribas, M., & Sánchez Gijón, P. La toma de notas con ordenadores convertibles en la enseñanza-aprendizaje de la interpretación consecutiva. Resultados de un estudio piloto en una formación de máster. Revista Tradumàtica: Tecnologies de la Traducció, (17), (2019): 128-152.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Out 2021
  • Data do Fascículo
    May-Aug 2021

Histórico

  • Recebido
    10 Nov 2020
  • Aceito
    04 Mar 2021
  • Publicado
    Maio 2021
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