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AS POTENCIALIDADES DO GÊNERO PODCAST NO DESENVOLVIMENTO E APRIMORAMENTO DA HABILIDADE DE COMPREENSÃO ORAL NA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA

THE POTENTIAL OF PODCASTS FOR THE DEVELOPMENT AND IMPROVEMENT OF THE ORAL COMPREHENSION ABILITY IN ENGLISH LEARNING

Resumo

O gênero virtual podcast tem se tornado um recurso digital com potencial para o aprendizado, dada sua natureza de ser informativo. O presente estudo objetivou investigar as potencialidades do uso de podcasts para o desenvolvimento e aprimoramento da habilidade de compreensão oral em língua inglesa. Os dados foram coletados por meio de um conjunto de atividades escritas de compreensão de quatro podcasts, realizadas por seis aprendizes de inglês. Os resultados mostram que houve desenvolvimento da habilidade de compreensão oral ao longo do processo de realização das atividades. Mostram, também, a percepção positiva dos participantes sobre o potencial do uso de podcasts como possibilidade de familiarização com a língua inglesa falada por nativos e não-nativos em diferentes contextos pelo mundo.

Palavras-chave
Língua Inglesa; Ensino; Aprendizagem; Podcast; Compreensão oral

Abstract

Podcasts have increasingly become a digital resource to learning, given its nature of being an informational genre. This study aimed to investigate the potential of podcasts for the development and improvement of the oral comprehension ability in English. For that, a set of activities focused on listening was applied to six students of English as a foreign language. The data were collected through written responses to the activities done by the participants. The results show that there was a significant development of the oral comprehension ability throughout the process of carrying out the activities. They also show the positive perception of the participants about the potential of using podcasts as a possibility of getting used to the English language spoken by native and non-native speakers in different contexts around the world.

Keywords
English language; Teaching; Learning; Podcast; Oral comprehension

Introdução

Cotidianamente, na área de ensino e aprendizagem de línguas, buscam-se alternativas que façam os alunos sentirem-se efetivamente participantes do processo de aprendizagem, com novas possibilidades e metodologias que os estimulem no desenvolvimento e construção de conhecimentos de forma crítica, por meio de conteúdos autênticos. Além disso, cada vez mais, buscam-se novas formas de ensinar e aprender, novas possibilidades de desenvolver as habilidades dos estudantes por meio de recursos tecnológicos que estão cada vez mais presentes em seu dia a dia.

Pesquisas desenvolvidas em contextos educacionais brasileiros, dentre as quais destacam-se os estudos de D’Ely e Tavares (2014)D’ELY, R. C. S. F.; GUARÁ-TAVARES, M. da G. L2 Learning/Teaching and Technology: A ‘CALL’ for a change? Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 9-18, 2014., Dutra et al. (2016)DUTRA, A.; SANTOS, C. P. dos.; SANTOS, G. J. F. dos.; BELL’AVER, J. E. M.; IDALGO, L. O Podcast no Ensino de Inglês: Contribuição para a Prática Oral de Estudantes do Ensino Médio. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, Londrina, v. 17, número especial Selitec 15/16, p. 426-431, 2016., Finardi e Porcino (2014)FINARDI, K. R.; PORCINO, M. C. Tecnologia e Metodologia no Ensino de Inglês: Impactos da Globalização e da Internacionalização. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 239-284, 2014., Gimenez e Ramos (2014)GIMENEZ, T.; RAMOS, S. G. M. Planejamento e Implementação de Curso Online como Atividade de Estágio Curricular na Área de Inglês. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 101-122, 2014., Reis e Gomes (2014)REIS, S. C.; GOMES, A. F. Podcasts para o ensino de Língua Inglesa: análise e prática de Letramento Digital. Calidoscópio, São Leopoldo, v. 12, nº. 3, p. 367-379, set./dez. 2014. e Tumolo (2014)TUMOLO, C. Recursos digitais e aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 203-238, 2014., têm mostrado o potencial de recursos tecnológicos computacionais e digitais para a aprendizagem de línguas estrangeiras. Tumolo (2014)TUMOLO, C. Recursos digitais e aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 203-238, 2014., por exemplo, analisa e apresenta alguns recursos digitais, tais como infográficos, jogos eletrônicos, livros digitais, vídeos, recursos da Web (redes sociais, blogs, wikis e podcasts), dentre outros, que podem contribuir para a aprendizagem de uma língua estrangeira, principalmente se usados para o desenvolvimento da habilidade linguística, para interação, para integração das quatro habilidades e como forma de motivação dos aprendizes (TUMOLO, 2014TUMOLO, C. Recursos digitais e aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 203-238, 2014.).

Se por um lado, a criação de recursos digitais é uma constante na atualidade, por outro lado, muitas vezes, tais recursos são rapidamente substituídos. Apesar da efemeridade de determinados recursos digitais, é importante que se investigue seu potencial para o ensino e aprendizagem, especialmente dos recursos digitais que estão presentes na vida dos aprendizes ou os que são de amplo e fácil acesso a eles.

Dentre as novas possibilidades de aprendizado de línguas, por meio de tecnologias digitais, está o uso do gênero virtual podcast. Dada sua natureza de produção e circulação, tornou-se mais que um gênero virtual informativo, passando a ser usado como ferramenta para o aprendizado de conteúdos em geral, com grande potencial principalmente no ensino e aprendizagem de língua inglesa, conforme mostram os estudos de Fox (2008)FOX, A. Using Podcasts in the EFL Classroom. Teaching English as a Second or Foreign Language, v. 11, n. 4, p. 1-11, 2008., Pastore (2008)PASTORE, R. Students’ perceptions of podcasts in the classroom. International Journal of Instructional Technology and Distance Learning, v. 5, nº. 12, 2008., Hasan e Hoon (2013)HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013., Jain e Hashmi (2013)JAIN, S.; HASHMI, F. Advantages Of Podcasts In English Language Classroom. Journal of Indian Research, v. 1, nº. 2, p. 158-163, 2013., Reis e Gomes (2014)REIS, S. C.; GOMES, A. F. Podcasts para o ensino de Língua Inglesa: análise e prática de Letramento Digital. Calidoscópio, São Leopoldo, v. 12, nº. 3, p. 367-379, set./dez. 2014., Dutra et al. (2016)DUTRA, A.; SANTOS, C. P. dos.; SANTOS, G. J. F. dos.; BELL’AVER, J. E. M.; IDALGO, L. O Podcast no Ensino de Inglês: Contribuição para a Prática Oral de Estudantes do Ensino Médio. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, Londrina, v. 17, número especial Selitec 15/16, p. 426-431, 2016. e Abdulrahman, Basalamah e Widodo (2018)ABDULRAHMAN, T.; BASALAMAH, N.; WIDODO, M. R. The Impact of Podcasts on EFL Students’ Listening Comprehension. International Journal of language Education, v. 2, nº. 2, p. 23-33, 2018.. Esses autores argumentam que o gênero virtual podcast pode contribuir significativamente para o desenvolvimento das habilidades linguísticas dos aprendizes, em especial as habilidades de compreensão e produção oral.

O desenvolvimento e aprimoramento da compreensão oral é essencial para quem busca aprender outras línguas e quer se comunicar de forma efetiva, ainda mais se o objetivo do aluno é o aprendizado de língua inglesa, que atualmente é a língua da comunicação, da tecnologia, da ciência, do entretenimento, do turismo e dos negócios ao redor do mundo, requerendo, portanto, níveis de comunicação e inteligibilidade cada vez mais abrangentes e desenvolvidos por parte dos aprendizes.

Por ser um gênero virtual que pode ser produzido e disponibilizado em plataformas na internet, de qualquer lugar do mundo pode ser acessado e ouvido. Foi, também, essa possibilidade que contribuiu para que esse gênero passasse a ser utilizado no ensino e aprendizagem de língua inglesa. Assim, ao se utilizar de podcasts em língua inglesa, pode-se aprender não apenas a língua de países como Inglaterra e Estados Unidos, mas de outros lugares onde o inglês é a língua oficial, uma das línguas oficiais ou usada como segunda língua, língua estrangeira ou língua franca.

O presente estudo surgiu da necessidade de ampliarmos as pesquisas sobre o uso de podcasts no ensino e aprendizagem de inglês nos contextos educacionais brasileiros. Nossa pesquisa teve como objetivo investigar as potencialidades do uso de podcasts para o desenvolvimento e aprimoramento da habilidade de compreensão oral em língua inglesa por aprendizes brasileiros. Buscou-se, também, a percepção dos aprendizes em relação ao potencial desse gênero para o aprendizado da língua inglesa.

Os dados foram coletados por meio de atividades realizadas por estudantes de um curso privado de língua inglesa, no qual uma das autoras dessa pesquisa atua como professora.

Na sequência deste trabalho, serão apresentados o embasamento teórico, a metodologia, os resultados e discussão, bem como algumas considerações finais.

1. Revisão da Literatura

1.1 O gênero podcast

Criado há pouco mais de uma década, o gênero virtual podcast surgiu da combinação de pod, de iPod (tocador mp3 da Apple) e broadcast (transmissão), para referir-se a gravações em áudio, disponibilizadas em programas na internet, sendo utilizado pela primeira vez em 2004, no jornal The Guardian, pelo jornalista inglês Ben Hammersley (JAIN; HASHMI, 2013JAIN, S.; HASHMI, F. Advantages Of Podcasts In English Language Classroom. Journal of Indian Research, v. 1, nº. 2, p. 158-163, 2013.).

Esse gênero constitui-se como uma mídia de transmissão de conteúdo em formato de áudio, assim como o rádio, porém, diferentemente desse, o podcast fica disponível para que os ouvintes possam acessá-lo no momento que quiserem, pausando, voltando e ouvindo quantas vezes forem necessárias. Essa mídia é transmitida via Really Simple Syndication, cuja tradução é “transmissão realmente simples”, permitindo que o ouvinte receba as atualizações dos programas que quer ouvir. Tal mídia pode ser acessada através de websites que disponibilizam os podcasts, porém o mais comum é que estes sejam ouvidos em smartphones por meio de aplicativos ou plataformas digitais de streaming de áudio, como Spotify, Castbox, Google Podcast, Apple Podcast, etc. (HASAN; HOON, 2013HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013.)

Dada sua natureza de produção e circulação, tornou-se mais que um gênero virtual informativo, passando a ser usado como ferramenta para o aprendizado de conteúdos em geral, com grande potencial no ensino e aprendizagem de língua inglesa, conforme mostram os estudos de Pastore (2007), Fox (2008)FOX, A. Using Podcasts in the EFL Classroom. Teaching English as a Second or Foreign Language, v. 11, n. 4, p. 1-11, 2008., Hasan e Hoon (2013)HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013., Jain e Hashmi (2013)JAIN, S.; HASHMI, F. Advantages Of Podcasts In English Language Classroom. Journal of Indian Research, v. 1, nº. 2, p. 158-163, 2013., Reis e Gomes (2014)REIS, S. C.; GOMES, A. F. Podcasts para o ensino de Língua Inglesa: análise e prática de Letramento Digital. Calidoscópio, São Leopoldo, v. 12, nº. 3, p. 367-379, set./dez. 2014., Tumolo (2014)TUMOLO, C. Recursos digitais e aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 203-238, 2014. e Dutra et al. (2016)DUTRA, A.; SANTOS, C. P. dos.; SANTOS, G. J. F. dos.; BELL’AVER, J. E. M.; IDALGO, L. O Podcast no Ensino de Inglês: Contribuição para a Prática Oral de Estudantes do Ensino Médio. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, Londrina, v. 17, número especial Selitec 15/16, p. 426-431, 2016.. Esses autores argumentam que o gênero virtual podcast pode contribuir significativamente para o desenvolvimento das habilidades linguísticas do aprendiz, em especial as habilidades de compreensão e produção oral. Conforme Tumolo (2014, p. 231)TUMOLO, C. Recursos digitais e aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 203-238, 2014., podcasts:

podem ser usados para o processo ensino/aprendizagem de LE, uma vez que estão disponibilizados na Internet em várias línguas. Por se constituírem material de áudio autêntico, passam a ser recurso eficaz para a compreensão da língua-alvo falada por nativos (com seus diferentes sotaques e pronúncias), permitindo aumentar a amplitude de reconhecimento dos sons da língua e, assim, desenvolvendo a compreensão oral de aprendizes. Além da compreensão oral, a produção oral pode ser desenvolvida, à medida que os aprendizes podem criar e publicar seus próprios podcasts, como uma tarefa.

(TUMOLO, 2014TUMOLO, C. Recursos digitais e aprendizagem de inglês como língua estrangeira. Ilha do Desterro, Florianópolis, v. 66, p. 203-238, 2014., P. 231).

O gênero podcast também tem sido utilizado na área de ensino e aprendizagem da língua inglesa no Brasil com o objetivo de promover o desenvolvimento dos multiletramentos. Reis (2017)REIS, S. C. Ensino de Produção Oral em Língua Inglesa por meio de Podcast: Relatando uma Experiência com Alunos do Ensino Fundamental. Veredas on-line - As tecnologias digitais no ensino e aprendizagem de línguas, Juíz de Fora, v. 21, nº. 1, p. 180-201, 2017., por exemplo, relata o trabalho desenvolvido no “Projeto podc@ast na escol@”, que objetivou a aprendizagem da língua inglesa por meio do acesso, produção e divulgação desse gênero. De acordo com os resultados da pesquisa, além de favorecer a aprendizagem da língua inglesa e a prática dos multiletramentos, o uso de podcasts contribuiu, ainda, para motivar os alunos a buscarem novos conhecimentos (REIS, 2017REIS, S. C. Ensino de Produção Oral em Língua Inglesa por meio de Podcast: Relatando uma Experiência com Alunos do Ensino Fundamental. Veredas on-line - As tecnologias digitais no ensino e aprendizagem de línguas, Juíz de Fora, v. 21, nº. 1, p. 180-201, 2017.).

Também na perspectiva dos multiletramentos, o estudo de Kobayashi e Zampini (2020)KOBAYASHI, E.; ZAMPINI, E. F. Multiletramentos e autonomia: um estudo de caso no ensino de língua inglesa. Revista do GEL, São Paulo, v. 17, nº. 1, p. 138-159, 2020. apresentou aos participantes, estudantes do ensino médio em uma instituição pública, alguns gêneros virtuais orais, dentre eles o gênero podcast, com o objetivo de “promover o desenvolvimento de habilidades comunicativas, a utilização de recursos tecnológicos, a exploração de fontes de informações, a interação entre os participantes e a expansão cultural” (KOBAYASHI; ZAMPINI, 2020KOBAYASHI, E.; ZAMPINI, E. F. Multiletramentos e autonomia: um estudo de caso no ensino de língua inglesa. Revista do GEL, São Paulo, v. 17, nº. 1, p. 138-159, 2020., p. 138). Segundo os autores, além desse objetivo ter sido plenamente alcançado, os resultados da pesquisa evidenciaram, também, o potencial dos gêneros virtuais na promoção da consciência social e cultural por meios multimodais.

1.2 Podcasts no aprendizado e aprimoramento da Língua Inglesa

Podcasts podem trazer muitas possibilidades ao contribuir e até facilitar o aprendizado da língua inglesa, desafiando métodos tradicionais de ensino (LEE; CHAN, 2007CHAN, W. M.; CHI, S. W.; CHIN, K. N.; LIN, C. Y. Students’ Perceptions of and Attitudes towards Podcast-Based Learning: A Comparison of Two Language Podcast Projects. Electronic Journal of Foreign Language Teaching, Singapore, v. 8, Supl. 1, p. 312–335, 2011., apudHASAN; HOON, 2013HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013.). Assim, essa mídia digital pode ser mais utilizada como recurso digital no ensino e aprendizagem. Além disso, nos contextos de Educação Básica brasileiros, sua utilização, sendo uma tecnologia emergente, está de acordo com a Competência 5, da Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2017BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.), que está sendo implantada nas escolas públicas e privadas de todo o país. De acordo com esse documento, também é de responsabilidade da escola desenvolver nos estudantes a competência de:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

(BRASIL, 2017BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017., p. 9).

Além disso, a BNCC apresenta o gênero virtual podcast como exemplo de gênero textual que os alunos podem usar e produzir em sala, com o intuito de desenvolver a habilidade oral, produção artística, formação e análise de opinião, procedimentos de investigação e pesquisa, entre outros, conforme mostra o trecho a seguir:

Diversificar gêneros, suportes e mídias definidos para a socialização dos estudos e pesquisas: orais (seminário, apresentação, debate etc.), escritos (monografia, ensaio, artigo de divulgação científica, relatório, artigo de opinião, reportagem científica etc.) e multissemióticos (videominuto, documentário, vlog científico, podcast, relato multimidiático de campo, verbete de enciclopédia digital colaborativa, revista digital, fotorreportagem, foto-denúncia etc.).

(BRASIL, 2017BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017., p. 516) (Grifo nosso).

Estudos realizados nos últimos anos obtiveram resultados positivos, demonstrando que podcasts podem ser aliados na aprendizagem de um novo idioma. Hasan e Hoon (2013)HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013., ao revisarem diversos estudos sobre o uso de podcasts na aprendizagem de inglês como segunda língua, defendem que essa área pode se beneficiar com o crescimento do segmento de podcasts no mundo virtual.

Investigando o desenvolvimento de listening, Ashraf, Noroozi e Salami (2011, apudHASAN; HOON, 2013HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013.), demonstraram em sua pesquisa que o grupo que utilizou podcast nas atividades de listening teve melhor desempenho do que o grupo de controle. Knight (2010, apudHASAN; HOON, 2013HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013.), por sua vez, ao investigar o desenvolvimento da pronúncia, avaliou o retorno dos alunos após elaborarem podcasts focando nessa habilidade. De acordo com os resultados desse estudo, os exercícios com os podcasts contribuíram no desenvolvimento da fonética e aprimoramento da pronúncia. Já os estudos de Borgia (2010, apudHASAN; HOON, 2013HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013.) e Putman e Kingsley (2009, apudHASAN; HOON, 2013HASAN, M.; HOON, T. B. Podcast Applications in Language Learning: A Review of Recent Studies. English Language Teaching, v. 6, nº. 2; p. 128-135, 2013.) demonstraram que o uso de podcasts ampliou o vocabulário dos participantes.

Abdulrahman, Basalamah e Widodo (2018)ABDULRAHMAN, T.; BASALAMAH, N.; WIDODO, M. R. The Impact of Podcasts on EFL Students’ Listening Comprehension. International Journal of language Education, v. 2, nº. 2, p. 23-33, 2018. investigaram o impacto de podcasts na compreensão oral em língua inglesa como língua estrangeira, em escolas de Jacarta, na Indonésia. O estudo investigou 30 estudantes em um grupo experimental e 30 estudantes em um grupo de controle. Os resultados dessa pesquisa apontaram que houve impacto significativo na compreensão oral, principalmente dos estudantes do grupo experimental. Além disso, de acordo com os autores, na percepção dos estudantes, os podcasts apresentaram conteúdo autêntico em língua inglesa, o que contribuiu também para motivá-los no aprendizado da língua.

O estudo de Dutra et al. (2016)DUTRA, A.; SANTOS, C. P. dos.; SANTOS, G. J. F. dos.; BELL’AVER, J. E. M.; IDALGO, L. O Podcast no Ensino de Inglês: Contribuição para a Prática Oral de Estudantes do Ensino Médio. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, Londrina, v. 17, número especial Selitec 15/16, p. 426-431, 2016., por sua vez, realizado em contexto brasileiro, investigou as contribuições da produção de podcasts para a prática da oralidade em língua inglesa por alunos no Ensino Médio. Os resultados dessa pesquisa mostram que a produção de podcasts pelos alunos nas aulas de língua inglesa “permitiu o desenvolvimento da prática oral e auditiva dos alunos. Propiciou, ainda, a participação e a autonomia dos alunos na aprendizagem” (DUTRA et al., 2016DUTRA, A.; SANTOS, C. P. dos.; SANTOS, G. J. F. dos.; BELL’AVER, J. E. M.; IDALGO, L. O Podcast no Ensino de Inglês: Contribuição para a Prática Oral de Estudantes do Ensino Médio. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas, Londrina, v. 17, número especial Selitec 15/16, p. 426-431, 2016., p. 431).

Além das pesquisas que concluíram que houve desenvolvimento nas habilidades linguísticas dos alunos, outros estudos confirmaram que os alunos ficaram mais motivados para o aprendizado da língua inglesa ao utilizarem podcast. Na pesquisa realizada por Jain e Hashmi (2013)JAIN, S.; HASHMI, F. Advantages Of Podcasts In English Language Classroom. Journal of Indian Research, v. 1, nº. 2, p. 158-163, 2013., após ouvirem os podcasts sugeridos pelos pesquisadores, os estudantes realizaram atividades de escrita e prática em contexto real, o que permitiu que desenvolvessem não apenas fala e audição, mas também a confiança na fala ao aprenderem mais sobre pronúncia.

Reis e Gomes (2014)REIS, S. C.; GOMES, A. F. Podcasts para o ensino de Língua Inglesa: análise e prática de Letramento Digital. Calidoscópio, São Leopoldo, v. 12, nº. 3, p. 367-379, set./dez. 2014. investigaram o potencial do uso de podcasts no ensino e aprendizagem de língua inglesa para o letramento digital de professores e alunos. Nessa pesquisa, os autores concluíram que “elaborar atividades que envolvam multiletramentos e ferramentas do contexto digital pode contribuir significativamente não só para o ensino da língua, como também para o letramento e para a fluência tecnológica do professor e do aluno” (REIS; GOMES, 2014REIS, S. C.; GOMES, A. F. Podcasts para o ensino de Língua Inglesa: análise e prática de Letramento Digital. Calidoscópio, São Leopoldo, v. 12, nº. 3, p. 367-379, set./dez. 2014., p. 377).

Percebe-se, por meio dos estudos mencionados anteriormente, que utilizar podcasts nas aulas de língua inglesa pode trazer benefícios à aprendizagem da língua pelos alunos. No entanto, não se pode deixar de mencionar que resultados positivos dependem, também, dos envolvidos no processo, tanto professores quanto alunos, das atividades a serem desenvolvidas, do tempo que será dedicado a elas e até mesmo do podcast que será utilizado. Para uso de podcasts em sala de aula, é preciso considerar aspectos como nível de proficiência dos alunos, tempo e recursos tecnológicos disponíveis e acesso à internet para garantir as condições mínimas necessárias para a obtenção de resultados positivos no processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa.

1.3 Podcasts e a concepção de Língua Inglesa como Língua Franca

Nas últimas décadas, especialmente dos anos 2000 para cá, a língua inglesa tem ultrapassado a fronteira dos países nos quais é a língua oficial ou uma das línguas oficiais, tornando-se uma das línguas mais utilizadas como forma de comunicação ao redor do mundo. Diante desse fenômeno, tem ganhado cada vez mais força a concepção de língua inglesa como língua franca, em lugar de língua inglesa com língua estrangeira. Segundo Gimenez et al. (2015)GIMENEZ, T.; EL KADRI, M. S.; SIMÕES CALVO, L. C.; SIQUEIRA, D. S. P.; PORFIRIO, L. Inglês como Língua Franca: Desenvolvimentos Recentes. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 15, nº. 3, 2015.:

O acrônimo ELF (English as a lingua franca) – ou ILF, em português, tem sido adotado por um conjunto de pesquisadores que se alinham teoricamente à visão de que a língua inglesa é hoje utilizada majoritariamente em situações envolvendo falantes de diferentes línguas maternas e não exclusivamente em interações que tenham como interlocutores privilegiados os falantes nativos.

(GIMENEZ et al., 2005GIMENEZ, T.; EL KADRI, M. S.; SIMÕES CALVO, L. C.; SIQUEIRA, D. S. P.; PORFIRIO, L. Inglês como Língua Franca: Desenvolvimentos Recentes. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 15, nº. 3, 2015., p. 594).

Nessa mesma linha de concepção, a BNCC (BRASIL, 2017BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.) também considera a língua inglesa ensinada nos contextos de Educação Básica no Brasil como língua franca, como mostra o trecho, a seguir:

Alguns conceitos parecem já não atender as perspectivas de compreensão de uma língua que “viralizou” e se tornou “miscigenada”, como é o caso do conceito de língua estrangeira, fortemente criticado por seu viés eurocêntrico. Outras terminologias, mais recentemente propostas, também provocam um intenso debate no campo, tais como inglês como língua internacional, como língua global, com língua adicional, como língua franca, dentre outras. Em que pese as diferenças entre uma terminologia e outra, suas ênfases, pontos de contato e eventuais sobreposições, o tratamento dado ao componente na BNCC prioriza o foco da função social e política do inglês e, nesse sentido, passa a tratá-la em seu status de língua franca.

(BRASIL, 2017BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017., p. 241) (Grifos do documento).

Com este entendimento, além de desenvolver a habilidade de compreensão oral dos estudantes, outro importante potencial do uso de podcasts no ensino e aprendizagem da língua inglesa é a familiarização e aproximação dos aprendizes brasileiros com os diferentes “falares” da língua inglesa fora do eixo Estados Unidos-Inglaterra.

Com essa perspectiva, utilizando-se aqui o conceito de inglês como língua franca (GIMENEZ et al., 2015GIMENEZ, T.; EL KADRI, M. S.; SIMÕES CALVO, L. C.; SIQUEIRA, D. S. P.; PORFIRIO, L. Inglês como Língua Franca: Desenvolvimentos Recentes. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 15, nº. 3, 2015.; BRASIL, 2017BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.), selecionamos podcasts nos quais pode-se ouvir falantes americanos, canadenses, indianos, russos, brasileiros, africanos e ingleses em situações autênticas de comunicação em língua inglesa. Deste modo, procuramos promover o acolhimento da língua inglesa falada ao redor do mundo, respeitando os diversos repertórios linguísticos e culturais, não somente nas interações sociais físicas, mas também no meio digital e virtual, e reforçando os multiletramentos que englobam diferentes linguagens - verbal, visual, audiovisual e corporal (BRASIL, 2017BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.).

2. Método

2.1 A natureza da pesquisa

O projeto da presente pesquisa, etapa que antecede a produção do trabalho final de pesquisa do Curso de Especialização em Ensino de Língua Inglesa, do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), câmpus Chapecó, estava sendo construído quando as aulas presenciais, na maioria das instituições de ensino no Brasil, de uma semana para a outra, tiveram de ser interrompidas, devido à Pandemia do vírus Sars-Cov 2. Como o isolamento e afastamento social passaram a ser duas das mais importantes maneiras de redução da disseminação e do contágio desse vírus, as atividades presenciais de ensino e aprendizagem em instituições públicas e privadas, em todos os níveis, quando não foram suspensas totalmente, passaram a ser desenvolvidas de forma remota.

Diante dessa nova realidade, o projeto desta pesquisa precisou ser adaptado para esse novo formato. Ao invés de serem desenvolvidas coletivamente na sala de aula, as atividades foram realizadas pelos alunos individualmente em suas casas. Desta forma, o conjunto de atividades sobre cada um dos podcasts foi enviado por e-mail aos alunos. Também de forma remota, foram dadas as instruções para a realização de cada atividade.

Por ser um estudo de natureza qualitativa, não foi feita nenhuma testagem dos conhecimentos dos participantes nas etapas da pesquisa, tampouco foram levantadas hipóteses. Partiu-se do pressuposto que, ao serem estudantes de nível intermediário de proficiência, os participantes poderiam se beneficiar da experiência com os podcasts, de modo a conhecer o gênero e a desenvolver e aprimorar sua habilidade de compreensão oral.

2.2 Objetivos da pesquisa

O presente estudo, de natureza qualitativa, objetivou investigar as potencialidades do gênero virtual podcast para o desenvolvimento e aprimoramento da habilidade de compreensão oral em língua inglesa, por aprendizes brasileiros. Mais especificamente, buscou-se verificar o desempenho dos alunos ao utilizarem podcasts para o desenvolvimento e aprimoramento da compreensão oral na língua inglesa; e analisar a percepção dos alunos em relação ao desenvolvimento da habilidade de compreensão oral em língua inglesa por meio do uso de podcasts.

2.3 Participantes

Para participarem das atividades de compreensão oral com o uso de podcasts, foram convidados 10 alunos de nível intermediário de proficiência, estudantes de um curso privado de língua inglesa, no qual uma das autoras dessa pesquisa atuava como professora, ou seja, era professora de língua inglesa dos participantes, no semestre em que o estudo foi realizado. Dos dez convidados, seis estudantes, com idade entre 18 e 29 anos, participaram das atividades em todas as etapas, consentindo formalmente, por meio de termo eletrônico, com o uso de seus retornos às atividades para fins de pesquisa.

2.4 Instrumentos de coleta de dados

Os podcasts foram selecionados com base no tema, no vocabulário, no tempo de duração e na nacionalidade dos apresentadores/falantes. O conjunto de atividades, a serem feitas pelos participantes em cada um dos podcasts, foi elaborado com foco na compreensão oral. Já, a ordem de sequência dos podcasts foi decidida aleatoriamente, ou seja, sem que houvesse razão específica como determinante.

Os dados foram coletados por meio de atividades escritas, enviadas, por e-mail, aos alunos pela professora. As atividades foram respondidas individualmente,de maneira escrita e retornadas, por e-mail, à professora. O Quadro 1, a seguir, apresenta os instrumentos de coleta de dados utilizados neste estudo.

Quadro 1
: Instrumentos de coleta de dados

2.5 Procedimentos de coleta de dados

A coleta de dados aconteceu no seguinte passo a passo:

  1. Os alunos deveriam ouvir o podcast pela primeira vez, somente uma única vez, e na sequência deveriam realizar as atividades de compreensão 1 (AC-1) sobre o podcast, sem ouvi-lo novamente;

  2. Em seguida, deveriam fazer novamente as atividades de compreensão 1, porém denominadas atividades de compreensão 2 (AC-2). Para tal, desta vez, poderiam ouvir o podcast tantas vezes quantas considerassem necessário para a compreensão do conteúdo;

  3. Por fim, depois de responder as atividades de compreensão 1 e 2 (AC-1 e AC-2), focadas na compreensão oral, os alunos deveriam responder a um questionário descritivo (QD), no qual poderiam compartilhar como foi a experiência de ouvir o podcast.

À medida que iam fazendo as atividades propostas por podcast, os alunos davam o retorno, enviando-as à professora, por e-mail. Também por e-mail, a professora enviava aos participantes o link do podcast seguinte, bem como o conjunto de atividades.

Dada a natureza da coleta de dados, de ser no ritmo de cada participante, foram necessárias em torno de quatro a seis semanas para que todos concluíssem as atividades e respondessem o questionário descritivo de cada um dos quatro podcasts, o que ocorreu nos meses de junho e julho de 2020. Cada um dos alunos participantes produziu o seu conjunto de dados, que ao todo consistiu em 4 atividades de compreensão 1 (AC-1), 4 atividades de compreensão 2 (AC-2) e 4 questionários descritivos (QD).

2.6 Procedimentos de Análise dos Dados

As respostas dos alunos, em cada um dos conjuntos de atividades, foram tabuladas nas seguintes categorias: 1) “resposta correta e completa”; 2) “resposta correta, mas incompleta”; 3) “resposta incorreta”; 4) “questão não respondida”; e 5) “resposta correta e mais completa que na AC-1”. Com os resultados dessa tabulação, foram construídos quadros de resultados individuais e quadros de resultados gerais por podcast.

Por limitação de espaço, nosso enfoque, neste artigo, será nos resultados gerais por podcast e nas percepções dos participantes em relação a cada um dos podcasts e ao gênero em si.

3.Resultados e Discussão

Serão apresentados e discutidos, inicialmente, os resultados gerais obtidos pelos alunos em cada um dos conjuntos de atividades, em cada um dos quatro podcasts. Em seguida, serão apresentados os resultados dos dados obtidos nos questionários descritivos, por meio dos quais os alunos puderam expressar suas percepções em relação a cada um dos podcasts e a esse gênero. Para melhor visualização dos resultados, estes são apresentados por podcast, exemplificando-se, quando pertinente, com excertos dos dados analisados.

Anteriormente à apresentação dos resultados, é importante destacarmos que, dada a natureza da realização deste estudo, reconhecemos que pode ter havido maior compreensão oral pelos participantes do que os resultados demonstram, uma vez que a compreensão oral do conteúdo de cada podcast foi materializada não só por meio de questões objetivas, mas também em elaborações discursivas escritas. Em questões dessa natureza, os participantes podem ter compreendido ainda mais do que suas respostas evidenciaram quantitativamente.

3.1 Podcast 1: “Ted talk daily - 10 ways to have a better conversation”

Neste podcast1 1 “Ted talk daily - 10 ways to have a better conversation”. Disponível em https://castbox.fm/episode/10-ways-to-have-a-better-conversation-%7C-Celeste-Headlee-id4541-id57989068?country=us , a radialista e apresentadora americana Celeste Headlee fala sobre os 10 elementos necessários para se desenvolver uma boa conversa com qualquer pessoa. Ela levanta questões da comunicação na atualidade como, por exemplo, mudanças na habilidade de interação social, por estarmos muito conectados ao mundo virtual ou por não prestarmos atenção realmente ao que o outro está falando ou por não estarmos aptos a ouvir e respeitar outros pontos de vista.

Sobre este podcast, os alunos deveriam responder a 8 perguntas com foco na compreensão oral, dessa forma, o total de respostas corretas, almejadas do grupo, seria 48. Os resultados obtidos por eles serão apresentados na Tabela 1, a seguir.

Tabela 1
Resultado Geral dos Alunos no Podcast 1

Ao compararmos os resultados dos alunos nas atividades de compreensão 2 (AC-2) com os obtidos por eles em AC-1, percebe-se que houve avanço significativo na compreensão, após ouvirem o podcast mais vezes. Um dos alunos não havia respondido 4 perguntas em AC-1, no entanto, em AC-2, seu resultado foi melhor, sendo capaz de responder todas as perguntas, ainda que de maneira incompleta.

Apesar dos resultados positivos obtidos pelos alunos nas atividades de compreensão deste podcast, esperava-se mais respostas corretas, especialmente em AC-2, uma vez que ao longo do curso, os alunos comumente relatavam ter contato com a língua inglesa falada por norte-americanos, principalmente ao assistirem a séries e filmes e em músicas.

O resultado obtido pelo grupo nesse podcast é importante de ser considerado, uma vez que, muitas vezes, os alunos orientam-se pela crença de que a compreensão oral de conteúdos em língua inglesa é mais fácil apenas pelo fato de o falante ser de um determinado país ou de uma região daquele país, quando na verdade, existe um conjunto de fatores que contribuem para a compreensão oral de uma língua, que independem da nacionalidade do falante, tais como, o conteúdo da fala, a natureza do conteúdo, por exemplo, se jornalística, científica, publicitária, ou apenas para entretenimento, e o objetivo de se ouvir tal conteúdo.

3.2 Podcast 2: “African Folktales – Episode 23 – The Clever Wasanke”

Neste podcast2 2 “African Folktales – Episode 23 – The Clever Wasanke”. Disponível em: https://open.spotify.com/episode/4zihIX5ZBfmsEWcbzYTIyT?si=rDqVLz4oTVu2zer_WZyZOA , o apresentador Makafui leva os ouvintes a conhecerem algumas lendas de seu país, a África do Sul. No episódio “The Clever Wasanke”, ele apresenta a lenda do pássaro Wasanke.

Os resultados obtidos pelos alunos neste podcast mostram que houve dificuldade na compreensão do conteúdo falado. A principal razão disso, conforme constatado no questionário descritivo, foi o fato de não estarem familiarizados com falantes da língua inglesa da África do Sul, porém sendo muito importante que os alunos saibam que a língua inglesa também é uma das línguas oficiais deste país. O resultado geral dos alunos pode ser visualizado Na Tabela 2, a seguir. No conjunto de atividades deste podcast também havia 8 questões de compreensão, totalizando 48 respostas.

Tabela 2
Resultado Geral dos Alunos no Podcast 2

Comparando-se os resultados em AC-1 com os em AC-2, percebe-se que os participantes conseguiram melhorar a compreensão após ouvirem o podcast mais vezes. No entanto, os seis participantes tiveram muita dificuldade neste podcast, conforme pode-se perceber nos resultados gerais do grupo, apresentados na Tabela 2.

Apesar da grande dificuldade de compreensão, as respostas por eles apresentadas demonstram que houve melhora na compreensão oral após ouvirem o podcast várias vezes, sendo possível compreender pelo menos parte do conteúdo falado pelo apresentador, como pode-se ver no Exemplo 1, a seguir, de um dos participantes, em uma das questões sobre esse podcast.

Exemplo 1

Question 4 - What did the Lioness say when she encountered the animals that were hiding the Cow?

Resposta do participante em AC-1: “I don’t understand”.

Resposta do participante em AC-2: “You better run away, or you’ll get killed too”.

Esse aluno, assim como os demais, relatou no questionário descritivo de percepção sobre o podcast, que foi preciso pausar o podcast, voltar, repetir o que havia escutado, anotar as palavras e ouvir novamente para conseguir compreender. Ao compararmos os resultados obtidos pelos alunos em AC-1 com seus resultados em AC-2, na categoria “não entendi/não respondida”, percebemos uma redução no índice após ouvirem o podcast mais vezes.

3.3 Podcast 3: Tai Asks Why – Season 2 – Episode 6: How does a song get stuck in your head?

Neste podcast3 3 “Tai Asks Why – Season 2 - Episode 6: How does a song get stuck in your head?”. Disponível em: https://www.cbc.ca/radio/taiaskswhy/this-is-why-songs-get-stuck-in-your-head-even-when-you-don-t-like-them-1.5296653 , o menino canadense Tai conversa com especialistas sobre temas de curiosidade geral. No episódio 6, ele busca entender por que determinadas músicas ficam “presas em nossa cabeça”. Havia 6 perguntas sobre esse podcast. Os resultados gerais dos participantes podem ser visualizados na Tabela 3, a seguir.

Tabela 3
Resultado Geral dos Alunos no Podcast 3

Chamou-nos atenção nos resultados nesse podcast, o baixo índice de “respostas corretas” e alto índice de “respostas incompletas”. Apesar de em AC-2 apresentarem mais elementos de compreensão em algumas respostas, estas ainda não corresponderam à informação almejada na pergunta. No entanto, quando comparamos os resultados apresentados na Tabela 3, com o questionário descritivo (QD) da experiência dos participantes nesse podcast, constatamos que em QD, houve o predomínio da percepção de que o conteúdo do podcast do canadense Tai havia sido de “fácil compreensão”.

Por outro lado, é importante destacarmos que houve uma melhora significativa da compreensão do podcast ao compararmos os resultados obtidos de AC-1 para AC-2, na categoria “respostas mais completas”, como pode ser observado no Exemplo 2, a seguir.

Exemplo 2

Question 2 - What is this ‘earworm’ they talk about?

Resposta do participante em AC-1: It happens when music (gets) stuck in people’s heads. Our brain makes associations with the song.

Resposta do participante em AC-2: It´s also known as involuntary musical imagery, and happens with people all around the world. It´s a musical thought, when a music stuck(s) in our head.

3.4 Podcast 4: BBC Sounds – The Documentary Podcast: Don't log off – part seven

Apresentado pelo britânico Alan Dein, a série denominada ‘Don’t log off’4 4 “BBC – Sounds - The Documentary Podcast: Don't log off - part seven.” Disponível em: https://www.bbc.co.uk/sounds/play/p08f09r6 tinha como objetivo conectar e ouvir as pessoas ao redor do mundo para entender o que estava acontecendo em diferentes países em relação ao isolamento social, decorrente da Pandemia do vírus Sars-Cov 2.

Neste episódio, as entrevistas são com uma brasileira, dois indianos, uma russa e um nigeriano, todos falando em língua inglesa, ou seja, falantes de língua inglesa como segunda língua ou língua franca. O diferencial deste podcast em relação aos outros três trabalhados é que, além de poderem desenvolver e aprimorar a compreensão oral, os participantes também puderam saber mais sobre como estava sendo o isolamento social em decorrência da pandemia em outros países, podendo estabelecer comparações com o que estava acontecendo no Brasil.

No conjunto de atividades sobre esse podcast havia de 3 a 4 perguntas de compreensão referentes à fala de cada um dos entrevistados, o que resultou em um total de 17 questões. Nesse podcast, por motivos pessoais, um dos participantes da pesquisa não conseguiu desenvolver as atividades. Devido a isso, o total de acertos do grupo considera apenas 5 participantes, ou seja, 85 acertos.

Neste podcast, os participantes evidenciaram ter compreendido melhor o conteúdo, já na primeira audição, principalmente com respostas mais completas e redução da quantidade de questões não respondidas de AC-1 para AC-2, como pode-se visualizar na Tabela 4, a seguir.

Tabela 4
Resultado Geral dos Alunos no Podcast 4

As respostas não obtidas após ouvirem uma única vez referem-se a questionamentos relacionados à fala dos participantes da Índia e da Rússia. O exemplo a seguir evidencia a dificuldade de um dos alunos.

Exemplo 4

Question 1 - What is the situation in Saint Petersburg, Russia?

Resposta do participante em AC-1: I didn’t understand when I heard in (the) first time.

Resposta do participante em AC-2: The situation for her is very stressful because the people don’t collaborate with the distance between (them) another person. She will probably lose some friends because her friends just believe in conspiracy theories, and (it is) always is complicate(d) to find the (truth) true.

Apesar de apresentar equívocos gramaticais e de vocabulário, esse aluno, assim como os demais, conseguiu elaborar sua resposta, após ouvir mais vezes o podcast.

De maneira geral, os alunos tiveram um bom resultado neste podcast em AC-1 e também em AC-2. As respostas foram mais completas já nas atividades realizadas após ouvirem ao podcast pela primeira vez. As respostas em AC-2 foram ainda mais completas, como pode-se observar nos exemplos a seguir.

Exemplo 5

Question 3 - What is the situation in Saint Petersburg, Russia?

Resposta do participante em AC-1: They don’t have (currency (?)). Because they are not staying home, they think it´s a conspire (conspiracy) theory.

Resposta do participante em AC-2: It’s a sunny day, because of the good weather a lot of people are outside, so it´s more stressful to go out. They don’t really have (currency (?)), people don’t respect the distance. Some friends believe it´s a conspire (conspiracy) theory, don´t stay at home.

Resposta de outro participante em AC-1: Very stressful, because the people don’t respect the distance. And she will probably lose some friends, because them (they) believe this is an experience or a theory.

Resposta do participante em AC-2: It’s time to get out, and this is so stressful, when she go(es) to the grocery story she need(s) to ask "could you please keep the distance with me" and the people sometimes are aggressively. The woman say(s), she will probably lose some friends because (some friends) they believe it’s just experiences and theories, and she needs to ask (him) them to please stay at home.

Como mencionado anteriormente, o desempenho dos participantes nas atividades de compreensão oral deste podcast foi melhor que nas atividades de compreensão dos outros três podcasts. Podemos afirmar que esse resultado deve-se, em grande parte, ao fato de o último podcast apresentar falantes de língua inglesa como língua franca, além de a fala deles ter sido mais lenta em comparação à dos falantes nos podcasts anteriores. No entanto, deve-se considerar, também, o processo vivido pelos participantes, ao ouvirem cada podcast, tantas vezes quantas considerassem necessário para a compreensão oral, puderam aprimorar a habilidade de compreensão oral, à medida que avançavam na sequência de podcasts.

3.5 Percepção dos Alunos em Relação aos Podcasts e ao Gênero em Si

Ao responderem ao questionário descritivo (QD), após a realização das atividades de compreensão de cada podcast, os alunos puderam expressar suas percepções em relação ao podcast trabalhado e também ao gênero em si no aprendizado da língua inglesa.

As palavras que os alunos mais utilizaram sobre os podcasts foram de avaliação positiva: “interessante”, “legal”, “gostei bastante”, que proporcionaram “conhecimento” e “aprendizado”.

O conteúdo do podcast e a língua inglesa falada pelo apresentador da África do Sul foram apontados pelos participantes como de “difícil” compreensão, dificuldade que já havia sido constatada nas atividades, conforme apresentado anteriormente. Dos 6 participantes, 4 responderam que não se sentiram motivados a ouvir mais podcasts do mesmo programa, devido à grande dificuldade de compreensão.

Em relação aos outros três podcasts, os alunos relataram que sentiram-se motivados a ouvir mais programas, sendo possível perceber que se sentiram motivados a continuar com essa prática, como mostram os relatos a seguir.

Vou procurar ouvir outros podcasts desse programa, o assunto abordado faz parte do momento atual e despertou meu interesse por mostrar o ponto de vista de diversas pessoas que estão vivendo realidades diferentes”. (P4 sobre o podcastDon’t log off”)

I really liked the topic approached and, yes, I will go search for more podcasts (of) this program because I liked the topics. (P5 sobre o podcast “10 Tips to have a better conversation”)

Sobre a compreensão dos podcasts, os relatos foram de que o vocabulário e expressões conhecidas, além do ritmo de fala, principalmente em relação aos apresentadores do Canadá e dos Estados Unidos, contribuíram para a compreensão, ao mesmo tempo que apresentaram expressões novas e falas rápidas, destacadas por alguns alunos, como algo difícil, como demonstram os relatos a seguir:

As falas e as frases com humor [foram fáceis de entender], fiquei feliz em entender e me pegar rindo sem perceber. (P3 sobre o podcast 10 Tips to have a better conversation)

Algumas palavras que eram pronunciadas de outra forma devido ao dialeto [foram difíceis], o que acabava dificultando meu entendimento. Achei de difícil compreensão a partir do momento que WASANKE faz algo para afastar a Leoa. (P2 sobre o podcast The clever Wasanke)

As frases mais simples e expressões conhecidas” [foram fáceis de compreender] / Fala ainda muito rápida [dificultaram o entendimento]. (P1 sobre o podcast Tai asks why)

Sobre a experiência com os diferentes “ingleses”, o podcast do falante da África do Sul foi, novamente, apontado como o de mais difícil compreensão. Pode-se concluir, a partir desse resultado, que ao se trabalhar com podcasts em língua inglesa do “outer/expanding circle” (KACHRU, 1985KACHRU, B. Standards, Codification and Sociolinguistic Realism: The English Language in the outer circle. In: QUIRK, R.; WIDDOWSON, H. (Eds.).English in the World. Cambridge University Press, UK, 1985.), é importante, primeiramente, apresentar algumas das variações da língua inglesa, previamente à realização de atividades de compreensão oral.

Os outros três podcasts proporcionaram experiências mais exitosas de compreensão oral, na percepção dos alunos: “inglês [canadense e americano] de fácil compreensão”, “já conhecia esses sotaques”, “estava familiarizada com o som e fala”, “[a experiência] de ouvir com atenção [possibilitou o entendimento]”.

Sobre a necessidade de aprimorar a compreensão oral em língua inglesa, os alunos apontaram que essa habilidade precisava receber mais atenção, como podemos perceber nos relatos a seguir.

Aprendi bastante palavras novas e treinei a audição, através de repetições e isso motivou a querer aprender ainda mais. (P4)

Preciso melhorar o listening de forma geral quando o inglês não é falado por brasileiros e melhorar o vocabulário. (P3)

I think the podcasts helped me to understand (their) English better the English them and to learn to understand the pronunciation spoke(n) faster. (P6)

To be honest, I feel I’m not ready to have a free conversation with somebody and I’d like to keep practicing this kind of learning method to be prepared for a situation I could have in the future. Listening must be a main way to learn, I think. (P4)

A percepção da necessidade de estar mais em contato com a língua inglesa em situações de comunicação do cotidiano, em especial as voltadas à compreensão oral dos diferentes “ingleses” falados pelo mundo, é o mais importante resultado da presente pesquisa, pois evidencia as potencialidades do gênero podcast no processo de aprendizagem da língua pelos alunos, colocando-os em contato com a língua inglesa não só em situações produzidas especificamente para os cursos de idiomas, mas também em situações de comunicação entre falantes dos mais diferentes lugares pelo mundo. Além disso, ouvir os podcasts os fez refletir sobre seu próprio aprendizado, com foco no que poderia ou precisaria ser melhorado na língua inglesa, para além da compreensão oral, por exemplo, vocabulário, pronúncia e aspectos gramaticais.

4. Considerações finais

O gênero virtual podcast está cada vez mais presente na vida da população que tem acesso à internet, por ser um conteúdo em áudio disponibilizado nas plataformas virtuais que pode ser acessado a qualquer hora e de qualquer lugar pelos usuários. Por estar disponível na rede mundial de computadores é possível se ter acesso a podcasts produzidos em outros países, sendo a língua inglesa um dos idiomas utilizados para a divulgação de conteúdo nessa rede.

Apesar de ser um gênero criado há mais de uma década, ainda é um gênero virtual relativamente novo, cujo potencial no processo de ensino e aprendizagem pode ser mais amplamente investigado, especialmente nos contextos educacionais brasileiros, na área de língua inglesa.

Se o potencial do gênero podcast no processo de ensino e aprendizagem de conteúdos em geral já é reconhecido no campo científico, qual pode ser também seu potencial no ensino e na aprendizagem da língua inglesa, nos contextos educacionais brasileiros? A partir dessa curiosidade científica é que surgiu a presente pesquisa, que investigou o uso de podcasts como instrumento de desenvolvimento e aprimoramento da habilidade de compreensão oral em língua inglesa, no processo de aprendizagem de alunos de nível intermediário de proficiência. Para responder a essa pergunta de pesquisa, convidamos um grupo de dez alunos de uma escola de idiomas para fazer parte deste estudo. O único requisito para participar seria a realização, individual e extraclasse, de um conjunto de atividades de compreensão oral, com base em podcasts. Seis alunos aceitaram o convite e foram, portanto, os participantes deste estudo.

Conforme apresentado, os resultados quantitativos e qualitativos obtidos pelos alunos mostraram que houve desenvolvimento da habilidade de compreensão oral ao longo do processo de realização das atividades propostas. Em todos os podcasts, questões que não haviam sido respondidas corretamente ou que foram respondidas parcialmente, após a audição do podcast uma única vez sem interrupção, tiveram a resposta ampliada ou foram respondidas corretamente após o podcast ser ouvido novamente.

Ouvir, tantas vezes quantas considerassem necessário para a efetiva compreensão oral, conforme mostram os resultados da análise apresentados e discutidos neste artigo, potencializou o desenvolvimento e aprimoramento da habilidade de compreensão oral, evidenciando que quanto maior a exposição à língua, mais o aprendiz poderá reconhecer e aprimorar a fonética e fonologia, o vocabulário e as estruturas gramaticais, o que contribuirá para que haja maior e melhor compreensão oral do conteúdo.

Apesar de ter havido mais dificuldades de compreensão em determinado podcast, os participantes relataram, no questionário descritivo, a percepção de que sua habilidade de compreensão oral foi desenvolvida e aprimorada. Os alunos também relataram, na última etapa da coleta de dados da pesquisa, que não tinham tido ainda a experiência de ouvir podcasts em língua inglesa, tampouco estavam familiarizados com a língua inglesa fora do eixo Estados Unidos-Inglaterra, portanto, não tinham familiaridade com os diferentes “ingleses” falados no mundo. O conhecimento de outras variações da língua inglesa, proporcionado pelos podcasts, é, portanto, mais um resultado significativo desta pesquisa.

Dada a realidade atual, decorrente da Pandemia do vírus Sars-Cov 2, não foi possível a condução do estudo em sala de aula, de forma presencial e com mais controle do pesquisador. Se, por um lado, esta pode ser considerada uma limitação da presente pesquisa, por outro lado, pode ser também uma sugestão para pesquisas futuras. Sugerimos, também, que se investigue o potencial do gênero podcast para o desenvolvimento e aprimoramento de outras habilidades, possibilitando aos alunos até mesmo a criação de seus próprios podcasts para uma experiência mais completa de apropriação desse gênero.

Por fim, é importante enfatizar o potencial do gênero virtual podcast no ensino e aprendizagem da língua inglesa por alunos brasileiros, conforme evidenciado nesta pesquisa, principalmente por possibilitar aos aprendizes da língua inglesa, de qualquer local do mundo, o contato com a língua inglesa falada não só por nativos dessa língua, mas, também, com falantes de inglês como língua estrangeira, segunda língua ou língua franca, em situações autênticas de comunicação, desmistificando a crença de que a língua inglesa para a comunicação deva ser a dos Estados Unidos e/ou a da Inglaterra.

Por meio do gênero virtual podcast, aprendizes brasileiros, em contextos públicos e privados da Educação Básica ou em escolas de idiomas, podem, também, familiarizar-se com os diferentes “falares” da língua inglesa pelo mundo.

Notas

Agradecimento

Aos alunos, participantes desta pesquisa, que gentilmente dedicaram seu tempo extraclasse, a ouvir os podcasts e à realização das atividades, nosso muito obrigada! Agradecemos, também, por terem autorizado o uso e análise de suas atividades nesta pesquisa.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Jan 2022
  • Data do Fascículo
    Sep-Dec 2021

Histórico

  • Recebido
    10 Fev 2021
  • Aceito
    30 Mar 2021
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