Acessibilidade / Reportar erro

OS SILÊNCIOS DA TEOLOGIA

Silence of Theology

O tema do silêncio atravessa a teologia, como também a filosofia e a literatura contemporâneas. No imaginário popular religioso tal tema rapidamente evoca o silêncio dos monastérios e uma atmosfera de santidade, como a dizer que a religiosidade almeja ser silenciosa por dever se apartar do barulho do mundo. Entretanto, a teologia que se quer nascida dos clamores da terra e das pessoas concretas que pisam o chão com sua alegria e sua dor deve urgentemente repensar a temática do silêncio, para que consiga desenclausurar suas práticas, desfazer os mal-entendidos, superar possíveis dicotomias e fazer-se realmente inserida no mundo.

Para tanto, começamos evocando uma passagem da escritora Clarice Lispector em seu romance Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. A personagem Lóri, ao tentar comunicar uma experiência indizível que viveu, escreve sobre o silêncio. A certa altura da sua reflexão, ela diz: “Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da Terra e da Lua. Então ele, o silêncio, aparece. E o coração bate ao reconhecê-lo: pois ele é o de dentro da gente” (1998aLISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998a., p. 37). E mais à frente: “Pois quando menos se espera, pode-se reconhecê-lo – de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra se reconhece o Silêncio” (1998aLISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998a., p. 39).

Seja na interioridade ou na realidade concreta do mundo, o silêncio surge no coração mesmo da vida. De “dentro da gente” ou “no meio da buzina dos carros”, ele aparece e o reconhecemos. O silêncio mora no meio de nós. É no barulho do mundo e de nossa interioridade que ele irrompe. Entre uma palavra e outra, no descanso ou na rua, o silêncio surge nos chamando a atenção para si. Chama por nós para que deixemos o “espírito atento” percebê-lo e assim, com ele, compreender o que quer nos mostrar. Em meio à reflexão, Lóri chega a se perguntar: “Ele é o Deus?” (LISPECTOR, 1998aLISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998a., p. 38).

Inspirados por essa pergunta – o silêncio é Deus? – podemos desdobrar as insinuações contidas no texto da escritora. Vivemos uma época barulhenta. O excesso de informação, de prescrição de conduta, de vigilância em relação ao outro nos confunde e desorienta. Lembremos do Livro de Jó. Após ouvir todas as acusações, conselhos e explicações dadas pelos amigos sobre a situação de sofrimento e de perdas contínuas que atravessa, e depois de já ter feito toda sua lamentação e exposto sua indignação perante o que vivia, Jó põe a mão sobre a boca e se põe a ouvir o Senhor (Jó 40,4).

A teologia deveria, em não raras vezes, agir como Jó e conter seu excesso de palavras. Silenciar para preservar o lugar da fala de Deus, que nos remete necessariamente ao mistério e ao indizível/inaudível; silenciar para escutar as vozes silenciadas; silenciar para contemplar aquele que “não tinha graça nem beleza para atrair nosso olhar” (Is 53,2) e acolher; silenciar para não julgar e não expor; silenciar para conter os próprios excessos e ter a chance de percebê-los e mesmo de criticá-los.

A noção de silêncio teológico, desenvolvida pela teóloga Ivone Gebara, nos ajuda aqui a perceber a relação entre o necessário calar-se e a possibilidade de escutar o outro:

A espiritualidade é, em primeiro lugar, aprender a acolher e a louvar a interdependência vital que nos caracteriza, que nos faz simplesmente existir. A espiritualidade é a educação pessoal e comunitária para valores de convivência. Por isso, não se trata mais de repetir palavras que já não tocam mais nossos corações, que já não tocam mais nossas entranhas e nos alienam de nossa própria responsabilidade humana. O silêncio teológico se impõe para que possamos ouvir de novo o grito das entranhas humanas. O silêncio teológico se impõe como condição para ouvir a voz de milhares e milhares de mulheres e homens que buscam dignidade para suas vidas.

(2010GEBARA, I. A religião e a mulher: papel da religião em relação à mulher e da mulher em relação à religião. Em: GEBARA, I. Vulnerabilidade, justiça e feminismos. São Bernardo do Campo: Nhanduti Editora, 2010. p. 41-61., p. 55).

Assim, a teologia, ao pôr a mão sobre sua boca, como Jó, tem a chance de abrir-se à escuta do “grito das entranhas humanas”. O silêncio teológico é este ato de calar-se, de evitar uma palavra apressada, para que a realidade humana se faça ouvir. A vida humana se expressa sem descanso, mas a teologia corre o risco de não a escutar se continuar a perder-se em seu próprio emaranhado de palavras, que muitas vezes não têm conexão com o real da vida humana.

Nesse sentido, o silêncio teológico teria a função profética de dar lugar às vozes silenciadas. Silenciar como ato consciente para melhor perceber aqueles que foram silenciados pela violência das estruturas do tecido social em que vivemos. Dar voz ao pobre, ao excluído, ao condenado da terra, ao esfarrapado do mundo, em suas tantas faces contemporâneas: pobre, negro, mulher, LGBTQIA+, refugiado, crente das religiões não dominantes, povo da rua, jovem, crianças e idosos e tantas outras nuances dos que são calados socialmente, muitas vezes pelas próprias igrejas cristãs.

Com Gebara, vale a pena repetir: que possamos ouvir o “grito das entranhas humanas”. É no meio da vida e da dor que falam nossas entranhas. Falam, gritam, chamam por socorro e companhia. Deixar falar a dor do silenciado ou, se for preciso, falar por ele é ato profético ao qual a teologia não pode se furtar. Com Gustavo Gutiérrez, identificamos nesse grito o “sofrimento do inocente” e é desde esse grito que a teologia deve falar de Deus (1986GUTIÉRRZ, G. Hablar de Dios desde el sufrimiento del inocente: una reflexión sobre el libro de Job. Lima: Insittuto Bartolome de Las Casas, 1986., p. 57). Tal movimento é um ato de escuta ativa que traz à luz a voz que tinha sido abafada.

O bispo, poeta e profeta Pedro Casaldáliga, em seu poema “Pobreza evangélica”, que se tornou uma espécie de autorretrato, nos alerta para que nada calemos, como lemos nos versos iniciais:

No tener nada. No llevar nada. No poder nada. No pedir nada. Y, de pasada, no matar nada; no callar nada. (1984CASALDÁLIGA, P. Cantares de la entera libertad: antología para la nueva Nicaragua. Managua: IHCA, CAV, CEPA, 1984. Documento em Word disponível em: Poesía de Pedro Casaldáliga (servicioskoinonia.org). Acesso em: 9 nov. 2021., p. 42)

Nada calar é o chamado claro à voz profética da teologia que deve se desdobrar nas vozes que foram caladas. Voz que se faz denúncia e que só surge no esvaziamento. Para nada calar é preciso antes não levar nada, não poder nada, não pedir nada, não matar nada. Fazendo-se humilde em sua presença, a teologia se abre à voz do outro e assim aberta não deve mais calar-se. Esse chamado profético é o movimento necessário para que a noção de silêncio não ocupe toda a perspectiva teológica e não a distancie do sofrimento vivido pelas pessoas concretas.

Mas o silenciar-se da teologia é também necessário para escutar a dor que se faz em si mesma silêncio. O drama humano muitas vezes não encontra palavras para se expressar. Pode-se escutar o não dito, ou o dito não verbal expresso pela experiência, como o silêncio de Jesus na Paixão. O drama da cruz de Jesus – que é também o drama da cruz de cada um – deve ser escutado no silêncio que o constitui. O grito das entranhas humanas muitas vezes se faz silenciosamente à sombra do silêncio do próprio Deus. Não se trata aqui mais da voz que foi silenciada, mas da voz que inexiste, por impossibilidade de expressão da dor vivida.

Este é o silêncio do abandono e da solidão. Quando Jesus na cruz recita gritando o Salmo 22 (Mc 15,34), faz ressoar o silêncio do Pai. Grito que aponta para o silêncio, assim como o grito mudo da dor dos inocentes faz ecoar todo silêncio conivente com essa dor. Entretanto, a imagem do grito de Jesus na cruz nos aproxima da outra face do silêncio teológico, que é o silenciar para deixar que a voz de Deus seja ouvida. O abandono sentido por Jesus – e por tantos de nós – aponta para a presença, ainda que silenciosa, do Pai.

A experiência do silêncio de Deus faz parte da vida de oração, como nos lembra o papa Bento XVI em audiência na Praça de São Pedro (2012aBENTO XVI, Papa. Audiência geral Praça de São Pedro. Quarta-feira, 7 de Março de 2012. 2012a. Disponível em: https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2012/documents/hf_ben-xvi_aud_20120307.html, Acesso em: 23 fev. 2023.
https://www.vatican.va/content/benedict-...
). Nos momentos de desolação – e o lamento de Jesus na cruz pode ser sentido por nós como emblemático da experiência de desolação – Deus silencia e isso nos lança na solidão e no desamparo. A desolação parece ser exatamente a vivência do silêncio de Deus. Mas se Deus é presença e palavra no mundo e em nós, o seu silêncio parece dizer mais de nós do que dele.

O silêncio de Deus é antes nossa incapacidade de ouvi-lo e até mesmo Jesus passou por esse instante de abandono e solidão. O grito de Jesus na cruz nos mostra sua nudez humana, seu abandono de si mesmo à solidão humana: como dizia Santo Inácio, na terceira semana dos Exercícios Espirituais, é hora de “considerar como a divindade se esconde” (EE 196). O grito, naquele instante, o distancia da escuta da Palavra do Pai. O drama vivido o lança no instante de desespero que nos permite a identificação e o reconhecimento do que ele sente. Mas Jesus também aponta para o silêncio em que experimenta profundamente o instante vivido e confia no que está por vir.

Assim é o silêncio do místico, que é o ouvido humano que se coloca à escuta da Palavra que habita o mundo. Silenciar para deixar o outro falar e silenciar na contemplação são duas faces do silêncio teológico de que nos falava Ivone Gebara. Nesses dois movimentos abre-se espaço para que Deus fale. No silêncio contemplativo temos a chance de encontrar o caminho para que nossa própria palavra seja a expressão da palavra divina. Ao escutar e falar com Deus no silêncio da interioridade, podemos falar de Deus, anunciando o que vivemos (BENTO XVI, 2012bBENTO XVI, Papa. Mensagem do Papa Bento XVI para o 46º dia mundial das comunicações sociais “silêncio e palavra: caminho de evangelização”, [domingo, 20 de maio de 2012]. 2012b. Disponível em: https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/messages/communications/documents/hf_ben-xvi_mes_20120124_46th-world-communications-day.html. Acesso em: 23 fev. 2023.
https://www.vatican.va/content/benedict-...
).

O falar de Deus que surge na contemplação pode se apresentar também em outro tipo de sonoridade, como o canto e a poesia, expressões comuns da mística cristã, que tem seus pontos mais altos em São João da Cruz e Santa Tereza d’Ávila. Entretanto, o universo da poesia e da literatura, mesmo fora dos limites da Igreja, muito tem a nos dizer sobre Deus. Podemos escutar essa palavra poética como mais uma face do silêncio da teologia, o calar-se para escutar outras vozes que falam de Deus, como fizemos no início deste texto com a referência a Clarice Lispector.

O mundo da literatura e da arte em geral nos põe em contato com ainda mais uma face do silencia que concerne à teologia. Trata-se do que fazer diante do silêncio das lacunas, como, por exemplo, em relação à vida de Jesus. O cronista Emanuel António DiasDIAS, E. A. Como é o teu Jesus? Em: iMISSIO, 2022. Disponível em: www.imissio.net/artigos/49/4899/como-e-o-teu-jesus/. Acesso em: 12 abr. 2023.
www.imissio.net/artigos/49/4899/como-e-o...
chama a atenção a isso em uma pequena crônica (2022), afirmando o lugar da imaginação livre diante do que não podemos saber. Diante do que os evangelhos não nos dizem sobre a vida de Jesus, podemos imaginá-la. E assim cada um terá para si uma história de Jesus feita a seu modo, nascida no espaço da liberdade que se depara com o desconhecido. Nas lacunas do nosso saber, necessariamente incompleto e frágil, temos a potência da invenção.

É só no silêncio do saber que se dá a criação humana que invenciona a realidade. Neste ponto, lemos mais uma vez Clarice Lispector, que parece ter dedicado sua obra ao esforço de criar para saber:

Vou criar o que me aconteceu. Só porque viver não é relatável. Viver não é vivível. Terei que criar sobre a vida. E sem mentir. Criar sim, mentir não. Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade. Entender é uma criação, meu único modo. Precisarei com esforço traduzir sinais de telégrafo – traduzir o desconhecido para uma língua que desconheço, e sem sequer entender para que valem os sinais. Falarei nessa linguagem sonâmbula que se eu estivesse acordada não seria linguagem.

Até criar a verdade do que me aconteceu.

(1998bLISPECTOR, C. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998b., p. 21).

Frente ao desconhecido que só nos oferece o silêncio, resta criar. E podemos, com Clarice Lispector, entender o esforço de criar como o que nos aproxima da realidade. Do mesmo modo, a teologia cria ao se aproximar do mistério do Deus desconhecido e, ao criar, pretende se aproximar da sua verdade.

O respeito ao desconhecido, que se desdobra no desconhecido da interioridade da outra pessoa, leva também à compreensão de que às vezes é preciso calar-se para não expor ou difamar a dignidade do outro, como uma testemunha que resiste e não delata o parceiro, mesmo sob tortura. O silêncio é, assim, também o protetor do segredo, daquilo que pede para permanecer oculto, como assinala Sílvio Baez (2011, p. 61-62)BAEZ, S. J. Quando tudo se cala: o silêncio na Bíblia. São Paulo: Paulinas, 2011., em seu Quando tudo se cala, livro em que desenvolve várias faces do silêncio a partir de uma leitura bíblica. Apenas diante do imperativo da justiça, quando a necessidade da denúncia se impõe, o dever de proteger um segredo encontra seu limite (2011, p. 72-73).

A teologia, assim, deve caminhar no sentido de saber diferenciar quando deve falar, combatendo e denunciando qualquer ação de dominação que leva ao exílio da palavra humana, e quando deve se calar, para proteger a dignidade de alguém, para deixar soar toda palavra antes exilada ou para que Deus mesmo se faça ouvir. Deve também saber sobre o que falar, discernindo quais são os espaços de diálogo em que tem algo a dizer, e apresentando-se quando não for chamada a um desses espaços. E deve desenvolver sempre a arte do silêncio que gera outra espécie de palavra, para que o canto, a poesia e as artes permaneçam como possíveis canais para que a Palavra divina se faça ouvir no mundo.

Este não é, entretanto, um caminho já pronto. Se há um dever fazer ou um dever aprender, é porque há nesse caminho a necessidade de uma pedagogia do silêncio. Os espaços litúrgicos podem ser esses lugares pedagógicos em que o silêncio, a voz e o canto se alternam fazendo com que um mostre a dimensão do outro em sua capacidade de fazer com que a voz de Deus se faça ouvir. A esse ambiente, junta-se também o estar junto a tantos aos quais se procura dar voz ao fazer teologia e expressar tais reflexões de diferentes formas e por múltiplos meios como é possível em nossos dias. Aprender a aprender silenciar será uma fecunda experiência para a teoloiga.

Referências

  • BAEZ, S. J. Quando tudo se cala: o silêncio na Bíblia. São Paulo: Paulinas, 2011.
  • BENTO XVI, Papa. Audiência geral Praça de São Pedro Quarta-feira, 7 de Março de 2012. 2012a. Disponível em: https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2012/documents/hf_ben-xvi_aud_20120307.html, Acesso em: 23 fev. 2023.
    » https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2012/documents/hf_ben-xvi_aud_20120307.html
  • BENTO XVI, Papa. Mensagem do Papa Bento XVI para o 46º dia mundial das comunicações sociaissilêncio e palavra: caminho de evangelização”, [domingo, 20 de maio de 2012]. 2012b. Disponível em: https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/messages/communications/documents/hf_ben-xvi_mes_20120124_46th-world-communications-day.html Acesso em: 23 fev. 2023.
    » https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/messages/communications/documents/hf_ben-xvi_mes_20120124_46th-world-communications-day.html
  • CASALDÁLIGA, P. Cantares de la entera libertad: antología para la nueva Nicaragua. Managua: IHCA, CAV, CEPA, 1984. Documento em Word disponível em: Poesía de Pedro Casaldáliga (servicioskoinonia.org). Acesso em: 9 nov. 2021.
  • DIAS, E. A. Como é o teu Jesus? Em: iMISSIO, 2022. Disponível em: www.imissio.net/artigos/49/4899/como-e-o-teu-jesus/ Acesso em: 12 abr. 2023.
    » www.imissio.net/artigos/49/4899/como-e-o-teu-jesus/
  • GEBARA, I. A religião e a mulher: papel da religião em relação à mulher e da mulher em relação à religião. Em: GEBARA, I. Vulnerabilidade, justiça e feminismos São Bernardo do Campo: Nhanduti Editora, 2010. p. 41-61.
  • GUTIÉRRZ, G. Hablar de Dios desde el sufrimiento del inocente: una reflexión sobre el libro de Job. Lima: Insittuto Bartolome de Las Casas, 1986.
  • LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres Rio de Janeiro: Rocco, 1998a.
  • LISPECTOR, C. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998b.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Jun 2023
  • Data do Fascículo
    Jan-Apr 2023

Histórico

  • Recebido
    28 Fev 2023
  • Aceito
    17 Abr 2023
Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) Avenida Doutor Cristiano Guimarães, 2127 - Bairro Planalto, Minas Gerais - Belo Horizonte, Cep: 31720-300, Tel: 55 (31) 3115.7000 - Belo Horizonte - MG - Brazil
E-mail: editor.pt@faculdadejesuita.edu.br