DESCRITORES
Enfermagem; Simulação; Pandemias
O editorial “A simulação soluciona o problema da aprendizagem clínica no ensino de enfermagem em tempos da pandemia provocada pela covid-19?”(11 Marques P. A simulação soluciona o problema da aprendizagem clínica no ensino de enfermagem em tempos de pandemia provocada pela COVID-19? Cogit. Enferm. [Internet]. 2021 [acesso em 20 maio 2021]: 26:e81207. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v26i0.78603.
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) nos leva à reflexão sobre a utilização da simulação clínica como estratégia pedagógica para o ensino da prática em enfermagem, e até mesmo para o ensino das demais profissões da área da saúde.
São sabidas as inúmeras contribuições que a simulação clínica proporciona para a formação em saúde, como a autoconfiança, a melhoria do desempenho cognitivo, a autoeficácia, o desenvolvimento de competências e habilidades técnicas e não técnicas, entre outras(22 Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Coutinho VRD, Araújo MS. Effectiveness of simulation in teaching immunization in nursing: a randomized clinical trial. Rev Lat Am Enfermagem. [Internet]. 2020 [acesso em 22 maio 2021]: 19(28):e3305. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3147.3305.
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3 Costa RRO, Medeiros SM, Coutinho VRD, Mazzo A, Araújo MS. Satisfaction and self-confidence in the learning of nursing students: Randomized clinical trial. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2020 [acesso em 22 maio 2021]: 24 (1): e20190094. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0094.
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-44 Weiler DT, Gibson AL, Saleem JJ. The effect of role assignment in high fidelity patient simulation on nursing students: An experimental research study. Nurse Educ Today. [Internet]. 2018 [acesso em 22 maio 2021]: 63:29-34. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29407257/.
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). Há avanços consideráveis, sobretudo nos últimos 10 anos, nas formas de se fazer a simulação e nos seus recursos/tecnologias. Entretanto, no contexto brasileiro, ainda há escolas de enfermagem que dispõem de poucos recursos ou até mesmo onde inexistem laboratórios de habilidades estruturados. Muitas dessas instituições não vislumbram, a curto e médio prazos, a inserção curricular da simulação clínica enquanto método de ensino e aprendizagem. Nesses contextos, muitos formandos desenvolvem suas habilidades diretamente nos campos de prática.
Com o advento da pandemia causada pelo vírus Sars-CoV-2, a escassez de recursos nas instituições de ensino, associada às mudanças dos campos de prática, tem prejudicado o processo de ensino e formação, principalmente a continuidade das práticas em laboratório e a inserção dos estudantes nos cenários de práticas. Essas dificuldades giram em torno da implementação e da garantia do cumprimento dos protocolos de biossegurança; das limitações de estrutura física adequada; dos recursos materiais utilizados para o treino de habilidades; do quantitativo de simuladores; das dificuldades/limitações financeiras para a aquisição de materiais, como softwares de realidade virtual; da contratação de assessoria especializada, entre outros fatores. No entanto, a principal dificuldade decorre do conhecimento restrito dos formadores sobre a estratégia de simulação clínica e de telessimulação.
Nessa perspectiva, no contexto brasileiro, algumas universidades e associações da área de simulação clínica têm ofertado encontros remotos para a troca de experiências exitosas, com a finalidade de favorecer o amplo uso de experiências clínicas simuladas presenciais em ambientes seguros e também de experiências remotas. Ao considerar as diferenças geográficas do Brasil, bem como as diversas realidades dos cursos de graduação em enfermagem nas distintas regiões do país, é indispensável que se promovam estratégias de integração e de fortalecimento da simulação clínica enquanto método potencial e viável, em tempos de pandemia, não só para o trabalho remoto, mas também para o presencial em ambientes biologicamente seguros.
Portanto, é importante que se compartilhem ideias exitosas, criativas e inovadoras. Além disso, é importante destacar que não podemos incorporar – sem discussão alguma – recomendações sobre tempo de prática, tempo de laboratório, permissões ou restrições. É importante, antes dessas incorporações, vislumbrar as dificuldades e as necessidades locais e regionais, assim como ter em conta o trabalho criterioso de pesquisadores que levam em consideração as características da nossa população e as particularidades, potencialidades e fragilidades da simulação clínica.
Todavia, salienta-se que a utilização de simulação clínica no ensino não deve, em momento algum, substituir as práticas clínicas nos serviços de saúde e a interação com os pacientes(55 Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Coutinho VRD. A simulação no ensino de enfermagem: reflexões e justificativas à luz da bioética e dos direitos humanos. Acta Bioeth. [Internet]. 2018 jun; [acesso em 22 maio 2021]; 24(1):31-8. Disponível em: http://dx.doi.org/10.4067/S1726-569X2018000100031.
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-66 Jeffries P. The Good News-Simulations Work, So Now What? J Nurs Educ. [Internet]. 2015 [acesso em 22 mai 2021]; 54(11): 603-60. Disponível em: https://doi.org/10.3928/01484834-20151016-10.
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). A simulação é uma etapa do processo de formação, que prepara melhor o aprendiz para atender o paciente de forma mais segura e com melhor qualidade. Porém, a utilização da estratégia e de suas ramificações, como a telessimulação, são possibilidades de complementar os momentos de formação em saúde em contextos como os atuais, em que os serviços e as instituições possuem limitações de espaços de práticas sem uma previsão de retorno seguro, haja visto as condições de vida que a pandemia de Covid-19 impôs a toda a sociedade.
COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO
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Costa RR de O, Almeida RG dos S, Mazzo. Utilização da simulação clínica no ensino de enfermagem no brasil: condições diante da pandemia de covid-19. Cogit. Enferm. [Internet]. 2021 [acesso em “colocar data de acesso, dia, mês abreviado e ano”]; 26. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v26i0.81207
REFERÊNCIAS
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1Marques P. A simulação soluciona o problema da aprendizagem clínica no ensino de enfermagem em tempos de pandemia provocada pela COVID-19? Cogit. Enferm. [Internet]. 2021 [acesso em 20 maio 2021]: 26:e81207. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v26i0.78603.
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2Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Coutinho VRD, Araújo MS. Effectiveness of simulation in teaching immunization in nursing: a randomized clinical trial. Rev Lat Am Enfermagem. [Internet]. 2020 [acesso em 22 maio 2021]: 19(28):e3305. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1518-8345.3147.3305.
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3Costa RRO, Medeiros SM, Coutinho VRD, Mazzo A, Araújo MS. Satisfaction and self-confidence in the learning of nursing students: Randomized clinical trial. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2020 [acesso em 22 maio 2021]: 24 (1): e20190094. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2019-0094.
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4Weiler DT, Gibson AL, Saleem JJ. The effect of role assignment in high fidelity patient simulation on nursing students: An experimental research study. Nurse Educ Today. [Internet]. 2018 [acesso em 22 maio 2021]: 63:29-34. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29407257/
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5Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Coutinho VRD. A simulação no ensino de enfermagem: reflexões e justificativas à luz da bioética e dos direitos humanos. Acta Bioeth. [Internet]. 2018 jun; [acesso em 22 maio 2021]; 24(1):31-8. Disponível em: http://dx.doi.org/10.4067/S1726-569X2018000100031.
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6Jeffries P. The Good News-Simulations Work, So Now What? J Nurs Educ. [Internet]. 2015 [acesso em 22 mai 2021]; 54(11): 603-60. Disponível em: https://doi.org/10.3928/01484834-20151016-10.
» https://doi.org/10.3928/01484834-20151016-10
Editado por
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
22 Nov 2021 -
Data do Fascículo
2021
Histórico
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Recebido
26 Maio 2021 -
Aceito
20 Jun 2021