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PERCEPÇÕES DE IDOSOS SOBRE O ENFRENTAMENTO DA COVID-19

PERCEPCIONES DE ADULTOS MAYORES SOBRE CÓMO HACER FRENTE AL COVID-19

RESUMO

Objetivo

compreender a percepção de idosos sobre o enfrentamento da COVID-19.

Método

pesquisa qualitativa do tipo ação-participante, com base teórica fundamentada em Paulo Freire, adaptada à realidade da pandemia. Percorreram-se as etapas do Itinerário de Pesquisa com analogia ao vinho: Investigação Temática à cor; Codificação-Descodificação à doçura e acidez; Desvelamento Crítico ao álcool. Realizou-se um Círculo de Cultura virtual em agosto de 2020, incluindo 23 idosos de um Centro de Convivência do Sul do Brasil.

Resultados

Temas Geradores: 1) Repercussões amargas da COVID-19, destacando-se medos, insegurança, ansiedade, falta do convívio com pessoas e do cotidiano antes do isolamento; 2) Doces repercussões da COVID-19, desvelando-se esperança, fé, reinvenção da vida, aprendizados, sentir-se amado, cuidado e apoiado mesmo à distância.

Conclusão

a manutenção da capacidade física e mental dos idosos diante de tragédias sociais deve pautar-se por diretrizes em protocolos de cuidado integral, para prevenção de agravos e promoção da saúde.

DESCRITORES
Saúde do Idoso; Infecções por Coronavírus; Isolamento Social; Adaptação; Resiliência Psicológica

RESUMEN

Objetivo

comprender la percepción de los adultos mayores sobre cómo hacer frente al COVID-19.

Método

investigación cualitativa del tipo acción-participante, con su base teórica fundamentada en Paulo Freire, adaptada a la realidad de la pandemia. Las etapas do Itinerario de Investigación se realizaron por medio de una analogía con el vino: la Investigación Temática se refirió al color; la Codificación-Decodificación hizo referencia a la dulzura y la acidez; y la Revelación Crítica se vinculó al alcohol. Se organizó un Círculo de Cultura virtual en agosto de 2020, del que participaron 23 adultos mayores de un Centro de Convivencia del sur do Brasil.

Resultados

Temas Generadores: 1) Repercusiones amargas del COVID-19, entre las que se destacaron las siguientes: miedos, inseguridad, ansiedad, falta de interacción con las personas y con la rutina previa al aislamiento; 2) Repercusiones dulces del COVID-19, entre las que se revelaron esperanza, fe, reinvención de la vida, aprendizajes, y sentirse amado, cuidado y apoyado, incluso a la distancia.

Conclusión

la preservación de la capacidad física y mental de los adultos mayores frente a tragedias sociales debe basarse en pautas incluidas en protocolos de atención integral, para prevenir problemas y promover la salud.

DESCRIPTORES
Salud del Adulto Mayor; Infecciones por Coronavirus; Aislamiento Social; Adaptación; Resiliencia Psicológica

ABSTRACT

Objective

to understand older adults’ perceptions about how to face COVID-19.

Method

a qualitative research study of the participant-action type, with its theoretical basis grounded on Paulo Freire, adapted to the reality of the pandemic. The Research Itinerary stages were followed with an analogy to wine: Thematic Research for color; Coding-Decoding for sweetness and acidity; and Critical Unveiling for alcohol. A virtual Culture Circle was held in August 2020, including 23 older adults from a Cohabitation Center in southern Brazil.

Results

Generating Themes: 1) Bitter repercussions of COVID-19, especially fears, insecurity, anxiety, lack of interaction with people, and missing how daily life was before isolation; 2) Sweet repercussions of COVID-19, unveiling hope, faith, reinvention of life, lessons learned, feeling loved, cared for and supported, even if at a distance.

Conclusion

maintenance of the older adults’ physical and mental capacity in the face of social tragedies must be guided by guidelines on comprehensive care protocols to prevent diseases and promote health.

DESCRIPTORS
Older Adults’ Health; Infections by Coronavirus; Social Isolation; Adaptation; Psychological Resilience

INTRODUÇÃO

A COVID-19 é uma doença causada por um coronavírus que provoca a Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2), e que se difunde velozmente entre as pessoas(11 Huang C, Wang Y, Li X, Ren L, Zhao J, Hu Y, et al. Clinical features of patients infected with 2019 novel coronavirus in Wuhan, China. The Lancet. [Internet]. 2020 [acesso em 15 out 2020]; 395(10223). Disponível em: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30183-5.
https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30...
). Em março de 2020, devido à disseminação desse vírus pelo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o estado de pandemia(22 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). OMS afirma que COVID-19 é agora caracterizada como pandemia. [Internet]. OPAS; 2020 [acesso em 15 out 2020]. Disponível em: https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6120:oms-afirma-que-covid-19-e-agora-caracterizada-como-pandemia&Itemid=812.
https://www.paho.org/bra/index.php?optio...
).

Entre as estratégias adotadas para prevenir o contágio, estão o isolamento e o distanciamento social(33 Centers For Disease Control and Prevention. Social distancing, quarantine, and isolation: keep your distance to slow the spread. [Internet]. 2020 [acesso em 15 out 2020]. Disponível em: http://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/prevent-getting-sick/social-distancing.html.
http://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov...
). No entanto, o medo da infecção e as próprias estratégias tendem a desencadear sofrimento mental(44 Krammer S, Augstburger R, Haeck M, Maercker A. Adjustment disorder, depression, stress symptoms, Corona related anxieties and coping strategies during the Corona pandemic (COVID-19) in swiss medical staff. Psychother Psychosom Med Psychol. [Internet]. 2020 [acesso em 16 out 2020]; 70(7). Disponível em: http://doi.org/10.1055/a-1192-6608.
https://doi.org/10.1055/a-1192-6608...
). Estas repercussões ocorrem em todos as gerações e de diferentes formas, mas, particularmente nos idosos, estão relacionadas ao alto risco de contágio, de complicações e às consequências nas relações familiares(55 Hammerschmidt KS de A, Santana RF. Saúde do idoso em tempos de pandemia Covid-19. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [acesso em 18 out 2020]; 25:e72849. Disponível em: http://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849.
https://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849...
).

O envelhecimento apresenta características fisiopatológicas específicas, associadas a doenças crônicas e seus impactos no organismo, o que corrobora o planejamento de cuidados particulares aos idosos, com ações de prevenção, tratamento e reabilitação(66 Tristão FR, Girondi JBR, Hammerschmidt KS de A, Zamprogna KM, Soares CF, Evaristo SM, et al. Práticas de cuidados do enfermeiro na atenção primária à saúde: gestão do cuidado da pele do idoso. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [acesso em 20 out 2020]; 25:e65223. Disponível em: http://doi.org/10.5380/ce.v25i0.65223.
https://doi.org/10.5380/ce.v25i0.65223...
). Frente a isso, suscita o questionamento: Qual a percepção dos idosos sobre o enfrentamento à COVID-19 e as repercussões para a sua saúde?

Nesse cenário, a autonomia de ir e vir dos idosos foi penalizada e os seus impactos refletem de diferentes formas no contexto de vida, crenças e valores de cada um. Cabe à enfermagem cuidar da população idosa observando sua capacidade de enfrentamento. Assim, este estudo teve como objetivo compreender a percepção dos idosos sobre o enfrentamento à COVID-19.

MÉTODO

Estudo qualitativo, do tipo pesquisa ação participante, com base teórica fundamentada em Paulo Freire e adaptada à realidade da pandemia, em que se percorreu as etapas do Itinerário de Pesquisa por meio de uma analogia com o vinho: 1) Investigação Temática: refere-se ao diálogo inicial que identifica os temas geradores na realidade dos indivíduos; 2) Codificação e Descodificação: quando ocorre a reflexão e análise crítica dos temas geradores, a fim de superar as situações limite; 3) Desvelamento Crítico: quando os participantes observam os fatos e as possibilidades, em busca da transformação da sua realidade(77 Heidemann ITSB, Dalmolin IS, Rumor PCF, Cypriano CC, Costa MFBNA da, Durand MK. Reflexões sobre o itinerário de pesquisa de Paulo Freire: contribuições para a saúde. Texto contexto - enferm. [Internet]. 2017 [acesso em 20 out 2020]; 26(4). Disponível em: http://doi.org/10.1590/0104-07072017000680017.
https://doi.org/10.1590/0104-07072017000...
).

As etapas aconteceram em espaços denominados Círculo de Cultura, no qual um grupo de pessoas dialoga sobre situações de vida e elabora coletivamente uma percepção reflexiva e crítica sobre a realidade(88 Dalmolin IS, Heidemann ITSB, Freitag VL. Práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde: desvelando potências e limites. Rev Esc Enferm. USP. [Internet]. 2019 [acesso em 20 out 2020]; 53:e03506. Disponível em: http://doi.org/10.1590/s1980-220x2018026603506.
https://doi.org/10.1590/s1980-220x201802...
). Porém, diante da necessidade de distanciamento social, optou-se por realizar o Círculo de Cultura de maneira virtual, utilizando-se um aplicativo em dispositivos eletrônicos (computador ou celular). Isso possibilitou a participação ativa e simultânea dos idosos, mesmo distantes fisicamente.

Para organizar o Círculo de Cultura Virtual (CCV), as pesquisadoras entraram em contato telefônico com uma idosa que frequentava as atividades do Centro de Convivência do Idoso (CCI) de um município do litoral de Santa Catarina, Brasil, convidando-lhe a participar do estudo. Esta idosa aceitou e convidou outros idosos para integrarem no CCV, o que se aproxima do método de amostragem Snowball(99 Ghaljaie F, Naderifar M, Goli H. Snowball Sampling: A purposeful method of sampling in qualitative research. Strides Dev. Med. Educ. [Internet]. 2017 [acesso em 20 out 2020]; 14(3). Disponível em: https://journals.indexcopernicus.com/search/article?articleId=1772834#:~:text=Background%20and%20Objectives%20Snowball%20sampling,data%20collection%20in%20qualitative%20research.&text=In%20fact%2C%20it%20allows%20researchers%20to%20access%20susceptible%20populations.
https://journals.indexcopernicus.com/sea...
). Dessa forma, 23 idosos aceitaram participar do estudo.

Como critérios de inclusão, foram considerados indivíduos acima de 60 anos e com capacidade cognitiva preservada. O CCV foi realizado no dia 21 de agosto de 2020, com duração aproximada de três horas, mediado por uma enfermeira, doutora, experiente na condução de Círculo de Cultura. O momento foi registrado por diário de campo e gravação de áudio. Os participantes já utilizavam o aplicativo e o dispositivo eletrônico nos encontros virtuais com familiares e amigos, o que auxiliou na condução do CCV.

Inicialmente, os idosos dialogaram que estavam na melhor idade de suas vidas e, em analogia com o vinho, mencionaram considerarem-se tal qual essa bebida: quanto mais velho, melhor para degustá-lo. Logo, para instigar o diálogo e conduzir o CCV de maneira lúdica e por meio de algo naturalizado pelos participantes, a mediadora aproximou as etapas do Itinerário Freireano às características do vinho, como ilustra a Figura 1.

Figura 1
Itinerário de Pesquisa de Paulo Freire: analogia com as características do vinho. Chapecó, SC, Brasil, 2020.

Na Investigação Temática, considerando a analogia ao vinho “quanto mais velho, melhor fica”, a mediadora problematizou que as experiências vividas pelos idosos são significativas. Lançou-se a pergunta: Quais as repercussões que a COVID-19 tem trazido para sua vida e sua saúde? Os participantes registraram suas percepções em uma folha de papel para serem compartilhadas com o grupo, enquanto a mediadora os acompanhava cantando a música “Emoções”, autoria de Roberto Carlos. Durante a exposição de percepções, a mediadora registrava os depoimentos e sintetizava as ideias-chave, validando-as junto aos idosos. Assim, surgiram dois temas geradores para discussão: repercussões amargas da COVID-19 e doces repercussões da COVID-19.

Na codificação e descodificação dos temas, dialogicamente atingiu-se a produção de signos, que indicavam significados imbricados aos temas. A profundidade das reflexões atingiu o status das teorizações, quando a mediadora e os idosos explicaram o conhecimento empírico oriundo da realidade vivida, expresso nas ideias-chave que deram luz aos temas geradores. Essa totalidade de conhecimento empírico que foi fracionada em códigos foi fundida novamente em explicações teóricas, demonstradas na descodificação.

Para adentrar ao Desvelamento Crítico, a mediadora comentou que, para degustar um vinho, era preciso criticidade e sabedoria para apreciá-lo na dose e momento certos, apontando a existência de alguns aspectos inerentes à bebida, como o álcool, o sabor, a textura, que podem trazer benefícios ou malefícios para a saúde humana. Com essa analogia, os idosos reagiram demonstrando compreender sua realidade, desvelando limites e potencialidades quanto ao enfrentamento da pandemia de COVID-19.

Por fim, os idosos foram convidados a expressar sentimentos quanto à participação no CCV, dizendo uma palavra ou frase, encerrando-se o encontro com o grupo cantando a música de Roberto Carlos “É preciso saber viver”. Procedeu-se a transcrição e análise dos temas concomitantemente ao desenvolvimento do CCV, seguindo as etapas do processo analítico da metodologia de Paulo Freire, proporcionando aos sujeitos refletirem e interpretarem os temas, suscitando novos olhares sobre o objeto pesquisado. As transcrições e a codificação dos dados foram produzidas pela mediadora com auxílio de outra pesquisadora, integrante do projeto precursor deste estudo, a qual realizou a conferência entre os dados transcritos e os dados coletados.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, com parecer número 4.068.387. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi encaminhado por correio eletrônico para os participantes, que assinaram e devolveram para as pesquisadoras. Preservou-se o anonimato dos participantes denominando-os por nomes de marcas de vinhos, como Don Affonso, Aurora, Gallo, Merlot, Pizzato, Beringer, Garibaldi, Miolo, Casa Valduga, Campestre, Don Bonifácio, Ponto Nero, Salton, Beringer, Yellow Tail, Château, Great Wall, Sutter Home e Hardys; nos resultados, estão falas significativas desta analogia.

RESULTADOS

A idade dos participantes variou entre 64 e 81 anos. Dentre eles havia sete (30,4%) casais, cinco (21,7%) viúvas, dois (8,6%) viúvos e duas (8,6%) solteiras, que residiam em um município do litoral catarinense, totalizando 23 participantes. Destes, quatro (17,3%) mulheres moravam sozinhas, enquanto os demais (82,6%) residiam com cônjuges e filhos.

Os temas geradores concebidos durante os diálogos codificados e descodificados estão representados na Figura 2.

Figura 2
Representação dos dois temas geradores, que foram codificados e descodificados no CCV com os idosos. Chapecó, SC, Brasil, 2020.

No diálogo sobre as repercussões negativas no enfrentamento da COVID-19, que simbolicamente foram representadas pelos idosos como os amargos da vida, expressam-se as falas a seguir:

Eu tenho medo de pegar essa doença e ir parar na UTI.

(Don Affonso)

Às vezes chego a pensar que não vamos nunca mais poder sair de casa sem máscaras. Me dá até um medo.

(Aurora)

A gente tem medo do futuro da humanidade com tudo isso acontecendo. Como será daqui pra frente?

(Gallo)

Tem muita notícia falsa por aí e isso também está trazendo desestabilização e medo pra gente e também para nosso governo. Tenho medo da situação política que gerou no país.

(Merlot)

Ponderam sobre a necessidade de isolamento social e suas consequências:

A gente, às vezes, se sente um pouco só porque não dá mais pra sair de casa e nem receber visitas.

(Don Affonso)

Me sinto como se estivesse presa dentro de casa e isso me dá desânimo. Perco a motivação, sabe? Daí, abala a saúde mental.

(Pizzato)

Eu tenho consciência de que é preciso manter o distanciamento social, mas não é fácil! Principalmente pra nós, porque nossas atividades fora de casa nos ajudavam a manter a saúde equilibrada e agora, não podemos sair de casa.

(Beringer)

A festa de formatura da nossa neta não aconteceu. Foi uma pena.

(Garibaldi)

O casamento do nosso neto foi cancelado.

(Pizzato)

Tínhamos uma viagem, com tudo comprado e organizado, mas não deu pra ir.

(Miolo)

Muito ruim não poder abraçar nossos netos e bisnetos, não poder conversar com os amigos, conviver com as pessoas como antes.

(Casa Valduga)

Sinto falta de tomar um cafezinho na casa dos filhos, dos amigos e queria muito poder ir na minha igreja.

(Gallo)

Ampliam suas percepções para outros aspectos da vida:

Nos preocupamos com as questões econômicas. Muita gente sem dinheiro. A gente ganha pouco de aposentadoria e contamos com o aluguel da nossa outra casa para ajudar. Só que nosso inquilino não consegue mais pagar. E vamos fazer o quê? É uma bola de neve, cada um com um problema financeiro que vai esbarrando no outro.

(Campestre)

As notícias desagradáveis na TV não são boas para nós.

(Don Bonifácio)

A COVID-19 parecia tão distante, até que perdemos um amigo e isso nos trouxe muita tristeza. Também nos mostrou que a doença está bem perto de nós porque poderia ter sido conosco.

(Ponto Nero)

Nas discussões do segundo tema gerador, os idosos mencionam situações positivas do momento pandêmico, as quais denominaram de doces repercussões:

Não estamos nos abraçando, mas de certa forma, também me sinto abraçada e cuidada de maneira online, porque muita gente entra em contato conosco todos os dias. Estão longe, mas perto do nosso coração.

(Salton)

Até a consulta com o nosso médico foi pelo celular. (Beringer)

Dialogam sobre inúmeras outras percepções positivas oriundas do momento pandêmico:

Acho que, com a pandemia, as pessoas passaram a cuidar mais uma das outras. Nossos vizinhos fazem as compras para nós e não pedimos isso; eles se prontificaram a nos ajudar. Achei isso muito bonito.

(Yellow Tail)

[...] nos ensinou a ter mais resiliência, fé em Deus e nas pessoas.

(Aurora)

Tem pessoas que só reclamam. É preciso aprender a agradecer porque estamos aqui vivos e com saúde.

(Château)

Eu tenho esperança em dias melhores e acho que a pandemia trouxe muitos aprendizados. Basta cada um parar para refletir, que achará!

(Merlot)

Todos os dias rezo pelas pessoas doentes e pelo nosso Brasil, para que tudo acabe e possamos prosseguir nossas vidas.

(Ponto Nero)

Para enfrentar as repercussões da COVID-19, os idosos precisaram buscar mecanismos de adaptação:

Nós precisamos ser criativos e reinventar a maneira de fazer as coisas. Agora, nós dois fazemos caminhadas dentro de casa e assim não deixamos de fazer exercícios.

(Château)

Agora é preciso ter mais cuidados higiênicos, lavar mais as mãos, usar máscaras e antes, não pensávamos nisso.

(Great Wall)

Tem que ficar dentro de casa, se cuidar. Esse é a maneira de nos cuidarmos e cuidarmos dos outros também. Acho que nós temos conscientização da doença, sabemos que ela é perigosa e por isso nos cuidamos.

(Sutter Home)

Nossa família é muito unida. Nossos filhos vêm aqui em casa, principalmente nos fins de semana. Eu sempre valorizei a minha família, mas agora valorizo muito mais porque sinto falta desses momentos. A gente precisa valorizar os pequenos momentos da vida.

(Don Bonifácio)

Os idosos refletiram sobre a participação no CCV como um momento para compartilhar experiências:

Eu gostei muito de ter participado. Me trouxe alegria, numa tarde divertida e de aprendizagem mútua.

(Aurora)

Nós aprendemos muito e agradeço a oportunidade. E a vida vai seguindo em frente, com os doces e os amargos que precisamos enfrentar.

(Yellow Tail)

Eu me senti cuidada. Foi como um aconchego conversar com vocês porque renovou minhas forças [...]

(Hardys)

Foi uma conversa em que todos tiveram respeito com o sentimento dos outros e nos fez pensar a respeito da vida. Valeu a pena!

(Ponto Nero)

Nos trouxe mais ânimo, motivação ao conversar com vocês.

(Garibaldi)

[...] nos levou a pensar no real valor da vida, nos fez pensar coisas em que às vezes a gente não pensa. Nós temos tempo, estamos aposentados, mas nem sempre paramos pra refletir, como fizemos hoje aqui.

(Miolo)

DISCUSSÃO

A partir dos temas geradores “Repercussões amargas da COVID-19” e “Doces repercussões da COVID-19”, desenvolveu-se o desvelamento crítico pelo aprofundamento do movimento de ir e vir entre Codificação e Descodificação. A simbologia que traduz o adoecimento de um idoso por COVID-19 assume um tom ameaçador – uma ameaça velada, que carrega determinantes associados a uma possível evolução ruim da doença, para a qual seus corpos, cujas respostas sistêmicas já são comprometidas, podem não estar aptos a contrapor de maneira satisfatória. Assim, é real o medo que idosos têm de necessitarem de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ao se contaminarem com a COVID-19.

Assim, discute-se a vulnerabilidade dos idosos quando expostos a afecções infectocontagiosas, em especial por sua fragilidade imunológica. Alerta-se para prognósticos desfavoráveis quando a existência de patologias crônicas se soma à idade, impondo-lhes riscos iminentes de morte(1010 Zhang W. Manual de Prevenção e Controle da Covid-19 segundo o Doutor Wenhong Zhang. São Paulo: PoloBooks; 2020.

11 Lloyd-Sherlock P, Ebrahim S, Geffen L, Mckee M. Bearing the brunt of covid-19: older people in low and middle income countries. BMJ. [Internet]. 2020 [acesso em 20 out 2020]; 368. Disponível em: http://doi.org/10.1136/bmj.m1052.
https://doi.org/10.1136/bmj.m1052...
-1212 Nunes VM de A, Machado FC de A, Morais MM de, Costa L de A, Nascimento ICS do, Nobre TTX, et al. COVID-19 e o cuidado de idosos: recomendações para instituições de longa permanência. [Internet]. Natal: EDUFRN; 2020 [acesso em 20 out 2020]. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28754.
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle...
). Face a esta expectativa, idosos desenvolvem ansiedade justificada pelo receio de contrair a doença, o que repercute na qualidade de vida, deixando-os mais sensíveis e suscetíveis à complexificação em seu estado de saúde.

Estudo que analisou a tristeza, depressão, nervosismo, ansiedade e problemas de sono na população brasileira durante a pandemia revela que os adultos jovens são mais afetados com os sintomas investigados do que os idosos, a despeito da constatada alteração emocional na fase da senescência. Estes achados permitiram aos autores discutir as possíveis explicações para tal tendência(1313 Barros MB de A, Lima MG, Malta DC, Szwarcwald CL, Azevedo RCS de, Romero D, et al. Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemol Serv Saúde [Internet]. 2020 [acesso em 20 out 2020]; 29(4). Disponível em: http://doi.org/10.1590/s1679-49742020000400018.
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). Dessa forma, deduz-se que a preocupação com os ajustes econômicos no contexto da pandemia comparado com a estabilidade financeira dos idosos pela condição de aposentadoria, associada à capacidade de resiliência deste grupo etário, coloca-os em posição privilegiada(55 Hammerschmidt KS de A, Santana RF. Saúde do idoso em tempos de pandemia Covid-19. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [acesso em 18 out 2020]; 25:e72849. Disponível em: http://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849.
https://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849...
).

Logo, quando os idosos referem ansiedade no diálogo nas etapas do Círculo de Cultura, esta possui um direcionamento específico. Este elemento interessa aos profissionais da saúde, na elaboração de estratégias que retifiquem seus medos de adoecimento.

Artigo de reflexão(55 Hammerschmidt KS de A, Santana RF. Saúde do idoso em tempos de pandemia Covid-19. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [acesso em 18 out 2020]; 25:e72849. Disponível em: http://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849.
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) analisou as complexidades imbricadas à saúde de idosos diante da pandemia, destacando o estabelecimento de vínculos, que sofreu alterações significativas. Tais mudanças criam demanda relativa à estruturação de redes de apoio e remodelação na logística de atendimento ao idoso, assegurando o acesso facilitado aos serviços. Esse olhar diferenciado para o indivíduo idoso em consequência da pandemia tende a exaltar a atuação profissional na área gerontológica, criando expectativas de ressignificações relevantes neste modelo de atenção à saúde.

Os participantes do CCV conectam os receios relativos à manutenção de suas vidas neste período de crise na saúde pública a notícias desagradáveis, as quais vêm anunciar que um amigo, um parente da mesma faixa etária adoeceu com COVID-19 ou até mesmo faleceu. Além disso, as notícias falsas divulgadas diariamente pelas mídias sociais e meios de comunicação de massa reforçam medos, preocupações e alastram pânico(1414 Kadam AB, Atre SR. Negative impact of social media panic during the COVID-19 outbreak in India. J Travel Med. [Internet]. 2020 [acesso em 02 nov 2020]; 27(3). Disponível em: http://doi.org/10.1093/jtm/taaa057.
https://doi.org/10.1093/jtm/taaa057...
). A circulação rápida de tais notícias é propiciada pelo compartilhamento de mensagens, transformando a desinformação em problema público(1515 Monari ACP, Bertoli Filho C. Saúde sem fake news: estudo e caracterização das informações falsas divulgadas no canal de informação e checagem de fake News do Ministério da Saúde. Mídia e Cotidiano. [Internet]. 2019 [acesso em 02 nov 2020]; 13(1). Disponível em: http://doi.org/10.22409/ppgmc.v13i1.27618.
https://doi.org/10.22409/ppgmc.v13i1.276...
).

Estudo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) pesquisou a predominância de mortes em pessoas com 70 anos ou mais no país(1616 Martinez R, Lloyd-Sherlock P, Souza LE de, Giacomin K. Associação Brasileira de Saúde Coletiva. Estimativas do impacto da Covid-19 na mortalidade no Brasil. [Internet]. ABRASCO; 2020. [acesso em 2020 out 21]. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/noticias/saude-da-populacao/estimativas-do-impacto-da-covid-19-na-mortalidade-no-brasil/46151/#:~:text=Desenvolvemos%20um%20novo%20conjunto%20de,de%20infec%C3%A7%C3%A3o%20e%20letalidade%20de.
https://www.abrasco.org.br/site/noticias...
). Arguiu-se que contribuem para esse cenário, dentre outras condições, as doenças crônicas comuns a essa parcela da população e a imunosenescência, que ampliam as possibilidades de infecção grave e de óbito(55 Hammerschmidt KS de A, Santana RF. Saúde do idoso em tempos de pandemia Covid-19. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [acesso em 18 out 2020]; 25:e72849. Disponível em: http://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849.
https://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849...
). Enumera-se uma série de motivos que justificam a sensação ameaçadora que a COVID-19 provoca nos idosos, pois a correlação com a morte e a iminência de agravamento da doença são estatisticamente sustentadas. Assim, momentos de diálogo sobre estes temores no CCV proporcionaram apoio aos participantes para lidarem com estas perspectivas, que afetam sua saúde.

O sentimento de tristeza pela perda e morte de amigos e pessoas próximas, pelo isolamento social e pelo distanciamento da família levou à percepção de que é necessário lidar com as perdas sociais e com a realidade imposta pela doença. Estas sensações requerem enfrentamento dos desafios diários que atingem a saúde mental dos idosos. Nesse sentido, é importante criar estratégias de reforço positivo à resiliência e readaptação do cotidiano, tais como a manutenção de uma rotina, de horários regulares para suas atividades, estar preparado com antecedência para acesso a medicamentos de uso contínuo, fazer exercícios simples para relaxamento do estresse, organizar contatos com familiares e rede de suporte para compras e outras necessidades, todas medidas que venham diminuir os efeitos nefastos da quarentena(1717 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Proteção da saúde mental em situações de epidemias. [Internet]. OPAS; 2006. [acesso em 29 out 2020]. Disponível em: https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/Protecao-da-Saude-Mental-em-Situaciones-de-Epidemias--Portugues.pdf.
https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009...
).

O isolamento social prolongado pode gerar diversas consequências e sentimentos negativos, que poderão ter impactos posteriores, pois a pandemia trouxe mudanças repentinas e sem prazo para terminar. O estresse poderá continuar após o fim do isolamento social, quando a preocupação poderá estar voltada aos problemas políticos e financeiros do Brasil e do mundo. Espera-se que as pessoas vivam em estado de alerta, sentindo-se preocupadas, confusas e inseguras, diante das incertezas do momento. Estas manifestações de ordem psicossocial estão relacionadas à magnitude da pandemia e ao grau de vulnerabilidade dos indivíduos, como é o caso da população idosa(1717 Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Proteção da saúde mental em situações de epidemias. [Internet]. OPAS; 2006. [acesso em 29 out 2020]. Disponível em: https://www.paho.org/hq/dmdocuments/2009/Protecao-da-Saude-Mental-em-Situaciones-de-Epidemias--Portugues.pdf.
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).

Durante o isolamento, fez-se importante a comunicação com familiares e amigos, pelo uso das tecnologias disponíveis(1818 Santos S da S, Brandão GCG, Araújo KM da FA. Social isolation: a look health elderly mental during the COVID-19 pandemic. Res. Soc. Dev. [Internet]. 2020 [acesso em 28 out 2020]; 9(7). Disponível em: https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4244.
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), as quais possibilitam amenizar o sentimento de frustração decorrente das limitações ao convívio presencial. Entretanto, aspectos positivos podem surgir de experiências desafiadoras, situação mencionada pelos participantes como as doces repercussões da pandemia. Dentre elas, destacam-se empatia, paciência e transformação dos hábitos cotidianos. A conscientização sobre a doença e a necessidade de adaptar-se à rotina provocaram mudanças e novos significados na recriação da forma de viver, com maior valorização de pequenas coisas. Essa situação remete a um conjunto de aprendizados que resultaram em resiliência, esperança, fé e espiritualidade.

Espiritualidade e religiosidade surgem como recursos para compreender as repercussões da pandemia na vida, enfrentar a doença, prestar apoio a doentes, cuidadores e familiares, oferecendo suporte no isolamento social e no luto(1919 Scorsolini-Comin F, Rossato L, Cunha VF da, Correia-Zanini MRG, Pillon SC. A religiosidade/espiritualidade como recurso no enfrentamento da Covid-19. RECOM. [Internet]. 2020 [acesso em 02 nov 2020]; 10. Disponível em: http://doi.org/10.19175/recom.v10i0.3723.
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). Juntas, favorecem significar e ressignificar fatos da vida, bem como fomentam a aceitação do diagnóstico de COVID-19, o enfrentamento da doença, a luta pela recuperação, a valorização das relações interpessoais e a percepção da vulnerabilidade de cada um e de todos(2020 Tavares CQ. Dimensões do cuidado na perspectiva da espiritualidade durante a pandemia pelo novo coronavírus (COVID-19). J. Health NPEPS. [Internet]. 2020 [acesso em 02 nov 2020]; 5(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.30681/252610104517.
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).

O momento vivido demanda que a vida seja redesenhada, como um conjunto de expressões que perpassam a necessidade de proteção, cuidado e da rede de apoio frente às exigências impostas pela doença e pelo risco de adoecer, a exemplo do isolamento social e da necessidade de apoio para atender às demandas diárias do idoso(55 Hammerschmidt KS de A, Santana RF. Saúde do idoso em tempos de pandemia Covid-19. Cogitare enferm. [Internet]. 2020 [acesso em 18 out 2020]; 25:e72849. Disponível em: http://doi.org/10.5380/ce.v25i0.72849.
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).

Os resultados evidenciaram aspectos negativos relacionados pelos idosos, mas também revelaram elementos positivos trazidos pela vivência da pandemia. Os aspectos desvelados criticamente revelam a habilidade dos participantes em enfrentarem uma situação que lhes impõe mudanças, perdas, temores e dificuldades. Os elementos positivos relacionam-se aos diferentes aprendizados propiciados pelas mudanças impostas pelo isolamento e as adaptações necessárias no modo de ser, viver e conviver. Enfrentar a situação e ressignificar a vida indicam a capacidade de resiliência, que marca as experiências compartilhadas.

O estudo apresentou limitações devidas ao momento de pandemia, que não permitiu a realização da coleta de dados de forma presencial, o que resultou em adaptação para a forma remota. O uso das tecnologias nem sempre é de fácil manuseio pela polução idosa, porém, neste estudo os participantes possuíam acesso à internet e já a utilizavam como ferramenta frequente na comunicação com seus familiares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O CCV criou um espaço de reflexão que permitiu aos idosos compartilharem temores, preocupações, expectativas e esperanças. Dessa forma, dialogaram sobre suas percepções diante da COVID-19, as quais classificaram como amargas e doces, e puderam ressignificar suas experiências. No viver dos outros, puderam obter elementos para repensar e recriar sua rotina, para melhor compreender as restrições impostas pela pandemia e, ao mesmo tempo, vislumbrar possibilidades de fortalecimento para enfrentar o que o futuro reserva. Entre as percepções manifestadas, ressalta-se que o enfrentamento da pandemia permeava a busca de paciência, empatia e transformação dos hábitos cotidianos, além da conscientização e a necessidade de adaptar-se às mudanças relativas à forma de viver.

Assim, o CCV demonstrou ser um importante instrumento para promoção da saúde de idosos em tempos pandêmicos, embora seja um espaço de compartilhamento que tende a absorver um quantitativo pouco expressivo de pessoas, com o objetivo de fluir a troca de ideias. Ainda que tenha esta limitação, pode ser replicado como estratégia de cuidado.

Acredita-se que as contribuições do estudo para a sociedade caminham na direção de formular diretrizes para políticas públicas de saúde voltadas à população idosa e sua família, no enfrentamento dos momentos de crise. Nesse sentido, medidas que visam à manutenção da capacidade física e mental dessas pessoas devem fazer parte de protocolos de ações de cuidado integral diante de tragédias sociais, e sinalizam para os profissionais e serviços de saúde como lidar com os idosos diante de seus anseios.

Inscreve-se por meio deste estudo perspectivas para se ampliar o modelo de atenção à saúde, usando-se recursos tecnológicos disponíveis na atualidade e cada vez mais utilizados, que possibilitam aproximações antes improváveis, estabelecendo troca de saberes e experiências que gratificam, aliviam e transformam contextos de saúde.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal da Fronteira Sul pelo edital com fomento a bolsa de pesquisa, Edital Nº 567/GR/UFFS/2020, segundo edital complementar de resultado final do Edital Nº 270/GR/UFFS/2020 de Fomento à Iniciação Científica, Tecnológica e de Inovação e Fomento na Pós-Graduação Stricto Sensu.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO

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Editado por

Editora associada: Susanne Elero Betiolli

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Nov 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    12 Jan 2021
  • Aceito
    15 Jul 2021
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