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BORDANDO SAÚDE: PERCEPÇÃO DE MULHERES EM SOFRIMENTO PSÍQUICO SOBRE A VIVÊNCIA EM UMA OFICINA TERAPÊUTICA

RESUMO

Objetivo:

conhecer a percepção de mulheres em sofrimento psíquico sobre a participação em uma oficina terapêutica.

Método:

estudo qualitativo, descritivo, baseado na abordagem da narrativa. A coleta de dados ocorreu entre abril e junho de 2019, por entrevista aberta e individual, com seis mulheres, acima de 45 anos, em sofrimento psíquico, participantes de uma oficina terapêutica que usa o bordado como indutor de diálogo, em Mato Grosso do Sul, Brasil. Os dados foram analisados pela Análise Temática de Conteúdo.

Resultados:

a oficina possibilitou às participantes experienciar transformações na vida pela troca de afetos e promoção de saúde mental. Além de um espaço de reconstrução e fortalecimento de vínculos, expressão de sentimentos, desenvolvimento da comunicação e manejo das dificuldades diárias.

Conclusão:

a oficina terapêutica pode oportunizar novos caminhos para o enfermeiro implementar a assistência no contexto da saúde mental, favorecendo o diálogo, o cuidado e a produção para a saúde.

DESCRITORES:
Saúde mental; Terapia pela arte; Enfermagem psiquiátrica; Promoção da saúde; Pesquisa qualitativa

ABSTRACT

Objective:

to know the perception of women with psychological distress about participation in a therapeutic workshop.

Method:

Qualitative, descriptive study based on the narrative approach. Data was collected from April to June 2019, through open and individual interviews with six women, over 45 years old, in psychological distress, who participated in therapeutic workshop that uses embroidery as an inducer of dialogue, in Mato Grosso do Sul, Brazil. Data was analyzed by Thematic Content Analysis.

Results:

The workshop enabled the participants to experience changes in their lives through the exchange of affections and mental health promotion. It is also a space for rebuilding and strengthening bonds, expressing feelings, developing communication and managing daily difficulties.

Conclusion:

The therapeutic workshop can provide new ways for nurses to implement assistance in the context of mental health, favoring dialogue, care and production for health.

DESCRIPTORS:
Mental health; Art therapy; Psychiatric nursing; Health promotion; Qualitative research

RESUMEN

Objetivo:

conocer la percepción de las mujeres en sufrimiento psíquico sobre la participación en un taller terapéutico.

Metodología:

estudio cualitativo y descriptivo, basado en el enfoque narrativo. La recolección de datos ocurrió entre abril y junio de 2019, mediante entrevista abierta e individual, con seis mujeres, mayores de 45 años, en sufrimiento psíquico, participantes de un taller terapéutico que utiliza el bordado como inductor de diálogo, en Mato Grosso do Sul, Brasil. Los datos se analizaron por el Análisis de Contenido Temático.

Resultados:

el taller permitió a las participantes experimentar transformaciones en sus vidas mediante el intercambio de afectos y la promoción de la salud mental. También fue un espacio para reconstruir y reforzar los vínculos, expresar los sentimientos, desarrollar la comunicación y gestionar las dificultades cotidianas.

Conclusión:

el taller terapéutico puede ofrecer nuevas oportunidades para que los enfermeros implementen la atención en el contexto de la salud mental, favoreciendo el diálogo, el cuidado y la producción para la salud.

DESCRIPTORES:
Salud mental; Terapia con arte; Enfermería psiquiátrica; Promoción de la salud; Investigación cualitativa

INTRODUÇÃO

O movimento de Reforma Psiquiátrica brasileira direcionou transformações no âmbito da assistência em saúde mental, com ênfase em práticas de reinserção social, para desenvolver a autonomia e a criação de vínculos entre profissionais e usuários dos serviços de saúde mental. Nessa perspectiva, refletir sobre as práticas terapêuticas nos diferentes dispositivos de atenção psicossocial torna-se necessário para promover o acolhimento e atender às demandas dos usuários11 Levy VL dos S. A terapêutica de um “CAPS AD” em um coletivo de fotografia. Fractal, Rev. Psicol. [Internet]. 2018 [acesso em 06 jun 2021]; 30(3). Disponível em: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i3/5518.
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Assim, ações ancoradas no movimento de Reforma Psiquiátrica trazem contribuições para a inclusão dos sujeitos e discutem o estigma vivenciado por pessoas em sofrimento psíquico e adoecimento mental. Em especial, pelo fato dessa experiência ocasionar exclusão social para aqueles que o vivenciam22 Bittencourt IG de S, Francisco DJ. Habilitação psicossocial de pessoas em sofrimento psíquico: um trabalho com produção de blog. Estud. psicol. [Internet] 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 22(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.22491/1678-4669.20170007.
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Dentre os recursos assistenciais desenvolvidos nos serviços de saúde mental, as oficinas terapêuticas se destacam como uma abordagem que fortalece o acolhimento, a convivência e o diálogo. Elas são compreendidas como espaços que promovem produção, desenvolvimento de relações sociais e fortalecimento de vínculos entre pessoas que têm em comum a experiência do sofrimento psíquico, e podem ser consideradas terapêuticas quando viabilizam um espaço de expressão e acolhimento dos participantes. Ademais, elas possuem características do trabalho coletivo, promovem o convívio, as trocas de experiências e afetos, a singularidade do indivíduo e o seu potencial criativo33 Ibiapina AR de S, Monteiro CF de S, Alencar D de C, Fernandes MA, Costa Filho AAI. Oficinas terapêuticas e as mudanças sociais em pacientes com transtornos mentais. Esc. Anna Nery. [Internet] 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 21(3): e20160375. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0375.
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4 Marques DA, Alves M da S, Carbogim F da C, Vargas D de, Paula GL de, Almeida CPB de. Percepção da equipe multiprofissional sobre oficina terapêutica de música desenvolvida pelo enfermeiro. Rev. Bras. Enferm. [Internet]. 2020 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 73(1): e20170853. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-0853.
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-55 Picasso R, Silva EA, Arantes DJ. Oficina Terapêutica, psicologia e arte: experiência de estágio no Centro de Atenção Psicossocial. Rev. NUFEN. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 12(3). Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-25912020000300007.
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Os instrumentos artísticos têm sido recursos comumente utilizados nas oficinas terapêuticas, devido ao seu potencial para o desenvolvimento de habilidades motoras, visuais e espaciais, o estímulo à criatividade e comunicação humana, a expressão de sentimentos e pensamentos, o relaxamento, lazer e recreação, e para a promoção da autoestima. Destarte, atividades como pintura, desenho, argila, dança, teatro, dramatização, filmes, fotografia, poesia, literatura e música se configuram como recursos terapêuticos que permitem a produção de subjetividade, a construção de projetos de vida e a reconstrução da cidadania de usuários dos serviços de saúde mental66 Noronha AA, Folle D, Guimarães AN, Brum MLB, Schneider JF, Motta M da GC da. Percepções de familiares de adolescentes sobre oficinas terapêuticas em um Centro de Atenção Psicossocial infantil. Rev. Gaúcha Enferm. [Internet]. 2016 [acesso em 06 jun 2021]; 37(4): e56061. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-1447.2016.04.56061.
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Do mesmo modo, trabalhos manuais como o bordado podem ser utilizados de forma terapêutica por transcender a funcionalidade e trazer melhorias para o cotidiano do sujeito. Ou seja, o processo da construção do bordado, com finalidade terapêutica, por exemplo, resulta de escolhas, observação, dedicação, construção e persistência. Nesse sentido, o produto não é somente o desenho bordado, mas o resultado da produção ativa do indivíduo em todo o processo. Vale salientar que o indivíduo deixa de ser um objeto de intervenção e assume um lugar de sujeito e agente do seu próprio tratamento77 Fonseca EL da. O bordado como representação simbólica no atendimento arteterapêutico. Arte revista [Internet]. 2015 [acesso em: 25 out 2021]; 5: 43-56. Disponível em: https://docplayer.com.br/34593450-O-bordado-como-representacao-simbolica-no-atendimento-arteterapeutico-resumo-abstract.html.
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-88 Silva MR da, Santos NPV, Santos RA, Cunha GR, Torres LM. A percepção do idoso institucionalizado sobre os benefícios das oficinas terapêuticas. Rev. Bras. Promoç. Saúde. [Internet]. 2016 [acesso em 06 jun 2021]; 29(Supl). Disponível em: https://doi.org/10.5020/18061230.2016.sup.p76.
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Com o aumento da prevalência de sofrimento psíquico e adoecimento mental, em especial na população feminina, estudos têm investigado a interseção entre saúde mental e saúde da mulher. Como resultados, alguns fatores associados a esse fenômeno têm sido evidenciados, por exemplo, baixa renda e escolaridade, histórico de violência, ausência de redes de apoio, bem como diferentes sentimentos como de impotência e baixa autoestima99 Trigueiro TH, Silva MH da, Merighi MAB, Oliveira DM de, Jesus MCP de. O sofrimento psíquico no cotidiano de mulheres que vivenciaram a violência sexual: estudo fenomenológico. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 21(3): e20160282. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0282.
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10 Alves KVG, Aragão EIS, Almeida APF de, Souza AC de, Saggese BL, Andrade BG de, et al. Grupos de artesanato na atenção primária como apoio em saúde mental de mulheres: estudo de implementação. Estud. psicol. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 25(1). Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-294X2020000100010.
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-1111 Bragé ÉG, Ribeiro L da S, Rocha DG da, Ramos DB, Vrech LR, Lacchini AJB. Perfil de internações psiquiátricas femininas: uma análise crítica. J. bras. psiquiatr. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 69(3). Disponível em: https://doi.org/10.1590/0047-2085000000275.
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No Brasil, país com desigualdades de gênero bem delimitadas, identifica-se, também, que mulheres utilizam mais os serviços de saúde mental e são mais vulneráveis às sintomatologias ansiosas e depressivas. Nesse cenário, ressalta-se a importância do desenvolvimento de ações, como as oficinas terapêuticas, de modo a conferir apoio psicossocial para as mulheres no enfrentamento de experiências de vida99 Trigueiro TH, Silva MH da, Merighi MAB, Oliveira DM de, Jesus MCP de. O sofrimento psíquico no cotidiano de mulheres que vivenciaram a violência sexual: estudo fenomenológico. Esc. Anna Nery. [Internet]. 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 21(3): e20160282. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2016-0282.
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10 Alves KVG, Aragão EIS, Almeida APF de, Souza AC de, Saggese BL, Andrade BG de, et al. Grupos de artesanato na atenção primária como apoio em saúde mental de mulheres: estudo de implementação. Estud. psicol. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 25(1). Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-294X2020000100010.
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-1111 Bragé ÉG, Ribeiro L da S, Rocha DG da, Ramos DB, Vrech LR, Lacchini AJB. Perfil de internações psiquiátricas femininas: uma análise crítica. J. bras. psiquiatr. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 69(3). Disponível em: https://doi.org/10.1590/0047-2085000000275.
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Com base no exposto, o presente estudo objetivou conhecer a percepção de mulheres em sofrimento psíquico sobre a participação em uma oficina terapêutica.

MÉTODO

Estudo descritivo, de natureza qualitativa, baseado no referencial metodológico da Narrativa1212 Oliveira CB de, Silva-Foresberg MC. O uso da narrativa nas pesquisas em formação docente em educação em ciências e matemática. Ens. Pesqui. Educ. Ciênc. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]. 22. Disponível em: https://doi.org/10.1590/21172020210102.
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O estudo foi realizado com mulheres participantes da “Oficina Terapêutica Bordando a Vida”. Essa oficina é produto de um projeto de extensão universitária, iniciado no ano de 2017, com o objetivo de fortalecer os relacionamentos e o afeto por meio de trabalhos manuais, principalmente o bordado, bem como promover orientações sobre questões relativas ao autocuidado, climatério, menopausa, sexualidade, família, relacionamentos e trabalho.

No período de realização do estudo, os encontros da oficina ocorriam de maneira semanal, às sextas-feiras, com duração média de duas horas e 30 minutos. Ela continha 17 participantes ativas, com uma média de 12 mulheres em cada encontro. As participantes tinham idade acima de 45 anos, apresentavam sofrimento psíquico (com ou sem diagnóstico médico de transtornos mentais), e foram encaminhadas pelo Centro de Atenção Psicossociais (CAPS) ou acessaram por livre demanda a oficina na clínica.

Foram incluídas no presente estudo mulheres que participaram da oficina no período mínimo de seis meses. Por sua vez, foram excluídas mulheres que, no momento da coleta de dados, não apresentavam capacidade cognitiva ou emocional para participar da entrevista. Essa capacidade foi avaliada por uma enfermeira especialista em psiquiatria, pertencente à equipe do projeto, por meio da realização do exame do estado mental.

A coleta de dados ocorreu de abril a junho de 2019, em um consultório privativo na clínica escola, após o término das oficinas ou em outro horário agendado com a participante, que não interferisse em sua participação na atividade terapêutica.

A coleta foi realizada por meio de entrevista individual única, guiada por um roteiro semiestruturado, formado por questões fechadas referentes aos dados sociodemográficos e por questões abertas, sendo uma questão norteadora “Como a oficina terapêutica contribuiu no seu relacionamento social?”, e três questões de apoio “Como era seu relacionamento com amigos, parentes, família (...) antes do início da sua participação na oficina, e como é hoje?”, “Como era a sua vida antes de participar da oficina e como é agora?”, “Você percebe diferenças entre antes e depois de participar da oficina?”. Foi utilizado também um diário de campo contendo informações e observações importantes no momento da entrevista.

As entrevistas foram realizadas por duas pesquisadoras treinadas, gravadas em mídia digital com a autorização da participante, com duração de aproximadamente 20 a 30 minutos. Após isso, elas foram transcritas na íntegra e, para preservar o anonimato, cada participante recebeu um código de identificação, com a letra “E”, seguido do número da sequência que a entrevista foi realizada, por exemplo, E1.

Todas as entrevistas foram lidas na íntegra e analisadas baseada no referencial da análise de conteúdo, modalidade temática1313 Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: LDA; 2011., por meio da identificação e extração de códigos e núcleos temático, os quais foram agrupados em subcategorias e, posteriormente, categorias.

Do processo de análise emergiram os seguintes núcleos de sentido: mudança de comportamento, emoções e sentimentos; melhora de vínculo familiar; melhora na comunicação com outras pessoas; disposição de trazer outras pessoas para a oficina; retomada de atividades como o estudo; compartilhamento de experiências, sentimento e afeto; autoconhecimento; sensação de bem-estar; promoção de afeto, carinho, união e amizade. Os núcleos foram agrupados de acordo com as semelhanças, e deram origem a duas categorias: A oficina terapêutica como espaço de afeto e transformação na vida das mulheres, e A oficina terapêutica como refúgio e espaço de valorização de aspectos saudáveis das participantes.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, parecer nº 3.178.547/2019.

RESULTADOS

Participaram do estudo seis mulheres integrantes da oficina terapêutica que tinham entre 54 e 69 anos. Apenas uma tinha o ensino médio completo e, as demais, o fundamental incompleto. Todas as participantes eram aposentadas, quatro referiram receber dois salários-mínimos e duas um. Em relação à moradia, três residiam próximo ao local onde era realizada a oficina, quatro moravam em casa própria e uma com os filhos. Todas participavam da oficina há pelo menos um ano, sendo que cinco frequentavam há mais de dois anos.

Quanto às relações sociais referidas como rede de apoio, todas as participantes citaram a igreja, cinco incluíram a oficina terapêutica e o CAPS, e três indicaram a família.

A partir da análise dos relatos, foi possível conhecer a percepção dessas mulheres quanto à participação na oficina terapêutica e suas relações sociais, apresentadas em duas categorias: A oficina terapêutica como espaço de afeto e transformação na vida das mulheres, e A oficina terapêutica como refúgio e espaço de valorização de aspectos saudáveis das participantes.

A oficina terapêutica como espaço de afeto e transformação na vida das mulheres

A primeira categoria apresenta as percepções das participantes do estudo sobre as potencialidades da oficina terapêutica como espaço propulsor de transformações, crescimento pessoal, amadurecimento nas relações interpessoais e retomada de projetos de vida. As relações estabelecidas entre as mulheres nesse espaço permitiram a expressão e a elaboração de experiências individuais, por vezes retirando-as da solidão e do isolamento. Também oportunizaram o acolhimento, o apoio mútuo, a criação de vínculos e a troca de afetos.

De acordo com as participantes, a vivência na oficina terapêutica proporcionou mudanças nos padrões de comunicação, contribuiu para a criação e o fortalecimento de vínculos sociais e afetivos, e trouxe maior prazer na interação com outras pessoas.

Antes da participação aqui, era mais difícil eu ter uma amizade assim, confiante. E depois que eu comecei a participar aqui, eu comecei a confiar mais nas pessoas. (E1)

As narrativas das participantes denotaram, ainda, que as mudanças vivenciadas na comunicação, nas relações e nos sentimentos ultrapassaram os muros do serviço de saúde, envolvendo, por exemplo, as famílias.

Agora eu me sinto bem. Se eu pudesse não sairia de lá, faria companhia para ela (familiar), a gente conversa. O que não conversávamos antes, agora conversamos até demais. (E5)

Algumas participantes destacaram que a vivência na oficina impulsionou alterações no desempenho das atividades diárias e a redescoberta de objetivos de vida, implicando em novos desafios e perspectivas.

Era (mais inativa), hoje não. Eu não paro em casa, eu tenho aqui, faço hidroginástica três vezes na semana, vou um dia da semana para o CAPS. Agora tenho colégio toda tarde, de segunda a sexta. (E4)

Em síntese, a experiência de participar da oficina terapêutica representava mais que o fazer um trabalho manual; significava um espaço de troca de afetos, de oportunidade de cada mulher vivenciar mudanças e de assumir papéis de maior protagonismo em suas vidas.

A oficina terapêutica como refúgio e espaço de valorização de aspectos saudáveis das participantes

Nessa categoria, a oficina terapêutica emergiu como um refúgio no qual era possível criar. Devido à inserção nesse cenário, que não tinha como foco o sofrimento e/ou adoecimento, as participantes tinham seus aspectos saudáveis valorizados e podiam direcionar o olhar para si, desenvolvendo práticas de autocuidado.

As narrativas apontaram para o entendimento de que a oficina terapêutica representava um espaço de exercício da criatividade, elaboração e partilha de experiências individuais, expressão de sentimentos e pensamentos. Foram comuns as alusões aos encontros como momentos de acolhida, diálogo, escuta, identificação e apoio entre as participantes. As mulheres ressaltaram, também, a oficina como um ambiente livre de julgamentos.

Aqui a gente foca no diálogo, compreensivo. Nos entendemos na conversa. A gente pode desabafar, a gente pode chorar, nós podemos desabafar. Às vezes, eu chego ruim, mas só de ver aquela assim, uma palavra, a gente começa a rir. Ver uma colega que está ruim e a gente entende. Então, isso faz de mim ainda mais não desistir, de continuar, faz vontade de vir. Mesmo que a gente vai lá no CAPS, não vê essa liberdade de conversar igual aqui. (E2)

Trechos como o da participante E1 denotaram a relevância do trabalho manual como um instrumento indutor para a expressão da subjetividade que, consequentemente, promovia o alívio de tensões e angústias, favorecendo o enfrentamento de dificuldades cotidianas.

Bordando a gente vai se soltando, vai falando dos problemas. Às vezes, a gente entra aqui dentro com problema e não tem coragem de chegar e falar. Então, bordando, nos pontinhos, a cada pontinho que a gente está a gente vai soltando. Quando vê, a gente já falou do problema e a gente não ficou atingida. (E1)

As narrativas sugeriram que os encontros eram permeados por confiança, troca de afetos e sensação de bem-estar, prazer e paz. Essas percepções das participantes quanto à vivência na oficina pareciam facilitar a comunicação e a partilha de experiências individuais. A oficina representava, ainda, um espaço de refúgio, no qual era possível afastar-se da rotina diária e da dor cotidiana, ocupando-se com atividades produtivas, conforme o trecho a seguir.

Na hora que nós estamos fazendo o bordado, já que eu amo fazer bordado, eu esqueço naquele momento a dor que eu estou sentindo! Mas, quando eu saio daqui, é como se aquele mal me acompanha de novo, a solidão continua. Mas aquele momento que eu estou aqui ele é muito prazeroso, eu acho. Mesmo que, às vezes, eu não estou a fim de falar, de sorrir, mas é prazeroso. Eu me fecho na atividade e faço. Eu acho assim ‘ah estou fazendo essa flor aqui e vou ver ela no final e vai ficar linda’. (E3)

Percebe-se que a oficina terapêutica pode constituir uma estratégia de promoção da saúde das participantes, tendo em vista sua contribuição na expressão, na comunicação e nas trocas entre elas. A participação na oficina não representava a solução para todas as demandas dessas mulheres, mas possibilitava a vivência em um espaço acolhedor, de apoio e, aparentemente, livre de julgamentos.

DISCUSSÃO

Os achados do presente estudo sugerem que a oficina terapêutica representava um espaço fértil para transformações na vida das participantes, com possibilidade de crescimento individual. A partir das narrativas das mulheres, pode-se inferir que a vivência na oficina terapêutica contribuiu, por exemplo, para mudanças emocionais e comportamentais. Nos relatos, foram comuns as percepções de si, antes da participação na oficina, como pessoas irritadas, nervosas, impacientes, agitadas e chorosas, assim como a percepção de uma maior sensação de bem-estar, calma e paciência com a vivência nos encontros.

Essa afirmação reflete o potencial da abordagem grupal em instrumentalizar seus integrantes para o enfrentamento de processos vitais e oportunizar o amadurecimento de relações interpessoais, a elaboração de experiências individuais e a descoberta de novos objetivos na vida, conferindo maior protagonismo aos indivíduos e retirando-os do isolamento social, comum em processos de sofrimento psíquico1414 Kantorski LP, Antonacci MH, Andrade APM de, Cardano M, Minelli M. Grupos de ouvidores de vozes: estratégias e enfrentamentos. Saúde debate. [Internet]. 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 41(115). Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104201711512.
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Ademais, mediante a utilização do trabalho manual e da expressão artística, oficinas terapêuticas podem proporcionar resultados positivos como socialização, interação, reconstrução e reinserção social. Além disso, aspectos como as trocas afetivas e de experiências, o fortalecimento do diálogo e a formação de vínculos evidenciam a relevância dessas oficinas com atividades artísticas no contexto do cuidado em saúde mental1515 Souza YG de, Medeiros SM de. Oficinas terapêuticas ressignificando o cuidado em enfermagem nos Centros de Atenção Psicossocial. Enferm. Rev. [Internet]. 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 20(1): 23-30. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/enfermagemrevista/article/view/15412.
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No decorrer da participação na oficina terapêutica, referiu-se o aumento da proximidade entre as participantes e o fortalecimento da interação. Tal contribuição pode ocorrer quando integrantes do grupo se sentem à vontade para compartilhar suas experiências, e a oficina passa a se constituir como espaço de escuta que promove convivência, acolhida, expressão, diálogo e trocas afetivas. A ênfase na participação ativa, num processo de reconstrução de si enquanto sujeito e no desenvolvimento de uma integração coletiva, oportuniza maior autonomia, compreensão de experiências pessoais e criação de vínculos1616 Silva P dos S da, Paiva AMN de, Gramajo CS, Maciazeki-Gomes R de C. Oficinas terapêuticas como estratégia de cuidado: um relato de experiência em psicologia social. J. nurs. health. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 10:e2010429. Disponível em: https://doi.org/10.15210/jonah.v10i1.16833.
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Cabe salientar que um espaço de escuta não é aquele em que apenas se ouve o que a pessoa diz, mas, sobretudo, aquele que acolhe seus sentimentos e angústias, de modo a contribuir para a elaboração de suas dificuldades e sofrimento. Por meio desse processo de dialógico, o vínculo emerge, manifestado na formação de laços afetivos entre profissionais de saúde e usuários/familiares, na criação do acolhimento e na clareza de comunicação entre esses atores1616 Silva P dos S da, Paiva AMN de, Gramajo CS, Maciazeki-Gomes R de C. Oficinas terapêuticas como estratégia de cuidado: um relato de experiência em psicologia social. J. nurs. health. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 10:e2010429. Disponível em: https://doi.org/10.15210/jonah.v10i1.16833.
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-1717 Buriola AA, Silva AST da, Ribeiro JE de F, Possa J, Silingovschi GL, Gregolin MAZA, et al. A percepção dos familiares sobre a unidade de internação psiquiátrica em um hospital geral. Cienc. Cuid. Saúde. [Internet]. 2021 [acesso em 06 jun 2021]; 20: e53197. Disponível em: https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v20i0.53197.
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No contexto das oficinas terapêuticas, o processo de escuta é primordial para a condução das atividades propostas e para a criação de um espaço de descontração, no qual os integrantes se sintam à vontade para se expressar, verbalmente ou não, sobre quaisquer assuntos. Com isso, distanciam-se do foco central no adoecimento e direcionam o olhar para si, e para o desenvolvimento de práticas de autocuidado1616 Silva P dos S da, Paiva AMN de, Gramajo CS, Maciazeki-Gomes R de C. Oficinas terapêuticas como estratégia de cuidado: um relato de experiência em psicologia social. J. nurs. health. [Internet]. 2020 [acesso em 06 jun 2021]; 10:e2010429. Disponível em: https://doi.org/10.15210/jonah.v10i1.16833.
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,1818 Pereira OP, Palma ACR. Sentidos das oficinas terapêuticas ocupacionais do CAPS no cotidiano dos usuários: uma descrição fenomenológica. Rev. abordagem Gestalt. [Internet]. 2018 [acesso em 06 jun 2021]; 24(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.18065/RAG.2018v24n1.2.
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. Nesse sentido, reitera-se a necessidade de oportunizar espaços para a construção do diálogo e fortalecimento do vínculo junto às pessoas com sofrimento psíquico, nos diferentes pontos da rede de atenção à saúde, com vistas a favorecer o planejamento e a implementação de ações de estímulo ao cuidado, que deve ser permanente.

Outro achado importante do estudo é que a vivência na oficina terapêutica favoreceu o apoio mútuo, as trocas afetivas e o acolhimento de pessoas em sofrimento. Os grupos fortalecem a capacidade do ser humano em conviver melhor com o sofrimento e compartilhar vivências, informações e estratégias de enfrentamento. Esses ambientes conferem legitimação às experiências por meio da partilha em um espaço coletivo e seguro, no qual é possível se desenvolver enquanto agente transformador da própria vida, e na vida de outros integrantes do grupo1414 Kantorski LP, Antonacci MH, Andrade APM de, Cardano M, Minelli M. Grupos de ouvidores de vozes: estratégias e enfrentamentos. Saúde debate. [Internet]. 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 41(115). Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104201711512.
https://doi.org/10.1590/0103-11042017115...
.

Os resultados indicaram, ainda, que as oficinas se revelaram como um refúgio e lugar seguro, onde era possível as participantes se ocuparem com atividades e interagirem sem se submeterem a um olhar de discriminação. Nesses ambientes, os participantes distanciam-se provisoriamente de pensamentos causadores de dor, tristeza ou sofrimento, retomando-os com significados diferentes, potencializados pelo exercício da criatividade1818 Pereira OP, Palma ACR. Sentidos das oficinas terapêuticas ocupacionais do CAPS no cotidiano dos usuários: uma descrição fenomenológica. Rev. abordagem Gestalt. [Internet]. 2018 [acesso em 06 jun 2021]; 24(1). Disponível em: http://dx.doi.org/10.18065/RAG.2018v24n1.2.
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.

Outro fator importante a ser considerado, no que tange às oficinas terapêuticas e a produção de saúde mental, é o movimento em direção à construção de subjetividade e autonomia do sujeito que elas promovem1919 Farias ID de, Thofehrn MB, Andrade APM de, Carvalho LA, Fernandes HN, Porto AR. Oficina terapêutica como expressão da subjetividade. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. [Internet]. 2016 [acesso em 06 jun 2021]; 12(3). Disponível em: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v12i3p147-153.
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. Isso porque as atividades terapêuticas propostas nesses espaços envolvem a expressão artística e estimulam a motricidade, cognição, autoestima e interação em grupo, o que proporciona uma melhor qualidade de vida e utilização de espaços coletivos na sociedade. Além disso, elas estimulam o ato criativo, a produtividade e a demonstração de capacidades, compreendidos como aspectos saudáveis do sujeito.

Ademais, as reações e os sentimentos compartilhados nas oficinas ultrapassam os muros das instituições de saúde, envolvendo as famílias, os espaços públicos, a cidade e o mundo. Desse modo, as oficinas viabilizam o processo de desinstitucionalização e reinserção psicossocial da pessoa em sofrimento, além de permitir a construção de vínculos sociais1414 Kantorski LP, Antonacci MH, Andrade APM de, Cardano M, Minelli M. Grupos de ouvidores de vozes: estratégias e enfrentamentos. Saúde debate. [Internet]. 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 41(115). Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104201711512.
https://doi.org/10.1590/0103-11042017115...
,1919 Farias ID de, Thofehrn MB, Andrade APM de, Carvalho LA, Fernandes HN, Porto AR. Oficina terapêutica como expressão da subjetividade. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. [Internet]. 2016 [acesso em 06 jun 2021]; 12(3). Disponível em: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v12i3p147-153.
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-2020 Dias JD da S. Oficinas terapêuticas como estratégia para reinserção psicossocial e produção de vínculo. Pretextos - Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas [Internet]. 2018 [acesso em 06 jun 2021]; 3(5):129-145. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/15933.
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.

Por fim, as oficinas terapêuticas se apresentam como aliadas da prática do enfermeiro, já que proporcionam uma prática baseada em evidência inserida nos serviços de saúde mental, e tornam o cuidado mais humano e efetivo. O cuidar em Enfermagem em saúde mental destaca-se pela necessidade de criação e fortalecimento de vínculos entre usuários do serviço de saúde mental e profissionais, acolhida ao sofrimento humano, construção de práticas criativas e solidárias, desenvolvimento artístico e promoção da educação em saúde1515 Souza YG de, Medeiros SM de. Oficinas terapêuticas ressignificando o cuidado em enfermagem nos Centros de Atenção Psicossocial. Enferm. Rev. [Internet]. 2017 [acesso em 06 jun 2021]; 20(1): 23-30. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/enfermagemrevista/article/view/15412.
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Apesar dos achados importantes, o estudo apresenta limitações que precisam ser mencionadas, por exemplo, o número restrito de participantes, característico do método escolhido, e a realização de apenas uma entrevista individual. Tais limitações não permitem generalizações dos achados.

Estudos futuros que abordem a temática podem incluir a realização de entrevistas prévias e posteriores à aplicação da oficina terapêutica. Outras sugestões envolvem o desenvolvimento de oficinas terapêuticas em outros dispositivos, como Unidades Básicas de Saúde e Centros de Atenção Psicossocial.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A vivência na oficina terapêutica por meio do bordado representava um refúgio para as participantes, trazendo a possibilidade de experienciar transformações na sua vida, trocar afetos e ter aspectos saudáveis valorizados. As narrativas das mulheres indicaram esse espaço como importante na reconstrução e fortalecimento de vínculos de amizade, expressão de sentimentos, desenvolvimento da comunicação e manejo das dificuldades diárias.

Considerando-se o potencial terapêutico, o baixo custo e a possibilidade de desenvolvimento em diversos cenários, ressalta-se a importância das oficinas terapêuticas na implementação da assistência do Enfermeiro no contexto da saúde mental, de modo a promover vínculos, diálogo, acolhimento e autonomia de pessoas em sofrimento psíquico.

AGRADECIMENTOS

O presente estudo foi realizado com apoio da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS/MEC - Brasil, e com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

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Editado por

Editora associada:

Luciana de Alcântara Nogueira

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Jun 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    19 Jul 2021
  • Aceito
    19 Nov 2021
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