Acessibilidade / Reportar erro

REPERCUSSÕES DA PANDEMIA DA COVID-19 NA ATENÇÃO À MULHER NO TRABALHO DE PARTO E PARTO: ESTUDO TRANSVERSAL

RESUMO

Objetivo:

avaliar o processo de trabalho dos profissionais de saúde na atenção primária no enfrentamento à Covid-19.

Método:

estudo qualitativo, que utilizou como base conceitual o processo de trabalho em saúde, e, como referencial metodológico, a pesquisa avaliativa. A coleta foi realizada com 23 profissionais de saúde, entre julho e setembro de 2021, nas unidades básicas de saúde em um município no noroeste do Paraná-Brasil. Para a análise organizaram-se os dados por meio do software MAXQDA, e cada segmento de dado foi organizado conforme os significados.

Resultados:

emergiram duas categorias, a saber: Dificuldades enfrentadas na reorganização da ambiência, atividades programáticas e dimensionamento dos profissionais da atenção primária à saúde; e Organização do fluxo de atendimento ao usuário com Covid-19 na atenção primária à saúde.

Conclusão:

este estudo reforça a indispensabilidade da avaliação do processo de trabalho para melhoria da assistência em saúde, principalmente em condições de emergência de saúde pública.

DESCRITORES:
Coronavírus; Atenção Primária à Saúde; Gestão em Saúde; Enfermagem; Pessoal de Saúde

ABSTRACT

Objective:

to analyze the health care provided to women in peripartum and parturition during the pandemic period of COVID-19.

Method:

analytical and cross-sectional study, conducted with 404 puerperal women from three maternity hospitals in Paraná - Brazil, between the months of September-December/2021. Data were analyzed by chi-square test (p<0.05) to verify the association.

Results:

care was taken to prevent COVID-19 in peripartum and parturition (physical distance 89.4%, use of mask 96.8%, respiratory etiquette 74.3%, hand hygiene 97.8%), presence of a companion (97.2%), respect for the choice of parturition route (71%) and skin-to-skin contact (70.2%). A high rate of early hospitalization (dilation between 0-3 cm), low offer of non-pharmacological methods for pain relief and low incentive to breastfeeding were observed.

Conclusion:

the study contributes to improve health actions about the natural physiology of parturition and to strengthen the rights in parturition, even in vulnerable pandemic periods.

DESCRIPTORS:
Coronavirus; Parturition; Pandemics; Nursing Care; Obstetric Nursing

RESUMEN

Objetivo:

analizar la atención a la salud prestada a las mujeres en el preparto y el parto durante el periodo de pandemia de COVID-19.

Método:

estudio analítico y transversal, realizado con 404 puérperas de tres maternidades de Paraná - Brasil, entre los meses de septiembre-diciembre/2021. Los datos fueron analizados por el test chi-cuadrado (p<0,05) para verificar la asociación.

Resultados:

Se mantuvieron los cuidados con la prevención del COVID-19 en el preparto y el parto (distancia física 89,4%, uso de mascarilla 96,8%, protocolo respiratorio 74,3%, higiene de manos 97,8%), presencia de un acompañante (97,2%), respeto a la elección de la vía de parto (71%) y contacto piel con piel (70,2%). Se observó una alta tasa de hospitalización precoz (dilatación entre 0-3cm), una baja oferta de métodos no farmacológicos para el alivio del dolor y un escaso fomento de la lactancia materna.

Conclusión:

el estudio contribuye a mejorar las actuaciones sanitarias sobre la fisiología natural del parto y a reforzar los derechos en el momento del nacimiento, incluso en periodos vulnerables de pandemia.

DESCRIPTORES:
Coronavírus; Parto; Pandemias; Atención de Enfermería; Enfermería Obstétrica

HIGHLIGHTS

  1. Manutenção das medidas de prevenção da COVID-19 no parto.

  2. Hospitalização precoce para o parto em meio à pandemia.

  3. Presença do acompanhante no parto em período de pandemia.

  4. Baixo estímulo ao aleitamento materno na sala de parto.

HIGHLIGHTS

  1. Manutenção das medidas de prevenção da COVID-19 no parto.

  2. Hospitalização precoce para o parto em meio à pandemia.

  3. Presença do acompanhante no parto em período de pandemia.

  4. Baixo estímulo ao aleitamento materno na sala de parto.

INTRODUÇÃO

O Sars-CoV-2 é uma nova cepa do coronavírus que não havia sido identificada em seres humanos antes, causando a doença denominada COVID-19. Com um grande índice de disseminação, é responsável por causar inúmeros sintomas semelhantes a um resfriado comum, inicialmente, no entanto, por apresentar um percurso clínico bastante variável, pode-se encontrar pacientes assintomáticos, mas também inúmeros casos fatais11 World Health Organization (WHO). Coronavirus disease 2019 (COVID-19) Situation Report. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 19]. Available in: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019.
https://www.who.int/emergencies/diseases...
-22 World Health Organization (WHO). Novel coronavirus (2019-nCoV) situation report. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 19]. Available in: https://apps.who.int/iris/handle/10665/330988.
https://apps.who.int/iris/handle/10665/3...
.

Com a pandemia da COVID-19, foram necessárias várias medidas para conter a disseminação do vírus, como o isolamento social, uso de máscara facial e a higienização das mãos. Todavia, algumas dessas medidas, somadas ao medo da contaminação, levaram a vários atendimentos de promoção da saúde e prevenção de agravos a serem postergados33 Oliveira RA de, Lima BKCS de, França ME de S, Martins PD de C. Prevenção de câncer ginecológico em tempos de pandemia. REMS. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 20]; 1(4). Available in: https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/562.
https://editoraime.com.br/revistas/index...
.

Manteve-se essa situação para o cuidado da saúde materno e infantil. As preocupações de gestantes e puérperas durante a pandemia foram desencadeadas pela exposição ao vírus no momento das consultas de pré-natal e puerpério, no processo de parto e na amamentação. Além disso, por considerar o estresse e a preocupação com a COVID-19, muitas mulheres desejaram uma interrupção precoce da gestação por uma cesárea eletiva44 Fakari FR, Simbar M. Coronavirus pandemic and worries during pregnancy; a letter to editor. Arch Acad Emerg Med. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 20]; 8(21). Available in: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32185371/.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32185371...
-55 Arrais AR, Amorim B, Rocha L, Haidar AC. Impacto psicológico da pandemia em gestantes e puérperas brasileiras. Diaphora. [Internet]. 2021 [cited in 2021 July 22]; 10(1):24-30. Available in: https://doi.org/10.29327/217869.10.1-4.
https://doi.org/10.29327/217869.10.1-4...
.

A literatura mostra que foram necessárias ações para reestruturar o atendimento no momento do nascimento, quais sejam: a proibição ou controle do(a) acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto; suspensão da presença de doulas; restrição de visitantes; muitas intervenções obstétricas desnecessárias; critérios para contato pele a pele; pinçamento precoce do cordão umbilical; e cuidados com a amamentação. Se por um lado foram consideradas medidas de segurança para pacientes e profissionais, por outro, proporcionaram uma influência negativa na experiência do parto66 Souto SPA do, Albuquerque RS de, Prata AP. O medo do parto em tempo de pandemia do novo coronavírus. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2020. [cited in 2021 July 22]; 73(Suppl 2). Available in: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0551.
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0...
.

Sendo assim, é necessário reforçar que todas as mulheres tenham o direito de receber atenção qualificada em uma rede de atenção à saúde, garantido o acesso, integralidade e humanização, ou seja, componentes já estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde. Incluindo fluxos de atendimentos específicos às gestantes, principalmente, em tempos de pandemia, para ofertar maior segurança77 Souza KV de, Schneck S, Pena ÉD, Duarte ED, Alves VH. Human rights of women in childbirth in the contexto of the COVID-19 pandemic: what obstetric nursing has to do. Cogitare Enferm. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 22]; 25. Available in: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.73148.
http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.73148...
.

Esse novo contexto de atenção à saúde e as possíveis experiências negativas das parturientes podem causar impactos pelo resto da vida, como medo, ansiedade e insegurança. Levando isso em consideração, o estudo teve como objetivo analisar a atenção à saúde da mulher no pré-parto e parto em período de pandemia da COVID-19.

MÉTODO

Pesquisa analítica e transversal, realizada em três maternidades da nona regional de saúde do estado Paraná − Brasil, localizadas em Foz do Iguaçu, Medianeira e Matelândia.

A maternidade de Foz do Iguaçu, sede da nona regional, é referência para gestação de alto risco e neonatologia para todos os nove municípios que compõem essa regional de saúde e realiza atendimentos pelo sistema público e privado. Desse modo, todas as gestantes de alto risco são encaminhadas para Foz do Iguaçu, que se responsabiliza, também, por atendimentos de risco habitual e intermediário do próprio município e de Santa Terezinha de Itaipu. As maternidades de Medianeira e Matelândia realizam atendimentos pelo sistema público e privado e atendem as gestantes de risco habitual e intermediário de Medianeira, Matelândia, Ramilândia e Serranópolis do Iguaçu.

O período da coleta de dados foi de quatro meses, com início em setembro e término em dezembro de 2021. Foram incluídas 404 puérperas hospitalizadas no alojamento conjunto, independentemente da idade materna e da idade gestacional, com seus recém-nascidos alojados junto a elas, residentes em municípios da nona regional de saúde do Paraná. Os critérios de exclusão foram puérperas com problemas clínicos e ou de saúde mental, registradas no prontuário, que impedisse sua participação na pesquisa. Na presente pesquisa nenhuma puérpera foi excluída.

Para calcular o tamanho amostral, foi considerado o número de partos ocorridos no ano de 2020 nos municípios de interesse do estudo, considerando N tamanho (número de elementos) da população; n tamanho (número de elementos) da amostra; n.º uma primeira aproximação para o tamanho da amostra; E0 erro amostral tolerável, utilizando as seguintes fórmulas:

n 0 = 1 / ( E 0 ) 2. 0,05 = 400 / n = N . n 0 / N + n 0

Considerou-se uma margem de erro de 5% e nível de confiança de 95%. Definiu-se 10% como margem de segurança, tendo em vista que podem ocorrer perdas ao longo da coleta de dados.

A coleta de dados foi iniciada após a apresentação do objetivo da pesquisa e aceite por parte da puérpera. A busca aconteceu com base nos prontuários eletrônicos e do cartão de saúde da gestante, em seguida, por meio de inquérito com as puérperas no alojamento conjunto, realizados no quarto, sem a presença de acompanhantes e profissionais da saúde, visto que foi priorizada a privacidade das participantes. Os inquéritos foram realizados por acadêmicos do quarto e quinto ano do curso de enfermagem de uma universidade pública de ensino, os quais foram treinados previamente para a realização da coleta.

Foi utilizado um instrumento estruturado, elaborado por enfermeiros-docentes, com expertise na área de pesquisas com a saúde materno-infantil. O referido instrumento continha as seguintes variáveis: i) Na admissão: exigência de uso de máscaras - pacientes e profissionais; estratificação de risco gestacional; dilatação cervical; dinâmica uterina; estado das membranas. ii) No pré-parto: ruptura das membranas no parto, utilização de métodos não farmacológicos para alívio de dor, presença de acompanhante, alimentação e medidas preventivas à COVID-19. iii) No parto: opção de parto, tipo de parto; Hora de Ouro - contato pele a pele, contato pele-campo/camisola, clampeamento tardio de cordão, estímulo ao aleitamento materno; medidas de prevenção à COVID-19.

Para analisar os dados, foi realizada a análise descritiva e utilizado o teste de qui-quadrado com nível significância de 5% para verificar a associação entre as variáveis, utilizando-se o programa XLStat2014 ®.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná sob o parecer n.º 4.837.617.

RESULTADOS

As participantes do estudo tinham idade média de 26 anos, da raça/cor branca 182 (45,1%) e parda 183 (45,3%), com sete anos de estudo 151 (37,4%), companheiro fixo 343 (85%), sem ocupação remunerada 200 (49,7%), renda familiar média de R$2.500,00, sendo que, a maioria recebeu o auxílio governamental 279 (69,2%).

As medidas recomendadas para evitar a exposição e a contaminação pela COVID-19 foram instauradas em todos os ambientes das maternidades estudadas. No processo de hospitalização para o trabalho de parto e parto, foi realizada a triagem respiratória ao adentrar a instituição hospitalar, uso de máscaras pelas pacientes e profissionais de saúde, higienização das mãos, distanciamento físico e a etiqueta respiratória.

Na Tabela 1 foi possível observar que todas as variáveis apresentaram evidência estatística para um cuidado dessas mulheres na admissão, no trabalho de parto e no parto (p<0,0001). Embora tenha apresentado evidência estatística para a realização dos cuidados para evitar a contaminação, o distanciamento físico e a etiqueta respiratória foram os cuidados com menor incidência no pré-parto e parto.

Tabela 1
Descrição dos cuidados para evitar a contaminação pela COVID-19 entre mulheres no pré-parto e parto. Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 2022

As condições obstétricas apresentadas pelas mulheres na admissão hospitalar foram descritas na Tabela 2. Foi constatado que 277 (69,6%) das gestantes eram de risco habitual (p<0,0001), sendo importante destacar que 104 (26,1%) foram estratificadas como de alto risco. Houve evidência estatística (p<0,0001) para dilatação cervical entre zero e três cm 121 (47,6%), dinâmica uterina presente 233 (64,5%) e integridade das membranas amnióticas 294 (79,5%).

Tabela 2
Condições obstétricas na admissão para o parto em período de pandemia da COVID-19. Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 2022

A Figura 1 a seguir mostra as medidas não farmacológicas utilizadas para o alívio da dor no trabalho de parto, sendo constatado que aproximadamente 120 (30%) das parturientes receberam alguma intervenção neste processo.

Figura 1
Utilização de medidas não farmacológicas para o alívio da dor no processo de trabalho de parto em período de pandemia da COVID-19. Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 2022

O período da pandemia da COVID-19 não interferiu na oportunidade de ter um acompanhante no nascimento do filho, sendo possível para 348 (97,2%) parturientes (p<0,0001) como mostra a Tabela 3. No que diz respeito aos cuidados durante o parto, a opção de parto da mulher foi respeitada para 282 (71%) e houve o cuidado na sala de parto para evitar um número excessivo de pessoas, 246 (61,5%), ambos com resultados com evidência estatística (p<0,0001).

Com relação à “Hora de Ouro”, para a maioria das mulheres, foi oportunizado o contato pele a pele 276 (70,2%), contudo, o clampeamento tardio do cordão 33 (8,4%) e o estímulo ao aleitamento materno na sala de parto 115 (29,3%) não foram satisfatórios (p<0,0001).

Tabela 3
Atenção ao parto e nascimento em meio a pandemia da COVID-19. Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 2022

DISCUSSÃO

Essa pesquisa mostrou que a atenção ao parto e a prevenção da contaminação pelo coronavírus entre as mulheres no trabalho de parto e parto foram satisfatórias, uma vez que os principais cuidados foram mantidos, tanto em relação à disseminação do coronavírus, quanto na humanização do nascimento do filho, permanecendo o acompanhante durante essa trajetória importante, o respeito à escolha no parto e o contato físico com o bebê após o nascimento.

Entretanto, há de considerar que existiram fatores que podem ser considerados insatisfatórios, visto que a maioria das mulheres internou em uma fase latente do trabalho de parto, e também, houve um número escasso na oferta de medidas não farmacológicas para o alívio da dor e de estímulo ao aleitamento materno na Hora de Ouro.

As medidas de cuidados e prevenção em todas as fases de hospitalização foram estabelecidas, e considerando que um exame laboratorial de RT-PCR demoraria horas para ser concluído, a triagem respiratória consistiu na realização de teste rápido para COVID-19 para efetuar a hospitalização e detectar precocemente casos positivos para o coronavírus e, assim, prosseguir com os devidos cuidados, consequentemente, diminuindo a contaminação e transmissão do vírus.

Em relação aos demais cuidados, é certo que no trabalho de parto, principalmente, no expulsivo, é difícil de a gestante continuar usando máscaras, tendo em vista os esforços expulsivos que dificultam os movimentos respiratórios88 Silva FL, Russo J, Nucci M. Gravidez, parto e puerpério na pandemia: os múltiplos sentidos do risco. Horizontes Antrop. [Internet]. 2021 [cited in 2022 May 16]; 27(59):245-265. Available in: https://doi.org/10.1590/S0104-71832021000100013.
https://doi.org/10.1590/S0104-7183202100...
. No intuito de manter esses cuidados e evitar a circulação excessiva de pessoas, houve a reorganização das rotinas e do fluxo de atendimento, sendo que foi mantido apenas um número necessário de profissionais na sala de parto e as gestantes participantes se sentiram seguras no nascimento do filho.

Estas precauções devem ser tomadas por todos os indivíduos, principalmente, pelos que pertencem a determinado grupo de risco e, embora as gestantes façam parte deste grupo, ainda, sim, em sua maioria, foram internadas precocemente (zero a três cm), ou seja, na fase latente do parto, com as membranas amnióticas ainda íntegras e apenas com dinâmica uterina presente. Considerando esse momento de crise pandêmica e o risco de infecção pelo vírus acentuado em um ambiente hospitalar, compreende-se que foi realizada uma internação precoce, estendendo o período de trabalho de parto, uma vez que a participante ainda não se encontrava em fase ativa, aumentando sua exposição ao vírus e às chances de se contaminar.

Importante apontar que gestantes que tiveram internação precoce possuem mais chances de intervenções desnecessárias, contudo não se pode considerar que esta é uma prática recorrente da maternidade ou que podem ser medidas realizadas equivocadamente devido à instabilidade do período vivido.

A hospitalização precoce é um problema comum entre as instituições de saúde obstétricas. Um estudo99 Terto RL, Silva TPR da, Viana TGF, Sousa AMM, Martins EF, Souza KV de, et al. Associação entre internação precoce de gestantes e uso de intervenções obstétricas e cesarianas: estudo transversal. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2021 [cited in 2022 May 16]; 74(4). Available in: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0397.
https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0...
evidenciou que 73,22% das gestantes foram internadas sem a dilatação adequada, resultando em outros problemas, além da maior exposição ao vírus. Para isso, é importante que as gestantes sejam orientadas sobre as fases do trabalho de parto, práticas que podem ser adotadas em casa e quando procurar a unidade de saúde, sendo este um dos tópicos abordados nas Diretrizes Nacional de Assistência ao parto Normal1010 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, 1º edição. [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [cited in 2022 May 16]. Available in: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
.

A mesma diretriz instituída pelo Ministério da Saúde em 2017 trouxe aspectos para qualificar o atendimento às gestantes em todo o processo de parto, contribuindo para a humanização e diminuindo riscos para a mesma. A diretriz se tornou uma ferramenta para a consulta de profissionais de saúde em suas atividades diárias1010 Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, 1º edição. [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [cited in 2022 May 16]. Available in: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicaco...
.

Somada a isso, dentre os diversos tópicos abordados, há as medidas não farmacológicas para o alívio da dor durante o trabalho de parto e parto, quais sejam: acupuntura, massagens, imersão em água, aromaterapia, musicoterapia, entre outros. Importante salientar que tais métodos devem anteceder os farmacológicos1111 Palharini LA, Figueirôa SF de M. Gênero, história e medicalização do parto: a exposição “Mulheres e práticas de saúde”. História, Ciências, Saúde. [Internet]. 2018 [cited in 2022 May 20]; 25(4):1039-1061. Available in: https://doi.org/10.1590/S0104-59702018000500008.
https://doi.org/10.1590/S0104-5970201800...
. No presente estudo, poucas parturientes receberam alguma intervenção neste processo. Esse resultado pode ter relação com a alta taxa de cesárea, já que as pacientes hospitalizadas para aguardarem o procedimento têm um período de trabalho de parto nulo ou menor, e assim, são ofertadas poucas ou nenhuma intervenção não farmacológica.

Sobre os pontos abordados na diretriz e de acordo com a Lei do Acompanhante, é necessário escolher um companheiro (a) para dar assistência durante o período de parto e pós-parto, mas isso foi tema de discussão entre diversas organizações para diminuir a circulação de pessoas no ambiente durante o período pandêmico88 Silva FL, Russo J, Nucci M. Gravidez, parto e puerpério na pandemia: os múltiplos sentidos do risco. Horizontes Antrop. [Internet]. 2021 [cited in 2022 May 16]; 27(59):245-265. Available in: https://doi.org/10.1590/S0104-71832021000100013.
https://doi.org/10.1590/S0104-7183202100...
. Como mostram os resultados, a instituição de estudo não interferiu na possibilidade de as gestantes terem a presença de um acompanhante durante o trabalho de parto e parto. Porém, foram mantidos os cuidados com a prevenção de disseminação do vírus, como o uso de máscaras e a proibição de troca de acompanhantes.

É frequente que ainda haja pessoas que desconheçam os direitos referentes à atenção ao parto, nesta questão encontra-se o protagonismo da mulher em escolher a sua via de parto, sobretudo para gestantes de risco habitual, maioria evidenciada nesta pesquisa. A escolha do tipo de parto é um direito legítimo reconhecido por lei no estado do Paraná1212 Brasil. Projeto de Lei 768/21. Garante à gestante o direito de optar pela realização de parto por cesariana, no Sistema Único de Saúde - SUS, bem como a utilização de analgesia, mesmo quando escolhido o parto normal, desde que observada a indicação médica para o caso. [Internet]. Câmara dos Deputados;2019 [cited in 2022 May 30]. Available in: https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2273186.
https://www.camara.leg.br/propostas-legi...
. O posicionamento da gestante para a escolha do parto considera o apoio familiar, crença e, principalmente, nível de informação referente aos tipos de partos1313 Santos S dos, Fabbro MRC. La difícil tarea de elegir el parto natural. Cienc. Enferm. [Internet]. 2018 [cited in 2022 May 30]; 24(11). Available in: http://dx.doi.org/10.4067/s0717-95532018000100211.
http://dx.doi.org/10.4067/s0717-95532018...
. Diante do estudo, foi comum que as mulheres entrevistadas obtivessem sua opção de parto respeitada durante a pandemia, seja por via vaginal ou via cirúrgica.

Outro aspecto importante analisado nesse estudo foi referente à Hora de Ouro, a qual diz respeito aos primeiros 60 minutos de vida do recém-nascido. Um termo que envolve a primeira assistência neonatal, composta por intervenções baseadas em evidências para a criança na transição para a vida extrauterina1414 Croop SEW, Thoyre SM, Aliaga S, McCaffrey MJ, Peter-Wohl S. The golden hour: a quality improvement initiative for extremely premature infants in the neonatal intensive care unit. J Perinatol [Internet]. 2020 [cited in 2022 Nov. 19];40:530-9. Available in: https://doi.org/10.1038/s41372-019-0545-0.
https://doi.org/10.1038/s41372-019-0545-...
.

Os componentes da Hora de Ouro incluem o clampeamento tardio do cordão umbilical, prevenção de hipotermia, suporte ao sistema respiratório e cardiovascular, suporte nutricional, estímulo ao aleitamento materno, contato pele a pele, contato pele-campo/camisola, manutenção de registos, entre outros. É considerada uma estratégia para melhorar os resultados de recém-nascidos prematuros e a termo, mostrando redução de várias morbidades neonatais. Além do impacto positivo sobre a sobrevida e morbidade dos recém-nascidos, a Hora de Ouro se refere a um recurso importante para humanizar à assistência no nascimento1515 Hodgson KA, Owen LS, Lui K, Shah V. Neonatal golden hour: a survey of Australian and New Zealand neonatal network units’ early stabilisation practices for very preterm infants. J Paediatr Child Health. [Internet]. 2021 [cited in 2022 June 01]; 57:990-997. Available in: https://doi.org/10.1111/jpc.15360.
https://doi.org/10.1111/jpc.15360...
-1616 Peleg B, Globus O, Granot M, Leibovitch L, Mazkereth R, Eisen I, et al. “Golden Hour” quality improvement intervention and short-term outcome among preterm infants. J Perinatol. [Internet]. 2021 [cited in 2022 June 01]; 39:387-392. Available in: https://doi.org/10.1038/s41372-018-0254-0.
https://doi.org/10.1038/s41372-018-0254-...
.

No contexto da pandemia da COVID-19, algumas instituições se reestruturaram, porém, de forma retrógrada, com intervenções obstétricas desnecessárias; critérios para contato pele a pele; pinçamento precoce do cordão umbilical; e cuidados com a amamentação77 Souza KV de, Schneck S, Pena ÉD, Duarte ED, Alves VH. Human rights of women in childbirth in the contexto of the COVID-19 pandemic: what obstetric nursing has to do. Cogitare Enferm. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 22]; 25. Available in: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.73148.
http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.73148...
. Nesta investigação, para a maioria das mulheres, foi oportunizado o contato pele a pele, um dos principais aspectos humanizadores do parto. Entretanto, outros aspectos deixaram de ser realizados, como o contato pele-campo/camisola; clampeamento tardio do cordão umbilical; e estímulo ao aleitamento materno na primeira hora de vida.

Em um contexto geral, verifica-se o desconhecimento por parte de gestantes e familiares sobre as esferas que envolvem o parto. Torna-se importante que a mulher esteja ciente das medidas de humanização que podem ser praticadas no centro obstétrico, como as medidas não farmacológicas para alívio da dor, bem como a importância das práticas da Hora de Ouro. Um estudo1717 Santos ABB dos, Melo EV de, Dias JM de G, Didou RN da, Araújo RAS de, Santos W de O, et al. Grau de conhecimento das gestantes do serviço público sobre parto humanizado. ABCS Health Sciences. [Internet]. 2019 [cited in 2022 June 03]; 44(3):172-179. Available in: https://doi.org/10.7322/abcshs.v44i3.1393.
https://doi.org/10.7322/abcshs.v44i3.139...
descreveu sobre o desconhecimento das verdadeiras práticas de humanização, destacando que 30,5% de gestantes apenas ouviram falar sobre o tema, e 65,5% não souberam responder adequadamente sobre o tema.

Outro estudo1616 Peleg B, Globus O, Granot M, Leibovitch L, Mazkereth R, Eisen I, et al. “Golden Hour” quality improvement intervention and short-term outcome among preterm infants. J Perinatol. [Internet]. 2021 [cited in 2022 June 01]; 39:387-392. Available in: https://doi.org/10.1038/s41372-018-0254-0.
https://doi.org/10.1038/s41372-018-0254-...
mostrou que a busca de informações sobre os tipos de parto foi baixa, apenas 41% das gestantes. Dentre os medos e preocupações das gestantes, o que mais se destaca é a desinformação sobre os sinais e sintomas do trabalho de parto e o momento mais adequado para procurar a maternidade1818 Estrela FM, Silva KKA da, Cruz MA da, Gomes NP. Gestantes no contexto da pandemia da Covid-19: reflexões e desafios. Physis: Rev Saúde Colet. [Internet]. 2020 [cited in 2022 June 03]; 30(02):1-5. Available in:https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300215.
https://doi.org/10.1590/S0103-7331202030...
. A informação clara e precisa, durante as consultas pré-natais, sobre a fisiologia do corpo, os sinais do parto e até o momento ideal para procurar o hospital, certamente diminuirão a procura pelo hospital desnecessariamente, diminuirão a hospitalização precoce e, certamente, resultarão em menos exposição ao vírus Sars-CoV-2.

Ademais, a qualidade da assistência ao parto em momento pandêmico deve envolver medidas legais para garantir os direitos no processo da parturição, mas, sobretudo, assegurar o comprometimento dos profissionais nas práticas de saúde seguras e humanizadas, por serem agentes transmissores de informação e de cuidado para evitar a contaminação pela COVID-19 e tornar o nascimento do filho uma experiência positiva para as mães e suas famílias.

Os achados desse estudo se limitaram à utilização de variáveis quantitativas, no qual a mulher entrevistada restringe-se em suas respostas, não podendo discuti-las amplamente em profundidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atenção aos cuidados de prevenção ao coronavírus nas maternidades da nona regional do estado do Paraná no momento de parto e nascimento, no que diz respeito à utilização de máscara, etiqueta respiratória, distanciamento físico e higienização das mãos mostraram resultados satisfatórios. Do mesmo modo, os resultados foram positivos no direito de a mulher escolher um acompanhante, no contato pele a pele e na escolha da mulher a via de parto.

No entanto, houve práticas que poderiam comprometer a saúde da mulher nesse processo, como a admissão precoce para hospitalização da gestante, no qual apresentaram pouca dilatação ao buscar a maternidade; baixa oferta de métodos não farmacológicos para alívio da dor e atenção não satisfatória na Hora de Ouro, a qual implica o estímulo ao aleitamento materno, clampeamento tardio do cordão umbilical e contato pele-campo/camisola, nos casos de cesáreas.

A equipe de saúde, assim como gestores e toda a equipe multiprofissional se depararam com diversos desafios para os atendimentos nas maternidades, com a circunstância pandêmica, sendo o pilar na construção de novos fluxos de atendimentos e protocolos que atendessem à necessidade de segurança para os riscos representados pela COVID-19, concomitantemente, preservando a qualidade de atendimento durante todo o ciclo gravídico-puerperal para garantir um cuidado humanizado ao binômio mãe-bebê.

Ainda, reforça-se a importância de ações em saúde que envolvam práticas educativas voltadas ao período de pré-natal nas unidades de atendimento, para que os profissionais prestem orientações às gestantes, no que se refere à fisiologia natural do parto, abordagens sobre o seu corpo e seus direitos, melhores momentos para se direcionar à maternidade de referência e opções de práticas não farmacológicas para alívio da dor que podem ser realizados em domicílio, entre outros.

AGRADECIMENTOS

Fundação Araucária - PPSUS - Chamada Pública 11/2020. CAPES/DS/PROAP 2020 - Estaduais n.º 1369/2020/88881.594251/2020-01

REFERÊNCIAS

  • 1
    World Health Organization (WHO). Coronavirus disease 2019 (COVID-19) Situation Report. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 19]. Available in: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
    » https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019
  • 2
    World Health Organization (WHO). Novel coronavirus (2019-nCoV) situation report. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 19]. Available in: https://apps.who.int/iris/handle/10665/330988
    » https://apps.who.int/iris/handle/10665/330988
  • 3
    Oliveira RA de, Lima BKCS de, França ME de S, Martins PD de C. Prevenção de câncer ginecológico em tempos de pandemia. REMS. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 20]; 1(4). Available in: https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/562
    » https://editoraime.com.br/revistas/index.php/rems/article/view/562
  • 4
    Fakari FR, Simbar M. Coronavirus pandemic and worries during pregnancy; a letter to editor. Arch Acad Emerg Med. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 20]; 8(21). Available in: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32185371/.
    » https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32185371
  • 5
    Arrais AR, Amorim B, Rocha L, Haidar AC. Impacto psicológico da pandemia em gestantes e puérperas brasileiras. Diaphora. [Internet]. 2021 [cited in 2021 July 22]; 10(1):24-30. Available in: https://doi.org/10.29327/217869.10.1-4
    » https://doi.org/10.29327/217869.10.1-4
  • 6
    Souto SPA do, Albuquerque RS de, Prata AP. O medo do parto em tempo de pandemia do novo coronavírus. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2020. [cited in 2021 July 22]; 73(Suppl 2). Available in: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0551
    » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0551
  • 7
    Souza KV de, Schneck S, Pena ÉD, Duarte ED, Alves VH. Human rights of women in childbirth in the contexto of the COVID-19 pandemic: what obstetric nursing has to do. Cogitare Enferm. [Internet]. 2020 [cited in 2021 July 22]; 25. Available in: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.73148
    » http://dx.doi.org/10.5380/ce.v25i0.73148
  • 8
    Silva FL, Russo J, Nucci M. Gravidez, parto e puerpério na pandemia: os múltiplos sentidos do risco. Horizontes Antrop. [Internet]. 2021 [cited in 2022 May 16]; 27(59):245-265. Available in: https://doi.org/10.1590/S0104-71832021000100013
    » https://doi.org/10.1590/S0104-71832021000100013
  • 9
    Terto RL, Silva TPR da, Viana TGF, Sousa AMM, Martins EF, Souza KV de, et al. Associação entre internação precoce de gestantes e uso de intervenções obstétricas e cesarianas: estudo transversal. Rev Bras Enferm. [Internet]. 2021 [cited in 2022 May 16]; 74(4). Available in: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0397
    » https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0397
  • 10
    Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, 1º edição. [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017 [cited in 2022 May 16]. Available in: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf
    » https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_nacionais_assistencia_parto_normal.pdf
  • 11
    Palharini LA, Figueirôa SF de M. Gênero, história e medicalização do parto: a exposição “Mulheres e práticas de saúde”. História, Ciências, Saúde. [Internet]. 2018 [cited in 2022 May 20]; 25(4):1039-1061. Available in: https://doi.org/10.1590/S0104-59702018000500008
    » https://doi.org/10.1590/S0104-59702018000500008
  • 12
    Brasil. Projeto de Lei 768/21. Garante à gestante o direito de optar pela realização de parto por cesariana, no Sistema Único de Saúde - SUS, bem como a utilização de analgesia, mesmo quando escolhido o parto normal, desde que observada a indicação médica para o caso. [Internet]. Câmara dos Deputados;2019 [cited in 2022 May 30]. Available in: https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2273186
    » https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2273186
  • 13
    Santos S dos, Fabbro MRC. La difícil tarea de elegir el parto natural. Cienc. Enferm. [Internet]. 2018 [cited in 2022 May 30]; 24(11). Available in: http://dx.doi.org/10.4067/s0717-95532018000100211
    » http://dx.doi.org/10.4067/s0717-95532018000100211
  • 14
    Croop SEW, Thoyre SM, Aliaga S, McCaffrey MJ, Peter-Wohl S. The golden hour: a quality improvement initiative for extremely premature infants in the neonatal intensive care unit. J Perinatol [Internet]. 2020 [cited in 2022 Nov. 19];40:530-9. Available in: https://doi.org/10.1038/s41372-019-0545-0
    » https://doi.org/10.1038/s41372-019-0545-0
  • 15
    Hodgson KA, Owen LS, Lui K, Shah V. Neonatal golden hour: a survey of Australian and New Zealand neonatal network units’ early stabilisation practices for very preterm infants. J Paediatr Child Health. [Internet]. 2021 [cited in 2022 June 01]; 57:990-997. Available in: https://doi.org/10.1111/jpc.15360
    » https://doi.org/10.1111/jpc.15360
  • 16
    Peleg B, Globus O, Granot M, Leibovitch L, Mazkereth R, Eisen I, et al. “Golden Hour” quality improvement intervention and short-term outcome among preterm infants. J Perinatol. [Internet]. 2021 [cited in 2022 June 01]; 39:387-392. Available in: https://doi.org/10.1038/s41372-018-0254-0
    » https://doi.org/10.1038/s41372-018-0254-0
  • 17
    Santos ABB dos, Melo EV de, Dias JM de G, Didou RN da, Araújo RAS de, Santos W de O, et al. Grau de conhecimento das gestantes do serviço público sobre parto humanizado. ABCS Health Sciences. [Internet]. 2019 [cited in 2022 June 03]; 44(3):172-179. Available in: https://doi.org/10.7322/abcshs.v44i3.1393
    » https://doi.org/10.7322/abcshs.v44i3.1393
  • 18
    Estrela FM, Silva KKA da, Cruz MA da, Gomes NP. Gestantes no contexto da pandemia da Covid-19: reflexões e desafios. Physis: Rev Saúde Colet. [Internet]. 2020 [cited in 2022 June 03]; 30(02):1-5. Available in:https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300215
    » https://doi.org/10.1590/S0103-73312020300215

Editado por

Editora associada:

Dra. Tatiane Trigueiro

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    07 Ago 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    21 Jul 2022
  • Aceito
    10 Abr 2023
Universidade Federal do Paraná Av. Prefeito Lothário Meissner, 632, Cep: 80210-170, Brasil - Paraná / Curitiba, Tel: +55 (41) 3361-3755 - Curitiba - PR - Brazil
E-mail: cogitare@ufpr.br