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Os impactos da Ortodontia na sociedade

EDITORIAL

Os impactos da Ortodontia na sociedade

Quais os impactos da Ortodontia na sociedade? Essa pergunta é frequentemente apontada para especialidades que têm como parte do seu alvo a estética. Nós, ortodontistas, sabemos - até intuitivamente - que o tratamento ortodôntico transgride os limites da beleza, e muitos pacientes compreendem claramente a relevância e a abrangência das correções porque gozam de seus benefícios a cada dia de suas vidas.

Os pacientes fissurados encontram-se entre essas pessoas. E é curioso notar que o Brasil contribuiu muito para o desenvolvimento das técnicas e conceitos utilizados no tratamento dessa patologia, pois um dos maiores e mais respeitados centros do mundo para tratamento de fissurados é o Centrinho de Bauru (HRAC-USP). Lá, na década de 1970, um grupo de pesquisadores foi forçado a expandir os conhecimentos ortodônticos em busca de soluções para as pessoas que os procuravam com graves comprometimentos faciais estéticos e funcionais. Talvez como fruto dessa pressão de seleção, num clássico caso de darwinismo profissional, surgiram vários grandes profissionais. Destaco um deles, até porque é o entrevistado desse número, o Dr. Leopoldino ("Dino") Capelozza Filho. Ele foi forjado em um ambiente que lhe deu "condições inexoráveis para ter espírito crítico e confiança para ignorar dogmas e quebrar conceitos", virtudes que marcaram sua vida profissional clínica e como professor. E foi essa última atuação, como mestre, o seu maior legado. Ele pertence ao pequeno grupo de professores que fizeram a transição da Ortodontia brasileira de uma mera repetidora de conhecimentos para uma posição de liderança mundial. Isso sempre reconhecendo o paciente como "objetivo principal".

Eu me referi à nossa intuição para compreender os benefícios que a Ortodontia traz para a população, que podem ser aferidos com obviedade em pacientes fissurados. Entretanto, a leitura do artigo de Feu e colaboradores, sobre indicadores de qualidade de vida e sua importância na Ortodontia, adensa essa compreensão. Ao descrever e exemplificar vários indicadores de qualidade de vida relacionados à Odontologia, os autores conseguiram concentrar, de forma excelente, o conhecimento sobre os diferentes impactos que nossa especialidade tem sobre a vida das pessoas. E são muitas as que necessitam de tratamento ortodôntico. Para se ter uma ideia disso, basta ler o artigo de Bittencourt e Machado, os quais avaliaram 4.776 crianças brasileiras durante a campanha "Prevenir é melhor que tratar", conduzida, em 18 estados brasileiros, pela Associação Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial.

Por fim, a abrangência da Ortodontia pode ser observada de forma simples e direta no gráfico gerado com as palavras contidas nesse número do jornal (Fig. 1). O tamanho de cada palavra representa a frequência de sua aparição nos artigos. É incrível notar a quantidade de desdobramentos que o Tratamento realizado pela Ortodontia tem nos Pacientes.


Boa leitura.

Jorge Faber

Editor-chefe

faber@dentalpress.com.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    14 Mar 2011
  • Data do Fascículo
    Dez 2010
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