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IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA FAMILIA LAURACEAE Linal.

ECONOMIC IMPORTANCE OF FAMILY LAURACEAE Linal.

RESUMO

O presente trabalho apresenta uma breve revisão sobre a importância econômica da família Lauraceae. Através de levantamentos bibliográficos, obteve-sc dados relativos a 52 espécies, pertencentes a 12 gêneros, que são utilizados na culinária, na fabricação de papel, em marcenaria e construção civil, na indústria química e na medicina popular. Os gêneros Aniba, Nectandra e O colea apresentaram o maior número de espécies de importância econômica.

Palavras-chaves:
Lauraceae; Botânica econômica; medicina popular

ABSTRACT

The present paper presents a brief review about the economic importance of family Lauraccae, which provided informations on 52 species, belonging to 12 genus, that are used in cooking, paper factoring, timber works, constructions, chemical industries and folk medicine. The genus Aniba, Ocotea and Nectandra presented the greatest number of species with economic importance.

Key words:
Lauraccae; Economic botany; Folk medicine

INTRODUÇÃO

A família Lauraceae é considerada uma das famílias mais primitivas pertencentes à divisão Magnoliophyta. Tal fato se deve às suas características morfológicas e anatômicas que as aproxima de outras famílias como Calycanthaceae, Idiospermaceae e Hernandiaceae (CRONQU1ST, 1988CR0NQU1ST, A. The Evolution and classification of flowering plants. 2 nd ed. New York, New York Botanical Garden, 1988.517p.). As Lauraceae apresentam-se amplamente distribuídas através das regiões tropicais e subtropicais do planeta, sendo formadas por 49 gêneros e 2.500 - 3.000 espécies (WERFF & RICHTER, 1996WERFF, H. WANDER & RICHTER, H. G. Toward and improved classification of Lauraceae. Annals of the Missouri Botanical Garden, v. 8, p. 419-432,1996.).

Os primeiros registros relativos a utilização das espécies desta família datam de 2.800 A.C, sendo originários da Grécia antiga. Isso influenciou o nome de muitos gêneros que fazem uma alusão àquela época. Laurus L., por exemplo, vem do celta “ lauer” que significa verde ou ainda “laus” que significa louvor c o gênero Phoebe, tem o seu nome relacionado ao deus Apoio. Outras espécies utilizadas desde a Grécia antiga são as pertencentes ao gênero Cinnamomum Schaeffer, que significa “caneleira” em grego (BARROSO et al., 1978BARROSO, G, M; GUIMARÃES, E. F; ICHASO, C ,L ,F; COSTA, C . G; PEIXOTO, A. L. Sistemática das Angiospermas do Brasil. Vol I. 1a ed. São Paulo, EDUSR 1978.255p.: COE-TEIXEIRA, 1980COE-TEIXEIRA, B. Lauráceas do gênero Ocotea do estado de São Paulo. Rodriguésia, v. 32, n. 52, p. 55-190.1980.).

As Lauraceae destacam-se entre as demais famílias pela sua importância econômica. Algumas espécies têm sido utilizadas pelas indústrias para a fabricação de diversos produtos porem, a maioria das espécies têm seu uso restrito às comunidades tradicionais que detêm o conhecimento empírico da utilização dessas plantas. No presente trabalho, faz-se uma breve revisão das espécies economicamente importantes da família. Foram levantadas 52 espécies (tabela 1) utilizadas na culinária, em marcenaria e construção civil, na fabricação de papel, na indústria dc perfumaria e ainda na indústria química e medicina popular (Fig. 1).

Tabela 1
Relação de espécies mencionadas e os seus respectivos nomes

Espécies utilizadas na culinária e as fornecedoras de madeiras

Figura 1
Correlaçãoentre o número de espécies, em cada género, e o total de espécies mencionadas.

As espécies utilizadas na culinária são muito difundidas, sendo encontradas principalmente em países de clima tropical. Persea americana Mill, é uma espécie arbórea, procedente da America Central, muito estimada pelo alto valor comestível da polpa dos seus frutos. Ate o final da década de 70, os maiores produtores eram os Estados Unidos e a África (RIZZINI & MORS, 1976RIZZINI, C. T & MORS, W. Botânica Econômica Brasileira. laed. São Paulo, EDUSP, 1976. 207 P-). Na região do Mediterrâneo, o fruto conhecido como “abacate” é produzido por outra espécie do mesmo gênero, denominada Persea gratíssima L..

Muito utilizado na culinária, Laurus nobilis L., possui folhas que são usadas como tempero. Apesar de amplamentc utilizada, esta espécie não é plantada cm grande escala, sendo cultivada principalmente em pequenos terrenos. Deve-se destacar ainda a utilização das “canelas” (Cinnamomum zeylanicum Breync c C. cassia (Nees) NEES & EBERT ex Blume), que são espécies arbóreas das quais se extrai a casca. Em geral, a maioria das espécies dessa família são também chamadas de “canela”.

Dentre os muitos gêneros pertencentes a esta família, o gênero Ocolea Aubl. merece um especial destaque devido ao grande número de espécies que são utilizadas para diferentes fins. O. puberula Nees, por exemplo, possui características próprias para caixotaria, sendo utilizada também para a fabricação de papel. Possui um odor bem característico, muito semelhante ao anis. Já O. organensis (Meiss.) Mcz, que apresenta madeira de cor parda e de pouca duração é usada em obras internas e carpintaria. O. diospyrifolia (Mez) é uma espécie encontrada nas regiões sul e sudeste do Brasil, sendo comum ainda na Argentina e no Paraguai. Sua madeira é considerada boa para postes e tábuas de assoalho, já a casca contém tanino. O. guianensis Aubl. fornece madeira branca, leve, com densidade 0,44, fácil de trabalhar. Dela pode-se obter pasta para papel. O. acutifolia Mez possui madeira adequada para o uso em marcenaria e construções. O. aciphylla (Nees) Mez, possui madeira amarela, aromática, resistente aos insetos, principalmente aos cupins, própria para a construção civil e taboados de assoalho. O. catharinensis Mez pode ser utilizada na construção civil, na produção de vigas, ripas, assoalhos, móveis e moirões. A espécie O. canaliculata (Rich.) Mez e uma árvore cuja madeira de cor pardo-escura é usada em marcenaria. Outras espécies, como O. spectabilis (Meiss.) Mez, O. divaricata (Nees) Mez, O. porosa (Neos) L. Barroso e O. elegans Nees também são empregadas em marcenaria e construções em geral.

Na família Lauraceae, o óleo essencial e armazenado em células secretoras que podem ser encontradas na folha, na casca e no lenho (METCALFE, 1987;BARROS etal., 1997aBARROS, C. F; CALLADO, C. H; COSTA, C. G; PUGIALLI, H. R. L; CUNHA, M; MARQUETE, O. Madeiras da Mata Atlântica, Vol I. 1a ed. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1997. 86p.). Estudos recentes apontam que O. elegans, por apresentarem células secretoras de óleo e mucilagem em abundância, não é indicada para a fabricação de polpa e papel, haja visto que a presença de células oleíferas e de mucilagem dificulta a fabricação de polpa e papel e ainda a colagem e a aplicação de tintas e revestimentos. (CALLADO etal., 1997CALLADO, C. H; PUGIALLI, H. R. L; COSTA, C. G; CUNHA, M. DA; MARQUETE, O.; BARROS, C. F. Anatomia do lenho de espécies da Mata Atlântica: Interpretação ecológica e indicações para aproveitamento. In: Lima, H.C. & Gucdcs- Bruni, R, R. (Coord.). Serra de Macae de Cima: Diversidade Florística e Conservação em Mata Atlântica. 1a ed. Rio de Janeiro, Instituto . de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1997. p. 251-273.; PIOCORRÊA, 1984PIO-CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Vol. IV. 2a ed. Rio de Janeiro, Min. Agricultura, IBDF, 1984. p. 688-706.; SILVA etal., 1998SILVA, A; AGUIAR, J. B; DAMIÃO-FILHO, C. F; DURIGAN, J. F. Caracterização morfológica e química de frutos e sementes de canela-preta (Ocotea catharinensis Mez - Lauraceae). Revista do Instituto Florestal, v. 10, n. 2, p. 217 -228,1998.;VATTIMO, 1956VATTIMO, I. Nota prévia sobre as espécies de Ocotea Aubl. que ocorrem no estado do Paraná (Lauraceae). Arquivos do Serviço Florestal, v. 10,p.109-123,1956a.a).

Não só as espécies de Ocotea são utilizadas para marcenaria e construção. Aniba terminalis Ducke e A. fírmala (Nees et Mart, ex Nees) Mez apresentam lenho com estrutura rígida, próprio para a carpintaria e marcenaria (SUDAM, 1971/ 1972SUDAM. O extrativismo do Pau-rosa (Aniba Duckei Kosterm. - Aniba rosaeodora Duckei). Aspectos socio-económicos, a silvicultura da espécie. SUDAM documenta, Belém, v. 3, n. 1/ 4,p.5-55,1971/1972.). Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. é uma espécie encontrada na região noroeste do estado do Paraná que integra a lista das espécies ameaçadas de extinção. Apresenta madeira que pode ser utilizada em construção civil e naval, Esta planta pode ainda ser utilizada para recomposição de matas ciliares, para o adensamento ou enriquecimento florestal de capoeirões, florestas exploradas ou devastadas (REITZ, 1983 apudSOUZA & MOSCHETA, 2000SOUZA, L.A & MOSCHETA, I. S. Morfo-anatomia e aspectos da biología floral de Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez (Lauraceae). Acta Botanica Brasilica, v. 14, n. 1, p. 15-25,2000.). Beilshmiedia rígida (Mez) Kosterm. é indicada para a fabricação de móveis, pois possui características favoráveis à produção de papel, como coeficiente de rigidez elevado e coeficiente de flexibilidade mediano. Também merecem destaque espécies como Aniba parvtflora (Meissn.) Mez, Nectandra amazon um ' Nees, N. leucothyrsus Meiss., N. angustifoli a Nees e N. rigida (H.B.K) Nees. Esta última, também é amplamente utilizada para a fabricação de papel, compensados e para a produção de energia, devido as características anatômicas da madeira. Esta espécie tem sido escolhida para reflore stamen to pois, além dos atributos já mencionados, possui características ornamentais (BARROS etal., 1997 bBARROSO, G, M; GUIMARÃES, E. F; ICHASO, C ,L ,F; COSTA, C . G; PEIXOTO, A. L. Sistemática das Angiospermas do Brasil. Vol I. 1a ed. São Paulo, EDUSR 1978.255p.; CALLADO et al., loc. cit.; GUIMARÃES et al., 1993GUIMARÃES, E. F; MAUTONE, L; RIZZINI, C. T; MATTOS-FILHO, A. 1993. Árvores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 1a ed. Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1996.234p.;PIO-CORRÊA, loc. cit.).

Espécies aromáticas e produtoras de óleos

As espécies aromáticas e as que produzem óleos alcançam alto valor no mercado, pois são frequentemente usadas como fonte de matériasprimas em indústrias. Muitas espécies pertencentes a família Lauraceae estão entre as mais utilizadas por essas indústrias. Cinnamomum canphora (L.) Presl. e Lindera benzoin (L.) Blume são reconhecidas como algumas das principais espécies produtoras dc óleos essenciais da família. C. canphora (L.) Presl., popularmente conhecida como cânfora, é uma das espécies conhecidas desde a Grécia antiga. Possui utilização na indústria de perfumaria e medicamentos, devido ao odoragradável produzido pelo linalol. Da espécie L. benzoin (L.) Blume, se extrai o óleo de benjoin (COE- TEIXEIRA, loc. cit.).

As espécies do gênero Aniba Aubl. destacam-se pelo alto valor econômico, devido a constituição do óleo essencial, encontrado em grande quantidade principalmente no lenho e na casca. O primeiro registro dc que se tem conhecimento é de Aublet, em uma viagem de estudos à Guiana Francesa, no período de 1762 - 1764, que registrou a espécie com o nome de Licaria gttianensis Aubl., devido a mesma ser conhecida pelo nome de “Licari”, pelos indígenas. Sua importância econômica teve início em 1875 quando Samarin, na França, obteve o óleo essencial por destilação. Em 1881, Morim, também na França, separou o óleo essencial de um álcool c o chamou de linalol. Sua primeira exportação para a Europa aparece registrada na Guiana Francesa em 1883. Anos mais tarde, Koeller sugeriu que a espécie fosse denominada Ocotea caudata Koeller. Posteriormente, Mez sugeriu o nome Aniba parviflora (Meiss.) Mez. Contudo, DUCKE em 1926 passou a chamá-la A. rosaeodora DUCKE. O próprio autor, neste mesmo ano, verificou que havia diferenças as espécies da Amazônia e das Guianas, daí passou a chamá-la A. rosaeodora var. amazônica Ducke. A última mudança foi feita cm 1938, quando Kostcrmans propôs a alteração para A. duckei Kosterm.. Já A. fragans Ducke, é a espécie que mais produz óleo essencial, segundo observações de técnicos da FAO. Segundo Ducke, a exploração comercial toma-se impossibilitada pela escassez de matéria-prima (SUDAM, 1971/ 1972SUDAM. O extrativismo do Pau-rosa (Aniba Duckei Kosterm. - Aniba rosaeodora Duckei). Aspectos socio-económicos, a silvicultura da espécie. SUDAM documenta, Belém, v. 3, n. 1/ 4,p.5-55,1971/1972.). Outras espécies, como A, canellita (H.B.K) Mez e A. parviflora (Mcissn) Mez também são usadas em perfumaria. Porém, esta última, é de ocorrência muito rara, o que restringe sua exploração. Os caboclos geralmente distinguem três tipos de pau-rosa, conforme a coloração do lenho; “pau-rosa mulatinho”, que é mais escuro, dc densidade elevada, e que submerge quando as toras são cortadas e atiradas na água; “pau-rosa itaúba”, de cor amarelada, menos denso, e “pau-rosa imbaúba”, muito leve e quase branca. O primeiro é mais rico em essência e o último, mais pobre (BASTOS, 1943BASTOS, A . M. Os paus-rosa da indústria da essência. Rodriguésia, v. 16, p. 45-54, 1943.). A exploração dos paus-rosa, fez com que essas espécies fossem levadas à beira da extinção. Cabe salientar, que o óleo de pau-rosa já chegou a ocupar o terceiro lugar na pauta de exportação da região Amazônica, cabendo a borracha e à castanha, o primeiro e segundo lugares, respectivamente.

As aproximadamente 40 espécies de Aniba ocorrentes no Brasil podem ser divididas em 3 grupos, de acordo com a natureza química do constituinte predominante no óleo essencial: o grupo do linalol (A. roseadora, A. duckei); o grupo do benzoato (A. fragans, A. finmda, A. gardneri (Meiss.) Mez, A. burchelli Kosterm., A. parviflora, A. permolis (Nees) Mez, A. guianensis Aubl.) e o grupo do alibenzeno (A. canellita, A. hostmanniana (Nees) Mez, A. psendocoto (Reesby) Kosterm.) (MORAES et al., 1972MORAES, A. A. DE; REZENDE; C. M. A DA M.; BÜLOW, Μ. V. VON; MOURÂO, J. C.; GOTTLIEB, O. R.; MARX, M. C.; ROCHA, A. I. DA; MAGALHÃES, M. T. Óleos essenciais de espécies do gênero Aniba. Acta Amazonica, v.2,n. l,p.41 -44,1972.; GOTTLIEB etal., 1981GOTTLIEB, O.R.;KOKETSU,M;MAGALHÃES, M. T; MAIA, J. G. S; MENDES, P. H; ROCHA, A. I. DA; SILVA, M. L. DA; WILBERG, V. C. Óleos essenciais da Amazônica VII. Acta Amazónica, v. 11, n. 1,p. 143-148, 1981.). ALVARENGA et al. (1977)ALVARENGA, M. A. DE; BROCKSOM, U.; CASTRO, C. O.; GOTTLIEB, O. R.; MAGALHÃES, M. T. Neolignans from Aniba burchelli. Phytochemistry, v. 16, p. 1797-1799, 1977. afirmam que A. burchelli apresenta, além do benzoato de benzila, alto teor de alibenzenos e até um propenilbenzeno. Cabe ressaltar que o Benzoato de benzila foi anteriormente localizado cm C. zeylanicum (GOTTLIEB, 1972GOTTLIEB, O. R. Chemosystematics of the Lauraceae. Phytochemistry, v. ll,p. 1537 - 1570,1972.) e O. teleiandra (NAVES et al., 1961NAVES, Y. R.; GOTTLIEB, O. R.; MAGALHÃES, M. T. Sur 1' huile essentielle d’ Ocotea teleiandra. Helv. Chim. Acta, v. 44, p. 1121 - 1123,1961.).

Sassafras albidum Nutt. é uma espécie típica da America do Norte, muito utilizada na indústria farmacêutica, em perfumaria e também na indústria química, tendo como componente principal o safrol. Em 1939, descobriu-se, cm Santa Catarina, uma espécie da qual se poderia extrair um óleo muito semelhante ao do

S. albidum. por isso, O. pretiosa (Nees) Benthan & Hooke ficou sendo conhecida como “canela-sassafras”. Pode-se distinguir esta espécie pelo seu odor característico, misto de cinamomo, sassafrás e rosa. Seu fruto é muito peculiar, apresentando uma cúpula robusta, verruculosa, muito semelhante as do gênero Aniba, sendo diferenciado apenas pela presença de 4 lóculos nas anteras (Vattimo, loc. cit.).O. costulata Mez é uma espécie cuja casca apresenta um odor agradável. O mesmo acontece com a madeira, que possui aroma característico de cânfora. Por destilação, extrai-se da madeira um óleo volátil que possui cerca de 45% de terebentina ou aguarrás. Phoebe porphyria Mez é uma espécie comum ao sul do Brasil e Argentina subandina, cuja casca é usada como tabaco pelos indígenas, que fazem cachimbo ou cigarro para fumá-la. (PIO-CORREA, loc. cit.; RIZZINI & MORS, loc. cit.).

Espécies de uso medicinal

Na medicina popular, as Lauraceae apresentam utilização variada, desempenhando diferentes funções contra diversas doenças (tabela 2). Deve-se ressaltar, entretanto, que o uso fitoterápico das plantas deve ser feito com criterio. Assim, estão aptas a serem utilizadas aquelas que tenham conhecida sua eficiência terapêutica e sua toxicología (MARTINS & SANTOS, 1995MARTINS, E. R & SANTOS, R. H. S. Plantas medicinais: uma alternativa terapêutica de baixo custo. Informe Técnico, UFV, v. 73, p. 1 - 26, 1995.).

O gênero Ocotea apresenta o maior número de espécies medicinais (Fig. 2). O. aciphylla (Nees) Mez é utilizada como tônico e estomáquico, fazendo-se infusões com as folhas, enquanto a casca é utilizada como anti-reumática e depurativa. Estudos etnobotânicos feitos por EMMERICH & SENNA (1985)EMMERICH, M. & SENNA, L. M. Estudos de etnobotânica no Parque indígena do Xingu II. Dois componentes do ritual de pajclância: o cigarro e a semente do paje. Bradea, v. 4, n. 26, p. 170-175,1985. mencionam o uso desta espécie por índios do Xingu, onde a folha é utilizada para enrolar o cigarro usado pelo pajé em rituais de cura. Esta folha, quando queimada, pode ter um efeito narcótico. A espécie O. spectabilis (Meissn.) Mez. é considerada um tônico devido a característica adstringente tanto da casca quanto da raiz. A casca e as folhas de O. pulchella Mart, são consideradas estomáquicas, emenagogas e tônicas do útero; já a casca de O. teleíandra (Meissn.) Mez, que possui um gosto amargo, é usada contra “dores no peito” e as folhas são sudoríficas. O. indecora Schott, é utilizada como sudorífica, anti-reumática e até antisifilítica, devido as proprie-dades do óleo essencial obtido da casca que c geralmente extraído do caule ou da raiz. O. guianensis Aubl., espécie típica da Amazônia, possui casca e folha aromáticas, sendo empregadas pela população local contra abcessos. Outra espécie da Amazônia, denominada O. barcellensis Mez, possui um óleo que é extraído através de furos na madeira, sendo usado contra a pitiríase na cabeça. Por vezes, é utilizado para substituir o querosene. As espécies O. pretiosa (Nees) BENTHAN & HOOKER, O. cymbarum e ainda Licaria puchury-major Kosterm. possuem atividade comprovada contra o desenvolvimento do ancilostomídeo humano.

Tabela 2
Espécies da família Lauraceae utilizadas na medicina popular, relacionando as partes utilizadas, forma de uso e as suas propriedades medicinais.

Dentre as espécies medicinais, também merecem destaque as pertencentes ao gênero Aniba. A espécie A. riparia (Nees) Mez, por exemplo, é típica da região amazônica e dela pode-se obter um extrato dos frutos e dos cálices persistentes que possuem atividade antibiótica comprovada contra Candida albicans, Bacillus cereus, Klebsiela pneumoniae e Staphylococcus aureus. As espécies A. canellita (H.B.K) Mez, A. duckei Kosterm. e A. hastmanniana (Nees) Mez, também possuem atividade bloqueadora no desenvolvimento do ancilostomídeo humano, devido a ação do óleo essencial que é extraído do lenho e da casca.

Algumas espécies que tradicionalmente são utilizadas como alimento também possuem uso medicinal. Lauras nobilis é freqüentemente utilizado como estimulante nas afecções gástricas e reumáticas, além de apresentar atividade antiespasmódica. E usado através de infusão ou decocção feita com as folhas. Na medicina popular, é empregado como sudorífico e contra flatulências e, no uso externo, em feridas e úlceras. É usado ainda para banhos aromáticos com as folhas. O óleo essencial contém laurostearina, geraniol, linalol, cineol, terpineno, engenol e pineno, além de ácidos orgánicos, ácidos graxos e tanino. Esta substância, de aspecto ungüento, entra na preparação do “ungüento de louro” usado na prática veterinária. Porém, foi observado que, em ratos, o extrato provoca malformação fetal, além de aumentar a possibilidade de abortamento.

P. americana é utilizada para combater problemas renais, através de chás feitos com suas folhas. Na região de Feira de Santana, na Bahía, o chá feito com as folhas do abacate é usado como diurético. Em Goiânia, a infusão feita com as folhas, casca ou semente tem utilização, não só como diurético, mas também como calmante (BARBOSA etal., 1988BARBOSA, R, DEC. S. B, C; GIESBRECHT, A. M; BARBOSA-FILHO, J. M; YOSHIDA, M; GOTTILEB, O. R. Avaliação da atividade antibiótica de extratos de Lauraceae. Acta Amazonica (Supl.), v. 18,n. 1-2,p.91 -94,1988,; BORGES etal., 1986BORGES, K. N; NOBLICK, L. R; LEMOS, M. J. S. Contribuição ao conhecimento da flora medicinal da microrregião de Feira de Santana (BA) I. Sitientibus, v. 3, n. 5, p. 101-116,1986.; CORRÊA et al„ 1999CORRÊA, A. D; SIQUEIRA-BATISTA, R; QUINTAS, L. E. M. Plantas medicinais. Do cultivo à terapêutica, 2aed. Petrópolis, Editora Vozes, 1999.246 p.; GOULART etal., 1975GOULART, Ε. G; JOURDAN, M. C; BRAZIL, B. G; GILBERT, B; LOPES, J. N. C; SARTI, S. J; VICHNEWSKI. W; THAMES, A.W. Atividade bloqucadora de produtos naturais na evolução externa de Strongyloides stercoralis e ancilostomídeos. Revista Brasileira, de Farmácia, v. 56, n. 9-12,p. 123-137,1975.; PIO-CORRÊA, loc. cit.;RIZZO et al., 1985RIZZO, J. A; MONTEIRO, M. S. R; BITENCOURT, C. Utilização de plantas medicinais em Goiânia.XXXVI Congresso Nacional de Botânica. Vol. II. Anais..., p. 691 - 714, 1985.; SIQUEIRA, 1988SIQUEIRA, J. C. Plantas medicinais. Identificação e uso das espécies dos cerrados. 1a ed. São Paulo, Edições Loyola, 1988. 40 p.; VATTIMO, 1956 bVATTIMO, I. O genero Ocotea Aubl. no sul do Brasil. I - espécies de Santa Catarina e do Paraná. Rodriguésia, v. 18/19, n. 30/31, p. 265-349,1956b., VATTIMO, 1956 cVATTIMO, I. Lauraceae do Itatiaia. Rodriguésia, v. 18/19, n. 30/31, p 39-72, 1956c.).

O extrato metanólico de P. gratíssima foi administrado cm ratos inoculados com carcinoma de Lewis-lung, uma neoplasia que metastisa rapidamente e que apresenta uma difícil resposta à maioria das drogas empregadas em clínica humana. Foi verificado que a droga produz uma destruição acentuada do tumor primário, porém sem afetar as metástases (DE OLIVEIRA et al., 1978DE OLIVEIRA, Μ. M; NAKAMURA, I. T.; GIANNOTTI-FILHO, O. Extratos metanólicos de Persea gratíssima no tratamento intratumoral do carcinoma de Lewis-lung. Ciênciae Cultura, v. 32, p. 109- 113,1978.). Algumas espécies amazônicas pertencentes aos gêneros Nectandra Rol. ex Rottb., Licaria Aubl. e Aniba Aubl. revelam a presença de compostos químicos denominados neolignanas. Este grupo de compostos diferenciam-se das lignanas que são amplamente distribuídas no reino vegetal. As lignanas apresentam como precursores monoméricos ácidos cinámicos ou álcoois cinámicos, enquanto as neolignanas apresentam como precursores monoméricos propenilbenzenos ou alibenzenos. (GOTTLIEB & YOSHIDA, 1978GOTTLIEB, O. R & YOSHIDA, M. Neolignanas antitumorais. Ciência e Cultura, v. 32, p, 93 - 100,1978.). Os autores sugerem que a atividade antitumoral dos extratos se deve à presença e atividade das neolignanas.

. Na Farmacopéia Brasileira, encontram-se as especies C. zeylanicam e C. cassia que são citadas como fitoterápicos. São geralmente usadas na forma de chá, tanto das folhas quanto da casca, para o tratamento de resfriados, porém, a infusão feita com a casca é considerada um abortivo, o que restringe seu uso.

Cryptocaria moschata Nees et Mart., popularmente conhecida como “nóz-moscada”, também apresenta utilização medicinal. Na região de Goiânia, estado de Goiás, o fruto é indicado para combater dores de estómago.

Figura 2
Número de espécies medicinais, em cada gênero, em relação ao total de espécies.

Persea cordata (Veil.) Mez é uma espécie da flora catarinense cuja atividade contra as bacterias Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes foi comprovada devido a ação antibacteriana do extrato obtido com acetato de etila. o que suporta o seu uso popular no tratamento de feridas cutâneas. Nectandra pichurim (H.B.K) Mez é uma espécie que se encontra distribuída desde o México até a região Centro-Oeste do Brasil. Possui folhas e frutos aromáticos; usados contra cólicas e problemas gástricos. A madeira e aproveitada para a fabricação de mastros. Outra espécie da ñora brasileira, denominada Nectandra rodiaei Schomb., possui ação antipirética e tônica e pode ser utilizada através da preparação de tintura, extrato aquoso, vinho ou elixir. Sabe-se que o seu princípio ativo e abebirina (tabela 2) (Governo do Brasil, 1977GOVERNO DO BRASIL. Fitoterápicos. In: Farmacopeia Brasileira. 3a ed. São Paulo, Organização Andrei Editora S.A, 1977. p. 816-817.; GUARIM-NETO, 1996GUARIM-NETO, G. Plantas medicinais. Cadernos do Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos (UFMT), V. 5, p. 97-108,1996.; PIO-CORRÊA, loc. city RIZZO etal., loc. citySCHLEMPER etal., 1998SCHLEMPER,S. R M; SILVA D; CECHINEL-FILHO, V; FLORIANI, A. E. Avaliação da atividade antimicrobiana de extratos de plantas da flora Catarinense: Persea cordata (Lauraceae) e Alternanthera brasiliana (Amaranthaceae). Alcance (Pesquisa), Itajaí, v.5,n.2,p.31-35,1998.; SOLER-Y-BATTLE, 1951SOLER-Y-BATTLE, E. Medicamenta. Guía teóricapráctica para farmacéuticos, médicos y veterinarios. Tomo Secundo. 4a ed. Barcelona, Editorial Labor S.A. 1951. p. 883.).

CONCLUSÕES

A luz dos dados bibliográficos, pode-se concluir que a família Lauraceae revela um número expressivo de espécies que apresentam uma grande diversidade de usos, com destaque para as que possuem utilização medicinal e na indústria. O alto valor econômico destas espécies tem levado à uma exploração crescente ao longo dos anos, fazendo com que estas se tornem “vulneráveis” ou mesmo “em perigo de extinção”, segundo classificação da União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais (I.U.C.N) (VIEIRA et al„ 1997VIEIRA, C. M; VAZ, A ,M. S. F; LIMA, H. C. Espécies de interesse conservacionista na Reserva ecológica de Macaé de Cima. In: Lima & Guedes-Bruni (Coord.). Serra de Macaé de Cima: Diversidade Florística e Conservação em Mata Atlântica. 1a ed. Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 1997. p. 297-306.). Desta forma, torna-se urgente a realização de medidas conservacionistas efetivas para evitar que muitos representantes desta família sejam levados à extinção.

LITERATURA CITADA

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Jan 2024
  • Data do Fascículo
    Jan-Dec 2001
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