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Colonização de Espécies Arbustivo-Arbóreas em Povoamento de Eucalyptus spp., Lavras, MG

Colonization of Wood Species in a Stand of Eucalyptus spp., in Lavras (MG), Brazil

RESUMO

O presente estudo teve por objetivo conhecer a estrutura fitossociológica da vegetação arbustivoarbórea colonizadora em um plantio, abandonado há 50 anos, de Eucalyptus spp., no Município de Lavras, MG, visando diagnosticar a existência de grupos de espécies, de gradientes vegetacionais e a diversidade alpha. A amostragem fitossociológica, realizada pelo método dos quadrantes, contou com 100 pontos, distribuídos em seis transecções de comprimentos variáveis. Estiveram passíveis de inclusão todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito (DAP) (≥5 cm). O levantamento resultou em uma densidade de 854,28 indivíduos/ha, com 91 espécies, distribuídas em 67 gêneros e 31 famílias. Destacaram-se, em valor de importância, Piptadenia gonoacantha, Copaifera langsdorffii, Tapirira guianensis e Ocotea corymbosa. A análise da distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro revelou uma comunidade em plena regeneração. A maioria das espécies apresentou síndromes de dispersão zoocórica, sugerindo que o plantio pode ter servido de abrigo e refúgio para espécies da fauna dispersora presente na região. As guildas de regeneração mais frequentes foram as de pioneiras e clímax exigentes de luz, possivelmente em função da mortalidade de indivíduos de Eucalyptus spp., que ocasionou clareiras de diferentes tamanhos. Foi diagnosticado um gradiente vegetacional longo, com uma mudança gradativa na equabilidade entre os quatro grupos de espécies caracterizados pela análise de agrupamento. Os índices de diversidade (H’ = 3,58) e equabilidade (J = 0,794) de espécies foram semelhantes aos encontrados em outros levantamentos fitossociológicos, em plantios de Eucaliptus spp.. Dessa forma, o plantio funcionou como um catalisador da regeneração natural na área de estudo.

Palavras-chave:
regeneração natural; floresta estacional semidecidual; facilitação.

ABSTRACT

The objective of this work was to study the phyto-sociological structure of a shrub and tree vegetation colonization in an abandoned stand of Eucalyptus spp. in Lavras, MG, Brazil, in order to identify the existence of species groups, vegetation gradients, and Alpha diversity. The phytosociological sampling collected 5 transects of various sizes with 100 equidistant points (14 m), using the quadrant method. The assessment included all individuals with breast diameter ≥5 cm. There were a total of 854.28 sampled individuals/ha, belonging to 91 species, distributed into 67 genera and 31 families. The highest VI values were obtained for Piptadenia gonoacantha, Copaifera langsdorffii, Tapirira guianensis and Ocotea corymbosa. The analysis of trunk diameter distribution showed that the community was in a stage of full regeneration with individuals distributed over all diameter classes. Most species presented syndromes of seed dispersal by animals and regeneration guilds of pioneer and climax demanding light. Perhaps planting may have served as shelter and refuge for fauna species in the region and mortality of individuals of Eucalyptus spp. resulted in gaps of different sizes. Vegetation was identified along a gradient, with a gradual change in evenness between the four groups of species characterized by cluster analysis. The indices of diversity (H’ = 3.58) and evenness (J = 0.794) of the species were similar to those found in other phyto-sociological studies of Eucaliptus spp platations. Furthermore, the tree planting functioned as a catalyst for natural regeneration in the study area.

Keywords:
natural regeneration; Atlantic semideciduous forests; facilitation.

1. INTRODUÇÃO

Se, por um lado, plantios de espécies arbóreas comerciais têm sido apontados como “desertos verdes”, por outro, diversos estudos realizados nas últimas décadas demonstram o contrário, sugerindo que tais florestas podem catalisar a regeneração natural em seu sub-bosque e, assim, contribuir para a conservação da biodiversidade (Viani et al., 2010Viani RAG, Durigan G, Melo ACG. Aregeneraçãonatural sob plantações florestais: desertos verdes ou redutos de biodiversidade? Ciência Florestal 2010; 20:533-552.).

Em muitas plantações de Eucalyptus spp. e Pinus spp. em todo o Brasil, tem sido observada a formação de um sub-bosque de espécies nativas, a partir de regeneração natural (Aubert & Oliveira- Filho, 1994Aubert E, Oliveira-Filho AT. Análise multivariada da estrutura fitossociológica do sub-bosque de plantios experimentais de Eucalyptus spp. e Pinus spp. em Lavras-MG. Revista Árvore 1994; 18:194-214.). Partindo desse fato, a reabilitação de ecossistemas florestais pode ser alcançada por meio do plantio de espécies facilitadoras da regeneração natural, em locais onde, a princípio, uma série de barreiras impede o desenvolvimento desse processo. Além disso, o conhecimento da sucessão vegetal em plantações florestais abandonadas pode nortear estratégias de condução da regeneração natural em povoamentos florestais destinados à recuperação de áreas com aproveitamento de toras para viabilidade econômica da atividade de silvicultura.

Estudos da regeneração natural sob povoamentos de eucalipto - como, por exemplo, de Calegário (1993)Calegário N, Souza AL, Maragon LC, Silva AF. Parâmetros Florísticos e Fitossociológicos da Regeneração Natural de Espécies Vegetais no Sub- Bosque de Povoamentos de Eucalyptus. Revista Árvore 1993; 17(1):16-29., em plantios de Eucalyptus paniculata Sm. e Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, e de Silva Júnior et al. (1995)Silva Júnior MC, Scarano FR, Cardel FS. Regeneration of an Atlantic forest formation in the understorey of a Eucalyptus grandis plantation in south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology 1995; 11:147-152. http://dx.doi.org/10.1017/S0266467400008518
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, em plantios de Eucalyptus grandis - indicaram que os povoamentos não reduziram a diversidade de espécies em seu subbosque. Haggar et al. (1997)Haggar J, Wightman K, Fisher R. The potential of plantations to foster woody regeneration within a deforested landscape in lowland Costa Rica. Forest Ecology and Management 1997; 99:55-64. http://dx.doi.org/10.1016/S0378-1127(97)00194-1
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observaram que árvores de estabelecimento rápido, com altas taxas de crescimento, geralmente estimulam níveis mais altos de regeneração em seu sub-bosque. Campello (1999), realizando levantamento florístico da regeneração natural sob plantios monoespecíficos de leguminosas nativas e exóticas, e não-leguminosas, também nativas e exóticas, concluiu que a regeneração natural das espécies nativas foi beneficiada pelos plantios de leguminosas arbóreas, independentemente da origem das espécies plantadas.

Nas décadas de 1950 e 1960, era comum a indicação de espécies exóticas de rápido crescimento para programas de recuperação de áreas degradadas. A regeneração da vegetação natural sob plantios de espécies exóticas tem sido observada em diferentes ecossistemas (Durigan et al., 1997Durigan G, Franco GADC, Pastore JA, Aguiar OT. Regeneração natural da vegetação de cerrado sob floresta de Eucalyptus citriodora. Revista do Instituto Florestal 1997; 9(1):19-36.). Alguns pesquisadores (Sartori et al., 2002Sartori MS, Poggiani F, Engel VL. Regeneração da vegetação arbórea nativa no subbosque de um povoamento de Eucalyptus saligna Smith. localizado no Estado de São Paulo. Scientia Forestalis 2002; (62):86-103.), ao analisarem a estrutura da regeneração natural, observaram o pleno desenvolvimento de espécies autóctones.

O objetivo geral deste estudo foi realizar um levantamento fitotossociológico das espécies arbustivo-arbóreas nativas no sub-bosque de uma comunidade com plantio de algumas espécies do gênero Eucalyptus, a partir dos seguintes objetivos específicos: analisar a estrutura horizontal do fragmento; classificar as guildas das espécies; diagnosticar agrupamento de espécies e gradientes vegetacionais, e comparar a diversidade e a equabilidade das espécies no local com as de outros locais.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Área de estudo

O estudo foi realizado em uma área com aproximadamente 10 ha, situada no Campus da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras, MG, entre o prédio da Reitoria e a Lagoa - represa de captação de água - da UFLA (44° 58’ 45” O e 21° 13’ 45” S) (Figura 1). A área consiste de um plantio misto com espécies de Eucalipto (Eucaplyptus grandis e Eucalyptus saligna Sm.), com espaçamento irregular e baixa densidade de árvores, abandonado há mais de 50 anos e com vegetação secundária no sub-bosque. Os eucaliptos chegam a 30 m de altura, a densidade do sub-bosque é muito variável e existem algumas clareiras no local. O relevo, segundo Garcia e Piedade (1987)Garcia GJ, Piedade GCR. Topografia aplicada às ciências agrárias. 5rd ed. São Paulo: Nobel; 1987., é classificado como moderado (declive variando entre 3 e 6%). O solo, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solo (Embrapa, 1999EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: Embrapa Solos; 1999. 412 p.), foi classificado como Cambissolo, no lado oeste próximo ao pomar da Universidade, e Latossolo, no restante. O clima de Lavras, segundo a classificação climática de Köppen, é Cwa, temperado chuvoso (mesotérmico) com inverno seco e verão chuvoso, subtropical, com inverno seco e temperatura do mês mais quente maior que 22 °C (22,10 °C, em fevereiro).

2.2. Coleta de dados

O levantamento da comunidade arbustivoarbórea foi realizado utilizando-se o método de pontos quadrantes (Cottam e Curtis, 1956Cottam G, Curtis JT. The use of distance measures in phytosociological sampling. Ecology 1956; 37:451-460. http://dx.doi.org/10.2307/1930167
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). Foram estabelecidos seis transectos de comprimentos variáveis (x a y m), dispostos paralelamente e distando 40 m entre si. Dentro de cada transecto, a distância entre os pontos foi de 14 m, sendo amostrados, no total, 100 pontos. A distância entre os pontos foi estabelecida por meio de uma amostra piloto, com 30 medições de afastamento entre árvores vizinhas, sendo o maior valor medido de 7 m, o qual foi duplicado para que uma mesma árvore não fosse amostrada em diferentes pontos durante o inventário. A partir de cada ponto, foram estabelecidos quatro quadrantes, sendo amostrado em cada um destes o indivíduo mais próximo ao ponto central que estivesse dentro do critério de inclusão. Cottam & Curtis (1956)Cottam G, Curtis JT. The use of distance measures in phytosociological sampling. Ecology 1956; 37:451-460. http://dx.doi.org/10.2307/1930167
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recomendam o uso desse método em virtude de fornecer mais dados por ponto de amostragem e ser menos subjetivo quando comparado aos outros métodos de distâncias. Para amostragem da diversidade florestal, é uma metodologia eficiente, por produzir resultados confiáveis, quando comparado com o método de parcelas (Mitchell, 2001Mitchell FR. Quantitative analysis by the point-centered quarter method. Geneva: Department of Mathematica and Computer Science; 2001. [cited 2004 abr. 26]. Available from: http://people.hws.edu/Mitchell/PCQM.pdf .
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). Essa vantagem ocorre pela facilidade da aplicação do método em campo e pela possibilidade de amostrar um gradiente ambiental (Martins, 1993Martins FR. Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: UNICAMP; 1993. 246 p.).

Figura 1
Mapa temático da Mata da Reitoria com os pontos amostrais representados no povoamento florestal, Lavras, MG.
Figure 1
Thematic map of the Mata da Reitoria with sampled points represented in forest stand, Lavras, Minas Gerais State, Brazil.

Foram incluídos na amostragem, os indivíduos arbustivo-arbóreos vivos com CAP (circunferência à altura do peito) ≥15,7 cm. Para cada indivíduo, foram coletadas as seguintes informações: a identidade da espécie; o CAP, medido com fita métrica; a altura, estimada com vara graduada, sendo também medidas as distâncias entre o ponto central e as plantas de cada quadrante para estimar a densidade de indivíduos em cálculos posteriores. As espécies foram identificadas em campo quando possível ou tiveram coleta de material botânico, para posterior identificação. As espécies foram classificadas nas famílias reconhecidas pelo sistema do Angiosperm Phylogeny Group II (2003)Angiosperm Phylogeny Group - APG. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society 2003; 141:399-436. http://dx.doi.org/10.1046/j.1095-8339.2003.t01-1-00158.x
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.

2.3. Análise de dados

Foram calculados os seguintes parâmetros fitossociológicos: área basal média (ABm); densidade absoluta (DA); dominância absoluta (DoA); frequência absoluta (FA), e valor de importância (VI) (Mueller-Dumbois & Ellemberg, 1974Mueller-Dombois D, Ellenberg H. Aims and methods of vegetation ecology. New York: Wiley and Sons; 1974. 574 p.). Esses parâmetros dizem respeito à estrutura horizontal das espécies arbóreas que compõem a comunidade, permitindo quantificar a participação de cada uma na cobertura vegetal e de uma em relação à outra (Lamprecht, 1990Lamprecht H. Silvicultura nos trópicos: Ecossistemas florestais e respectivas espécies arbóreas - possibilidades e métodos de aproveitamento sustentado. Instituto de Silvicultura da Universidade Gottingen. Eschborn. Rep. Federal da Alemanha; 1990. 343 p.; Rezende, 1995Rezende ML. 1995. Regeneração natural de espécies florestais em sub-bosque de um povoamento de Eucalyptus grandis e de mata secundária, no município de Viçosa, Zona da Mata-MG [dissertação]. Viçosa Universidade Federal de Viçosa; 1995.; Curtis & McIntosh, 1951Curtis JT, Mcintosh RP. An upland Forest continuum in the prarie-Forest border region of Wisconsin. Ecology 1951; 32:476-496. http://dx.doi.org/10.2307/1931725
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).

As espécies foram classificadas em guildas de regeneração e dispersão, de acordo com Oliveira- Filho (1994) e Nunes et al. (2003)Nunes YRF, Mendonça AVR, Botezelli L, Machado ELM, Oliveira-Filho AT. Variações da fisionomia, diversidade e composição de guildas da comunidade arbórea em um fragmento de Floresta Semidecidual em Lavras, MG. Acta Botânica Brasílica 2003; 17(2):213-220., para caracterização do estágio de sucessão do fragmento e da influência de dispersores de fragmentos próximos.

Para diagnosticar a presença de diferentes grupos de plantas, foi utilizada uma análise de agrupamento (Cluster Analysis), com o uso do método de Ward como algoritmo para as ligações dos grupos e do coeficiente de correlação para o cálculo da distância de similaridade (Souza et al., 2003Souza DR, Souza AL, Gama JRV, Leite HG. Emprego de análise multivariada para estratificação vertical de florestas ineqüiâneas. Revista Árvore 2003; 27(1):59-63.). A sequência de fusão dos agrupamentos foi representada graficamente por dendrograma, os quais foram divididos segundo a estatística descritiva usando o percentil, com um corte de 37,5% da distância de correlação máxima de fusão, para determinar o número de grupos (Kent & Coker, 1992Kent M, Coker P. Vegetation description and analysis, a practical approach. London: Belhaven Press; 1992. 384 p.).

A partir da matriz de abundância utilizada na análise de agrupamento, foi elaborada uma nova matriz, na qual foram reunidas as parcelas dos respectivos grupos. Em seguida, foi realizada uma Análise de Espécies Indicadoras, agregada ao teste de “Monte Carlo”, com a finalidade de verificar o grau de significância das espécies como indicadoras dos grupos. Os valores de indicação encontrados são baseados na frequência com que a espécie ocorre dentro do subgrupo e entre os grupos (Dufrene & Legendre, 1997Dufrene M, Legendre P. Indicator values calculated with method of species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approach. Ecological Monographs 1997; 67(3):345-366. http://dx.doi.org/10.2307/2963459
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). Dessa forma, espécies que ocorreram em poucos locais dentro do grupo, ou em mais de um grupo, recebem baixos valores de indicação. Por outro lado, espécies que tenham ocorrido predominantemente em um subgrupo da tipologia florestal, recebem valores de indicação altos (Almeida & Machado, 2007Almeida HS, Machado ELM. Espécies indicadoras do componente arbóreo em comunidades de Floresta Estacional Decídua. Revista Brasileira de Biociências 2007; 5(supl. 1):654-656.).

Foi realizada uma Análise de Correspondência Retificada ou DCA (Detrended Correspondence Analysis) para ordenar os pontos amostrais de acordo com a similaridade florística entre eles. Conforme recomendado por Ter Braak (1995)Ter Braak CJF. Ordination. In: Jongman RHG, Ter Braak CJF, Van Tongere OFR. Data analysis in community and landscape ecology. Cambridge: Cambridge University Press; 1995. vol. 1, p. 91-173., os valores de abundância das espécies sofreram transformações logarítmicas do tipo ln (x + 1), antes de se processar a análise, compensando assim os desvios causados por valores de abundância muito elevados de grupos de espécies com reduzido número de indivíduos.

A diversidade florística foi avaliada utilizando-se o índice de diversidade de Shannon (H’) calculado pela expressão de Poole (1974)Poole RW. An introduction to quantitative ecology. Tokyo: McGraw-Hill Kogakusha; 1974. 532 p., com base no logaritmo natural. O índice de equabilidade (J’) de Pielou (1969)Pielou EC. An introduction to mathematical ecology. New York: J. Wiley; 1969. 286 p. foi calculado segundo Brower & Zar (1984)Brower JE, Zar JH. Field and laboratory methods for general ecology. Dubuque: W. M. C. Brow; 1984. 226 p..

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram amostrados no total 400 indivíduos, correspondendo a uma densidade de 854,28 indivíduos/ha (Tabela 1), a qual pode ser considerada baixa, levando-se em consideração os 50 anos de abandono.

Foram encontradas 91 espécies no local, sendo que as dez espécies com maior valor de importância (VI) somaram 67,49% do valor total. Isso indica que, apesar da riqueza florística no fragmento, grande parte dos indivíduos está concentrada em poucas espécies, o que explica um valor de J’ de 0,794. Entre estas, destacam-se Piptadenia gonoacantha, Eucalyptus spp., Copaifera langsdorffii, Tapirira guianensis e Ocotea corymbosa.

Os eucaliptos que foram plantados inicialmente não estão regenerando, pois só foram encontrados indivíduos nas maiores classes de diâmetro (Figura 2b), enquanto Copaifera langsdorffii apresentou distribuição regular de indivíduos em todas as classes de diâmetro (Figura 2c). Na Figura 2f, pode-se observar que as distribuições diamétricas da comunidade como um todo apresentam forma de “J” reverso, de acordo com a descrição feita por Meyer (1952)Meyer HA. Structure, growth and drain in balanced uneven-aged forests. Journal of Forest 1952; 50:85-92.. Segundo esse autor, a distribuição diamétrica em florestas inequiâneas tende a formar um “J” reverso, estando o maior número de indivíduos dispostos nas menores classes, reduzindo-se gradativamente em direção às maiores.

Figura 2
Distribuição, por classe de diâmetro, da densidade de indivíduos arbóreo-arbustivos das cinco espécies (ae) com maior Valor de Importância (%) e para toda a comunidade (f), na Mata da Reitoria, Lavras, MG.
Figure 2
Distribution of the density of tree-shrub individuals per diameter class of five species (a-e) com maior Valor de Importância (%) and for all community (f) in Mata da Reitoria, Lavras, Minas Gerais State, Brazil.

Tabela 1
Relação das espécies arbustivo-arbóreas, as respectivas guildas ecológicas e os parâmetros da estrutura horizontal, registradas na Mata da Reitoria, Lavras, MG.
Table 1
List of species, their respective ecological gruild and parameters of the horizontal structures, registred in fragment of Mata da Reitoria, Lavras, Minas Gerais State, Brazil.

Piptadenia gonoacantha apresentou grande valor de importância por causa da grande densidade de seus indivíduos e da frequência, pois é uma espécie amplamente distribuída no fragmento; entretanto, não possui área basal média tão expressiva. Essa é uma espécie caducifolia, comum na regeneração de florestas secundárias e em clareiras existentes no mosaico silvigenético de florestas (Carvalho, 2003Carvalho PER. Espécies arbóreas brasileiras. Colombo: Embrapa Florestas; 2003. 1039 p. v. 1.). A luminosidade que penetra por essas clareiras possivelmente é o principal fator relacionado com a abundância e a distribuição da espécie (Oliveira- Filho et al., 1998Oliveira-Filho AT, Curi N, Vilela EA, Carvalho DA. Effects of canopy gaps, topography and soils on the distribution of woody species in a central Brazilian deciduous dry forest. Biotropica 1998; 30(3):362-375. http://dx.doi.org/10.1111/j.1744-7429.1998.tb00071.x
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; Ferreira et al., 2001Ferreira JN, Ribeiro JF, Fonseca CELD. Crescimento inicial de Piptadenia gonoacantha (Leguminosae, Mimosoideae) sob inundação em diferentes níveis de luminosidade. Revista Brasileira de Botânica 2001; 24:561-566.).

A dispersão de Piptadenia gonoacantha é anemocórica ; entretanto, em razão das características físicas de seu fruto e de sua semente, é pouco provável que muitas sementes sejam levadas a grandes distâncias da planta mãe ou que sejam dispersas por animais, sendo a maioria das sementes depositada próximo às matrizes (Almeida & Cortines, 2008Almeida FS, Cortines E. Estrutura populacional e distribuição espacial de Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. Floresta e Ambiente 2008; 15:18-23.).

A classificação das espécies em relação à síndrome de dispersão de sementes revelou que a maioria das espécies (Figura 3a) e dos indivíduos (Figura 3b) amostrados possui dispersão zoocórica. Esses resultados corroboram os encontrados em florestas semidecíduas dos Estados de São Paulo e Minas Gerais (Morellato & Leitão-Filho, 1992Morellato LPC, Leitão Filho HF. Padrões de frutificação e dispersão na Serra do Japí. In: Morellato LPC, editor. História natural da Serra do Japí: ecologia e preservação de uma área florestal no Sudeste do Brasil. Campinas: UNICAMP, FAPESP; 1992. p. 112-137.; Souza et al., 2007Souza PB, Martins SV, Costalonga SR, Costa GO. Florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea do sub-bosque de um povoamento de Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden em Viçosa, MG, Brasil. Revista Árvore 2007; 31:533-543.). Na maioria das florestas tropicais, a zoocoria é a principal forma de dispersão de sementes de espécies arbóreas e arbustivas (Piña-Rodrigues & Aguiar, 1993Piña-Rodrigues FCM, Aguiar IB. Maturação e dispersão de sementes. In: Aguiar IB, Piña-Rodrigues FCM, Figliolia MB, editores. Sementes florestais tropicais. Brasília: ABRATES; 1993. p. 215-274.). Dada à importância da zoocoria para a dispersão de sementes de espécies arbustivoarbóreas, torna-se evidente que a proximidade de fontes dessas sementes seja igualmente um fator primordial para a regeneração florestal no subbosque de florestas plantadas.

Figura 3
Número de espécies e abundância de indivíduos por guildas de dispersão (a,b) e de regeneração (c,d), respectivamente.
Figure 3
Number of species and abundance of individuals per dispersal guilds (a,b) and regeneration (c,d), respectively.

No caso do estudo, a floresta homogênea possui composição florística do sub-bosque fortemente influenciada pela vegetação remanescente em seu entorno. Os povoamentos de Eucalyptus spp. do Campus da UFLA recebem visitas de muitas espécies da avifauna da região (D’Angelo Neto et al., 1998D’angelo Neto S, Venturin N, Oliveira-Filho AT, Costa FAF. Avifauna de quatro fisionomias florestais de pequeno tamanho (5-8 ha) no campus da UFLA. Revista Brasileira de Biologia 1998; 58:531-549. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71081998000300011
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), o que facilita a regeneração de espécies autóctones e auxilia a recuperação da área, de acordo com o conceito de nucleação (Bechara et al., 2007Bechara FC, Campos Filho EM, Barretto KD, Gabriel VA, Antunes AZ, Reis A. Unidades Demonstrativas de Restauração Ecológica através de Técnicas Nucleadoras de Biodiversidade. Revista Brasileira de Biociências 2007; 5:9-11.).

O resultado das guildas de regeneração revelou maior riqueza de espécies heliófitas na sucessão secundária (Figura 3c), com o grupo formado pelas pioneiras e clímax exigentes de luz. Quando se considerou a abundância de indivíduos vivos (Figura 3d), as espécies heliófitas também se destacaram. Esses resultados estão relacionados com a baixa densidade do povoamento de Eucalyptus spp. e a morte dos indivíduos mais velhos, o que aumenta a incidência de luz no fragmento e facilita a regeneração de espécies pioneiras e clímax exigentes de luz.

De acordo com a análise de agrupamento (Figura 4), foi possível observar a formação de quatro grupos distintos. O primeiro, composto por parcelas com maior dominância de Piptadenia gonoacantha, a qual apresentou valor de indicação significativo pela análise de espécies indicadoras. O segundo grupo, mais diversificado, destacou-se pela indicação de Copaifera langsdorffii, Ocotea corymbosa, Nectandra lanceolata e Machaerium nyctitans. O terceiro grupo obteve, entre as espécies indicadoras, Tapirira guianensis, Ocotea laxa, Lithraea molleoides e Luehea candicans. O quarto grupo, por sua vez, possui Matayba elaeagnoides e Tapirira obtusa (Tabela 2).

Tomando-se por base o estudo de gradiente da vegetação a partir da DCA (Figura 5), foi possível perceber que as mudanças de espécies apresentaram gradiente longo (autovalor do eixo 1 = 0,7842). O comprimento do gradiente de composição de espécies - desvio padrão médio das curvas de abundância de espécies no gradiente (Gauch Junior, 1982Gauch Junior HG. Multivariate analysis in community ecology. Cambridge: Cambridge University Press; 1982. 298 p.) - foi máximo 4,247, para o primeiro eixo. Esse valor corresponde a gradientes nos quais a espécie aparece, aumenta de abundância, atinge a moda, decresce e desaparece (Legendre & Legendre, 1998Legendre P, Legendre L. Numerical ecology. 2rd ed. Amsterdam: Elsevier Science BV; 1998. 853 p.). Esse resultado indica pouca mudança na composição florística entre os pontos, mas revela diferenças na distribuição de abundância das espécies.

Figura 4
Dendrogramas representando as sequências das fusões das parcelas, obtidos pelo emprego do método da ligação de Ward, com base nas distâncias de correlação.
Figure 4
Dendrograms representing the sequences of sample unit fusions, obtained through the Ward linkage method based on the correlation distance.

A ocorrência de espécies nativas sob o povoamento de Eucalyptus spp. estudado, foi concentrada em relação à distribuição da abundância das espécies regenerantes, com algumas poucas espécies apresentando elevada densidade, enquanto as outras, em maior número, representadas por baixa abundância de indivíduos. De acordo com Carneiro & Rodrigues (2007)Carneiro PHM, Rodrigues RR. Management of monospecific commercial reforestations for the forest restoration of native species with high diversity. In: Rodrigues RR, Martins SV, Gandolfi S, editores. High Diversity Forest Restoration in Degraded Areas: Methods and Projects in Brazil. New York: Nova Science Publishers; 2007. cap. 3.1, p. 129-144., a regeneração natural em plantios de espécies arbóreas tende a apresentar ampla abundância em alguns locais e, assim, uma distribuição espacial agregada, em razão da dispersão de diásporos de algumas espécies concentrada ao redor da árvore matriz; da preferência das espécies por biótopos específicos em locais com elevada heterogeneidade ambiental (fertilidade de solo e/ou disponibilidade hídrica), e da abertura de clareiras nos povoamentos, que propiciam a concentração da regeneração, sobretudo de indivíduos de espécies pioneiras.

Tabela 2
Resultados significativos na análise de espécies indicadoras (ISA) realizada com base nos quatro agrupamentos (VIO = valor indicador observado; VIE = valor indicador esperado; s = desvio padrão; P = significância) e Abundância relativa das espécies em cada grupo.
Table 2
Species with significant results in the indicator species analyses (ISA) performed for the four groups (VIO = observed cover value, VIE = expected cover value; s = standard deviation; P = significance)

Figura 5
Gráficos da análise de correspondência retificada para as unidades amostrais (a) e espécies (b).
Figure 5
Graphs of detrended correspondence analysis for the sampling units (a) and species (b).

O povoamento estudado obteve H’ igual a 3,58, caracterizado por uma diversidade semelhante às obtidas em fragmentos de Florestas Estacionais Semidecíduas na região (Pereira et al., 2007Pereira JAA, Oliveira-Filho AT, Lemos-Filho JP. Environmental heterogeneity and disturbance by humans control much of the tree species diversity of fragments of tropical montane seasonal forests in SE Brazil. Biodiversity and Conservation 2007; 16(6):1761-1784. http://dx.doi.org/10.1007/s10531-006-9063-4
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). Percebe-se que esse valor foi o menor encontrado, quando comparado a alguns remanescentes florestais inventariados em Lavras. Aubert & Oliveira-Filho (1994)Aubert E, Oliveira-Filho AT. Análise multivariada da estrutura fitossociológica do sub-bosque de plantios experimentais de Eucalyptus spp. e Pinus spp. em Lavras-MG. Revista Árvore 1994; 18:194-214., estudando plantios de Eucalyptus spp. próximos ao local de estudo, encontraram forte correlação entre a estrutura da comunidade dos sub-bosques com a distância das matas vizinhas. Quando comparado com índices de diversidade da regeneração de outros povoamentos, o valor de H’ do local de estudo encontra-se dentro da média para regeneração em plantios de florestas homogêneas. Silva Júnior et al., (1995)Silva Júnior MC, Scarano FR, Cardel FS. Regeneration of an Atlantic forest formation in the understorey of a Eucalyptus grandis plantation in south-eastern Brazil. Journal of Tropical Ecology 1995; 11:147-152. http://dx.doi.org/10.1017/S0266467400008518
http://dx.doi.org/10.1017/S0266467400008...
encontraram, no sub-bosque de florestas plantadas, valores de H’ variando de 1,91 para secundária inicial a 3,15 para floresta madura. Nappo et al. (2000)Nappo ME, Oliveira-Filho AT, Martins SV. A estrutura do sub-bosque de povoamentos homogêneos de Mimosa scabrella Bentham, em área minerada, em Poços de Caldas, MG. Ciência Florestal 2000; 10(2):17-29. observaram em um sub-bosque de povoamento homogêneo de Mimosa scabrella Benth., em Poços de Caldas, MG, um valor de H’ de 2,85. Enquanto Sartori et al. (2002)Sartori MS, Poggiani F, Engel VL. Regeneração da vegetação arbórea nativa no subbosque de um povoamento de Eucalyptus saligna Smith. localizado no Estado de São Paulo. Scientia Forestalis 2002; (62):86-103., estudando um povoamento de Eucalyptus saligna em Itatinga, SP, encontraram valores entre 2,51 e 3,75. Portanto, pode-se considerar que a diversidade do sub-bosque avaliado está refletindo uma condição similar à do sub-bosque de povoamentos de florestas plantadas em outras localidades do sudeste brasileiro.

A equabilidade foi baixa (J’ = 0,794), quando comparada com a encontrada em outros fragmentos (Pereira et al., 2007Pereira JAA, Oliveira-Filho AT, Lemos-Filho JP. Environmental heterogeneity and disturbance by humans control much of the tree species diversity of fragments of tropical montane seasonal forests in SE Brazil. Biodiversity and Conservation 2007; 16(6):1761-1784. http://dx.doi.org/10.1007/s10531-006-9063-4
http://dx.doi.org/10.1007/s10531-006-906...
). A distribuição dos indivíduos esteve concentrada em poucas espécies, ocorrendo certa dominância ecológica de Piptadenia gonoacantha, Tapirira guianensis e Copaifera langsdorffii. Essas espécies, por sua vez, têm ampla distribuição nas Florestas Estacionais Semidecíduas da região. Entretanto, a diversidade e a equabilidade são próximas das existentes numa reserva de Floresta Estacional Semidecidual da UFLA (Matinha), que obteve um índice H’ de 3,62 (Pereira et al., 2007Pereira JAA, Oliveira-Filho AT, Lemos-Filho JP. Environmental heterogeneity and disturbance by humans control much of the tree species diversity of fragments of tropical montane seasonal forests in SE Brazil. Biodiversity and Conservation 2007; 16(6):1761-1784. http://dx.doi.org/10.1007/s10531-006-9063-4
http://dx.doi.org/10.1007/s10531-006-906...
).

4. CONCLUSÕES

Na estrutura horizontal da comunidade, existe uma dominância de espécies heliófitas (Pioneiras e Clímax exigentes de luz), com maiores valores de importância, em razão da baixa densidade de indivíduos no fragmento.

Entre as espécies presentes no fragmento, predominaram aquelas com síndromes de dispersão zoocórica, sugerindo que o plantio pode ter servido de abrigo e refúgio para espécies da fauna dispersora presente na região. Entretanto, a espécie que apresentou maior VI, Piptadenia gonoacantha, foi uma planta heliófita com síndrome de dispersão autocórica.

Os índices de diversidade e equabilidade de espécies foram análogos aos de outros inventários fitossociológicos, em plantios de eucalipto. Quando comparados com fragmentos naturais da região, os índices foram semelhantes aos dos fragmentos de menor diversidade. Tal fato indica que o povoamento de Eucalyptus spp. implantado funcionou como um catalisador da regeneração natural de espécies nativas no local.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Set 2023
  • Data do Fascículo
    Oct-Dec 2011

Histórico

  • Recebido
    29 Set 2010
  • Aceito
    07 Out 2011
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