Acessibilidade / Reportar erro

Mapeamento de campos hidromórficos na serra Catarinense por meio de modelagem hidrológica

Mapping of hydromorphic grasslands in the 'Catarinense' highlands by hydrologic modeling

Resumos

Os ecossistemas campestres entremeados aos fragmentos de Floresta com Araucária são comuns na serra catarinense. Existem fortes indicativos de que parte dos campos da região, os não hidromórficos, sobre solos minerais, seja resultante da exploração da floresta ou do impedimento de seu avanço, cuja cobertura, hoje, é inferior a 10%. Porém, os hidromórficos, exclusivamente em Organossolos, ocupando feições específicas na região, dão evidências de serem, embora impactados, naturais. O presente estudo teve como objetivo mapear a localização dos campos hidromórficos, partindo de dados de campo comparados aos mapas de fatores hidrológicos produzidos principalmente a partir do modelo digital de elevação (MDE) e rede de drenagem. Os resultados mostram que o comprimento de fluxo superior a 400 m está positivamente correlacionado à profundidade das zonas hidromórficas. Os relevos patamarizados e planos relacionam-se às zonas hidromórficas, porém a escala do estudo não leva à caracterização final das mesmas. Ainda que os resultados sejam em caráter preliminar, nota-se que pesquisas complementares abordando análise espacial do relevo são necessárias.

Serra Catarinense; campos naturais; Floresta Ombrófila Mista


Grassland ecosystems interspersed with fragments of Araucaria Forest are common in the 'Catarinense' highlands. There are strong indications that the non-hydromorphic steppes, on mineral soils, result from forest exploitation or the impediment to its advance - less than 10% of the forest area remains nowadays. However, hydromorphic grasslands can be found exclusively on Organosols occupying special region features, and they seem to be natural, although impacted. In this study, we aimed to map the hydromorphic grasslands from data collected in the field compared with the maps of hydrological factors produced mainly by the Digital Elevation Model and the drainage network. Histogram and correlation analyses were performed. Flow length longer than 400 m is positively correlated with the depth of hydromorphic zones. The level sequences and plains are related to the hydromorphic areas, but the scale of this study does not accomplish their final characterization. Complementary researches approaching the spatial analysis of relief are necessary.

'Catarinense' highlands; grasslands; Mixed Rain Forest


  • Bardall, M. L. Aspectos Florísticos E Fitossociológicos Do Componente Arbóreo-Arbustivo De Uma Floresta Ombrófila Mista Aluvial-AraucáriA, PR. Curitiba: UFPR; 2002
  • Behling H. South and southeast Brazilian grasslands during Late Quaternary times: a synthesis. Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology 2002;177(1-2):19-27. http://dx.doi.org/10.1016/S0031-0182(01)00349-2
  • Curcio GR. Caracterização geomorfológica, pedológica e fitossociológica das planícies fluviais do Rio Iguaçu, Paraná, Brasil [tese]. Curitiba: Universidade Federal do Paraná; 2006. 488 p.
  • Embrapa. Solos do estado de Santa Catarina. Rio de Janeiro: Embrapa Solos; 2004. 721 p. (Embrapa Solos. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n. 46).
  • Embrapa. Sistema Brasileiro de classificação de solos 2. ed. Brasilia: Embrapa; 2006. 306 p.
  • Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI. Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina Epagri; 2004. Available from: www.ciram.epagri.sc.gov.br/mapoteca
  • Fundação SOS Mata Atlantica. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica; BeloHorizonte: Conservação Internacional, 2005.
  • Greenlee DD. Raster and Vector Processing for Scanned Linework. Photogrammetric Engineering and Remote Sensing 1987;53(10):1383-1387.
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. Mapa de Vegetação do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Diretoria de Geociências, IBGE; 2004. Mapa, 1:5.000.000.
  • IRIARTE, J.; BEHLING, H. The expansion of 'Araucaria' forest in the southern Brazilian highlands during the last 4000 years and its implications for the development of the Taquara/Itararé Tradition. Environmental Archaeology 2007;12:115-127. 2007. http://dx.doi.org/10.1179/174963107x226390
  • Jenson SK, Domingue JO. Extracting Topographic Structure from Digital Elevation Data for Geographic Information System Analysis. Photogrammetric Engineering and Remote Sensing 1988;54(11):1593-1600.
  • Klein RM. Mapa fitogeográfico de Santa Catarina Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues; 1978. 24 p.
  • Koch Z, Corrêa MC. Araucária: a floresta do Brasil meridional Tradução de Peggy Paciornick Distéfano. Ilustração de Têre Zagonel. Curitiba: Olhar Brasileiro; 2002. 148 p.
  • Lang S, Blaschke T. Análise da Paisagem com SIG Tradução de Hermann Kux. São Paulo: Oficina de Textos; 2009. 424 p.
  • Leite PF, Klein RM. Vegetação. In: Mesquita OV, editor. Geografia do Brasil: Região Sul Rio de Janeiro: IBGE; 1990. v. 1-2, p. 429.
  • Puchalski Â, Mantovani M, Reis MS. Variação em populações naturais de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze associada a condições edafo-climáticas. Scientia Forestalis 2006;70:137-148.
  • Qin C-Z, Zhu A-X, Pei T, Li B-L, Scholten T, Behrens T, Zhou C-H. An approach to computing topographic wetness index based on maximum downslope gradient. Precision Agriculture 2011;12:32-43. http://dx.doi.org/10.1007/s11119-009-9152-y
  • Roderjan CV, Galvão F, Kuniyoshi YS, Hatschbach GG. As unidades fitogeográficas do estado do Paraná. Ciência & Ambiente 2002;(24):75-92.
  • Sampaio AJ. Fitogeografia do Brasil. 3. edi. São Paulo: Companhia Editoria Nacional; 1945. Coleção Brasiliana, série 5ª, v. 35.
  • Santa Catarina (Estado). Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral. Subchefia de Estatística, Geografia e Informática. Atlas de Santa Catarina Rio de Janeiro: Aerofoto Cruzeiro; 1986. 173 p.
  • Scheer MB, Curcio GR, Roderjan CV. Environmental functionalities of upper montane soils in Serra da Igreja, southern Brazil. Revista Brasileira de Ciência do Solo 2011;35(4):1013-1026. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-06832011000400005
  • Scheibe LF. A geologia de Santa Catarina: sinopse provisória. Geosul 1986;1(1):7-38.
  • Seger CD, Dlugosz FL, Kurasz G, Martinez DT, Ronconi E, Melo LAN, et al. Levantamento Florístico e Análise Fitossociológica de um Remanescente de Floresta Ombrófila Mista localizado no município de Pinhais, Paraná-Brasil. Floresta 2005;35(2).
  • Tarboton DG, Bras RL, Rodriguez-Iturbe I. On the Extraction of Channel Networks from Digital Elevation Data. Hydrological Processes 1991;5:81-100. http://dx.doi.org/10.1002/hyp.3360050107
  • Thompson GR, Turk J. Introduction to Physical Geology 2nd ed. Saunders Golden Sunburst Series. Fort Worth: Saunders College Pub, 1998. 398 p.
  • Thompson JA, Bell JC, Butler CA. Digital elevation model resolution: effects on terrain attribute calculation and quantitative soil-landscape modeling. Geoderma 2001;100(1-2):67-89. http://dx.doi.org/10.1016/S0016-7061(00)00081-1

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Set 2013
  • Data do Fascículo
    Set 2013

Histórico

  • Recebido
    23 Jul 2012
  • Aceito
    03 Ago 2013
Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Rodovia BR 465 Km 7, CEP 23897-000, Tel.: (21) 2682 0558 | (21) 3787-4033 - Seropédica - RJ - Brazil
E-mail: floram@ufrrj.br