Acessibilidade / Reportar erro

Influência dos afloramentos rochosos sobre a comunidade lenhosa no cerrado stricto sensu

The influence of rocky outcrops on the woody community of a cerrado stricto sensu

Resumos

Objetivou-se verificar como os afloramentos rochosos influenciam os padrões ecológicos das espécies lenhosas no cerrado stricto sensu e se existem espécies indicadoras de ambientes. Foram amostradas dez parcelas e registrados todos os indivíduos lenhosos vivos com DAS ≥ 5 cm e também as porcentagens de coberturas de afloramentos rochosos. Para avaliar as relações florísticas, foi empregada uma Análise de Correspondência Retificada (DCA), e utilizou-se a Análise de Espécies Indicadoras (ISA), na determinação das preferências das espécies pelos ambientes. Foram calculados os parâmetros fitossociológicos e realizado um teste t de Student para amostras independentes com algumas variáveis estruturais. A DCA confirmou a existência de dois ambientes e mostrou que a presença dos afloramentos rochosos modifica a composição florística entre eles. A ISA mostrou que existem espécies indicadoras de ambientes. A presença dos afloramentos rochosos alterou o conjunto de espécies de maior Valor de Importância (VI) em cada ambiente, porém não houve diferença significativa entre os parâmetros estruturais avaliados em cada ambiente.

relação substrato-vegetação; ambientes rupestres; espécies indicadoras


The aim of this study was to verify the presence of environmental indicator species and the influence of rocky outcrops on the ecological patterns of woody plant species in a Cerrado stricto sensu. Ten plots were sampled where information regarding rocky outcrops and all live individuals with DAG ≥ 5 cm were registered. Detrended Correspondence Analysis (DCA) was performed to assess floristic relations, while Indicator Species Analysis (ISA) was used to determine the environmental preferences of species. Phytosociological parameters were calculated, and the Student's t test was conducted for independent samples with some structural variables. The DAG of live individuals confirmed the existence of two environments and showed that the presence of rocky outcrops changes the floristic composition between them. The ISA verified the presence of environmental indicator species. The presence of rocky outcrops changed the group of species presenting higher Importance Value (VI) in each environment; however, no significant differences were found between the structural parameters assessed in each environment.

substrate-vegetation relationship; rock environments; indicator species


  • Abreu MF, Pinto JRR, Maracahipes L, Gomes L, Oliveira EA, Marimon BS et al. Influence of edaphic variables on the floristic composition and structure of the tree-shrub vegetation in typical and rocky outcrop cerrado areas in Serra Negra, Goiás State, Brazil. Brazilian Journal of Botany 2012; 35: 259-272. http://dx.doi.org/10.1590/S1806-99592012000300005
  • Amaral AG, Pereira FFO, Munhoz CBR. Fitossociologia de uma área de cerrado rupestre na fazenda sucupira, Brasília-DF. Cerne 2006; 12(4): 350-359.
  • Angiosperm Phylogeny Group - APG III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society 2009; 161: 105-121. http://dx.doi.org/10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x
  • Dufrêne M, Legendre P. Species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approah. Ecological Monograhs 1997; 67: 345-366.
  • Felfili JM, Silva-Junior MC, Sevilha AC, Fagg CW, Walter BMT, Nogueira PE, et al. Diversity, floristic and structural patterns of cerrado vegetation in Central Brazil. Plant Ecology 2004; 175: 37-46. http://dx.doi.org/10.1023/B:VEGE.0000048090.07022.02
  • Felfili JM, Silva-Junior MC. Diversidade alfa e beta no cerrado sensu stricto, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Bahia. In: Scariot A, Sousa-Silva JC, Felfili JM, organizadores. Cerrado: Ecologia, Biodiversidade e Conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; 2005. p. 143-154.
  • Felfili JM, Fagg CW. Floristic composition, diversity and structure of the "cerrado" sentido restrito on rocky soils in northern Goiás and southern Tocantins, Brazil. Revista Brasileira de Botânica 2007; 30(3): 375-385.
  • Fujaco MAG, Leite MGP, Pontes SR, Ornelas AR. Controle geomorfológico e antrópico na distribuição de candeias (Eremanthus sp.) no parque estadual do Itacolomi, Minas Gerais. In: VI Simpósio Nacional de Geomorfologia; 2006. Goiânia.
  • Goodland RA. Análise ecológica da vegetação do cerrado. In: Goodland RA, Ferri MG. Ecologia do Cerrado São Paulo: USP; 1979. p. 61-171.
  • Haridasan M. Nutrição mineral de plantas nativas do cerrado. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal 2000; 12(1): 54-64.
  • Kent M, Coker P. Vegetation description and analysis; a practical approach London: Bealhaven Press; 1992. p. 363.
  • Kurtz BC, Araújo DSD. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica Estadual do Paraíso, Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 2000; 51: 78-115.
  • Lima TA, Pinto JRR, Lenza E, Pinto AS. Florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em uma área de cerrado rupestre no Parque Estadual da Serra de Caldas Novas, Goiás. Biota Neotrópica 2010; 10(2). http://dx.doi.org/10.1590/S1676-06032010000200020
  • Lorenzi H. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. São Paulo: Nova Odessa, Editora Plantarum 1(1); 1992.
  • Lorenzi H. Árvores brasileiras. Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. São Paulo: Nova Odessa, Editora Plantarum 1(2); 1998.
  • Lorenzi H. Árvores brasileiras. Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. São Paulo: Nova Odessa, Editora Plantarum 2(2); 2002.
  • McCune B, Mefford MJ. Multivariate analysis of ecological data Gleneden Beach: MjM Software; 1999.
  • Miranda SC, Silva-Junior MC, Salles LA. A comunidade lenhosa de cerrado rupestre da Serra Dourada, Goiás. Heringeriana 2007; 1: 43-53.
  • Moura IO, Klein VLG, Felfili JF, Ferreira HD. Diversidade e estrutura comunitária de cerrado sentido restrito em afloramentos rochosos no Parque Estadual dos Pireneus, Goiás. Revista Brasileira de Botânica 2010; 33(3): 55-467.
  • Moura IO. Fitogeografia do cerrado rupestre: relações florístico-estruturais e ecológicas de espécies lenhosas [tese]. Brasília: Faculdade de Ecologia, Universidade de Brasília; 2010.
  • Mueller-Dombois D, Ellenberg H. Aims and methods of vegetation ecology New York: John Wiley & Sons; 1974. 547 p.
  • Neves SC, Abreu PAA, Fraga LMS. Fisiografia. In: Silva AC, Pedreira LCVSF, Abreu PAA, editores. Serra do Espinhaço Meridional: Paisagens e Ambientes Belo Horizonte: O Lutador; 2005. p. 47-58.
  • Pinto JRR, Lenza E, Pinto AS. Composição florística e estrutura da vegetação arbustivo-arbórea em um cerrado rupestre, Cocalzinho de Goiás, Goiás. Revista Brasileira de Botânica 2009; 32(1): 1-10.
  • R Core Team. A language and environment for statistical computing Vienna: R Foundation for Statistical Computing; 2012. Available from: http://www.R-project.org/
  • Ratter JA, Bridgewater S, Ribeiro JF. Analysis of the floristic composition of the Brazilian cerrado vegetation III: comparison of the woody vegetation of 376 areas. Edinburgh Journal of Botany 2003; 60: 57-109. http://dx.doi.org/10.1017/S0960428603000064
  • Reatto A, Correia JR, Spera ST, Martins ES. Solos do Bioma do Cerrado: aspectos pedológicos. In: Sano SM, Almeida SP, editores. Cerrado: ecologia e flora. Planaltina: Embrapa Cerrados; 2008. v. 1, p. 151-199.
  • Ribeiro JF, Walter BMT. Fitofisionomias do Cerrado. In: Sano S, Almeida S, editores. Cerrado: ambiente e flora. Planaltina: Embrapa CPAC; 2008. v. 1, p. 89-166.
  • Scarano FR. Perspectives on biodiversity science in Brazil. Scientia Agricola 2007; (64): 439-447. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-90162007000400016
  • Scolforo JRS, Oliveira AD, Davide AC, Mello JM, Acerbi Junior FW. Manejo sustentável da candeia Eremanthus erythropappus e Eremanthus incanus. Lavras: UFLA-FAEPE; 2002. Relatório técnico científico, 350 p.
  • Silva-Junior MC. 100 Árvores do Cerrado: guia de campo. Brasília: Distrito Federal, Rede de Sementes do Cerrado; 2005.
  • Silva-Junior MC, Pereira BAS. + 100 árvores do cerrado – Matas de Galeria: guia de campo. Brasília: Distrito Federal, Rede de Sementes do Cerrado; 2009.
  • Silva-Junior MC. 100 árvores do cerrado – sentido restrito: guia de campo. Brasília: Distrito Federal, Rede de Sementes do Cerrado; 2012.
  • Ter Braak CJF. Ordination. In: Jongman RHG, ter Braak CJF, Van Tongeren OFR, editors. Data analysis in community and landscape ecology Cambridge: Cambridge University Press; 1995. p. 91-173. http://dx.doi.org/10.1017/CBO9780511525575.007
  • Ter Braak CJF. The analysis of vegetation-environment relationships by canonical correspondence analysis. Vegetation. 1987.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    18 Fev 2014
  • Data do Fascículo
    Mar 2014

Histórico

  • Aceito
    10 Dez 2013
  • Recebido
    11 Set 2013
Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Rodovia BR 465 Km 7, CEP 23897-000, Tel.: (21) 2682 0558 | (21) 3787-4033 - Seropédica - RJ - Brazil
E-mail: floram@ufrrj.br