IMAGEM & INTERVENÇÃO CARDIOVASCULAR
Fístula coronária
Coronary fistula
Anibal Pereira Abelin; Rogério Sarmento-Leite; Alexandre Schaan de Quadros; Carlos A. M. Gottschall
Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia - Porto Alegre, RS
Correspondência Correspondência: Rogério Sarmento-Leite Av. Princesa Isabel, 395 -Setor de Hemodinâmica - Santana Porto Alegre, RS - CEP 90620-001 Tel.: (51) 3230-3626 E-mail: sarmentoleite@terra.com.br
Paciente do sexo feminino, com 80 anos de idade, diograma evidenciou bloqueio de ramo esquerdo. Reainternada com dor torácica associada a elevação lizada cineangiocoronariografia, que demonstrou: artéria de marcadores de injúria miocárdica. O eletrocar-descendente anterior (ADA) sem lesões graves, estenose significativa no óstio de ramo diagonal e lesões moderadas em ramo marginal. A artéria coronária direita (ACD) não apresentava estenoses significativas, mas observouse fístula acentuada para o tronco da artéria pulmonar. O ventrículo esquerdo era normal. A paciente foi hospitalizada e evoluiu com estabilização clínica e desaparecimento dos sintomas pela otimização do tratamento com betabloqueadores, nitrato e ácido acetilsalicílico.
As fístulas coronárias são anomalias congênitas encontradas em até 0,2% das cineangiocoronariografias de rotina. Têm origem na ACD em 50% dos casos e em 42%, na ADA. Geralmente, a drenagem se faz para câmaras de baixa pressão, ventrículo direito (41%), átrio direito (26%) e artéria pulmonar (15% a 17%). A etiologia das fístulas coronárias é incerta. Sugere-se que resultem da persistência de espaços intratrabeculares pelos quais o miocárdio é suprido na vida intra-uterina e que são reduzidos após o nascimento, tornando-se capilares ou vasos de Thebesius.
A presença de isquemia secundária às fístulas é questionável, embora existam relatos de sua existência em pacientes sem doença arterial coronária. A maior queda da resistência arterial coronária em comparação à pulmonar durante o exercício é um contraponto ao discutível mecanismo de "roubo coronário" causado pela fístula. A maioria dos pacientes é assintomática, embora dispnéia, angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão pulmonar, arritmias, endocardite bacteriana e morte súbita possam ocorrer. O manejo ainda é controverso, porém pacientes sintomáticos ou com shunts significativos podem ser tratados com fechamento cirúrgico ou percutâneo.
Recebido em: 13/5/2008
Aceito em: 19/5/2008
Correspondência:
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
14 Ago 2012 -
Data do Fascículo
2008