Acessibilidade / Reportar erro

Briófitas epífitas de fragmentos de Floresta Atlântica da Reserva Ecológica Michelin, Estado da Bahia, Brasil1 1 Parte da Tese de Doutorado do primeiro Autor

Epiphytic Bryophytes of Atlantic Forest Fragments of Reserva Ecológica Michelin, Bahia State, Brazil

Resumos

A Reserva Ecológica da Michelin localiza-se na região sul do Estado da Bahia. Possui uma área total de 3.096 ha e contém uma diversidade de ambientes do complexo Floresta Atlântica, como restinga, manguezal e estuário, além de importantes fragmentos remanescentes de Floresta Ombrófila. O levantamento florístico das espécies de briófitas epífitas ocorrentes nos fragmentos florestais da Reserva Ecológica Michelin resultou em 206 táxons infragenéricos (195 espécies e 11 variedades), distribuídos em 73 gêneros e 25 famílias de briófitas epífitas. Do total, 123 são hepáticas distribuídas em 33 gêneros e oito famílias; e 83 musgos pertencentes a 40 gêneros e 17 famílias. São relatadas sete novas ocorrências, sendo quatro para a região Nordeste do Brasil e duas para o Estado da Bahia. É fornecida uma listagem completa contendo a ocorrência das espécies em cada fragmento, distribuição geográfica mundial e no Brasil.

florística; hepáticas; musgos


The Reserva Ecológica Michelin is located in the southern region of Bahia State, Brazil. It has a total area of 3,096 ha and contains a variety of environments from Atlantic Forest such as restinga, mangrove and estuary, and important remnants of rainforest. The floristic survey of epiphytic bryophytes occurring in forest fragments of the Reserva Ecológica Michelin resulted in 206 taxa (195 species and 11 varieties), distributed in 73 genera and 25 families of epiphytic bryophytes. Of the total, 123 are liverworts, distributed in 33 genera and eight families, and 83 mosses belonging to 40 genera and 17 families. We report six new occurrences, being four for the Northeast region of Brazil and two for Bahia State. A complete listing is provided containing the occurrence of species in each fragment, the geographical distribution, worldwide and in Brazil.

floristic; liverworts; mosses


Introdução

A flora briofítica é abundante no mundo inteiro, reunindo aproximadamente 15.000 espécies e mais de 1.200 gêneros. Para o Neotrópico, são registradas cerca de 3.980 espécies de briófitas, sendo 2.600 musgos, 1.350 hepáticas e 30 antóceros (Gradstein et al. 2001)Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. New York Botanical Garden Press, New York..

O conhecimento sobre as briófitas brasileiras encontra-se disperso em publicações como catálogos, listas de espécies, algumas flórulas e poucas revisões taxonômicas. O Brasil possui uma brioflora rica, para a qual eram consideradas, até pouco tempo, aproximadamente 1.650 espécies (Yano 1981Yano, O. 1981. A Checklist of Brazilian mosses. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 50: 279-456., 1989Yano, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 66: 371-434., 1995Yano, O. 1995. A new additional annotated cheklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Hattori Botanic Laboratory 78: 137-182., 2006Yano, O. 2006. Novas adições ao catálogo de Briófitas Brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica 17: 1-142.), correspondendo a cerca de 40% das espécies citadas para a América tropical (Gradstein et al. 2001Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. New York Botanical Garden Press, New York., Gradstein & Costa 2003Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of the New York Botanical Garden 87: 1-318.). No entanto, este número vem decrescendo, em função de diversos trabalhos onde muitas espécies foram sinonimizadas. No mais recente catálogo sobre antóceros e hepáticas do Brasil, Yano (2008)Yano, O. 2008. Catálogo de Antóceros e Hepáticas Brasileiros: literatura original, basiônimo, localidadetipo e distribuição geográfica. Boletim do Instituto de Botânica 19: 1-110. relacionou 1.046 táxons. Com relação aos musgos, Costa et al. (2011)Costa, D.P., Pôrto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiu-Borges, A.L., Bastos, C.J.P., Câmara, P.E.A.S., Peralta, D.F., Vilas Bôas-Bastos, S.B.V., Imbassahy, C.A.A., Henriques, D.K., Gomes, H.C.S., Rocha, L.M., Santos, N.D., Siviero, T.S., Vaz-Imbassahy, T.F. & Churchill, S.P. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334. citaram 892 espécies. De acordo com a Lista de Espécies da Flora do Brasil (Forza et al. 2010), aproximadamente 1.521 espécies de briófitas são relatadas atualmente para o país.

As briófitas do Domínio Floresta Atlântica têm sido amplamente estudadas nos últimos anos, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, as quais possuem o maior número de estudos: Angely (1961Angely, J. 1961. Musgos Paranaenses: contribuição para o estudo e conhecimento da flora briológica do Paraná. Revista do Instituto Paranaense de Botânica 20: 1-7., 1968Angely, J. 1968. Bryophytos Paranaenses: In: Flora Analítica do Paraná, Curitiba. Phyton 7: 55-91.), Sehnem (1969Sehnem, A. 1969. Musgos Sul-brasileiros 1. Pesquisas, Série Botânica 27: 1-41., 1970Sehnem, A. 1970. Musgos Sul-brasileiros 2. Pesquisas, Série Botânica 28: 1-117., 1972Sehnem, A. 1972. Musgos Sul-brasileiros 3. Pesquisas, Série Botânica 29: 1-70., 1976Sehnem, A. 1976. Musgos Sul-brasileiros 4. Pesquisas, Série Botânica 30: 1-79., 1978Sehnem, A. 1978. Musgos Sul-brasileiros 5. Pesquisas, Série Botânica 32: 1-170., 1979Sehnem, A. 1979. Musgos Sul-brasileiros 6. Pesquisas, Série Botânica 33: 1-149., 1980Sehnem, A. 1980. Musgos Sul-brasileiros 7. Pesquisas, Série Botânica 34: 1-121.), Kummorow & Prevedello (1982)Kummrow, R. & Prevedello, S.M. 1982. Lista de musgos paranaenses do Museu Botânico municipal. Boletim do Museu Botânico Municipal Curitiba 54: 1-36., Giacontti & Vittal (1989)Giancotti, C. & Vital, D.M. 1989. Flora briofítica da Reserva do Alto da Serra de Paranapiacaba, São Paulo: 1 - Lejeuneaceae (Hepaticopsida). Acta Botanica Brasilica 3(supl.): 169-177., Schäfer-Verwimp (1989Schäfer-Verwimp, A. 1989. New or interesting records of Brazilian Bryophytes. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 67: 313-321., 1991Schäfer-Verwimp, A. 1991. Contribution to the knowledge of the bryophyte flora of Espírito Santo, Brazil. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 69: 147-170., 1992Schäfer-Verwimp, A. 1992. New or interesting records of Brazilian bryophytes, III. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 71: 55-68.), Costa & Yano (1995)Costa, D.P. & Yano, O. 1995. Musgos do município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 33: 99-118., Hirai et al. (1998)Hirai, R.Y., Yano, O. & Ribas, M.E.G. 1998. Musgos da mata residual do Centro Politécnico (Capão da Educação Física), Curitiba, Paraná, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 11: 81-118., Oliveira-e-Silva & Yano (2000aOliveira-e-Silva, M.I.M.N. & Yano, O. 2000a. Anthocerotophyta e Hepatophyta de Mangaratiba e Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 13: 1-102., bOliveira-e-Silva, M.I.M.N. & Yano, O. 2000b. Musgos de Mangaratiba e Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 14: 1-137.), Visnadi & Vital (2000), Yano & Colletes (2000)Yano, O. & Colletes, A.G. 2000. Briófitas do Parque Nacional de Sete Quedas, Guaíra, PR, Brasil. Acta Botanica Brasilica 14: 215-242., Visnadi (2002Visnadi, S.R. 2002. Meteoriaceae (Bryophyta) da Mata Atlântica do estado de São Paulo. Hoehnea 29: 159-187., 2005Visnadi, S.R. 2005. Brioflora de Mata Atlântica do Estado de São Paulo: região norte. Hoehnea 32: 215-231., 2006Visnadi, S.R. 2006. Sematophyllaceae da Mata Atlântica do Nordeste do estado de São Paulo. Hoehnea 33: 455-484.), Costa & Silva (2003)Costa, D.P. & Silva, A.G. 2003. Briófitas da Reserva Natural da Vale do Rio Doce, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 16: 21-38., Costa et al. (2005)Costa, D.P., Imbassahy, C.A.A. & Silva, V.P.A.V. 2005. Checklist and distribution of mosses, liverworts and hornworts of Rio de Janeiro State, Brazil. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 98: 259-298., Yano (2005)Yano, O. 2005. Novas ocorrências de Bryophyta para vários estados do Brasil. Acta Amazonica 34: 559-576.. Na região Nordeste, a maioria dos trabalhos está concentrada nos Estados da Bahia e Pernambuco: Pôrto (1990)Pôrto, K.C. 1990. Bryoflores d’une forêt d’altitud moyenne dans l’État de Pernambuco (Brésil). 1. Analyse floristique. Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 11: 109-161., Marinho & Mariz (1992)Marinho, M.G.V. & Mariz, G. 1992. Addition to the moss flora of remaining area of the Atlantic Forest (Mata de Dois Irmãos), Recife-PE, Brasil. Biologica Brasilica 4: 9-22., Germano & Pôrto (1996)Germano, S.R. & Pôrto, K.C. 1996. Floristic survey of epixilic bryophytes of an area remmant of the Atlantic Forest (Timbaúba-PE, Brazil). 1. Hepaticopsida (Except Lejeuneaceae) and Bryopsida. Tropical Bryology 12: 21-28., Vilas Bôas-Bastos & Bastos (2000Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2000. New occurrence of pleurocarpous mosses for the state of Bahia, Brasil. Tropical Bryology 18: 65-73., 2002Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2002. Occurrence of the genus Pilotrichum P. Beauv. (Pilotrichaceae, Bryopsida) in the state of Bahia, Brazil. Nova Hedwigia 75: 217-225.), Bastos & Yano (2002Bastos C.J.P. & Yano, O. 2002. Pycnolejeunea porrectilobula (Lejeuneaceae), a new species from Brazil. Nova Hedwigia 74: 439-443., 2004)Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2004. New records of Lejeuneaceae (Marchantiophyta) for the Brazil. Acta Botanica Malacitana 29: 13-21., Bastos et al. (2003)Bastos, C.J.P., Cerqueira, A.S. & Yano, O. 2003. Musgos de floresta higrófila e savana gramíneo-lenhosa do Recôncavo, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 8: 35-48., Valente & Pôrto (2006aValente, E.B. & Pôrto, K.C. 2006a. Novas ocorrências de hepáticas (Marchantiophyta) para o estado da Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 1-7., bValente, E.B. & Pôrto, K.C. 2006b. Hepáticas (Marchantiophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jibóia, município e Santa Teresinha, Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 433-441.), Vilas Bôas-Bastos (2009)Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2009. Hypnella symphyodontoides (Bryophyta: Pilotrichaceae), a new species from Brazil. Journal of bryology 31: 20-23., Bastos (2011)Bastos, C.J.P. 2011. Cheilolejeunea ornata (Lejeuneaceae), a new species from Brazilian Atlantic Forest. Journal of Bryology 33: 86-88.. Apesar do acentuado estágio de degradação da Floresta Atlântica, as publicações referentes à briofl ora neste ecossistema confi rmam uma riqueza briofl orística elevada (Oliveira-e-Silva et al. 2002)Oliveira-e-Silva, M.I.M.N., Milanez, A.I. & Yano, O. 2002. Aspectos ecológicos de briófitas em áreas preservadas de Mata Atlântica, Rio de Janeiro, Brasil. Tropical Bryology 22: 77-102..

Os estudos referentes às briófitas de Floresta Atlântica do Estado da Bahia cresceram consideravelmente em quantidade nos últimos anos, apresentando relevantes resultados com relação à riqueza e à diversidade de espécies no Estado, incluindo novos táxons para a ciência (Vilas Bôas-Bastos & Bastos 2000Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2000. New occurrence of pleurocarpous mosses for the state of Bahia, Brasil. Tropical Bryology 18: 65-73., 2002Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2002. Occurrence of the genus Pilotrichum P. Beauv. (Pilotrichaceae, Bryopsida) in the state of Bahia, Brazil. Nova Hedwigia 75: 217-225., Bastos & Yano 2002Bastos C.J.P. & Yano, O. 2002. Pycnolejeunea porrectilobula (Lejeuneaceae), a new species from Brazil. Nova Hedwigia 74: 439-443., 2004Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2004. New records of Lejeuneaceae (Marchantiophyta) for the Brazil. Acta Botanica Malacitana 29: 13-21., 2005Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2005. Notes on the occurrence of Cheilolejeunea paroica Mizut. (Lejeuneaceae: Marchantiophyta) in Neotropics. Acta Botanica Malacitana 30: 7-10., 2009Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2009. O gênero Lejeunea Libert (Lejeuneaceae) no Estado da Bahia, Brasil. Hoehnea 36: 303-320., Bastos & Gradstein 2006Bastos, C.J.P. & Gradstein, S.R. 2006. Two new species of Cheilolejeunea (Spruce) Schiffn. (Lejeuneaceae) from Brazil: C. lacerata sp. nov. and C. rupestris sp. nov. Journal of Bryology 28: 133-138., Valente & Pôrto 2006aValente, E.B. & Pôrto, K.C. 2006a. Novas ocorrências de hepáticas (Marchantiophyta) para o estado da Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 1-7., bValente, E.B. & Pôrto, K.C. 2006b. Hepáticas (Marchantiophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jibóia, município e Santa Teresinha, Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 433-441., Vilas Bôas-Bastos 2009)Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2009. Hypnella symphyodontoides (Bryophyta: Pilotrichaceae), a new species from Brazil. Journal of bryology 31: 20-23..

O presente trabalho teve como objetivo o levantamento florístico das espécies de briófitas epífitas ocorrentes nos fragmentos florestais da Reserva Ecológica Michelin (REM), no Estado da Bahia, além de verifi car a distribuição geográfi ca das espécies no Brasil e no mundo.

Material e métodos

As coletas foram realizadas na Reserva Ecológica da Michelin (figura 1) na região sul do Estado da Bahia (13°48'08"S, 39°10'03"W), no período de 2009 a 2011, com duração mínima de três dias cada, perfazendo um total de oito excursões de campo. A área total da reserva é de 3.096 ha e contém uma diversidade de ambientes do complexo Floresta Atlântica como restinga, manguezal e estuário, além de importantes fragmentos remanescentes de floresta ombrófila (K. Flescher, dados não publicados).

Figura 1
Localização da Reserva Ecológica Michelin no Estado da Bahia, Brasil e dos pontos de coleta nos quatro fragmentos de Floresta Atlântica.

Figure 1. Reserva Ecológica Michelin location in Bahia State, Brazil and the collection points in the four forest fragments of Atlantic Forest.


A região tem clima Tropical úmido (Af) com precipitação anual de 2.051 mm, com chuvas distribuídas ao longo do ano e temperaturas médias variando entre 18 e 30° C (CEI/CONDER 1993)CEI/CONDER. 1993. Informações básicas dos municípios baianos: Região Litoral Sul. Centro de Estatística e Informação/Companhia do Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador. Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia, Salvador, Bahia.; apresenta exuberância paisagística associada aos ambientes florestal e aquático, tanto marinho como continental dulciaquícola, estando relacionada a este último a maior queda d’água do litoral brasileiro, a Cachoeira da Pancada Grande com 62 m de altura que se constitui em significativo atrativo turístico, inserido na área da Reserva.

A Floresta ombrófila pertencente à Reserva está localizada em áreas do município de Igrapiúna formando mosaicos com os seringais, distribuída em quatro fragmentos: Mata de Pacangê (PAC) - 550 ha, Mata da Vila Cinco (MV) – 180 ha, Mata de Pancada Grande (PG) -172 ha e Mata do Luis Inácio (LI) -140 ha, com uma cobertura total de 1.042 ha dentro do Corredor Central da Floresta Atlântica; sua altitude varia entre 160 e 327 m; é classificada, segundo Veloso et al. (1991)Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro., como Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas.

As amostras coletadas foram identificadas usando-se chaves de identificação e ilustrações presentes em bibliografia especializada como Fulford (1963Fulford, M.H. 1963. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América I. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 1-172., 1966Fulford, M.H. 1966. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América II. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 173-276., 1968Fulford, M.H. 1968. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América III. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 277-392., 1976Fulford, M.H. 1976. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América I. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 393-535.), Florschütz (1964)Florschütz, P.A. 1964. The mosses of Suriname. E.J. Brill, Leiden., Sharp et al. (1994)Sharp, A.J., Crum, H. & Eckel, P.M. (eds). 1994. The moss flora of Mexico. Memoirs of the New York Botanical Garden 69: 1-1113., Buck (1998)Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous Mosses of the West Indies. Memoirs of the New York Botanical Garden 82: 1-400., Gradstein et al. (2001)Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. New York Botanical Garden Press, New York., Visnadi (2002)Visnadi, S.R. 2002. Meteoriaceae (Bryophyta) da Mata Atlântica do estado de São Paulo. Hoehnea 29: 159-187., Dauphin (2003)Dauphin, G. 2003. Ceratolejeunea. Flora Neotropica Monograph 90: 1-86. e Gradstein & Costa (2003)Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of the New York Botanical Garden 87: 1-318.. Além disso, foram feitas comparações com materiais de herbário previamente identificados e consultas aos especialistas de determinados grupos. Amostras depositadas no Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foram consultadas para a complementação da listagem florística. O sistema de classificação utilizado foi o de Renzaglia et al. (2009)Renzaglia, K.S., Villareal, J.C. & Duff, R.J. 2009. New Insights into Morphology, Anatomy, and Systematic of Hornworts. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. Cambridge University Press, New York. pp. 138-171. para as hepáticas e Goffinet et al. (2009)Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology and classification of the Bryophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology; Cambridge University Press, v. 2, pp. 55-138. para os musgos. A distribuição geográfica das espécies no Brasil foi obtida a partir dos trabalhos de Yano (1981Yano, O. 1981. A Checklist of Brazilian mosses. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 50: 279-456., 1989Yano, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 66: 371-434., 1995Yano, O. 1995. A new additional annotated cheklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Hattori Botanic Laboratory 78: 137-182., 2006Yano, O. 2006. Novas adições ao catálogo de Briófitas Brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica 17: 1-142., 2008Yano, O. 2008. Catálogo de Antóceros e Hepáticas Brasileiros: literatura original, basiônimo, localidadetipo e distribuição geográfica. Boletim do Instituto de Botânica 19: 1-110., 2011Yano, O. 2011. Catálogo de musgos brasileiros: literatura original, basiônimo, localidade-tipo e distribuição geográfica. São Paulo: Instituto de Botânica. Disponível em: http://www.ibot.sp.gov.br/publicacoes/virtuais/ musgos%20brasileros%20completo%2023-05.pdf. (acesso em I-2014).
http://www.ibot.sp.gov.br/publicacoes/vi...
) e Costa et al. (2011)Costa, D.P., Pôrto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiu-Borges, A.L., Bastos, C.J.P., Câmara, P.E.A.S., Peralta, D.F., Vilas Bôas-Bastos, S.B.V., Imbassahy, C.A.A., Henriques, D.K., Gomes, H.C.S., Rocha, L.M., Santos, N.D., Siviero, T.S., Vaz-Imbassahy, T.F. & Churchill, S.P. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334..

Os espécimes identificados foram acondicionados em envelopes de papel padronizados com dimensões de 12,8 × 9,5 cm, seguindo a metodologia usual proposta por Yano (1984)Yano, O. 1984. Briófitas. In: Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico (O. Fidalgo & V.L.R. Bononi, coords). Instituto de Botânica, São Paulo, Manual 4: 27-30., e depositados no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS), com duplicatas enviadas ao Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB) da Universidade Federal da Bahia.

Resultados e Discussão

Foi registrado um total de 206 táxons infragenéricos (195 espécies e 11 variedades), 73 gêneros e 25 famílias de briófitas epífitas nos fragmentos de Floresta Atlântica da REM (tabela 1). Do total, 123 são hepáticas distribuídas em 33 gêneros e oito famílias (figura 2); e 83 musgos pertencentes a 40 gêneros e 17 famílias (figura 3). O fragmento da Mata da Vila 5 (MV) apresentou a maior riqueza específica com 117 espécies, por outro lado, o fragmento Luís Inácio (LI) foi o menos rico, com 98 espécies (figura 4). O inventário florístico possibilitou a ampliação da distribuição geográfica de seis espécies, sendo Chiloscyphus proteus (Herzog) J.J. Engel & R.M. Schust., Calymperes levyanum Besch., C. tenerum Mull. Hal. e Groutiella obtusa (Mitt.) Florsch. novas citações para a região Nordeste; e Chiloscyphus serratus (Mitt.) J.J. Engel & R.M. Schust. e Callicostella merkelii (Hornsch.) A. Jaeger, primeiros registros para o Estado da Bahia. As famílias mais representativas foram Lejeuneaceae (84 spp.), Calymperaceae (20 spp.), Plagiochilaceae (14 spp.), Sematophyllaceae (12 spp.) e Radulaceae (7 spp.). As famílias com menor riqueza específica foram Aneuraceae, Bryaceae, Setereophyllaceae e Thuidiaceae, com uma espécie cada. A maior representatividade das famílias Lejeuneaceae e Calymperaceae está de acordo com o que, usualmente, é observado na literatura, já que estes táxons estão entre as quatro famílias mais representativas em florestas úmidas de terras baixas (Gradstein et al. 2001Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. New York Botanical Garden Press, New York.).

Tabela 1
Briófitas epífitas da Reserva Ecológica Michelin, Igrapiúna, Estado da Bahia, Brasil. Fragmentos. MV: Vila 5; PG: Pancada grande; LI: Luís Inácio; PAC: Pacangê.

Table 1. Epiphytic bryophytes of Reserva Ecológica Michelin, Igrapiúna, Bahia State, Brazil. Fragments. MV: Vila 5; PG: Pancada Grand; LI: Luís Inácio; PAC: Pacangê.


Figura 2
Riqueza específica das famílias de hepáticas epífitas nos fragmentos de Floresta Atlântica da Reserva Ecológica Michelin no Estado da Bahia, Brasil.

Figure 2. Species richness of epiphytic liverwort families in forest fragments of the Reserva Ecológica Michelin in Bahia State, Brazil.


Figura 3
Riqueza específica das famílias de musgos epífitos nos fragmentos de Floresta Atlântica da Reserva Ecológica Michelin, Estado da Bahia, Brasil.

Species richness of epiphytic moss families in forest fragments of Reserva Ecológica Michelin in Bahia State, Brazil.


Figura 4
Riqueza específica de briófitas epífitas nos fragmentos de Floresta Atlântica da reserva ecológica Michelin, Estado da Bahia, Brasil.

Figure 4. Species richness of epiphytic bryophytes in forest fragments of Reserva Ecológica Michelin in Bahia State, Brazil.


As hepáticas apresentaram uma notável maior riqueza de espécies em relação aos musgos. A família Lejeuneaceae contribuiu expressivamente para este resultado, contendo 40% do total de espécies encontradas na REM. No entanto, sabe-se que em florestas tropicais úmidas, este percentual pode chegar a 70% do total de espécies (Cornelissen & Gradstein 1990Cornelissen, J.H.C. & Gradstein, S.R. 1990. On the occurrence of Bryophytes and macrolichens in different lowland rain forest types at Mabura Hill, Guyana. Tropical Bryology 3: 29-35., Gradstein et al. 1990Gradstein, S.R., Montfoort, D. & Cornelissen, J.H.C. 1990. Species richness and phytogeography of the bryophyte flora of the Guianas, with special reference to the lowland forest. Tropical Bryology 2: 117-126., Pôrto 1990Pôrto, K.C. 1990. Bryoflores d’une forêt d’altitud moyenne dans l’État de Pernambuco (Brésil). 1. Analyse floristique. Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 11: 109-161.). As hepáticas apresentam-se como uma importante influência para a riqueza de briófitas em florestas tropicais (Wolf 1993Wolf, J.H.D. 1993. Epiphyte communities of tropical montane rain forest in the northern Andes. II. Upper montane communities. Phytocoenologica 22: 53–103.); e diversos trabalhos mencionam sua dominância nesses ecossistemas (Richards 1954Richards, P.W. 1954. Notes on the bryophyte communities of Lowland Tropical Rain Forest, with special reference to Moraballi Creek, British Guyana. Vegetatio 5-6: 319-328., Cornelissen & Gradstein 1990Cornelissen, J.H.C. & Gradstein, S.R. 1990. On the occurrence of Bryophytes and macrolichens in different lowland rain forest types at Mabura Hill, Guyana. Tropical Bryology 3: 29-35., Gradstein et al. 1990Gradstein, S.R., Montfoort, D. & Cornelissen, J.H.C. 1990. Species richness and phytogeography of the bryophyte flora of the Guianas, with special reference to the lowland forest. Tropical Bryology 2: 117-126., Pôrto 1992Pôrto, K.C. 1992. Bryoflores d‘une forêt de plaine et d‘une forêt d‘altitude moyenne dans l‘État de Pernambuco (Brésil); Analyse écologique comparative des forêts. Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 13: 187-219.), sobretudo quando se trata de briófitas epífitas (Campelo & Pôrto 2007)Campelo, M.J.A. & Pôrto, K.C. 2007. Brioflora epífita e epífila da RPPN Frei Caneca, Jaqueira, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21: 185-192..

Os resultados obtidos atestam a significativa riqueza e diversidade de briófitas dos fragmentos de Floresta Atlântica da REM, demonstrando ainda que os mesmos termos de composição florística, tendo em vista que já entre as famílias encontradas estão aquelas que representam cerca de 90% das briófitas encontradas neste tipo de ecossistema: Pilotrichaceae, Calymperaceae, Dicranaceae, Fissidentaceae, Frullaniaceae, Hypnaceae, Lejeuneaceae, Lepidoziaceae, Meteoriaceae, Neckeraceae, Orthotrichaceae, Plagiochilaceae, Pterobryaceae, Radulaceae e Sematophyllaceae (Gradstein & Pócs 1989Gradstein, S.R. & Pócs, T. 1989. Bryophytes. In: H. Leith & M.J.A. Werger (eds.). Tropical rain forest ecosystems. Elsevier Science, Amsterdam, pp. 311-325.).

  • 1
    Parte da Tese de Doutorado do primeiro Autor

Agradecimentos

Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES, pela bolsa de doutorado concedida ao primeiro autor; à direção da REM, pela disponibilização de infra-estrutura e logística para a realização dos trabalhos de campo; ao Dr. Paulo Eduardo Aguiar Saraiva Câmara, da Universidade de Brasília (UnB), pela confirmação de espécies de Taxithelium.

Literatura citada

  • Angely, J. 1961. Musgos Paranaenses: contribuição para o estudo e conhecimento da flora briológica do Paraná. Revista do Instituto Paranaense de Botânica 20: 1-7.
  • Angely, J. 1968. Bryophytos Paranaenses: In: Flora Analítica do Paraná, Curitiba. Phyton 7: 55-91.
  • Bastos, C.J.P. 2011. Cheilolejeunea ornata (Lejeuneaceae), a new species from Brazilian Atlantic Forest. Journal of Bryology 33: 86-88.
  • Bastos, C.J.P. & Gradstein, S.R. 2006. Two new species of Cheilolejeunea (Spruce) Schiffn. (Lejeuneaceae) from Brazil: C. lacerata sp. nov. and C. rupestris sp. nov. Journal of Bryology 28: 133-138.
  • Bastos C.J.P. & Yano, O. 2002. Pycnolejeunea porrectilobula (Lejeuneaceae), a new species from Brazil. Nova Hedwigia 74: 439-443.
  • Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2004. New records of Lejeuneaceae (Marchantiophyta) for the Brazil. Acta Botanica Malacitana 29: 13-21.
  • Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2005. Notes on the occurrence of Cheilolejeunea paroica Mizut. (Lejeuneaceae: Marchantiophyta) in Neotropics. Acta Botanica Malacitana 30: 7-10.
  • Bastos, C.J.P. & Yano, O. 2009. O gênero Lejeunea Libert (Lejeuneaceae) no Estado da Bahia, Brasil. Hoehnea 36: 303-320.
  • Bastos, C.J.P., Cerqueira, A.S. & Yano, O. 2003. Musgos de floresta higrófila e savana gramíneo-lenhosa do Recôncavo, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 8: 35-48.
  • Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous Mosses of the West Indies. Memoirs of the New York Botanical Garden 82: 1-400.
  • CEI/CONDER. 1993. Informações básicas dos municípios baianos: Região Litoral Sul. Centro de Estatística e Informação/Companhia do Desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador. Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia, Salvador, Bahia.
  • Campelo, M.J.A. & Pôrto, K.C. 2007. Brioflora epífita e epífila da RPPN Frei Caneca, Jaqueira, PE, Brasil. Acta Botanica Brasilica 21: 185-192.
  • Cornelissen, J.H.C. & Gradstein, S.R. 1990. On the occurrence of Bryophytes and macrolichens in different lowland rain forest types at Mabura Hill, Guyana. Tropical Bryology 3: 29-35.
  • Costa, D.P., Pôrto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiu-Borges, A.L., Bastos, C.J.P., Câmara, P.E.A.S., Peralta, D.F., Vilas Bôas-Bastos, S.B.V., Imbassahy, C.A.A., Henriques, D.K., Gomes, H.C.S., Rocha, L.M., Santos, N.D., Siviero, T.S., Vaz-Imbassahy, T.F. & Churchill, S.P. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334.
  • Costa, D.P. & Silva, A.G. 2003. Briófitas da Reserva Natural da Vale do Rio Doce, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 16: 21-38.
  • Costa, D.P. & Yano, O. 1995. Musgos do município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 33: 99-118.
  • Costa, D.P., Imbassahy, C.A.A. & Silva, V.P.A.V. 2005. Checklist and distribution of mosses, liverworts and hornworts of Rio de Janeiro State, Brazil. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 98: 259-298.
  • Dauphin, G. 2003. Ceratolejeunea. Flora Neotropica Monograph 90: 1-86.
  • Florschütz, P.A. 1964. The mosses of Suriname. E.J. Brill, Leiden.
  • Forzza, R.C. Leitman, P.M., Costa, A.F., Carvalho Jr., A.A., Peixoto, A.L., Walter, B.M.T., Bicudo, C., Zappi, D., Costa, D.P., Lleras, E., Martinelli, G., Lima, H.C., Prado, J., Stehmann, J.R., Baumgratz, J.F.A., Pirani, J.R., Sylvestre, L., Maia, L.C., Lohmann, L.G., Queiroz, L.P., Silveira, M., Coelho, M.N., Mamede, M.C., Bastos, M.N.C., Morim, M.P., Barbosa, M.R., Menezes, M., Hopkins, M., Secco, R., Cavalcanti, T.B. & Souza, V.C. 2010 Introdução. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil. jbrj.gov.br (acesso em: IV-2013).
    » http://floradobrasil.jbrj.gov.br
  • Fulford, M.H. 1963. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América I. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 1-172.
  • Fulford, M.H. 1966. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América II. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 173-276.
  • Fulford, M.H. 1968. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América III. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 277-392.
  • Fulford, M.H. 1976. Manual of the leafy Hepaticae of Latin América I. Memoirs of the New York Botanical Garden 11: 393-535.
  • Germano, S.R. & Pôrto, K.C. 1996. Floristic survey of epixilic bryophytes of an area remmant of the Atlantic Forest (Timbaúba-PE, Brazil). 1. Hepaticopsida (Except Lejeuneaceae) and Bryopsida. Tropical Bryology 12: 21-28.
  • Giancotti, C. & Vital, D.M. 1989. Flora briofítica da Reserva do Alto da Serra de Paranapiacaba, São Paulo: 1 - Lejeuneaceae (Hepaticopsida). Acta Botanica Brasilica 3(supl.): 169-177.
  • Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology and classification of the Bryophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology; Cambridge University Press, v. 2, pp. 55-138.
  • Gradstein, S.R. & Costa, D.P. 2003. The Hepaticae and Anthocerotae of Brazil. Memoirs of the New York Botanical Garden 87: 1-318.
  • Gradstein, S.R. & Pócs, T. 1989. Bryophytes. In: H. Leith & M.J.A. Werger (eds.). Tropical rain forest ecosystems. Elsevier Science, Amsterdam, pp. 311-325.
  • Gradstein, S.R., Churchill, S.P. & Salazar Allen, N. 2001. Guide to the bryophytes of tropical America. New York Botanical Garden Press, New York.
  • Gradstein, S.R., Montfoort, D. & Cornelissen, J.H.C. 1990. Species richness and phytogeography of the bryophyte flora of the Guianas, with special reference to the lowland forest. Tropical Bryology 2: 117-126.
  • Hirai, R.Y., Yano, O. & Ribas, M.E.G. 1998. Musgos da mata residual do Centro Politécnico (Capão da Educação Física), Curitiba, Paraná, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 11: 81-118.
  • Kummrow, R. & Prevedello, S.M. 1982. Lista de musgos paranaenses do Museu Botânico municipal. Boletim do Museu Botânico Municipal Curitiba 54: 1-36.
  • Marinho, M.G.V. & Mariz, G. 1992. Addition to the moss flora of remaining area of the Atlantic Forest (Mata de Dois Irmãos), Recife-PE, Brasil. Biologica Brasilica 4: 9-22.
  • Oliveira-e-Silva, M.I.M.N. & Yano, O. 2000a. Anthocerotophyta e Hepatophyta de Mangaratiba e Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 13: 1-102.
  • Oliveira-e-Silva, M.I.M.N. & Yano, O. 2000b. Musgos de Mangaratiba e Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 14: 1-137.
  • Oliveira-e-Silva, M.I.M.N., Milanez, A.I. & Yano, O. 2002. Aspectos ecológicos de briófitas em áreas preservadas de Mata Atlântica, Rio de Janeiro, Brasil. Tropical Bryology 22: 77-102.
  • Pôrto, K.C. 1990. Bryoflores d’une forêt d’altitud moyenne dans l’État de Pernambuco (Brésil). 1. Analyse floristique. Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 11: 109-161.
  • Pôrto, K.C. 1992. Bryoflores d‘une forêt de plaine et d‘une forêt d‘altitude moyenne dans l‘État de Pernambuco (Brésil); Analyse écologique comparative des forêts. Cryptogamie, Bryologie et Lichénologie 13: 187-219.
  • Renzaglia, K.S., Villareal, J.C. & Duff, R.J. 2009. New Insights into Morphology, Anatomy, and Systematic of Hornworts. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. Cambridge University Press, New York. pp. 138-171.
  • Richards, P.W. 1954. Notes on the bryophyte communities of Lowland Tropical Rain Forest, with special reference to Moraballi Creek, British Guyana. Vegetatio 5-6: 319-328.
  • Sehnem, A. 1969. Musgos Sul-brasileiros 1. Pesquisas, Série Botânica 27: 1-41.
  • Sehnem, A. 1970. Musgos Sul-brasileiros 2. Pesquisas, Série Botânica 28: 1-117.
  • Sehnem, A. 1972. Musgos Sul-brasileiros 3. Pesquisas, Série Botânica 29: 1-70.
  • Sehnem, A. 1976. Musgos Sul-brasileiros 4. Pesquisas, Série Botânica 30: 1-79.
  • Sehnem, A. 1978. Musgos Sul-brasileiros 5. Pesquisas, Série Botânica 32: 1-170.
  • Sehnem, A. 1979. Musgos Sul-brasileiros 6. Pesquisas, Série Botânica 33: 1-149.
  • Sehnem, A. 1980. Musgos Sul-brasileiros 7. Pesquisas, Série Botânica 34: 1-121.
  • Sharp, A.J., Crum, H. & Eckel, P.M. (eds). 1994. The moss flora of Mexico. Memoirs of the New York Botanical Garden 69: 1-1113.
  • Schäfer-Verwimp, A. 1989. New or interesting records of Brazilian Bryophytes. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 67: 313-321.
  • Schäfer-Verwimp, A. 1991. Contribution to the knowledge of the bryophyte flora of Espírito Santo, Brazil. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 69: 147-170.
  • Schäfer-Verwimp, A. 1992. New or interesting records of Brazilian bryophytes, III. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 71: 55-68.
  • Valente, E.B. & Pôrto, K.C. 2006a. Novas ocorrências de hepáticas (Marchantiophyta) para o estado da Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 1-7.
  • Valente, E.B. & Pôrto, K.C. 2006b. Hepáticas (Marchantiophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jibóia, município e Santa Teresinha, Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 433-441.
  • Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L.R. & Lima, J.C. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE. Rio de Janeiro.
  • Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2009. Hypnella symphyodontoides (Bryophyta: Pilotrichaceae), a new species from Brazil. Journal of bryology 31: 20-23.
  • Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2000. New occurrence of pleurocarpous mosses for the state of Bahia, Brasil. Tropical Bryology 18: 65-73.
  • Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2002. Occurrence of the genus Pilotrichum P. Beauv. (Pilotrichaceae, Bryopsida) in the state of Bahia, Brazil. Nova Hedwigia 75: 217-225.
  • Visnadi, S.R. 2002. Meteoriaceae (Bryophyta) da Mata Atlântica do estado de São Paulo. Hoehnea 29: 159-187.
  • Visnadi, S.R. 2005. Brioflora de Mata Atlântica do Estado de São Paulo: região norte. Hoehnea 32: 215-231.
  • Visnadi, S.R. 2006. Sematophyllaceae da Mata Atlântica do Nordeste do estado de São Paulo. Hoehnea 33: 455-484.
  • Wolf, J.H.D. 1993. Epiphyte communities of tropical montane rain forest in the northern Andes. II. Upper montane communities. Phytocoenologica 22: 53–103.
  • Yano, O. 1981. A Checklist of Brazilian mosses. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 50: 279-456.
  • Yano, O. 1984. Briófitas. In: Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico (O. Fidalgo & V.L.R. Bononi, coords). Instituto de Botânica, São Paulo, Manual 4: 27-30.
  • Yano, O. 1989. An additional checklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 66: 371-434.
  • Yano, O. 1995. A new additional annotated cheklist of Brazilian bryophytes. The Journal of the Hattori Botanic Laboratory 78: 137-182.
  • Yano, O. 2005. Novas ocorrências de Bryophyta para vários estados do Brasil. Acta Amazonica 34: 559-576.
  • Yano, O. 2006. Novas adições ao catálogo de Briófitas Brasileiras. Boletim do Instituto de Botânica 17: 1-142.
  • Yano, O. 2008. Catálogo de Antóceros e Hepáticas Brasileiros: literatura original, basiônimo, localidadetipo e distribuição geográfica. Boletim do Instituto de Botânica 19: 1-110.
  • Yano, O. 2011. Catálogo de musgos brasileiros: literatura original, basiônimo, localidade-tipo e distribuição geográfica. São Paulo: Instituto de Botânica. Disponível em: http://www.ibot.sp.gov.br/publicacoes/virtuais/ musgos%20brasileros%20completo%2023-05.pdf. (acesso em I-2014).
    » http://www.ibot.sp.gov.br/publicacoes/virtuais/musgos%20brasileros%20completo%2023-05.pdf
  • Yano, O. & Colletes, A.G. 2000. Briófitas do Parque Nacional de Sete Quedas, Guaíra, PR, Brasil. Acta Botanica Brasilica 14: 215-242.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    2 Jul 2013
  • Aceito
    27 Maio 2014
Instituto de Pesquisas Ambientais Av. Miguel Stefano, 3687 , 04301-902 São Paulo – SP / Brasil, Tel.: 55 11 5067-6057, Fax; 55 11 5073-3678 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: hoehneaibt@gmail.com