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Espécies da flora nativa nas Estações Experimentais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Instituto Agronômico de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil

Species of native flora of the remnants from Experimental Stations of Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Instituto Agronômico de Campinas, São Paulo State, Brazil

Resumos

A vegetação nativa do Estado de São Paulo está representada, principalmente, por pequenos e isolados fragmentos, como os que ocorrem em várias Estações Experimentais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. Com base nas exsicatas do acervo do Herbário do Instituto Agronômico de Campinas, elaborou‑se a listagem da flora vascular desses remanescentes em 21 Estações Experimentais. Predominam remanescentes de Mata Atlântica, mas três unidades possuem também fragmentos de Cerrado, e apenas duas não têm nenhum registro de espécies no acervo. Foram encontrados 2.457 materiais distribuídos em 120 famílias, 493 gêneros e 947 espécies. As famílias mais ricas foram Fabaceae, Asteraceae e Rubiaceae, observando‑se duas espécies ameaçadas de extinção, táxons com potencial medicinal, ornamental e/ou alimentício e espécies não citadas para o Estado de São Paulo na Lista de Espécies da Flora do Brasil. Os resultados indicam a necessidade de regularização das áreas de reserva legal e de preservação permanente, e a necessidade de aumentar os mecanismos de proteção dos remanescentes e seu rico patrimônio genético.

biodiversidade; conservação in situ; espécies ameaçadas; germoplasma nativo


The native vegetation of the state of São Paulo is mainly characterized by small isolated fragments, like the ones found in several Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios experimental stations. Based on exsiccates from the Instituto Agronômico de Campinas Herbarium collection, we elaborated a list of the vascular flora of these remnants in 21 experimental stations. Mata Atlântica remnants are predominant, but three experimental stations had also fragments of Cerrado, and only two had no species recorded in the collection. We found 2,457 samples belonging to 120 families, 493 genera, and 947 species. The most diverse families were Fabaceae, Asteraceae, and Rubiaceae. Two species are threatened of extinction. Taxa with medicinal, ornamental, and/or feeding potential were found, as well as species not reported for the state of São Paulo in the Flora of Brasil database. The results indicate the need of regularization of the legal and permanent conservation areas and the need to increase the mechanisms of protection of the remnants and their rich genetic inheritance.

biodiversity; in situ conservation; native germplasm; threatened species


Introdução

Por volta da segunda metade do século XVII, os registros de escala nas cercanias da cidade de São Paulo, e até desmatamento eram ainda de pequena a metade do século XIX, a vegetação nativa do Estado era relativamente bem conservada. A partir da expansão da cultura cafeeira, o ritmo de desmatamento acelerou de modo avassalador (Dean 1996Dean, W. 1996. A ferro e fogo - a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Companhia das Letras, São Paulo., Victor et al. 2005Victor, M.A.M., Cavalli, A.C., Guillaumon, J.R. & Serra Filho R.2005. Cem anos de devastação: revisitada 30 anos depois. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Brasília.). Segundo Victor et al. (2005)Victor, M.A.M., Cavalli, A.C., Guillaumon, J.R. & Serra Filho R.2005. Cem anos de devastação: revisitada 30 anos depois. Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Brasília., quase 82% do território paulista era coberto por formações florestais, predominando o Domínio da Mata Atlântica, com penínsulas e áreas disjuntas periféricas de Cerrado (Durigan et al. 2004Durigan, G., Franco, G.A.D.C. & Siqueira, M.F. 2004. A vegetação dos remanescentes de cerrado no Estado de São Paulo. In : M.D. Bitencourt & R.R. Mendonça (orgs.).Viabilidade de conservação dos remanescentes de cerrado no Estado de São Paulo. São Paulo: Annablume, FAPESP, São Paulo.), em suas diferentes fisionomias. A Floresta Atlântica e o Cerrado são considerados áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade no mundo (hotspots) e apresentam altas taxas de endemismo, 39,5% e 33,3%, respectivamente (Forzza et al. 2012Forzza, R.C., Baumgratz, J.F.A., Bicudo, C.E.M., Canhos, D.A.L., Carvalho JR. A.A., Coelho, M.A.N., Costa, A.F., Costa, D.P., Hopkins, M.G., Leitman, P.M., Lohmann, L.G., Lughadha, E.N., Maia, L.C., Martinelli, G., Menezes, M., Morim, M.P., Peixoto, A.L., Pirani, J.R., Prado, J., Queiroz, L.P., Souza, S., Souza, V.C., Stehmann, J.R., Sylvestre, L.S., Walter, B.M.T. & Zappi, D.C. 2012. New Brazilian floristic list highlights conservation challenges. BioScience 62: 39-45.). Os remanescentes da Mata Atlântica e do Cerrado, que representam aproximadamente 14% da área de São Paulo (FAPESP 2006FAPESP. 2006. Olhar amplo sobre a biodiversidade. FAPESP, São Paulo. Disponível em http://www.fapesp.br/publicacoes/biodiversidade_port.pdf (acesso em 20-I-2014).
http://www.fapesp.br/publicacoes/biodive...
), encontram-se em geral na forma de pequenos fragmentos, altamente perturbados, isolados, pouco conhecidos e pouco protegidos, especialmente em paisagens intensamente cultivadas (Viana 1995Viana, V.M. 1995. Conservação da biodiversidade de fragmentos de florestas tropicais em paisagens intensivamente cultivadas. In : Conservation International do Brasil, Universidade Federal de Minas Gerais, University of Florida. Abordagens interdisciplinares para a conservação da biodiversidade e dinâmica do uso da terra no novo mundo. CI Brasil, UFMG, UFL, Belo Horizonte, Gainesville. pp. 135-154.).

No processo de alteração do uso do solo a vegetação nativa pode ser totalmente eliminada ou fragmentada, o que resulta em pequenas áreas residuais e isoladas de remanescentes (Olifiers & Cerqueira 2006Olifiers, N. & Cerqueira, R. 2006. Fragmentação de habitat: efeitos históricos e ecológicos. In : C.F.D. Rocha, H.G. Bergallo, M.V. Sluys & M.A.S. Alves. (eds.). Biologia da Conservação: essências. RiMa, São Carlos. pp. 261-280.). A fragmentação em grande escala causa diversas alterações nos processos biológicos e nas interações entre os organismos, além de resultar na perda gradual da diversidade biológica (Cerqueira et al.2003), afetando especialmente a biodiversidade regional (Almeida 1998Almeida, D.S. 1998. Recuperação ecológica de paisagens fragmentadas. Série Técnica IPEF 12: 99-104.). A drástica redução das populações locais, decorrente da fragmentação dos ambientes, afeta negativamente os três níveis de organização da diversidade biológica - intraespecífica, interespecífica e nos ecossistemas.

Embora seja um país megadiverso, a agricultura no Brasil apóia-se num pequeno número de espécies exóticas domesticadas. Dentre as 15 plantas mais importantes que são cultivadas no mundo, apenas o amendoim e a mandioca são nativos do Brasil, o que configura grande vulnerabilidade alimentar. Para minimizar a perda genética decorrente dos efeitos da síndrome de domesticação que ocorre nas espécies cultivadas (Nass & Sigrist 2009Nass, L.L. & Sigrist, M.S. 2009. Espécies silvestres: potencial de exploração via pré-melhoramento. In : A. Borém, M.T.G. Lopes & C.R. Clement (eds.). Domesticação e melhoramento: espécies amazônicas. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. pp. 101-116., Flint-Garcia 2013Flint-Garcia, S.A. 2013. Genetics and consequences of crop domestication. Journal of Agricultural and Food Chemistry 61: 8267-8276.), trabalhos de melhoramento genético podem ser desenvolvidos com a utilização de parentes silvestres e variedades crioulas (Walter et al. 2005aWalter, B.M.T., Cavalcanti, T.B., Bianchetti, L.B. & Valls, J.F.M.2005a. Origens da agricultura, centros de origem e diversificação das plantas cultivadas . In : B.M.T. Walter & T.B. Cavalcanti (eds.). Fundamentos para a coleta de germoplasma vegetal . EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília.,bWalter, B.M.T., Cavalcanti, T.B., Bianchetti, L.B. & Valls, J.F.M.2005b. Coleta de germoplasma vegetal: relevância e conceitos básicos. In : B.M.T. Walter & T.B. Cavalcanti (eds.). Fundamentos para a coleta de germoplasma vegetal. EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília.).

No âmbito da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), foi editado o Decreto número 4.339/2002 que, dentre as suas várias diretrizes preconiza o conhecimento e a conservação da biodiversidade. Para tanto, estabelece diretrizes para a conservação in situ e ex situ da variabilidade genética, de ecossistemas, incluindo os serviços ambientais, e das espécies, particularmente das ameaçadas ou com potencial econômico (Leite & Coradin 2011Leite, L.L. & Coradin, L. 2011. Introdução. In : L. Coradin, A. Siminski & A. Reis (eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial -Plantas para o futuro - Região Sul. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. pp. 17-24.).

Considerando o quadro de extensa degradação ambiental e da fragmentação da vegetação nativa do Estado de São Paulo, ressalta-se a importância dos remanescentes de Mata Atlântica e de Cerrado existentes nas Estações Experimentais (EEx) do Instituto Agronômico (IAC) pelo seu valor biológico intrínseco, pelos serviços ambientais que fornecem, como polinização, inimigos naturais de pragas e doenças de culturas agrícolas, preservação dos recursos hídricos, e pelo seu potencial econômico a ser pesquisado.

Os objetivos do presente trabalho foram analisar as espécies nativas encontradas nos remanescentes de vegetação das Estações Experimentais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios/Instituto Agronômico de Campinas, identificando a ocorrência de espécies ameaçadas, aquelas com potencial agronômico e/ou medicinal, tendo como base os materiais botânicos depositados no Herbário do Instituto Agronômico de Campinas(IAC).

Material e métodos

As Estações Experimentais do Instituto Agrômico de Campinas - No contexto da expansão da cafeicultura no Estado de São Paulo, em 1887, Dom Pedro II fundou a Imperial Estação Agronômica de Campinas, que adquiriu maior relevância científica a partir de 1920, já então como Instituto Agronômico (IAC). Nesse período, o IAC consolidou um amplo programa de pesquisas com a criação das Divisões de Genética (1927) e de Solos (1935) (Santos 2005Santos, G.M. 2005. A pesquisa científica paulista em biociências: à margem das instituições. História, Ciências, Saúde - Manguinhos 12: 51-67.). Ao mesmo tempo, foram instaladas as Estações Experimentais (EEx) em diferentes municípios: Tietê (1924 - para estudos com algodão e feijão), São Roque (1927 viticultura), Limeira (1928 - citricultura), Piracicaba (1930 - cana-de-açúcar), Ubatuba (1931 - cacau, canade-açúcar e seringueira), Tatuí (1933 - algodão, arroz e milho), Pindorama (1934 - café, milho e algodão), Ribeirão Preto (1934 - cana-de-açúcar, café e soja), Jundiaí (1936 - uva de mesa e outras frutas de clima temperado), Mococa (1939 -citricultura), Monte Alegre do Sul (1942 - hortaliças e frutas de clima temperado) (Capozzoli 2009Capozzoli, U. (ed.). 2009. História da ciência no Brasil 2: o envolvimento com o átomo: de 1921 a 1969: da visita de Einstein à investigação espacial. Scientific American Brasil. Duetto, São Paulo, pp. 13-15.). Em 2002, foi criada a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) com o objetivo de reorganizar os Institutos de Pesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e a maioria das EEx do IAC foram transformadas em Pólos Regionais de Desenvolvimento.

Para o presente estudo consideramos as 21 unidades que constituíam as EEx do IAC (tabela 1) antes da criação da APTA. Atualmente, o IAC tem áreas experimentais apenas em Campinas, Limeira/ Cordeirópolis, Jundiaí e Ribeirão Preto, estando as demais 17 vinculadas aos Pólos Regionais de Desenvolvimento. Levantamento e análise dos dados - A partir do banco de dados do Herbário IAC (http://herbario.iac.sp.gov. br/) foi elaborada a listagem das espécies nativas e naturalizadas coletadas nas EEx do Instituto; de posse dessa listagem, foram verificadas as informações das fichas de cada material, para confirmação do local de coleta. Para a elaboração da listagem, os nomes das espécies foram atualizados, consultando-se, principalmente, a Lista das Espécies da Flora do Brasil (http://reflora.jbrj.gov.br/), os volumes da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo (Wanderley et al. 2001Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J. & Giulietti, A.M. 2001. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v. 1. FAPESP/Hucitec, São Paulo., 2002Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J. & Giulietti, A.M. 2002. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v. 2. FAPESP /Hucitec, São Paulo., 2003Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J. & Giulietti, A.M. & Melhem, T.S. 2003. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v. 3. FAPESP /RiMa, São Paulo., 2005Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S. & Giulietti, A.M.2005. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v. 4. FAPESP /RiMa, São Paulo., 2007Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S. & Giulietti, A.M.2007. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v. 5. Secretaria de Meio Ambiente, Instituto de Botânica, FAPESP, São Paulo., 2009Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M. & Martins, S.E. 2009. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v. 6. Secretaria de Meio Ambiente, Instituto de Botânica/ FAPESP, São Paulo., 2012Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M. & Martins, S.E. 2012. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v.7. Secretaria de Meio Ambiente, Instituto de Botânica/FAPESP, São Paulo.); e bancos de dados The Plant List (http://www. theplantlist.org/), Tropicos (http://www.tropicos.org/) e The International Plant Names Index (http://www.ipni.org/ipni/plantnamesearchpage.do). A ocorrência de espécies ameaçadas de extinção foi verificada na Resolução SMA-48 (Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 2004Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 2004. Resolução SMA-48, de 21-IX-2004. Lista de espécies da flora ameaçadas de extinção no estado de São Paulo. Diário Oficial do Estado de São Paulo, Poder Executivo, São Paulo, 22-IX-2004. Seção I, v.114, n. 179, pp. 26-29.) e em Martinelli & Moraes (2013)Martinelli, G. & Moraes, M.A. (orgs.). 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1 ed.. Consultando Walter et al. (2005a)Walter, B.M.T., Cavalcanti, T.B., Bianchetti, L.B. & Valls, J.F.M.2005a. Origens da agricultura, centros de origem e diversificação das plantas cultivadas . In : B.M.T. Walter & T.B. Cavalcanti (eds.). Fundamentos para a coleta de germoplasma vegetal . EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília., Coradin et al. (2011)Leite, L.L. & Coradin, L. 2011. Introdução. In : L. Coradin, A. Siminski & A. Reis (eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial -Plantas para o futuro - Região Sul. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. pp. 17-24. e Aguiar et al. (2014)Aguiar, A.T.E., Gonçalves, C., Paterniani, M.E.A.G.Z., Tucci, M.L.S.A. & Castro, C.E.F. (eds.). 2014. Instruções agrícolas para as principais culturas econômicas. Instituto Agronômico, Campinas. 7 ed. verificamos a ocorrência de espécies com potencial econômico. Ao consultar a Lista de Espécies da Flora do Brasil, observou-se também a ocorrência da espécie no Estado de São Paulo.

Tabela 1
Estações Experimentais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)/Instituto Agronômico de Campinas(IAC), Estado de São Paulo, Brasil. Tamanho das áreas de reserva legal atual e necessário, de acordo com o Código Florestal Brasileiro, e área dos remanescentes. Brej: brejo; Camp: campo; CAlt: campo altimontano; Cerr: cerrado; FESD: floresta estacional semidecídua; FHig: floresta higrófila; FODe: floresta ombrófila densa; MCil: mata ciliar; MSec: mata secundária; Varz: várzea.

Table 1. Experimental Stations of Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)/ Instituto Agronômico de Campinas (IAC), São Paulo State, Brazil. Current and necessary legal reserve areas, according to the Brazilian Forest Code, and the remaining areas. Brej: swamp; Camp: meadow; CAlt: upper montane meadow; Cerr: cerrado; FESD: semideciduous seasonal forest; FHig: hygrophilous forest; FODe: rain forest; MCil: gallery forest; MSec: secondary forest and Varz: floodplain.


Resultados

A maioria das EEx não possui informações precisas sobre o tamanho das áreas nativas que, em geral, não correspondem à reserva legal ou às áreas de preservação permanente (tabela 1). Alguns estudos botânicos ou ecológicos foram realizados em áreas nativas, como os de Torres et al. (1992Torres, R.B., Matthes, L.A.F. & Rodrigues, R.R. 1992. Espécies florestais nativas para plantio em áreas de brejo. O Agronômico 44: 13-16., 1994Torres, R.B., Matthes, L.A.F. & Rodrigues, R.R. 1994. Florística e estrutura do componente arbóreo de mata de brejo, Campinas, SP. Revista Brasileira de Botânica 17: 189-194.), Rodrigues et al. (2004)Rodrigues, R.R., Torres, R.B., Mattthes, L.A.F. & Penha, A.S. 2004. Tree species sprouting from root buds in a semideciduous forest affected by fires. Arquivos de Biologia e Tecnologia 47: 127-133., Ferreira et al.(2007)Ferreira, I.C.M., Coelho, R.M., Torres, R.B. & Bernacci. L.C. 2007. Solos e vegetação nativa remanescente no município de Campinas. Pesquisa Agropecuária Brasileira 42: 1319-1327., Teixeira Neto (2009)Teixeira Neto, E.A. 2009. Análise das alterações temporais dos fragmentos de vegetação no Centro Experimental do Instituto Agronômico, Campinas, utilizando técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro., Sampaio et al. (2012)Sampaio, M.T.F, Polo, M. & Barbosa, W. 2012. Estudo do crescimento de espécies de árvores semidecíduas emuma área ciliar revegetada. Revista Árvore 36: 879-885. e Carvalho et al. (2013)Carvalho, M.B., Bernacci, L.C. & Coelho, R.M. 2013. Floristic and phytosociology in a physiognomic gradient of riverine forest in Cerrado, Campinas, SP. Biota Neotropica 13: 110-120., em Campinas; Tannus (2007)Tannus, J.L.S. 2007. Estudo da vegetação dos campos úmidos de Cerrado: Aspectos florísticos e ecológicos. Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro. e Scaramuzza (2008)Scaramuzza, C.A.M. 2006. Flora e ecologia dos campos de Itararé, São Paulo, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo., em Itararé; Silva & Leitão Filho (1982)Silva, A.F. & Leitão Filho, H.F. 1982. Composição florística e estrutura de um trecho da mata atlântica de encosta no município de Ubatuba (São Paulo, Brasil). Revista Brasileira de Botânica 5: 43-52, em Ubatuba; Ivanauskas et al. (2001)Ivanauskas, N.M., Monteiro, R. & Rodrigues, R.R. 2001. Levantamento florístico de trecho de Floresta Atlântica em Pariquera-Açu, São Paulo, Brasil. Naturalia 26: 97-129., em Pariquera-Açu onde, segundo Sakai & Lepsch (1984)Sakai, E. & Lepsch, I.F. 1984. Levantamento pedológico detalhado da Estação Experimental de Pariquera-Açu. Boletim Técnico do Instituto Agronômico 83: 1-56., 44% da área é composta pelas várzeas do rio Jacupiranga. Quanto ao histórico dos remanescentes, algumas EEx dispõem de informações, como Jaú, Pindamonhangaba e Piracicaba, cujas áreas de matas são constituídas parcial ou totalmente por reflorestamento. Em Monte Alegre do Sul, São Roque e Votuporanga, a maior parte das áreas nativas é decorrente de regeneração natural, com cerca de 50 anos. Na EEx de Ribeirão Preto as áreas de preservação permanente estão muito degradadas e a reserva legal ainda precisa ser recomposta.

O acervo da flora nativa das EEx da APTA/IAC no Herbário IAC está atualmente constituído por 2.457 exsicatas (figura 1) e os primeiros registros datam de 1936. Do total das 21 Estações Experimentais que pertenciam ao IAC, 19 têm registro no acervo, mas o número de amostras é bastante desigual entre elas. AEEx de Guaíra não tem área remanescente, Piracicaba não tem registro de coletas e as unidades de Jaú, Capão Bonito, Assis, Tatuí e Limeira apresentam menos de dez exsicatas cada uma. Amaioria das coletas (aproximadamente 60%) foi realizada nas EEx de Pariquera-Açu, Campinas, Monte Alegre do Sul e Jundiaí.

Figura 1
Coletas de material botânico nas Estações Experimentais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)/Instituto Agronômico de Campinas(IAC), Estado de São Paulo, Brasil. Número de coletas.

O estudo dos materiais revelou um total de 120 famílias, 493 gêneros e 947 espécies (tabela 2). Considerando-se a ocorrência de aproximadamente 7.500 espécies de fanerógamas no Estado de São Paulo (Wanderley et al. 2012Wanderley, M.G.L., Shepherd, G.J., Melhem, T.S., Giulietti, A.M. & Martins, S.E. 2012. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v.7. Secretaria de Meio Ambiente, Instituto de Botânica/FAPESP, São Paulo.), a quantidade de espécies encontradas nas EEx da APTA/IAC representa 12% dessa estimativa. As cinco famílias que apresentaram maior número de espécies foram Fabaceae (101 spp.), Asteraceae (84), Rubiaceae (73), Myrtaceae (58) e Poaceae (50). Por outro lado, famílias com ampla ocorrência em regiões tropicais, como Orchidaceae, Bromeliaceae e Cactaceae foram pouco coletadas nas EEx, respectivamente com oito, sete e dois gêneros. Constatou-se a ocorrência de 14 espécies nativas no Estado de São Paulo que não estão assim mencionadas na Lista de Espécies da Flora do Brasil: Adenocalymma dusenii, Manihot carthaginensis, Melampodium divaricatum, Paepalanthus albo-vaginatus, Paepalanthus elongatus, Paspalum oteroi, Praxelis pauciflora, Poincianella pluviosa, Sambucus canadensis, Sabicea villosa, Scleria gaertneri, Stachytarpheta polyura, Stevia rebaudiana e Trigonia eriosperma.

Tabela 2
Famílias e espécies ocorrentes nas Estações Experimentais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)/Instituto Agronômico de Campinas(IAC), Estado de São Paulo, Brasil e exsicatas de referência do Herbário IAC. Adam: Adamantina; Assis: Ass; Camp: Campinas; Capão Bonito: CBon; Itararé: Itar; Jaú: Jaú; Jundiaí: Jund; Limeira: Lime; Moco: Mococa; MASu: Monte Alegre do Sul; PACU: Pariquera-Açu; Pinda: Pindamonhangaba; Pind: Pindorama; RPrt: Ribeirão Preto; SRoq: São Roque; Tatu: Tatuí; Tiet: Tietê; Ubat: Ubatuba; Votu: Votuporanga; *: espécie com potencial econômico de acordo com Walter et al. (2005a)Walter, B.M.T., Cavalcanti, T.B., Bianchetti, L.B. & Valls, J.F.M.2005a. Origens da agricultura, centros de origem e diversificação das plantas cultivadas . In : B.M.T. Walter & T.B. Cavalcanti (eds.). Fundamentos para a coleta de germoplasma vegetal . EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília., Leite & Coradin (2011)Leite, L.L. & Coradin, L. 2011. Introdução. In : L. Coradin, A. Siminski & A. Reis (eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial -Plantas para o futuro - Região Sul. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. pp. 17-24. ou Aguiar et al. (2014)Aguiar, A.T.E., Gonçalves, C., Paterniani, M.E.A.G.Z., Tucci, M.L.S.A. & Castro, C.E.F. (eds.). 2014. Instruções agrícolas para as principais culturas econômicas. Instituto Agronômico, Campinas. 7 ed.; **: espécie ameaçada de extinção ou indicada para pesquisa e conservação de acordo com Martinelli & Moraes (2013)Martinelli, G. & Moraes, M.A. (orgs.). 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1 ed.; ***: espécie ameaçada de extinção de acordo com Resolução SMA 48 (SMA 2004); #: não ocorrência no Estado de SP; (ExIn): espécie exótica invasora.

Table 2. Families and species from the Experimental Stations of Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA)/Instituto Agronômico de Campinas (IAC), São Paulo State, Brazil and the reference voucher specimen in the IAC Herbarium. Adam: Adamantina; Assis: Ass; Camp: Campinas; Capão Bonito: CBon; Itararé: Itar; Jaú: Jaú; Jundiaí: Jund; Limeira: Lime; Moco: Mococa; MASu: Monte Alegre do Sul; PACU: Pariquera-Açu; Pinda: Pindamonhangaba; Pind: Pindorama; RPrt: Ribeirão Preto; SRoq: São Roque; Tatu: Tatuí; Tiet: Tietê; Ubat: Ubatuba; Votu: Votuporanga; *: species with economic potential according to Walter et al. (2005a)Walter, B.M.T., Cavalcanti, T.B., Bianchetti, L.B. & Valls, J.F.M.2005a. Origens da agricultura, centros de origem e diversificação das plantas cultivadas . In : B.M.T. Walter & T.B. Cavalcanti (eds.). Fundamentos para a coleta de germoplasma vegetal . EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília., Leite & Coradin (2011)Leite, L.L. & Coradin, L. 2011. Introdução. In : L. Coradin, A. Siminski & A. Reis (eds.). Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial -Plantas para o futuro - Região Sul. Ministério do Meio Ambiente, Brasília. pp. 17-24. or Aguiar et al. (2014)Aguiar, A.T.E., Gonçalves, C., Paterniani, M.E.A.G.Z., Tucci, M.L.S.A. & Castro, C.E.F. (eds.). 2014. Instruções agrícolas para as principais culturas econômicas. Instituto Agronômico, Campinas. 7 ed.; **: endangered species or suitable for research and conservation according to Martinelli & Moraes (2013)Martinelli, G. & Moraes, M.A. (orgs.). 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1 ed.; ***: endangered species in accordance with Resolução SMA 48 (SMA 2004); #: not occurring in the São Paulo State; (ExIn): exotic invasive species.


Consultando Martinelli & Moraes (2013)Martinelli, G. & Moraes, M.A. (orgs.). 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1 ed. foram encontradas duas espécies ameaçadas de extinção nos remanescentes: Dalbergia nigra (vulnerável, Lima et al. 2013Lima, H.C., Souza, E.R., Tozzi, A.M.G.A., Perez, A.P.F., Flores, A.S., Sartori, A.L.B., Vaz, A.M.S.F., Filardi, F., Fernandes, F.M., Garcia, F.C.P., Iganci, J.R.V., Fernandes, J.M., Valls, J.F.M., Lima, L.C.P., Costa, L.C., Queiroz, L.P., Morim, M.P., Nunes, N.L.A., Queiroz, R.T., Miotto, S.T.S., Dutra, V.F., Mansano, V.F., Souza, V.C., Messina, T., Kutschenko, D.C., Penedo, T.S.A. & Valente, A.M. 2013. Fabaceae/ Leguminosae. In : G. Martinelli & M.A. Moraes (orgs.). Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1 ed., pp. 516-548.) e Nematanthus monanthos (em perigo, Chautems et al. 2013Chautems, A.; Araújo, A.O.; Sfair, J.C.; Barros, F.S.M., Fernandez, E.P., Moraes, M.M.V., Pessoa, S.V.A., Kutschenko, D.C. & Messina, T. 2013. Gesneriaceae. In : G. Martinelli & M.A. Moraes (orgs.). Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. pp. 553-564.). Considerando a Resolução SMA-48 (Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo 2004), teríamos 18 espécies em diferentes categorias de risco: Aiouea acarodomatifera, Cissampelos pareira, Coussarea nodosa, Dalbergia nigra, Gouania ulmifolia, Myracrodruon urundeuva, Myrcia flagellaris, Nectandra cissiflora, Nematanthus monanthos, Ocotea nectandrifolia, Paspalum compressifolium, Peperomia nítida, Psychotria capitata, Simira viridiflora (tabela 2).

A avaliação de espécies de interesse econômico identificou aproximadamente 50 gêneros com espécies de uso corrente ou potencial como medicinal, ornamental, alimentício, madeireiro, oleráceo ou forrageiro, (tabela 2). Na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde (RENISUS) constam 71 espécies, das quais pelo menos 14 (aproximadamente 20%) podem ser encontradas nos remanescentes de vegetação nativa da APTA/IAC. Espécies de interesse ornamental podem ser encontradas em famílias como Alstroemeriaceae, Amaryllidaceae e Araceae; e espécies de importância, alimentícia consagrada, em gêneros como Ananas, Annona e Passiflora, dentre outros.

Em diversos remanescentes de vegetação nativa daAPTA/IAC foi observada a ocorrência das espécies exóticas invasoras Leucaena leucocephala, Cenchrus ciliaris, Cynodon dactylon e Hyparrhenia rufa (tabela 2).

Discussão

Nas EEx encontram-se diferentes formações vegetacionais (tabela 1), de dois domínios fitogeográficos brasileiros altamente ameaçados, a Mata Atlântica e o Cerrado. A relevância de conservar esses remanescentes é grande, considerando-se que da área original da Mata Atlântica restam apenas 11% no Brasil, proporção semelhante no Estado de São Paulo, e que essas áreas estão representadas por pequenos fragmentos florestais, a maioria menor que 100 ha (Stehmann et al. 2009Stehmann, J.R., Forzza, R.C., Salino, A., Sobral, M., Costa, D.P. & Kamino, L.H.Y. 2009. Plantas da Floresta Atlântica. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.). No nível da paisagem, esses remanescentes são fonte de sementes para a produção de mudas de espécies nativas para reflorestamento e funcionam como corredores para a interligação dos fragmentos. Em Campinas (Fazenda Santa Elisa), Capão Bonito e Votuporanga ocorrem remanescentes de Mata Atlântica e de Cerrado. O remanescente de Mata Atlântica da EEx de Campinas possui aproximadamente 15 ha e, apesar da abundância de indivíduos das fases iniciais da sucessão florestal, apresenta similaridade florística com outros remanescentes da área urbana do município (A.C.O. de Souza, comunicação pessoal). A área de Cerrado tem particular importância devido à sua biodiversidade (Carvalho et al. 2013Carvalho, M.B., Bernacci, L.C. & Coelho, R.M. 2013. Floristic and phytosociology in a physiognomic gradient of riverine forest in Cerrado, Campinas, SP. Biota Neotropica 13: 110-120.) e em função de ser um dos poucos remanescentes deste domínio no município de Campinas.

Considerando-se que mesmo as áreas mais estudadas necessitam de maior esforço de coleta, estima-se o que o número de espécies encontradas neste trabalho subestime a real diversidade dos fragmentos.

As famílias Fabaceae, Asteraceae, Rubiaceae, Myrtaceae e Poaceae foram as mais ricas, o que está de acordo com estudos florísticos e fitossociológicos realizados no Estado de São Paulo, como os de Silva & Soares (2003)Silva, L.A. & Soares, J.J. 2003. Composição florística de um fragmento de floresta estacional semidecídua nomunicípio de São Carlos-SP. Revista Árvore 17: 647-656., Yamamoto et al. (2005)Yamamoto, L.F., Kinoshita, L.S. & Martins, F.R. 2005. Florística dos componentes arbóreo e arbustivo de um trecho da Floresta Estacional Semidecídua Montana, município de Pedreira, estado de São Paulo. Revista Brasileira de Botânica 28: 191-202., Bernacci et al. (2006)Bernacci, L.C., Franco, G.A.D.C., Árbocz, G.F., Catharino, E.L.M., Durigan, G. & Metzger, J.P. 2006. O efeito da fragmentação florestal na composição e riqueza de árvores na região da reserva Morro Grande (Planalto Ibiúna, SP). Revista Instituto Florestal 18: 121-166.. É esperado que famílias como Asteraceae, Rubiaceae, Fabaceae e Poaceae sejam bastante amostradas em campo, pois esses táxons têm ampla distribuição geográfica, diferentes hábitos e grande número de espécies (Souza & Lorenzi 2008Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. 3 ed. Instituto Plantarumde Estudos da FloraLtda., Nova Odessa., Judd et al. 2009Judd, W.S., Campbell, C.S., Kellogg, E.A., Stevens, P.F. & Donoghue, M.J. 2009. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. Artmed, Porto Alegre.). Além da riqueza, famílias como Fabaceae apresentam um grande número de espécies de valor econômico potencial (Martinelli et al. 2013Martinelli, G., Valente, A.S.M., Maurenza, D., Kutschenko, D.C., Judice, D.M., Silva, D.S., Fernandez, E.P., Martins, E.M., Barros, F.S.M., Sfair, J.C.,Santos Filho, L.A.F., Abreu, M.B., Moraes, M.A., Monteiro, N.P., Pietro, P.V., Fernandes, R.A., Hering, R.L.O., Messina, T. & Penedo, T.S.A. 2013. Avaliações de risco de extinção de espécies da flora brasileira. In : G. Martinelli & M.A. Moraes (orgs.). Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. pp. 60-103.), fato que foi constatado no presente estudo. Por outro lado, Bromeliaceae, que possui como um dos seus centros de diversidade o sudeste brasileiro (Benzing 1980Benzing, D.H. 1980. The biology of the Bromeliads. Mad River Press, Eureka, California.), Cactaceae e Orchidaceae, esta última a família mais rica de Angiospermas (Souza & Lorenzi 2008Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2008. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG II. 3 ed. Instituto Plantarumde Estudos da FloraLtda., Nova Odessa.), foram subamostradas em decorrência da dificuldade de coleta, que muitas vezes exige a escalada das árvores, e de herborização dos materiais.

Embora as listagens de espécies ameaçadas estejam sujeitas a erros e lacunas, devido à falta de conhecimento sobre grande parte das espécies nativas, ainda assim indicam a necessidade de implementação de políticas públicas para a conservação dos táxons. De acordo com Martinelli & Soares (2013)Martinelli, G. & Moraes, M.A. (orgs.). 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1 ed., uma listagem considerada conservadora, foram encontradas duas espécies, uma vulnerável (Dalbergia nigra), na EEx de Monte Alegre do Sul, sob grande pressão de uso pelo valor de sua madeira, e outra em perigo de extinção (Nematanthus monanthos), por sua distribuição restrita, em Ubatuba. Dentre as 18 espécies consideradas ameaçadas segundo a Resolução SMA 48 (SMA 2004Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 2004. Resolução SMA-48, de 21-IX-2004. Lista de espécies da flora ameaçadas de extinção no estado de São Paulo. Diário Oficial do Estado de São Paulo, Poder Executivo, São Paulo, 22-IX-2004. Seção I, v.114, n. 179, pp. 26-29.), Nectandra cissifl ora, Myrcia fl agellaris, Rudgea nobilis e Zanthoxylum petiolare, não são consideradas ameaçadas em Martinelli & Soares (2013)Martinelli, G. & Moraes, M.A. (orgs.). 2013. Livro vermelho da flora do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 1 ed., mas os especialistas das famílias as recomendam como de interesse para a pesquisa e conservação. As espécies Gouania ulmifolia, Paspalum compressifolium, Peperomia nitida e Simira viridiflora, consideradas presumivelmente extintas, apresentam registros de coleta com menos de 50 anos. Aiouea acarodomatifera, Cissampelos pareira, Coussarea nodosa, Myracrodruon urundeuva, Ocotea nectandrifolia, Psychotria capitata, Piper xylosteoides e Trichilia hirta são espécies com coletas recentes ou distribuição geográfica ampla, características que geram dúvida sobre a adequação de estarem na lista de espécies ameaçadas.

Walter et al. (2005a)Walter, B.M.T., Cavalcanti, T.B., Bianchetti, L.B. & Valls, J.F.M.2005a. Origens da agricultura, centros de origem e diversificação das plantas cultivadas . In : B.M.T. Walter & T.B. Cavalcanti (eds.). Fundamentos para a coleta de germoplasma vegetal . EMBRAPA Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília. relataram mais de 60 famílias que apresentam espécies cultivadas (domesticadas, semi-domesticadas e não domesticadas) com ocorrência nativa, subespontânea ou com raças locais no Brasil, o que evidencia o potencial brasileiro nestas áreas para a exploração e o melhoramento de novos produtos para a alimentação, medicina, floricultura, cosméticos, fibras, produção de energia, dentre outros.

O Brasil tem muitas espécies frutíferas nativas que possuem potencial para serem transformadas em fruteiras de expressão econômica (Clement 2001Clement, C.R. 2001. Melhoramento de espécies nativas. In : L.L Nass, A.C.C. Valois, I.S. Melo & M.C. Valadares-Inglis (eds.). Recursos genéticos & melhoramento: plantas. Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Rondonópolis, pp. 423-441.), com destaque, em nível mundial, para o abacaxi (Ananas) e plantas de outros gêneros, tais como Annona (Carvalho et al. 2000Carvalho, J.E.U., Ribeiro, M.A.C., Nascimento, W.M.O. & Muller, C.N.2000. Enxertia de gravioleira (Annona muricata L.) em porta-enxertos dos gêneros Annona e Rollinia. Embrapa – Amazônia Oriental: Comunidado Técnico n° 27, pp. 1-4.), Passiflora (Faleiro et al. 2005Faleiro, F.G., Junqueira, N.T.V. & Braga, M.F. (eds.). 2005. Maracujá: germoplasma e melhoramento genético. 1 ed. Embrapa Cerrados, Planaltina.), Psidium(Santos et al. 2008Santos, C.A.F., Castro, J.M.C., Souza, F.F., Vilarinho, A.A., Ferreira, F.R., Pádua, J.G., Borges, R.M.E., Barbieri, R.L., Souza, A.G.C. & Rodrigues, M.A. 2008. Preliminary characterization of Psidium germplasm in different Brazilian ecogeographic regions. Pesquisa Agropecuaria do Brasil 43: 437-440.) e Rubus. Já a floricultura no Brasil ainda é pouco explorada, porém o país tem plantas nativas atrativas como bromélias, antúrios, orquídeas e helicônias, que são menos empregadas no setor ornamental por diversos fatores como desinformação e falta de pesquisa e/ou divulgação (Lorenzi & Souza 2008Lorenzi, H. & Souza, H.M. 2008. Plantas ornamentais no Brasil. 4 ed. Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda., Nova Odessa.). Outra utilização das espécies nativas com potencial ornamental é para arborização urbana. Atualmente as espécies arbustivas/árboreas utilizadas na maioria das cidades brasileiras são pouco diversificadas e ocorre uma grande utilização de espécies exóticas (Kinoshita et al. 2006Kinoshita, L.S., Torres, R.B., Tamashiro, J.Y., Forni-Martins, E. R., Ahn, Y.J., Constâncio, S.S. & Spinelli, T. 2006. Caminhando pelo entorno: conhecendo as plantas. In : L. S. Kinoshita, R.B. Torres, J.Y. Tamashiro & E.R. Forni-Martins (orgs.). A Botânica no ensino básico: relatos de uma experiência transformadora. RiMa, São Carlos. pp. 51-60.). O uso de espécies nativas deveria ser estimulado, pois permite que moradores da região conheçam e valorizem a flora local, além de proporcionar benefícios para a fauna nativa.

A identificação de espécies nativas no Estado de São Paulo que não estão assim mencionadas na Lista de Espécies da Flora do Brasil reflete a necessidade constante de troca de informações entre os botânicos brasileiros e a relevância de consultas frequentes às coleções disponíveis nos herbários.

As espécies exóticas invasoras encontradas nos fragmentos precisam ser monitoradas e controladas, tendo em vista que promovem modificações nos ambientes naturais: ciclagem de nutrientes e produtividade vegetal, facilitação de propagação de focos de incêndios devido ao acúmulo de biomassa, alteração nas relações entre espécies nativas e seus polinizadores, representando assim, um grave problema para o funcionamento dos ecossistemas (GISP 2005GISP - Programa Global de Espécies Invasoras. 2005. América do Sul invadida: a crescente ameaça das espécies exóticas invasoras. Programa Global de Espécies Invasoras, Curitiba., Zenni & Ziller 2011Zenni, R.D. & Ziller, S.R. 2011. An overview of invasive plants in Brazil. Revista Brasileira de Botânica 34: 431-446.). O potencial de modificação dos ambientes naturais pelas espécies exóticas é tão grande que as plantas invasoras atualmente são consideradas a segunda maior ameaça à biodiversidade (Ziller 2001Ziller, S.R. 2001. Plantas exóticas invasoras: a ameaça da contaminação biológica. Ciência Hoje 30: 77-79.). Em nosso país, existem poucos estudos sobre invasão biológica em áreas protegidas, provavelmente porque os impactos causados são relativamente lentos (Freitas 1999Freitas, G.K. 1999. Invasão biológica pelo capim-gordura (Melinis minutiflora Beauv.) em um fragmento de cerrado (A.R.I.E. Cerrado Pé-de-Gigante, Santa Rita do Passa Quatro, SP). Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo., Martins et al. 2001Martins, C.R., Leite, L.L. & Haridasan, M. 2001. Recuperação de uma área degradada pela mineração de cascalho com uso de gramíneas nativas. RevistaÁrvore 25: 157-166.). Embora ocorram espécies exóticas prejudiciais existem aquelas com reduzido potencial de invasão e que podem atingir uma condição de naturalização, reproduzindo-se e mantendo-se no ambiente; mas, devido a limitações na dispersão ou na competência ecológica, essas espécies ficam restritas a áreas próximas do local de introdução, sem ocupar novas áreas naturais (Moro et al. 2012Moro, M.F., Souza, V.C., Oliveira-Filho, A.T., Queiroz, L.P., Fraga, C.N., Rodal, M.J.N., Araújo, F.S. & Martins, F.R. 2012. Alienígenas na sala: o que fazer com espécies exóticas em trabalhos de taxonomia, florística e fitossociologia? Acta Botanica Brasilica 26: 991-999.). Algumas dessas espécies exóticas naturalizadas podem ser úteis, tais como a Momordica charantia, indicada como medicinal na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao Sistema Único de Saúde.

Primack & Rodrigues (2006)Primack, R.B. & Rodrigues, E. 2006. Biologia da conservação. 1 ed. Planta, Londrina. propuseram o uso de três critérios para estabelecer prioridades de conservação das espécies e comunidades: 1) critério de diferenciação, baseado em ocorrência de espécies endêmicas raras; 2) perigo, baseado na ocorrência de espécies ameaçadas de extinção; e 3) utilidade, baseado na prioridade de conservação de espécies com valor atual ou potencial. Na maioria dos remanescentes das EEx, pode-se aplicar ao menos um desses critérios. Dessa forma recomenda-se a preservação das áreas remanescentes aliada à adequação à legislação vigente relativa às áreas de preservação permanente e de reserva legal. Recomenda-se, fortemente, a ampliação dos mecanismos de proteção de todas as áreas como, por exemplo, o seu tombamento pelo CONDEPHAAT (Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) e pelos municípios.

Agradecimentos

A todos os funcionários do Instituto Agronômico de Campinas, em especial àqueles do Herbário IAC, que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho; aos colegas das Estações Experimentais, pelas informações sobre as áreas nativas.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Mar 2015

Histórico

  • Recebido
    27 Maio 2014
  • Aceito
    12 Set 2014
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