Accessibility / Report Error

Senecio L. (Asteraceae, Senecioneae) no Estado do Rio de Janeiro, Brasil1 1 Parte da Dissertação de Mestrado da primeira Autora

Senecio L. (Asteraceae, Senecioneae) in Rio de Janeiro State, Brazil

Senecio L. compreende 60 espécies no Brasil distribuídas principalmente nos campos rupestres e de altitude das regiões Sudeste e Sul. Possui taxonomia complexa, sobretudo considerado-se suas espécies sulamericanas e particularmente brasileiras. Com o intuito de contribuir com o conhecimento sobre a diversidade de Senecio no Brasil, é aqui apresentado o tratamento taxonômico das espécies deste gênero para o Estado do Rio de Janeiro. O estudo baseou-se em levantamento bibliográfico, análise de coleções herborizadas e coletas bimestrais. Foram registradas 14 espécies, sendo S. bonariensis Hook. & Arn. e S. juergensii Mattf. mencionadas primeiramente para a área estudada. Estas espécies são nativas e geralmente crescem em áreas montanas ou em ambientes paludosos. Das espécies estudadas, dez são endêmicas do Brasil, sendo quatro restritas ao Estado. São apresentadas chave de identificação, descrições, ilustrações e comentários biogeográficos, morfológicas e fenológicas, para cada espécie.

biodiversidade; Compositae; flora; taxonomia


ABSTRACT

Senecio L. comprises 60 species in Brazil, distributed predominantly in high-elevation grasslands (campos de altitude) and rupestrian fields (campos rupestres) of South and Southeastern regions. This taxon has a problematic taxonomy, especially if we consider the South American and Brazilian species. This study contributes to the taxonomic knowledge of Senecio species occurring in the State of Rio de Janeiro and was based on field trips made by the first author, literature, and analysis of herbaria material. We registered 14 species, two of them, S. bonariensis Hook. & Arn. and S. juergensii Mattf., are new records for the State of Rio de Janeiro. These species are native and usually grow in mountainous areas or marshy environments. Among the species studied, 10 are endemic to Brazilian flora, four being restricted to the State of Rio de Janeiro. A key of identification, descriptions, illustrations, biogeographical and morphological comments, and phenology for each species are provided.

biodiversity; Compositae; flora; taxonomy

Introdução

Asteraceae é a maior família de Eudicotiledôneas e a segunda maior entre as Angiospermas com cerca de 23.000 espécies, agrupadas em cerca de 1.620 gêneros, distribuídas ao redor do mundo (Funk et al. 2009Funk, V.A., Susanna, A., Stuessy, T.F. & Robinson, H. 2009. Classication of Compositae. In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.). Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna, pp. 171-176.). Circunscreve 12 subfamílias e 43 tribos (Funk et al. 2009Funk, V.A., Susanna, A., Stuessy, T.F. & Robinson, H. 2009. Classication of Compositae. In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.). Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna, pp. 171-176.), sendo Senecioneae Cass. a mais diversa, com 150 gêneros e aproximadamente 3.500 espécies (Nordenstam et al. 2009Nordenstam, B., Pelser, P.B., Kadereit, J.W. & Watson, L.E. 2009. Senecioneae In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.). Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna, pp. 503-521.), das quais cerca de 500ocorrem nas Américas e entre 350-500 na África (Pelser et al. 2007Pelser, P.B., Nordenstam, B., Kadereit, J.W. & Watson, L.E. 2007. An ITS phylogeny of tribe Senecione (Asteraceae) and a new delimitation of Senecio L. Taxon 56: 1077-1104., Matzenbacher 2009Matzenbacher, N.I. 2009. Uma nova espécie do gênero Senecio L. (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, 64: 109-113., Milton 2009Milton, J.J. 2009. Phylogenetic analyses and taxonomic studies of Senecioninae: Souther African Senecio section Senecio. PhD Thesis, University of Saint Andrews, Scotland.).

No Brasil, Senecioneae está representada por oito gêneros e 95 espécies (Nakajima et al. 2015Nakajima, J., Loeuille, B., Heiden, G., Dematteis, M., Hattori, E.K.O., Magenta, M.A.G., Ritter, M.R., Mondin, C.A., Roque, N., Ferreira, S.C., Borges, R.A.X., Soares, P.N., Almeida, G., Schneider, A., Sancho, G., Saavedra, M.M., Liro, R.M., Pereira, A.C.M., Moraes, M.D., Silva, G.A.R., Medeiros, J.D., Lorencini, T.S., Teles, A.M., Monge, M., Siniscalchi, C.M., Souza-Buturi, F.O., Bringel Jr., J.B. A., Carneiro, C.R., Pasini, E. & Oliveira, C.T. 2015. Asteraceae In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB55 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Esta tribo inclui plantas reconhecidas pelos capítulos com invólucro unisseriado e com calículo, estiletes com ápice dos ramos truncados, arredondados ou penicelados, envoltos por uma coroa de tricomas e filetes das anteras com colar abaulado (Nordenstam 1977Nordenstam, B. 1977. Senecioneae and Liabeae - systematic review. In: V.H. Heywood, J.B. Harbone & B.L. Turner (eds.). The biology and chemistry of Compositae. Academic Press, London, v. 2, pp. 800-830., Robins 1977Robins, D.J. 1977. Senecioneae - chemical review. In: V.H. Heywood, J.B. Harbone & B.L. Turner (eds.). The biology and chemistry of Compositae., Academic Press, London v. 2, pp. 831-850., Funk et al. 2009Funk, V.A., Susanna, A., Stuessy, T.F. & Robinson, H. 2009. Classication of Compositae. In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.). Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna, pp. 171-176.).

Senecio L. é o maior gênero de Senecioneae com mais de 2.000 espécies distribuídas por todo o mundo, com exceção das regiões polares e da Amazônia (Matzenbacher 2009Matzenbacher, N.I. 2009. Uma nova espécie do gênero Senecio L. (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, 64: 109-113., Nordenstam et al. 2009Nordenstam, B., Pelser, P.B., Kadereit, J.W. & Watson, L.E. 2009. Senecioneae In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.). Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna, pp. 503-521.). No entanto, Milton (2009)Milton, J.J. 2009. Phylogenetic analyses and taxonomic studies of Senecioninae: Souther African Senecio section Senecio. PhD Thesis, University of Saint Andrews, Scotland. reportou que a maioria das espécies deste gênero é encontrada comumente em regiões montanhosas da América do Sul (ca. 500 spp.)ou África (ca. 350 spp.).

No Brasil, Senecio compreende 60 espécies encontradas principalmente nos campos rupestres e de altitude das regiões Sudeste e Sul do país (Teles 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
). Mesmo assim, o conhecimento sobre a diversidade taxonômica deste gênero no Brasil ainda é insipiente já que os principais trabalhos sobre o gênero foram realizados por Baker (1884)Baker, J.G. 1884. Compositae IV: Helianthoideae- Mutisiaceae. In: C.F.P. Martius & A.G. Eichler (eds.). Flora Brasiliensis. Typographia Regia, Monachii, v. 6, pp. 135-398. e Cabrera (1957)Cabrera, A.L. 1957. El genero Senecio (Compositae) en Brasil, Paraguay y Uruguay. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 15: 163-264. e poucas são as floras que contemplam espécies deste gênero, como por exemplo, as floras dos Estados de Santa Catarina (Cabrera & Klein 1975Cabrera, A.L. & Klein, R.M. 1975. Compostas - Tribo: Senecioneae. In: R. Reitz (ed.). Flora ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, v. 2, pp. 126-222.), Rio Grande do Sul (Matzenbacher 1998Matzenbacher, N.I. 1998. O complexo "Senecionóide" (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.), e Minas Gerais (Teles 2008Teles, A.M. 2008. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.).

Tendo em vista a escassez de estudos sobre Senecio na flora brasileira, este trabalho objetivou reconhecer e analisar as espécies deste gênero ocorrentes no Estado do Rio de Janeiro.

Material e métodos

O Estado do Rio de Janeiro possui uma área de 43.305 km2, situada na região Sudeste do Brasil, entre as coordenadas 20º45'56"-23º22'08"S e 40º57'23"-44º53'19"W (Davis & Naghettini 2000Davis, E.G. & Naghettini, M.C. 2000. Estudo de chuvas intensas no estado do Rio de Janeiro. 2 ed. Revista e ampliada. CPRM, Brasília.). Possui relevo predominantemente composto por serras, sendo as Serras do Mar e da Mantiqueira suas feições predominantes onde as altitudes chegam a 2.260 e 2.787 metros (Davis & Naghettini 2000Davis, E.G. & Naghettini, M.C. 2000. Estudo de chuvas intensas no estado do Rio de Janeiro. 2 ed. Revista e ampliada. CPRM, Brasília., Reif & Andreata 2011Reif, C. & Andreata, R.H.P. 2011. Contribuição à taxonomia de Loranthaceae no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Pesquisas Botânicas 62: 71-115.). O clima é o Aw - clima tropical com estação seca de inverno (Peel et al. 2007Peel, M.C., Finlayson, B.L. & Mcmahon, T.A. 2007. Updated world map of the Köppen-Geiger climate classification. Hydrology and Earth System Sciences 11: 1633-1644.) e a vegetação é predominantemente representada por Mata Atlântica, incluindo restinga, embora sejam encontrados também campos de altitude, campos rupestres e manchas isoladas de Cerrado.

Foram feitas coletas nas regiões montanas do Estado, principalmente, nos Parques Nacionais deItatiaia e da Serra dos Órgãos, e no Parque Estadual do Desengano, com duração de 2-7 dias, entre outubro de 2012 e maio de 2013, por meio do método de caminhamento (Filgueiras et al. 1994Filgueiras, T.S., Brochado, A.L., Nogueira, P.H. & Guala II, G.F. 1994. Caminhamento - um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: 39-43.). O material botânico foi coletado e processado seguindo-se as técnicas usuais em taxonomia vegetal (Bridson & Forman 1992Bridson, D. & Forman, L. 1992. The herbarium handbook. Royal Botanic Gardens, Richmond, Kew.) e foi incorporado ao acervo do Herbário UFG, e suas duplicatas enviadas aos Herbários BHCB, HB, R, RB, SP, SPF e UEC (acrônimos segundo Thiers 2015Thiers, B. 2015. Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden's Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 7-III-2015).
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
).

A identificação dos táxons foi feita por meio de literatura específica (e.g.Baker 1884Baker, J.G. 1884. Compositae IV: Helianthoideae- Mutisiaceae. In: C.F.P. Martius & A.G. Eichler (eds.). Flora Brasiliensis. Typographia Regia, Monachii, v. 6, pp. 135-398., Cabrera 1957Cabrera, A.L. 1957. El genero Senecio (Compositae) en Brasil, Paraguay y Uruguay. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 15: 163-264., Matzenbacher 1998Matzenbacher, N.I. 1998. O complexo "Senecionóide" (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre., Teles 2008Teles, A.M. 2008. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.) e comparações com coleções herborizadas, incluindo espécimestipo. As descrições foram baseadas em todo material examinado e a terminologia empregada está de acordo com Hickey (1973)Hickey, L.J. 1973. Classification of the architecture of dicotyledonous leaves. American Journal of Botany 60: 17-33., Ash et al. (1999)Ash, A., Ellis, B., Hickey, L.J., Johnson, K., Wilf, P. & Wing, S. 1999. Manual of Leaf Architecture: Morphological description and categorization of dicotyledonous and net-veined monocotyledonous angiosperms. Smithsonian Institution. Washington, D.C., Haris & Harris (2001)Harris, J.G & Harris, M.W. 2001. Plant identification terminology: an illustrate glossary. 2 ed. Spring Lake Publishing, Spring Lake. e Roque & Bautista (2008)Roque, N. & Bautista, H.P. 2008. Asteraceae: caracterização e morfologia floral. EUFA, Salvador..

As informações sobre a distribuição geográfica e hábitats dos táxons foram retiradas a partir de coletas, de informações contidas nas etiquetas das exsicatas consultadas e da literatura utilizada para identificação dos táxons. A abreviação dos nomes dos periódicos onde foram publicados os protólogos está de acordo com BPH online (2015)BPH Online. 2015. Hunt Institute for Botanical Documentation. Disponível em http://huntbotanical. org/databases/show.php?1 (acesso em I-2015).
http://huntbotanical.org/databases/show....
; e os autores dos táxons foram baseados em Brummit & Powell (1992)Brummitt, R.K. & Powell, C.E. 1992. Authors of plant names. Britain Royal Botanic Gardens, Kew. e IPNI® (2015)IPNI(r). 2015. International Plant Names Index. Disponível em http://www.ipni.org/ (acesso em I-2015).
http://www.ipni.org/...
.

Resultados e Discussão

No Estado do Rio de Janeiro foram encontradas 14 espécies de Senecio o que representa 23% das espécies deste gênero citadas para o Brasil. Estas espécies distribuem-se principalmente pelas regiões montanas do Estado e apresentaram variações morfológicas, particularmente, quanto ao tipo de folhas, capítulos, capitulescências e coloração das flores, conforme descrito a seguir:

Hábito - As espécies de Senecio encontradas neste estudo são usualmente subarbustivas (12 spp.) e menos frequentemente herbáceas como em S. icoglossus DC. (figura 1 h) e S. juergensii Mattf. (figura 2 a). De uma maneira geral, os subarbustos estudados possuem caules cilíndricos, lisos ou sulcados, verdes a vináceos, glabros ou com indumento variável, e alturas variando de 23 cm, como em S. pseudostigophlebius Cabrera (figura 2 g), até dois metros como em S. bonariensis Hook & Arn. (figura 1 c). Estes caules são simples (e.g. S. icoglossus) a densamente ramificados (e.g. S. bonariensis).

Figura 1
a. Senecio adamantinus Bong. Hábito. b. S. bonariensis Hook & Arn. Detalhe dos capítulos. c. S. bonariensis. Hábito. d. S. brasiliensis (Spreng.) Less. Hábito. e. S. brasiliensis. Detalhe do capítulo. f. S. grandis Gardner. Hábito. g. S. icoglossus DC. Detalhe do capítulo. h. S. icoglossus. Hábito.
Figure 1
a. Senecio adamantinus Bong. Habit. b. S. bonariensis Hook & Arn. Capitula detail. c. S. bonariensis. Habit. d. S. brasiliensis (Spreng.) Less. Habit. e. S. brasiliensis. Capitulum detail. f. S. grandis Gardner. Habit. g. S. icoglossus DC. Capitula detail. h. S. icoglossus. Habit.
Figura 2
a. S. juergensii Mattf. Hábito. b. S. juergensii. Detalhe dos capítulos. c. S. nemoralis Dusén. Hábito. d. S. nemoralis. Detalhe do capítulo. e. S. oleosus Vell. Detalhe do capítulo. f. S. oleosus. Hábito. g. S. pseudostigophlebius Cabrera. Hábito. h. S. stigophlebius Baker. Hábito.
Figure 2
a. S. juergensii Mattf. Habit. b. S. juergensii. Capitula detail. c. S. nemoralis Dusén. Habit. d. S. nemoralis. Capitulum detail. e. S. oleosus Vell. Capitulum detail. f. S. oleosus. Habit; g. S. pseudostigophlebius Cabrera. Habit. h. S. stigophlebius Baker. Habit.

Folhas - As folhas das espécies encontradas neste estudo seguem os padrões gerais da tribo Senecioneae, as quais são simples, alternas, com lâmina inteira, pinatissecta ou pinatífida, concolores ou discolores, rosuladas ou distribuídas ao longo dos ramos, podendo ser sésseis ou pecioladas, sendo os pecíolos com ou sem invaginações ou aurículas. Nas espécies estudadas, folhas sésseis ocorrem em Senecio adamantinus Bong. (figuras 1 a, 3 a), S. brasiliensis (Speng.) Less. (figuras 1 d, 4 e), S. nemoralis Dusén (figuras 2 c, 7 a), S. oleosus Vell. (figuras 2 f, 7 e), e S. pseudostigophlebius (figuras 2 g, 8 a). Folhas basais pecioladas e distais sésseis foram encontradas em S. bonariensis, S. icoglossus e S. juergensii (figuras 1 c, h, 2 a, 4 a, 5 d, 6 a), enquanto que nas demais espécies as folhas são pecioladas. Nas folhas das espécies que possuem pecíolos, estes podem apresentar uma aurícula basal [e.g. S. malacophyllus Dusén (figura 6 e) e S. stigophlebius Baker (figura 9 f)], alas [e.g. S. arctiifolius Baker (figuras 3 e)] ou serem invaginantes semelhantes à bainha [e.g. S. arctiifolius (figura 3 e), S. bonariensis (figura 4 a) , S. icoglossus (figura 5 d) e S. juergensii (figura 6 a)]. A lâmina na maioria das espécies é inteira com exceção S. brasiliensis (figuras 1 d, 4 e) , S. pseudostigophlebius (figuras 2 g, 8 a) e S. stigophlebius (figuras 2 h, 9 f), que são descritas como pinatissectas, pinatilobadas e lirado-pinatissectas, respectivamente. A venação das espécies estudadas é broquidódroma, sendo as nervuras impressas ou proeminentes.

Figura 3
a-d. Senecio adamantinus Bong. a. Ramo Florido. b. Capítulo. c. Flor do raio. d. Flor do disco. e-h. Senecio arctiifolius Baker. e. Ramo Florido. f. Capítulo. g. Flor do raio. h. Flor do disco. (a-d: P.C. Porto 2879 - RB; e-h: G. Martinelli 13389 - RB).
Figure 3
a-d. Senecio adamantinus Bong. a. Flowering branch. b. Capitulum. c. Ray floret. d. Disc floret. e-h. Senecio arctiifolius Baker. e. Flowering branch. f. Capitulum. g. Ray floret. h. Disc floret. (a-d: P.C. Porto 2879 - RB; e-h: G. Martinelli 13389 - RB).
Figura 4
a-d. Senecio bonariensis Hook. & Arn. a. Hábito; b. Capítulo. c. Flor do raio. d. Flor do disco. e-h. Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. e. Ramo Florido. f. Capítulo. g. Flor do raio. h. Flor do disco. (a-d: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 9 - UFG; e-h: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 11 - UFG).
Figure 4
a-d. Senecio bonariensis Hook. & Arn. A. Habit. b. Capitulum. c. Ray floret. d. Disc floret. e-h. Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. e. Flowering branch. f. Capitulum. g. Ray floret. h. Disc floret. (a-d: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 9 - UFG; e-h: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 11 - UFG).
Figura 5
a-c. Senecio grandis Gardner. a. Ramo Florido. b. Capítulo. c. Flor do disco. d-g. Senecio icoglossus DC. d. Ramo Florido. e. Capítulo. f. Flor do raio. g. Flor do disco. (a-c: C.C. Oliveira 25 - UFG; d-g: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 5 - UFG).
Figure 5
a-c. Senecio grandis Gardner. a. Flowering branch. b. Capitulum. c. Disc floret. d-g. Senecio icoglossus DC. d. Flowering branch. e. Capitulum. f. Ray floret. g. Disc floret. (a-c: C.C. Oliveira 25 - UFG; d-g: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 5 - UFG).
Figura 6
a-d. Senecio juergensii Mattf. a. Ramo Florido. b. Capítulo. c. Flor do raio. d. Flor do disco. e-g. Senecio malacophyllus Dusén. e. Ramo Florido. f. Capítulo. g. Flor do disco. (a-d: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 6 - UFG; e-g: H.C. Lima et al. 2541 - RB).
Figure 6
a-d. Senecio juergensii Mattf. a. Flowering branch. b. Capitulum. c. Ray floret. d. Disc floret. e-g. Senecio malacophyllus Dusén e. Flowering branch. f. Capitulum. g. Disc floret. (a-d: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 6 - UFG. e-g: H.C. Lima et al. 2541 - RB).
Figura 7
a-d. Senecio nemoralis Dusén. a. Ramo Florido. b. Capítulo. c. Flor do raio. d. Flor do disco. e-h. Senecio oleosus Vell. e. Ramo Florido. f. Capítulo. g. Flor do raio. h. Flor do disco. (a-d: R. C. Forzza 3724 - RB. e-h: C. C. Oliveira & C. N. Fraga 4 - UFG).
Figure 7
a-d. Senecio nemoralis Dusén. a. Flowering branch. b. Capitulum. c. Ray floret. d. Disc floret. e-h. Senecio oleosus Vell. e. Flowering branch. f. Capitulum. g. Ray floret. h. Disc floret. (a-d: R.C. Forzza 3724 - RB; e-h: C.C. Oliveira & C.N. Fraga 4 - UFG).
Figura 8
a-d. Senecio pseudostigophlebius Cabrera. a. Ramo Florido. b. Capítulo. c. Flor do raio. d. Flor do disco. e-h. Senecio ramentaceus Baker. e. Ramo Florido. f. Capítulo. g. Flor do raio. h. Flor do disco. (a-d: E. Hemmendorff 665 - R; e-h: A. Glaziou 2855 - R).
Figure 8
a-d. Senecio pseudostigophlebius Cabrera. a. Flowering branch. b. Capitulum. c. Ray fl oret. d. Disc fl oret. e-h. Senecio ramentaceus Baker. e. Flowering branch. f. Capitulum. g. Ray fl oret. h. Disc fl oret. (a-d: E. Hemmendorff 665 - R; e-h: A. Glaziou 2855 – R).
Figura 9
a-e. Senecio rossianus Mattf. a. Ramo vegetativo. b. Capitulescência. c. Capítulo. d. Flor do raio. e. Flor do disco. f-i. Senecio stigophlebius Baker. f. Ramo Florido. g. Capítulo. h. Flor do raio. i. Flor do disco. (a-e: A. C. Brade 16610 - RB; f-i: E. Pereira & Pabst 5694 - UFG).
Figure 9
a-e. Senecio rossianus Mattf. a. Flowering branch. b. Capitulescence. c. Capitulum. d. Ray floret. e. Disc floret. f-i. Senecio stigophlebius Baker. f. Flowering branch. g. Capitulum. h. Ray floret. i. Disc floret. (a-e: A.C. Brade 16610 - RB; f-i: E. Pereira &s Pabst 5694 - UFG).

Indumento - O indumento encontrado para as espécies deste estudo é variado. Quanto ao tipo, pode ser constituído por tricomas tectores (na maioria das espécies) ou glandulares (Senecio oleosus). No entanto, S. brasiliensis, S. nemoralis, S. icoglossus e S. rossianus Mattf. possuem indivíduos glabros ou glabrescentes. Quanto aos tipos de indumento, foram encontrados aracnoides (e.g. S. grandis Gardner), lanuginosos (S. arctiifolius, S. bonariensis, S. juergensii e S. stigophlebius); ramentáceos (e.g. S. ramentaceus Baker) e tomentosos (e.g. S. adamantinus, S. malacophyllus, S. pseudostigophlebius). Estes variam também em coloração sendo os canescentes (acinzentados) encontrados em S. adamantinus, S. malacophyllus e S. rossianus; e os esbranquiçados vistos em S. brasiliensis, S. grandis e S. stigophlebius. Tais indumentos distribuem-se por toda a planta sendo mais comuns em suas partes jovens e nas lâminas foliares, onde são mais concentrados na face abaxial.

Inflorescência - Nas Senecioneae, os capítulos possuem invólucro com apenas uma única série de brácteas de tamanhos iguais, externamente envoltas por uma série de pequenas brácteas denominadas de calículo, às vezes ausente. Nas espécies tratadas neste estudo, os capítulos são terminais e com invólucro campanulado, podendo ser radiados (maioria das espécies) ou discoides [e.g. Senecio grandis (figura 5 b) e S. malacophyllus (figura 6 f)]. Os capítulos podem estar arranjados em capitulescências de diversos tipos e aspectos (laxos ou congestos), ou solitários. Capitulescências do tipo racemosocorimbiforme ocorrem em S. icoglossus (figura 5 d), S. juergensii (figura 6 a), S. nemoralis (figura 7 a), S. oleosus (figura 7 e) e S. stigophlebius (figura 9 f); já o tipo panícula-corimbiforme pode ser visto em S. adamantinus (figura 3 a), S. arctiifolius (figura 3 e), S. bonariensis (figura 4 a), S. brasiliensis (figura 4 e) e S. pseudostigophlebius (figura 8 a); e o tipo paniculiforme nas demais. Arranjos laxos são vistos em S. arctiifolius (figura 3 e), S. bonariensis (figura 4 a), S. icoglossus (figura 5 d), S. nemoralis (figura 7 a) e S. ramentaceus (figura 8 e); e congesto nas demais. Capítulos solitários podem ocorrer em indivíduos de S. icoglossus, S. juergensii e S. oleosus.

Flores e Frutos - Nas espécies estudadas de Senecio foram encontrados capítulos radiados com flores do raio com corola de coloração alva [e.g. S. bonariensis (figura 1 b) e S. juergensii (figura 2 b)], lilás [e.g. S. icoglossus (figura 1 g)] ou amarela (demais espécies), e flores do disco com corola amarela; e capítulos discoides com corola apenas amarela. Quanto à estruturação, as flores do raio são sempre liguliformes usualmente tridentadas no ápice com exceção de S. ramentaceus (figura 8 g), na qual o ápice da corola é indiviso. Já as flores do disco possuem corola com lobos triangulares de 0,5-2,2 mm compr., eretos [e.g. S. adamantinus (figura 3 d), S. arctiifolius (figura 3 h), S. bonariensis (figura 4 d), S. icoglossus (figura 5 g), S. juergensii (figura 6 d), S. nemoralis (figura 7 d), S. oleous (figura 7 h) e S. ramentaceus (figura 8 h)] ou curvos nas demais espécies, indumentados ou glabros no ápice. No gênero estudado, as cipselas variaram de 0,5-5 mm compr., sendo a maioria costada e elipsoide [e.g. S. adamantinus (figuras 3 c, d), S. arctiifolius (figuras 3 g, h), S. brasiliensis (figuras 4 g, h), S. nemoralis (figuras 7 c, d) e S. rossianus (figuras 9 d, e)]; oblongoides [e.g. S. bonariensis (figuras 4 c, d), S. malacophyllus (figura 6 g) e S. ramentaceus (figuras 8 g, h)] ou oblanceoloides (demais espécies), todas com pápus unisseriado, persistente, com exceção de S. arctiifolius (figuras 3 g, h) onde este é caduco.

Senecio L., Sp. Pl. 2: 866. 1753.

Ervas a arbustos, eretos, anuais ou perenes. Caule simples ou ramificado, glabro ou com indumento variado. Indumento de tricomas tectores ou glandulares, nos ramos, folhas, face externa das brácteas e bractéolas. Folhas simples, alternas, rosuladas ou regularmente arranjadas ao longo de seus ramos; sésseis ou pecioladas, invaginantes, com ou sem aurículas; lâmina inteira, denteada, denticulada, serreado-denteada, crenado-denteada, serreada-pinatissecta, pinatilobada ou liradopinatissecta, discolores; venação broquidódroma com nervuras impressas ou proeminentes. Capitulescência racemo-corimbiforme, paniculado-corimbiforme, paniculiforme ou capítulo isolado, laxa ou congesta. Capítulos homógamos ou heterógamos, discoides ou radiados, receptáculo alveolado; calículo com anteras exsertas, base sagitada ou obtusa, apêndice 3-21 brácteas; invólucro campanulado com 6-35 do conectivo deltoide, oblongo ou oblongo-deltoide; brácteas. Capítulos discoides, flores bissexuadas, ramos do estilete divergentes, bífidos com ápices corola tubulosa, 5-lobada. Capítulos radiados, flores truncados e envoltos por uma coroa de tricomas. do raio pistiladas, corola liguliforme, amarela, lilás Cipselas elipsoides, oblanceoloides ou oblongoides, ou branca, e flores do disco bissexuadas, corola costadas, glabras ou glabrescentes; pápus unisseriado, amarela, tubulosa, 5-lobada, lobos eretos ou curvos; cerdoso, esbranquiçado, persistente ou caduco.

    Chave de identificação para as espécies de Senecio ocorrentes no Estado do Rio de Janeiro
  • 1. Folhas com lâmina inteira

    • 2. Folhas todas sésseis

      • 3. Caule, folhas, pedúnculos dos capítulos, brácteas e bractéolas com tricomas glandulares ......... 10. S. oleosus

      • 3. Caule, folhas, pedúnculos dos capítulos, brácteas e bractéolas glabras ou com tricomas tectores

        • 4. Lâmina foliar com margem inteira a conspicuamente denteada e ápice obtuso; capítulos com 6-8 brácteas involucrais e 3 flores do raio ................................................................ 1. S. adamantinus

        • 4. Lâmina foliar com margem conspicuamente e irregularmente serreada e ápice agudo; capítulos com 13 brácteas involucrais e 7-8 flores do raio ................................................... 9. S. nemoralis

    • 2. Folhas todas pecioladas ou apenas as basais

      • 5. Base do pecíolo truncada (não invaginantes e sem aurículas basais)

        • 6. Capítulos discoides ................................................................................................................. 5. S. grandis

        • 6. Capítulos radiados

          • 7. Pecíolos cilíndricos, lâmina foliar ramentáceo-ferrugínea em ambas as faces, base cordada ............................................................................................................................................. 13. S. ramentaceus

          • 7. Pecíolos alados, lâmina foliar glabra na face adaxial, tomentosas na abaxial, base obtusa .................................................................................................................................................. 12. S. rossianus

      • 5. Base do pecíolo invaginante ou com aurículas basais

        • 8. Pecíolos não invaginantes, auriculados; capítulos discoides ......................................... 8. S. malacophyllus

        • 8. Pecíolos invaginantes, não auriculados; capítulos radiados

          • 9. Flores do raio alvas

            • 10. Lâmina foliar com base truncada a obtusa; flores do raio 20-21, flores do disco 117-125 .......... .............................................................................................................................. 7. S. juergensii

            • 10. Lâmina foliar com base cordada; flores do raio 11-13, flores do disco 46-88 .......................................................................................................................................................... 3. S. bonariensis

          • 9. Flores do raio lilás ou amarelas

            • 11. Lâmina foliar elíptica a elíptico-lanceolada; capitulescências racemo-corimbiformes; flores do raio 21-31, lilás; flores do disco104-150 ..................................................... 6. S. icoglossus

            • 11. Lâmina foliar largamente oval ou triangular; capitulescências paniculadocorimbiformes; flores do raio 2-3, amarelas; flores do disco 9-10 ............................ 2. S. arctiifolius

  • 1. Folhas com lâmina pinatissecta, pinatilobada ou lirado-pinatissecta

    • 12. Lâmina foliar profundamente pinatissecta, sem aurículas; flores do disco 33-62 ..................... 4. S. brasiliensis

    • 12. Lâmina foliar pinatilobada ou lirado-pinatissecta, com aurículas; flores do disco 15-26

      • 13. Lâmina foliar pinatilobada; flores do disco 25-26 .................................................. 11. S. pseudostigophlebius

      • 13. Lâmina foliar lirado-pinatissecta; flores do disco 15-16 ................................................ 14. S. stigophlebius

1. Senecio adamantinus Bong., Bull. Sci. Acad. Imp. Sci. Saint-Pétersbourg 6(2): 31. 1838. Figuras 1 a, 3 a-d

Subarbustos 0,6-1,5 m alt., eretos, perenes, glabrescentes a conspicuamente tomentoso-canescentes ou amarelados, em ambas as faces das folhas e ramos das capitulescências. Caule sulcado, fistuloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, porém mais adensadas na base. Folhas sésseis, lâmina 1,5-21 × 0,2-6 cm, oblonga, oblongo-oboval ou oblanceolada, base atenuada, ápice obtuso, raramente agudo e mucronulado, margem inteira a ligeira ou conspicuamente denteada. Capitulescência paniculado-corimbiforme, congesta; pedúnculos 0,3-1,3 cm compr.; bractéolas 6-20 mm compr., lanceoladas, glabras. Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 3-5, 1,5-5,5 mm compr., lanceoladas; invólucro 5-9 × 1-5 mm, campanulado, brácteas involucrais 6-8, 1,5-5,5 mm compr., oblongas, ápice agudo, pilosas, margem escariosa. Flores do raio 3, corola amarela, 7-10 mm compr., tubo 3-4 mm compr., limbo 4-6 × 1,5-2,5 mm, 4-nervada, ápice 3-denteado; estilete 4,5-7 mm compr., ramos do estilete 1,3-1,5 mm compr. Flores do disco 2-8, corola 6,5-9 mm compr., lobos 1-1,7 mm compr., eretos, anteras 1,5-2 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo 0,3-0,5 mm compr., oblongo-deltoide; estilete 5-8 mm compr., ramos do estilete 1,5-1,8 mm compr. Cipselas 1,3-2 mm compr., elipsoides, glabras; pápus 3-6 mm compr., persistente.

Material selecionado: BRASIL, Rio de JaneiRo. Itatiaia, 10-I-1875, A. Glaziou s/n. (NY 798419); ib., Trilha para o Pico das Prateleiras, beira da trilha, 5-III-2013, F.S. Freitas et al. 6 (BHCB); ib., próximo à base das Agulhas Negras, antes do riacho, 22º23'00.8"S, 44º40'22.0"W, 2.419 m, 14-V-2013, C.C. Oliveira 20 (UFG, RB).

A espécie é endêmica do Brasil e ocorre nas regiões Centro-Oeste (Distrito Federal e Goiás), Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e todos os Estados da região Sul, sendo encontrada em campos limpos e brejosos, rupestres, úmidos e de altitude (Teles 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
). Floresce e frutifica de janeiro a junho.

Entre as espécies estudadas, Senecio adamantinus pode ser reconhecida por um conjunto de características que inclui folhas regularmente distribuídas ao longo do caule, porém mais adensadas na base deste, capítulos arranjados em capitulescências paniculadocorimbiformes, congestas e flores do raio com coloração amarela. Assemelha-se morfologicamente a S. oleosus pelo hábito subarbustivo ereto, folhas sésseis capítulos radiados, pedunculados e com flores amarelas. No entanto, S. adamantinus possui caule e folhas conspicuamente tomentosos, com tricomas canescentes a amarelados (vs. caule e folhas glandulosas em S. oleosus) e capítulos com 6-8 brácteas involucrais, 3 flores do raio e 2-8 flores do disco (vs. capítulos com 21 brácteas involucrais, 12 flores do raio e 48-69 flores do disco). A espécie apresenta uma variação na margem da lâmina foliar que pode ser inteira a conspicuamente denteada fato que levou Baker (1884)Baker, J.G. 1884. Compositae IV: Helianthoideae- Mutisiaceae. In: C.F.P. Martius & A.G. Eichler (eds.). Flora Brasiliensis. Typographia Regia, Monachii, v. 6, pp. 135-398. a descrever duas variedades para a espécie, a variedade típica (com folhas com margem denteada) e S. adamantinus var. integrifolius com margem foliar inteira.

2. Senecio arctiifolius Baker, Bull. Misc. Inform. Kew. 1895: 106. 1895. Figura 3 e-h

Subarbustos 1-1,7 m alt., eretos, perenes, lanuginosos a glabrescentes. Caule sulcado, meduloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão. Folhas pecioladas, pecíolos 1,5-15 cm compr., alados, invaginantes; lâmina inteira 7-27 × 1-26 cm, largamente oval ou triangular, base cordada, ápice agudo ou acuminado, margem irregularmente denteada a denticulada, dentes agudos, lanuginosa em ambas as faces, às vezes glabrescente na face adaxial. Capitulescência paniculado-corimbiforme, laxa; pedúnculos 0,1-2,1 mm compr., lanuginosos, bracteolados; bractéolas 2-6 mm compr., lanceoladas, glabras. Capítulos heterógamos radiados; brácteas do calículo 5-6, 2,5-3 mm compr., lanceoladas; invólucro 4-10 × 3-5 mm, campanulado, brácteas involucrais 8, linear-lanceoladas, ápice agudo, piloso, margem escariosa. Flores do raio 2-3, corola amarela, 12,5-15 mm compr., tubo 5-6 mm compr., limbo 7,5-9 × 1,5-2,8 mm, 3-5-nervada, ápice 3-denteado; estilete 6,5-8 mm compr., ramos do estilete 0,9-1,5 mm compr. Flores do disco 9-10, corola 6,5-8 mm compr., lobos 2-2,2 mm compr., eretos, anteras 2-2,1 mm compr., base sagitada, apêndice do conectivo 0,3-0,5 mm compr., oblongo; estilete 8-8,6 mm compr., ramos do estilete 1,2-1,8 mm compr. Cipselas 2-3 mm compr., elipsoides, estrigosas; pápus 4,5-6 mm compr., caduco.

Material examinado: BRASIL, Rio de JaneiRo. Macaé, Frade de Macaé, 17-21-VI-1937, A.C. Brade 15840 (RB); Santa Maria Magdalena, Alto da Gramma, VII-1934, S. Lima 242 (RB); ib., Parque Estadual do Desengano, vertentes SE/S e NE, 30-VI-1989, G. Martinelli 13389 (RB).

Espécie brasileira registrada para o Rio de Janeiro (Teles 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
), onde ocorre em campos de altitude, florescendo e frutificando de junho a julho.

Senecio arctiifolius pode ser reconhecida principalmente pelas folhas com pecíolos alados e invaginantes e lâmina largamente oval ou triangular com margem irregularmente denteada a denticulada. Assemelha-se a S. malacophyllus pelas características foliares, no entanto, S. arctiifolius possui caule meduloso, capítulos radiados e cipselas estrigosas, enquanto que em S. malacophyllus o caule é fistuloso, os capítulos são discoides e as cipselas são glabras.

Hind (1993)Hind, D.J.N. 1993. A checklist of the Brazilian Senecioneae (Compositae). Kew Bulletin 48: 279-295. citou S. kuhlmanii Cabrera como ocorrente no Estado do Rio de Janeiro. Todavia, segundo A.M. Teles (dados não publicados), Cabrera (1950)Cabrera, A.L. 1950. Notes on the Brazilian Senecioneae. Brittonia. 7: 53-74., sem saber da publicação de Baker (1895)Baker, J.G. 1895. Decades Kewenses. Plantarum Novarum in Herbario Horti Regii Conservatorum. Decades XV-XIX. Bulletin of Miscellaneous Information (Royal Gardens, Kew) 100/101: 102-120., descreveu S. kuhlmannii utilizando como parátipo o material de Glaziou 18340, que é um dos tipos de S. arctiifolius. No entanto, Senecio arctiifolius foi descrito por Baker (1895)Baker, J.G. 1895. Decades Kewenses. Plantarum Novarum in Herbario Horti Regii Conservatorum. Decades XV-XIX. Bulletin of Miscellaneous Information (Royal Gardens, Kew) 100/101: 102-120., e por ser um nome anterior tem prioridade como válido. Acreditamos que tal equívoco tenha ocorrido pelo fato de Baker (1895)Baker, J.G. 1895. Decades Kewenses. Plantarum Novarum in Herbario Horti Regii Conservatorum. Decades XV-XIX. Bulletin of Miscellaneous Information (Royal Gardens, Kew) 100/101: 102-120. ter descrito esta espécie após a publicação da Flora Brasiliensis e em um periódico pouco conhecido. Em virtude disto, A.M. Teles (dados não publicados) está propondo a sinonimização de S. kuhlmannii sob S. arctiifolius.

3. Senecio bonariensis Hook & Arn., J. Bot. (Hooker) 3: 340. 1841. Figuras 1 b-c e 4 a-d

Subarbustos 1-2 m alt., robustos, perenes, rizomatosos, eretos, lanuginosos nas partes jovens. Caule conspicuamente sulcado, fistuloso com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, porém mais adensadas na base. Folhas basais pecioladas, apicais sésseis, pecíolos 24,5-31 cm compr., alados, invaginantes, com estrias vináceas; lâmina inteira 12-26,5 × 1,5-21 cm, largamente ovais, ovais-deltóides a lanceoladas, base cordada, ápice agudo a obtuso, margem irregularmente serreado-denteada, lanuginosas em ambas as faces. Capitulescência paniculadocorimbiforme, laxa; pedúnculos 0,2-3 cm compr., lanuginosos, bracteolados, bractéolas 0,4-1,5 mm compr., lanceoladas, glabras. Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 7-11, 1,5-5 mm compr., lanceoladas; invólucro 6-9 × 5-8 mm, campanulado; brácteas involucrais 24-30, lanceoladas, ápice agudo a acuminado, glabrescentes, margem escariosa. Flores do raio 11-13, corola alva, 8,5-10 mm compr., tubo 2-3 mm compr., limbo 6,5-7 × 2,5-3 mm, 4-6-nervada, ápice 3-denteada; estilete 4-4,5 mm compr., ramos do estilete ca. 1 mm compr. Flores do disco 46-88, corola 6-6,2 mm compr., lobos 1-1,2 mm compr., eretos, anteras 1,3-1,6 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo 0,2-0,3 mm compr., oblongo-deltoide; estilete ca. 6 mm compr., ramos do estilete 1-1,3 mm compr. Cipselas 1,5-2 mm compr., oblongoides, glabras; pápus, 3-5,5 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL. Rio de JaneiRo. Itatiaia, Parque Nacional de Itatiaia, próximo à Pousada dos Lobos, 22º19'54,7"S, 44º43'58,7"W, 1.871 m, 8-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 9 (UFG).

Espécie sulamericana, com ocorrência na Argentina, Brasil e Uruguai. No Brasil é registrada para os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, crescendo em banhados, beiras de lagoas, córregos, rios e valas inundadas às margens de rodovias (Cabrera & Klein 1975Cabrera, A.L. & Klein, R.M. 1975. Compostas - Tribo: Senecioneae. In: R. Reitz (ed.). Flora ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, v. 2, pp. 126-222., Matzenbacher 1998Matzenbacher, N.I. 1998. O complexo "Senecionóide" (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.). Neste estudo foi encontrada na parte alta do Parque Nacional de Itatiaia crescendo em áreas brejosas e é reportada pela primeira vez para o Estado do Rio de Janeiro. Coletada com flores e frutos em novembro. Senecio bonariensis pode ser reconhecida pelas folhas com lâmina 1,5-26,5 × 0,1-21 cm compr., pecíolos 24,5-31 cm compr., alados, sendo os basais invaginantes com estrias vináceas, e também por possuir capitulescência paniculado-corimbiformes difusas, laxas e capítulos com flores do raio alvas. Assemelha-se morfologicamente a S. juergensii pelas características foliares e reprodutivas. No entanto, S. bonariensis possui capítulos com 11-13 flores do raio e 46-88 flores do disco, enquanto que S. juergensii apresenta capítulos com 20-21 flores do raio e 117-125 flores do disco e também pela base das folhas (truncada em S. juergensii e cordada em S. bonariensis).

4. Senecio brasiliensis (Spreng.) Less., Linnaea 6: 249. 1831. Figuras 1 d-e e 4 e-h

Subarbustos 1-2,5 m alt., eretos, perenes, glabros ou glabrescentes. Caule sulcado, fistuloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão. Folhas sésseis, lâmina 7,5-15 × 2,5-7 cm, profundamente pinatissectas, com 3-4 pares de segmentos, lineares a linear-lanceoladas com 15-75 × 1-7 mm, ápice agudo, base atenuada, margem inteira a ligeiramente serreada, glabra a glabrescente na face adaxial e curtamente tomentosas na face abaxial, tricomas esbranquiçados. Capitulescência paniculado-corimbiforme, congesta; pedúnculos 0,5-3 cm compr., glabros; bractéolas 1-8 mm compr., lanceoladas, glabras a glabrescentes. Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 9-10, 1,5-2,5 mm compr., lanceoladas; invólucro 5-11 × 3-5 mm, campanulado; brácteas involucrais 15-21, oblongas, ápice agudo, glabras. Flores do raio 8-12, corola amarela, 11,5-15 mm compr., tubo 5-6 mm compr., lígula 6,5-9 × 1,5-3,6 mm, 4-5-nervada, ápice 3-denteado; estilete 5,2-8,5 mm compr., ramos do estilete 1,5-2,5 mm compr. Flores do disco 33-62, corola 9-12 mm compr., tubo 5-7,2 mm, lobos 0,5-0,9 mm compr., curvos, anteras 2-2,1 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo 0,2-0,3 mm compr., oblongo-deltoide; estilete 7-10 mm compr., ramos do estilete 1,2-2 mm compr. Cipselas 1-3 mm compr., elipsoides, glabras; pápus 7-9,5 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL. Rio de JaneiRo. Itatiaia, Serra do Itatiaia, 16-V-1902, P. Dusén 16 (R); Lídice, entre Lídice e Angra dos Reis, 19-IX-1964, Z.A. Trinta & E. Fromm 870 (HB, R); Macaé, Arraial do Sana, em direção a Pedra Peito de Pombo, 500 m, 21-191982, C. Farney 81 (RB); Nova Friburgo, próximo à subida para Macaé de Cima, 22º20'00"S, 42º30'49"W, 12-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 11 (UFG); Petrópolis, X-1887, Fr. R. Galvão 6112 (R); Rio de Janeiro, Baixada Fluminense, Cidade das Meninas, 29-IX-1942, C. Carcerelli 51 (RB); Santa Maria Madalena, Morro da Antena, 21º58'4,6"S, 42º01'13"W, 10-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 10 (UFG); Teresópolis, 26-VIII-1942, B. Lutz 1936 (R).

Espécie com distribuição na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (Cabrera 1957Cabrera, A.L. 1957. El genero Senecio (Compositae) en Brasil, Paraguay y Uruguay. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 15: 163-264., Hind 1993Hind, D.J.N. 1993. A checklist of the Brazilian Senecioneae (Compositae). Kew Bulletin 48: 279-295.). No Brasil é referida para as regiões Centro-Oeste (Distrito Federal e Goiás), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul em campos rupestres ou de altitude, margens de estradas, córregos, rios, brejos e lagoas, além de bordas de florestas submontanas e montanas (Cabrera 1957Cabrera, A.L. 1957. El genero Senecio (Compositae) en Brasil, Paraguay y Uruguay. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 15: 163-264., Cabrera & Klein 1975Cabrera, A.L. & Klein, R.M. 1975. Compostas - Tribo: Senecioneae. In: R. Reitz (ed.). Flora ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, v. 2, pp. 126-222., Matzenbacher 1998Matzenbacher, N.I. 1998. O complexo "Senecionóide" (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre., Teles 2008Teles, A.M. 2008. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.). Foi encontrada em todo o Estado, crescendo em campos úmidos e em áreas brejosas, com flores e frutos de abril a dezembro. Senecio brasiliensis possui folhas profundamente pinatissectas, o que a torna facilmente reconhecida e não confundível com nenhuma das demais espécies estudadas.

5. Senecio grandis Gardner, London J. Bot. 7: 422. 1848. Figuras 1 f e 5 a-c

Subarbustos 1-1,6 m alt., eretos, perenes. Caule sulcado, fistuloso, esparsamente aracnoide-lanuginoso ou glabrescente, nas porções adultas, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão. Folhas pecioladas, pecíolos 4-13 cm compr., canaliculados, estreitamente alados; lâmina inteira 4-46,5 × 1-36 cm, oval-elíptica a largamente oval ou elíptica, base cordada, ápice agudo ou obtuso, margem inteira a esparsa e irregularmente denteada, glabra na face adaxial, aracnoide-lanuginosa na abaxial, tricomas esbranquiçados. Capitulescência paniculiforme, laxa; pedúnculos 0,4-1,5 cm compr., bracteolados, glabros a glabrescentes; bractéolas 1-5 mm compr., lanceoladas, ciliadas. Capítulos homógamos, discoides; brácteas do calículo 5-6, 2,5-5 mm compr., lanceoladas; invólucro 5-10 × 4-5 mm, campanulado; brácteas involucrais 8, oblongas, ápice agudo, piloso, margem escariosa. Flores 10-11, corola 8,5-10 mm compr., lobos 1,5-2 mm compr., curvos, anteras 2-2,5 mm compr., base sagitada, apêndice do conectivo ca. 0,3 mm compr., oblongo-deltoide; estilete 9,5-10 mm compr., ramos do estilete 2-3 mm compr. Cipselas 2,5-4 mm compr., oblanceoloides, glabras; pápus 6-7 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de Janeiro. Itatiaia, 26-30-1915, J.N. Rose & P.G. Russell 20559 (NY); ib., margem de uma das pontes da estrada que leva para a parte alta do Parque Nacional de Itatiaia, 22º21'43"S, 44º44'4,3"W, 2.058 m, 15-V-2013, C.C. Oliveira 25 (UFG).

Distribui-se nas regiões Sudeste e Sul (Paraná) habitando os campos de altitude, interior de floresta ombrófila e áreas úmidas próximas a córregos, florescendo e frutificando de maio a agosto (Teles 2008Teles, A.M. 2008. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.).

Entre as demais espécies estudadas, S. grandis pode ser reconhecida pelas folhas com lâmina largamente oval ou elíptica de margem irregularmente denteada com pecíolos ligeiramente alados, capítulos discoides com 10-11 flores, invólucro constituído por oito brácteas involucrais, e capitulescência paniculiforme laxa. Assemelha-se morfologicamente a S. arctiifolius e S. malacophyllus pelas características foliares, no entanto, o primeiro apresenta pecíolos invaginantes e capítulos radiados, e o segundo apresenta capítulos com 12-13 brácteas involucrais e 18-27 flores.

Hind (1993)Hind, D.J.N. 1993. A checklist of the Brazilian Senecioneae (Compositae). Kew Bulletin 48: 279-295. citou a ocorrência de S. auritifolius Cabrera para o Estado do Rio de Janeiro. No entanto, A.M. Teles (dados não publicados), com base na análise das coleções tipo de ambas as espécies, as consideram como sinônimos heterotípicos.

6. Senecio icoglossusDC., Prodr. 6: 420. 1837. Figuras 1 g-h e 5 d-g

Ervas 40-60 cm alt., eretas, perenes. Caule sulcado, fistuloso, com folhas usualmente adensadas na base, glabro a glabrescente. Folhas basais pecioladas, apicais sésseis, pecíolos 4-16 cm compr., alados, invaginantes com estrias vináceas; lâmina inteira 3-40 × 0,8-9 cm, elíptica a elíptico-lanceolada, base obtusa a decorrente, ápice agudo, margem inteira a crenado-denteada, dentes apiculados, glabra a lanuginosa em ambas as faces. Capitulescência racemo-corimbiforme, laxa; pedúnculos 0,5-9 cm compr., glabrescentes, bracteolados; bractéolas 0,5-1,5 mm compr., lanceoladas, glabras a glabrescentes; Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 20-21, 7-15 mm compr., lanceoladas; invólucro 5-15 × 5-15 mm, campanulado; brácteas involucrais 21-35, lanceoladas, ápice agudo piloso. Flores do raio 21-31, corola lilás, 11-21 mm compr., tubo 2-4 mm compr., limbo 9-17 × 3-5 mm, 4-nervada, ápice 3-denteada; estilete 6-7 mm compr., ramos do estilete 1-1,3 mm compr. Flores do disco 104-150, corola 6-7 mm compr., lobos ca. 1 mm compr., curvos, anteras 1,5-2 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo ca. 0,4 mm compr., deltoide; estilete 5-7 mm compr., ramos do estilete 0,9-1 mm compr. Cipselas 2-5 mm compr., oblanceoloides, glabras; pápus 3,5-5 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de Janeiro. Itatiaia, Serra do Itatiaia, 2.300 m, 9-VI-1902, P. Dusén 544 (R); ib., estrada para Abrigo Rebouças, 22º22'39,7"S, 44º41'36,4"W, 2.417 m, 6-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 5 (UFG); ib., 22º22'33,5"S, 44º41'48,3"W, 2.431 m, 7-I-2013, C.C. Oliveira 16 (UFG).

Espécie com ocorrência na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. No Brasil é encontrada, principalmente, em áreas montano-brejosas, das regiões Centro-Oeste (Distrito Federal e Goiás), Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Teles 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
). Foi coletada em brejos próximos a leito d’água na parte alta do Parque Nacional de Itatiaia. Floresce e frutifica de agosto a janeiro.

Senecio icoglossus é facilmente reconhecida por apresentar capítulos radiados com 21-31 flores do raio lilás e também por suas folhas com lâmina inteira elíptica a elíptico-lanceolada com pecíolos invaginantes e com estrias vináceas.

7. Senecio juergensii Mattf., Ostenia 323. 1933. Figuras 2 a-b e 6 a-d

Ervas 60-80 cm alt., eretas, perenes. Caule estriado, fistuloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, lanuginoso. Folhas basais pecioladas, apicais sésseis, pecíolos 10,5-14,5 cm compr., alados, invaginantes com estrias vináceas; lâmina inteira, 3-23 × 0,3-8,5 cm, deltoide, lanceolada ou ovalelíptica; base truncada a obtusa, ápice agudo, margem irregularmente crenado-denteada, lanuginosas em ambas as faces. Capitulescência racemo-corimbiforme, congesta; pedúnculos 0,4-13 mm compr., glabros a lanuginosos quando jovens; bractéolas 0,5-2 cm compr., lanceoladas, glabrescentes a lanuginosas; Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 20-21, 5-15 mm compr., lanceoladas; invólucro 6-10 × 6-10 mm, campanulado; brácteas involucrais 30-33, lanceoladas, glabras a glabrescentes, ápice agudo, margem escariosa. Flores do raio 20-21, corola alva, 13-14 mm compr., tubo 3-3 mm compr., limbo 10-11 × 3-4 mm, 4-5-nervada, ápice 2-3-denteado; estilete 5-6 mm compr., ramos do estilete ca. 1 mm compr. Flores do disco 117-125, corola 6,5-7 mm compr., tubo 6,3-6,6 mm compr., lobos 1-1,3 mm compr., eretos, anteras ca. 2 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo 0,3-0,5 mm compr., oblongo-deltoide; estilete 6-6,5 mm compr., ramos do estilete 0,9-1 mm compr. Cipselas 2-2,3 mm compr., oblanceoloides, glabras; pápus 4-6,5 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de JaneiRo. Itatiaia, Parque Nacional de Itatiaia, estrada para Abrigo Rebouças, 22º22'39,7"S, 44º41'36,4"W, 2.417 m, 6-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 6 (UFG).

Senecio juergensii distribui-se nas regiões Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul do Brasil, habitando preferencialmente banhados e turfeiras (Matzenbacher 2009Matzenbacher, N.I. 2009. Uma nova espécie do gênero Senecio L. (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, 64: 109-113., Teles 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
). Está sendo reportada pela primeira vez para o Estado do Rio de Janeiro, onde foi encontrada no Parque Nacional de Itatiaia em ambientes brejosos, florescendo e frutificando em novembro.

Senecio juergensii pode ser reconhecida principalmente pelos capítulos radiados com flores do raio alvas, e pelo formato de suas folhas, assemelhando-se morfologicamente a S. icoglossus na forma e tamanho dos capítulos. No entanto S. juergensii possui capítulos com flores do raio alvas, folhas deltoides, oval-elípticas ou lanceoladas de base truncada a obtusa, margem irregularmente crenado-denteada. Senecio icoglossus possui capítulos com flores do raio lilás e folhas elípticas a elípticolanceoladas, com pecíolos alados e invaginantes com estrias vináceas, margem inteira a denteado-crenada com dentes apiculados.

8. Senecio malacophyllus Dusén, Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro 13: 18. 1905. Figura 6 e-g

Subarbustos 1,5-3 m alt., eretos, perenes. Caule estriado, fistuloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, tomentoso a glabrescente. Folhas pecioladas, pecíolos 2-8,5 cm compr., estreitamente alados terminando em uma aurícula 3-3,5 × 4-4,5 cm; lâmina inteira, 5,5-25 × 3-16 cm, oval a deltoide, base sagitada, ápice agudo a atenuado, margem denteada, lanuginosa na face adaxial, tomentosa na abaxial, tricomas canescentes. Capitulescência paniculiforme, laxa; pedúnculos 0,3-2 cm compr., bracteolados, glabrescentes; bractéolas 3-8 mm compr., lineares a lanceoladas. Capítulos homógamos, discoides; brácteas do calículo 6-7, 3-4,5 mm compr., lanceoladas; invólucro 5-10 × 4-7 mm, campanulado; brácteas involucrais 12-13, oblongas, ápice agudo, piloso, margem escariosa. Flores 18-27, corola 1,9-6,8 mm compr., lobos 1,2-1,5 mm compr., curvos, anteras 1,2-1,8 mm compr., base sagitada, apêndice do conectivo 0,2-0,5 mm compr., oblongo-deltoide; estilete 1,9-7,5 mm compr., ramos do estilete 0,9-1,1 mm compr. Cipselas 0,5-3 mm compr., oblongoides, glabras; pápus 2-5,5 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de JaneiRo. Itatiaia, Serra de Itatiaia, 27-V-1902, P. Dusén 405 (R); ib., V-1926, A. Sampaio 4761 (R); ib., Retiro da Serra Negra, III-1937, A.C. Brade 15601 (RB); Resende, Estrada para Prateleira, 2.400 m, 17-I-1985, H.C. de Lima et al. 2541 (RB).

Senecio malacophyllus é endêmica do Estado do Rio de Janeiro onde cresce em campos de altitude (Teles 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
). Pode ser reconhecida pelos capítulos discoides com 12-13 brácteas involucrais e 18-27 flores, capitulescências paniculiformes laxas, pelo indumento e formato de suas folhas além de pecíolos alados e auriculados na base. Assemelha-se morfologicamente à S. grandis pelas características foliares, no entanto, esta apresenta folhas com lâmina oval-elíptica a largamente oval ou elíptica com margem irregularmente denteada e capítulos com oito brácteas involucrais e 10-11 flores.

9. Senecio nemoralis Dusén, Arch. Mus. Nac. Rio de Janeiro 13: 21. 1903. Figuras 2 c-d e 7 a-d

Subarbustos 0,6-1,7 m alt., eretos, perenes. Caule levemente estriado, meduloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, glabro. Folhas sésseis, lâmina inteira, 2-13 × 0,5-1,7 cm, lanceolada a estreitamente elíptica, base atenuada, ápice agudo ou acuminado, margem conspicuamente e irregularmente serreada, nervuras proeminentes na face abaxial, glabra. Capitulescência paniculadocorimbiforme, laxa; pedúnculos 0,5-3,5 mm compr., glabros, bracteolados; bractéolas 4,5-10 mm compr., lanceoladas, glabras; Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 3-5, 3,2-4 mm compr., lanceoladas; invólucro 6-10 × 3-10 mm, campanulado; brácteas involucrais 13, lanceoladas, ápice agudo, glabro, margem escariosa. Flores do raio 7-8, corola amarela, 10-13,5 mm compr., tubo 4-5 mm compr., limbo 6-8,5 × ca. 2,5 mm, 4-nervada, ápice 3-denteado, estilete 6-7 mm compr., ramos do estilete 1,3-2 mm compr. Flores do disco 13-23, corola 7,2-8 mm compr., tubo 4-6,1 mm compr., lobos 0,6-1 mm compr., eretos, anteras 1,9-2,5 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo 0,3-0,5 mm compr., oblongo; estilete 6,5-9 mm compr., ramos do estilete 1-1,5 mm compr. Cipselas 1,3-2 mm compr., elipsoides, estrigosas entre as costas; pápus 5-8 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL. Rio de Janeiro. Itatiaia, Serra de Itatiaia, 2.200 m, 28-VII-1901, E. Hemmendorff 617 (R); ib., próximo a entrada para a Pousada dos Lobos, 22º21'22.4"S, 44º44'09.4"W, 2.063 m, 6-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 2 (UFG); ib., Abrigo Rebouças, 22º23'4,7"S, 44º40'44,5"W, 2.387 m, 14-V-2013, C.C. Oliveira 23 (UFG);Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Pedra da Baleia, 2.000 m, 18-20-XII-1952, J. Vidal II-5736 (952) (R).

Espécie endêmica do Brasil e registrada para os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro (Teles 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
), habitando os campos de altitude, ambiente no qual foi encontrada neste estudo.

Espécie facilmente reconhecida pelas folhas com lâmina inteira, glabra em ambas as faces, lanceolada ou estreito-elíptica com margem irregular e serreada. Pode ser confundida com Senecio brasiliensis devido às semelhanças dos capítulos. Entretanto, S. nemoralis possui folhas com lâmina lanceolada ou estreitoelíptica, enquanto que S. brasiliensis as lâminas são pinatissectas. Floresce e frutifica de novembro a fevereiro.

10. Senecio oleosus Vell., Fl. Flum. Ic. 8: 104. 1831 [1827] Figuras 2 e-f e 7 e-h

Subarbustos 0,4-1,3 m alt., eretos, anuais ou perenes, glandulosos, incluindo caule, ambas as faces foliares, pedúnculos, brácteas e bractéolas. Caule estriado, fistuloso, com folhas adensadas e regularmente distribuídas em toda sua extensão. Folhas sésseis, lâmina inteira, 2,5-11,5 × 0,5-2 cm, estreitamente oboval ou espatulada, ápice obtuso, base atenuada, auriculada ou semi-amplexicaule, margem serreada. Capitulescência racemo-corimbiforme, laxa; pedúnculos 0,5-5,5 mm compr., bracteolados, bractéolas 11-19 mm compr., elípticas a ovais. Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 11-12, 5-14 mm compr., linear-lanceoladas; invólucro 1-3 × 1-3 cm, campanulado; brácteas involucrais 21, lanceoladas, ápice agudo, penicelado, margem escariosa. Flores do raio 11-13, corola amarela, 1,7-2,1 cm compr., tubo 4,5-5,2 mm compr., limbo 13-16 × 2-3 mm, 3-4-nervada, ápice 3-denteado, estilete 6-8,5 mm compr., ramos do estilete 1,3-2 mm compr. Flores do disco 48-69, corola 8,2-13,5 mm compr., lobos ca. 0,5 mm compr., eretos, anteras 1,3-3,3 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo ca. 0,5 mm compr., oblongo; estilete 7,5-10 mm compr., ramos do estilete 1,3-1,5 mm compr. Cipselas 1,5-3,5 mm compr., elipsoides, glabras; pápus 7-11,5 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL. Rio de Janeiro. Itatiaia, 22-I-1873, A. Glaziou 6571 (BHCB); ib., Parque Nacional de Itatiaia, margem da estrada, próximo à portaria, 22º22'23,4"S, 44º42'19,8"W, 2.429 m, 6-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 4 (UFG); ib., estrada para Abrigo Rebouças, 22º22'36,9"S, 44º41'37,9"W, 2.442 m, 7-I-2013, C.C. Oliveira 15 (UFG); ib., estrada para parte alta do Parque, 22º22'09,2"S, 44º42'33,4"W, 2.361 m, 14-V-2013, C.C. Oliveira 24 (UFG).

Espécie ocorrente nas regiões Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná e Santa Catarina) do Brasil. No Rio de Janeiro, foi coletada apenas no Parque Nacional de Itatiaia em áreas rupestres entre rochas. É facilmente reconhecida pela lâmina foliar estreitamente oboval ou espatulada e por ser a única entre as espécies estudadas, com caule, ramos, folhas, brácteas e bractéolas glandulares e flores do raio longamente liguliformes (limbo das flores do raio 13-16 × 2-3 mm), com coloração amarelo-fluorescente. Floresce e frutifica de novembro a junho.

11. Senecio pseudostigophlebius Cabrera, Bol. Soc. Argent. Bot. 7:245. 1959. Figuras 2 g e 8 a-d

Subarbustos 23-50 cm alt., eretos, perenes, densamente tomentosos, incluindo ambas as faces foliares, ramos da capitulescência e bractéolas. Caule estriado, meduloso, com folhas adensadas a regularmente distribuídas em toda sua extensão. Folhas sésseis, lâmina 2-14,5 × 0,6-5,5 cm, pinatilobada, elíptica a espatulada, ápice obtuso, base conspicuamente auriculada, margem crenadolobada, 4-7 pares de segmentos obtusos, sinuados, lobos 0,1-2,7 × 0,1-2 cm. Capitulescência paniculadocorimbiforme, congesta; pedúnculos 0,3-1 cm compr., bracteolados; bractéolas 2-5 mm compr., lanceoladas. Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 10-15, 2-6 mm compr., lanceoladas; invólucro 5-10 × 4-10 mm, campanulado; brácteas involucrais 13, oblongas, ápice agudo, lanuginoso, margem escariosa. Flores do raio 8, corola amarela, 10-13 mm compr., tubo 2,5-4 mm compr., limbo 7,5-9 × 1-2,5 mm, 6-7-nervada, ápice 3-4-denteado; estilete 6-7 mm compr., ramos do estilete 1,2-2 mm compr. Flores do disco 25-26, corola 6,5-8 mm compr., tubo 2,5-2,7 mm, lobos 1,5-1,8 mm compr., curvos, anteras 2-2,5 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo 0,30,7 mm compr., oblongo; estilete 7-7,5 mm compr., ramos do estilete 1-1,2 mm compr. Cipselas 1,5-2 mm compr., oblanceoloides ou elipsoides, glabras; pápus 5-6 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de JaneiRo. Serra do Itatiaia, entre Retiro de Ramos e Macieiras, 29-VII-1901, E. Hemmendorff 665 (R); ib., Parque Nacional de Itatiaia, trilha para as Agulhas Negras, próximo à base, antes do riacho, 22º23'01,3"S, 44º40'05,9"W, 2.421 m, 14-V-2013, C.C. Oliveira et al. 19 (UFG).

Espécie endêmica dos campos de altitude dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro (Teles 2008Teles, A.M. 2008. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.). Neste estudo, a espécie foi encontrada na trilha que leva ao Pico das Agulhas Negras, no Parque Nacional de Itatiaia. Pode ser reconhecida por ser uma planta densamente tomentosa com folhas sésseis, pinatilobadas, auriculadas na base e com margem crenado-lobada.

12. Senecio ramentaceus Baker, Fl. Bras. 6(3): 305. 1884. Figura 8 e-h

Subarbusto 1-2 m alt., ereto, perene. Caule estriado, fistuloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, ramentáceo-ferrugíneo. Folhas pecioladas, pecíolos 2-5 cm compr., cilíndricos, sem aurículas ou invaginações; lâmina inteira, 9,5-25 × 5,5-14,5 cm, oval-elíptica a oblongo-elíptica, base cordada, ápice obtuso, margem irregularmente serreada, dentes agudos, ramentácea-ferrugínea em ambas as faces, sendo o indumento mais adensado na face abaxial. Capitulescência paniculiforme, laxa; pedúnculos 3-6 mm compr., bracteolados, densamente ramentáceos; bractéolas 3-10 mm compr., lanceoladas, ramentáceo-ferrugíneas. Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 4-7, 3-5 mm compr., lanceoladas, ramentáceo-ferrugíneas; invólucro 4-8 × 4-6,5 mm, campanulado; brácteas involucrais 12-13, oblongo-lineares, ápice agudo, piloso, margem escariosa. Flores do raio 7-8, corola amarela, 3,5-5 mm compr., tubo 1,5-2,5 mm compr., limbo 2-2,5 × 0,3-0,5 mm, nervuras inconspícuas, ápice 1-denteado; estilete 5-6 mm compr., ramos do estilete 0,6-0,7 mm compr. Flores do disco 15-17, corola 4,5-5 mm compr., lobos 1-1,2 mm compr., eretos, anteras 1,2-1,4 mm compr., base sagitada, apêndice do conectivo 0,2-0,5 mm compr., oblongo; estilete 4,5-6 mm compr., ramos do estilete 0,9-1 mm compr. Cipselas 2-2,2 mm compr., oblongoides, glabras; pápus 4,5-5 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de Janeiro. Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, 10IX-1868, A. Glaziou 2855 (R, Isótipo); ib., VIII-1899, E. Ule s.n. (R 44311).

Espécie endêmica do Estado do Rio de Janeiro aonde ocorre apenas na Serra dos Órgãos. Pode ser reconhecida pelo caule, pecíolo, face externa das brácteas e bractéolas e lâmina foliar cobertas por tricomas ramentáceo-ferrugíneos, além de apresentar flores do raio com corola com limbo indiviso e nervuras inconspícuas.Assemelha-se superficialmente a Senecio rossianus, pelas folhas com lâmina oblongoelíptica ou elíptica, porém S. ramentaceus possui a base foliar cordada e pecíolo sem aurículas, além das demais características descritas no início deste comentário, enquanto que em S. rossianus a base foliar é obtusa, o pecíolo é auriculado e o caule e demais partes vegetativas são pubescentes a glabrescentes.

13. Senecio rossianus Mattf., Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 9(85): 393. 1925. Figura 9 a-e

Subarbustos 1-1,5 m alt., eretos, perenes. Caule sulcado, fistuloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, glabrescente. Folhas pecioladas, pecíolos 8,5-9 cm compr., alados, sem invaginações ou aurículas; lâmina inteira, 19,5-26 × 7-9,5 cm, elíptica, base obtusa, ápice agudo, margem irregularmente denteada, dentes agudos, glabra na face adaxial, tomentosas na abaxial, indumento canescente. Capitulescência paniculiforme, laxa; pedúnculos 0,1-0,5 mm compr., bracteolados, densamente pubescentes; bractéolas 0,2-1 cm compr., lanceoladas, densamente pubescentes; Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 10-11, 4-6 mm compr., lanceoladas, pubescentes; invólucro 4-7 × 3-5 mm, campanulado; brácteas involucrais 12-13, oblongo-lineares, ápice agudo, piloso, margem escariosa. Flores do raio 3-6, corola amarela, 5,3-6,1 mm compr., tubo 2-2,1 mm compr., limbo 3,3-4 × ca. 1 mm, 3-nervada, ápice 3-denteado; estilete 5,3-6 mm compr., ramos do estilete 1-1,2 mm compr. Flores do disco 13-17, corola 5-6,2 mm compr., lobos 1-1,2 mm compr., curvos, anteras ca. 1,2 mm compr., base sagitada, apêndice do conectivo ca. 0,5 mm compr., oblongo; estilete 5,5-7 mm compr., ramos do estilete 1 mm compr. Cipselas ca. 2,5 mm compr., cilíndricas, glabras; pápus 5-6 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de JaneiRo. Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Cachoeira de Rancho Frio, 1.400 m, 23-VIII-1940, A.C. Brade 16610 (RB).

Espécie endêmica da região Sudeste do Brasil sendo registrada para os campos de altitude dos Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro (Cabrera 1957Cabrera, A.L. 1950. Notes on the Brazilian Senecioneae. Brittonia. 7: 53-74.). Pode ser reconhecida principalmente por suas folhas com lâmina elíptica de margem irregularmente denteada, com base decorrente. Assemelha-se morfologicamente a Senecio ramentaceus, pelo formato elíptico da lâmina foliar, no entanto, S. rossianus possui indumento diferente do visto para S. ramentaceus, além de possuir pecíolo alado e base foliar obtusa, características não encontradas em S. ramentaceus.

14. Senecio stigophlebius Baker, Fl. Bras. 6(3): 321. 1884. Figuras 2 h e 9 f-i

Subarbustos 2-2,5 m alt., robustos, eretos, perenes. Caule sulcado, fistuloso, com folhas regularmente distribuídas em toda sua extensão, lanuginoso ou glabrescente. Folhas pecioladas, pecíolos 1-15 cm compr., aurículas semicirculares, amplexicaules; lâmina 8-51,5 × 3-26 cm, elíptica a oboval-elíptica, lirado-pinatissecta, com 4-7 pares de segmentos 1-15 × 0,5-3 cm, lanceolados ou oblongos, ápice agudo, margem irregularmente denteada, dentes agudos, nervuras proeminentes na face abaxial, lanuginosa ou glabrescente na face adaxial, tomentosa na abaxial, indumento esbranquiçado. Capitulescência racemo-corimbiforme, congesta; pedúnculos 0,5-7,5 mm compr., bracteolados, albotomentosos; bractéolas 0,4-6 cm compr., lanceoladas, albo-tomentosas. Capítulos heterógamos, radiados; brácteas do calículo 10-11, 4,5-7 mm compr., lanceoladas; invólucro 7-10 × 4-7 mm, campanulado; brácteas involucrais 12-13, oblongas, ápice agudo, glabro, margem escariosa. Flores do raio 8-10, corola amarela, 15-18 mm compr., tubo 5-6 mm compr., limbo 10-12 × 2-3 mm, 3-5-nervada, ápice 2-3-denteado; estilete 8-11 mm compr., ramos do estilete 1,3-2 mm compr. Flores do disco 15-16, corola 9-10 mm compr., lobos 1-2 mm compr., curvos, anteras ca. 3 mm compr., base obtusa, apêndice do conectivo ca. 0,5 mm compr., oblongo; estilete 8,5-12,5 mm compr., ramos do estilete 1-2 mm compr. Cipselas 1,5-3 mm compr., cilíndricas a oblanceoloides, glabras; pápus 6-8 mm compr., persistente.

Material examinado: BRASIL, Rio de JaneiRo. Itatiaia, 2.000-2.200 m, 25-V-1961, E. Pereira 5694 (HB; RB); ib., estrada para a Pousada dos Lobos em direção à Serra Negra, 22º20'48,7"S, 44º44'08"W, 2.117 m, 8-XI-2012, C.C. Oliveira & C.N. Fraga 8 (UFG); ib., borda da estrada que leva para a parte alta do Parque Nacional de Itatiaia, 15-V-2013, C.C. Oliveira 28 (UFG).

Ocorre nas regiões Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e Sul (Paraná e Santa Catarina), sendo encontrada em sub-bosque de capões, nos campos de altitude da Serra da Mantiqueira, (Cabrera 1957Cabrera, A.L. 1950. Notes on the Brazilian Senecioneae. Brittonia. 7: 53-74., Cabrera & Klein 1975Cabrera, A.L. & Klein, R.M. 1975. Compostas - Tribo: Senecioneae. In: R. Reitz (ed.). Flora ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, v. 2, pp. 126-222., Matzenbacher 1998Matzenbacher, N.I. 1998. O complexo "Senecionóide" (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre., Teles 2008Teles, A.M. 2008. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte., 2015Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
). Neste estudo foi encontrada na parte alta do Parque Nacional de Itatiaia, crescendo na beira da estrada próximo a áreas úmidas, com flores e frutos de junho a novembro.

Senecio stigophlebius pode ser facilmente reconhecido pelas folhas com lâmina lirado-pinatissecta com 4 a 7 pares de segmentos densamente tomentosa na face abaxial com indumento esbranquiçado.

  • 1
    Parte da Dissertação de Mestrado da primeira Autora

Agradecimentos

À CAPES, pela concessão da bolsa de estudos à primeira autora (edital REFLORA, processo 563541/2010-5); aos curadores dos herbários, pela recepção e empréstimo de suas coleções; às equipes dos Parques Nacionais de Itatiaia e Serra dos Órgãos e do Parque Estadual do Desengano; ao Cristiano Gualberto, pela confecção das ilustrações.

Literatura citada

  • Ash, A., Ellis, B., Hickey, L.J., Johnson, K., Wilf, P. & Wing, S. 1999. Manual of Leaf Architecture: Morphological description and categorization of dicotyledonous and net-veined monocotyledonous angiosperms. Smithsonian Institution. Washington, D.C.
  • Baker, J.G. 1884. Compositae IV: Helianthoideae- Mutisiaceae. In: C.F.P. Martius & A.G. Eichler (eds.). Flora Brasiliensis. Typographia Regia, Monachii, v. 6, pp. 135-398.
  • Baker, J.G. 1895. Decades Kewenses. Plantarum Novarum in Herbario Horti Regii Conservatorum. Decades XV-XIX. Bulletin of Miscellaneous Information (Royal Gardens, Kew) 100/101: 102-120.
  • BPH Online. 2015. Hunt Institute for Botanical Documentation. Disponível em http://huntbotanical. org/databases/show.php?1 (acesso em I-2015).
    » http://huntbotanical.org/databases/show.php?1
  • Bridson, D. & Forman, L. 1992. The herbarium handbook. Royal Botanic Gardens, Richmond, Kew.
  • Brummitt, R.K. & Powell, C.E. 1992. Authors of plant names. Britain Royal Botanic Gardens, Kew.
  • Cabrera, A.L. 1950. Notes on the Brazilian Senecioneae. Brittonia. 7: 53-74.
  • Cabrera, A.L. 1957. El genero Senecio (Compositae) en Brasil, Paraguay y Uruguay. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro 15: 163-264.
  • Cabrera, A.L. & Klein, R.M. 1975. Compostas - Tribo: Senecioneae. In: R. Reitz (ed.). Flora ilustrada Catarinense. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí, v. 2, pp. 126-222.
  • Davis, E.G. & Naghettini, M.C. 2000. Estudo de chuvas intensas no estado do Rio de Janeiro. 2 ed. Revista e ampliada. CPRM, Brasília.
  • Filgueiras, T.S., Brochado, A.L., Nogueira, P.H. & Guala II, G.F. 1994. Caminhamento - um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: 39-43.
  • Funk, V.A., Susanna, A., Stuessy, T.F. & Robinson, H. 2009. Classication of Compositae. In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.). Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna, pp. 171-176.
  • Harris, J.G & Harris, M.W. 2001. Plant identification terminology: an illustrate glossary. 2 ed. Spring Lake Publishing, Spring Lake.
  • Hickey, L.J. 1973. Classification of the architecture of dicotyledonous leaves. American Journal of Botany 60: 17-33.
  • Hind, D.J.N. 1993. A checklist of the Brazilian Senecioneae (Compositae). Kew Bulletin 48: 279-295.
  • IPNI(r). 2015. International Plant Names Index. Disponível em http://www.ipni.org/ (acesso em I-2015).
    » http://www.ipni.org/
  • Matzenbacher, N.I. 1998. O complexo "Senecionóide" (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul - Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
  • Matzenbacher, N.I. 2009. Uma nova espécie do gênero Senecio L. (Asteraceae - Senecioneae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, 64: 109-113.
  • Milton, J.J. 2009. Phylogenetic analyses and taxonomic studies of Senecioninae: Souther African Senecio section Senecio PhD Thesis, University of Saint Andrews, Scotland.
  • Nakajima, J., Loeuille, B., Heiden, G., Dematteis, M., Hattori, E.K.O., Magenta, M.A.G., Ritter, M.R., Mondin, C.A., Roque, N., Ferreira, S.C., Borges, R.A.X., Soares, P.N., Almeida, G., Schneider, A., Sancho, G., Saavedra, M.M., Liro, R.M., Pereira, A.C.M., Moraes, M.D., Silva, G.A.R., Medeiros, J.D., Lorencini, T.S., Teles, A.M., Monge, M., Siniscalchi, C.M., Souza-Buturi, F.O., Bringel Jr., J.B. A., Carneiro, C.R., Pasini, E. & Oliveira, C.T. 2015. Asteraceae In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB55 (acesso em 7-III-2015).
    » http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB55
  • Nordenstam, B. 1977. Senecioneae and Liabeae - systematic review. In: V.H. Heywood, J.B. Harbone & B.L. Turner (eds.). The biology and chemistry of Compositae. Academic Press, London, v. 2, pp. 800-830.
  • Nordenstam, B., Pelser, P.B., Kadereit, J.W. & Watson, L.E. 2009. Senecioneae In: V.A. Funk, A. Susanna, T.F. Stuessy & R.J. Bayer (eds.). Systematics, Evolution, and Biogeography of Compositae. IAPT, Vienna, pp. 503-521.
  • Peel, M.C., Finlayson, B.L. & Mcmahon, T.A. 2007. Updated world map of the Köppen-Geiger climate classification. Hydrology and Earth System Sciences 11: 1633-1644.
  • Pelser, P.B., Nordenstam, B., Kadereit, J.W. & Watson, L.E. 2007. An ITS phylogeny of tribe Senecione (Asteraceae) and a new delimitation of Senecio L. Taxon 56: 1077-1104.
  • Reif, C. & Andreata, R.H.P. 2011. Contribuição à taxonomia de Loranthaceae no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Pesquisas Botânicas 62: 71-115.
  • Robins, D.J. 1977. Senecioneae - chemical review. In: V.H. Heywood, J.B. Harbone & B.L. Turner (eds.). The biology and chemistry of Compositae., Academic Press, London v. 2, pp. 831-850.
  • Roque, N. & Bautista, H.P. 2008. Asteraceae: caracterização e morfologia floral. EUFA, Salvador.
  • Teles, A.M. 2008. Contribuição ao estudo taxonômico da tribo Astereae no Brasil e Senecioneae (Asteraceae) no estado de Minas Gerais. Tese de Doutorado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
  • Teles, A.M. 2015. Senecio In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295 (acesso em 7-III-2015).
    » http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB16295
  • Thiers, B. 2015. Index Herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden's Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 7-III-2015).
    » http://sweetgum.nybg.org/ih/

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    08 Abr 2015
  • Aceito
    28 Set 2015
Instituto de Pesquisas Ambientais Av. Miguel Stefano, 3687 , 04301-902 São Paulo – SP / Brasil, Tel.: 55 11 5067-6057, Fax; 55 11 5073-3678 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: hoehneaibt@gmail.com