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Musgos (Bryophyta) da Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, Estado da Bahia, Brasil¹ 1 . Parte da Dissertação de Mestrado do primeiro Autor

Mosses (Bryophyta) from Wenceslau Guimarães Ecological Station, Bahia State, Brazil

RESUMO

No presente artigo está sendo apresentado o levantamento florístico dos musgos (Bryophyta) da Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, sul do Estado da Bahia, em um fragmento de Floresta Ombrófila Densa montana. Foram analisadas 540 amostras e identificadas 93 espécies, distribuídas em 57 gêneros e 23 famílias. Trichosteleum cyparissoides (Hornsch.) H. Rob tem seu primeiro registro para a região Nordeste e Brittonodoxa lithophila (Hornsch.) W. R. Buck et al. para o Estado da Bahia, ambas pertencentes a família Sematophyllaceae.

Palavras-chave:
diversidade; Floresta Atlântica; florística; riqueza

ABSTRACT

In present article, it is presented the floristic composition of mosses (Bryophyta) in a fragment of Montane Atlantic Rainforest in the Wenceslau Guimarães Ecological Station, located in southern Bahia State. As a total, 540 samples were analyzed and 93 species were identified, which are distributed in to 57 genera and 23 families. Trichosteleum cyparissoides is here record for the first time to the Northeast region, and Brittonodoxa lithophila is first referred to Bahia State, both taxa belong to the family Sematophyllaceae.

Keywords:
diversity; Atlantic Forest; floristic; richness

Introdução

A Estação Ecológica Wenceslau Guimarães representa um importante fragmento de Floresta Ombrófila Densa integrante da zona núcleo da reserva Biosfera da Mata Atlântica reconhecida pela UNESCO. Se caracteriza por ser uma área de relevante interesse ambiental devido à sua diversidade biológica, ocorrência de diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção e pela importância considerável na proteção dos mananciais hídricos da bacia do Rio das Almas (Decreto Nº 6.228/1997, Lei Nº 7.791/2000, INEMA 2018).

Sua diversidade biológica vem sendo amplamente estudada, e por apresentar uma fisionomia preservada típica de Floresta Ombrófila Densa de formação montana (Veloso et al. 1991Veloso, H.P., Rangel Filho, A.L. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Rio de Janeiro, pp. 124.) tem fornecido dados importantes para a flora local de angiospermas e contribuições ao projeto Flora da Bahia, com adições ao Estado e descrição de novos táxons para a ciência (Souza 2002Souza, M.L.D.R. 2002. O gênero Ossea DC. (Melastomataceae) no Brasil: circunscrição e notas taxonômicas. Insula 31: 1-28., Silva et al. 2003Silva, S.N., Carvalho, A.M.V. & Santos, F.A.R. 2003. Cestrum L. (Solanaceae) da Mata Higrófila do Estado da Bahia, Brasil. Acta Scientiarum: Biological Sciences 25: 157-166., Rapini & Farinaccio 2010Rapini, A. & Farinaccio, M.A. 2010. Oxypetalum laciniatum, uma nova espécie de Asclepiadoideae (Apocynaceae) do sul da Bahia, Brasil. Rodriguésia 61: 17-20., Fiaschi & Amorim 2012Fiaschi, P. & Amorim, A.M. 2012. Flora da Bahia: Dichapetalaceae. Sitientibus série Ciências Biológicas 12: 201-206., Rigueira et al. 2012Rigueira, D.M.C., Molinari, A.L.M.M., Mariano, D.L.S., Reis, R.M., Portugal, A.B., Santana, N.S. & Santos, R.A. 2012. Influência da distância da borda e do adensamento foliar sobre a abundância de plantas pioneiras em um fragmento de floresta tropical sobmontana na Estação Ecológica de Wenceslau Guimarães (Bahia, Brasil). Acta Botanica Brasilica 26: 197-202., Marinho et al. 2016Marinho, L.C., Carneiro-Torres, D.S., Amorim, A.M., Oliveira, R.J. & Giulietti, A.M. 2016. Flora da Bahia: Podocarpaceae. Sitientibus, série Ciências Biológicas 16: 1-5.).

Em seus trabalhos, Reis et al. (2015Reis, L.C., Oliveira, H.C. & Bastos, C.J.B. 2015. Hepáticas (Marchantiophyta) epífitas de duas áreas de Floresta Atlântica no Estado da Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 225-241.) investigaram a composição de hepáticas epífitas corticícolas dentro de uma perspectiva ecológica em duas áreas de Floresta Atlântica na Bahia, dentre elas a Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, reportando a ocorrência de espécies endêmicas e o primeiro registro de Frullania macrocephala (Lehm. & Lindenb.) Lehm. & Lindenb. para o Brasil. Este se caracterizava até então como o único trabalho sobre briófitas reportado para a Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, denotando a importância da realização de inventários mais amplos na área.

Os estudos florísticos com briófitas têm crescido consideravelmente no Estado da Bahia e comprovado a grande representatividade florística existente nas mais diversas fisionomias (Valente & Pôrto 2006Valente, E.B. & Pôrto, K.C. 2006. Hepáticas (Marchantiophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jiboia, município de Santa Teresinha, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 433-441., Vilas Bôas-Bastos & Bastos 2008aVilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2008a. Neckeraceae Schimp. (Bryophyta, Bryopsida) da Reserva Ecológica de Michelin, Município de Igrapiúna, Bahia, Brasil. Sitientibus série Ciências Biológicas 8: 263-274., b, Valente et al. 2009, Vilas Bôas-Bastos & Bastos 2009, Valente et al. 2011, Oliveira & Bastos 2014Oliveira, H.C. & Bastos, C.J.P. 2014. Briófitas epífitas de fragmentos de Floresta Atlântica da reserva Ecológica Michelin, Estado da Bahia, Brasil. Hoehnea 41: 631-646., Vilas Bôas-Bastos et al. 2017). A grande complexidade do Domínio Floresta Atlântica faz com que os inventários florísticos sejam de grande interesse científico. Em função da necessidade em se conhecer com mais detalhes a diversidade e as características das comunidades de briófitas na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, o presente trabalho teve como objetivos, analisar a composição de musgos sob os aspectos florísticos (quanto a riqueza e diversidade) e ecológicos (referentes as comunidades briocenológicas e formas de vida).

Material e métodos

Área de estudo - A Estação Ecológica Wenceslau Guimarães está situada no distrito de Nova Esperança, sul da Bahia (13º35'43" S e 39º43'10" W), município de Wenceslau Guimarães. Criada e ampliada, respectivamente, pelos Decretos Estaduais nº 6.228/1997 e nº 7.791/2000. Possui uma extensão territorial de 2.418 hectares, relevo montanhoso, altitude variando entre 500-1000 m, clima úmido a sub-úmido, média anual de 18 ºC, pluviosidade entre 800-1500 mm com períodos chuvosos prolongados, durante o inverno a região sofre influência da passagem de frentes frias vindas do sul do continente. A Estação Ecológica Wenceslau Guimarães contorna o vale e as cristas que definem o riacho Serra Grande e as cabeceiras do Rio Vermelho (SEAGRI 1997, INEMA 2018). Apresenta importantes fragmentos não contínuos de Floresta Ombrófila Densa e formação de Mata de altitude na encosta do “pico do urubu” (SEAGRI 1997).

Tratamento dos dados - O material foi coletado e herborizado de acordo com a metodologia descrita por Yano (1984Yano, O. Briófitas. 1984. In: O. Fidalgo & V.L.R. Bononi (eds.). Técnicas de coleta, conservação e herborização do material botânico. Instituto de Botânica, São Paulo, pp. 27-30.). Para a identificação utilizou-se das obras de Florschütz (1964Florschütz, P.A. 1964. The moss of Suriname - Part I. Leiden, E.J. Brill.), Manuel (1977Manuel, M.G. 1977. A monograph of the genus Zelometeorium Manuel, gen. nov. (Bryopsida: Meteoriaceae). The Journal of the Hattori Botanical Laboratory 43: 107-126., 1977-78), Florschütz-de Waard (1986Florschütz-de Waard, J. 1986. Flora of Suriname - Musci: Part II. Leiden, E.J. Brill.), Churchill (1988Churchill, S.P. 1988. A revision of the moss genus Lepidopilum (Callicostaceae). Dissertação de Mestrado, Universidade de Nova York, Nova York.), Allen (1990Allen, B.H. 1990. A revision of the genus Crossomitrium (Musci: Hookeriaceae). Tropical Bryology 2: 3-32.), Reese (1993Reese, W.D. 1993. Calymperaceae. Flora Neotropica Monograph 58:1-102.), Sharp et al. (1994Sharp, A.J., Crum, H. & Eckel, P.M. 1994. The moss flora of Mexico. Memoirs of The New York Botanical Garden 69: 1-1113.), Churchill & Linares (1995), Görts-van Rijn (1996Görts-van Rijn, A.R.A. 1996. Flora of the Guianas. Series C: Bryophytes. Musci III. The Royal Botanic Gardens, Kew, pp. 363-489.), Buck (1998Buck, W.R. 1998. Pleurocarpous mosses of the West Indies. Memoirs of the New York Botanical Garden 1: 1-401.), Buck (2003), Vaz-Imbassahy et al. (2008Vaz-Imbassahy, T.F., Imbassay, C.A.A. & Costa, D.P. 2008. Sinopse de Pilotrichaceae (Bryophyta) no Brasil. Rodriguésia 59: 765-797.) e Bordin & Yano (2013Bordin, J. & Yano, O. 2013. Fissidentaceae (Bryophyta) do Brasil. Boletim do Instituto de Botânica 22: 1-72.). O sistema de classificação adotado é o proposto por Goffinet et al. (2009Goffinet, B., Buck, W.R. & Shaw, A.J. 2009. Morphology, anatomy and classification of the Bryophyta. In: B. Goffinet & A.J. Shaw (eds.). Bryophyte Biology. Cambridge University Press, Cambridge, pp. 55-138.), exceto para a família Sematophyllaceae que foi tratada de acordo com Carvalho-Silva et al. (2017Carvalho-Silva, M., Stech, M., Soares-Silva, L.H., Buck, W.R., Wickett, N.J., Liu, Y & Câmara, P.E.A.S. 2017. A molecular phylogeny of the Sematophyllaceae s.l. (Hypnales) based on plastid, mitochondrial and nuclear markers, and its taxonomic implications. Taxon 66: 811-831.).

As espécies foram classificadas quanto a briocenose, que corresponde ao conjunto de espécies encontradas colonizando determinado tipo de substrato, podendo ser corticícola, epífila, epíxila, terrícola, termitícola e rupícola (Robins 1952Robins, R.G. 1952. Bryophyte ecology of a dune area in New Zealand. Acta Geobotanica 4: 1-31., Bates 2009Bates, J.W. 2009. Mineral nutrition and substratum ecology. In: B. Goffinet & A.J. Shaw. Bryophyte Biology. Cambridge University Press, Cambridge, pp. 299-356., Vilas Bôas-Bastos et al. 2017Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2017. Diversidade florística e espectro ecológico das briófitas. In: J.M.C. Nunes & M.R.B. Matos (eds.). Litoral Norte da Bahia: Caracterização Ambiental, Biodiversidade e Conservação. 1 ed. Editora da Universidade Federal da Bahia, Salvador, pp. 117-127.). As formas de vida adotadas seguem os conceitos adaptados propostos por Mägdefrau (1982Mägdefrau, K. 1982. Life-forms of bryophytes. In: A.J.E. Smith (ed.). Bryophyte ecology. Chapman & Hall, New York, pp. 45-58.) e Bates (1998), que são consideradas como estratégias para minimizar a evaporação de água e maximizar a produção primária, sendo então classificadas como: tramas, coxins/tufos, dendroides, pendentes e frondes.

Os Domínios Fitogeográficos brasileiros estão de acordo com Fiaschi & Pirani (2009Fiaschi, P & Pirani, J.R. 2009. Review of plant biogeographic studies in Brazil. Journal of Systematics and Evolution 47: 477-496.). Para a distribuição geográfica por Estados brasileiros, foram consultados os catálogos de Costa et al. (2011Costa, D.P., Pôrto, K.C., Luizi-Ponzo, A.P., Ilkiu-Borges, A.L., Bastos, C.J.P., Câmara, P.E.A.S., Peralta, D.F., Bôas-Bastos, S.B.V., Imbassahy, C.A.A., Henriques, D.K., Gomes, H.C.S., Rocha, L.M., Santos, N.D., Siviero, T.S., Vaz-Imbassahy, T.F. & Churchill, S.P. 2011. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia 93: 277-334.), Yano (2011Yano, O. 2011. Catálogo de musgos brasileiros: literatura original, basiônimo, localidade tipo e distribuição geográfica. 1 ed. Instituto de Botânica, São Paulo.), artigos recentemente publicados (e.g.Carmo & Peralta 2016Carmo, D.M., Lima, J.S., Amélio, L.A. & Peralta, D.F. 2016. Briófitas do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo de Santa Virgínia, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 42: 265-287., Vilas Bôas-Bastos et al. 2017Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2017. Diversidade florística e espectro ecológico das briófitas. In: J.M.C. Nunes & M.R.B. Matos (eds.). Litoral Norte da Bahia: Caracterização Ambiental, Biodiversidade e Conservação. 1 ed. Editora da Universidade Federal da Bahia, Salvador, pp. 117-127., Carmo et al. 2018) e consultas ao Flora do Brasil (2020, em prep.). A distribuição mundial das espécies foi baseada nos trabalhos de Valente et al. (2009Valente, E.B., Pôrto, K.C., Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2009. Musgos (Bryophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jiboia, município de Santa Terezinha, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 23: 369-375.), Vilas Bôas-Bastos & Bastos (2009Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2009. Musgos pleurocárpicos dos fragmentos de Mata Atlântica da Reserva Ecológica da Michelin, município de Igrapiúna, BA, Brasil. II - Hypnales (Bryophyta: Bryopsida). Acta Botanica Brasilica 23: 630-643.), Costa et al. (2011), Oliveira & Bastos (2014Oliveira, H.C. & Bastos, C.J.P. 2014. Briófitas epífitas de fragmentos de Floresta Atlântica da reserva Ecológica Michelin, Estado da Bahia, Brasil. Hoehnea 41: 631-646.), Carmo & Peralta (2016) e por consulta à plataforma on line Tropicos®.

O cálculo da diversidade das espécies foi realizado com base na relação do número de amostras por espécies analisadas, calculados no software PAST 3.20 (Hammer et al. 2001Hammer, O., Harper, D.A.T. & Ryan, P.D. 2001. PAST: Paleontological Statistics software package for education and data analysis. Palaentologia Electronica 4: 1-9.) a fim de estimar os índices de Shannon (H') e Simpson (1-D). As espécies estão organizadas em ordem alfabética de famílias e gêneros, seguidas das informações sobre distribuição mundial e no Brasil, nos Domínios Fitogeográficos brasileiros, da briocenose, das formas de vida e material selecionado. O material está depositado no Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB) do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia e as duplicatas no Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS).

Resultados

Foram identificadas 93 espécies pertencentes a 57 gêneros e 23 famílias (tabela 1). Os musgos pleurocárpicos (56 espécies) apresentaram maior riqueza em relação aos acrocárpicos (37 espécies). As famílias que apresentaram maior riqueza específica foram Sematophyllaceae (16 espécies), Calymperaceae (nove espécies) e Pilotrichaceae (nove espécies) (figura 1). As famílias que apresentaram maior frequência de ocorrência foram Sematophyllaceae (130 amostras), Calymperaceae (49 amostras), Hypnaceae (48 amostras) e Pilotrichaceae (46 amostras), juntas representam 50,5 % do total das 540 amostras analisadas.

Tabela 1
Lista de espécies encontradas na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, Estado da Bahia, Brasil. Distribuição geográfica mundial (Distr. mundial); Distribuição geográfica no Brasil (Distr. Brasil); Domínios Fitogeográficos - CA: Caatinga, CE: Cerrado, CS: Campos Sulinos, AM: Floresta Amazônica e AT: Floresta Atlântica; Comunidades briocenológicas (Briocenose) - CO: Corticícola, EF: Epífila, EX: Epíxila, RU: Rupícola, TE: Terrícola e TM: Termitícola.
Table 1
List of species found at Wenceslau Guimarães Ecological Station, Bahia State, Brazil. Worldwide geographical distribution (Distr. mundial); Geographic distribution in Brazil (Distr. Brasil); Phytogeograpphic Domains - CA: Caatinga, CE: Cerrado, CS: Campos Sulinos, AM: Amazon Forest and AT: Atlantic Forest; Bryocenological communities (Briocenose) - CO: Corticicolous, EF: Epiphyllous, EX: Epixilic, RU: Rupiculous, TM: Termitic and TE: Terrestrial.

Figura 1
Número de espécies por família de musgos com duas ou mais espécies ocorrentes na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, Estado da Bahia, Brasil.
Figure 1
Number of species per family of mosses with two or more species occurring in the Wenceslau Guimarães Ecological Station, Bahia State, Brazil.

As espécies Sematophyllum adnatum (Michx.) Brid. (37 amostras) e Taxithelium planum (Brid.) Mitt. (29 amostras) apresentaram maior frequência de ocorrência na área. A composição de musgos da Estação Ecológica Wenceslau Guimarães apresentou espécies pouco comuns como Trichosteleum cyparissoides (Hornsch.) H. Rob citada apenas para as regiões Sul e Sudeste; Brittonodoxa lithophila (Hornsch.) W. R. Buck et al. com ocorrência nas regiões Sul e Nordeste apenas para o Estado de Pernambuco.

Em relação a ocorrência das espécies por Domínios Fitogeográficos brasileiros, observou-se que 34 espécies apresentam ocorrência compartilhada entre o Cerrado, Floresta Amazônica e Floresta Atlântica; 12 espécies ocorrem na Floresta Amazônica e Floresta Atlântica; e 14 ocorrem apenas na Floresta Atlântica. As espécies identificadas apresentaram quatro padrões de distribuição geográfica: neotropical (63%), pantropical (25%), cosmopolita (11%) e endêmica do Brasil (Leucoloma triforme (Mitt.) A. Jaeger).

As espécies encontradas na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães foram classificadas como corticícola - epíxila - rupícola - epífila - terrícola - termitícola (figura 2). Das 540 amostras analisadas, 274 (50,7%) são corticícolas, 166 (30,7%) epíxilas, 93 (17,2%) rupícolas, quatro (0,74%) epífilas, duas (0,37%) terrícolas e uma (0,19%) termitícola. Das 93 espécies analisadas, 52 são polisubstratos e 41 monosubstratos. As formas de crescimento encontradas em ordem decrescente de ocorrência foram: trama, tufo, pendente, dendroide e fronde (figura 3). Muitas espécies de musgos pleurocárpicos encontrados, apresentam gametófitos dispostos em tramas abertas ou fechadas e foram encontrados colonizando preferencialmente base de árvores vivas e material vegetal em decomposição. Os índices de diversidade de Shannon e Simpson foram, respectivamente H'= 4,078 e 1-D = 0,98.

Figura 2
Relação entre a ocorrência de amostras e espécies de acordo com as comunidades briocenológicas encontradas na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, Estado da Bahia, Brasil.
Figure 2
Relationship between the occurrence of samples and species according to the bryocenological communities found at Wenceslau Guimarães Ecological Station, Bahia State, Brazil.

Figura 3
Porcentagem das amostras de acordo com a forma de vida encontrada na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães.
Figure 3
Percentage of samples according to life form found at Wenceslau Guimarães Ecological Station, Bahia State, Brazil.

Discussão

O total de espécies encontradas na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães representa 33% do total de musgos inventariados para o Estado da Bahia (Flora do Brasil 2020, em prep.). Atualmente, são conhecidas 403 espécies de musgos distribuídas dentro do Domínio Fitogeográfico Floresta Atlântica na região Nordeste (Silva & Pôrto 2014Silva, M.P.P. & Pôrto, K.C. 2014. Briófitas: estado do conhecimento e vulnerabilidade na Floresta Atlântica Nordestina. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 36: 19-34.). De acordo com as mesmas autoras, entre os inventários realizados pode-se observar a predominância das famílias Fissidentaceae (45 sp.), Calymperaceae (37 sp.), Leucobryaceae (33 sp.) e Bryaceae (32 sp.), ao contrário dos inventários florísticos realizados no Domínio Floresta Atlântica no Estado da Bahia onde destacaram-se as famílias Sematophyllaceae e Calymperaceae (Valente et al. 2009Valente, E.B., Pôrto, K.C., Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2009. Musgos (Bryophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jiboia, município de Santa Terezinha, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 23: 369-375., Rodrigues & Valente 2015Rodrigues, A.F.A.S. & Valente, E.B. 2015. Diversidade de musgos (Bryophyta) de um fragmento de floresta ombrófila no município de Barra do Choça, Bahia. Pesquisas, Botânica 67: 143-148., Souza et al. 2015Souza, A.M., Valente, E.B. & Azevedo, C.O. 2015. Musgos de um fragmento de floresta estacional semidecidual do município de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 217-233., Vilas Bôas-Bastos et al. 2017Bastos, C.J.P. & Vilas Bôas-Bastos, S.B. 2017. Diversidade florística e espectro ecológico das briófitas. In: J.M.C. Nunes & M.R.B. Matos (eds.). Litoral Norte da Bahia: Caracterização Ambiental, Biodiversidade e Conservação. 1 ed. Editora da Universidade Federal da Bahia, Salvador, pp. 117-127.).

A família Sematophyllaceae está representada por aproximadamente 20 espécies no Estado (Flora do Brasil 2020, em prep.), deste total 14 foram encontradas na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães e duas novas ocorrências foram reportadas (Brittonodoxa lithophila e Trichosteleum cyparissoides). Sematophyllaceae está entre as dez maiores famílias de musgos do Brasil (Costa & Peralta 2015Costa, D.P. & Peralta, D.F. 2015. Bryophytes diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1063-1071.) e possui distribuição pantropical, sendo provavelmente a família de musgo mais comum nos trópicos, com centros de diversidade no Sudeste Asiático e Neotrópico (Carvalho-Silva et al. 2017Carvalho-Silva, M., Stech, M., Soares-Silva, L.H., Buck, W.R., Wickett, N.J., Liu, Y & Câmara, P.E.A.S. 2017. A molecular phylogeny of the Sematophyllaceae s.l. (Hypnales) based on plastid, mitochondrial and nuclear markers, and its taxonomic implications. Taxon 66: 811-831.). Calymperaceae possui aproximadamente 20 espécies ocorrentes no Estado (Flora do Brasil 2020, em prep.), está entre as dez maiores famílias de musgos ocorrentes no país (Costa & Peralta 2015) e apresenta distribuição pantropical, ocorrendo preferencialmente em florestas montanas (Edwards 1980Edwards, R. 1980. A revision of West Tropical African Calymperaceae I. Introduction and Calymperes. Journal of Bryology 11: 49-93.).

Algumas espécies de musgos apresentam maior amplitude ecológica ocorrendo em diferentes Domínios Fitogeográficos brasileiros, a exemplo Brittonodoxa subpinnata (Brid.) W.R. Buck et al., Callicostella pallida (Hornsch.) Ångström, Isopterygium tenerum (Sw.) Mitt. e Octoblepharum albidum Hedw. De acordo com Costa & Peralta (2015Costa, D.P. & Peralta, D.F. 2015. Bryophytes diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1063-1071.), os Domínios Fitogeográficos Cerrado, Floresta Amazônica e Floresta Atlântica apresentam maior diversidade em número de espécies de briófitas. Algumas espécies apresentam ocorrência disjunta entre a Floresta Amazônica e Floresta Atlântica, que pode ser justificado pelo contato que esses Domínios tiveram no passado (Leitão-Filho 1987Leitão-Filho, H.F. 1987. Considerações sobre a florística de florestas tropicais e sub-tropicais do Brasil. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) 35: 41-46.). A Floresta Atlântica, por sua vez, é considerada um dos principais centros de endemismo, dada as condições ambientais encontradas que favorecem o estabelecimento das briófitas (Costa & Peralta 2015). As florestas tropicais abrigam os mais elevados índices de diversidade biológica e apresentam maior número de briófitas que qualquer outra região do mundo (Oliveira et al. 2011Oliveira, J.R.P.M., Pôrto, K.C. & Silva, M.P.P. 2011. Richness preservation in a fragmented landscape: A study of epiphytic bryophytes in an Atlantic forest remnant in Northeast Brazil. Journal of Bryology 33: 279-290.).

Os inventários florísticos no Estado da Bahia são mais intensificados na Chapada Diamantina e nos fragmentos de Floresta Ombrófila, principalmente aqueles encontrados no Sul do Estado. A composição florística encontrada na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães, apresenta algumas espécies comuns aquelas encontradas nos fragmentos de Floresta Ombrófila localizadas no Litoral Norte e Norte do Estado (Vilas Bôas-Bastos & Bastos 1998Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 1998. Adições a brioflora (Bryopsida) do Estado da Bahia, Brasil. Tropical Bryology 15: 111-116., Bastos & Vilas Bôas-Bastos 2017), nos fragmentos de Floresta Ombrófila Densa montana ou submontana na região Sul do Estado (Vilas Bôas-Bastos & Bastos 2009, Valente et al. 2009Valente, E.B., Pôrto, K.C., Vilas Bôas-Bastos, S.B. & Bastos, C.J.P. 2009. Musgos (Bryophyta) de um fragmento de Mata Atlântica na Serra da Jiboia, município de Santa Terezinha, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 23: 369-375., Souza et al. 2015Souza, A.M., Valente, E.B. & Azevedo, C.O. 2015. Musgos de um fragmento de floresta estacional semidecidual do município de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Pesquisas, Botânica 67: 217-233.), assim como na Chapada Diamantina (Valente et al. 2011).

O Litoral Norte apresenta diferentes formações vegetacionais, como Matas Secas, Restingas, Floresta Ombrófila Densa e Florestas Estacionais (Matos et al. 2017Matos, M.R.B., Queiroz, E.P. & Bautista, H.P. 2017. Fitossociologia. In: J.M.C. Nunes & M.R.B. Matos (eds.). Litoral Norte da Bahia caracterização ambiental, biodiversidade e conservação. 1 ed. Editora da Universidade Federal da Bahia, Salvador, pp. 1-460.), enquanto que aquelas encontradas mais ao Sul do Estado são caracterizadas por formações de Floresta Ombrófila Densa submontana ou montana (Amorim et al. 2009, Rocha & Amorim 2012Rocha, D.S.B. & Amorim, A.M.A. 2012. Heterogeneidade altitudinal na Floresta Atlântica setentrional: um estudo de caso no sul da Bahia, Brasil. Acta Botanica Brasilica 26: 309-327.). A Chapada Diamantina apresenta diversos tipos vegetacionais como por exemplo os Campos Rupestres, Cerrados de Altitudes e Matas de Altitude (Ribeiro et al. 2005Ribeiro, P.L., Borba, E.L. & Toscano-de-Brito, A.L.V. 2005. O gênero Bulbophyllum Thouars (Orchidaceae) na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 28: 423-439.). Atrelada aos diferentes tipos vegetacionais existem os fatores abióticos que influenciam na composição florística destes fragmentos. Quanto mais distante do litoral estiver um determinado fragmento, é esperada uma redução das precipitações e, consequentemente dos níveis de umidade (Matos et al. 2017), dificultando o estabelecimento de algumas espécies de briófitas.

Trichosteleum cyparissoides está associada a elevadas altitudes sendo reportada apenas para o Domínio Floresta Atlântica em áreas serranas ou montanas (Costa & Lima 2005Costa, D.P. & Lima, F.M. 2005. Moss diversity in the tropical rainforests of Rio de Janeiro, southeastern Brazil. Revista brasileira de botânica 28: 671-685., Peralta et al. 2008Peralta, D.F., Bordin, J. & Yano, O. 2008. Novas ocorrências de briófitas nos Estados brasileiros. Hoehnea 35: 123-158., em ambos como Sematophyllum cyparissoides (Hornsch.) R.S. Williams). Brittonodoxa lithophila é reportada para áreas de altitudes em Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana (Carmo et al. 2016Carmo, D.M., Lima, J.S., Amélio, L.A. & Peralta, D.F. 2016. Briófitas do Parque Estadual da Serra do Mar, Núcleo de Santa Virgínia, Estado de São Paulo, Brasil. Hoehnea 42: 265-287. como Sematophyllum lithophilum (Hornsch.) Ångstr.), apresenta distribuição mais acentuada no Sul do país, para a região Nordeste é citada apenas para o Estado de Pernambuco (Costa et al. 2011, Yano 2011Yano, O. 2011. Catálogo de musgos brasileiros: literatura original, basiônimo, localidade tipo e distribuição geográfica. 1 ed. Instituto de Botânica, São Paulo. em ambos como Sematophyllum lithophilum).

Algumas espécies pouco comuns no país, foram reportadas para a Estação Ecológica Wenceslau Guimarães. Campylopus fragilis subsp. fragilis (Leucobryaceae) apresenta ocorrência no Brasil apenas para os Estados do Piauí e Bahia, neste último ocorrendo na Chapada Diamantina, em Campo Rupestre (Valente et al. 2011Valente, E.B., Pôrto, K.C. & Bastos, C.J.P. 2011. Check list of Bryophytes of Chapada Diamantina, Bahia. Boletim do Instituto de Botânica 21: 111-124.), sendo então a primeira referência dessa subespécie para Floresta Ombrófila Densa. Leucoloma triforme (Dicranaceae) é uma espécie endêmica do Brasil, tem ocorrência no Centro Sul, preferencialmente em fragmentos de Floresta Ombrófila (Gama et al. 2015Gama, R., Stech, M., Schafer-Verwimp, A. & Peralta, D.P. 2015. A morpho-molecular revision of Leucoloma (Dicranaceae, Bryophyta) in Brazil. Nova Hedwigia 100: 319-332.).

As briófitas, de forma geral são preferencialmente encontradas colonizando troncos de árvores vivas, uma vez que eles proporcionam condições favoráveis para o seu estabelecimento (Gradstein & Pócs 1989Gradstein, S.R. & Pócs, T. 1989. Bryophytes. In: H. Lieth & M.J.A Wagner (eds.). Tropical rain Forest Ecossystems. Elsevier Science Publishers, Amsterdam, pp. 311-315.), com o pH ácido e córtex rugoso auxiliando na retenção de água e nutrientes (Frahm 1990). De acordo com Bates (1998Bates, J.W. 1998. Is ‘Life-Form’ a useful concept in bryophyte ecology? Nordic Society Oikos 82: 223-237.), as formas de vida estão associadas com adaptações para maximização e eficiência no uso da água, intensidade luminosa e substrato. Os musgos que apresentam forma de vida do tipo trama, apresentam gametófitos dispostos de forma a maximizar a captura de luz (Bates 1998).

O índice de diversidade encontrado (H' = 4,078) é similar àqueles encontrados em outros inventários florísticos com briófitas em Florestas Ombrófilas (e.g.Oliveira-e-Silva et al. 2002Oliveira-e-Silva, M.I.M.N., Milanez, A.I. & Yano, O. 2002. Aspectos ecológicos de briófitas em áreas preservadas de mata Atlântica, Rio de Janeiro, Brasil. Tropical Bryology 22: 77-102., Santos et al. 2011Santos, N.D., Costa, D.P., Kinoshita, L.S. & Sheperd, G.J. 2011. Aspectos brioflorísticos e fitogeográficos de duas formações costeiras de Floresta Atlântica da Serra do Mar, Ubatuba/SP, Brasil. Biota Neotropica 11: 425-438.). Os dados encontrados corroboram o fato sobre os fragmentos de Floresta Ombrófila apresentarem os mais elevados níveis de riqueza e diversidade vegetal (Kakashima et al. 2015Kakashima, S., Morita, S., Yoshida, K., Ishida, A., Hayashi, S., Asami, T., Ito, H., Miller, D.G., Uehara, T., Mori, S., Hasegawa, E., Matsuura, K., Kasuya, E. & Yoshimura, J. 2015. The contribution of seed dispersers to tree species diversity in tropical rainforests. Royal Society Open Science 2: 1-11.). Dado o valor da equabilidade encontrado (1-D = 0,98) pode-se inferir que as espécies encontradas apresentaram distribuição uniforme dentro da comunidade com pouca dominância acentuada de qualquer espécie, resultados parecidos foram encontrados por Campelo & Pôrto (2007Campelo, M.J.A. & Pôrto, K.C. 2007. Riqueza e composição de briófitos epífitos em fanerógamas, Pernambuco, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5: 621-623.).

Agradecimentos

Os autores agradecem à Universidade Federal da Bahia pelo suporte logístico para as coletas. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de financiamento 001, com apoio nas passagens e estadias ao primeiro autor. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa concedida ao primeiro autor. Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) pela autorização cedida para a realização de coletas na Estação Ecológica Wenceslau Guimarães (Portaria nº 9.095 de 15 de janeiro de 2015 e Portaria nº 15.191 de 09 de novembro de 2017). À Dr.ª Juçara Bordin, pela confirmação de Fissidens ramicola Broth. e aos estagiários do Laboratório de Taxonomia de Briófitas (BrioFLORA) pelo auxilio nas coletas, triagem e herborização do material.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    20 Dez 2019
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    01 Fev 2019
  • Aceito
    26 Ago 2019
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