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Morfoanatomia foliar de Copaifera sabulicola J.A.S. Costa & L.P. Queiroz: uma planta com potencial medicinal

Leaf morphoanatomy of Copaifera sabulicola J.A.S. Costa & L.P. Queiroz: a plant with medicinal potential

RESUMO

Copaifera sabulicola é uma espécie endêmica da região centro-oeste da Bahia e extremo norte de Minas Gerais e ainda possui lacunas nas informações botânicas. O presente trabalho caracterizou anatomicamente o folíolo e peciólulo de C. sabulicola, com ênfase nas estruturas secretoras e histolocalizar as substâncias biologicamente ativas. Amostras de folhas foram fixadas em FNT, desidratadas em série etílica e incluídas em metacrilato. Os cortes histológicos foram corados com azul de toluidina e montados em lâmina permanente. Foram realizados testes histoquímicos e fitoquímicos, dissociação e diafanização da lâmina foliolar. Cavidades secretoras foram encontradas ao longo do mesofilo, nervura central e peciólulo. Foram observados feixes vasculares circundados por bainha fibrosa e cutícula ornamentada na nervura central e no bordo foliolar. Nos testes histoquímicos foram detectados compostos fenólicos, alcaloides, proteínas e lipídios estruturais, e na análise fitoquímica, taninos catéquicos, flavonas, flavonois, xantonas, esteroides e terpenois. Tais caracteres auxiliam na correta identificação da espécie.

Palavras-chave:
Copaíba; estruturas secretoras; histoquímica; fitoquímica; Cerrado

ABSTRACT

Copaifera sabulicola is an endemic species of the central-western region of Bahia and extreme north of Minas Gerais and still has gaps in botanical information. The present work anatomically characterized the leaflet and petiolule of C. sabulicola, with emphasis on the secretory structures and histolocalized the biologically active substances. Leaf samples were fixed in FNT, dehydrated in ethyl series and included in methacrylate. The histological sections were stained with toluidine blue and mounted on a permanent slide. Histochemical and phytochemical tests, dissociation and diaphanization of foliolar lamina were performed. Secretory cavities were found along the mesophyll, the central vein and the petiole. Vascular bundles surrounded by fibrous sheath and ornate cuticle were observed in the central vein and foliolar border. Phenolic compounds, alkaloids, proteins and structural lipids were detected in the histochemical tests, and in the phytochemical analysis, cathectic tannins, flavones, flavonoids, xanthones, steroids and terpenoids were detected. These characters help in the correct identification of the species.

Keywords:
Copaíba; secretory structures; histochemistry; phytochemistry; Cerrado

Introdução

Leguminosae é reconhecida como a terceira maior família de angiospermas e a segunda mais importante em termos de diversidade e importância econômica, agrupando seis subfamílias, entre elas a subfamília Detarioideae (LPWG 2017LPWG (The Legume Phylogeny Working Group). 2017. A new subfamily classification of the Leguminosae based on a taxonomically comprehensive phylogeny. Taxon 66: 44-77.). Nessa última se encontra o gênero Copaifera L., que no Brasil compreende 22 espécies (Costa & Queiroz 2007Costa, J.A.S. & Queiroz, L.P. 2007. Copaifera sabulicola (Leguminosae), uma nova espécie do Cerrado brasileiro. Rodriguésia 58: 393-396.), sendo a Bahia o Estado com maior diversidade, com 13 espécies (Costa 2007Costa, J.A.S. 2007. Estudos taxonômicos, biossistemáticos e filogenéticos em Copaifera L. (Leguminosae- Detarieae) com ênfase nas espécies do Brasil Extra-Amazônico. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.).

As copaíferas, também conhecidas como copaibeiras ou pau d’oleo, tendem a apresentar hábito de vida arbóreo ou arbustivo, podendo atingir até 40 m de altura, cuja madeira e óleo-resina, extraído do tronco, são explorados comercialmente (Veiga Junior 2002Veiga Junior, V.F. & Pinto, A.C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova 25: 273-286., Martins-da-Silva et al. 2008Martins-da-Silva, R.C.V., Pereira, J.F. & Lima, H.C. 2008. O gênero Copaifera (Leguminosae-Caesalpinoideae) na Amazônia Brasileira. Rodriguésia 59: 455-476.). Estudos realizados com espécies encontradas principalmente na região amazônica revelam que o óleo-resina retirado dessas espécies apresenta várias indicações etnofarmacológicas (Veiga-Júnior & Pinto 2002Veiga Junior, V.F. & Pinto, A.C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova 25: 273-286., Pieri et al. 2009Pieri, F.A., Mucci, M.C. & Moreira, M.A.S. 2009. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 11: 465-472.), tais como atividade anti-inflamatória (Basile et al. 1988Basile, A.C., Sertié, J.A.A., Freitas, P.C.D. & Zanini, A.C. 1988. Anti-inflamatory activity of oleoresin from Brazilian Copaifera. Journal of Ethnopharmacoly 22: 101-109., Veiga-Júnior & Pinto 2002Veiga Junior, V.F. & Pinto, A.C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova 25: 273-286., Pieri et al. 2009Pieri, F.A., Mucci, M.C. & Moreira, M.A.S. 2009. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 11: 465-472., Gomes et al. 2010Gomes, N.M., Rezende, C.M., Fontes, S.P., Matheus, M.E., Pinto, A.C. & Fernandes, P.D. 2010. Characterization of the antinociceptive and anti-inflammatory activities of fractions obtaneid from Copaifera multijuga Hayne. Journal of Ethnopharmacology 128: 177-183., Vargas et al. 2015Vargas, F.S., Almeida, P.D.O., Aranha, E.S.P., Boleti, A.P.A., Newton, P., Vasconcellos, M.C., Veiga Junior, V.F. & Lima, E.S. 2015. Biological activities and cytotoxicity of diterpenes from Copaifera spp. oleoresins. Molecules 20: 6194-6210.) e cicatrizante (Paiva et al. 2002Paiva, L.A., Cunha, K.M.A., Santos, F.A., Gramosa, N.V., Silveira, E.R. & Rao, V.S.N. 2002. Investigation on the wound healing activity of oleo-resin from Copaifera langsdorffii in rats. Phytotherapy Research 16: 737-739., Veiga-Júnior & Pinto 2002Veiga Junior, V.F. & Pinto, A.C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova 25: 273-286., Pieri et al. 2009Pieri, F.A., Mucci, M.C. & Moreira, M.A.S. 2009. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 11: 465-472., Martini et al. 2016Martini, C.A.N., Scapini, J.G.S., Collaço, L.M., Matsubara, A. & Veiga Júnior, V.F. 2016. Comparative analysis of the effects of Copaifera multijuga oil-resin and nitrofurazona in the cutaneous wound healing process. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões 43: 445-451., Gushiken 2017Gushiken, L.F.S. 2017. Avaliação dos mecanismos bioquímicos, celulares e moleculares na cicatrização de lesões cutâneas em ratos utilizando cremes à base de extrato hidroalcoólico e óleo-resina de Copaifera langsdorffii. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu.), podendo ainda ser utilizado pela indústria de perfumes, cosméticos e vernizes (Veiga Júnior, 2002Veiga Junior, V.F. & Pinto, A.C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova 25: 273-286.).

Dentro desse grupo de espécies com potencial medicinal, Copaifera sabulicola J.A.S. Costa & L.P. Queiroz se destaca como planta endêmica da região centro-oeste da Bahia e extremo norte de Minas Gerais, em ambiente de Cerrado, bioma que se distingue por sua extensão territorial, alto endemismo e pelo histórico de intensa atividade antrópica, com impactos ambientais significativos (Strassburg et al. 2017Strassburg, B.B.N., Brooks, T., Feltran-Barbieri, R., Iribarrem, A., Crouzeilles, R., Loyola, R., Latawiec, A.E., Oliveira Filho, F.J.B., Scaramuzza, C.A.M., Scarano, F.R., Soares-Filho, B. & Balmford, A. 2017. Moment of truth for the Cerrado hotspot. Nature 1: 1-3.).

Ademais, C. sabulicola se distingue das demais espécies do gênero por apresentar uma combinação de caracteres tais como: hábito arbustivo, raramente arbóreo, geralmente atingindo entre 1 e 4 metros de altura, com folhas geralmente sésseis e flores pediceladas, aparentando preferência por locais com solos arenosos (Costa 2007Costa, J.A.S. & Queiroz, L.P. 2007. Copaifera sabulicola (Leguminosae), uma nova espécie do Cerrado brasileiro. Rodriguésia 58: 393-396., Costa & Queiroz 2007Costa, J.A.S. & Queiroz, L.P. 2007. Copaifera sabulicola (Leguminosae), uma nova espécie do Cerrado brasileiro. Rodriguésia 58: 393-396.).

Contudo, poucos foram os estudos realizados com essa espécie, sendo possível citar Santos (2013Santos, D.S. 2013. Contribuição ao conhecimento químico de plantas do cerrado do Brasil: Metabólitos e atividades biológicas da espécie Copaifera sabulicola J.A.S. Costa & L.P. Queiroz. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Oeste da Bahia, Barreiras.), que detectou a presença de quinze tipos de sesquiterpenos (β-cariofileno, óxido de cariofileno, espatulenol e γ-muuroleno, entre outros) e quatro ácidos graxos (palmítico, linoleico, oleico, esteárico) na composição dos frutos, além da presença de diterpeno ácido caurenóico no caule, triterpeno lupeol na folha e acetato de lupeol no fruto, bem como a identificação de atividade antioxidante dos extratos etanólico e metanólico oriundos do caule e da folha. Além desse estudo, Linhares Neto et al. (2014Linhares Neto, M. V., Santana, F.S., Malheiros, R.S.P., Machado, L.L. & Mapeli, A.M. 2014. Avaliação alelopática de extratos etanólicos de Copaifera sabulicola sobre o desenvolvimento inicial de Lactuca sativa, Lycopersicum esculentum e Zea mays. Biotemas 27: 23-32.) identificaram o potencial alelopático dos extratos etanólicos do caule e da folha de C. sabulicola, enquanto Santos et al. (2015Santos, I.M.D., Costa, J.A.S, Costa, C.B.N. & Calado, D. 2015. Predação de sementes por insetos em três espécies simpátricas de Copaifera L. (Fabaceae). Biotemas 28: 87-95.) avaliou a predação de sementes dessa espécie.

Desse modo, é possível perceber que informações sobre composição anatômica, estruturas secretoras ou análises histoquímicas de C. sabulicola ainda não constam na literatura, o que justifica a necessidade de aprofundamento do conhecimento acerca dessa espécie típica do Cerrado, contribuindo para sua preservação e para a identificação preliminar dos seus compostos. Ademais, tais informações são fundamentais para a correta identificação da espécie, contribuindo com dados relevantes tanto para a taxonomia do gênero (Metcalfe & Chalk 1950Metcalfe, C.R. & Chalk, L. 1950. Anatomy of dicotyledons: Leaves, stem, and wood in relation to taxonomy. Clarendon Press, Oxford, v. l.), quanto para o controle de qualidade de matéria prima, no caso da espécime vegetal ser utilizada como planta medicinal, uma vez que revela subsídios para caracterização física e química da espécie (Souza-Moreira et al. 2010Souza-Moreira, T.M., Salgado, H.R.N. & Pietro, R.C.L.R. 2010. O Brasil no contexto de controle de qualidade de plantas medicinais. Brazilian Journal of Pharmacognosy 20: 435-440.).

Assim, o presente trabalho tem como objetivo caracterizar anatomicamente o folíolo e peciólulo de C. sabulicola, com ênfase nas estruturas secretoras, bem como histolocalizar as substâncias biologicamente ativas.

Material e métodos

Para os estudos anatômicos, foram coletadas folhas sadias e adultas de três espécimes de copaíba (Copaifera sabulicola J.A.S. Costa & L.P. Queiroz - Deterioideae), localizados na área verde e antropizada da Serra da Bandeira, no município de Barreiras, BA (coordenadas geográficas: 45W02'50", 12S05'38"; 45W02'49", 12S05'38"; 45W02'52", 12S05'38"), durante o mês de agosto de 2015. A identificação taxonômica foi realizada pela primeira autora deste estudo. Também foram coletadas amostras contendo material vegetativo e reprodutivo para confecção de exsicatas e deposição no Herbário BRBA da Universidade Federal do Oeste da Bahia - UFOB, sob os números de registro 5998 e 6000.

As amostras coletadas foram fixadas em FNT (formalina neutra tamponada) (Lillie 1948Lillie, R.D. 1948. Histopathologic Technic. The Blakiston Co., Philadelphia.) e conservadas em álcool 70%. Do material conservado foram retirados fragmentos da região da base e do meio do folíolo (peciólulo e lâmina foliar) que, em seguida, foram desidratados em uma série etílica crescente, infiltrados e incluídos em metacrilato (Historesin, Leica). Os blocos foram seccionados com auxílio do micrótomo rotativo (HM 325, Hyrax M15, Zeiss). Os cortes histológicos resultantes (6-8 μm de espessura) foram corados com azul de toluidina pH 4,0 e as lâminas montadas em resina sintética (Erv Mount - EasyPath).

Para a descrição da venação foliar, foi realizada a diafanização da lâmina foliar utilizando-se uma solução contendo água sanitária comercial e etanol 92,8 % (v/v, 1:1), em estufa a 60 ºC, no período de 30 dias. Posteriormente, o material foi lavado em ácido clorídrico (5%), hidróxido de amônio (5%) e água corrente. O material foi corado com safranina aquosa (1%), desidratado em série etílica crescente e submetido ao xilol-etanol 100% (1:1) e xilol puro (Bersier & Bocquet 1950Bersier, J.D. & Bocquet, G. 1950. Les méthodes d’éclaircissement en vascularisation et en morphogénie végétales comparées. Archives des Sciences 13: 555-566.). A amostra foi montada entre lâmina e lamínula em resina sintética (Erv Mount - EasyPath).

A dissociação da lâmina foliar foi realizada para a caracterização das estruturas superficiais. Foram retirados fragmentos de 1 cm² da lâmina foliar e colocados em solução de Jeffrey (ácido crômico 10% e ácido nítrico 10%, v/v, 1:1) por um período 3 semanas, até o material tornar-se macio. Em seguida, os fragmentos foram lavados em água destilada, corados em safranina aquosa 1%, desidratados em série etílica crescente e submetido ao xilol-etanol 100% (1:1) e xilol P.A. O material dissociado foi montado entre lâmina e lamínula em resina sintética (Erv Mount - EasyPath) (Kraus & Arduin 1997Kraus, J.E. & Arduin, M. 1997. Manual básico de métodos em morfologia vegetal. EDUR, Seropédica.).

Os testes histoquímicos foram realizados a partir de cortes histológicos (transversal e longitudinal) obtidos da lâmina foliar oriundo de amostras frescas. Alguns cortes frescos não foram submetidos aos reagentes, pois foram fotografados com a coloração original dos tecidos analisados (branco). Foram realizados os seguintes testes: para detecção de compostos fenólicos gerais foi utilizado dicromato de potássio (Gabe 1968Gabe, M. 1968. Techniques histologiques. Masson & Cie, Paris.) e cloreto de ferro III (Johansen 1940Johansen, D.A. 1940. Plant microtechnique. McGraw-Hill Book, New York.), para detecção de amido foi usado o lugol (Jensen 1962Jensen, W.A. 1962. Botanical histochemistry, principles and practice. W.H. Freeman, San Francisco.), para alcaloides foram utilizados os reagentes de Wagner (Furr & Mahlberg 1981Furr, M. & Mahlberg, P.G. 1981. Histochemical analyses of laticifers and glandular trichomes in Cannabis sativa. Journal of Natural Products 44: 153-159.) e Dittmar (Furr & Mahlberg 1981Furr, M. & Mahlberg, P.G. 1981. Histochemical analyses of laticifers and glandular trichomes in Cannabis sativa. Journal of Natural Products 44: 153-159.), para detecção de lipídios totais foi usado o Sudan III (Johansen 1940Johansen, D.A. 1940. Plant microtechnique. McGraw-Hill Book, New York.), para detecção de proteínas foi usado o Azul Mercúrio de Bromofenol (Mazia et al. 1953Mazia, D., Brewer, P.A. & Alfert, M. 1953. The cytochemistry staining and measurement of protein with mercuric bromophenol blue. Biological Bulletin 104: 57-67.), para polissacarídeos foi utilizado Azul de Metileno (Biavaltti & Leite 2007Biavaltti, M.W. & Leite, S.N. 2007. Práticas de Farmacognosia. Univale, Itajaí.) e para lignina foi utilizado fluoroglucionol (Foster 1949Foster, A.S. 1949.Pratical plant anatomy. D. van Nostrand Company Inc., Princeton.).

A prospecção fitoquímica dos extratos etanólicos das folhas foi realizada segundo a metodologia de Barbosa et al. (2001Barbosa, W.L.R., Quignard, E., Tavares, I. C.C., Pinto, L.N., Oliveira, F.Q. & Oliveira, R.M. 2001. Manual para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais. Universidade Federal do Pará, Belém.), onde o extrato foliar de C. sabulicola foi submetido à triagem fitoquímica preliminar através de reações químicas que resultaram no desenvolvimento de coloração e/ou precipitado, característico para cada classe de substâncias. Para saponinas, o extrato etanólico foi dissolvido em água destilada. Para flavonoides, o extrato etanólico foi diluído em metanol, misturado com ácido clorídrico (HCl) concentrado e fitas de Magnésio. Para taninos e fenóis, o extrato etanólico foi diluída em água destilada e misturado com solução alcoólica de cloreto férrico (FeCl3) a 1%. Para determinação de alcaloides, o extrato foi avaliado com reagente de Drangendorff. Para esteroides e triterpenoides, o extrato foi diluído em clorofórmio e foi adicionado anidrido acético. Em seguida, foi adicionado ácido sulfúrico concentrado. Já no teste para antocianinas, flavonas, flavonóis, xantonas e flavanonois, foi o extrato etanólico, acrescido de água destilada, foi avaliado a partir da alteração do pH para posterior avaliação.

As lâminas com material vegetal foram analisadas utilizando-se microscopia de luz, sendo que o registro das imagens oriundas das lâminas permanentes foi realizado com auxílio da câmera do microscópio fotônico (modelo TNB-41, Opticam), com sistema de U-PHOTO, acoplado a uma filmadora e um microcomputador com analisador de imagens (Programa TS View, Fuzhou TcsenImage Technology Co., Ltd, Version 7.1) do Laboratório de Botânica (Fisiologia e Anatomia vegetal) da UFOB. Já o registro das lâminas efêmeras oriundas dos testes histoquímicos foi realizado com auxílio da câmera do celular modelo iPhone 6, acoplado manualmente ao microscópio fotônico, visando melhor captação da coloração obtidas de cada teste.

Resultados e Discussão

C. sabulicola apresenta folha composta paripinada, com dois a três pares de folíolos glabros e de consistência coriácea, opostos, com peciólulo diminuto (figura 1a). Geralmente essa família agrupa espécies com folhas pilosas (Metcalfe & Chalk 1950Metcalfe, C.R. & Chalk, L. 1950. Anatomy of dicotyledons: Leaves, stem, and wood in relation to taxonomy. Clarendon Press, Oxford, v. l.), característica que pode ser observada em outras espécies do gênero, tais como C. martii Hayne e C. reticulata Duckei (Gurgel 2009Gurgel, E.S.C. 2009. Morfoanatomia, perfil químico e atividade alelopática de três espécies de Copaifera L. (Leguminosae, Caesalpinioideae) nativas da Amazônia. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Amazonas, Manaus.), divergindo do caráter glabro apresentado por C. sabulicola. Contudo, apesar desse caráter também ser relevante na identificação da espécie em campo, Costa (2007Costa, J.A.S. & Queiroz, L.P. 2007. Copaifera sabulicola (Leguminosae), uma nova espécie do Cerrado brasileiro. Rodriguésia 58: 393-396.) ressalta que C. sabulicola se distingue enquanto táxon principalmente por apresentar folhas sésseis, com 2-3 pares de folíolos, e flores geralmente pediceladas.

Figura 1
Estruturas da folha de Copaifera sabulicola. a. Folha. b. Parte da folha diafanizada evidenciando a nervação da estrutura foliolar. c. Detalhe da nervação foliolar. d-e. Secção paradérmica. d. Face abaxial da lâmina foliolar. e. Face adaxial da lâmina foliolar. f-o. Secção transversal. f. Epiderme com cutícula lipídica. g. Mesofilo. h. Nervura central. i. Bordo foliolar. j. Peciololo. k. Nervura central não submetido aos reagentes (branco). l. Elementos lignificados na nervura central. m. Fibras lignificadas no bordo foliar. n. Idioblastos com composto fenólico no córtex da nervura central. o. Alcaloide na cavidade secretora e idioblastos no mesofilo. Legenda: co: Colênquima, cs: Cavidade secretora, eab: Epiderme abaxial, ead: Epiderme adaxial, es: Estômato, fa: Feixe vascular acessório, fi: Fibras esclerenquimáticas, fl: Floema, fv: Feixe vascular, pl: Parênquima lacunoso, pp: Parênquima paliçadico, xi: Xilema secundário.
Figure 1
Structures of the leaf of Copaifera sabulicola. a. Leaf. b. Part of the diaphanized leaf showing the nerve of the leaf structure. c. Detail of the foliolar nerve. d-e. Paradermic section. d. Abaxial face of the leaf blade. e. Adaxial face of the leaf blade. f-o. Cross section. f. Epidermis with lipid cuticle. g. Mesophyll. h. Central rib. i. Foliolar lip. j. Peciolol. k. Central rib don't subjected to reagents (white). l. Lignified elements in the central rib. m. Lignified fibers on the leaf edge. n. Idioblasts with phenolic compounds in central rib cortex. o. Alkaloid in secretory cavity and idioblasts in mesophyll. Caption: co: Collenchyma, cs: Secretory cavity, eab: Abaxial epidermis, ead: Adaxial epidermis, es: Stomata, fa: Accessory vascular bundle, fi: Sclerenchymatic fibers, fl: Phloem, fv: Vascular bundle, pl: lacunous parenchyma, pp: palisadic parenchyma, xi: secondary xylem.

Os folíolos apresentam nervação secundária do tipo cladódroma, além de uma nervação primária pronunciada que se estende desde a base até o ápice (figura 1b). O padrão de ramificação das nervuras terciárias é do tipo reticulado ortogonal (figura 1c). Já as aréolas, que são as menores áreas da lâmina foliar circundadas por veias, são consideradas imperfeitas, por serem constituídas por vários formatos, sendo que as terminações das vênulas podem ocorrer de modo simples linear ou ramificada apenas uma vez (figura 1c). Tais dados divergem do que já foi encontrado para o gênero. Em Copaifera langsdorfii a nervação é do tipo peninérvea (Buarque 2013Buarque, P.F.S.M. 2013. Influência da luz e temperatura em cavidades e canais secretores em plântulas de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae-Caesalpinioideae): estudo anatômico e ultraestrutural. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.), enquanto Copaifera martii apresenta nervação do tipo reticulada (Martins et al. 2002Martins, D.P., Martins-da-Silva, R.C.V. & Nascimento, M.E. 2002. Estudo morfo-anatômico de Copaifera martii Hayne ocorrente no município de Moju Estado do Pará. In: Seminário de Iniciação Científica da FCAP, 11; Seminário de Iniciação Científica da Embrapa Amazônia Oriental (Avaliação-2001), 5., 2001, Belém, PA. Resumos. Belém, PA: FCAP: Embrapa Amazônia Oriental, pp. 111-113.).

Quanto à forma, o folíolo é classificado como elíptico-oblongo com ápice retuso, base obtusa e margem lisa, tal como relata Costa e Queiroz (2007Costa, J.A.S. & Queiroz, L.P. 2007. Copaifera sabulicola (Leguminosae), uma nova espécie do Cerrado brasileiro. Rodriguésia 58: 393-396.) (figura 1a). As folhas são hipoestomáticas, com estômatos do tipo paracítico, localizados na mesma altura das demais células epidérmicas (figura 1h), e contando com duas células subsidiárias que se alinham em relação a abertura do ostíolo, sendo que essas células apresentam tamanhos diferentes das demais células epidérmicas (figura 1d).

Além dos estômatos, na face abaxial também ocorrem células epidérmicas com paredes anticlinais retas (figura 1d). Já na face adaxial, em vista frontal, de modo similar a face abaxial, é possível observar apenas células epidérmicas de contorno reto a levemente sinuosa, com paredes espessas (figura 1e). A presença de estômatos apenas na face abaxial confere proteção contra a incidência direta da luz solar, reduzindo a perda de água (Dickison 2000Dickison, W.C. 2000. Integrative plant anatomy. Academic Press, Harcourt.).

Dentre as regiões analisadas da lâmina foliolar, base e meio, não foram observadas diferenças quanto a composição estrutural. Todas são envoltas por epiderme unisseriada e cutícula espessa (figura 1f), caracteres que também foram detectados por Nascimento et al. (2014Nascimento, M.E., Bertolucci, S.K.V., Santos, F.M., Santos Jr., J.M., Castro, E.M. & Pinto, J.E.B.P. 2014. Avaliação morfológica de plantas jovens de Copaifera langsdorffii Desf. desenvolvidas em diferentes temperaturas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 6: 931-937.), em C. langsdorffii Desf. A presença de cutícula espessa permite que a luz do sol seja refletida de modo mais eficiente e, por isso, está relacionada a proteção contra perda de água, excesso de luminosidade e radiação solar (Alquini et al. 2006Alquini, Y., Bona, C., Boeger, M.R.T., Costa, C.G. & Barra, C.F. 2006. Epiderme. In: B. Appezzato-da-Glória, S.M. Carmello-Guerreiro (eds.). Anatomia Vegetal. 2.ed. Ed. UFV, Viçosa, pp. 87-108., Dickison 2000Dickison, W.C. 2000. Integrative plant anatomy. Academic Press, Harcourt.). Além disso, segundo Onoda et al. (2012Onoda, Y., Richards, L. & Westoby, M. 2012. The importance of leaf cuticle for carbon economy and mechanical strength. New phytologist 196: 441-447.), a cutícula espessa também está relacionada com o aumento da vida útil da folha, pois proporciona proteção contra tensões mecânicas externas. Ademais, Melo Júnior et al. (2012Melo Júnior, J.C.F., Bona, C. & Ceccantini, G. 2012. Anatomia foliar de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae): interpretações ecológicas em diferentes condições edáficas de Cerrado. Biotemas 22: 29-36.) verificaram que os valores (mm) da espessura da camada epidérmica, incluindo a cutícula, são maiores em C. langsdorffii quando cultivada solo de arenito e neossolo flúvico, o que demonstra que tal característica observada em C. sabulicola também pode estar relacionada no tipo de solo onde as espécimes observadas se desenvolvem, que é um solo arenoso.

O mesofilo é dorsiventral, apresentando tendência isobilateral, composto por cerca de duas a três camadas de parênquima paliçádico, duas camadas de parênquima lacunoso e uma camada de tecido paliçádico com tamanho reduzido (figura 1g-h). Ao longo do mesofilo também foram observados feixes colaterais de ordem secundária e terciária envoltos por uma bainha fibrosa lignificada, que ligam a epiderme da face adaxial e abaxial (figura 1g).

Segundo Dickison (2000Dickison, W.C. 2000. Integrative plant anatomy. Academic Press, Harcourt.), a ocorrência de várias camadas de parênquima paliçádico está associada a folhas constantemente expostas ao sol, o que pode ser uma estratégia para tornar mais eficiente o processo de fotossíntese, fato que também foi observado por Silva et al. (2012Silva, M.S., Leite, K.R.B. & Saba, M.D. 2012. Anatomia dos órgãos vegetativos de Hymenaea martiana Hayne (Caesalpinioideae- Fabaceae): espécie de uso medicinal em Caetité-BA. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 14: 673-679.) em Hymenaea martiana Hayne (Fabaceae) e Ramos et al. (2015Ramos, B.H., Silva, K.L.F., Coimbra, R.R., Chagas, D.B. & Ferreira, W.M. 2015. Anatomy and micromorphometry of Caryocar brasiliense leaves. Rodriguésia 66: 87-94.) em Caryocar brasiliense Cambess (Caryocaraceae).

Para C. sabulicola, o desenvolvimento tanto de cutícula quanto de paredes celulares espessas provavelmente exerce um papel ainda mais importante para proteção em ambiente com abundância de luz solar, uma vez que a espécie não apresenta tricomas, apêndices epidérmicos que reduzem a transpiração foliar através do aumento do reflexo solar e redução de temperatura da folha (Evert 2006Evert, R.F. 2006. Esau’s plant anatomy: Meristems, Cells, and Tissues of the Plant Body: Their Structure, Function, and Development. 3 ed. John Wiley & Sons, Hoboken.), diferindo da maioria das demais espécies da família Leguminosae, cuja presença de tricomas é frequente (Metcalfe & Chalk 1950Metcalfe, C.R. & Chalk, L. 1950. Anatomy of dicotyledons: Leaves, stem, and wood in relation to taxonomy. Clarendon Press, Oxford, v. l.).

Na região da nervura central verifica-se uma cutícula ornamentada e duas camadas de colênquima subepidérmico do tipo lamelar adjacentes à epiderme em ambas as faces da lâmina (figura 1h). Essas células colenquimáticas são constituídas por polissacarídeos estruturais, presentes nas paredes celulares, identificados com auxílio do teste com azul de metileno (tabela 1). O tecido vascular é do tipo colateral, organizado em um arco principal e dois feixes acessórios (figura 1i), envolvidos por fibras de paredes espessadas e lignificadas (tabela 1, figura 1k-l). Nas células floemáticas foram encontrados compostos fenólicos e polissacarídeos, sendo que de acordo com Esau (1974Esau, K. 1974. Anatomia das plantas com sementes. Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo.), é comum a presença de um polissacarídeo chamado de calose nos elementos de tubo crivado que compõem o floema; enquanto nas fibras que envolvem o feixe vascular e nas células do protoxilema e metaxilema foram detectadas proteínas, demonstrando função estrutural uma vez que estão presentes nas paredes celulares.

Tabela 1
Testes histoquímicos aplicados na folha de Copaifera sabulicola J.A.S Costa & L.P. Queiroz (Leguminosae).
Table 1
Histochemical tests applied on the leaf of Copaifera sabulicola J.A.S Costa & L.P. Queiroz (Leguminosae).

No bordo foliolar a epiderme apresenta cutícula ornamentada (figura 1i), feixe vascular colateral envolvido por fibras lignificadas (figura 1m) e cavidades secretoras. Tal estrutura também foi observada de forma similar na região do bordo foliar de C. langsdorffii, que não conta com cutícula ornamentada (Morretes 1966Morretes, B.L. 1966. Contribuição ao estudo da anatomia das folhas de plantas do cerrado II. Boletim: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo 305: 209-244.). A deposição de lignina promove o espessamento das paredes celulares das fibras da nervura central e bordo foliolar, formando uma barreira que atua na proteção contra-ataques bióticos e abióticos (Firmino et al. 2006Firmino, A., Abreu, H.S., Portugal, A.C.P., Nascimento, A.M., Souza, E.L., Pereira, R.P.W., Monteiro, M.B.O. & Maêda, J.M. 2006. Alterações ligno-anatômicas em Solanum gilo Raddi por aplicação de cálcio e boro como estratégia de defesa. Ciência e Agrotenologia 30: 394-401., Scatena & Scremin-Dias 2006Scatena, V.L. & Scremin-Dias, E. 2006. Parênquima, Colênquima e Esclerênquima. In: B. Appezzato-da-Glória, S.M. Carmello-Guerreiro (eds.). Anatomia Vegetal. 2.ed. Ed. UFV, Viçosa, pp. 109-128.).

A presença de bainha fibrosa, encontrada em algumas regiões do peciólulo de C. sabulicola, é importante por auxiliar no fornecimento do suporte mecânico, assim como os feixes esclerenquimáticos (Dickison, 2000Dickison, W.C. 2000. Integrative plant anatomy. Academic Press, Harcourt.), encontrados principalmente ao redor do feixe vascular. Sendo assim, é possível que o desenvolvimento desses feixes, bem como o armazenamento de compostos fenólicos nas estruturas secretoras (tabela 1) e a presença de células epidérmicas com paredes espessas, sejam características relacionadas ao ambiente xerofítico, que é o caso da área de Cerrado (Costa 2007Costa, J.A.S. & Queiroz, L.P. 2007. Copaifera sabulicola (Leguminosae), uma nova espécie do Cerrado brasileiro. Rodriguésia 58: 393-396.) na qual as amostras foram coletadas.

A ornamentação na superfície foliolar nas regiões de bordo e nervura central, como observado na espécie estudada, possui valor taxonômico (Alquini et al. 2006Alquini, Y., Bona, C., Boeger, M.R.T., Costa, C.G. & Barra, C.F. 2006. Epiderme. In: B. Appezzato-da-Glória, S.M. Carmello-Guerreiro (eds.). Anatomia Vegetal. 2.ed. Ed. UFV, Viçosa, pp. 87-108.), característica que pode ser resultado do processo de deposição de cera na formação da cutícula (Evert 2006Evert, R.F. 2006. Esau’s plant anatomy: Meristems, Cells, and Tissues of the Plant Body: Their Structure, Function, and Development. 3 ed. John Wiley & Sons, Hoboken.). Essa ornamentação influencia na organização geral das células, de modo a definir características expressas nas suas paredes anticlinais e periclinais, tais como sinuosidade e rugosidade (Cutler et al. 2011Cutler, D.F., Botha, T. & Stevenson, D.W. 2011. Anatomia vegetal: uma abordagem aplicada. Artmed, Porto Alegre.).

O peciólulo, em corte transversal, apresenta formato reto e convexo, com duas extremidades proeminentes (figura 1k). A epiderme é unisseriada, sendo que na epiderme da face adaxial as células são retangulares e na abaxial são retangulares a papilosas, com cutícula ornamentada. As células do parênquima cortical apresentam pouco espaço intercelular, sendo que nessa região estão inseridas cavidades secretoras (figura 1k). O tecido vascular é composto por três feixes vasculares colaterais, sendo um principal, em forma arco fechado e envolvido por fibras; e dois acessórios (figura 1k-l).

Cavidades secretoras foram encontradas ao longo do mesofilo (figura 1g), nervura (figura 1i) e pecíolulo (figura 1k) de C. sabulicola. Tais estruturas são formadas pela presença de um epitélio secretor que libera o material secretado num espaço interno (Fahn 1979Fahn, A. 1979. Secretory tissues in plants. Academic Press, London.). É possível que essas cavidades secretoras sejam resultado de divisões anticlinais e periclinais sucessivas de células do meristema fundamental ou de células parenquimáticas, uma vez que a ontogenia dessas estruturas em C. langsdorffii demonstrou esse resultado (Rodrigues et al. 2011Rodrigues, T.M., Teixeira, S.P. & Machado, S.R. 2011.The oleoresin secretory system in seedlings and adult plants of copaíba (Copaifera langsdorffii Desf., Leguminosae - Caesalpinoideae). Flora 206: 585-594.). Ademais, de acordo com Metcalfe & Chalk (1979Metcalfe, C.R. & Chalk, L. 1979. Anatomy of the dicotyledons. 2 ed. Claredon Press, Oxford, v. 2.), a formação do lume da cavidade pode ocorrer de forma esquizógena, a partir da separação de paredes de células vizinhas; lisígena, a partir da desintegração de certas células; ou ainda esquisolisígena, que é a junção dos processos anteriores. Porém, Milani et al. (2012Milani, J.F., Rocha, J.F. & Teixeira, S.P. 2012. Oleoresin glands in copaíba (Copaifera trapezifolia Hayne: Leguminosae), a Brazilian rainforest tree. Trees 26: 769-775.) observaram a formação do lume de forma esquizógena em Copaifera trapezifolia Hayne.

Buarque (2013Buarque, P.F.S.M. 2013. Influência da luz e temperatura em cavidades e canais secretores em plântulas de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae-Caesalpinioideae): estudo anatômico e ultraestrutural. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.) ainda salienta que a luz e a temperatura influenciam significativamente o desenvolvimento dos espaços secretores em plântulas de C. langsdorffii, de modo que condições de estresse causadas pela exposição extrema a esses fatores estimularia a existência de um sistema secretor mais denso, o que também pode ter ocorrido com C. sabulicola, uma vez que esta também é encontrada em área de grande exposição luminosa.

A presença de cavidades secretoras em abundância é comum na família Leguminosae (Metcalfe & Chalk 1950Metcalfe, C.R. & Chalk, L. 1950. Anatomy of dicotyledons: Leaves, stem, and wood in relation to taxonomy. Clarendon Press, Oxford, v. l.), como pode ser constatado nos estudos anatômicos de H. martiana (Silva et al. 2012Silva, M.S., Leite, K.R.B. & Saba, M.D. 2012. Anatomia dos órgãos vegetativos de Hymenaea martiana Hayne (Caesalpinioideae- Fabaceae): espécie de uso medicinal em Caetité-BA. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 14: 673-679.), Erythrina velutina Willd. (Silva et al. 2013Silva, M.M.B., Santana, A.S.C.O., Pimentel, R.M.M., Silva, F.C.L., Randau, K.P. & Soares, L.A.L. 2013. Anatomy of leaf and stem of Erythrina velutina. Brazilian Journal of Pharmacognosy 23: 200-206.), C. brasiliense (Ramos et al. 2015Ramos, B.H., Silva, K.L.F., Coimbra, R.R., Chagas, D.B. & Ferreira, W.M. 2015. Anatomy and micromorphometry of Caryocar brasiliense leaves. Rodriguésia 66: 87-94.), C. langsdorffii (Rodrigues et al. 2011Rodrigues, T.M., Teixeira, S.P. & Machado, S.R. 2011.The oleoresin secretory system in seedlings and adult plants of copaíba (Copaifera langsdorffii Desf., Leguminosae - Caesalpinoideae). Flora 206: 585-594., Nascimento et al. 2014Nascimento, M.E., Bertolucci, S.K.V., Santos, F.M., Santos Jr., J.M., Castro, E.M. & Pinto, J.E.B.P. 2014. Avaliação morfológica de plantas jovens de Copaifera langsdorffii Desf. desenvolvidas em diferentes temperaturas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 6: 931-937.) e C. trapezifolia (Milani et al. 2012Milani, J.F., Rocha, J.F. & Teixeira, S.P. 2012. Oleoresin glands in copaíba (Copaifera trapezifolia Hayne: Leguminosae), a Brazilian rainforest tree. Trees 26: 769-775.). Essas estruturas estão relacionadas a adaptação da planta a condições edáficas e climáticas, além de fornecer proteção contra a herbivoria (Fahn 1979Fahn, A. 1979. Secretory tissues in plants. Academic Press, London.) devido a produção e armazenamento de compostos diversos (Dickison 2000Dickison, W.C. 2000. Integrative plant anatomy. Academic Press, Harcourt.).

Em C. sabulicola os compostos biologicamente ativos foram detectados nos idioblastos e cavidades secretoras. Os idioblastos secretores são células especializadas que podem armazenar substâncias diversas em seu interior (Dickison 2000Dickison, W.C. 2000. Integrative plant anatomy. Academic Press, Harcourt.). Em C. sabulicola essas estruturas destacam-se pelo armazenamento de compostos fenólicos nos vacúolos das células idioblásticas localizadas no mesofilo e na região do colênquima da nervura central foliolar (figura 2d). De acordo com Santos (2013Santos, D.S. 2013. Contribuição ao conhecimento químico de plantas do cerrado do Brasil: Metabólitos e atividades biológicas da espécie Copaifera sabulicola J.A.S. Costa & L.P. Queiroz. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Oeste da Bahia, Barreiras.), um alto teor de composto fenólico foi identificado no ensaio de determinação de fenóis em C. sabulicola. Estudos realizados com plantas contendo alto teor de compostos fenólicos tem revelado a importante atuação desse grupo de compostos como antioxidantes naturais (Souza et al. 2007Souza, C.M.M., Silva, H.R., Vieira-JR, G.M., Ayres, M.C., Costa, C.L.S., Araújo, D.S., Cavalcante, L.C., Barros, E.D., Araújo, P.B.M., Brandão, M.S. & Chaves, M.H. 2007. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova 30: 351-355., Farhadi et al. 2015Farhadi, K., Esmaeilzaeh, F., Hatami, M., Forough, M. & Molaie, R. 2015. Determination of phenolic compounds content antioxidant activity in skin, pulp, seed, cane and leaf of five native grape cultivars in West Azarbaijan province, Iran. Food Chemistry 199: 847-855., Moudache et al. 2016Moudache, M., Colon, M., Nerín, C. & Zaidi, F. 2016. Phenolic content and antioxidant activity of olive by products and antioxidant film containing olive leaf extract. Food Chemistry 212: 521-527., Gontijo et al. 2017Gontijo, D.C., Brandão, G.C., Gontijo, P.C., Oliveira, A.B., Diaz, M.A.N., Fietto, L.G. & Leite, J.P.V. 2017. Identification of phenolic compounds and biologically related activities from Ocotea odorifera aqueous extract leaves. Food Chemistry 230: 618-626.), que são agentes que reduzem os danos celulares causados pelos radicais livres (Gengaihi et al. 2014Gengaihi, S.E.I., Ella, F.M.A., Emad, M.H., Shlaby, E. & Doha, H. 2014. Antioxidant activity of phenolic compounds from different grape wastes. Journal of Food Processing and Technology 5: 1-5.), uma vez que os radicais livres causam danos ao DNA ou podem oxidar lipídios e proteínas (Souza et al. 2007Souza, C.M.M., Silva, H.R., Vieira-JR, G.M., Ayres, M.C., Costa, C.L.S., Araújo, D.S., Cavalcante, L.C., Barros, E.D., Araújo, P.B.M., Brandão, M.S. & Chaves, M.H. 2007. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova 30: 351-355.).

Os testes histoquímicos também apontaram para a presença de alcaloides tanto nos idioblastos quanto nas cavidades secretoras (tabela 1, figura 1n-o). Tais compostos também foram encontrados nos canais e cavidades secretoras nas folhas de C. langsdorffii (Rodrigues et al. 2011Rodrigues, T.M., Teixeira, S.P. & Machado, S.R. 2011.The oleoresin secretory system in seedlings and adult plants of copaíba (Copaifera langsdorffii Desf., Leguminosae - Caesalpinoideae). Flora 206: 585-594.) e podem estar relacionados a defesa biótica da planta (Dewick 2002Dewick, P.M. 2002. Medicinal natural products: a biosynthetic approach. 2.ed. John Wiley & Sons, Chichester.). Vale ressaltar que alcaloides não foram identificados em Copaifera duckei Dwyer, Copaifera martii Hayne e Copaifera reticulata Ducke (Gurgel 2009Gurgel, E.S.C. 2009. Morfoanatomia, perfil químico e atividade alelopática de três espécies de Copaifera L. (Leguminosae, Caesalpinioideae) nativas da Amazônia. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Amazonas, Manaus.), o que pode indicar que a presença desse metabólito não é diagnóstica para o gênero.

Ainda, a produção de um óleo-resina, especialmente na região caulinar, é comum às espécies do gênero Copaifera L. (Veiga-Júnior & Pinto, 2002Veiga Junior, V.F. & Pinto, A.C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova 25: 273-286.). Porém, não foi identificado conteúdo resinífero ou lipídico nas cavidades dos folíolos de C. sabulicola, divergindo de outras espécies do gênero, como C. trapezifolia, que apresenta resina no lúmen de cavidades do mesofilo, córtex peciolar e nervura central, e conteúdo lipídico nas cavidades no mesofilo e na nervura foliar do mesmo órgão vegetativo (Milani et al. 2011).

Ademais, como existem poucos estudos que descrevem a anatomia e histoquímica foliar para o gênero (Gurgel 2009Gurgel, E.S.C. 2009. Morfoanatomia, perfil químico e atividade alelopática de três espécies de Copaifera L. (Leguminosae, Caesalpinioideae) nativas da Amazônia. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Amazonas, Manaus., Rodrigues et al. 2011Rodrigues, T.M., Teixeira, S.P. & Machado, S.R. 2011.The oleoresin secretory system in seedlings and adult plants of copaíba (Copaifera langsdorffii Desf., Leguminosae - Caesalpinoideae). Flora 206: 585-594., Nascimento et al. 2014Nascimento, M.E., Bertolucci, S.K.V., Santos, F.M., Santos Jr., J.M., Castro, E.M. & Pinto, J.E.B.P. 2014. Avaliação morfológica de plantas jovens de Copaifera langsdorffii Desf. desenvolvidas em diferentes temperaturas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 6: 931-937., Milani et al. 2012Milani, J.F., Rocha, J.F. & Teixeira, S.P. 2012. Oleoresin glands in copaíba (Copaifera trapezifolia Hayne: Leguminosae), a Brazilian rainforest tree. Trees 26: 769-775.), vale citar o estudo de Palermo et al. (2017Palermo, F.H., Teixeira, S.P., Mansano, V.F., Leite, V.G. & Rodrigues, T.M. 2017. Secretory spaces in species of the clade Dipterygeae (Leguminosae, Papilionoideae). Acta Botanica Brasilica 31: 374- 381.), que também encontraram polissacarídeos, compostos fenólicos e alcaloides nas células epiteliais e/ou no lúmen nas folhas de Pterodon pubescens Benth., Dipteryx alata Vogel e Taralea oppositifolia Aubl., todas da família Leguminosae. De modo similar, em Erythrina velutina (Leguminosae) também foram identificados compostos fenólicos nas cavidades e nos tricomas, e alcaloides nas células parenquimáticas e cavidades secretoras (Silva et al. 2013Silva, M.M.B., Santana, A.S.C.O., Pimentel, R.M.M., Silva, F.C.L., Randau, K.P. & Soares, L.A.L. 2013. Anatomy of leaf and stem of Erythrina velutina. Brazilian Journal of Pharmacognosy 23: 200-206.).

Ademais, os demais estudos fitoquímicos indicaram a presença de fenóis, taninos catéquicos, flavonas, flavonois, xantonas, que fazem parte do grupo de compostos fenólicos, além de esteroides e terpenois (tabela 2). Assim como os compostos fenólicos, os terpenos estão relacionados a resistência das plantas contra patógenos, além de atuarem na atração de polinizadores (Langenheim 1994Langenheim, J.H. 1994. Higher plant terpenoids: a phytocentric overview of their ecological roles. Journal of Chemical Ecology 20: 1223-1280.). O tipo de terpeno ainda está associado a viscosidade da resina presente nas cavidades secretoras, sendo os terpenos voláteis associados a uma resina mais fluida (Buarque 2013Buarque, P.F.S.M. 2013. Influência da luz e temperatura em cavidades e canais secretores em plântulas de Copaifera langsdorffii Desf. (Leguminosae-Caesalpinioideae): estudo anatômico e ultraestrutural. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.).

Tabela 2
Prospecção fitoquímica dos ensaios hidroalcoólicos dos folíolos de Copaifera sabulicola.
Table 2
Phytochemical prospecting of hydroalcoholic trials of Copaifera sabulicola leaflets.

Os terpenos também já foram identificados no fruto e no caule de C. sabulicola (Santos 2013Santos, D.S. 2013. Contribuição ao conhecimento químico de plantas do cerrado do Brasil: Metabólitos e atividades biológicas da espécie Copaifera sabulicola J.A.S. Costa & L.P. Queiroz. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Oeste da Bahia, Barreiras.). Essa família de constituintes químicos, especialmente os diterpenos e os sesquiterpenos, é frequentemente descrita nos óleos retirados de várias espécies de copaíba, tais como, Copaifera officinalis L., C. langsdorffii e C. multijuga (Veiga-Júnior & Pinto 2002Veiga Junior, V.F. & Pinto, A.C. 2002. O gênero Copaifera L. Química Nova 25: 273-286., Leandro et al. 2012Leandro, L.M., Vargas, F.S., Barbosa, P.C.S., Neves, J.K.O., Silva, J.A. & Veiga-Júnior, V.F. 2012. Chemistry and biological activities of terpenoids from copaiba (Copaifera spp.) oleoresins. Molecules 17: 3866-3889., Veiga-Júnior & Pinto 2014). De acordo com Leandro et al. (2012Leandro, L.M., Vargas, F.S., Barbosa, P.C.S., Neves, J.K.O., Silva, J.A. & Veiga-Júnior, V.F. 2012. Chemistry and biological activities of terpenoids from copaiba (Copaifera spp.) oleoresins. Molecules 17: 3866-3889.), aos sesquiterpenos, que podem chegar a participar de 90% de alguns óleos-resina, são atribuídas muitas das propriedades farmacológicas relacionadas às copaíferas, tais como atividade analgésica (Ghelardini et al. 2001Ghelardini, C., Galeotti, N., Mannelli, L.D.C., Mazzanti, G. & Bartolini, A. 2001. Local anaesthetic activity of β-caryophyllene. Il Farmaco, 56: 387-389.), anti-inflamatória (Basile et al. 1988Basile, A.C., Sertié, J.A.A., Freitas, P.C.D. & Zanini, A.C. 1988. Anti-inflamatory activity of oleoresin from Brazilian Copaifera. Journal of Ethnopharmacoly 22: 101-109., Gomes et al. 2010Gomes, N.M., Rezende, C.M., Fontes, S.P., Matheus, M.E., Pinto, A.C. & Fernandes, P.D. 2010. Characterization of the antinociceptive and anti-inflammatory activities of fractions obtaneid from Copaifera multijuga Hayne. Journal of Ethnopharmacology 128: 177-183., Vargas et al. 2015Vargas, F.S., Almeida, P.D.O., Aranha, E.S.P., Boleti, A.P.A., Newton, P., Vasconcellos, M.C., Veiga Junior, V.F. & Lima, E.S. 2015. Biological activities and cytotoxicity of diterpenes from Copaifera spp. oleoresins. Molecules 20: 6194-6210.) e antimicrobiana (Goren et al. 2011Goren, A.C., Piozzi, F., Akcicek, E., Kılıç, T., ÇarıkçI, S., Mozioglu, E. & Setzer, W.N. 2011. Essential oil composition of twenty-two Stachys species (mountain tea) and their biological activities. Phytochemistry Letter 4: 448-453.).

Rodrigues et al. (2011Rodrigues, T.M., Teixeira, S.P. & Machado, S.R. 2011.The oleoresin secretory system in seedlings and adult plants of copaíba (Copaifera langsdorffii Desf., Leguminosae - Caesalpinoideae). Flora 206: 585-594.) também detectaram compostos fenólicos e terpenos nas cavidades e canais de C. langsdorffii, espécie que também ocorre em ambiente de Cerrado. Além disso, Silva et al. (2012Silva, M.S., Leite, K.R.B. & Saba, M.D. 2012. Anatomia dos órgãos vegetativos de Hymenaea martiana Hayne (Caesalpinioideae- Fabaceae): espécie de uso medicinal em Caetité-BA. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 14: 673-679.) salienta que a pouca quantidade de lipídeos nas cavidades secretoras de H. martiana é contrabalanceada pela presença de uma maior quantidade de terpenos e flavonoides, associando, ainda, essa composição ao uso medicinal da espécie supracitada como cicatrizante. Tais dados sugerem que os órgãos vegetativos de C. sabulicola também podem apresentar aplicação etnofarmacológica.

Conclusão

As características anatômicas apresentadas por C. sabulicola, tais como ausência de tricomas, a presença de um feixe vascular circundado por bainha fibrosa e cutícula ornamentada no bordo foliolar e na nervura central, além da presença de estruturas secretoras, principalmente cavidades, contribuem para a correta identificação da espécie. Além disso, os compostos bioativos encontrados sinalizam a necessidade de aprofundamento da investigação sobre os mesmos, uma vez que as folhas de C. sabulicola podem apresentar aplicação etnofarmacológica.

Agradecimentos

À Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) pelo apoio estrutural e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa concedida para a realização do presente estudo.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    03 Fev 2020
  • Data do Fascículo
    2019

Histórico

  • Recebido
    01 Mar 2018
  • Aceito
    18 Set 2019
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