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Samambaias e licófitas em um afloramento rochoso costeiro no Estado do Rio de Janeiro, Brasil1 1 Parte do Trabalho de Conclusão de Curso da primeira Autora

Ferns and lycophytes from a costal inselberg of Rio de Janeiro State, Brazil

RESUMO

O objetivo deste estudo foi realizar o levantamento de samambaias e licófitas do Morro do Pico (22°56'05.2''S,43°07'13.8''W), que está localizado na Área de Proteção Ambiental dos Fortes, litoral do município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. A área é formada por afloramentos rochosos e remanescentes de Mata Atlântica adjacente. As coletas foram realizadas entre o mês de maio a outubro de 2014, o material foi herborizado e depositado no herbário do Museu Nacional (R). A chave de identificação é apresentada com base em características morfológicas diagnósticas. Foram encontradas dez famílias, distribuídas em quinze gêneros, totalizando vinte e seis espécies. As famílias com maior riqueza foram Pteridaceae (10 spp.), Anemiaceae (quatro spp.) e Selaginellaceae (três spp.). A mata adjacente apresenta maior riqueza em relação ao inselberg. Dentre os táxons encontrados somente nesta formação, destacam-se Anemia tomentosa var. anthriscifolia, Doryopteris collina, Selaginella convoluta e S. sellowii.

Palavras-chave:
inselberg; levantamento florístico; vegetação costeira; pteridófitas

ABSTRACT

This study aimed to inventory the ferns and lycophytes of Morro do Pico (22°56'05.2'' S, 43°07'13.8''W), which is located in Fortes Environmental Protection Area, in the coastal region of Niterói, in Rio de Janeiro State, Brazil. This area is formed by a rocky outcrop and an adjacent Atlantic Forest remnant. Fieldworks were carried out from May to October 2014, the material was dried and incorporated to the Herbarium from Museu Nacional (R). The identification key is presented according to diagnostic morphological characters. We record ten families, distributed in fifteen genera and twenty-six species. Families with highest species richness were: Pteridaceae (10 spp.), Anemiaceae (four spp.) and Selaginellaceae (three spp.). The adjacent forest presents greater richness in relation to the inselberg. Among the taxa found only in this formation, it stands out Anemia tomentosa var. anthriscifolia, Doryopteris collina, Selaginella convoluta e S. sellowii.

Keywords:
checklist; coastal vegetation; inselberg; pteridophytes

Introdução

Inselbergs designam os afloramentos rochosos que emergem abruptamente da paisagem plana (Porembski 2007Porembski, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptative strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-589.). Esses ambientes possuem características edáficas e microclimáticas peculiares, resultando em uma área de alta riqueza específica e número elevado de espécies endêmicas (Phillips 1982Phillips, D.L. 1982. Life-forms of granite outcrop plants. American Midland Naturalist Journal 107: 206-208., Porembski 2000Porembski, S. 2000. The invasibility of tropical granite outcrops (‘inselbergs’) by exotic weeds. Journal of the Royal Society of Western Australia 83:131-137.). O sudeste do Brasil é considerado um dos três hotspots de inselbergs, juntamente com Madagascar e o sudoeste da Austrália. Todos os centros de diversidade de inselbergs estão inseridos também em regiões de alta biodiversidade de importância global (Porembski 2007Porembski, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptative strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-589.). No caso da região Sudeste do Brasil, está inserido no bioma Mata Atlântica, que é um dos 35 hotspots em biodiversidade (Mittermeier et al. 2004Mittermeier, R.A., Robles Gil, P., Hoffmann, M., Pilgrim, J., Brooks, T., Mittermeier, C.G., Lamoreux, J. & Fonseca, G.A.B. 2004. Hotspots revisited: Earth’s biologically richest and most endangered terrestrial ecoregions. Cemex, Washington.). Apesar de sua importância ecológica, historicamente, ainda há uma lacuna no conhecimento sobre dados florísticos e ecológicos dos inselbergs em várias regiões do mundo (Scarano 2007Scarano, F.R. 2007. Rock outcrop vegetation in Brazil: a brief overview. Revista Brasileira de Botânica 30: 561-568., de Paula et al. 2020De Paula, L.F.A., Azevedo, L.O., Mauad, L.P., Cardoso, L.J.T., Braga, J.M.A., Kollmann, L.J.C., Fraga, C.N., Menini Neto, L., Labiak, H.P., Mello-Silva, R., Porembski, S. & Forzza, R.C. 2020. Sugarloaf Land in south-eastern Brazil: a tropical hotspot of lowland inselberg plant diversity. Biodiversity Data Journal 8: e53135.).

Recentemente, foi publicado o checklist das plantas vasculares que ocorrem nos pães-de-açúcar no Sudeste do Brasil (incluindo o Sul da Bahia), numa área denominada Sugarloaf Land (de Paula et al. 2020De Paula, L.F.A., Azevedo, L.O., Mauad, L.P., Cardoso, L.J.T., Braga, J.M.A., Kollmann, L.J.C., Fraga, C.N., Menini Neto, L., Labiak, H.P., Mello-Silva, R., Porembski, S. & Forzza, R.C. 2020. Sugarloaf Land in south-eastern Brazil: a tropical hotspot of lowland inselberg plant diversity. Biodiversity Data Journal 8: e53135.). Neste estudo, foram listadas 46 espécies de samambaias e licófitas que ocorrem nesses afloramentos rochosos. Apesar da nossa área de estudo estar inserida no contexto do Sugarloaf land, não foram incluídas amostras do Morro do Pico.

No Estado do Rio de Janeiro foram realizados alguns levantamentos florísticos em afloramentos rochosos. Dentre estes, podem ser citados Carauta & Oliveira (1984)Carauta, J.P.P. & Oliveira, R.R.O. 1984. Plantas vasculares dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Rodriguésia 36: 13-24. no Morro da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão, cidade do Rio de Janeiro; Santos & Sylvestre (2006)Santos, M.G. & Sylvestre, L.S. 2006. Aspectos florísticos e econômicos das pteridófitas de um afloramento rochoso do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 115-124., na Pedra de Itacoatiara, no município de Niterói; Bovini et al. (2014)Bovini, M.G., Faria, M., Oliveira, R.R. & Kurtz, B.C. 2014. Floristic diversity of the Cagarras Islands Natural Monument, Rio de Janeiro, Brazil. Check List 10: 366-373. no Monumento Natural das Ilhas Cagarras; Mauad (2010)Mauad, L.P. 2010. Levantamento florístico de um remanescente florestal de Mata Atlântica no Morro do Itaoca, Campos dos Goytacazes, RJ. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes. no Maciço do Itaoca, Norte fluminense; Meirelles et al. (1999)Meirelles, S.T., Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26: 10-20. e Mauad (2013)Mauad, L.P. 2013. Comunidades vegetais em pães-de-açúcar no Estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. em uma abrangência espacial mais ampla e em uma abordagem ecológica.

O Morro do Pico (Niterói, RJ, Brasil) possui um remanescente de Mata Atlântica ainda pouco estudado por botânicos e com escassez de coletas. Os trabalhos botânicos dessa área consistem em Trabalhos de Conclusão de Curso sobre estrato arbóreo-arbustivo (Paes 2013Paes, G.C.L. 2013. Levantamento florístico do estrato arbóreo-arbustivo do Morro do Forte do Pico, Área de Proteção Ambiental dos Fortes, Niterói, RJ, Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal Fluminense, Niterói.) e trepadeiras (Cunha 2017Cunha, L.S. 2017. Levantamento florístico de trepadeiras na Área de Proteção Ambiental dos Fortes, Niterói, RJ, Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo.). Sendo assim, este estudo é o primeiro levantamento de samambaias e licófitas desse local.

Desta forma, o presente estudo teve como objetivo inventariar as espécies de samambaias e licófitas do Morro do Pico, uma área de afloramento rochoso e remanescente de Mata Atlântica, indicando o hábito, o ambiente preferencial e grau de ameaça das espécies que ocorrem na área, além de elaborar uma chave de identificação.

Material e métodos

Área de estudo - O Morro do Pico (22°56'05.2''S, 43°07'13.8''W) está localizado no Estado do Rio de Janeiro, município de Niterói, e está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco (também conhecida como APA dos Fortes) (figura 1).

Figura 1
Área de estudo. Morro do Pico (22° 56' 05.2'' S, 43° 07' 13.8'' W), localizado na APA Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco, município de Niterói, RJ, Brasil.
Figure 1
Study site. Morro do Pico (22° 56' 05.2'' S, 43° 07' 13.8'' W), located in APA Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco, municipality of Niterói, Rio de Janeiro State, Brazil.

A APA dos Fortes foi criada em 2011, pelo decreto n°10912/2011 (Niterói 2011Niterói. 2011. Decreto N°10912/2011 de 20-III-2011. Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco. Diário oficial do Município de Niterói, atos do prefeito, 23-III-2011, pp. 1-17.) devido a sua grande importância cultural e histórica, além de abrigar remanescentes de Mata Atlântica. Atualmente os fortes estão sob a jurisdição do 21° Grupo de Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro (Barreto 1958Barreto, A. 1958. Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Editora Biblioteca do Exército., Comando Militar do Leste 2014Comando Militar do Leste. 2014. Fortes e Fortalezas. Disponível em http://www.cml.eb.mil.br/fortes-e-fortalezas/niteroi-rj.html (acesso em 18-IX-2017).
http://www.cml.eb.mil.br/fortes-e-fortal...
).

O Morro do Pico é um afloramento rochoso com vegetação típica de inselbergs circundado pela floresta ombrófila densa submontana (Veloso et al. 1991Veloso, H.P., Rangel-Filho, A.L.R. & Lima, J.C.A. 1991. Classificação da Vegetação Brasileira, adaptada a um sistema universal. IBGE, Departamento de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro.), no domínio da Mata Atlântica. Neste estudo, foram incluídos os afloramentos rochosos e a mata adjacente que constituem este morro.

As rochas desta área são do tipo metamórfica, pertencente à unidade gnaisse facoidal, sendo muito é comum nos municípios do Rio de Janeiro e Niterói, principalmente nos afloramentos rochosos costeiros (Almeida & Almeida 2012Almeida, S. & Almeida, C.M. 2012. Fortaleza de Santa Cruz: Patrimônio Histórico e Geológico de Niterói, RJ. Anuário do Instituto de Geociências 35: 222-235., Silva et al. 2013Silva, M.A.M., Batista Neto, J.A., Smith, B., Mcalister, J., Warke, P. & Curran, J. 2013. Intemperismo decorrente da acumulação de sal e a formação de alvéolos e tafoni nos afloramentos das praias de Niterói (Rio de Janeiro, Brasil). Revista Brasileira de Geomorfologia 14: 189-195.). Em relação ao relevo, o Morro do Pico possui 221 m de altitude, com paredões de afloramentos rochosos e encostas com coberturas de sedimentos (Niterói 2011Niterói. 2011. Decreto N°10912/2011 de 20-III-2011. Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco. Diário oficial do Município de Niterói, atos do prefeito, 23-III-2011, pp. 1-17.). A APA dos Fortes tem um clima úmido tropical com temperatura média anual de 22°C, a média anual de chuvas varia de 1100 a 1800 mm, apresentando um microclima típico de área litorânea, com grande influência das brisas marítimas e terrestres (Niterói 2011Niterói. 2011. Decreto N°10912/2011 de 20-III-2011. Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio Branco. Diário oficial do Município de Niterói, atos do prefeito, 23-III-2011, pp. 1-17., Silva et al. 2013Silva, M.A.M., Batista Neto, J.A., Smith, B., Mcalister, J., Warke, P. & Curran, J. 2013. Intemperismo decorrente da acumulação de sal e a formação de alvéolos e tafoni nos afloramentos das praias de Niterói (Rio de Janeiro, Brasil). Revista Brasileira de Geomorfologia 14: 189-195.).

Coleta de dados - Foram realizadas coletas bimestrais entre maio e outubro de 2014, abrangendo a estrada principal, trilhas e incursões assistemáticas em trechos da floresta. O material testemunho coletado foi herborizado segundo técnicas usuais para samambaias (Windisch 1992Windisch, P.G. 1992. Pteridófitas da região Norte-ocidental do Estado de São Paulo: guia para estudo e excursões. 2ª edição. Universidade Estadual Paulista, São José do Rio Preto.) e incorporado ao herbário do Museu Nacional do Rio de Janeiro (R). Para observação e análise de coleções pretéritas, foram consultados os herbários R, RB e RFFP, (acrônimos segundo Index Herbariorum [Thiers, continuamente atualizado]Thiers, B. 2020. (atualização continua). Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 12-XII-2018).
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
), além dos herbários virtuais através das plataformas INCT - Herbário Virtual da Flora e dos Fungos e Reflora - Lista da Flora do Brasil. As plantas foram identificadas por meio da literatura específica para cada família e a classificação seguiu PPG I (2016)PPG I. 2016. A community-derived classification for extant lycophytes and ferns. Journal of Systematics and Evolution 54: 563-603..

As espécies foram classificadas quanto às seguintes categorias de forma de vida e substrato: rupícola, terrícola, holoepífita, epífita facultativa e trepadeira. Quanto ao ambiente, as espécies foram encontradas em afloramento rochoso, no interior/borda de mata e nas ruínas dos fortes.

A chave de identificação foi elaborada com base nas principais características diagnósticas entre os táxons.

Resultados e Discussão

Foram encontradas dez famílias, distribuídas em quinze gêneros, totalizando 26 espécies. Destas, 23 são samambaias e três são licófitas (tabela 1). Na consulta aos herbários, foi localizado apenas um registro anterior a este trabalho, Selaginella sulcata (Desv. ex Poir.) Spring ex Mart. depositada no herbário RFFP, com duplicata no RB.

Tabela 1
Espécies de samambaias e licófitas do Morro do Pico, Niterói, Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Table 1
Ferns and lycophytes from Morro do Pico, Niterói, Rio de Janeiro State, Brazil.

As famílias de pteridófitas com maior riqueza específica foram Pteridaceae (10 spp), Anemiaceae (quatro spp) e Selaginellaceae (três spp). Essas famílias também são apontadas como as mais ricas nos afloramentos do Sudeste do Brasil segundo o estudo de Paula et al. (2020)De Paula, L.F.A., Azevedo, L.O., Mauad, L.P., Cardoso, L.J.T., Braga, J.M.A., Kollmann, L.J.C., Fraga, C.N., Menini Neto, L., Labiak, H.P., Mello-Silva, R., Porembski, S. & Forzza, R.C. 2020. Sugarloaf Land in south-eastern Brazil: a tropical hotspot of lowland inselberg plant diversity. Biodiversity Data Journal 8: e53135.. Os gêneros com maior riqueza específica foram Anemia Sw. (quatro spp), Pteris L. (quatro spp), Doryopteris J.Sm. (três spp), Selaginella P.Beauv. (três spp) e Blechnum L. (duas spp).

Quanto ao hábito, a maioria das espécies é terrícola, ocorrendo na área ocupada pela floresta. As espécies com hábito rupícola correspondem a 34%, crescendo sobre os afloramentos rochosos, nos muros das ruínas e em rochas no interior da mata. Foram encontradas apenas duas espécies epífitas: Microgramma vacciniifolia, que foi caracterizada como uma epífita facultativa, pois também ocorria sobre rochas, e Nephrolepis pendula, como holoepífita. A única espécie trepadeira encontrada foi Lygodium volubile, bastante comum em bordas de trilhas, onde ocorriam muitas plântulas desta espécie.

A floresta abriga a maior riqueza de samambaias e licófitas, onde ocorrem cerca de 80% das espécies de encontradas na área. A menor diversidade nos afloramentos rochosos é explicada por fatores ambientais, como baixa umidade, pouca disponibilidade de água, escassez de solo e nutrientes e alta exposição à luz solar e ao vento (Porembski 2007Porembski, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptative strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-589.). Apesar da menor riqueza, os afloramentos rochosos são considerados áreas prioritárias para conservação, pois a vegetação possui maior fragilidade frente aos impactos ambientais devido à especificidade do ecossistema. As principais ameaças antrópicas são os incêndios, a extração de rochas, a especulação imobiliária, o turismo e a introdução de espécies invasoras (Porembski 2000Porembski, S. 2000. The invasibility of tropical granite outcrops (‘inselbergs’) by exotic weeds. Journal of the Royal Society of Western Australia 83:131-137., Porembski 2007Porembski, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptative strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-589., Aximoff et al. 2016Aximoff, I.A., Bovini, M.G. & Fraga, C.N. 2016. Vegetação em afloramentos rochosos litorâneos perturbados por incêndios na Região Metropolitana Fluminense, estado do Rio de Janeiro. Biodiversidade Brasileira 6: 149-172.). Entretanto, pela área estar incluída em um local protegido pelas forças armadas, os impactos sofridos foram aparentemente mínimos, especialmente por serem sítios históricos.

Em relação ao ambiente preferencial, 41% das espécies foram registradas para a borda das trilhas, enquanto 26% foram coletadas no interior da floresta, 22% crescem sobre matriz rochosa dos afloramentos e 11% ocorrem sobre os muros de pedras nas ruínas do forte.

A composição florística das samambaias e licófitas nos inselbergs difere da mata adjacente (Meirelles et al. 1999Meirelles, S.T., Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26: 10-20.). Nos afloramentos rochosos, encontram-se espécies típicas deste ambiente, como Anemia tomentosa var. anthriscifolia, Doryopteris collina, Selaginella convoluta e S. sellowii (figura 2). Estas espécies apresentam características morfológicas que conferem a estas plantas a resistência necessária para o desenvolvimento em um ambiente com alta restrição hídrica (Meirelles et al. 1999Meirelles, S.T., Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26: 10-20.). As espécies do gênero Selaginella são poiquilohídricas, isto é, podem perder grande quantidade de água e até mesmo a coloração, voltando a hidratar-se completamente após as primeiras chuvas, retomando seu metabolismo (Porembski & Barthlott 2000Porembski, S. & Barthlott, W. 2000. Inselbergs: biotic diversity of isolated rock outcrops in tropical and temperate regions. Ecological Studies. v. 146. Springer-Verlag, Berlim., Porembski 2007Porembski, S. 2007. Tropical inselbergs: habitat types, adaptative strategies and diversity patterns. Revista Brasileira de Botânica 30: 579-589.). Anemia tomentosa var. anthriscifolia é densamente revestida por tricomas e Doryopteris collina possui folhas coriáceas. Essas características, segundo Dickinson (2000)Dickinson, W.C. 2000. Integrative Plant Anatomy. Harcourt Academic Press, San Diego., são adaptações para o ambiente rochoso. Todas estas espécies podem formar “ilhas de vegetação” sobre rochas expostas, com diferentes graus de inclinação, juntamente com espécies de Cactaceae e Veloziaceae. Diferente das demais, Selaginella sellowii, cresce em tapetes sobre solo muito raso, formando comunidades monoespecíficas (Meirelles et al. 1999Meirelles, S.T., Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26: 10-20.).

Figura 2
Samambaias e licófitas do Morro do Pico, Niterói, RJ, Brasil. a. Anemia tomentosa var. anthriscifolia (Schrader) Mickel. b. Doryopteris collina (Raddi) J.Sm. c. Selaginella convoluta (Arn.) Spring hidratada. d. Selaginella convoluta seca. e. Selaginella sellowii Hieron. em formação de tapete. G. Selaginella sellowii em detalhe.
Figure 2
Ferns and lycophytes of Morro do Pico, Niterói, Rio de Janeiro State, Brazil. a. Anemia tomentosa var. anthriscifolia (Schrader) Mickel. b. Doryopteris collina (Raddi) J.Sm. c. Selaginella convoluta (Arn.) Spring hydrated. d. Selaginella convoluta dried. e. Selaginella sellowii Hieron., mats. f. Selaginella sellowii, in detail.

Apesar das espécies Anemia collina, Doryopteris varians e Microgramma vacciniifolia ocorrerem em inselbergs do Sudeste brasileiro (de Paula et al. 2020De Paula, L.F.A., Azevedo, L.O., Mauad, L.P., Cardoso, L.J.T., Braga, J.M.A., Kollmann, L.J.C., Fraga, C.N., Menini Neto, L., Labiak, H.P., Mello-Silva, R., Porembski, S. & Forzza, R.C. 2020. Sugarloaf Land in south-eastern Brazil: a tropical hotspot of lowland inselberg plant diversity. Biodiversity Data Journal 8: e53135.), essas não foram encontradas no Morro Pico em afloramentos rochosos, e sim no interior e borda da mata adjacente. Nas áreas mais antropizadas, como ao longo da estrada e nas ruínas dos fortes, são encontradas espécies naturalizadas como Christella dentata, Pteris vittata e Pteris ensiformis. A espécie Christella dentata tem distribuição paleotropical e foi naturalizada na região neotropical (Holttum 1983Holttum, R.E. 1983. The family Thelypteridaceae in Europe. Acta Botánica Malacitana 8: 47-58.). Pteris vittata é subespontânea, tem origem no Velho Mundo e foi introduzida nas Américas, onde pode ser encontrada em muros, calçadas e construções na cidade (Prado & Windisch 2000Prado, J. & Windisch, P.G. 2000. The genus Pteris L. (Pteridaceae) in Brazil. Boletim do Instituto de Botânica 13: 103-199.). Já Pteris ensiformis, embora também seja subespontânea, é amplamente cultivada devido a beleza de suas folhas variegadas (Prado & Windisch 2000Prado, J. & Windisch, P.G. 2000. The genus Pteris L. (Pteridaceae) in Brazil. Boletim do Instituto de Botânica 13: 103-199., Chao et al. 2014Chao, Y.S, Rouhan, G., Amoroso, V.B., Chiou, W.L. 2014. Molecular Phylogeny and Biogeography of the fern genus Pteris (Pteridaceae). Annals of Botany 114: 109-124.).

A única espécie endêmica do Brasil é Pteris leptophylla, que ocorre na Floresta Atlântica, preferencialmente áreas costeiras, margem de rios e córregos e locais úmidos e sombreados (Prado & Windisch 2000Prado, J. & Windisch, P.G. 2000. The genus Pteris L. (Pteridaceae) in Brazil. Boletim do Instituto de Botânica 13: 103-199.). No Morro do Pico, é uma planta terrícola que cresce no interior da mata.

O padrão de altas taxas de endemismo nos inselbergs observado em angiospermas (Meirelles et al. 1999Meirelles, S.T., Pivello, V.R. & Joly, C.A. 1999. The vegetation of granite rock outcrops in Rio de Janeiro, Brazil, and the need for its protection. Environmental Conservation 26: 10-20., de Paula et al. 2020De Paula, L.F.A., Azevedo, L.O., Mauad, L.P., Cardoso, L.J.T., Braga, J.M.A., Kollmann, L.J.C., Fraga, C.N., Menini Neto, L., Labiak, H.P., Mello-Silva, R., Porembski, S. & Forzza, R.C. 2020. Sugarloaf Land in south-eastern Brazil: a tropical hotspot of lowland inselberg plant diversity. Biodiversity Data Journal 8: e53135.), não foram encontrados para a flora de samambaias e licófitas tanto no Morro do Pico, quanto na Pedra de Itacoatiara, Niterói-RJ (Santos & Sylvestre, 2006Santos, M.G. & Sylvestre, L.S. 2006. Aspectos florísticos e econômicos das pteridófitas de um afloramento rochoso do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 115-124.). Nenhuma das espécies inventariadas neste estudo está categorizada como ameaçada.

    Chave de identificação para as samambaias e licófitas do Morro do Pico, Niterói, Estado do Rio de Janeiro
  • 1. Plantas com microfilos (lâmina foliar até 1 cm de comp., uninérvia)

    • 2. Microfilos isomorfos, dispostos em espiral ao longo do caule ........................................................ Selaginella sellowii

    • 2. Microfilos heteromorfos, dispostos lateralmente e dorsiventralmente no caule

      • 3. Microfilos em roseta .................................................................................................................. Selaginella convoluta

      • 3. Microfilos não dispostos em roseta ................................................................................................ Selaginella sulcata

  • 1. Plantas com megafilos (lâmina foliar maior que 1 cm de comp., nervuras ramificadas)

    • 4. Esporângios com ânulo apical

      • 5. Plantas trepadeiras; esporângios localizados em segmentos na margem das folhas ....................... Lygodium volubile

      • 5. Plantas não trepadeiras; esporângios em um par de pinas basais modificadas

        • 6. Base da lâmina pinada; caule ereto ou ascendente ........................................................................... Anemia collina

        • 6. Base da lâmina pinada-pinatífida ou bipinada; caule ascendente ou reptante

          • 7. Caule ascendente ............................................................................................................................ Anemia villosa

          • 7. Caule reptante

            • 8. Lâmina pinada-pinatífida, membranácea ................................................................................... Anemia hirsuta

            • 8. Lâmina bipinada, coriácea ...................................................................... Anemia tomentosa var. anthriscifolia

    • 4. Esporângio com ânulo longitudinal

      • 9. Soros marginais

        • 10. Soros lineares

          • 11. Lâmina foliar inteira, pedada

            • 12. Nervuras livres ............................................................................................................... Doryopteris concolor

            • 12. Nervuras areoladas

              • 13. Pecíolo cilíndrico, nigrescente; últimos segmentos deltóides ...................................... Doryopteris varians

              • 13. Pecíolo achatado na porção distal, castanho; últimos segmentos ovados a lanceolados ........................................................................................................................................................................ Doryopteris collina

          • 11. Lâmina foliar pinada

            • 14. Folhas heteromorfas, variegadas ........................................................................................... Pteris ensiformis

            • 14. Folhas monomorfas, completamente verdes ou raramente variegadas

              • 15. Lâmina bipinada, membranácea ....................................................................................... Pteris leptophylla

              • 15. Lâmina pinada, cartácea a coriácea

                • 16. Pinas estreitas, ca. 1 cm de larg.; nervuras livres .................................................................. Pteris vittata

                • 16. Pinas mais largas, ca. 2 cm larg.; nervuras areoladas ..................................................... Pteris splendens

        • 10. Soros não lineares

          • 17. Lâmina com pinas radiadas .................................................................................................. Adiantopsis radiata

          • 17. Lâmina tripinada ............................................................................................................... Adiantum raddianum

      • 9. Soros dorsais

        • 18. Soros com indúsio

          • 19. Lâmina pinada; soros paralelos à costa

            • 20. Lâmina linear-lanceolada a elíptica; pina basal reduzida à aurícula ......................... Blechnum polypodioides

            • 20. Lâmina deltoide; pina basal não reduzida a aurícula .................................................... Blechnum occidentale

          • 19. Lâmina inteira; soros ao longo das nervuras secundárias ................................................ Asplenium brasiliense

        • 18. Soros sem indúsio

          • 21. Soros alongados, dispostos sobre as nervuras ................................................................... Hemionitis tomentosa

          • 21. Soros arredondados

            • 22. Caule reptante; pecíolo articulado ao caule

              • 23. Lâmina simples, dimorfa .................................................................................... Microgramma vaccinifolia

              • 23. Lâmina pinada, monomorfa ....................................................................................... Serpocaulon triseriale

            • 22. Caule ereto ou, se reptante, pecíolo não articulado ao caule

              • 24. Planta epífita; lâmina pinada ....................................................................................... Nephrolepis pendula

              • 24. Planta terrícola; lâmina pinado-pinatífida

                • 25. Pecíolo com dois feixes vasculares ............................................................................... Christella dentata

                • 25. Pecíolo com mais de dois feixes vasculares ................................................................ Ctenitis falciculata

Conclusões

Os afloramentos rochosos costeiros são considerados áreas prioritárias para conservação por abrigarem uma flora altamente adaptada às condições extremas impostas por este ambiente, tais como alta insolação, pouca disponibilidade de solo e elevados níveis de salinidade. Dentre os táxons encontrados somente nesta formação, Anemia tomentosa var. anthriscifolia, Doryopteris collina, Selaginella convoluta e S. sellowii crescem em populações densas nos locais mais expostos, possuindo caracteres morfológicos como poiquilohidria, alto revestimento de tricomas e folhas coriáceas ou extremamente reduzidas. Estes atributos funcionais facilitam o estabelecimento e desenvolvimento destas plantas neste ambiente tão inóspito, compondo a peculiar flora dos costões rochosos costeiros.

Já a formação florestal apresenta características ambientais mais favoráveis para o estabelecimento de samambaias e licófitas, sendo assim, a mata circundante apresenta maior riqueza em relação ao inselberg.

Este estudo contribuiu para conhecimento das samambaias e licófitas de afloramentos rochosos, preenchendo uma lacuna de uma área até então não inventariada e com pouquíssimas coletas. Apesar do aumento das pesquisas em inselbergs nos últimos anos, ainda são necessários mais inventários florísticos para que futuramente seja possível a realização de trabalhos comparativos entre esses ambientes.

  • 1
    Parte do Trabalho de Conclusão de Curso da primeira Autora

Agradecimentos

Os autores agradecem ao 21° Grupo de Artilharia do Exército, pela autorização de coleta e pelo apoio logístico durante o trabalho de campo na área.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Nov 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    02 Abr 2020
  • Aceito
    01 Set 2020
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