Acessibilidade / Reportar erro

Contribuição ao conhecimento de fungos gasteroides (Agaricomycetes, Basidiomycota) do Estado de São Paulo, Brasil

Contribution to the knowledge of gasteroid fungi (Agaricomyetes, Basidiomycota) from the State of São Paulo, Brazil

RESUMO

O conhecimento acerca da diversidade e distribuição de fungos gasteroides aumentou consideravelmente durante as últimas duas décadas. Entretanto, ainda há regiões no país onde não existem registros de ocorrência desses organismos, e por outro lado, há espécies que foram registradas apenas para poucas localidades. Cerca de 70 espécies de fungos gasteroides são listadas para o Estado de São Paulo (Sudeste brasileiro), porém esse número pode ser aumentado com um maior esforço de coletas e estudos. O objetivo deste artigo é registrar pela primeira vez a ocorrência de nove espécies para o Estado de São Paulo: Calvatia fragilis, C. guzmanii, Cyathus julietae, Geastrum argentinum, G. minimum, G. violaceum, Phallus glutinolens, Scleroderma areolatum e Vascellum pampeanum, sendo que essa última também representa um novo registro para o Brasil. Ainda, comentários adicionais são apresentados para as espécies Abrachium floriforme, Arachnion album e Phallus rubicundus.

Palavras-chave:
fungos bola-de-terra; fungos estrela-da-terra; fungos faloides; fungos ninho-de-pássaro; taxonomia de fungos

ABSTRACT

The knowledge about gasteroid fungi in Brazil have increased considerably during the last two decades. However, there are still areas in the country where no species reported, and on the other hand, there are species that were reported only from a few localities. About 70 species of gasteroid fungi are reported from the State of São Paulo (Southeastern Brazil), but this number may be increased with more collections and studies. The aim of this article is to report for the first time the occurrence of nine gasteroid species from São Paulo: Calvatia fragilis, C. guzmanii, Cyathus julietae, Geastrum argentinum, G. minimum, G. violaceum, Phallus glutinolens, Scleroderma areolatum and Vascellum pampeanum. The latter is also a new report from Brazil. Moreover, additional comments are provided for the species Abrachium floriforme, Arachnion album and Phallus rubicundus.

Keywords:
bird’s nest fungi; earthstar fungi; fungal taxonomy; puffballs; stinkhorns

Introdução

O termo “fungos gasteroides”, livremente traduzido como “fungos-estômagos”, é baseado na morfologia desses organismos, já que suas estruturas de reprodução sexuada permanecem enclausuradas no interior do basidioma até a completa maturação dos basidiósporos. Devido a essa característica peculiar dos basidiomas, são classificados como angiocárpicos, ao contrário dos cogumelos e outros basidiomicetos macroscópicos, que apresentam as estruturas reprodutivas expostas antes da maturação completa dos basidiósporos, conhecidos como fungos gimnocárpicos (Alexopoulos et al. 1996Alexopoulos, C.J., Mims, C.W. & Blackwell, M. 1996. Introductory Mycology. 4 ed. Nova Iorque: John Wiley & Sons., Calonge 1998Calonge, F.D. 1998. Gasteromycetes. I. Lycoperdales, Nidulariales, Phallales, Sclerodermatales, Tulostomatales. Flora Mycologica Iberica 3: 1-271., Miller & Miller 1988Miller Jr., O.K. & Miller, H.H. 1988. Gasteromycetes: morphology and developmental features. Eureka: Mad River Press.).

Os gasteromicetos são um grupo artificial e atualmente é aceito que várias ordens de Basidiomycota possuem espécies com morfologia gasteroide (Hibbett et al. 2014Hibbett, D.S., Bauer, R., Binder, M., Giachini, A.J., Hosaka, K., Justo, A., Larsson, E., Larsson, K.H., Lawrey, J.D., Miettinen, O., Nagy, L.G., Nilsson, R.H., Weiss, M. & Thorn, R.G. 2014. Agaricomycetes. In: McLaughlin, D.J., Spatafora, J.W. (eds.) Systematics and Evolution. Springer Berlin Heidelberg, pp. 373-429.). Não obstante, por ser um grupo polifilético, o que é embasado tanto em características morfológicas como moleculares, as suas condições de vida podem ser diversas, assim como suas estratégias para dispersão dos esporos (Hibbett et al. 1997Hibbett, D.S., Pine, E.M., Langer, E., Langer, G. & Donoghue, M.J. 1997. Evolution of gilled mushrooms and puffballs inferred from ribosomal DNA sequences. Proceedings of the National Academy of Sciences USA 94: 12002-12006., Hibbett & Thorn 2001Hibbett, D.S. & Thorn, R.G. 2001. Basidiomycota: Homobasidiomycetes. In: McLaughlin, D.J., McLaughlin, E.G., Lemke, P.A.: Systematics and Evolution. Vol. VIIB. Berlim: Springer-Verlag, pp. 123-168.).

O Brasil tem como seu primeiro registro de fungo gasteroide a coleta de um espécime do gênero Clathrus P.Micheli ex L., coletado pelo inglês W.J. Burchell no Estado de São Paulo em 1826 e depositado no herbário Kew (K), Reino Unido (Fidalgo 1974Fidalgo, O. 1974. Adições à história da micologia brasileira II. Fungos coletados por William John Burchell. Rickia 6: 1-8.). O Estado de São Paulo possui registros de cerca de 70 espécies de fungos gasteroides, sendo que esse conhecimento foi gerado por estudos de Averna-Saccá (1923)Averna-Saccá, R. 1923. Os gasteromycetes mais comuns nas hortas, nos pomares e nos campos. Boletim de Agricultura 23: 306-318., Bononi et al. (1981Bononi, V.L.R., Trufen, S.F.B. & Grandi, R.A.P. 1981. Fungos macroscópicos do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga depositados no Herbário do Instituto de Botânica. Rickia 9: 37-53., 1984), Baseia & Milanez (2001Baseia, I.G. & Milanez, A.I. 2001. Crucibulum laeve (Huds.) Kambly in cerrado vegetation of São Paulo State, Brazil. Acta Botanica Brasilica 15: 13-16., 2002Baseia, I.G. & Milanez, A.I. 2002. Tulostoma (Gasteromycetes) from the cerrado region, State of São Paulo, Brazil. Acta Botanica Brasilica 16: 9-14., 2003Baseia, I.G. & Milanez, A.I. 2003. Cyathus (Gasteromycetes) in areas of the Brazilian cerrado region, São Paulo State. Mycotaxon 80: 493-502.), Baseia (2005)Baseia, I.G. 2005. Some notes on the genera Bovista and Lycoperdon (Lycoperdaceae) in Brazil. Mycotaxon 91: 81-86., Trierveiler-Pereira & Gugliotta (2020)Trierveiler-Pereira, L. & Gugliotta, A.M. 2020. Primeiro registro do gênero Myriostoma (Geastraceae, Basidiomycota) no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI), São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 47: e512019., entre outros.

As espécies que ocorrem no Estado foram compiladas na lista de Trierveiler-Pereira & Baseia (2009a)Trierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2009a. A checklist of the Brazilian gasteroid fungi (Basidiomycota). Mycotaxon 108: 441-444.. São conhecidas cerca de 10.000 espécies de fungos gasteroides no mundo, e dessas, pelo menos 240 já foram registradas para o Brasil (Trierveiler-Pereira & Baseia 2009aTrierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2009a. A checklist of the Brazilian gasteroid fungi (Basidiomycota). Mycotaxon 108: 441-444.). Na última década, mais de 100 artigos científicos sobre fungos gasteroides envolvendo espécies brasileiras foram publicados (L. Trierveiler-Pereira, dados não publicados), evidenciando a rica diversidade inexplorada desse grupo de organismos.

Desse modo, o presente trabalho tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre os fungos gasteroides no Estado de São Paulo, e consequentemente, no Brasil.

Material e métodos

Os basidiomas foram coletados em diferentes locais do Estado de São Paulo, a saber: município de Buri (23º47’52”S, 48º35’34”W), Angatuba (23º29’24”S, 48º24’46”W), São Miguel Arcanjo (23º52’40”S, 47º59’49”W) e Teodoro Sampaio (22º31’58”S, 52º10’4”W). Buri e Angatuba estão localizados em região de ecótone e a vegetação é de transição entre Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual) e Cerrado. Em São Miguel Arcanjo as coletas foram realizadas em área de Mata Atlântica (Ombrófila Densa Submontana), e em Teodoro Sampaio, a vegetação também é de Mata Atlântica, porém é de Floresta Estacional Semidecidual.

Quando possível, os espécimes foram fotografados in situ e retirados do substrato manualmente ou com auxílio de canivete para posterior análise morfológica. Os materiais foram analisados a olho nu ou em microscópio estereoscópico para observação de suas características macroscópicas. Para análise microscópica, os cortes foram montados entre lâmina e lamínula com KOH 5% (hidróxido de potássio) e floxina 1% (corante citoplasmático) para a observação e medição das microestruturas (basidiósporos, hifas do perídio e capilício, etc.).

Os basidiomas foram secos em estufa elétrica de circulação de ar e examinados seguindo técnicas tradicionais do estudo de gasteromicetos (Calonge 1998Calonge, F.D. 1998. Gasteromycetes. I. Lycoperdales, Nidulariales, Phallales, Sclerodermatales, Tulostomatales. Flora Mycologica Iberica 3: 1-271., Miller & Miller 1988Miller Jr., O.K. & Miller, H.H. 1988. Gasteromycetes: morphology and developmental features. Eureka: Mad River Press.). O material estudado encontra-se depositado na Coleção Micológica do Herbário SPSC (Universidade Federal de São Carlos, Campus Lagoa do Sino, SP).

No presente trabalho são apresentadas discussões sobre as espécies, visto que encontram-se disponíveis em literatura nacional e internacional descrições de espécimes coletados no Brasil e áreas adjacentes. O enquadramento taxonômico dos gêneros nas famílias seguiu o banco de dados Mycobank (https://www.mycobank.org)

Resultados e Discussão

Para este trabalho, foram estudados 25 espécimes de fungos gasteroides coletados ao longo de cinco anos em diferentes regiões do Estado de São Paulo. Foram identificadas 12 espécies, pertencentes aos gêneros Arachnion, Calvatia, Cyathus, Vascellum (Agaricaceae), Abrachium (Clathraceae), Geastrum (Geastraceae), Phallus (Phallaceae) e Scleroderma (Sclerodermataceae). Entre as espécies identificadas, oito são novos registros para o Estado e uma, Vascellum pampeanum, é novo registro para o Brasil.

AGARICACEAE

Arachnion album Schwein., Schrifen Naturf. Ges. Leipzig 1: 59 (1822)

Figuras 1-2

Descrição da espécie: Trierveiler-Pereira et al. (2010)Trierveiler-Pereira, L., Kreisel, H. & Baseia, I.G. 2010. New data on puffballs (Agaricomycetes, Basidiomycota) from the Northeast Region of Brazil. Mycotaxon 111: 411-421..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Buri, Campus Lagoa do Sino da UFSCar, 13-III-2016, J.M. Baltazar & L. Trierveiler-Pereira s.n. (SPSC).

Habitat: basidiomas gregários sobre solo com grama, em área aberta e ensolarada.

A espécie é caracterizada pelos basidiomas pequenos (até 3 cm de diâm.), globosos a subglobosos, perídio branco quando fresco, gleba branca, tornando-se amarelada e, por fim, acinzentada, formada por peridíolos que dão o aspecto granuloso à gleba. Arachnion album é comumente encontrada em solo com grama, porém, foi citada para o Estado de São Paulo, na cidade de Campinas, apenas uma vez, há mais de 100 anos (Sydow & Sydow 1907Sydow, H. & Sydow, P. 1907. Verzeichnis der von Herrn F. Noack in Brasilien gesammelten Pilze. Annales Mycologici 5: 348-363.).

Calvatia fragilis (Vittad.) Morgan, J. Cincinnati Soc. Nat. Hist. 12: 168 (1890)

Descrição da espécie: Cortez et al. (2012)Cortez, V.G., Baseia, I.G. & Silveira, R.M.B. 2012. Gasteroid mycobiota of Rio Grande do Sul, Brazil: Calvatia, Gastropila and Langermannia (Lycoperdaceae). Kew Bulletin 67: 471-482..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Angatuba, bairro Teodoros, área rural, 08-V-2018, L. Trierveiler-Pereira & J.M. Baltazar s.n. (SPSC); ibid., 15-V-2018, L. Trierveiler-Pereira & J.M. Baltazar s.n. (SPSC).

Habitat: basidiomas esparsos pelo campo, sobre solo com grama.

Os basidiomas de C. fragilis são subglobosos, podendo atingir tamanhos consideráveis (cerca de 12 cm de diâm.). A subgleba, que é mais evidente em basidiomas jovens, pode ser inicialmente de coloração amarelo olivácea, depois tornando-se arroxeada. Nos basidiomas mais maduros, a subgleba é bastante reduzida a ausente, característica que a diferencia de Calvatia cyathiformis (Bosc) Morgan. Apesar de ser uma espécie com ampla distribuição nas regiões tropicais e subtropicais do continente americano (Cortez et al. 2012Cortez, V.G., Baseia, I.G. & Silveira, R.M.B. 2012. Gasteroid mycobiota of Rio Grande do Sul, Brazil: Calvatia, Gastropila and Langermannia (Lycoperdaceae). Kew Bulletin 67: 471-482.), trata-se do primeiro registro da espécie para o Estado de São Paulo.

Calvatia guzmanii C.R. Alves & Cortez, Phytotaxa 85 (2): 36 (2013)

Figura 3

Descrição da espécie: Alves & Cortez (2013)Alves, C.R. & Cortez, V.G. 2013. Calvatia guzmanii sp. nov. (Agaricaceae, Basidiomycota) from Paraná State, Brazil. Phytotaxa 85: 35-40..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Angatuba, bairro Guareí Velho, mata ciliar, 29-II-2020, L. Trierveiler-Pereira & J.M. Baltazar s.n. (SPSC).

Habitat: basidiomas esparsos na serrapilheira, sobre solo dentro da mata.

A espécie é caracterizada pelo basidioma turbinado, cerca de 7 cm de altura, e exoperídio marrom avermelhado coberto de pequenos espinhos densamente agrupados. Conforme o basidioma amadurece, o exoperídio se desfaz em placas para exibir a gleba amarelada. A subgleba é presente e bem desenvolvida, ocupando cerca de 2/3 a 1/2 do tamanho total do basidioma (Alves & Cortez 2013Alves, C.R. & Cortez, V.G. 2013. Calvatia guzmanii sp. nov. (Agaricaceae, Basidiomycota) from Paraná State, Brazil. Phytotaxa 85: 35-40.).

Cyathus julietae H.J. Brodie, Svensk bot. Tidskr. 61: 94 (1967)

Figura 4

Descrição: Trierveiler-Pereira & Baseia (2009b)Trierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2009b. Revision of the Herbarium URM IV. Nidulariaceae (Basidiomycota). Nova Hedwigia 89: 361-369..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Buri, Campus Lagoa do Sino da UFSCar 08-V-2017, N.S.R. Fernandes 01 (SPSC); ibid., 02-VI-2017, J.M. Baltazar s.n. (SPSC); ibid., 20-XI-2017, N.S.R. Fernandes 07 & J.M. Baltazar (SPSC); ibid., 20-XII-2018, N.S.R. Fernandes 13 (SPSC); ibid., 20-XII-2018, N.S.R. Fernandes & J.M. Baltazar 14 (SPSC); ibid., 20-XII-2018, N.S.R. Fernandes 15 & J.M. Baltazar (SPSC).

Figuras 1-4
Espécies de fungos gasteroides do Estado de São Paulo, Brasil. 1. Basidiomas de Arachnion album Schwein. in situ (escala = 2,0 cm). 2. Seção longitudinal de um basidioma de A. album (escala = 1,5 cm). 3. Basidioma de Calvatia guzmanii C.R. Alves & Cortez in situ (escala = 2,5 cm). 4. Basidioma de Cyathus julietae H.J. Brodie em corte longitudinal (escala = 0,2 cm). Fotografias de Larissa Trierveiler-Pereira.
Figures 1-4
Gasteroid fungi from the State of São Paulo, Brazil. 1. Basidiomes of Arachnion album Schwein. in situ (scale = 2.0 cm). 2. Longitudinal section of A. album (scale = 1.5 cm). 3. Basidiome of Calvatia guzmanii C.R. Alves & Cortez in situ (scale = 2.5 cm). 4. Basidiome of Cyathus julietae H.J. Brodie in longitudinal section (scale = 0.2 cm). Photographs by Larissa Trierveiler-Pereira.

Habitat: basidiomas gregários sobre madeira em decomposição, interior de mata. Também foram encontrados basidiomas sobre galhos de araucária em decomposição.

Cyathus julietae apresenta basidiomas não estriados externamente, sendo que na porção interna algumas linhas de estrias podem ocorrer, mas não sulcos verdadeiros. A coloração externa é marrom amarelada e a interna é cinza amarelada. Os peridíolos possuem uma coloração acinzentada, em tons de cinzas claros, com presença de túnica. O peridíolo apresenta córtex simples com túnica e os basidiósporos medem até 10 µm de comprimento (Trierveiler-Pereira & Baseia 2009bTrierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2009b. Revision of the Herbarium URM IV. Nidulariaceae (Basidiomycota). Nova Hedwigia 89: 361-369.). Esse é o primeiro registro da espécie para o Estado de São Paulo.

Vascellum pampeanum (Speg.) Homrich, Can. J. Bot. 66(7): 1286 (1988)

Figuras 5-8

Descrição da espécie: Homrich & Wright (1988)Homrich, M.H. & Wright, J.E. 1988. South American Gasteromycetes. II. The genus Vascellum. Canadian Journal of Botany 66: 1285-1307..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Angatuba, Bairro Serraria, 14-IX-2019, Trierveiler-Pereira s.n. (SPSC).

Habitat: basidiomas gregários sobre solo com grama.

As características do material coletado coincidem com a descrição apresentada por Homrich & Wright (1988)Homrich, M.H. & Wright, J.E. 1988. South American Gasteromycetes. II. The genus Vascellum. Canadian Journal of Botany 66: 1285-1307. para o material argentino de V. pampeanum. Os basidiomas são de 2 a 3 cm de diâm., de forma globosa-achatada, com a porção central exibindo uma margem distinta, sendo que a porção superior é hemisférica e a porção basal é obocônica, com grande semelhança morfológica à figura 73 apresentada por Homrich & Wright (1988)Homrich, M.H. & Wright, J.E. 1988. South American Gasteromycetes. II. The genus Vascellum. Canadian Journal of Botany 66: 1285-1307.. O diafragma é presente e evidente (figura 7), característica que separa a espécie de Lycoperdon marginatum Vittad. de acordo com Kreisel (1993)Kreisel, H. 1993. A key to Vascellum (Gasteromycetidae) with some floristic notes. Blyttia 51: 125-129.. O exoperídio é formado por pequenos espinhos esbranquiçados, sendo que essa camada se fragmenta e cai, exibindo assim o endoperídio amarronzado e áspero (Figura 6), com poro apical evidente (Figura 5). A textura áspera do endoperídio se deve à presença micoesclereídeos (Figura 8), que estão distribuídos por toda a superfície e não restritos apenas à região do entorno do poro apical. Os basidiósporos são globosos, de 3,5-4 µm de diâm., em massa oliváceos a marrom-esverdeados, aparentam ser lisos ao microscópio óptico, porém possuem ornamentação delicada em MEV (Homrich & Wright 1988Homrich, M.H. & Wright, J.E. 1988. South American Gasteromycetes. II. The genus Vascellum. Canadian Journal of Botany 66: 1285-1307., figuras 88 to 89). O eucapilício está presente, sendo este amarelo amarronzado, com até 7 µm de diâm. Vascellum pampeanum foi descrita para Argentina e aqui é registrada pela primeira vez no Brasil.

Figuras 5-8
Espécie de fungo gasteroide do Estado de São Paulo, Brasil. Vascellum pampeanum (Speg.) Homrich. 5. Basidiomas in situ (escala = 1,0 cm). 6. Detalhe do exoperídio com espinhos esbranquiçados e endoperídio amarronzado com superfície áspera (escala = 0,2 cm). 7. Corte longitudinal do basidioma, com destaque para o diafragma (seta vermelha) acima da subgleba esponjosa (escala = 2,6 cm). 8. Micoesclereídeos do endeoperídio (escala = 50 µm). Fotografias de Larissa Trierveiler-Pereira.
Figures 5-8
Gasteroid fungus from the State of São Paulo, Brazil. Vascellum pampeanum (Speg.) Homrich. 5. Basidiomes in situ (scale = 1.0 cm). 6. Exoperidium with whitish spines and endoperidium with rough surface (scale = 0.2 cm). 7. Basidiome longitudinal section, with diaphragm (red arrow) above the spongy subgleba (scale = 2.6 cm). 8. Mycosclereids from the endoperidial layer (scale = 50 µm). Photographs by Larissa Trierveiler-Pereira.

CLATHRACEAE

Abrachium floriforme (Baseia & Calonge) Baseia & T.S. Cabral, Mycotaxon 119: 424 (2012)

Figura 9

Descrição: Cabral et al. (2012)Cabral, T.S., Marinho, P., Goto, B.T. & Baseia, I.G. 2012. Abrachium, a new genus in the Clathraceae, and Itajahya reassessed. Mycotaxon 119: 419-429..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Buri, Fazenda Floresta, 25-XI-2017, N.S.R. Fernandes 08 et al. (SPSC).

Habitat: basidioma solitário, sobre solo entre serapilheira.

A espécie possui receptáculo em formato de flor e apresenta tons que variam de amarelo a alaranjado, com a gleba concentrada num disco avermelhado e perfurado no centro do receptáculo. Abrachium floriforme havia sido descrita inicialmente em Aseroë Labill., mas foi segregada em um novo gênero com base em dados moleculares (Cabral et al.2012). Apesar de já ter sido fotografada em uma localidade do Estado de São Paulo, no município de São Sebastião (Trierveiler-Pereira & Baseia 2011Trierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2011.Contribution to the knowledge of gasteroid fungi (Agaricomycetes, Basidiomycota) from the state of Paraíba, Brazil. Revista Brasileira de Biociências 9: 167-173.), essa é a primeira coleta da espécie no Estado.

GEASTRACEAE

Geastrum argentinum Speg., Anal. Mus. Nac. Bs. As. 6: 193 (1899)

Figura 10

Descrição: Zamora et al. (2014)Zamora, J.C., Kuhar, F., Castiglia, V. & Papinutti, L. 2014. On Geastrum argentinum, a forgotten species. Mycoscience 55:177-182..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Buri, Campus Lagoa do Sino (UFSCar), 11-X-2018, J.M.B s.n (SPSC).

Habitat: sobre matéria orgânica vegetal em decomposição, no interior da mata.

A espécie forma subículo branco no substrato de onde frutificam os basidiomas. Uma característica importante de G. argentinum é a morfologia da capa micelial: cor marrom avermelhada, consistência coriácea e a tendência da mesma de se desprender do basidioma. O endoperídio é escuro e o peristômio fibriloso não é delimitado. A espécie possui características que a aproximam da descrição de G. javanicum Lév., mas de acordo com Zamora et al. (2014)Zamora, J.C., Kuhar, F., Castiglia, V. & Papinutti, L. 2014. On Geastrum argentinum, a forgotten species. Mycoscience 55:177-182., esse táxon ainda necessita de mais dados quanto ao seu status de espécie e distribuição geográfica.

Geastrum minimum Schwein., Schr. naturf. Ges. Leipzig 1: 58 (1822)

Figura 11

Descrição: Alves & Cortez (2016)Alves, C.R. & Cortez, V.G. 2016. Gasteroid Phallomycetidae (Basidiomycota) from the Parque Estadual São Camilo, Paraná, Brazil. Iheringia, Série Botânica 71: 27-42..

Figuras 9-12
Espécies de fungos gasteroides do Estado de São Paulo, Brasil. 9. Basidioma de Abrachium floriforme (Baseia & Calonge) Baseia & T.S. Cabral in situ (detalhe do receptáculo) (escala = 3,5 cm). 10. Basidioma de Geastrum argentinum Speg. in situ (escala = 1,5 cm). 11. Basidioma de Geastrum minimum Schwein. ex situ (escala = 1,0 cm). 12. Basidioma de Geastrum violaceum Rick in situ (escala = 1,0 cm). Fotografias de: 9 e 10. Natiele Fernades; 11. Larissa Trierveiler-Pereira; 12. Wilton Teixeira.
Figures 9-12
Gasteroid fungi from the State of São Paulo, Brazil. 9. Basidiome of Abrachium floriforme (Baseia & Calonge) Baseia & T.S. Cabral in situ (receptacle detail) (scale = 3.5 cm). 10. Basidiome of Geastrum argentinum Speg. in situ (scale = 1.5 cm). 11. Basidiome of Geastrum minimum Schwein. ex situ (scale = 1.0 cm). 12. Basidiome of Geastrum violaceum Rick in situ (scale = 1.0 cm). Photographs by: 9 and 10. Natiele Fernades; 11. Larissa Trierveiler-Pereira; 12. Wilton Teixeira.

Material examinado: BRASIL, SÃO PAULO: Buri, Campus Lagoa do Sino da UFSCar, 23-XI-2018, N.S.R. Fernandes 19 (SPSC).

Habitat: basidiomas gregários entre serapilheira, sobre o solo, no interior da mata.

A espécie, cujos basidiomas parecem pequenas estrelas terrestres, é caracterizada pelo endoperídio estipitado de cor cinza claro (que variam de 6 a 12 mm) e basidiomas pequenos. O peristômio é finamente fimbriado e distintamente delimitado. Trata-se do primeiro registro da espécie para a região Sudeste do Brasil.

Geastrum violaceum Rick, Brotéria, Sér. Bot. 5: 26 (1906)

Figura 12

Descrição da espécie: Trierveiler-Pereira & Silveira (2012)Trierveiler-Pereira, L. & Silveira, R.M. 2012. On the Geastrum species (Geastraceae, Basidiomycota) described by Rick. Phytotaxa 61: 37-46..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Teodoro Sampaio, Parque Estadual Morro do Diabo, 09-II-2020, W.F. Teixeira s.n. (SPSC); ibid., 15-II-2020, W.F. Teixeira s.n. (SPSC).

Habitat: basidiomas isolados a gregários na serapilheira, em área de mata.

Os basidiomas dessa espécie de Geastrum são especialmente fáceis de serem identificados devido a coloração lilás a arroxeada do exoperídio. Ainda, a morfologia do endoperídio é bastante característica devido a sua forma gutulada, cor marrom acinzentada escura e peristômio com poucas pregas delicadas. Geastrum violaceum foi originalmente descrita para o Rio Grande do Sul (Trierveiler-Pereira & Silveira 2012Trierveiler-Pereira, L. & Silveira, R.M. 2012. On the Geastrum species (Geastraceae, Basidiomycota) described by Rick. Phytotaxa 61: 37-46.), mas também há registros de sua ocorrência para o nordeste do país (Sousa et al. 2014Sousa, J.O., Morais, L.A., Nascimento, Y.M. & Baseia, I.G. 2014. Updates on the geographic distribution of three Geastrum species from Brazilian semi-arid region. Mycosphere 5: 467-474.), para a Argentina (Hernández Caffot et al. 2014Hernández Caffot, M.L., Domínguez, L.S. & Urcelay, C. 2014. El género Geastrum en Argentina: adiciones a la Región Chaqueña. Lilloa 51: 60-65.), Paraguai (Campi et al. 2013Campi, M., Madrignac, B., Flecha, A., Ortellado, A. & Gullón, M.A. 2013. Geastrum violaceum Rick (Geastraceae, Basidiomycota), nuevo registro para Paraguay. Reportes Científicos de la FACEN 4(2): 15-18.) e México (Bautista-Hernández et al. 2015Bautista-Hernández, S., Aguirre-Acosta, E., Raymundo, T., Herrera, T., Cifuentes, J., Capello-García, S. & Valenzuela, R. 2015. Geastrum violaceum, registro nuevo para México. Revista Mexicana de Biodiversidad 86: 569-572.). Esse é o primeiro registro da espécie para a região Sudeste do Brasil.

PHALLACEAE

Phallus glutinolens (Möller) Kuntze, Revis. gen. pl. (Leipzig) 3(3): 502 (1898)

Figuras 13-14

Descrição: Trierveiler-Pereira et al. (2009)Trierveiler-Pereira, L., Loguercio-Leite, C., Calonge, F.D. & Baseia, I.G. 2009. An emendation of Phallus glutinolens. Mycological Progress 8: 377-380..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: São Miguel Arcanjo, RPPN Parque do Zizo, 13-II-2020, J.M. Baltazar & Trierveiler-Pereira s.n. (SPSC).

Figuras 13-16
Espécies de fungos gasteroides do Estado de São Paulo, Brasil. 13. Basidioma imaturo de Phallus glutinolens (Möller) Kuntze in situ (escala = 3,0 cm). 14. Basidioma imaturo de P. glutinolens em corte longitudinal (escala = 1,5 cm). 15. Basidioma de Phallus rubicundus (Bosc) Fr. (detalhe do receptáculo) (escala = 3,0 cm). 16. Basidiomas imaturos de P. rubicundus, um de coloração esbranquiçada (esquerda) e um de coloração arroxeada (direita) (escala = 2,5 cm). Fotografias de Larissa Trierveiler-Pereira.
Figures 13-16
Gasteroid fungi from the State of São Paulo, Brazil. 13. Immature basidiome of Phallus glutinolens (Möller) Kuntze in situ (scale = 3.0 cm). 14. Immature basidiome of P. glutinolens in longitudinal section (scale = 1.5 cm). 15. Basidiome of P. rubicundus (Bosc) Fr.(receptacle detail) (scale = 3.0 cm). 16. Immature basidiomes of Phallus rubicundus, one whitish (left) and one purplish (right) (scale = 2.5 cm). Photographs by Larissa Trierveiler-Pereira.

Habitat: basidioma isolado, encontrado em tronco morto com grande acúmulo de matéria orgânica em decomposição, entre briófitas.

O basidioma coletado ainda não estava expandido, porém pode ser reconhecido devido algumas características típicas da espécie: camada externa da volva de coloração bege a marrom clara, com zonas e escamas amarronzadas, camada interna da volva com superfície de coloração amarelada (amarelo-gema), e o receptáculo de forma globosa-achatada (Trierveiler-Pereira et al. 2009Trierveiler-Pereira, L., Loguercio-Leite, C., Calonge, F.D. & Baseia, I.G. 2009. An emendation of Phallus glutinolens. Mycological Progress 8: 377-380.). Alguns basidiósporos maduros encontrados no espécime coletado são de 4-4,2 × 1,5-2 µm, marrom esverdeados, o que coincide com a descrição da espécie. A espécie é conhecida para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Trierveiler-Pereira et al. 2019Trierveiler-Pereira, L., Meijer, A.A.R. & Silveira, R.M. 2019. Phallales (Agaricomycetes, Fungi) from Southern Brazil. Studies in Fungi 4: 162-184.), sendo esse o primeiro registro de P. glutinolens para a região Sudeste do país.

Phallus rubicundus (Bosc) Fr., Syst. mycol. (Lundae) 2(2): 284 (1823)

Figuras 15-16

Descrição: Cortez & Silva-Filho (2017)Cortez, V.G. & Silva-Filho, A.G.S. 2017. Phallus rubicundus in South Brazil. Studies in Fungi 2: 59-63..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Buri, Campus Lagoa do Sino da UFSCar, 10-V-2017, N.S.R. Fernandes 2 (SPSC); ibid., 11-V-2017, N.S.R. Fernandes 3 (SPSC); ibid.,07-VI-2017, J.M. Baltazar & J.P. s.n. (SPSC); ibid., 01-XI-2017, N.S.R. Fernandes & J.M. Baltazar 5 (SPSC); ibid., 30-XI-2017, N.S.R. Fernandes 11 (SPSC); ibid., 30-XI-2017, J.M. Baltazar s.n. (SPSC).

Material adicional examinado: BRASIL. São Paulo: Cananéia, Ilha do Cardoso, XI-1982, V.L.R. Bononi & S.F.B. Trufem s.n. (SP-Fungi 178206).

Habitat: basidiomas isolados a gregários, sobre solo com cobertura de matéria orgânica (folhas, galhos secos) e serragem, em área aberta.

O basidioma da espécie é caracterizado por seu pseudostipe amarelo alaranjado a vermelho, ausência de indúsio e receptáculo com superfície rugulosa. Phallus rubicundus foi relatada apenas uma única vez para o Estado de São Paulo por Bononi et al. (1984)Bononi, V.L.R., Guzmán, G. & Capelari, M. 1984. Basidiomicetos do Parque Estadual da Ilha do Cardoso V: Gasteromicetos. Rickia 11: 91-97., com base em um espécime coletado na Ilha do Cardoso. Entretanto, o voucher (SP-Fungi 178206) não se encontra mais preservado. Após 30 anos, a espécie é novamente coletada no Estado de São Paulo. Além disso, pela primeira vez se registra a coloração arroxeada na volva, tendo sido anteriormente descrita somente como branca, representando assim uma novidade morfológica para essa espécie.

SCLERODERMATACEAE

Scleroderma areolatum Ehrenb., Sylv. mycol. berol. (Berlin): 27 (1818)

Descrição: Nouhra et al. (2012)Nouhra, E.R., Hernández Caffot, M.L., Pastor, N. & Crespo, E.M. 2012. The species of Scleroderma from Argentina, including a new species from the Nothofagus forest. Mycologia 104: 488-495..

Material examinado: BRASIL. São Paulo: Buri. Campus Lagoa do Sino da UFSCar, 23-XI-2018, N.S.R. Fernandes 21 (SPSC); ibid., 23-XI-2018, N.S.R. Fernandes 22 (SPSC).

Habitat: basidiomas isolados a esparsos, sobre solo, em associação com Eucalyptus sp.

Os basidiomas de Scleroderma areolatum possuem o perídio fino (800-1000 µm de espessura) e de coloração amarelada (Nouhra et al. 2012Nouhra, E.R., Hernández Caffot, M.L., Pastor, N. & Crespo, E.M. 2012. The species of Scleroderma from Argentina, including a new species from the Nothofagus forest. Mycologia 104: 488-495.). Os basidiósporos são globosos, marrom amarelados, 10,5-15 µm de diâm., equinulados, sem padrão de ornamentação reticulado. Trata-se de uma espécie exótica, que forma relações ectomicorrízicas com espécies de plantas introduzidas, como o eucalipto. Scleroderma areolatum é um novo registro para o Estado de São Paulo.

Agradecimentos

Agradecemos pelo apoio financeiro: PIBIC/CNPq/UFSCar 2017/2018, pela bolsa para a primeira autora, e ao CNPq, pelo auxílio concedido por meio da Chamada Universal CNPq/2016 (Processo 422514/2016-0). Ainda, agradecemos aos integrantes da ONG EcoRoad (Angatuba), pelo auxílio nas coletas; ao Guilherme Muniz pelo auxílio na expedição à RPPN Parque do Zizo (São Miguel Arcanjo); aos proprietários e funcionários da Fazenda Floresta (Buri, SP), pelo acesso à área e apoio durante as atividades de campo; e ao Instituto Florestal (COTEC) e à direção do PEMD (Teodoro Sampaio-SP), pela autorização de coleta.

Literatura citada

  • Alexopoulos, C.J., Mims, C.W. & Blackwell, M. 1996. Introductory Mycology. 4 ed. Nova Iorque: John Wiley & Sons.
  • Alves, C.R. & Cortez, V.G. 2013. Calvatia guzmanii sp. nov. (Agaricaceae, Basidiomycota) from Paraná State, Brazil. Phytotaxa 85: 35-40.
  • Alves, C.R. & Cortez, V.G. 2016. Gasteroid Phallomycetidae (Basidiomycota) from the Parque Estadual São Camilo, Paraná, Brazil. Iheringia, Série Botânica 71: 27-42.
  • Averna-Saccá, R. 1923. Os gasteromycetes mais comuns nas hortas, nos pomares e nos campos. Boletim de Agricultura 23: 306-318.
  • Baseia, I.G. 2005. Some notes on the genera Bovista and Lycoperdon (Lycoperdaceae) in Brazil. Mycotaxon 91: 81-86.
  • Baseia, I.G. & Milanez, A.I. 2001. Crucibulum laeve (Huds.) Kambly in cerrado vegetation of São Paulo State, Brazil. Acta Botanica Brasilica 15: 13-16.
  • Baseia, I.G. & Milanez, A.I. 2002. Tulostoma (Gasteromycetes) from the cerrado region, State of São Paulo, Brazil. Acta Botanica Brasilica 16: 9-14.
  • Baseia, I.G. & Milanez, A.I. 2003. Cyathus (Gasteromycetes) in areas of the Brazilian cerrado region, São Paulo State. Mycotaxon 80: 493-502.
  • Bautista-Hernández, S., Aguirre-Acosta, E., Raymundo, T., Herrera, T., Cifuentes, J., Capello-García, S. & Valenzuela, R. 2015. Geastrum violaceum, registro nuevo para México. Revista Mexicana de Biodiversidad 86: 569-572.
  • Bononi, V.L.R., Trufen, S.F.B. & Grandi, R.A.P. 1981. Fungos macroscópicos do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga depositados no Herbário do Instituto de Botânica. Rickia 9: 37-53.
  • Bononi, V.L.R., Guzmán, G. & Capelari, M. 1984. Basidiomicetos do Parque Estadual da Ilha do Cardoso V: Gasteromicetos. Rickia 11: 91-97.
  • Cabral, T.S., Marinho, P., Goto, B.T. & Baseia, I.G. 2012. Abrachium, a new genus in the Clathraceae, and Itajahya reassessed. Mycotaxon 119: 419-429.
  • Campi, M., Madrignac, B., Flecha, A., Ortellado, A. & Gullón, M.A. 2013. Geastrum violaceum Rick (Geastraceae, Basidiomycota), nuevo registro para Paraguay. Reportes Científicos de la FACEN 4(2): 15-18.
  • Calonge, F.D. 1998. Gasteromycetes. I. Lycoperdales, Nidulariales, Phallales, Sclerodermatales, Tulostomatales. Flora Mycologica Iberica 3: 1-271.
  • Cortez, V.G. & Silva-Filho, A.G.S. 2017. Phallus rubicundus in South Brazil. Studies in Fungi 2: 59-63.
  • Cortez, V.G., Baseia, I.G. & Silveira, R.M.B. 2012. Gasteroid mycobiota of Rio Grande do Sul, Brazil: Calvatia, Gastropila and Langermannia (Lycoperdaceae). Kew Bulletin 67: 471-482.
  • Fidalgo, O. 1974. Adições à história da micologia brasileira II. Fungos coletados por William John Burchell. Rickia 6: 1-8.
  • Hernández Caffot, M.L., Domínguez, L.S. & Urcelay, C. 2014. El género Geastrum en Argentina: adiciones a la Región Chaqueña. Lilloa 51: 60-65.
  • Hibbett, D.S. & Thorn, R.G. 2001. Basidiomycota: Homobasidiomycetes. In: McLaughlin, D.J., McLaughlin, E.G., Lemke, P.A.: Systematics and Evolution. Vol. VIIB. Berlim: Springer-Verlag, pp. 123-168.
  • Hibbett, D.S., Pine, E.M., Langer, E., Langer, G. & Donoghue, M.J. 1997. Evolution of gilled mushrooms and puffballs inferred from ribosomal DNA sequences. Proceedings of the National Academy of Sciences USA 94: 12002-12006.
  • Hibbett, D.S., Bauer, R., Binder, M., Giachini, A.J., Hosaka, K., Justo, A., Larsson, E., Larsson, K.H., Lawrey, J.D., Miettinen, O., Nagy, L.G., Nilsson, R.H., Weiss, M. & Thorn, R.G. 2014. Agaricomycetes. In: McLaughlin, D.J., Spatafora, J.W. (eds.) Systematics and Evolution. Springer Berlin Heidelberg, pp. 373-429.
  • Homrich, M.H. & Wright, J.E. 1988. South American Gasteromycetes. II. The genus Vascellum Canadian Journal of Botany 66: 1285-1307.
  • Kreisel, H. 1993. A key to Vascellum (Gasteromycetidae) with some floristic notes. Blyttia 51: 125-129.
  • Miller Jr., O.K. & Miller, H.H. 1988. Gasteromycetes: morphology and developmental features. Eureka: Mad River Press.
  • Nouhra, E.R., Hernández Caffot, M.L., Pastor, N. & Crespo, E.M. 2012. The species of Scleroderma from Argentina, including a new species from the Nothofagus forest. Mycologia 104: 488-495.
  • Sousa, J.O., Morais, L.A., Nascimento, Y.M. & Baseia, I.G. 2014. Updates on the geographic distribution of three Geastrum species from Brazilian semi-arid region. Mycosphere 5: 467-474.
  • Sydow, H. & Sydow, P. 1907. Verzeichnis der von Herrn F. Noack in Brasilien gesammelten Pilze. Annales Mycologici 5: 348-363.
  • Trierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2009a. A checklist of the Brazilian gasteroid fungi (Basidiomycota). Mycotaxon 108: 441-444.
  • Trierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2009b. Revision of the Herbarium URM IV. Nidulariaceae (Basidiomycota). Nova Hedwigia 89: 361-369.
  • Trierveiler-Pereira, L. & Baseia, I.G. 2011.Contribution to the knowledge of gasteroid fungi (Agaricomycetes, Basidiomycota) from the state of Paraíba, Brazil. Revista Brasileira de Biociências 9: 167-173.
  • Trierveiler-Pereira, L. & Gugliotta, A.M. 2020. Primeiro registro do gênero Myriostoma (Geastraceae, Basidiomycota) no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI), São Paulo, SP, Brasil. Hoehnea 47: e512019.
  • Trierveiler-Pereira, L. & Silveira, R.M. 2012. On the Geastrum species (Geastraceae, Basidiomycota) described by Rick. Phytotaxa 61: 37-46.
  • Trierveiler-Pereira, L., Kreisel, H. & Baseia, I.G. 2010. New data on puffballs (Agaricomycetes, Basidiomycota) from the Northeast Region of Brazil. Mycotaxon 111: 411-421.
  • Trierveiler-Pereira, L., Loguercio-Leite, C., Calonge, F.D. & Baseia, I.G. 2009. An emendation of Phallus glutinolens Mycological Progress 8: 377-380.
  • Trierveiler-Pereira, L., Meijer, A.A.R. & Silveira, R.M. 2019. Phallales (Agaricomycetes, Fungi) from Southern Brazil. Studies in Fungi 4: 162-184.
  • Zamora, J.C., Kuhar, F., Castiglia, V. & Papinutti, L. 2014. On Geastrum argentinum, a forgotten species. Mycoscience 55:177-182.
Editor Associado: Viviana Motato-Vásquez

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Dez 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    05 Maio 2020
  • Aceito
    20 Nov 2020
Instituto de Pesquisas Ambientais Av. Miguel Stefano, 3687 , 04301-902 São Paulo – SP / Brasil, Tel.: 55 11 5067-6057, Fax; 55 11 5073-3678 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: hoehneaibt@gmail.com