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Convolvulaceae Juss. em áreas urbanas de Vitória da Conquista, Estado da Bahia, Brasil1 1. Parte do Trabalho de Conclusão de Curso do primeiro Autor

Convolvulaceae Juss. in urban areas of Vitória da Conquista, Bahia State, Brazil

RESUMO

Convolvulaceae Juss. é uma das importantes famílias de hábito trepador, presente na flora brasileira e na Bahia. Objetivou-se analisar a ocorrência das Convolvulaceae na cidade de Vitória da Conquista. Foram registradas para a cidade 19 espécies: Cuscuta americana, Dichondra macrocalyx, Distimake aegyptius, D. cissoides, D. macrocalyx, Evolvulus alsinoides, E. glomeratus, E. latifolius, Ipomoea alba, I. aminicola, I. batatas, I. carnea, I. eriocalyx, I. incarnata, I. nil, I. purpurea, I. ramosissima, Jacquemontia glaucescens e J. nodiflora. Destas, Cuscuta americana, Dichondra macrocalyx, Evolvulus alsinoides, Ipomoea alba, I. amnicola, I. carnea, I. eriocalyx, I. nil, I. purpurea, I. ramosissima e Jacquemontia glaucescens são novos registros para o município. Distimake macrocalyx, Ipomoea aminicola e Jacquemontia glaucescens foram as espécies mais frequentes.

Palavras-chave:
Flora Neotropical; Nordeste do Brasil; Semiárido; Solanales

ABSTRACT

Convolvulaceae Juss. it is one of the important climbing habit families present in the Brazilian flora and in Bahia. The aim of this work is to analyze the occurrence of Convolvulaceae in the city of Vitória da Conquista. The following 19 species were registered for the city: Cuscuta americana, Dichondra macrocalyx, Distimake aegyptius, D. cissoides, D. macrocalyx, Evolvulus alsinoides, E. glomeratus, E. latifolius, Ipomoea alba, I. aminicola, I. batatas, I. carnea, I. eriocalyx, I. incarnata, I. nil, I. purpurea, I. ramosissima, Jacquemontia glaucescens e J. nodiflora. Of these, Cuscuta americana, Dichondra macrocalyx, Evolvulus alsinoides, Ipomoea alba, I. amnicola, I. carnea, I. eriocalyx, I. nil, I. purpurea, I. ramosissima and Jacquemontia glaucescens are new records for the municipality. Distimake macrocalyx, Ipomoea aminicola and Jacquemontia glaucescens were the most frequent species.

Keywords:
Neotropical Flora; Northeast Brazil; Semiarid; Solanales

Introdução

Convolvulaceae Juss. que tem como espécie mais conhecida a batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.), está no clado das Angiospermas dentro da ordem Solanales (APG IV 2016Angiosperm Phylogeny Group (APG). 2016. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society 181: 1-20.). Possui distribuição predominantemente tropical cujas espécies, na sua maioria, apresentam-se como lianas sem gavinhas, mas podem ser rizomatosas e ocasionalmente holoparasitas (Cuscuta L.). Eventualmente, apresentam formas arbóreas isoladas, geralmente com flores diclamídeas, actinomorfas e folhas alternas, simples (Judd et al. 2009Judd, W.S., Campbell, C.S., Kellogg, E.A., Stevens, P.F. & Donoghu, M.J. 2009. Sistemática vegetal: um enfoque filogenético. 3ª ed., Artmed. Porto Alegre., Simão-Bianchini & Pirani 1997Simão-Bianchini, R. & Pirani, J.R. 1997. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Convolvulaceae. Rodriguésia 16: 125-149.).

Além do uso alimentício da Ipomoea batatas, outras espécies também possuem interesse econômico, como a azulzinha (Evolvulus glomeratus Ness & Mart.), a gota-de-orvalho (Evolvulus pusillus Choisy) e a esqueletinha-de-jardim (Ipomoea quamoclit L.) que são ornamentais. Há também aquelas de uso medicinal, por exemplo, a batata-de-purga (Operculina macrocarpa (L.) Urb.) que é usada como laxante, purgativo e depurativo (Souza & Lorenzi 2019Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2019. Botânica sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG IV. 4 ed. Jardim Botânico Plantarum. Nova Odessa, SP., Michelin & Salgado 2004Michelin, D.C. & Salgado, H.R.N. 2004. Avaliação da atividade laxante de Operculina macrocarpa L. Urban (Convolvulaceae). Revista Brasileira de Farmacognosia 14: 105-109., Almeida & Albuquerque 2002Almeida, C.F.C.B.R. & Albuquerque, U.P. 2002. Uso e conservação de plantas e animais medicinais no Estado de Pernambuco (nordeste do Brasil): um estudo de caso. Interciência 27: 276-285., Barboza da Silva et al. 2012Barboza da Silva, N.C., Regis, A.C.D., Esquibel, M.A., Santos, J.E.S. & Almeida, M.Z. 2012. Uso de plantas medicinais na comunidade quilombola da Barra II, Bahia, Brasil. Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas 11: 435-453.).

Os gêneros da família estão distribuídos por todos os biomas do Brasil, porém, a grande maioria se encontra no Cerrado e na Caatinga, que se deve ao fato desses biomas conterem mais áreas abertas favorecendo estas espécies que têm hábito trepador e herbáceo (Moreira & Pigozzo 2015Moreira, A.L.C. & Pigozzo, C.M. 2015. Composição florística da família Convovulaceae em diferentes biomas do Estado da Bahia, Brasil. Heringeriana 9: 113-129.). Espécies da família também são encontradas em áreas de restinga na Bahia (Martins 2012Martins, M.L.L. 2012. Fitofisionomia das formações vegetais da Restinga da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaibim, Valença, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 10: 66-73.).

Em seu levantamento para interesse apícola Santos et al. (2006)Santos, R.F., Kiill, L.H.P. & Araújo, J.L.P. 2006. Levantamento da flora melífera de interesse apícola no município de Petrolina-PE. Revista Caatinga 19: 221-227., reconhecem que Convolvulaceae é uma das famílias com o maior número de espécies visitadas por abelhas (Apis mellifera L.) em Petrolina, Estado de Pernambuco. A família também foi citada por Carvalho & Marchini (1999)Carvalho, C.A.L. & Marchini, L.C. 1999. Plantas visitadas por Apis mellifera L. no vale do rio Paraguaçu, Município de Castro Alves, Bahia. Revista Brasileira de Botânica 22: 333-338. como a mais visitada por estas abelhas na Caatinga baiana do município de Castro Alves, mostrando sua importância para a sobrevivência de espécies da fauna.

Dos 25 gêneros e das 421 espécies que ocorrem no Brasil (com 193 endêmicas), Ipomoea L. se sobressai com ca. de 176 espécies e delas 62 são endêmicas. Em segundo lugar, com 72 spp. e 49 endêmicas, há Evolvulus L., que apresenta 70% de sua ocorrência na Caatinga ou Cerrado (BFG 2015BFG-The Brazil Flora Group. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113., Simão-Bianchini & Pirani 2005Simão-Bianchini, R. & Pirani, J.R. 2005. Duas novas espécies de Convolvulaceae de Minas Gerais, Brasil. Hoehnea 32: 295-300., Wood et al. 2020Wood, J.R.I., Rodríguez, P.M., Williams, B.R.M. & Scotland, R.W. 2020. A foundation monograph of Ipomoea (Convolvulaceae) in the New World. PhytoKeys 143: 1-823.). Os gêneros Jacquemontia Choisy e Distimake Raf. (=Merremia Dennst. ex Endl.) possuem 63 (41 endêmicas) e 18 (nove endêmicas) espécies, respectivamente, registradas para o Brasil (BFG 2015BFG-The Brazil Flora Group. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Além de ocorrer em todos os Estados brasileiros, a família é encontrada nas ilhas de Trindade e Fernando de Noronha (BFG 2015BFG-The Brazil Flora Group. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

Já na Bahia existem 196 espécies distribuídas em 16 gêneros, onde Ipomoea também se destaca com 67 espécies, seguida por Evolvulus com 53 e Jacquemontia com 39 espécies. Dos demais gêneros podemos citar Distimake com 10 espécies, Cuscuta com oito e Dichondra J.R.Forst & G.Forst com apenas duas espécies (BFG 2015BFG-The Brazil Flora Group. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

Com o aumento de estudos da família no Nordeste, descobriram-se novas espécies de Convolvulaceae, levando à conclusão de que no Nordeste são registradas mais de 50% das espécies conhecidas no Brasil (Nepomuceno et al. 2016Nepomuceno, S.C., Athiê-Souza, S.M. & Buril, M.T. 2016. Convolvulaceae da Microrregião do Alto Capibaribe, PE, Brasil. Hoehnea 43: 371-386.) e na Bahia encontram-se aproximadamente 46% das espécies brasileiras (BFG 2015BFG-The Brazil Flora Group. 2015. Growing knowledge: an overview of seed plant diversity in Brazil. Rodriguésia 66: 1085-1113.; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

Buscando-se a riqueza de espécies de Convolvulaceae nos diferentes tipos de vegetação da Bahia, Moreira & Pigozzo (2015)Moreira, A.L.C. & Pigozzo, C.M. 2015. Composição florística da família Convovulaceae em diferentes biomas do Estado da Bahia, Brasil. Heringeriana 9: 113-129. concluíram que o ambiente mais rico é o Cerrado com 147 espécies, enquanto a Caatinga possui 128 espécies, seguido da Mata Atlântica com 104 espécies, sendo Evolvulus, Ipomoea e Jacquemontia os gêneros mais ricos em espécies.

Das pesquisas taxonômicas e/ou florísticas voltadas para família na Bahia podemos citar inicialmente a realizada por Falcão (1977)Falcão, J.I.A. 1977. Contribuição ao estudo das convolvuláceas da Bahia. Rodriguésia‎ 29: 41-101., o qual registrou 68 espécies e sete gêneros. Uma segunda importante contribuição para o conhecimento da flora baiana de Convolvulaceae foi desenvolvido por Guedes (1985)Guedes, R.R. 1985. Lista preliminar das angiospermas ocorrentes no Raso da Catarina e arredores, Bahia. Rodriguésia 37: 5-8. que publicou uma lista das Angiospermas do Raso da Catarina, citando a presença de cinco gêneros e 12 espécies de Convolvulaceae.

A família foi amostrada na Chapada Diamantina, no Morro do Pai Inácio por Conceição e Giulietti (2002)Conceição, A.A. & Giulietti, A.M. 2002.Composição florística e aspectos estruturais de campo rupestre em dois platôs do Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Hoehnea 29: 37-48. e em um levantamento de plantas vasculares realizado em Catolés por Zappi (2003)Zappi, D.C. 2003. Lista das plantas vasculares de Catolés, Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Boletim de Botânica 21: 345-398.. Em ambos os trabalhos os autores demonstraram que Convolvulaceae está entre as 20 famílias com o maior número de espécies. Conceição & Pirani (2007)Conceição, A.A. & Pirani, J.R. 2007. Diversidade em quatro áreas de campos rupestres na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: espécies distintas, mas riquezas similares. Rodriguésia 58: 193-206. mostraram a presença de Evolvulus jacobinus Moric. em áreas de campos rupestres na Chapada Diamantina, e Ribeiro-Filho et al. (2009)Ribeiro-Filho, A.A., Funch, L.S. & Rodal, M.J.N. 2009.Composição florística da floresta ciliar do rio Mandassaia, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Rodriguésia 60: 265-276., citam a presença de Jacquemontia montana (Moric.) Meisn. na floresta ciliar do rio Mandassaia no Parque Nacional da Chapada Diamantina.

Moreira & Pigozzo (2015)Moreira, A.L.C. & Pigozzo, C.M. 2015. Composição florística da família Convovulaceae em diferentes biomas do Estado da Bahia, Brasil. Heringeriana 9: 113-129. realizaram um levantamento da composição florística de Convolvulaceae na Bahia e encontraram 13 gêneros e 171 espécies. Diversas publicações generalistas também citam representantes de Convolvulaceae para a Bahia como Neves & Conceição (2010)Neves, S.P.S. & Conceição, A.A. 2010. Campo rupestre recém-queimado na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil: plantas de rebrota e sementes, com espécies endêmicas na rocha. Acta Botanica Brasilica 24: 697-707., Lyra (2011)Lyra, D.H. 2011. Conservação on farm da agrobiodiversidade de sítios familiares em Jequié, Bahia, Brasil. Ceres 58: 69-76., Queiroz et al. (2012)Queiroz, E.P., Cardoso, D.B.O.S. & Ferreira, M.H.S. 2012. Composição florística da vegetação de restinga da APA Rio Capivara, Litoral Norte da Bahia, Brasil. Sitientibus 12: 119-141., Martins (2012)Martins, M.L.L. 2012. Fitofisionomia das formações vegetais da Restinga da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaibim, Valença, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 10: 66-73. e Gomes et al. (2014)Gomes, F.S., Guedes, M.L.S., Valadão, R.M., Prates, A.R.S. & Costa, M.A.A. 2014. Florística e estrutura de um trecho de mata ciliar do rio Carinhanha, Feira da Mata, Bahia, Brasil. Biotemas 27: 41-55., demonstrando que é uma família que se faz presente na flora baiana, claramente perceptível na Figura 1 a.

Sobre a ocorrência de Convolvulaceae no município de Vitória da Conquista podemos citar os trabalhos como o de Lima et al. (2016)Lima, R.S., São José, A.B., Soares, M.R.S, Moreira, E.S., Neto, A.C.A., Cardoso, A.D. & Morais, O.M. 2016. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi no município de Vitória da Conquista, BA. Magistra 28: 390-402. que, em seu estudo sobre ervas daninhas em cultura de feijão-caupi, citam Ipomoea triloba L. para o município; Soares Filho et al. (2016)Soares Filho, A., Paula, A., Santos, A.A., Oliveira, C.V., D’Soares, C.S., Santos, F.S., Carvalho, R.C.F. & Pereira, J.E.S.O. 2016. Plantas ruderais no Planalto Conquistense, Bahia e sua importância. Natureza Online 14: 27-43. em seu trabalho sobre plantas ruderais, registram a presença de seis espécies da família em Vitória da Conquista e Bandeira et al. (2018)Bandeira, A.S., Lima, R.S., Teixeira, E.C., Nunes, R.T.C., Novais, V.R., Souza, U.O. & Públio-Júnior, E. 2018. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. Cultura Agronômica 27(2): 327-340. citaram a ocorrência de I. triloba e Dichondra sericea Sw. Ao todo, incluindo os dados do CRIA (2021)CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
, o município possuía o registro de seis gêneros e 15 espécies (Tabela 1).

Segundo Villagra & Neto (2011)Villagra, B.L.P. & Neto, S.R. 2011. Plantas trepadeiras do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (São Paulo, Brasil). Hoehnea 38: 325-384. existe uma lacuna no estudo de plantas trepadeiras (como ocorre em Convolvulaceae) em comparação a outros grupos de plantas, e que talvez essa escassez se deva ao fato da dificuldade de sua coleta. Assim, este trabalho teve como principal objetivo colaborar para o conhecimento da diversidade de Convolvulaceae no Estado da Bahia, com análise de sua ocorrência na área urbana do município de Vitória da Conquista (região que é transitória entre Caatinga e Mata Atlântica), através de seu levantamento florístico.

Material e Métodos

Área de estudo - O município de Vitória da Conquista está localizado no sudoeste da Bahia, a ca. de 510 km da cidade de Salvador, entre as coordenadas decimais-40.83981ºS,-14.84800ºW e compreende 3.204,5 km2 de área (Figura 1 a, b). É uma região de planalto, com clima subúmido a seco e altitude média de 923 metros. Dentre as cidades baianas é a que registra as temperaturas mais amenas, com média de 20°C (PMVC 2020PMVC. 2020. Prefeitura de Vitória da Conquista. Dados estatísticos. Vitória da Conquista. Disponível em http://www.pmvc.ba.gov.br/ (acesso em 07-III-2018).
http://www.pmvc.ba.gov.br/...
). A vegetação do município é composta principalmente por Mata Atlântica e Caatinga, mas também apresenta Mata-de-cipó, Mata-da-Larga, Carrasco e Mata Fria, banhada pela Bacia do Rio Pardo e Bacia do Rio de Contas, sendo uma área de transição ecológica entre a região úmida e a semiárida (PMVC 2020PMVC. 2020. Prefeitura de Vitória da Conquista. Dados estatísticos. Vitória da Conquista. Disponível em http://www.pmvc.ba.gov.br/ (acesso em 07-III-2018).
http://www.pmvc.ba.gov.br/...
).

Metodologia de coleta - As coletas dos espécimes foram realizadas mensalmente entre os meses de outubro de 2017 a julho de 2019, restringindo-se à zona urbana do município, incluindo as suas áreas de proteção, seguindo Filgueiras et al. (1994)Filgueiras, T.S., Nogueira, P.E., Brochado, A.L. & GualaIi, G.F. 1994. Caminhamento, um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Cadernos de Geociências 12: 39-43. e herborizadas de acordo com a metodologia de Fidalgo & Bononi (1989)Fidalgo, O. & Bononi, V.L.R. 1989. Técnicas de coleta, preservação e herborização de material botânico. 1ª ed. Instituto de Botânica, São Paulo..

A identificação das espécies foi realizada com base em obras como Meissner (1869)Meissner, C.F. 1869. Convolvulaceae. In C.P.F. Martius & A.G. Eichler (eds.). Flora brasiliensis, Frid. Fleischer. Leipzig 7: 295-362., Yuncker (1922)Yuncker, T.G. 1922. Revision of the South American Species of Cuscuta. American Journal of Botany 9: 557-575., van Ooststroom (1934)Van Ooststroom, S.J. 1934. A monograph of the genus Evolvulus. Mededeelingen of the Botanisch Museum no Herbarium van de Rijks 14: 1-267., Falcão (1954)Falcão, J.I.A. 1954. Contribuição ao estudo das espécies brasileiras do gênero Merremia Dennst. Rodriguésia 28/29: 105-125., Simão-Bianchini & Pirani (1997)Simão-Bianchini, R. & Pirani, J.R. 1997. Flora da serra do cipó, Minas Gerais: Convolvulaceae. Rodriguésia 16: 125-149., Stefanović et al. (2003)Stefanović, S., Austin, D.F. & Olmstead, R. 2003. Classification of Convolvulaceae: A Phylogenetic Approach. Systematic Botany 28: 791-806., Junqueira & Simão-Bianchini (2006)Junqueira, M.E.R. & Simão-Bianchini, R. 2006. O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) no município de Morro do Chapéu, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 157-172., Buril & Alves (2011)Buril, M.T. & Alves, M. 2011. Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Convolvulaceae. Rodriguésia 62: 93-105., Buril et al. (2013)Buril, M.T., Delgado-Júnior, G.C., Barbosa, M.R.V. & Alves, M. 2013. Convolvulaceae do Cariri Paraibano, PB, Brasil. Revista Nordestina de Biologia 21: 3-26., Ferreira & Miotto (2013)Ferreira, P.P.A. & Miotto, S.T.S. 2013. O gênero Merremia (Convolvulaceae) na Região Sul do Brasil. Rodriguésia 64: 635-646., Nepomuceno et al. (2016)Nepomuceno, S.C., Athiê-Souza, S.M. & Buril, M.T. 2016. Convolvulaceae da Microrregião do Alto Capibaribe, PE, Brasil. Hoehnea 43: 371-386., Pastore & Simão-Bianchini (2016)Pastore, M. & Simão-Bianchini, R. 2016. Jacquemontia aequisepala (Convolvulaceae), a new species from Brazil. Kew Bulletin 71: 71-26., Simão-Bianchini (2016)Simão-Bianchini, R. 2016. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Convolvulaceae. Rodriguésia 67: 1301-1318., Simões & Staples (2017)Simões, A.R. & Staples, G. 2017. Dissolution of Convolvulaceae tribe Merremieae and a new classification of the constituent genera. Botanical Journal of the Linnean Society 183: 561-586., Athiê-Souza (2017)Athiê-Souza, S.M. 2017. Towards a Better Understanding of the Tribe Aniseieae: Revisiting Aniseia and Iseia (Convolvulaceae). Systematic Botany 42: 590-605., Petrongari (2018)Petrongari, F.S. 2018. New combinations and lectotypifications in Distimake Raf. (Convolvulaceae). Phytotaxa 340: 297-300. e Wood et al.(2020). Além de utilizar as imagens e os dados das coleções dos herbários virtuais presentes no banco de dados do CRIA (2021)CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
e na plataforma da Flora do Brasil (2020). Estes de dados também foram consultados para informações sobre a distribuição das espécies, endemismo e novos registros.

Figura 1
Mapa de distribuição da família Convolvulaceae para o Estado da Bahia, Brasil (a) e para o município de Vitória da Conquista, Estado da Bahia, Brasil (b). Os dados de distribuição são oriundos dos Herbários presentes no Banco de dados do SpeciesLink no CRIA (2021)CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
.
Figure 1
Distribution map of the Convolvulaceae family for the Bahia State, Brazil (a) and to the municipality of Vitória da Conquista, Bahia State, Brazil (b). The distribution data comes from the Herbaria present in the SpeciesLink Database at CRIA (2021)CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
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.

A descrição das espécies foi realizada com o auxílio de uma tabela com características gerais dos gêneros, confeccionada a partir dos dados obtidos dos trabalhos de revisões e/ou florísticos. A terminologia morfológica está de acordo com Simpson (2010)Simpson, M.G. 2010. Plant Systematics. 2nd ed., San Diego: Elsevier Academic Press., Payne (1978)Payne, W.W. 1978. A glossary of plant hair terminology. Brittonia 30: 239-255. e as principais obras de revisões genéricas supracitadas. Na presença de apenas uma espécie pertencente a um gênero, a descrição genérica foi suprimida e alguns detalhes relevantes foram disponibilizados nos comentários taxonômicos. Quando existirem duas ou mais espécies, a descrição genérica englobou todas as características observadas no presente estudo. As fotos de campo e de laboratório foram utilizadas para a confecção das pranchas de ilustração para as espécies.

Resultados e Discussão

De acordo com os dados de Lima et al. (2016)Lima, R.S., São José, A.B., Soares, M.R.S, Moreira, E.S., Neto, A.C.A., Cardoso, A.D. & Morais, O.M. 2016. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi no município de Vitória da Conquista, BA. Magistra 28: 390-402., Soares-Filho et al. (2016), Bandeira et al. (2018)Bandeira, A.S., Lima, R.S., Teixeira, E.C., Nunes, R.T.C., Novais, V.R., Souza, U.O. & Públio-Júnior, E. 2018. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. Cultura Agronômica 27(2): 327-340., CRIA (2021)CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
e os dados do presente trabalho, a família Convolvulaceae está representada no município de Vitória da Conquista por 26 espécies distribuídas entre os gêneros Cuscuta L. (1 sp.), Dichondra J.R.Forst. & G.Forst (2 spp.), Distimake Raf. (3 spp.), Evolvulus L. (6 spp.), Ipomoea L. (11 spp.) e Jacquemontia Choisy (3 spp.), sendo 11 novos registros realizados pelo presente estudo, dois dos quais referem-se a plantas cultivadas (Tabela 1). Esses espécimes foram registrados principalmente em bordas de mata e em áreas de vegetação aberta, sendo Ipomoea o gênero mais diverso em espécies e Distimake o de ocorrência mais comum.

Convolvulaceae Juss., Gen. Pl. 132. 1789.

Árvores, arbustos, ervas ou trepadeiras com seiva leitosa em algumas espécies; rizomas inchados e carnudos ou fibrosos. Folhas simples, inteiras, com lobos pinados, pectinados ou palmadamente compostos, pode ter estípula. Inflorescências axilares, em cimeiras, racemos, panículas ou flores solitárias. Flores completas, actinomorfas, hipóginas, pequenas e discretas a grandes e vistosas, mas fenecem rápido; (3-4)-5 sépalas distintas, imbricadas, iguais ou desiguais, persistentes, ocasionalmente acrescentes nos frutos; (3-4)-5 pétalas unidas, excepcionalmente 6; 5 estames, distintos, epipétalos; pistilo de 2-3(-6) carpelos, ovário 1-4-locular, estiletes 1-2, estigmas variáveis. Frutos cápsulas, loculicidas. Sementes 1-4, glabras ou pubescentes (Austin 1998Austin, D.F. 1998. Convolvulaceae Morning Glory Family. Journal of the Arizona 4: 61-83.).

Tabela 1
Listagem das espécies de Convolvulaceae ocorrentes no município de Vitória da Conquista, Estado da Bahia, Brasil, complementadas com os dados do Species-Link do CRIA, 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
1 e dos trabalhos de Lima et al. 2016Lima, R.S., São José, A.B., Soares, M.R.S, Moreira, E.S., Neto, A.C.A., Cardoso, A.D. & Morais, O.M. 2016. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi no município de Vitória da Conquista, BA. Magistra 28: 390-402.2, Soares-Filho et al. 20163 e Bandeira et al. 2018Bandeira, A.S., Lima, R.S., Teixeira, E.C., Nunes, R.T.C., Novais, V.R., Souza, U.O. & Públio-Júnior, E. 2018. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. Cultura Agronômica 27(2): 327-340.4. Os dados de Endemismo estão seguindo a Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
(EN: Endêmica do Brasil; NEN: Não endêmica), Hábito e Domínios Fitogeográficos (AMA: Amazônia; CAA: Caatinga; CER: Cerrado; MAT: Mata Atlântica; PAN: Pantanal; PAM: Pampa). Os acrônimos dos herbários seguem Thiers (2021)Thiers, B. 2021 (continuously update). Index herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York: New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 23-III-2021).
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
: ALCB: Herbário da Universidade Federal da Bahia, Campus de Ondina; CEPEC: Herbário do Centro de Pesquisas do Cacau; HPL: Herbário do Jardim Botânico Plantarum, HUESBVC: Herbário da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Vitória da Conquista; HVC: Herbário da Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira. ** Não há citação para o Estado da Bahia.
Table 1
List of Convolvulaceae species occurring in the municipality of Vitória da Conquista, Bahia State, Brazil, complemented with data from the Species-Link of CRIA, 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
1 and the work of Lima et al. 2016Lima, R.S., São José, A.B., Soares, M.R.S, Moreira, E.S., Neto, A.C.A., Cardoso, A.D. & Morais, O.M. 2016. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi no município de Vitória da Conquista, BA. Magistra 28: 390-402.2, Soares-Filho et al. 20163 and Bandeira et al. 2018Bandeira, A.S., Lima, R.S., Teixeira, E.C., Nunes, R.T.C., Novais, V.R., Souza, U.O. & Públio-Júnior, E. 2018. Levantamento fitossociológico de plantas daninhas na cultura do feijão-caupi. Cultura Agronômica 27(2): 327-340.4. Data on Endemism are following the Flora of Brazil 2020 (EN: endemic to Brazil; NEN: non-endemic), Habit and Phytogeographic Domains (AMA: Amazon; CAA: Caatinga; CER: Cerrado; MAT: Atlantic Forest; PAN: Pantanal; PAM: Pampa). Herbaria acronyms follow Thiers (2021)Thiers, B. 2021 (continuously update). Index herbariorum: a global directory of public herbaria and associated staff. New York: New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 23-III-2021).
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
: ALCB: Herbarium of Universidade Federal da Bahia, Campus de Ondina; CEPEC: Herbarium of Centro de Pesquisas do Cacau; HPL: Herbarium of Jardim Botânico Plantarum, HUESBVC: Herbarium of Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Vitória da Conquista; HVC: Herbarium of Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira. ** There is no record for Bahia State.
  Chave para as espécies urbanas de Convolvulaceae em Vitória da Conquista, BA, Brasil

1. Ervas volúveis

2. Holoparasitas; folhas ausentes …….…......................................................................................................... Cuscuta americana

2. Autotróficas; folhas presentes

3. Folhas palmatisectas; tricomas simples; anteras espiraladas após a antese

4. Indumento glabrescente; cálice seco e acrescente no fruto ........................................................ Distimake macrocalyx

4. Indumento hirsuto ou viloso; cálice verde ou murcho, não acrescente no fruto

5. Indumento viloso com tricomas tectores e glandulares .............................................................. Distimake cissoides

5. Indumento hirsuto apenas com tricomas tectores ....................................................................... Distimake aegyptius

3. Folhas inteiras ou lobadas; tricomas simples ou estrelados; anteras não espiraladas

6. Folhas elípticas ou ovadas, base redonda; tricomas estrelados; grão de pólen tricolpado

7. Corola alva ou rósea; tricomas com 3 a 5 raios ............................................................ Jacquemontia nodiflora

7. Corola lilás; tricomas com 6 a 7 raios .................................................................... Jacquemontia glaucescens

6. Folhas trilobadas, lanceoladas ou cordadas, base cordada; tricomas simples; grão de pólen equinado e pantoporado

8. Corola alva, hipocrateriforme; antese crepuscular …............................................................ Ipomoea alba

8. Corola rósea, roxa, lilás ou azul celeste, infundibuliforme; antese matutina

9. Sépalas > que o botão em comprimento, indumento hirsuto; corola azul celeste .................... Ipomoea nil

9. Sépalas < que o botão em comprimento, glabras ou diferentes indumentos; corola rósea, roxa ou lilás

10. Sépalas ovadas ou elípticas, 4-6 mm de compr., ápice arredondado ou obtuso

11. Corola 10,5 × 10,5 mm; semente glabra sem margens ................................ Ipomoea ramosissima

11. Corola 45 × 40 mm; semente curto-aladas com indumento piloso .................. Ipomoea amnicola

10. Sépalas ovado-lanceoladas, 15-23 mm de compr., ápice agudo ou acuminado

12. Folhas 25-45 × 10-24 mm, lanceoladas; sépalas 18-23 × 4-5 mm, ápice agudo com nervuras evidentes; corola lilás ......................................................................................... Ipomoea incarnata

12. Folhas 45-170 × 50-160 mm, trilobadas; sépalas 15 × 3-4 mm, ápice acuminado sem nervuras evidentes; corola roxa ........................................................................................... Ipomoea purpurea

1. Ervas eretas, prostradas ou procumbentes

13. Ervas ou arbustos eretos

14. Ervas; corola rotada branca, flores com dois estiletes ......................... Evolvulus latifolius

14. Arbustos; corola alva a rósea, flores com um único estilete …................. Ipomoea carnea

13. Ervas prostradas

15. Flores 5-(6)-meras, amarelo-esverdeadas ................................... Dichondra macrocalyx

15. Flores pentâmeras róseas, púrpureas ou azuis

16. Corola rósea a púrpurea, com estilete simples

17. Folhas trilobadas e sépalas glabras .............................................. Ipomoea batatas

17. Folhas não lobadas e sépalas hirsutas ....................................... Ipomoea eriocalyx

16. Corola azul rotada, com estilete duplo bipartido

18. Inflorescência em espiga glomeruliforme ............................ Evolvulus glomeratus

18. Inflorescência em dicásio não glomeruliforme ...................... Evolvulus alsinoides

1. Cuscuta americana L., Sp. Pl. 1: 124. 1753.

Figura 2

Planta holoparasita, trepadeira, indumento glabro, sem látex leitoso. Caule cilíndrico, intervalo de coloração de 10-173 mm de compr., espessura dos ramos de 0,8-2 mm. Folhas ausentes. Inflorescência dicásio, terminal, pedunculado, com 5 a muitas flores; pedúnculo 7 × 1,2 mm; brácteas ausentes. Flores pentâmeras, sésseis; bractéola escamiforme, perene, glabra; pedicelo 1 × 1 mm. Botão obovado; sépalas 2,5 × 1 mm, elípticas, membranáceas; corola 2 mm de compr., glabra, tubulosa, branca esverdeada no ápice; filete 0,4 mm de compr., antera 0,3 mm de compr., pólen tricolpado; dois estiletes, 1 mm de compr.; ovário 0,5 mm de compr., glabro, 1-locular, 2-ovulado, estigma 0,2 mm de compr., dois, globosos. Fruto não observado.

Material examinado: BRASIL. Bahia: Vitória da Conquista, Avenida Olívia Flores, em frente ao Colégio Zênite, 14°51’37.3”S, 40°49’35.8”W, 907 m, 24-V-2019, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 35 (HUESBVC, HVC). Vitória da Conquista, campus da UESB, ao lado do módulo Luizão,17-V-2013, fl., C.S. Caires & A.K.S. Pereira 591 (UB).

Cuscuta é representado por espécies parasitárias de porções aéreas de outros vegetais, sendo uma das linhagens de plantas parasitas mais estudadas, em especial sobre sua anatomia (Mcneal et al. 2007McNeal, J.R., Arumugunathan, K., Kuehl, J.V., Boore, J.L. & Pamphilis, C.W. 2007. Systematics and plastid genome evolution of the cryptically photosynthetic parasitic plant genus Cuscuta (Convolvulaceae). BMC Biology 5(55): 1-19.). O principal caráter usado para distinguir suas espécies é a morfologia e o tamanho de suas flores e frutos (Mcneal et al. 2007McNeal, J.R., Arumugunathan, K., Kuehl, J.V., Boore, J.L. & Pamphilis, C.W. 2007. Systematics and plastid genome evolution of the cryptically photosynthetic parasitic plant genus Cuscuta (Convolvulaceae). BMC Biology 5(55): 1-19.), bem como a presença de escamas infra-estaminais, altamente variáveis na forma (Costea et al. 2006Costea, M., Nesom, G.L. & Stefanović, S. 2006. Taxonomy of the Cuscuta pentagona complex (Convolvulaceae) in North America. Sida 22: 151-175., Costea 2007Costea, M. 2007-onwards. Digital Atlas of Cuscuta (Convolvulaceae). Wilfrid Laurier University Herbarium, Ontario, Canada. Disponível em https://specialprojects.wlu.ca/herbarium/digital-atlas-of-cuscuta-convolvulaceae/ (acesso em 25-III-2021).
https://specialprojects.wlu.ca/herbarium...
, Yuncker 1932Yuncker, T.G. 1932. The genus Cuscuta. Memoirs of the Torrey Botanical Club 18(2): 109-331.). Entretanto, Cuscuta pode ser facilmente diferenciado dos demais gêneros da família pelo seu hábito holoparasita e ausência de folhas.

O gênero é representado no Brasil por 27 espécies, sendo oito endêmicas, com distribuição em quase todos os Estados, exceto Rondônia, Roraima e Amapá, o que pode ser devido a baixa realização de coletas na área. Na Bahia são registradas oito espécies espalhadas por todo o Estado, ocorrentes principalmente na região Metropolitana de Salvador e no centro-sul do Estado (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

Figura 2
Cuscuta americana L. a. hábito. b. inflorescência. c. detalhe das flores. d. perianto. e. pétalas e estames. f. pistilo.
Figure 2
Cuscuta americana L. a. habit. b. inflorescence. c. detail of flowers. d. perianth. e. petals and stamens. f. pistil.

Cuscuta americana possui registro para os Estados da Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, com coletas principalmente no Nordeste (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil). Os espécimes encontrados no presente estudo parasitavam uma Euphorbia milii Des Moulins (coroa-de-cristo) e uma Duranta repens L. (pingo-de-ouro) em ambiente urbano. Durante as coletas pode-se perceber que são plantas pouco ocorrentes na região e os espécimes foram encontrados sempre em espaços urbanos. Segundo o banco de dados CRIA (2021)CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
existem apenas 13 registros de coletas da espécie para o Estado e estão concentrados na região Metropolitana de Salvador, sendo este o primeiro registro para o município de Vitória da Conquista.

2. Dichondra macrocalyx Meisn., Fl. Bras. 7: 358. 1869.

Figura 3

Planta terrestre, autotrófica, herbácea, prostrada, sem látex leitoso, indumento pubescente, às vezes hirsuto, tricoma tector, 54,03 µm, estrelado, adpresso. Caule cilíndrico, indumento pubescente, entrenós 5-30 × 0,9-1 mm. Folhas alternas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina inteira, 9-34 × 11-42 mm, reniforme, papirácea, ápice arredondado, base cordada, margem inteira; venação actinódroma; pecíolo 10-57 × 0,3-1,1 mm. Flores 5-(6)-meras, pediceladas, 5-9 × 0,2-0,3 mm; botão obovado; sépalas 2 × 1 mm, iguais, lanceoladas, pubescentes, papiráceas, ápice obtuso, base truncada, margem inteira; corola 2 mm de larg., glabra, rotada, verde clara; filete 0,3 mm de compr., antera 0,2 mm de compr., pólen tricolpado; dois estiletes, 0,3 mm de compr.; ovário 0,5 mm de compr., hirsuto na região apical, 1-locular, 2-ovular, estigma 0,2 mm de compr., único, captado. Fruto bigloboso, seríceo, indeiscente; sementes 2 mm de compr., globosas, glabras, lisas, enegrecidas, com 2 unidades.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, próximo à portaria da UESB, 14°53’27.5”S, 40°48’20.0”W, 868 m, 26-IV-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 34 (HUESBVC, HVC).

Dichondra possui cinco espécies registradas para o Brasil, distribuídas nos Estados do Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Santa Catarina (Flora do Brasil, 2020).

Figura 3
Dichondra macrocalyx Meisn. a. hábito. b. folha em face adaxial (esquerda) e abaxial (direita). c. flor em vista frontal. d. flor em vista lateral. e. sépala. f. pistilo. g. estame. h. fruto.
Figure 3
Dichondra macrocalyx Meisn. a. habit. b. leaf in adaxial (left) and abaxial (right) face. c. flower in front view. d. flower in side view. e. sepal. f. pistil. g. stamen. h. fruit.

Dichondra macrocalyx foi a única espécie do gênero coletada no presente estudo e mostra pouca ocorrência na região. Possui registro para os Estados da Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. O sul do país é a região com mais registros de coleta, e na Bahia as coletas são escassas totalizando apenas quatro no centro e sudoeste baiano, sendo este o seu primeiro registro no município (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

O espécime de Dichondra macrocalyx por nós analisado apresentou flores hexâmeras, divergindo do padrão genérico que é pentâmero (Tharp & Johnston 1961Tharp, B.C. & Johnston, M.C. 1961. Recharacterization of Dichondra (Convolvulaceae) and a revision of the North American species. Brittonia 13: 346‒369.). A presença dessas flores hexâmeras, amarelo-esverdeadas com dois estiletes não divididos distinguem essa espécie das demais registradas na área de estudo.

3. Distimake Raf., Fl. Tellur. 4: 82. 1836[1838].

O gênero pode ser facilmente distinto pelo seu estilete único, pelas suas anteras espiraladas após a antese, grãos de pólen 3‒12 colpados sem exina espinhosa e fruto do tipo cápsula 4-valvar (Ferreira & Miotto 2013Ferreira, P.P.A. & Miotto, S.T.S. 2013. O gênero Merremia (Convolvulaceae) na Região Sul do Brasil. Rodriguésia 64: 635-646.).

Suas 18 espécies estão distribuídas em todos os Estados brasileiros, sendo nove endêmicas no país. Suas distribuições são concentradas principalmente nas Regiões Nordeste, Sudeste e Centro-oeste do Brasil (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

3.1. Distimake aegyptius (L.) A.R.Simões & Staples, Bot. J. Linn. Soc. 183(4): 573. 2017.

Figura 4

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira volúvel, com látex leitoso, indumento hirsuto, tricoma simples, tector 1-2 mm de compr., adpresso. Caule cilíndrico, hirsuto, entrenós 86-193 × 1-3 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, pecioladas, lâmina 20-55×10-23 mm, palmatisecta, papirácea, 5 lobos com ápices cuspidados mucronados, base cuneada, margem sinuosa; venação eucamptódroma; pecíolo 24-87 × 0,9-1,2 mm. Inflorescência dicásio, terminal, pedunculado, com 2 a 3 flores; pedúnculo 25-113 mm de compr., seríceo; brácteas 3 × 0,9 mm, ovado-lanceoladas, perenes; bractéola lanceolada, perene, hirsuta. Flores pentâmeras; pediceladas, pedicelo 5-15 mm de compr.; botão agudo; sépalas 13-19 × 5-6 mm, hirsutas a glabras, desiguais, ovadas a lanceovadas, papiráceas, ápice agudo, base truncada, margem inteira, não acrescentes; corola 21 × 25 mm, glabra, infundibuliforme, alva, levemente esverdeada no fundo do tubo; filete 10 mm de compr., antera 2,5 mm de compr., espiralada, pólen 3-colpado; estilete 8 mm de compr., estigma 0,9‒1 mm de compr., único, bigloboso; ovário 2 × 2 mm, glabro, 2-locular, 2 óvulos por lóculo. Fruto globoso, glabro; sementes 4 × 3 mm, elipsoidais, castanho-claras, lisas, com duas faces planas e uma convexa, com 4 unidades.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, próximo à Avenida Olívia Flores crescendo em um terreno baldio, 14°53’30.4”S, 40°48’27.7”W, 869 m, 22-III-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 26 (HUESBVC, HVC).

Pode ser distinguida pelo seu indumento hirsuto com tricomas tectores. Tem registros em todas as regiões do Brasil exceto na Região Sul, com coletas principalmente no Nordeste (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). A espécie é frequente principalmente em áreas com vegetação arbustiva e terrenos baldios. Sua representação na Bahia é de 83 coletas distribuídas em todas as regiões exceto o extremo sul baiano com maiores concentrações na região Metropolitana de Salvador e no Vale do rio São Francisco (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
).

3.2. Distimake cissoides (Lam.) A.R.Simões & Staples, Bot. J. Linn. Soc. 183(4): 573-574. 2017.

Figura 5

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira volúvel, com látex leitoso, indumento piloso, tricoma simples, tector 94,8 µm, e glandular 14,22 µm, adpresso. Caule cilíndrico, pubescente, entrenós 55-164 × 0,9-1,4 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, pecioladas, lâmina 5-13 × 15-30 mm, palmatisecta, papirácea, 5 lobos com ápice agudo mucronado, base cuneada, margem sinuosa; venação actinódroma; pecíolo 4-10 × 1 mm. Inflorescência dicásio, axilar, pedunculado, com 1 a 2 flores; pedúnculo 5-13 mm de compr.; brácteas não observadas; bractéola linear, perene, pubescente. Flores pentâmeras; pediceladas, pedicelo 1-7 mm de compr.; botão agudo; sépalas pubescentes, desiguais, lanceoladas, papiráceas, externa 16 × 5 mm, interna 17 × 3 mm, ápice agudo, base redonda, margem inteira; corola 14 mm de compr., glabra, infundibuliforme, alva; filete 10 mm de compr., antera 2 mm de compr., espiralada; pólen 3-colpado; estilete 8 mm de compr.; estigma 0,6 mm de compr., único, bigloboso; ovário 1 × 1mm, glabro, 4-locular, 1 óvulo por lóculo. Fruto globoso, glabro; sementes 3 × 3 mm, elipsoidais, enegrecidas, indumentadas, com duas faces planas e uma convexa, com 4 unidades.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, na margem da estrada para o novo prédio da reitoria da UESB, 14°53’25.1” S, 40°48’06.8” W, 860 m, 03-X-2017, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 05 (HUESBVC, HVC).

Possui registros em todas as Regiões do Brasil exceto Santa Catarina, com coletas principalmente no Nordeste, sendo comum na Bahia com um total de 83 registros espalhados principalmente pelas regiões da Chapada Diamantina e Metropolitana de Salvador (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
).

Possui indumento viloso com tricomas tectores e glandulares como características diagnósticas, sendo a presença de tricomas glandulares uma distinção em relação as outras espécies da área de estudo. Segundo Silva et al. (2018)Silva, S.S., Simão-Bianchini, R. & Souza-Buturi, F.O. 2018. Convolvulaceae do Parque Estadual do Juquery, Franco da Rocha, SP, Brasil. Hoehnea 45: 413-430. a espécie Distimake hirsutus (O’Donell) Petrongari & Sim.-Bianch. é comumente identificada incorretamente como D. cissoides por serem muito semelhantes, diferindo pelo ápice das sépalas, que em D. cissoides são caudados e em D. hirsutus são acuminados, e pelos tricomas glandulares encontrados apenas em alguns ramos em D. hirsutus enquanto em D. cissoides ocorrem em toda a planta. O espécime coletado possui sépalas com ápice acuminado e tricomas glandulares encontrados por toda a planta, encaixando-se perfeitamente na diagnose de D. cissoides.

Figura 4
Distimake aegyptius (L.) A.R.Simões & Staples. a. hábito. b. detalhe do ápice do ramo. c. inflorescência. d. folha em face adaxial. e-f. detalhe das flores e visitantes florais. g. sépala interna (esquerda) e externa (direita). h. pistilo. i. estame. j. fruto imaturo (acima) e maduro (abaixo).
Figure 4
Distimake aegyptius (L.) A.R.Simões & Staples. a. habit. b. branch apex detail. c. inflorescence. d. leaf in adaxial face. e-f. detail of flowers and floral visitors. g. internal (left) and external (right) sepal. h. pistil. i. stamen. j. immature (above) and ripe (below) fruit.

3.3. Distimake macrocalyx (Ruiz & Pav.) A.R.Simões & Staples, Bot. J. Linn. Soc. 183(4): 574. 2017.

Figura 6

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira volúvel, sem látex leitoso; indumento glabrescente, tricoma 0,3 mm de compr., simples, tector, adpresso. Caule cilíndrico, glabro, entrenós 54-122 × 1,2-3,0 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, pecioladas, lâmina 24-74 × 10-25 mm, palmatisecta, papirácea, 5 lobos com ápices agudos, mucronados, base cuneada, margem inteira; venação broquidódroma; pecíolo 10-35 × 1-1,1 mm. Inflorescência dicásio, terminal, pedunculado, com 1 a 5 flores; pedúnculo 1 × 0,2 mm; brácteas não observadas, bractéolas escamiformes, perenes, glabras. Flores pediceladas, pedicelo 18-23 mm de compr.; pentâmeras, botão agudo; sépalas 24 mm de compr., glabras, subiguais, lanceoladas, papirácea, ápice agudo, base truncada, margem inteira, acrescente no fruto; corola 45 mm de compr., glabra, infundibuliforme, alva; filete 18 mm de compr., antera 2 mm de compr., espiralada; pólen 3-colpado; estilete 18 mm de compr., estigma 1,5 mm de compr., único, bigloboso; ovário 3 mm de compr., glabro, 4-locular, 1 óvulo por lóculo. Fruto 6 × 5 mm, globoso, glabro.

Figura 5
Distimake cissoides (Lam.) A.R.Simões & Staples. a. hábito e detalhe das flores. b. detalhe do ápice do ramo. c. detalhe do botão e sépalas. d. sépala externa (esquerda) e interna (direita). e. flor em vista lateral. f. detalhe do estame. g. detalhe do pistilo. h. fruto maduro.
Figure 5
Distimake cissoides (Lam.) A.R.Simões & Staples. a. habit and detail of flowers. b. branch apex detail. c. detail of bud and sepals. d. external (left) and internal (right) sepal. e. flower in side view. f. stamen detail. g. pistil detail. h. ripe fruit.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, no espaço ao lado direito do CETEP, 14°53’28.3”S, 40°48’18.3”W, 858 m, 16-XI-2017, fl., fr., J.S. Santos 07 (HUESBVC, HVC); na margem da estrada da Matinha da UESB, 14°53’28.3”S, 40°48’18.3”W, 857 m, 27-XI-2017, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 09 (HUESBVC, HVC); na margem da estrada BR 415, 14°51’40.8”S, 40°47’15.5”W, 959 m, 28-IX-2018, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 12 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, crescendo sobre cerca a margem da estrada, 14°52’53.9”S, 40°47’50.3”W, 888 m, 08-II-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 17 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, crescendo sobre cerca a margem da estrada que contorna a mata, 14°52’24.9”S, 40°47’27.2”W, 920 m, 22-II-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 18 (HUESBVC, HVC).

Figura 6
Distimake macrocalyx (Ruiz & Pav.) A.R.Simões & Staples. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. flor em vista lateral. d. flor em vista frontal. e. detalhe do estame. f. grão de pólen. g. detalhe do pistilo. h. detalhe do ramo fértil. i. sépala interna (direita) e externa (esquerda). j. frutos imaturos, mostrando o cálice persistente.
Figure 6
Distimake macrocalyx (Ruiz & Pav.) A.R.Simões & Staples. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. flower in side view. d. flower in front view. e. stamen detail. f. pollen grain. g. pistil detail. h. detail of the fertile branch. i. internal (right) and external (left) sepal. j. immature fruits, showing persistent calyx.

Espécie registrada em quase todo o Brasil exceto o Rio Grande do Sul. De acordo com o grande número de espécimes coletados pode-se afirmar que é a espécie do gênero melhor amostrada na região, apresentando 153 coletas concentradas nas regiões da Chapada Diamantina, Metropolitana de Salvador e demais porções leste do Estado, sendo dois registros em Vitoria da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Floresce e frutifica durante todo o ano, porém com mais intensidade no verão. Seus tricomas simples e sépalas externas glabras persistentes e abertas no fruto a distingue das outras espécies (Ferreira & Miotto 2013Ferreira, P.P.A. & Miotto, S.T.S. 2013. O gênero Merremia (Convolvulaceae) na Região Sul do Brasil. Rodriguésia 64: 635-646.).

4. Evolvulus L., Sp. Pl. (ed. 2)1: 391. 1762.

O termo Evolvulus vem do latim “evolvo”, que significa o que não se enrola, pois não se tem registro de plantas volúveis no gênero (Junqueira & Simão-Bianchini 2006Junqueira, M.E.R. & Simão-Bianchini, R. 2006. O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) no município de Morro do Chapéu, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 157-172.). Tem como características diagnósticas a presença de dois estiletes livres ou unidos na base, cada qual com dois estigmas filiformes ou subclavados, tricomas malpiguiáceos e sementes glabras (Junqueira & Simão-Bianchini 2006Junqueira, M.E.R. & Simão-Bianchini, R. 2006. O gênero Evolvulus L. (Convolvulaceae) no município de Morro do Chapéu, BA, Brasil. Acta Botanica Brasilica 20: 157-172.), além dos frutos do tipo cápsula, 4-valvar.

Segundo o banco de dados da plataforma Flora do Brasil (2020), o número de espécies no país é 72 sendo 49 endêmicas, distribuídas em todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal. Miranda & Absy (2000)Miranda, I.S. & Absy, M.L. 2000. Fisionomia das Savanas de Roraima, Brasil. Acta Amazônica 30: 423-440. observaram que das convolvuláceas encontradas em savanas de Roraima as espécies de Evolvulus aparecem como as mais ocorrentes, mostrando a preferência de algumas espécies do gênero por estes ambientes. Durante as coletas não se pode deixar de notar que todas as três espécies de Evolvulus eram abundantes nas bordas das matas.

4.1. Evolvulus alsinoides (L.) L., Sp. Pl. (ed. 2)1: 392. 1762.

Figura 7

Planta terrestre, autotrófica, herbácea, prostrada, sem látex leitoso; indumento viloso, tricoma tector 1,2 mm de compr., adpresso. Caule cilíndrico, indumento viloso, entrenós 10-20 × 1-1,1 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 6-20 × 3-11 mm, inteira, ovada, papirácea, ápice agudo, mucronado, base obtusa, margem inteira; venação eucamptódroma; pecíolo 0,8-2 × 0,5-1 mm. Inflorescência dicásio, axilar, pedunculado, com 2 a 3 flores; pedúnculo 1 × 0,2 mm; brácteas 1 × 0,2 mm, escamiformes, perenes; bractéola não observada. Flores pentâmeras, pediceladas, pedicelo 6 × 0,4 mm; botão estreito ovado com ápice agudo; sépalas 3 mm de compr., iguais, lanceoladas, seríceas, papiráceas, ápice agudo, base cuneada, margem inteira; corola 13 mm de larg., serícea na face exterior, rotada, azul; filete 3 mm de compr., antera 2 mm de compr., pólen 3-colpado; estiletes 4 mm de compr., estigma 0,2 mm de compr.; ovário 1 mm de compr., glabro, 4-locular, 1 óvulo por lóculo. Fruto globoso, glabro; sementes elipsoidais, glabras, rugosas, com duas faces planas e uma convexa, marrons, com 4 unidades, 1,2 mm de compr.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, próximo ao módulo “Luizão”, 14°53’24.7”S, 40°48’15.0”W, 872 m, 12-IX-2017, fl., fr., J.S. Santos 04 (HUESBVC, HVC); campus da UESB na borda de mata na Matinha, 14°53’06.3”S, 40°48’01.4”W, 883 m, 21-XII-2018, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 15 (HUESBVC, HVC); às margens da estrada que leva ao Santa Marta, 14°53’42.6”S, 40°48’29.9”W, 847 m, 05-IV-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 29 (HUESBVC, HVC).

Distribuída em todas as regiões do país, nos Estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Piauí e Sergipe (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). No Estado da Bahia são registradas apenas 16 amostras no centro-norte e centro-leste baiano, e nenhuma no município de Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
). Notou-se no presente estudo que, apesar do escasso histórico de coletas no Estado, há grande quantidade desta espécie, ocorrendo em grandes populações, comumente encontradas em bordas de mata, beiras de estradas e trilhas, e também áreas urbanas.

4.2. Evolvulus glomeratus Nees & Mart., Nov. Actorum Acad. Caes. Leop.-Carol. Nat. Cur.11(1): 81. 1823.

Figura 8

Planta terrestre, autotrófica, herbácea, prostrada, sem látex leitoso; indumento seríceo, tricoma 2 mm de compr., tector, simples, adpresso. Caule cilíndrico, seríceo, entrenós 8-13 × 1,2-1,4 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 5-14 × 3-7 mm, inteira, papirácea, elíptica, ápice obtuso mucronado, base cuneada ou arredondada, margem inteira; venação camptódroma; pecíolo 0,6-2 × 0,5-1 mm. Inflorescência espiga glomeruliforme, terminal, não pedunculada com muitas flores; brácteas 5 mm de compr., obovadas, perenes, bractéolas ausentes. Flores pentâmeras, não pediceladas; botão cilíndrico; sépalas 5 mm de compr., iguais, lanceoladas, papiráceas, ápice estreito agudo, base obtusa, margem inteira; corola 10 × 12 mm, glabra, hipocrateriforme, azul com base do tubo branca; filete 5 mm de compr., antera 1 mm de compr., pólen não observado; estilete 2 mm de compr., estigma 7 mm de compr., linear; ovário 0,8 mm de compr. Fruto não observado.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, Avenida Olívia Flores, próximo ao Colégio Oficina, 14°52’29.3”S, 40°49’00.5”W, 893 m, 21-XII-2017, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 11 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, próximo à estufa 14°53’08.2”S, 40°48’08.9”W, 878 m, 21-XII-2018, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 16 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, na borda de uma trilha na Matinha, 14°52’35.4”S, 40°47’34.7”W, 905 m, 15-III-2019, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 24 (HUESBVC, HVC).

Distribuída em quase todos os Estados, exceto Tocantins e Amapá. Na Bahia é uma espécie comumente encontrada, com 716 coletas em quase todas regiões do Estado, concentradas principalmente no nordeste, centro-norte e sudoeste, sendo três delas na área de estudo (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
; Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Em Vitória da Conquista foi encontrada em diferentes ambientes, tais como terrenos baldios e áreas de mata. É dotada de uma beleza singular, sendo usada também na ornamentação. Possui a inflorescência espiciforme glomerular como sua principal característica diagnóstica, diferenciando-a das outras espécies encontradas na área de estudo.

4.3. Evolvulus latifolius Ker Gawl., Bot. Reg. 5: t. 401. 1819.

Figura 9

Planta terrestre, autotrófica, herbácea, ereta, sem látex leitoso; indumento seríceo, tricoma 59,72 µm de compr., tector, adpresso. Caule cilíndrico, indumento seríceo, entrenós 10-35 × 1,2-2 mm. Folhas alternas dísticas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 12-40 × 10-20mm, inteira, ovado-lanceolada, papirácea, ápice agudo mucronado, base redonda, margem inteira, venação broquidódroma; pecíolo 1-2 × 0,4-0,7 mm. Inflorescência dicásio glomeruliforme, axilar, séssil, com 2 a 6 flores; sem pedúnculo; bráctea 1,2 × 0,5 mm, lanceolada, serícea, perene; bractéola 0,7-1,6 × 0,5-1 mm, ovada, perene, denso-serícea. Flores pentâmeras, pediceladas, pedicelo 5 × 1 mm; botão estreito ovado com ápice agudo; sépalas 4 × 1 mm, iguais, lanceoladas, seríceas, papirácea, ápice agudo, base cuneada, margem inteira; corola 11 mm de larg., serícea na face exterior, rotada, alva; filete 3 mm de compr., antera 0,6 mm de compr., pólen pantocolpado; estilete 2 mm de compr., estigma 2 mm de compr., linear; ovário 1 mm de larg., glabro, 2-locular, 2 óvulos por lóculo. Fruto globoso, glabro; sementes 2,5 × 2 mm, elipsoidais, glabras, rugosas, com duas faces planas e uma convexa, marrons, 2 unidades.

Figura 7
Evolvulus alsinoides (L.) L. a. hábito. b. indumento do caule. c. ápice do ramo. d. sépalas e estigmas. e. flor em vista frontal. f. detalhe dos estames e estigmas. g. flor em vista lateral. h. detalhe da antera. i. pistilo. j. fruto imaturo.
Figure 7
Evolvulus alsinoides (L.) L. a. habit. b. stem vestiture. c. apex of the branch. d. sepals and stigmas. e. flower in front view. f. detail of stamens and stigmas. g. flower in side view. h. anther detail. i. pistil. j. immature fruit.
Figura 8
Evolvulus glomeratus Nees & Mart. a-b. hábitos. c. detalhe do ramo. d. indumento. e. bráctea. f. face abaxial da folha. g. inflorescências. h. flores. i. detalhe do cálice. j. sépala interna (esquerda) e externa (direita). k. pistilo.
Figure 8
Evolvulus glomeratus Nees & Mart. a-b. habits. c. branch detail. d. vestiture. e. bract. f. abaxial face of the leaf. g. inflorescences. h. flowers. i. detail calyx. j. internal (left) and external (right) sepal. k. pistil.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, na borda da Matinha, 14°53’06.3”S, 40°48’01.4”W, 883 m, 21-XII-2018, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 13 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, crescendo na cerca que contorna a Matinha, 14°52’24.9”S, 40°47’25.2”W, 920 m, 22-II-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 20 (HUESBVC, HVC).

Encontrada nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). É uma espécie bem registrada no Estado da Bahia com 128 amostras distribuídas pelas regiões centro-sul, centro-norte (Chapada Diamantina) e região Metropolitana de Salvador (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
). Dentre essas coletas apenas uma foi realizada no município. Sua aparência com hábito herbáceo a subarbustivo e corola alva a torna diferente das demais espécies de Evolvulus registradas na área de estudo.

Figura 9
Evolvulus latifolius Ker Gawl. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. detalhe do ramo fértil. d. detalhe da inflorescência. e. detalhe da flor. f. sépala interna (direita) e externa (esquerda). g. pistilo. h. fruto imaturo. i. fruto maduro. j. semente.
Figure 9
Evolvulus latifolius Ker Gawl. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. detail of the fertile branch. d. inflorescence detail. e. flower detail. f. internal (right) and external (left) sepal. g. pistil. h. immature fruit. i. ripe fruit. j. seed.

5. Ipomoea L., Sp. Pl. 1: 159. 1753.

O gênero Ipomoea pode ser diferenciado dos demais gêneros pelo estilete único e estigmas bilobulados (não completamente divididos) ou bilobados (completamente divididos), grãos de pólen equinados, pantoporados e fruto do tipo cápsula valvar (Ferreira & Miotto 2009Ferreira, P.P.A. & Miotto, S.T.S. 2009. Sinopse das espécies de Ipomoea L. (Convolvulaceae) ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 7: 440-453.). Apresenta 176 espécies (62 endêmicas), distribuídas por todo o território brasileiro, considerado o gênero mais diverso da família presente no Brasil (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
; Wood et al. 2020Wood, J.R.I., Rodríguez, P.M., Williams, B.R.M. & Scotland, R.W. 2020. A foundation monograph of Ipomoea (Convolvulaceae) in the New World. PhytoKeys 143: 1-823.). Muitas espécies são usadas na ornamentação por possuírem uma beleza singular e cores diversas. No gênero encontramos espécies economicamente importantes como por exemplo Ipomoea batatas, usada na alimentação e também como planta medicinal para dores de dente e como anti-inflamatório (Costa & Mayworm 2011Costa, V.P. & Mayworm, M.A.S. 2011. Plantas medicinais utilizadas pela comunidade do bairro dos Tenentes-município de Extrema, MG, Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais 13: 282-292.).

5.1. Ipomoea alba L., Sp. Pl. 1: 161. 1753.

Figura 10

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira, volúvel, com látex leitoso, glabra. Caule cilíndrico, entrenós 65-120 × 2-5 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 55-80 × 45-75 mm, inteira, cordada, papirácea, ápice acuminado mucronado, base cordada, margem inteira; venação actinódroma; pecíolo 19-45 × 0,8-1,5 mm. Inflorescência dicásio, axilar, pedunculado, 160-185 mm de compr., com 3 flores; brácteas não observadas. Flores pentâmeras; bractéola não observada; botão agudo; cálice desigual, sépalas ovadas, papiráceas, ápice agudo a caudado, base redonda, margem inteira, interna 21 × 6 mm e externa 24 × 5 mm; corola hipocrateriforme 125 mm de compr., alva com tubo e lacínios externamente esverdeados; filete 34 mm de compr., antera 5 mm de compr., apicifixa, pólen pantoporado, equinado; ovário 2 mm de larg., 2-locular, 2 óvulos por lóculo, estilete 114 mm de compr., estigma 2 × 4 mm, bilobado (globoso). Fruto 27 × 15 mm, ovoide, glabro, deiscente, 4 aberturas; sementes 11 × 7 mm, ovoides, 2 unidades por lóculo, rugosas, lisas, enegrecidas.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, Avenida Olívia Flores, 14°53’26.0”S, 40°48’26.3”W, 867 m, 22-III-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 25 (HUESBVC, HVC).

Essa espécie apresenta uma antese noturna ao contrário das demais que abrem pela manhã. Apresenta também ramos glabros e verrugosos (Ferreira & Miotto 2009Ferreira, P.P.A. & Miotto, S.T.S. 2009. Sinopse das espécies de Ipomoea L. (Convolvulaceae) ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 7: 440-453.). Encontrada em todos os Estados do país, possuindo 28 registros para a Bahia concentrados na região Metropolitana de Salvador, mas também no centro-oeste e sul baiano (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
, Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Esse é primeiro registro de seu cultivo em Vitória da Conquista.

5.2. Ipomoea amnicola Morong, New York Acad. Sci. 7(2): 170. 1892.

Figura 11

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira, volúvel, glabra, com látex leitoso. Caule cilíndrico, entrenós 25-60 × 1,5-2 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 17-56 × 15-40 mm, inteira, cordada, papirácea, ápice agudo, mucronado, base cordada a reniforme, margem inteira; venação camptódroma; pecíolo 13-35 × 0,5 mm. Inflorescência dicásio, axilar e terminal, pedunculado, 5-24 mm de compr.; com 5-10 flores; brácteas não observadas. Flores pentâmeras; bractéola, ausente; botão agudo; cálice subigual, sépalas elípticas, papiráceas, ápice obtuso a arredondado, base cuneada a arredondada, margem inteira, interna 6 × 4 mm, externa 6 × 3 mm; corola 45 × 40 mm, infundibiliforme, lilás com tubo roxo; filete 15 mm de compr., antera ereta 2,5 mm de compr., pólen pantoporado, equinado; ovário 2 × 2 mm, glabro, 2-ovulado, 2 óvulos por lóculo, estilete 20 mm de compr., estigma 1 × 2 mm, bilobulado (globoso). Fruto 14 × 8 mm, ovoide, glabro, deiscente, 4 aberturas; sementes 6 × 3 mm, elípticas, 4 unidades, lisas com margens curto-aladas, compostas por indumento piloso e sedoso, bronze.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, na borda de uma trilha da Matinha, 14°53’42.6”S, 40°48’29.9”W, 847 m, 05-IV-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 28 (HUESBVC, HVC); próximo à estação de tratamento de esgoto da EMBASA, 14°54’01.3”S, 40°48’21.4”W, 845 m, 05-IV-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 33(HUESBVC, HVC); terreno baldio próximo à Avenida Olívia Flores, 14°53’30.4”S, 40°48’27.7”W, 866 m, 24-V-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 36 (HUESBVC, HVC); bairro Boa Vista, próximo a um condomínio residencial em terreno arenoso crescendo sobre uma cerca, 14°52’59.1”S, 40°50’13.2”W, 901 m, 16-IX-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 36 (HUESBVC, HVC).

Encontrada apenas em Alagoas, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, na Bahia possui 71 coletas realizadas principalmente na porção central do Estado e Vale do São Francisco. Esse é o primeiro registro para Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
, Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Foi coletada crescendo sobre arbustos, árvores e cercas. Apresenta uma grande quantidade de ramos e flores chegando a cobrir grande parte da copa das árvores. É uma espécie semelhante a Ipomoea ramosissima (Poir.) Choisy e pode ser diferenciada por suas sementes com margens curto-aladas compostas por indumento piloso e também pelo tamanho de sua corola que pode atingir 45 × 40 mm.

5.3. Ipomoea batatas (L.) Lam.,Tabl. Encycl. 1(2(2)): 465. 1791[1793].

Figura 12

Planta terrestre, autotrófica, herbácea, prostrada, com látex leitoso; indumento glabrescente, tricoma 1,5 mm de compr., tector, simples, adpresso. Caule cilíndrico, entrenós 10-35 × 2-5 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 39-89 × 38-106 mm, inteira, palmada, papirácea, ápice agudo, base cordada, margem inteira; venação actinódroma; pecíolo 30-142 × 1-2 mm. Inflorescência cimeira, axilar, pedunculada, 70-125 mm de compr., com 6 a 8 flores; brácteas não observadas. Flores pentâmeras; bractéolas 2-3 × 0,2 mm, lineares ou escamiformes, perenes, glabras; botão cilíndrico; cálice subigual, sépalas, lanceoladas, papiráceas, ápice acuminado, base redonda, margem inteira, interna 9 × 2 mm, externa 12 × 3 mm; corola 45 mm de compr., infundibuliforme, lilás com tubo roxo; filete maior 14 mm e menor 10 mm de compr., antera 3 mm de compr., ereta, pólen pantoporado, equinado; ovário 1 mm de larg., 2-locular, 2 óvulos por lóculo, indumento hirsuto próximo à base do estilete; estilete 15 mm de compr., estigma 1 × 2 mm, bilobulado (globoso). Fruto não observado.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, na área de plantações próximo da Matinha, 14°53’22.8”S, 40°47’59.5”W, 853 m, 14-VI-2019, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 37 (HUESBVC, HVC).

Encontrada em todos os Estados do país (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Na Bahia existem registros de 22 espécimes coletados desde o litoral do extremo sul até a região Metropolitana de Salvador, sempre associados ao litoral (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
), com um registro para Vitória da Conquista. É um dos representantes de Convolvulaceae com maior valor econômico. Suas raízes tuberosas conhecidas como batatas-doce são utilizadas na alimentação em larga escala. Possui um hábito prostrado o que auxilia na diferenciação das outras espécies de Ipomoea registradas nesse trabalho.

Figura 10
Ipomoea alba L. a. hábito. b. detalhe das excrescências do ramo. c. folha em face adaxial. d. detalhe dos botões. e. flor em vista frontal. f. flor em vista lateral. g. sépala interna (esquerda) e externa (direita). h. detalhe do estigma. i. grão de pólen. j. fruto imaturo. k. fruto maduro.
Figure 10
Ipomoea alba L. a. habit. b. detail of branch growths. c. leaf in adaxial face. d. buds detail. e. flower in front view. f. flower in side view. g. internal (left) and external (right) sepal. h. stigma detail. i. pollen grain. j. immature fruit. k. ripe fruit.

5.5. Ipomoea carnea Jacq., Enum. Syst. Pl. 13. 1760.

Figura 13

Planta terrestre, autotrófica, subarbustiva, ereta, com látex leitoso, indumento glabrescente, tricoma 56,88 µm de compr., tector, simples, adpresso. Caule cilíndrico, oco, indumento glabrescente, entrenós 17-45 × 3-7 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 140-180 × 44-65 mm, inteira, lanceolada, papirácea, ápice acuminado, base cordada, margem inteira; venação eucamptódroma; pecíolo 24-80 × 1,2 mm. Inflorescência cimeira, axilar, pedunculada, com 5 a 9 flores; pedúnculo 70-105 × 2 mm; brácteas e bractéolas não observadas. Flores pentâmeras; botão cilíndrico; sépalas 7 × 4 mm, glabras, subiguais, elípticas, papiráceas, ápice arredondado, base truncada, margem inteira; corola 75 mm de compr., glabra, infundibuliforme, lilás, filetes desiguais com tricomas na base, menores 11 mm de compr. e maiores 20 mm de compr., antera 6 mm de compr., ereta; pólen pantoporado equinado; ovário 1,4 mm de larg., glabro, 2-locular, 2 óvulos por lóculo; estilete 20 mm de compr., estigma bilobado (globoso), 2 mm de compr. Fruto não observado.

Figura 11
Ipomoea amnicola Morong. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. sépala externa (esquerda) e interna (direita). d. flor em vista lateral. e. flor em vista frontal. f. detalhe do estame. g. grão de pólen. h. pistilo. i. fruto imaturo.
Figure 11
Ipomoea amnicola Morong. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. external (left) and internal (right) sepal. d. flower in side view. e. flower in front view. f. stamen detail. g. pollen grain. h. pistil. i. immature fruit.
Figura 12
Ipomoea batatas (L.) Lam. a. hábito. b. detalhe do indumento do caule. c. folha em face adaxial. d. detalhe das flores e visitantes florais. e. flor em vista lateral. f. botão floral. g. sépala interna (esquerda) e externa (direita). h. estame. i. grão de pólen. j. pistilo.
Figure 12
Ipomoea batatas (L.) Lam. a. habit. b. detail of the vestiture stem. c. leaf in adaxial face. d. detail of flowers and floral visitors. e. flower in side view. f. floral bud. g. internal (left) and external (right) sepal. h. stamen. i. pollen grain. j. pistil.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, em frente a uma residência no Bairro Jurema, Rua D, 14°53’39.7”S”, 40°51’27.0W”, 893 m, 13-XII-2019, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 42 (HUESBVC, HVC).

Possui ocorrência em quase todos os Estados brasileiros (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Na Bahia a espécie tem 188 coletas concentradas nas regiões norte, centro-leste e extremo sul do Estado (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
), apesar de sua ampla distribuição este foi o primeiro registro de seu cultivo para o município. É uma espécie muito usada na ornamentação, sendo arbustiva com até 3 m de altura, com inflorescências densas e corola lilás ou branca, conhecida pelo nome popular de algodão-bravo (Ferreira & Miotto 2009Ferreira, P.P.A. & Miotto, S.T.S. 2009. Sinopse das espécies de Ipomoea L. (Convolvulaceae) ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 7: 440-453.). No norte do país existe uma grande ocorrência de intoxicação em animais ruminantes em decorrência da ingestão da I. carnea pois ela tem swainsonina, que causa doença de depósito lisossomal em ruminantes, principalmente em caprinos (Oliveira et al. 2009Oliveira, C.A., Barbosa, J.D., Duarte, M.D., Cerqueira, V.D., Riet-Correa, F., Tortelli, F.P. & Riet-Correa, G. 2009. Intoxicação por Ipomoea carnea subsp. fistulosa (Convolvulaceae) em caprinos na Ilha do Marajó, Pará. Pesquisa Veterinária Brasileira 29: 583-588.).

Figura 13
Ipomoea carnea Jacq. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. botões florais. d. nectários. e. sépala interna (esquerda) e externa (direita). f. flor em vista lateral. g. flor em vista frontal. h. estame. i. grão de pólen. j. pistilo. k. corte transversal do ovário.
Figure 13
Ipomoea carnea Jacq. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. floral buds. d. nectaries. e. internal (left) and external (right) sepal. f. flower in side view. g. flower in front view. h. stamen. i. pollen grain. j. pistil. k. cross section of the ovary.

5.6. Ipomoea eriocalyx (Mart. ex Choisy) Meisn., Fl. Bras. 7: 226. 1869.

Figura 14

Planta terrestre, autotrófica, herbácea, prostrada, sem látex, indumento hirsuto, tricoma 90 µm de compr., tector, adpresso, simples. Caule cilíndrico, entrenós 40-84 × 1,5-2 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 25-40 × 30-26 mm, inteira, cordada, papirácea, ápice agudo, mucronado, base cordada, margem inteira; venação actinódroma; pecíolo 5-30 × 1 mm. Inflorescência dicásio, axilar, pedunculado, com 6 flores; pedúnculo 3-20 × 2 mm; brácteas 12 mm de compr., perenes, lineares. Flores pentâmeras, pedicelada 5-10 mm de compr.; bractéola 5 × 1 mm, perene, linear; botão obovoide; sépalas 15 × 4-5 mm, desiguais, lanceoladas, papiráceas, ápice acuminado, base truncada, margem inteira; corola 50 mm de compr., glabra, infundibuliforme, roxa a púrpura; filete maior 20 mm de compr. e menor 9 mm de compr., antera ereta 3 mm de compr., pólen pantoporado, equinado; ovário 1,3 mm de larg., glabro, 4-locular, 1 óvulo por lóculo; estilete 19 mm de compr.; estigma bilobulado (globoso), 2 mm de compr. Fruto não observado.

Figura 14
Ipomoea eriocalyx (Mart. ex Choisy) Meisn. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. botão floral. d. detalhe da bráctea. e. sépala interna (esquerda) e externa (direita). f. flor em vista lateral. g. flor em vista frontal. h. estame. i. pistilo.
Figure 14
Ipomoea eriocalyx (Mart. ex Choisy) Meisn. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. floral bud. d. bract details. e. internal (left) and external (right) sepal. f. flower in side view. g. flower in front view. h. stamen. i. pistil.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, rua Rio de Contas, próximo à UFBA, 14°52’45.2”S, 40°48’47.8”W, 889 m, 13-XII-2019, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 43 (HUESBVC, HVC).

É endêmica do Brasil, com ocorrência apenas no Nordeste e Sudeste, nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe, aparecendo restritamente na Caatinga e Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Possui hábito prostrado, suas folhas não são lobadas e as sépalas são hirsutas. É uma espécie com apenas 21 registros no Estado, concentrados no litoral sul e na região Metropolitana de Salvador, sendo este o seu primeiro registro para o município de Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
).

5.7. Ipomoea incarnata (Vahl) Choisy, Prodr. 9: 360. 1845.

Figura 15

Planta terrestre, autotrófica, herbácea, volúvel, glabra, com látex leitoso. Caule cilíndrico, entrenós 20-75 × 1-2 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 25-45 × 10-24 mm, inteira, lanceolada, papirácea, ápice acuminado, base cordada, margem inteira; venação eucamptódroma; pecíolo 5-12 × 0,3-0,4 mm. Inflorescência dicásio, axilar, pedunculado, com 1 a 3 flores; pedúnculo 4-12 × 1-2 mm; brácteas escamiformes, 1 mm de compr. Flores pentâmeras, pediceladas, 32 mm de compr.; bractéola 1 × 1mm, escamiforme; botão agudo; sépalas 18-23 × 4-5 mm, desiguais, lanceoladas a ovado-lanceoladas, papiráceas, com nervuras evidentes, ápice agudo, base truncada, margem inteira; corola 75 mm de compr., glabra, infundibuliforme, rósea ou lilás; filete maior 25 mm de compr. e menor 13 mm de compr., antera ereta 6 mm de compr., pólen pantoporado, equinado; ovário 1,1 mm de larg., glabro, 2-locular, 2 óvulos por lóculo; estilete 19 mm de compr.; estigma bilobado (globoso), 1,5 mm de compr. Fruto não observado.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, Avenida Juraci Magalhães, crescendo sobre o muro de uma residência, 14°53’29.1”S, 40°50’40.3”W, 1028 m, 16-IX-2019, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 38 (HUESBVC, HVC).

É registrada na Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, na Região Sudeste tem registros apenas para Minas Gerais, ocorrendo na Caatinga e Mata Atlântica (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). Possui 328 registros no Estado, concentrados nas regiões norte e central, com alguns amostrados no oeste e no sudoeste da Bahia, sendo um para Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
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). Uma característica que a diferencia das outras espécies coletadas são as sépalas hialinas com nervuras evidentes.

5.8. Ipomoea nil (L.) Roth, Catal. Bot. 1: 36. 1797.

Figura 16

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira, volúvel, com látex leitoso; indumento seríceo; tricoma 2 mm de compr., tector, simples, adpresso. Caule cilíndrico, entrenós 40-150 × 1-2 mm; indumento esparso-seríceo. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 25-60 × 16-41 mm, inteira, cordada, papirácea, ápice acuminado mucronado, base cordada, margem inteira; venação actinódroma; pecíolo 5-47 × 0,8-1,2 mm. Inflorescência dicásio, axilar e terminal, pedunculado 15-60 mm de compr., com 3 flores; brácteas 10 mm de compr., perenes, escamiformes. Flores pentâmeras; bractéola 6 mm de compr., escamiforme, perene, serícea; botão cilíndrico; cálice subigual, sépalas 27 mm de compr., ovadas, papiráceas, ápice agudo, base redonda, margem inteira; corola 40 mm de compr., infundibuliforme, azul celeste; filete 21-25 mm de compr., antera 2 mm de compr., apicifixa; pólen pantoporado, equinado; ovário 1,3 mm de larg., com 3 lóculos, 2 óvulos por lóculo; estilete 8 mm de compr., estigma 1 × 2mm, bilobulado (globoso). Fruto 8 × 8 mm, subgloboso, glabro, deiscente, 3 aberturas; sementes 5 × 2,5 mm, elipsoidais, 3 unidades, lisas, com duas faces planas e uma convexa, enegrecidas.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, margem da estrada para o novo prédio da reitoria, 14°53’28.2”S, 40°48’00.6”W, 858 m, 05-IX-2017, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 01 (HUESBVC, HVC); às margens de uma estrada crescendo sobre o solo, 14°51’42.0”S, 40°47’12.1”W, 958 m, 15-III-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 23 (HUESBVC, HVC); próximo à residências, 14°53’08.6”S, 40°50’10.5”W, 899 m, 16-IX-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 40 (HUESBVC, HVC).

Tem registro para quase todo o Brasil exceto Amapá e Roraima. Possui 98 coletas na Bahia, concentradas na região centro-norte do Estado. Apresenta escassez de coletas nas regiões sudoeste, sul e extremo oeste baianas, não possuindo registro para Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
, Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
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). É amplamente distribuída por todo o município, sendo encontrada com frequência durante as expedições de coleta. É facilmente reconhecida dentre as espécies existentes no município por suas flores que sempre se apresentaram com coloração azul-celeste e a fauce do tubo alva, porém este caráter não é preciso pois a coloração pode variar de branco a róseo (Buril & Alves 2011Buril, M.T. & Alves, M. 2011. Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Convolvulaceae. Rodriguésia 62: 93-105.).

5.9. Ipomoea purpurea (L.) Roth, Bot. Abh. Beobacht. 27. 1787.

Figura 17

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira, volúvel, com látex leitoso, indumento seríceo a híspido, tricoma 1 mm de compr., tector, simples, adpresso. Caule cilíndrico, seríceo, entrenós 70-110 × 2-4 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 45-170 × 50-160 mm, trilobada, papirácea, ápice cuspidado, base cordada, margem inteira; venação actinódroma; pecíolo 16-80 × 1,5-2 mm. Inflorescência dicásio, axilar, pedunculado, com 8 a muitas flores; pedúnculo 90-123 mm de compr.; brácteas 10-24 × 2-5 mm, perenes, oblanceolada, seríceas. Flores pentâmeras; pediceladas, 32 mm de compr.; bractéola 12-15 × 2 mm de compr., lanceolada, perene, indumento glabro; botão estreito ovado com ápice agudo; sépalas 18-23 × 4-5 mm de compr., híspidas, subiguais, lanceovadas, papiráceas, ápice acuminado, base truncada, margem inteira; corola 30-60 mm de compr., glabra, infundibuliforme, roxa a purpúrea; filete com tricomas na base, 7-11 mm de compr., antera ereta, 4 mm de compr., pólen pantoporado, equinado; estilete 15 mm de compr.; ovário 1 mm de larg., glabro, 3-locular, 2 óvulos por lóculo, estigma 2 mm de compr., bilobulado (globoso). Fruto não observado.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, Reserva Florestal Poço Escuro, 14°50’24.2”S, 40°50’14.0”W, 940 m, 05-III-2020, fl., J.S. Santos, J.N. Moura & C.S. Caires 44 (HUESBVC, HVC).

Essa espécie possui ampla distribuição no Brasil, não ocorrendo registros apenas nos Estados do Alagoas, Amapá, Ceará, Goiás, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Tocantins (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
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). Apesar de presente na Bahia, a espécie possui apenas oito coletas registradas principalmente na porção central do Estado, sem registros para Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
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). Ipomoea purpurea possui como principal característica suas sépalas ovado-lanceoladas com indumento híspido na porção basal da face externa (Moura & Morim 2015Moura, A.L.O. & Morim, M.P. 2015. Convolvulaceae em remanescentes de Floresta Ombrófila Densa, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 66: 779-805.) e, menos comumente, a coloração verde escuro no ápice das sépalas (Hsu et al. 2006Hsu, T., Wang, K. & Chiang, T. 2006. Ipomoea purpurea (L.) Roth (Convolvulaceae), A Species of the I. nil Complex, Newly Naturalized in Taiwan. BioFormosa 41: 19-22.).

Figura 15
Ipomoea incarnata (Vahl) Choisy. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. flor e botão em vista lateral. d. flor em vista frontal. e. flor em vista lateral. f. sépala externa (direita) e interna (esquerda). g. detalhe da base da flor. h. detalhe dos tricomas do estame. i. grão de pólen. j. estames. k. pistilo. l. detalhe das anteras e do estigma.
Figure 15
Ipomoea incarnata (Vahl) Choisy. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. flower and bud in side view. d. flower in front view. e. flower in side view. f. external (right) and internal (left) sepal. g. detail of flower base. h. detail of the stamen trichomes. i. pollen grain. j. stamen. k. pistil. l. detail of anthers and stigma.

5.10. Ipomoea ramosissima (Poir.) Choisy, Prodr. 9: 377. 1845.

Figura 18

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira volúvel, com látex leitoso, indumento esparso-seríceo, tricoma 0,8 mm de compr., tector, simples, adpresso. Caule cilíndrico, jovem esparso-seríceo, adulto glabro, entrenós 45-35 × 1-1,2 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 20-41 × 13-23 mm, trilobada, papirácea, ápice acuminado, mucronado, 1 mm de compr., base cordada, margem inteira; venação actinódroma; pecíolo 6-30 × 0,7-0,9 mm. Inflorescência dicásio, axilar e terminal, pedunculado, com 3 flores; pedúnculo 6-10 mm de compr.; brácteas não observadas. Flores pentâmeras; pediceladas, pedicelo 8 mm de compr.; bractéola 0,5-1 mm de compr., escamiforme, decídua, indumento glabrescente; botão obovoide; sépalas 4 mm de compr., glabras, subiguais, ovadas, papiráceas, ápice arredondado, base redonda, margem inteira; corola 20 mm de compr., glabra, infundibuliforme, lilás; filete 7 mm de compr., antera apicifixa, 1,3 mm de compr., pólen pantoporado, equinado; estilete 9 mm de compr., estigma 1,8 × 1,1 mm, bilobado (globoso); ovário 1 mm de larg., glabro, 2-locular, 2 óvulos por lóculo. Fruto globoso, glabro, deiscente; 4 aberturas; sementes elipsoidais, sendo 4 unidades, glabras, lisas com duas faces planas e uma convexa, enegrecidas, 4 × 2 mm.

Figura 16
Ipomoea nil (L.) Roth. a. hábito. b. detalhe do ápice do ramo. c. indumento do caule. d. detalhe da inflorescência e botões florais. e. folha em face adaxial. f. sépala externa (esquerda) e interna (direita). g. flor em vista lateral. h. flor em vista frontal. i. detalhe do estame. j. grão de pólen. k. detalhe do pistilo. l. fruto imaturo (abaixo) e maduro com sementes (acima).
Figure 16
Ipomoea nil (L.) Roth. a. habit. b. branch apex detail. c. stem vestiture. d. inflorescence detail and flower buds. e. leaf in adaxial face. f. external (left) and internal (right) sepal. g. flower in side view. h. flower in front view. i. stamen detail. j. pollen grain. k. pistil detail. l. immature fruit (below) and ripe fruit with seeds (above).
Figura 17
Ipomoea purpurea (L.) Roth. a. hábito. b. detalhe do indumento. c. folha em face adaxial. d. botões florais. e. flor e botão em vista lateral. f. flor em vista frontal. g. bráctea. h. sépala externa (esquerda) e interna (direita). i. estame. j. grão de pólen. k. pistilo. l. corte transversal do ovário.
Figure 17
Ipomoea purpurea (L.) Roth. a. habit. b. vestiture detail. c. leaf in adaxial face. d. floral buds. e. flower and bud in side view. f. flower in front view. g. bract. h. external (left) and internal (right) sepal. i. stamen. j. pollen grain. k. pistil. l. cross section of the ovary.
Figura 18
Ipomoea ramosissima (Poir.) Choisy. a. hábito. b. folhas em face adaxial. c. flor em vista frontal. d. flor em vista lateral. e. sépala externa. f. detalhe do estame. g. fruto imaturo. h. semente.
Figure 18
Ipomoea ramosissima (Poir.) Choisy. a. habit. b. leaves in adaxial face. c. flower in front view. d. flower in side view. e. external sepal. f. stamen detail. g. immature fruit. h. seed.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, margem da estrada para o novo prédio da reitoria, 14°53’27.8”S, 40°48’01.5”W, 855 m, 05-IX-2017, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 02 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, margem da estrada para o novo prédio da reitoria 14°53’24.8”S, 40°48’08.4”W, 855 m, 05-IX-2017, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 03 (HUESBVC, HVC).

Com registros em quase todos os Estados do país, exceto Acre, Alagoas, Amapá, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Na Bahia existem 40 espécimes registrados, em sua maioria, nas regiões sul e centro-sul do Estado, não havendo coletas para Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
, Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). A principal característica que distingue a espécie é a semente glabra sem margens. Observamos que I. ramosissima se apresentou como uma das menores e mais delicadas espécies de Ipomoea registradas no município.

6. Jacquemontia Choisy, Mém. Soc. Phys. Genève 6(2): 476. 1834.

Está distribuído por todos os Estados brasileiros, representado por 63 espécies, sendo 41 endêmicas (Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). É caracterizado principalmente pelos seus tricomas estrelados, 3-7-ramificados e seu estilete único com dois estigmas elipsoides achatados dorsiventralmente, além de uma cápsula deiscente com oito valvas (Buril & Alves 2011Buril, M.T. & Alves, M. 2011. Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Convolvulaceae. Rodriguésia 62: 93-105., Pastore & Simão-Bianchini 2017Pastore, M. & Simão-Bianchini, R. 2017. Sinopse do gênero Jacquemontia Choisy (Convolvulaceae) no Estado de São Paulo, Brasil: notas nomenclaturais, taxonômicas e geográficas. Hoehnea 44(4): 611-634.).

A inflorescência é cimeira com três a muitas flores, brácteas ausentes ou presentes em grande quantidade. As flores podem ser sésseis ou pedunculadas, infundibuliformes, azuis ou brancas, raramente com outra cor e os estames são heterodínamos (Buril & Alves 2011Buril, M.T. & Alves, M. 2011. Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Convolvulaceae. Rodriguésia 62: 93-105.). Durante as coletas notou-se uma maior abundância deste gênero em áreas menos urbanizadas, mostrando que são espécies com preferência a ambientes mais preservados.

6.1. Jacquemontia glaucescens Choisy, Mém. Soc. Phys. Genève 8: 64. 1838.

Figura 19

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira, volúvel, com látex escasso; indumento velutino, tricoma 37,92 µm, tector, pedunculado, estrelado com 6‒7 raios, adpresso. Caule cilíndrico, jovem com indumento estrelado, adulto glabro, entrenós 7-63 × 1,2-2 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 9-40 × 5-25 mm, inteira, ovada, papirácea, ápice agudo mucronado, base redonda, margem inteira; venação camptódroma; pecíolo 2-15 × 0,7-1 mm. Inflorescência dicásio, terminal, pedunculado, com 4 a 6 flores; pedúnculo 9-45 × 0,6-0,8 mm; brácteas e bractéolas 2 mm de compr., escamiformes, perenes. Flores pentâmeras; botão estreito ovado com ápice agudo; sépalas 5 mm de compr., glabras, subiguais, ovadas, papiráceas, ápice obtuso, base redonda, margem inteira; corola 20 mm de compr., glabra, infundibuliforme, lilás; filete 9 mm de compr., antera 1 mm de compr., dorsifixa, pólen 3-colpado; ovário 2 mm de larg., glabro, 2-locular, 2 óvulos por lóculo; estilete 13 mm de compr., estigma 1,5 mm de compr. Fruto globoso, glabro; sementes elipsoidais, com 4 unidades, glabras, lisas com duas faces planas e uma convexa, enegrecidas.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, Rua Hormindo Barros, Bairro Candeias, 14°52’25.3”S, 40°48’22.8”W, 870 m, 19-X-2017, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 06 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, margem da trilha da Matinha, 14°53’17.4”S, 40°47’49.4”W, 874 m, 13-XII-2017, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 10 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, borda da Matinha, 14°52’46.1”S, 40°47’39.0”W, 889 m, 21-XII-2018, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 14 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, borda da Matinha, 14°52’24.9”S, 40°47’25.2”W, 920 m, 22-II-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 19 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, margem da estrada da Matinha, 14°52’19.5”S, 40°47’20.7”W, 928 m, 22-II-2019, fl., fr., J.S. Santos & C.S. Caires 21 (HUESBVC, HVC); campus da UESB, margem da Matinha 14°53’07.8”S, 40°48’02.7”W, 880 m, 29-III-2019, fl., fr., J.S. Santos 27 (HUESBVC, HVC).

Espécie registrada para Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe. Na Bahia possui 129 registros, coletados nos litorais do extremo sul, sul e leste, incluindo a região Metropolitana de Salvador, além da porção central do Estado; porém este é o primeiro registro para Vitória da Conquista (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
, Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). No município é a espécie de Jacquemontia mais comum, encontrada facilmente em regiões de mata. Pode ser distinta das demais pelas suas flores lilases, sépalas iguais a subguais, tricomas estrelados com 6 a 7 raios e grãos de pólen tricolpados.

Apresenta grande semelhança com Jacquemontia aequisepala M.Pastore & Sim.-Bianch., tornando difícil a sua separação, pois o critério, segundo Pastore & Simão-Bianchini (2016)Pastore, M. & Simão-Bianchini, R. 2016. Jacquemontia aequisepala (Convolvulaceae), a new species from Brazil. Kew Bulletin 71: 71-26., para a diferenciação baseia-se principalmente no formato do grão de pólen que em J. aequisepala é pantocolpado. Nos espécimes analisados de J. glaucescens, às vezes, encontramos pólens com formato pantocolpado, mas a maioria dos grãos eram tricolpados. A morfologia das sépalas e dos tricomas também podem auxiliar na distinção entre essas duas espécies, sendo as sépalas em J. glaucescens desiguais com a externa mais longa e em J. aequisepala iguais; os tricomas estrelados em J. aequisepala possuem de 6 a 7 raios e em J. glaucescens ocorrem de 7 a 9 raios (Pastore & Simão-Bianchini 2016Pastore, M. & Simão-Bianchini, R. 2016. Jacquemontia aequisepala (Convolvulaceae), a new species from Brazil. Kew Bulletin 71: 71-26.).

6.2. Jacquemontia nodiflora (Desr.) G.Don, Gen. Hist. 4: 283. 1838.

Figura 20

Planta terrestre, autotrófica, trepadeira, volúvel, látex ausente; indumento denso-seríceo, tricoma 66,36 µm, tector, adpresso, estrelado com 3 a 4 raios. Caule cilíndrico, tricoma estrelado, entrenós 40-61 × 1,1-2 mm. Folhas alternas espiraladas, desenvolvidas, simples, pecioladas, lâmina 12-29 × 8-12 mm, inteira, elíptica, papirácea, ápice obtuso, mucronado, base redonda, margem inteira; venação camptódroma; pecíolo 4-7 mm de compr. Inflorescência dicásio, axilar, pedunculado, seríceo, com muitas flores; pedúnculo 4 × 0,2 mm; brácteas não observadas. Flores pentâmeras, pedicelada, 5 × 7 mm de compr.; botão obovoide; sépalas 3 mm de compr., subiguais, elípticas, papiráceas, seríceas, ápice arredondado, base obtusa, margem inteira; corola 7 mm de larg., glabra, infundibuliforme, alva a rósea; filete 8 mm de compr., antera 1 mm de compr., apicifixa, pólen 3-colpado; ovário 1 mm de larg., glabro, 4-locular, 2 óvulos por lóculo, estilete 6,5 mm de compr., estigma ca. 1 mm de compr. Fruto não observado.

Material examinado: Brasil. Bahia: Vitória da Conquista, campus da UESB, jardim em frente ao módulo Amélia Barreto, 14°53’25.2”S, 40°48’15.3”W, 875 m, 27-XI-2017, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 08 (HUESBVC, HVC); próximo a estação de tratamento de esgoto da EMBASA, 14°54’01.3”S, 40°48’21.4”W, 845 m, 05-IV-2019, fl., J.S. Santos & C.S. Caires 32 (HUESBVC, HVC); Parque Imperial, 14°91’21.7”S, 40°53’38.5”W, 845 m, 17-IX-2017, fl. C.O. Azevedo 955 (HUESBVC, HVC).

Figura 19
Jacquemontia glaucescens Choisy. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. detalhe do indumento. d. detalhe do tricoma. e. flores em vista frontal. f. inflorescência com detalhe dos botões e flor em vista lateral. g. sépala interna (esquerda) e externa (direita). h. detalhes do estame. i. grão de pólen. j. detalhe do pistilo e estigma. k. frutos maduros.
Figure 19
Jacquemontia glaucescens Choisy. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. detail vestiture. d. trichome detail. e. flowers in front view. f. inflorescence with detail of buds and flower in side view. g. internal (left) and external (right) sepal. h. stamen detail. i. pollen grain. j. detail of the pistil and stigma. k. ripe fruits.
Figura 20
Jacquemontia nodiflora (Desr.) G.Don. a. hábito. b. folha em face adaxial. c. detalhe do indumento caulinar e do tricoma. d. inflorescência. e. flores e visitante floral. f. sépalas externas (esquerda) e internas (direita). g. pistilo. h. estame. i. grãos de pólen.
Figure 20
Jacquemontia nodiflora (Desr.) G.Don. a. habit. b. leaf in adaxial face. c. details of the vestiture stem and trichome. d. inflorescence. e. flowers and floral visitor. f. external (left) and internal (right) sepal. g. pistil. h. stamen. i. pollen grains.

Encontrada nas Regiões Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), Centro-Oeste (Goiás) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), possui três registros para Vitória da Conquista dentre os 383 espécimes coletados na Bahia. No Estado as coletas estão concentradas em sua porção central, desde o centro-sul até o centro-norte, acompanhando a Chapada Diamantina, com registro para a região Metropolitana de Salvador. Não há registros para a região sul e existem escassas coletas na região oeste (CRIA 2021CRIA. Centro de Referência em Informação Ambiental. Dados Species Link. Disponível em http://www.splink.cria.org.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://www.splink.cria.org.br/...
, Flora do Brasil 2020Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ (acesso em 26-III-2021).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/...
). A espécie é facilmente reconhecida por seus caules volúveis com tricomas estrelados 3-radiados de cor ferrugínea (Moreira 2014Moreira, A.L.C. 2014. Jacquemontia Choisy (Convolvulaceae) nos Estados de Goiás e Tocantins, Brasil: Estudos florísticos e taxonômicos. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal.), além de suas flores alva-róseas aglomeradas nos nós junto das folhas.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa de Iniciação Científica ao primeiro Autor; à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e ao Laboratório de Botânica, pelo espaço, equipamentos e materiais disponibilizados. À Doutora Rosângela Simão-Bianchini, por auxiliar na identificação de algumas Ipomoea, bem como pelas bibliografias fornecidas; ao Doutor André L. da Costa Moreira, pelo auxílio com as bibliografias sobre Merremia; À Profa. Dra. Cecília Oliveira de Azevedo e a discente Jerlane N. Moura, pelos espécimes coletados.

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Editor Responsável: Ana Rita Giraldes Simões

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    24 Jan 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    02 Fev 2021
  • Aceito
    07 Out 2021
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