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Checklist de Cyanobacteria do Estado do Pará, Brasil

Checklist of Cyanobacteria from the State of Pará (Brazil)

RESUMO

No presente estudo foram compilados 153 taxa de Cyanobacteria, dos quais, 130 taxa são infraespecíficos e 23 são genéricos. Em relação às famílias, foram registradas 27 famílias, dentre as quais, as famílias com maior representatividade são: Merismopediaceae (22 taxa), Oscillatoriaceae (17 taxa), Microcystaceae e Microcoleaceae (ambas com 13 taxa cada). Dentre os taxa de Cyanobacteria compilados da literatura (60 taxa), 63,33% ocorreram exclusivamente em águas continentais; 8,33% foram registradas exclusivamente em estuários; e, 28,33% ocorreram tanto em águas continentais quanto em estuários. Para os táxons referenciados nos acervos dos herbários, somente uma espécie é considerada exclusivamente de marinho-estuarina; as demais, são todas provenientes de amostras de águas continentais.

Palavras-chave:
Cyanophyceae; flora da Amazônia; microfitoplâncton; Taxonomia

ABSTRACT

In the present study, 153 cyanobacteria taxa were compiled, of which 130 taxa are infraspecific and 23 are generic. Regarding the families, 27 families were recorded, among which the families with the highest representativeness were: Merismopediaceae (22 taxa), Oscillatoriaceae (17 taxa), Microcystaceae and Microcoleaceae (both with 13 taxa each). Among the Cyanobacteria taxa compiled from the literature (60 taxa), 63.33% occurred exclusively in continental waters; 8.33% were recorded exclusively in estuaries; and 28.33% occurred both in continental waters and in estuaries. Among the taxa referenced in the herbaria collections, only 1 species is considered exclusively marine-estuarine, the others, all of which come from samples of continental waters.

Keywords:
Cyanophyceae; flora of the Amazon; Microphytoplankton; Taxonomy

Introdução

Cyanobacteria inclui organismos procariontes fotossintéticos mais abundantes, os quais possuem ampla distribuição geográfica, sendo encontradas em quase todos os hábitats, tais como: ambientes marinhos, águas continentais (rios, lagos, riachos, reservatórios, entre outros), nos solos, interiores de rochas, bem como podem ser encontradas em ambientes extremos como fontes termais, desertos e áreas glaciais, e ocupam variados nichos ecológicos (Calijuri et al. 2006Calijuri, M.C, Alves, M.S.A & Santos, A.C.A. 2006. Cianobactérias e cianotoxinas em águas continentais. São Carlos, RiMa., Sant’anna et al. 2006Sant´Anna, C.L., Melcher, S.S., Carvalho, M.C., Gemelgo, M.C.P. & Azevedo, M.T.P. 2007. Planktic Cyanobacteria from Upper Tietê Basin Reservoirs, São Paulo, Brazil. Revista Brasileira de Botânica. 31: 1-15., Silva 2020Silva, S.C.F. Variação espaço-temporal de Cianobactérias no Baixo Rio Tapajós, Pará, Brasil. 2020. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém.).

Constituem um grupo muito heterogêneo o que confere uma grande plasticidade ecológica, podendo ser considerado como os organismos fotossintéticos de maior amplitude de habitats (Melcher 2008Melcher, S.S. 2008. Estudos morfológicos e moleculares de cianobactérias potencialmente tóxicas dos gêneros Cylindrospermopsis, Aphanizomenon e Raphidiopsis (Nostocales). São Paulo. Instituto de Botânica de Secretaria de Estado do Meio Ambiente.). Entretanto, composição e estruturação das comunidades de cianobactérias estão intimamente relacionadas com as condições do meio, e qualquer flutuação das condições do ambiente, são refletidos diretamente na organização dessa comunidade (Cody 1996Cody, M. L. Introduction to long-term community ecological studies. 1996. In: Cody, M. L., Smallwood, J. A. (Eds.). Long-term studies of vertebrate communities. San Diego: Academic Press: 1-15. ).

Outra característica evolutiva desse grupo é a capacidade que algumas espécies de Cyanobacteria possuem de liberar metabólitos secundários chamados de cianotoxinas, os quais são prejudiciais à saúde humana e animal quando ingeridas em altas concentrações (Carmichael 1992Carmichael, W.W. 1992. Cyanobacteria secondary metabolites: the cyanotoxins. Applyed Bacteriology, 72: 445-454.). No Brasil casos severos de intoxicação por cianotoxinas seguida de morte foram relatados pela primeira em 1998 no Estado da Bahia (Schulze et al. 2003Schulze, E, Schubert, L.B, Caballi, V & Pacheco, M.R. 2003. Reconhecimento de algas e contagem de células e Cyanophyceae nos mananciais que abastecem as Etas do SAMAE de Blumenau. SAMAE. Blumenau.).

No Brasil há muitos estudos sobre a Divisão Cyanobacteria, sendo que a grande maioria se concentra nas regiões sul e sudeste, dentre esses estudos, destacam-se: Azevedo et al. (2003Azevedo, M.T.P, Sant’Anna, C.L., Senna, P.A.C, Komárek, J. & Komárková, J. 2003. Contribution to the microflora of chroococcalean cyanoprokaryotes from São Paulo State, Southeast Brazil. Hoehnea 30 (3): 285-295.) no qual apresentam 5 novas espécies de Cyanobacteria para o Estado de São Paulo; Werner & Sant’Anna (2006Werner, V.R. & Sant’anna, C.L. 2006. Occurrence of the rare genus Microcrocis P. Richter (Chroococcales,Cyanobacteria) in a coastal lagoon from Southern Brazil. Revista Brasileira de Botânica 29(10): 183-186.) relataram a ocorrência de espécies do gênero Microcrocis (Chroococcales) em lagoas costeiras no sudeste do Brasil (SP); Carvalho et al. (2007Carvalho, L.R., Sant’anna, C.L., Gemelgo, M.C.P. & Azevedo, M.T.P. 2007a. Cyanobacterial occurrence and detection of microcystin by planar chromatography in surface water of Billings and Guarapiranga Reservoirs, SP, Brazil. Revista Brasileira de Botânica, 30(1): 141-148.) relatam a ocorrência de espécies de Cyanobacteria nas represas Billings e Guarapiranga, São Paulo; Sant’Anna et al. (2007Sant´Anna, C.L., Melcher, S.S., Carvalho, M.C., Gemelgo, M.C.P. & Azevedo, M.T.P. 2007. Planktic Cyanobacteria from Upper Tietê Basin Reservoirs, São Paulo, Brazil. Revista Brasileira de Botânica. 31: 1-15.) realizaram um inventário de espécies de Cyanobacteria planctônicas em reservatórios do Alto Tietê (SP); Werner et al. (2008Werner, V.R., Sant’anna, C.L. & Azevedo, M.T.P. 2008. Cyanoaggregatum brasiliense gen. et sp. nov., a new chroococcal Cyanobacteria from Southern Brazil. Revista Brasileira de Botânica, 31(3): 491-497.) descreveram a espécie Cyanoaggregatum brasiliense Werner, Sant’Anna & Azevedo; Martins et al. (2012Martins, M.D, Branco, L.H.Z & Werner, V.R. 2012. Cyanobacteria from coastal lagoon of Southern Brazil: coccoid organisms. Brazilian Journal of Botany, 35 (1): 31-48.) relatam a ocorrência de espécies de Cyanobacteria na Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul; Dunck et al. (2018Dunck, B., Junqueira, M.G., Bichoff, A., Silva, M.V., Pineda, A., Paula, A.C.M., Zanco, B.F., Moresco, G.A, Iatskiu, P., Bortolini, J.C., Souza, Y.R., Train, S., Rodrigues, L.C. & Jati, S., Rodrigues, L. 2018. Periphytic and planktonic algae records from the upper Paraná river floodplain, Brazil: an update. Hoehnea, 45(4): 560-590.) registraram a ocorrência e a distribuição geográfica das microalgas, incluindo Cyanobacteria, as quais foram registradas na planície de inundação do alto rio Paraná, durante 30 anos de pesquisas realizadas na região pelo Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura da Universidade Estadual de Maringá.

Nas regiões centro-oeste e nordeste, destacam-se: Santos & Sant’Anna (2010Santos, K.R.S. & Sant’anna, C.L. 2010. Cianobactérias de diferentes tipos de lagoas (“salina”, “salitrada” e “baía”) representativas do Pantanal da Nhecolândia, MS, Brasil. Revista Brasil de Botânica, 33(1): 61-83.) realizaram um inventário taxonômico de Cyanobacteria em lagoas do Pantanal da Nhecolândia, Mato Grosso do Sul; Aragão-Tavares et al. (2015Aragão-Tavares, N.K.C., Severiano, J.S. & Moura, A.N. 2015. Phytoplankton composition of the Itaparica and Xingó reservoirs, São Francisco River, Brazil. Braz. J. Biol., 75 (3):616-627.) analisaram a composição taxonômica do fitoplâncton em dois reservatórios hidrelétricos do rio São Francisco, reservatórios Itaparica e Xingó; Silva & Godoy (2016Silva, W.M. & Godoy & F.M.R. 2016. Check-list das espécies de Fitoplâncton do estado do Mato Grosso do Sul. Iheringia, Série Botânica, 73(supl.): 219-230.) publicaram um Checklist das espécies do fitoplâncton com ocorrência no Estado do Mato Grosso do Sul; Assis et al. (2018Assis, G.F.P.: Silva, S.P.: Silva, L.F.S., Costa, R.L., Fonseca, L.W., De-Lamonica-Freire E.M., Figueiredo, D.M. & Teixeira-Oliveira, M. 2018. Inventory of cyanobacteria and microalgae cited for the National Park of the Chapada dos Guimarães (MT) and 80 new records from the region. Biota Neotropica, 18 (2): 1-15.) realizaram um inventário taxonômico de Cyanobacteria e microalgas para o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães e arredores (MT).

Ainda são escassos os estudos sobre cianobactérias na região Norte do Brasil, em virtude deste fato, esta revisão propõe-se listar as espécies de Cyanobacteria registradas no Estado do Pará, com o intuito de contribuir com futuros estudos taxonômicos, ecológicos e trabalhos aplicados à área de saneamento.

Material e Métodos

A síntese dos dados sobre a ocorrência de espécies de Cyanobacteria no Estado do Pará foi elaborada com base na revisão de trabalhos publicados sobre Cyanobacteria e sobre a comunidade microfitoplanctônica, tais como: artigos em revistas científicas, resumos de congressos, capítulos de livro, dissertações de mestrado e teses de doutorado; considerando o período de 1976 a 30 de julho de 2022. Relatórios técnicos não foram incluídos nesse levantamento de dados. Também foi efetuado o levantamento na base de dados Flora e Funga do Brasil (2022Flora e Funga do Brasil. 2022. Cyanophyceae. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB98980 (acesso em 01-III-2022).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
) e nos espécimes depositados em herbários que publicam seus dados na rede SpeciesLink (2022SpeciesLink. 2022. SpeciesLink network. Disponível em http://specieslink.net/search . (acesso em 28-II-2022).
http://specieslink.net/search...
).

A nomenclatura das espécies foi revisada e padronizada seguindo os preceitos de Guiry & Guiry (2022Guiry, M.D. & Guiry, G.M. 2022. AlgaeBase. World-wide electronic publication, National University of Ireland, Galway. Disponível em https://www.algaebase.org (acesso em 28-II-2022).
https://www.algaebase.org ...
) e o enquadramento taxonômico foi feito de acordo com o sistema de classificação proposto por Komárek et al. (2014Komárek, J., Kastovsky, J., Mares, J. & Johansen, J.R. 2014. Taxonomic classification of cyanoprokaryotes (cyanobacterial genera) 2014, using a polyphasic approach. Preslia 86: 295-335.).

Para a determinação de novos registros para o Brasil, Amazônia e para o Estado do Pará, o presente estudo levou em consideração a lista de espécies publicadas na base de dados do Flora e Funga do Brasil (2022Flora e Funga do Brasil. 2022. Cyanophyceae. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB98980 (acesso em 01-III-2022).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
).

Resultados e Discussão

Através da revisão da literatura, foram encontradas 26 (vinte e seis) referências, das quais: 15 (quinze) são artigos científicos, 9 (nove) são dissertações, 1(uma) tese de doutorado e 1 (um) capítulo de livro (tabela 1). Dentre os quais 14 (catorze) trabalhos foram desenvolvidos em águas continentais e 12 (doze) em áreas estuarinas na zona costeira do Estado do Pará, sendo que grande parte desse referencial tem como foco a comunidade microfitoplanctônica (89,7%) e apenas os trabalhos desenvolvidos nas imediações do Rio Tapajós (11,3%), tais como: et al. (2010Sá, L.L.C., Vieira, J.M.S., Mendes, R.A, Pinheiro, S.C.C., Vale, E.R., Alves, F.A.S., Jesus, I.M., Santos, E.C.O & Costa, V.B. 2010. Ocorrência de uma floração de cianobactérias tóxicas na margem direita do rio Tapajós, no Município de Santarém (Pará, Brasil). Revista Pan-Amazônica de Saúde, 1(1): 159-166.), Silva (2012Silva, S.C.F. 2012. Ecotoxicologia de Cianobactérias no canal principal do Baixo Rio Tapajós, Santarém, Pará, Amazônia, Brasil. 2012. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém.), Silva et al. (2019Silva, S.C.F., Peleja, J.R.P. & Melo, S. 2019. Flutuação temporal de cianotoxinas (Microcistina- LR) no rio Tapajós (Santarém, Amazônia-Brasil). Scientia Plena 15(8): 1-13. ); referem-se à ocorrência de Cyanobacteria, florações tóxicas e cianotoxinas.

Tabela 1.
Lista de publicações e suas respectivas localidades de coleta, Estado do Pará, Brasil. Table 1. List of publications and their respective collection locations, State or Pará, Brazil.

A maioria das referências encontradas trata-se de estudos sobre o fitoplâncton (92,3%) e apenas uma dissertação de mestrado (Bastos, 2010Bastos, A.S.M. 2010. Diversidade e abundância de algas epilíticas do setor do Médio Rio Xingu/PA. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém.) e um capítulo de livro (Costa et al. 2009Costa, V.B.C., Costa, S.D. & Camargo, M. 2009. O fitoplâncton e o epiliton. In: Camargo, M. & Guilardi Jr., R. Entre a Terra, as Águas e os Pescadores do Médio Rio Xingu. Belém - Pará. Cap. III, pp. 73-115.) trazem informações sobre espécies de Cyanobacteria registradas em amostras de perífiticas.

Há alguns trabalhos que citam a ocorrência de Cyanobacteria, no entanto, não têm informações taxonômicas precisas, tais como os trabalhos de: Matos et al. (2012Matos, J.B., Silva, N.I.S, Pereira, L.C.C. & Costa, R.A.M. 2012. Caracterização quali-quantitativa do fitoplâncton da zona de arrebentação de uma praia amazônica. Acta Botanica Brasílica 26(4): 979-990., 2016Matos, J.B., Oliveira, S.M.O., Pereira, L.C.C. & Costa, R.A.M. 2016. Structure and temporal variation of the phytoplankton of a macrotidal beach from the Amazon coastal zone. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 88(3): 1325-1339.), os quais, citam a ocorrência de apenas uma morfo-espécie de Cyanobacteria pertencente à família Oscillatoriaceae; Costa et al. (2013Costa, R.M., Matos, J.B., Pinto, K.S.T. & Pereira, L.C.C. 2013. Phytoplankton of a dynamic Amazon sandy beach, Proceedings 12th International Coastal Symposium (Plymouth, England), Journal of Coastal Research, Special Issue, 65: 1751-1756.), que relatam a ocorrência de 1% de taxa pertencentes à Divisão Cyanophyta (de um total de 98 taxa).

A base de dados Flora e Funga do Brasil (2022Flora e Funga do Brasil. 2022. Cyanophyceae. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB98980 (acesso em 01-III-2022).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
) faz a citação de 511 (quinhentos e onze) espécies de Cyanobacteria para o Brasil, destas 48 (quarenta e oito) são relatadas para a região Amazônica e apenas 25 (vinte e cinco) espécies de Cyanobacteria são referenciadas para o Estado do Pará. No levantamento realizado na literatura foram registrados 60 táxons específicos/ infraespecíficos de Cyanobacteria (tabela 3). No levantamento realizado na rede de dados pública SpeciesLink (2022SpeciesLink. 2022. SpeciesLink network. Disponível em http://specieslink.net/search . (acesso em 28-II-2022).
http://specieslink.net/search...
) foram encontrados 5 (cinco) herbários com espécies de Cyanobacteria tombadas no acervo de suas coleções, a saber: HATM, UFG, R-Algae, SP-Algae, OBIS-BR (tabela 2); perfazendo um total de 97 (noventa e sete) espécies (tabela 4). Dentre as quais: 27 (vinte e sete) espécies também são citadas nas referências compiladas neste trabalho, e 70 (setenta) espécies estão nos acervos dos herbários, mas não foi encontrada nenhuma referência de publicação das mesmas em artigos científicos ou outra publicação de circulação nacional ou internacional.

Tabela 2.
Lista de Herbários e Bases de dados consultados e suas respectivas localidades de coleta, Estado do Pará, Brasil. Table 2. List of Herbaria and Databases consulted and their respective collection locations, State of Pará, Brazil.

Tabela 3.
Espécies de Cyanobacteria registradas na literatura compilada para o Estado do Pará, Brasil. Table 3. Cyanobacteria species recorded in the literature compiled for the State of Pará, Brazil.

A deposição de amostras em acervos de herbários e a publicização de dados em plataformas de acesso livre deveria ser uma prática recorrente, uma vez que, a busca nas redes digitais de herbários com livre acesso já é considerada uma poderosa fonte de informação sobre a diversidade de vários grupos de plantas terrestres, podendo desta forma também facilitar a compilação de dados sobre a ocorrência de Cyanobacteria e outros grupos taxonômicos de algas.

No presente estudo foram compilados 153 taxa de Cyanobacteria, dos quais, 130 taxa são infraespecíficos (tabelas 3 e 4), e 23 são genéricos, a saber: Anabaena spp., Aphanizomenon spp., Aphanocapsa spp., Aphanothece spp., Arthrospira spp., Chroococcus spp., Coelomoron spp., Dolichospermum spp., Geitlerinema spp., Gomphosphaeria spp., Hapalosiphon spp., Komvophoron spp., Lyngbya spp., Merismopedia spp., Microcystis spp., Nostoc spp., Oscillatoria spp., Phormidium spp., Planktothrix spp., Pseudanabaena spp., Romeria spp., Spirulina spp., Synechococcus spp.

As espécies de Cyanobacteria do Estado do Pará distribuem-se em 6 ordens, a saber: Synechococcales, Spirulinales, Pleurocapsales, Chroococcales, Oscillatoriales e Nostocales. As ordens com maior contribuição em número de taxa são: Synechococcales (36,48%), Oscillatoriales (22,64%) e Chroococcales (22,01%). Em relação às famílias, foram registradas 27 famílias, dentre as quais, as famílias com maior representatividade são: Merismopediaceae (22 taxa), Oscillatoriaceae (17 taxa), Microcystaceae e Microcoleaceae (ambas com 13 taxa cada).

A partir da revisão da literatura, como pode ser visto na Tabela 3, foram compilados 60 táxons específicos de Cyanobacteria, dentre os quais: 63,33% (sessenta e três, trinta e três por cento; ou seja, 38 (trinta e oito) espécies) ocorreram exclusivamente em águas continentais; 8,33% (oito, trinta e três por cento; ou seja, 5 (cinco) espécies) foram registradas exclusivamente em estuários; e, 28,33% (vinte e oito, trinta e três por cento; ou seja, 17 (dezessete) espécies) ocorreram tanto em águas continentais quanto em estuários. Dentre os táxons referenciados nos acervos dos herbários (tabela 4), somente 1 (uma) espécie é considerada exclusivamente marinho-estuarina, as demais, todas são provenientes de amostras de águas continentais.

Tabela 4.
Espécies de cianobactérias registradas para o Estado do Pará, Brasil, em Herbários e Bases de dados públicas. 1. HATM; 2. UFG; 3. R-Algae; 4. SP-Algae; 5. OBIS-BR; 6. Flora e Funga do Brasil (2022Flora e Funga do Brasil. 2022. Cyanophyceae. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB98980 (acesso em 01-III-2022).
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).xxx Table 4. Cyanobacteria species registered for the State of Pará, Brasil, in Herbaria and Public Databases. 1. HATM; 2. UFG; 3. R-Algae; 4. SP-Algae; 5. OBIS-BR; 6. Flora e Funga do Brasil (2022Flora e Funga do Brasil. 2022. Cyanophyceae. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB98980 (acesso em 01-III-2022).
http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/flora...
).

Os números encontrados nestes estudos assemelham-se aos de Dunck et al. (2018Dunck, B., Junqueira, M.G., Bichoff, A., Silva, M.V., Pineda, A., Paula, A.C.M., Zanco, B.F., Moresco, G.A, Iatskiu, P., Bortolini, J.C., Souza, Y.R., Train, S., Rodrigues, L.C. & Jati, S., Rodrigues, L. 2018. Periphytic and planktonic algae records from the upper Paraná river floodplain, Brazil: an update. Hoehnea, 45(4): 560-590.), os quais, efetuaram um levantamento sobre o registro de algas planctônicas e perifíticas para a planície de inundação do Rio Paraná, levando em consideração o período de 1994 a 2016 (não mencionam consulta em acervos de herbários ou bases de dados), e registraram 153 (cento e cinquenta e três) espécies de Cyanobacteria.

Silva & Godoy (2016Silva, W.M. & Godoy & F.M.R. 2016. Check-list das espécies de Fitoplâncton do estado do Mato Grosso do Sul. Iheringia, Série Botânica, 73(supl.): 219-230.) apresentaram um checklist de espécies do fitoplâncton do Mato Grosso do Sul, levando-se em consideração todas as publicações sobre essa comunidade até o ano de 2014 (sem mencionar dados de acervos de herbários e de bases de dados) no qual, citam a ocorrência de 34 (trinta e quatro) espécies de Cyanobacteria.

Em relação ao hábito, 32 (trinta e duas) espécies citadas neste estudo, já foram relatadas com hábito perifítico e planctônico, enquanto as demais são exclusivamente planctônicas. Dunck et al. (2018Dunck, B., Junqueira, M.G., Bichoff, A., Silva, M.V., Pineda, A., Paula, A.C.M., Zanco, B.F., Moresco, G.A, Iatskiu, P., Bortolini, J.C., Souza, Y.R., Train, S., Rodrigues, L.C. & Jati, S., Rodrigues, L. 2018. Periphytic and planktonic algae records from the upper Paraná river floodplain, Brazil: an update. Hoehnea, 45(4): 560-590.) relataram para a planície de inundação do Rio Paraná que 124 (cento e vinte e quatro) espécies têm hábito perifítico, 19 (dezenove) têm hábito planctônico e 10 (dez) tem hábito tanto perifítico quanto planctônico.

A Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021 (Brasil 2021Brasil. Ministério da Saúde. 2021. Portaria GM/MS nº 888, de 04 de maio de 2021.) estabelece o monitoramento semanal de cilindrospermopsinas, microcistinas e saxitoxinas no ponto de captação quando a contagem de células exceder 20.000 (vinte mil) células/ml, e preconiza que o valor máximo permitido (VMP) para essas cianotoxinas é de: 1,0 µg/L para cilindrospermopsinas; 1,0 µg/L para Microcistinas (equivalente MCYST-LR, ou seja, todas as variantes de microcistinas); e de 3,0 µg/L para Saxitoxinas (equivalente STX).

No presente estudo foram registrados 17 (dezessete) gêneros potencialmente formadores de florações tóxicas, a saber: Produtores de Cilindrospermopsinas: Dolichospermum e Raphidiopsis (= Cilindrospermopsis); Produtores de Microcistinas: Aphanocapsa, Arthrospira, Dolichospermum, Merismopedia, Microcystis, Nostoc, Oscillatoria, Planktothrix, Radiocytis, Snowella e Woronichinia; Produtores de saxitoxinas: Dolichospermum, Lyngbya, Planktothrix, Raphidiopsis (= Cilindrospermopsis); Produtores de outras toxinas não monitoradas pela Portaria GM/MS nº 888/2021 (Brasil 2021Brasil. Ministério da Saúde. 2021. Portaria GM/MS nº 888, de 04 de maio de 2021.): Anabaena, Arthrospira, Dolichospermum, Oscillatoria, Phormidium, Radiocytis, Raphidiopsis, Synechococcus, Synechocystis e Trichodesmium.

Os estudos de et al. (2010Sá, L.L.C., Vieira, J.M.S., Mendes, R.A, Pinheiro, S.C.C., Vale, E.R., Alves, F.A.S., Jesus, I.M., Santos, E.C.O & Costa, V.B. 2010. Ocorrência de uma floração de cianobactérias tóxicas na margem direita do rio Tapajós, no Município de Santarém (Pará, Brasil). Revista Pan-Amazônica de Saúde, 1(1): 159-166.), Silva (2012Silva, S.C.F. 2012. Ecotoxicologia de Cianobactérias no canal principal do Baixo Rio Tapajós, Santarém, Pará, Amazônia, Brasil. 2012. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém.), Silva et al. (2019Silva, S.C.F., Peleja, J.R.P. & Melo, S. 2019. Flutuação temporal de cianotoxinas (Microcistina- LR) no rio Tapajós (Santarém, Amazônia-Brasil). Scientia Plena 15(8): 1-13. ) relataram a ocorrência de florações tóxicas de táxons de Cyanobacteria no Rio Tapajós, em áreas adjacentes à zona urbana do município de Santarém (Pará), destacando a ocorrência de florações dos gêneros Dolichospermum (= Anabaena) e Microcystisii.

Os gêneros listados para o Estado do Pará, já foram reportados para o Brasil por: Brasil (2003Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. 2003. Cianobactérias na água para consumo humano na saúde pública e processos de remoção em água para consumo humano. Brasília.), Schulze et al. (2003Schulze, E, Schubert, L.B, Caballi, V & Pacheco, M.R. 2003. Reconhecimento de algas e contagem de células e Cyanophyceae nos mananciais que abastecem as Etas do SAMAE de Blumenau. SAMAE. Blumenau.), Carvalho et al. (2007Carvalho, L.R., Sant’anna, C.L., Gemelgo, M.C.P. & Azevedo, M.T.P. 2007a. Cyanobacterial occurrence and detection of microcystin by planar chromatography in surface water of Billings and Guarapiranga Reservoirs, SP, Brazil. Revista Brasileira de Botânica, 30(1): 141-148.), Melcher (2008Melcher, S.S. 2008. Estudos morfológicos e moleculares de cianobactérias potencialmente tóxicas dos gêneros Cylindrospermopsis, Aphanizomenon e Raphidiopsis (Nostocales). São Paulo. Instituto de Botânica de Secretaria de Estado do Meio Ambiente.) e Carvalho et al. (2013Carvalho, M.C., Agujaro, L.F., Pires, D.A. & Picoli, C. 2013. Manual de cianobactérias planctônicas: Legislação, orientações para o monitoramento e aspectos ambientais. CETESB. São Paulo. 47p.); para o Chile por Almanza et al. (2016Almanza, V.M., Parra, O.B., Bicudo, C.E.M, Sant’Anna, C.L., Figueroa, R.J., Urrutia, R.P., Lara, F.S., Béltran, J.C., Baeza, C.F. & Gonzaléz, P.S. 2016. Guía para el estúdios de Cianobacterias em el sistema lacustre del Gran Concepción: aspectos ecológicos, toxicológicos, de control-vigilancia y taxonômicos. Chile.) e para outros países por Carmichael (1992Carmichael, W.W. 1992. Cyanobacteria secondary metabolites: the cyanotoxins. Applyed Bacteriology, 72: 445-454.) e Buratti et al. (2017Buratti, F.M, Manganelli, M., Vichi, S., Scardala, M.S.S., Testai, E. & Funari, E. 2017. Cyanotoxins: producing organisms, occurrence, toxicity, mechanism of action and human health toxicological risk evaluation. Arch Toxicol 91: 1049-1130.).

A ocorrência desses 17 (dezessete) gêneros potencialmente formadores de florações tóxicas, citados acima para o Estado do Pará, requer bastante atenção dos órgãos gestores de sistemas de abastecimento de água e também de saúde pública, uma vez que, vários desses gêneros produzem cilindrospermopsinas, microcistinas e saxitoxinas, para as quais, a Portaria GM/MS nº 888/2021 (Brasil 2021Brasil. Ministério da Saúde. 2021. Portaria GM/MS nº 888, de 04 de maio de 2021.) recomenda o monitoramento constante. Outro fato que não pode ser ignorado, é a presença de gêneros produtores de anatoxinas e hepatotoxinas, causadores de infecções hepáticas; e de lipossacarídeos causadores de irritação por contato na pele e mucosas.

Atenção especial deve ser dada ao monitoramento do Rio Xingu (zona urbana de Altamira), Rio Tapajós (zona urbana de Santarém) e do Complexo da Utinga - Lago Bolonha e Lago Água Preta (zona urbana de Belém), uma vez que foram reportados gêneros produtores de florações tóxicas em locais de coleta situados próximos a pontos de captação para distribuição em sistemas de abastecimento de água para consumo humano.

No Estado do Pará não há especialistas em cianobactérias, mas há pesquisadores que atuam em linhas de pesquisa relacionadas à sistemática e ecologia do fitoplâncton, os quais estão vinculados ou não à cursos de pós-graduação Strictu Sensu, tais como: Programa de Pós-graduação em Ecologia Aquática e Pesca (PPGEAP/ ICB/ UFPA); Programa de Pós-graduação em Biologia Ambiental (PPGBA/ UFPA Campus Bragança); Programa de Pós-graduação em Aquicultura e Recursos Aquáticos Tropicais (PPGAqRAT/ UFRA); Programa de Pós-graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos (PPGRACAM/ ICTA/ UFOPA); e Programa de Pós-graduação em Natureza, Sociedade e Desenvolvimento (PPGSND/ UFOPA). Nestes programas têm sido produzidas dissertações e teses abordando diferentes aspectos da comunidade fitoplanctônica e fitobentônica de um modo geral, com exceção da dissertação de Silva (2012Silva, S.C.F. 2012. Ecotoxicologia de Cianobactérias no canal principal do Baixo Rio Tapajós, Santarém, Pará, Amazônia, Brasil. 2012. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém.) e a tese de Silva (2020Silva, S.C.F. Variação espaço-temporal de Cianobactérias no Baixo Rio Tapajós, Pará, Brasil. 2020. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém.) às quais tem foco nas cianobactérias.

Há muitas perspectivas de pesquisas sobre organismos fitoplanctônicos no Estado do Pará, incluindo as cianobactérias. Existe uma demanda por profissionais dessa linha de conhecimento a ser suprida tanto nos órgãos de fiscalização ambiental do Estado e dos municípios, quanto nas agências de abastecimento de água e nas empresas de produção de água mineral, as quais possuem a obrigação legal de executar ou acompanhar o biomonitoramento de empreendimentos que utilizam os recursos hídricos.

No entanto, o subsídio à fiscalização e ao monitoramento dos corpos d’agua tem grande dependência da formação de recursos humanos, sobretudo da geração de conhecimento sobre as particularidades regionais presentes nas regiões hidrográficas paraenses, em relação à composição taxonômica, a ecologia e aspectos fisiológicos, tais como produção de ecotoxinas.

Os principais entraves para a formação de taxonomistas constituem-se na falta de atratividade da área na grade dos cursos de Ciências Biológicas, e na constante redução de conhecimentos específicos ligados à taxonomia nas matrizes curriculares dos cursos de Licenciatura em Ciências Biológicas e em Ciências Naturais, tais cursos são os principais fornecedores de recursos humanos para taxonomia. Estratégias como a criação e fomento de grupos de pesquisa que abordem a taxonomia e ecologia de organismos fitoplanctônicos, o desenvolvimento de redes sólidas de colaboração científica, e a implementação de editais de financiamento e bolsas, são fundamentais para atrair estudantes de iniciação, de pós-graduação e para a fixação de pesquisadores especialistas, além de ampliar o conhecimento sobre as algas planctônicas de corpos d’água paraenses.

Agradecimentos

Ao Herbário Padre José Maria de Albuquerque (HATM/FCB/Campus Altamira); ao Laboratório de Botânica (LABOT/FCB/Campus Altamira); à Faculdade de Ciências Biológicas (FCB/Campus Altamira).

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Editado por

Editora Associada:

Gisele Marquardt

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    09 Out 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    11 Jul 2022
  • Aceito
    05 Jan 2023
  • Preprint postado em
    23 Jan 2023
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