Acessibilidade / Reportar erro

Jihad e escravidão: as origens dos escravos muçulmanos da Bahia

Resumos

A CONFIGURAÇÃO ÉTNICA da população baiana modificou-se bastante de fins do século XVIII para o século seguinte, quando povos islâmicos africanos tornaram-se comuns entre os escravos, em especial a partir dos grandes desembarques de cativos de fala Ioruba. As origens desses muçulmanos podem estar relacionadas ao contexto próprio das áreas interioranas da Baía de Benin e à jihad do Xeque Usman dan Fodio, fundador do Califado de Sokoto. Este estudo examina o material biográfico disponível, procurando oferecer subsídios adicionais acerca da comunidade muçulmana para, assim, estabelecer mais claramente as ligações entre os padrões de resistência à escravidão na Bahia, que culminaram na insurreição Malê de 1835, e o movimento da jihad no interior da Baía de Benin.


THE ORIGINS OF MUSLIM slaves in Bahia can be traced to the interior of the Bight of Benin and the jihad of Sheikh Usman dan Fodio that established the Sokoto Caliphate. As is well known, the ethnic configuration of the Bahian population changed significantly in the last decades of the eighteenth century and continuing into the nineteenth, as Hausa, Nupe, and other Muslims became more common among the slaves, and most especially with the massive arrival of Yoruba-speaking slaves in the nineteenth century. The present study examines available biographical material in an attempt to shed additional light on the Muslim community and thereby establish more clearly the links between the patterns of resistance to slavery in Bahia, culminating in the Male uprising of 1835, with the jihad movement in the interior of the Bight of Benin.


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    Cf., por exemplo, dentre os trabalhos de Pierre Verger, especialmenteTrade Relations between the Bight of Benin and Bahia from the 17th to the 19th Century. Ibadan: University of Ibadan Press, 1976; REIS, João. Slave Rebellion in Brazil: The Muslim Uprising of 1835 in Bahia. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1993; SCHWARTZ, Stuart. Sugar Plantations in the Formation of Brazilian Society: Bahia, 1550-1835. Cambridge: Cambridge University Press, 1985; MATTOSO, Kátia de Queirós. Bahia Século XIX: Uma Província no ImpérioRio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992; OLIVEIRA, Maria Inês Côrtes de.Retrouver une identité: Jeux sociaux des Africains de Bahia: (vers 1750 - vers 1890). Tese de doutorado, Université de Paris-Sorbonne (Paris IV), 1992; NISHIDA, Mieko. "Manumission and Ethnicity in Urban Slavery: Salvador, Brazil, 1808-1888". In: Hispanic American Historical Review, 73:3, 1993, pp. 361-91.
  • 2
    Cf., dentre meus estudos anteriores, "Background to Rebellion: The Origins of MuslimSlaves in Bahia". In: Slavery and Abolition, 15, 2, 1994, pp. 151-82; e "The Central Sudan and the Atlantic Slave Trade". In: HARMS, Robert W. et al. Paths toward the Past: African Historical Essays in Honor of Jan Vansina. Atlanta: African Studies Association Press, 1994, pp. 345-70. A amostragem preliminar foi completada com outros dez casos; todavia, na amostra anterior um indivíduo foi contado duas vezes, e este erro, alertado por Robin Law, foi corrigido. Observe-se ainda que a presente amostragem será completada com biografias adicionais, baseadas em fontes brasileiras, especialmente baianas. Uma pesquisa inicial dos registros judiciais gerados pela insurreição de 1835 na Bahia oferece maior detalhamento sobre as origens dos indivíduos, embora se espere que levantamentos arquivísticos adicionais esclareçam melhor a questão. Sou grato a Marcia Smith pelo exame dos registros judiciários publicados (veja-se "The Male Uprising in Bahia, 1835: MiniBiographies of Leaders and Others Accused", 1998 (paper inédito, seminário na York University).
  • 3
    No caso das pessoas que acabaram em Serra Leoa, suas biografias derivam de entrevistasfeitas por d'Andrada, um antigo ministro do governo brasileiro, autor de um ensaio sobre a geografia de Portugal (1819), conforme o que foi reportado por Menezes de Drumond (7 casos); do material coletado pelos membros da Expedição ao Níger em 1841 (6 casos); as narrativas de escravos coletadas por Francis de Castelnau, cônsul francês na Bahia, em fins da década de 1840 (23 casos); o inventário linguístico realizado por Sigismund Wilhelm Koelle em 1850, com ex-escravos (66 casos); além do material derivado de diversas outras fontes (15 casos). Cf. as indicações de fontes no apêndice em anexo.
  • 4
    LOVEJOY, Paul E. "The Clapperton-Bello Exchange: The Sokoto Jihad and the Trans-Atlantic Slave Trade, 1804-1837". In: WILLEY, A. Elizabeth e WISE, Christopher (eds.). The Desert Shore: Literatures of the African Sahel. Boulder Col.: Lynn Reiner, 2000. Cf. tb. FISHER, Humphrey. "A Muslim Wilberforce? The Sokoto Jihad as Anti-Slavery Crusade: An Enquiry into Historical Causes". In: DAGET, S. (ed.). De la traite à l'esclavage du Ve au XIXeme siecle. Nantes:Centre de Recherche sur l'Histoire du Monde Atlantique, 1985, vol. II, pp. 537-55.
  • 5
    LOVEJOY, ""The Central Sudan...", op. cit., pp. 351-55. Cf. tb. ELTIS, David;RICHARDSON, David; BEHRENDT, Steven e KLEIN, Herbert. The Atlantic Slave Trade: A Database in CD-Rom. Cambridge:Cambridge University Press, 1999.
  • 6
    KOLAPO, James Femi. Military Turbulence, Population Displacement and Commerce on a Trading Frontier of the Sokoto Caliphate: Nupe c. 1810-1857. Tese de doutorado, York University, 1999.
  • 7
    Patrick Manning, usando um método distinto, chegou a uma estimativa ao menos com-parável, concluindo que 93 mil escravos Hauçás e Nupes foram exportados da Baía de Benin nos séculos XVIII e XIX. De acordo com suas projeções, tal movimento incluía 22 mil escravos Nupes entre a década de 1740 e a de 1860, e 70.800 Hauçás entre a década de 1780s e a de 1860. Cf. o seu Slavery, Colonialism and Economic Growth in Dahomey, 1640-1960. Cambridge: Cambridge University Press, 1982, Apêndice 2. Observe-se que Manning oferece totais ligeiramente menores para as exportações de Hauçás e Nupes na página 31. Dado o não refinamento dos números e o fato de Manning não incluir escravos não-Hauçás e não-Nupes, suas estimativas são bastantes próximas às minhas.
  • 8
    MANNING, Patrick. "The Slave Trade in the Bight of Benin, 1640-1890". In:GEMERY, Henry e HOGENDORN, Jan (eds.). The Uncommon Market: Essays in the Economic History of the Atlantic Slave Trade. New York:Academic Press, 1979, p. 127.
  • 9
    LAW, Robin. The Oyo Empire c. 1600-c.1836. Oxford:Oxford University Press, 1977, p. 217; e, do mesmo autor, "Slave-raiders and Middlemen, Monopolists and Free-traders: the Supply of Slaves for the Atlantic Trade in Dahomey, c. 1715-1850". In: Journal of African History, 30, 1989, pp. 45-68.
  • 10
    Sobre Pierre Tamata, veja-se VERGER, op. cit., pp. 186-90. Cf. tb. ADAMS, John.Remarks on the Country extending from Cape Palmas to the River Congo. London:G. and W.B. Whittaker, 1823, pp. 82-87.
  • 11
    Adams, que comerciou ao longo da Costa de Guiné nas décadas de 1780 e 1790, notoununca haver encontrado escravos Hauçá ou outros quaisquer do Sudão Central em Bonny. Ele confiou em sua experiência para erroneamente demonstrar que o Rio de Níger não poderia desaguar no Golfo de Guiné. De acordo com o seu raciocínio, ele deveria ter achado escravos do interior nos portos do Delta, tal como o fez em Lagos. Cf Cf. ADAMS, Remarks, op. cit., pp. 220-2. De modo semelhante, não tenho conhecimento de qualquer registro de escravos do Sudão Central que tenham sido embarcados na Costa do Ouro no século 18.
  • 12
    Conde da Ponte, Governador da Bahia, despacho de 16 de junho de 1807, conformecitado em VERGER, op. cit., p. 17.
  • 13
    De acordo com Schwartz, os Iorubas, Ewes e Hauçás constituíam um terço da popula-ção escrava da Bahia no início do século XIX em função das por então recentes importações - cf. Sugar Plantations, op. cit., pp. 437, 475.
  • 14
    FO 84/9 e 15, como citado por ELTIS, David. Economic Growth and the Ending of the Transatlantic Slave Trade. New York: Cambridge University Press, 1987, p. 358.
  • 15
    REIS, op. cit., p. 140. Os cativos e ex-escravos acusados de envolvimento na rebelião de 1835 eram predominantemente Iorubas e muçulmanos, não sendo, portanto, representativos da população escrava e liberta como um todo.
  • 16
    KOELLE, Sigismund Wilhelm. Polyglotta Africana. Graz:Akademische Druck- u. Verlagsanstalt 1963, pp. 1-21; HAIR, P. E. H. "Koelle at Freetown: an historical introduction," In: KOELLE, op. cit., pp. 7-17; HAIR, P. E. H. "The enslavement of Koelle's informants". In: Journal of African History, VI, 1965, pp. 193-203. Os números entre parênteses referem-se à população mencionada para cada grupo linguístico.
  • 17
    CURTIN, Philip D. The Atlantic Slave Trade: A Census.Madison:University of Wisconsin Press, 1969, p. 244. Curtin, que compilou os censos a partir dos Parliamentary Papers, 1849 [C.1126], inclui escravos originários de Nupe na Baía de Benin e cativos Hauçás na Baía de Biafra, embora seja muito provável que a maioria dos Hauçás transitassem por portos da Baía de Benin, não na Baía de Biafra.
  • 18
    CURTIN, op. cit., pp. 244-49, 289-98. Cf. tb. CURTIN, Philip D. e VANSINA, Jan."Sources of the nineteenth-century Atlantic slave trade". In:Journal of African History, V, 1964, pp. 185-208. Para ex-escravos Hauçás e Nupes de Serra Leoa cf. FYFE, Christopher. A History of Sierra Leone. London: Oxford University Press, 1962, pp. 66, 138, 170, 231, 234, 424 (Hauçás), e 170, 231, 289, 293, 320 (Nupes).
  • 19
    SHIELDS, Francine. Palm Oil and Power: Women in an Era of Economic and Social Transition in 19th Century Yorubaland (South-western Nigeria)". Tese de doutorado, Stirling, 1997, pp. 296-303; da mesma autora, "Those Who Remained Behind: Women Slaves in Nineteenth-Century Yorubaland". In: Lovejoy, Paul E. (ed.), Identity in the Shadow of Slavery. London:Cassell Academic, 2000; e KOLAPO, op. cit.,
  • 20
    O'HEAR, Ann. Power Relations in Nigeria: Ilorin Slaves and their Successors. Rochester: University of Rochester Press, 1997.
  • 21
    GEGGUS, David. "Sex Ratio, Age and Ethnicity in the Atlantic Slave Trade: Data fromthe French Shipping and Plantation Records". In: Journal of African History, 30, 1989, p. 36.
  • 22
    Idem, Ibidem. Geggus detecta 227 escravos "Aussa" com uma razão de masculinidadeda ordem de 1.521:100; e 60 "Gambari" (o termo ioruba para Hauçá) com uma razão de 1.900:100. Recalculei seus os números para estabelecer a porcentagem de homens centro-sudaneses como um todo.
  • 23
    "Clapperton para R. Wilmot Horton, 6 de Junho de 1825". In: BOVILL, E. W. (ed.).Missions to the Niger, IV. The Bornu Mission, 1822-25, Part 3. London: Cambridge University Press, 1966, vol. IV, p. 774.
  • 24
    CASTELNAU, Francis de. Renseignements sur l'Afrique centrale et sur une nation d'hommes a queue qui s'y trouverait, d'apres le rapport des negres du Soudan, esclaves a Bahia. Paris:P. Bertrand, 1851, p. 9. Eles "viennent a peu pres tous par la voie d'Onim {Lagos}".
  • 25
    RICHARDSON, James. Narrative of a Mission to Central Africa performed in the Years 1850-51. London:Chapman and Hall, 1853, vol. II, p. 203.
  • 26
    TAMBO, David Carl. "The Sokoto Caliphate Slave Trade in the Nineteenth Century".In: International Journal of African Historical Studies, 9, 2, 1976, pp. 204-205. Entre outras fontes, Tambo cita a correspondência de Davies para Campbell, de 31 de janeiro de 1858 (FO 541).
  • 27
    FYFE, op. cit., p. 212.
  • 28
    LOVEJOY, Paul E. "Concubinage in the Sokoto Caliphate (1804-1903)". In:Slavery and Abolition, XI, 1990, pp. 158-89.
  • 29
    ELTIS, David e ENGERMAN, Stanley. "Was the Slave Trade Dominated by Men?".In:Journal of Interdisciplinary History, 23, 1992, p. 255.
  • 30
    ELTIS, David. "Fluctuations in the Age and Sex Ratios of Slaves in the Nineteenth-Century Transatlantic Slave Traffic". In: Slavery and Abolition, 7, 1986, pp. 257-72; ELTIS e ENGERMAN, "Was the..., op. cit., pp. 237-57; GEGGUS, op. cit., p. 28; LOVEJOY, Paul E. "The Impact of the Atlantic Slave Trade on Africa: A Review of the Literature", Journal of African History, 30, 1989, p. 378.
  • 31
    ELTIS, Economic Growth, op. cit., p. 358.
  • 32
    Entre outras fontes, cf. LA TORRE, Joseph Raymond. Wealth Surpasses Everything: An Economic History of Asante in the Nineteenth Century. Tese de doutorado, Universidade da Califórnia, 1978. A análise de que La Torre faz dos registros de recrutamento holandeses está calcada na associação entre "Marabu" e Hauçá - o que me parece uma suposição razoável.
  • 33
    "B. Campbell para Clarendon, 27 de março de 1858", como mencionado em ELTIS,Economic Growth, op. cit., p. 358.
  • 34
    AGIRI, Babatunde. "Slavery in Yoruba Society in the 19th Century". In: LOVEJOY,Paul E. (ed.). The Ideology of Slavery in Africa. Beverly Hills:Sage Publications, 1981, pp. 141-2.
  • 35
    "Clapperton para Horton, 6 de junho de 1825", cit. por BOVILL, op. cit., p. 774.
  • 36
    MANNING, Patrick. Slavery and African Life: Occidental, Oriental and African Slave Trades. Cambridge: Cambridge University Press, 1990, p. 98.
  • 37
    Cf., por exemplo, MASON, Michael. "Population and 'Slave Raiding' - The Case ofthe Middle Belt of Nigeria". In: Journal of African History, 10, 4, 1969, pp. 551-64; e HOGENDORN, Jan. "Slave Acquisition and Delivery in Precolonial Hausaland". In: DUMETT, R. e SCHWARTZ, Ben K. (eds.). West African Culture Dynamics: Archaeological and Historical Perspectives. The Hague, 1980, pp. 477-93; cf. tb., BURNHAM, Philip. "Raiders and traders in Adamawa: slavery as a regional system". In: WATSON, James L. (ed.), Asian and African Systems of Slavery.Oxford:Oxford University Press, 1980, pp. 43-72.
  • 38
    DUNCAN, John. Travels in Western Africa, in 1845 and 1846. London:Bentley, 1847, vol. I, pp. 64, pp. 185-86.
  • 39
    Idem, vol. II, p. 175.
  • 40
    CLAPPERTON, Hugh. Journal of a Second Expedition into the Interior of Africa. London:John Murray, 1829, p. 171.
  • 41
    Idem, p. 95.
  • 42
    MISRAH, Muhammad. "Narrative of a Journey from Egypt to the Western Coast ofAfrica, by Mahomed Misrah. Communicated by an Officer serving in Sierra Leone". In: The Quarterly Journal, October 1822, 6, p. 14.
  • 43
    LANDER, Richard. Records of Captain Clapperton's Last Expedition to Africa. London: Colburn and Bentley, 1830, vol. I, pp. 204, 206.
  • 44
    Conforme informado por MISRAH, op. cit., p. 6.
  • 45
    KOELLE, op. cit., p. 19.
  • 46
    Idem, p. 17.
  • 47
    Conforme informado por MISRAH, op. cit., pp. 15-16.
  • 48
    Cf. a biografia Ali Eisami, que foi capturado durante a jihad em Borno, em CURTIN, Philip D. (ed.), Africa Remembered: Narratives of West Africans from the Era of the Slave Trade. Madison:University of Wisconsin Press, 1967, pp. 202, 211-12.
  • 49
    CASTELNAU, op. cit, p. 40.
  • 50
    DRUMOND, Menezes de. "Lettres sur l'Afrique ancienne et moderne". In:Journal des Voyages, 32, 1826, pp. 205-16.
  • 51
    CLAPPERTON, op. cit. p. 94.
  • 52
    KOELLE, op. cit., p.10.
  • 53
    Idem, p.17.
  • 54
    Idem, Ibidem.
  • 55
    REIS, op. cit., pp. 102-103 (cf. tb. a versão ainda em formato tese, com título seme-lhante, defendida na University of Minnesota em 1983, pp. 146-47).
  • 56
    Crowther, na abertura de seu diário, em 12 de junho de 1846, declara que ele e Townsendforam para Badagri "to see the extension of Indian corn, beans, groundnuts, and cassava belonging to the Hausa people. Since last month, I have visited many similar plantations. All this cultivation began this year because when we arrived here [em meados de 1845] there was no sign of cultivation anywhere in or around Badagri"; CMS, Yoruba Mission, CA2/031(b). Cf. tb. ADAMU, Mahdi. The Hausa Factor in West African History. Zaria e Ibadan, Ahmadu Bello University Press e Ibadan University Press, 1978, pp. 128, 132.
  • 57
    CASTELNAU, op. cit, p. 46. Cf. tb. VERGER, op. cit., p. 287.
  • 58
    Cf. GOODY, Jack. "Writing, Religion and Revolt in Bahia". In: Visible Language, 20, 1986, pp. 318-43; MONTEIL, Vincent. "Analyse de 25 documents arabes des Males de Bahia (1835)". In: Bulletin de l'Institute Fondamaentale d'Afrique Noire, ser. B, 29, 1-2, 1967, pp. 88-98; e REICHERT, Rolf. "L'insurrection d'esclaves de 1835 a la lumiere des documents arabes des archives publiques del'etat de Bahia (Bresil)". In: Bulletin de l'Institute Fondamaentale d'Afrique Noire, ser. B, 29, 1-2, 1967, pp. 99-104.
  • 59
    59Raymundo Nina Rodrigues publicou sua análise preliminar acerca da importância do Islam entre os escravos no Jornal do Commércio(Rio de Janeiro, 2 de Novembro de 1900); cf. VERGER, op. cit., pp. 285-86. Para o trabalho completo cf. RODRIGUES, Raymundo Nina. Os Africanos no Brasil. Brasília:Editora da Unb, 1988, baseado em notas coletadas entre 1890 e o ano de sua morte (1906). Para uma crítica de Nina Rodrigues, cf. REIS, op. cit., pp. 120-28.
  • 60
    GENOVESE, Eugene. From Rebellion to Revolution: Afro-American Slave Revolts in the Making of the New World. Baton Rouge:Louisiana State University Press, 1979. Cf. tb. CRATON, Michael. Testing the Chains: Resistance to Slavery in the British West Indies. Ithaca:Cornell University Press, 1982.
  • 61
    GOODY, op. cit., p. 331.
  • 62
    THORNTON, John. Africa and Africans in the Making of the Atlantic World, 14001680. Cambridge, Cambridge university Press, 1992.
  • 63
    Na década de 1820 ocorreram 10 rebeliões na Bahia e cinco em Sergipe de El-Rey, nasquais cativos e ex-escravos Iorubas estiveram envolvidos (cf. SCHWARTZ, op. cit., pp. 486-87).
  • 64
    Cf., por exemplo, SCHWARTZ, Stuart. "Cantos e quilombos numa conspiração deescravos hauçás - Bahia, 1814," in REIS, João José e GOMES, Flavio dos Santos (eds.). Liberdade por um Fio: Historia dos quilombos no Brasil. São Paulo:Companhia das Letras, 1996.
  • 65
    RODRIGUES, op. cit., passim. É difícil imaginar que os muçulmanos do Sudão Central da época não pudessem perceber a resistência em termos de jihad, mas a questão está longe de ser resolvida. REIS demonstra que a revolta de 1835, em particular, foi um levante muçulmano, mas sugere, por exemplo, que não se tratou de uma jihad (Cf.Slave Rebellion, op. cit. passim). Para uma interpretação que em grande parte dissolve o fator muçulmano cf. KENT, Raymond, "African Revolt in Bahia". In: Journal of Social History, 3, 1970, pp. 334-56.
  • 66
    RODRIGUES, op. cit., passim; cf. tb. VERGER, op. cit.
  • 67
    Cf. LOVEJOY, Paul E. e RICHARDSON, David. "Competing Markets for Male andFemale Slaves: Slave Prices in the Interior of West Africa, 1780-1850", In:International Journal of African Historical Studies, 28,2, 1995, passim; MANNING, Slavery and African, op. cit., pp. 65-6.
  • 68
    Segundo Dixon Denham, escrevendo de Borno em 26 de abril de 1822, as por entãorecentes pilhagem tinham tido tanto êxito "that unable to keep all, they massacred the men, being of the least value, and most troublesome" (cit. em BOVILL, op. cit., vol. III, p. 553).
  • 69
    De acordo com informações recolhidas por Denham em Borno (1822), "at eight days'distance only from Yeouri [Yauri, no Níger], large boats came to a place called Yearban [Yoruba], but it is not on the bahr kebir. Katungah [Katunga, i.e., Oyo] is the great port, which is at some distance: to both of these places people he called Americans came; they were white, and Christians: they always demand gum arabic and male slaves, for which they will pay as high as sixty to seventy dollars each". Este relato é ainda mais valioso na medida em que Denham não compreendia que o Níger fluía para o Golfo da Guiné e, conseqüentemente, que havia uma rota fluvial direta do norte para o sul. Cf. DENHAM, Dixon; CLAPPERTON, Hugh e OUDNEY, Walter. Narrative of Travels and Discoveries in Northern and Central Africa, in the Years 1822, 1823, and 1824. London: John Murray, 1828, vol. II, pp. 91-2.
  • 70
    INIKORI, Joseph E. "Export versus domestic demand: the determinants of sex ratiosin the Transatlantic slave trade". In: Research in Economic History, 14, 1992, p. 155.
  • 71
    Fontes:
  • 72
    DRUMOND, Menezes de. "Lettres sur l'Afrique ancienne et moderne". In:Journal des Voyages, 32, 1826, pp. 205-16.
  • 73
    CASTELNAU, Francis de. Renseignements sur l'Afrique centrale et sur une nation d'hommes a queue qui s'y trouverait, d'apres le rapport des negres du Soudan, esclaves a Bahia. Paris: P. Bertrand, 1851.
  • 74
    KOELLE, Sigismund Wilhelm. Polyglotta Africana. Graz: Akademische Druck- u. Verlagsanstalt 1963, pp. 8-18.
  • 75
    LANDER, Richard. Records of Captain Clapperton's Last Expedition to Africa. London: Colburn and Bentley, 1830, vol. I, pp. 204, 206.
  • 76
    MISRAH, Muhammad. "Narrative of a Journey from Egypt to the Western Coastof Africa, by Mahomed Misrah. Communicated by an Officer serving in Sierra Leone". In: The Quarterly Journal, October 1822, 6, pp. 15-16.
  • 77
    ALLEN, William e THOMSON, T. R. H. A Narrative of the Expedition sent by Her Majesty's Government to the River Niger in 1841, under the Command of Captain H.D. Trotter, R.N. London: Bentley, 1848, vol. I, pp. 79, 252 e 330; e vol. II, pp. 117-18 e 184.
  • 78
    DUNCAN, John. Travels in Western Africa, in 1845 and 1846. London:Bentley, 1847, vol. II, p. 175.
  • 79
    VERGER, Pierre. Trade Relations between the Bight of Benin and Bahia from the 17th to the 19th Century. Ibadan: University of Ibadan Press, 1976, p. 434.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2000
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org