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Disputas políticas e disputas por leitores: a criação do Correio da Manhã (1898-1901)

Resumos

Este artigo examina a atuação de Rui Barbosa no jornal A Imprensa, publicado na cidade do Rio de Janeiro entre 1898 e 1901, e analisa a relação estabelecida entre Rui Barbosa e o advogado Edmundo Bittencourt, proprietário do célebre Correio da Manhã, lançado em 1901. Ainda que esses homens compartilhassem os mesmos ideais políticos, eles o manifestam de formas diferentes, mobilizando estratégias diversas para atingir e aumentar o número de leitores. Assim, embora esses dois jornais difundam os mesmos princípios, como a revisão da Constituição, são concebidos de acordo com projetos distintos.

imprensa, política, público leitor, República; Rio de Janeiro.


This article analyzes Rui Barbosa participation in the newspaper A Imprensa, published in Rio de Janeiro, between 1898 and 1901. It analyses also the relationship established between Rui Barbosa and the laywer Edmundo Bittencourt, who was the owner of the famous Correio da Manhã, which appeared in 1901. These men shared the same political ideals, but they had different ways to express them and antagonists strategies to reach and to increase the number of readers. Although these newspapers diffuse the same principles, like the revision of the Constitution, they are conceived as independent projects.

press; policy; readers; Republic; Rio de Janeiro.


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  • JornaisA Imprensa, Cidade do Rio, Correio da Manhã, Jornal do Commercio, O Paiz, Jornal do Brasil, Gazeta de Notícias (1890-1901)
  • BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1995[1909].
  • NETTO, Coelho. Bilhetes postais. Organizado por Ana Carolina Feracin da Silva, Campinas: Mercado das Letras, 2002.
  • ABREU, Martha. Meninas perdidas: os populares e o cotidiano do amor na Belle Époque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
  • CHARTIER, Roger. Formas e sentido: cultura escrita entre distinção e apropriação. Campinas: Mercado das Letras, 2003.
  • GARZONI, Lerice de Castro. Raparigas e meganhas em Santana (Rio de Janeiro, 1905). In: AZEVEDO, Elciene; CANO, Jefferson; CUNHA, Maria Clementina Pereira; CHALHOUB, Sidney (Orgs.). Trabalhadores na cidade. Cotidiano e cultura no Rio de Janeiro e em São Paulo, séculos XIX e XX. CampinasSP: Editora da Unicamp, 2009, p. 157-187.
  • GARZONI, Lerice de Castro. "Nós, em nome do povo, cuja causa defendemos": o Correio da Manhã e a campanha contra as carnes verdes (1901)". In: XXVSimpósio Nacional de História: História e Ética, 2009, Fortaleza. Anais do XXVSimpósio Nacional de História, 2009.
  • GOMES, Ana Porto. Crime em letra de forma: sangue, gatunagem e um misterioso esqueleto na imprensa do prelúdio republicano. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História Social da UNICAMP. Campinas, 2003.
  • GONÇALVES, João Felipe. Rui Barbosa: pondo as idéias no lugar. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.
  • KENMOGNE, Jean. Una escritora asturiana en América: Eva Canel. Cuadernos Hispanoamericanos, n. 546, p. 45-61, dezembro de 1995.
  • LACOMBE, Américo Jacobina. À sombra de Rui Barbosa. São Paulo: Editora Nacional, 1978.
  • LEBUN-PEZERAT, Pierette. La lettre au journal: les employés des Postes comme épistoliers. In: CHARTIER, Roger (Org.). La correspondance: les usages de la letrre au XIXe. Siècle. Paris: Arthème Fauard, 1991, p. 428.
  • LIMA, Herman. Rui e a caricatura. Rio de Janeiro: Olímpica, 1950.
  • MAGALHãES JR. Raimundo. Rui, o homem e o mito. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1965.
  • SCHETTINI, Cristiana. Que tenhas teu corpo: uma história social da prostituição no Rio de Janeiro das primeiras décadas republicanas. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
  • SCHETTINI, Cristiana. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, Maria Clementina Perereira (Org.). Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Editora da Unicamp, 2002.
  • SOIHET, Rachel. Comparando escritos: Júlia Lopes de Almeida e Carmem Dolores. Caderno Espaço Feminino, v.9, n. 10/11, 2001/2002, p. 85-107.
  • SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 [1966].
  • VIANA FILHO, Luis. A vida de Rui Barbosa. São Paulo: Nacional, 1949.
  • 1
    Cidade do Rio, 13/07/1901, página 1.
  • 2
    Ver Cidade do Rio, 08/07/1901 ("D. Quixotino") e Cidade do Rio, 16/07/1901 ("Bacharel Epaminondas"). A referência ao personagem de Cervantes, ingênuo e sonhador, era uma forma de desqualificar o caricaturado. Epaminondas se refere, provavelmente, ao general e estadista beócio (418-362 a.C.) que se ligou a Tebas e enfrentou diferentes cidades para manter sua independência.
  • 3
    Sobre esse assunto, ver LIMA, Herman. Rui e a caricatura. Rio de Janeiro, Olímpica, 1950.
  • 4
    Sobre esse caso e sua repercussão posterior, ver MAGALHãES JR., Raimundo. Rui e o caso das carnes verdes. In: Rui, o homem e o mito. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1965.
  • 5
    Sobre essa campanha e suas repercussões ver GARZONI, Lerice de Castro. "Nós, em nome do povo, cuja causa defende-mos": o Correio da Manhã e a campanha contra as carnes verdes (1901). In: XXV Simpósio Nacional de História: História e Ética, 2009, Fortaleza. Anais do XXV Simpósio Nacional de História, 2009.
  • 6
    Ver, entre outros, artigo "Amônia a um bêbado" de José do Patrocínio, publicado como editorial do Correio do Rio, em 15/07/1901 e na seção "Publicações a pedidos" do Jornal do Commercio de 16/07/1901.
  • 7
    O prestígio de Rui Barbosa decorria, entre outros motivos, de sua intensa participação na política imperial. Ao fim de seu segundo mandato parlamentar, em 1884, ele recebeu o título de "conselheiro", reconhecimento oficial pelos serviços prestados ao Império. Pouco tempo depois, se engajou na campanha abolicionista e republicana, tendo ocupado o cargo de ministro da Fazenda no Governo Provisório. Data desse período, compreendido entre os anos de 1889 e 1891, a iniciativa de queimar os documentos relativos à escravidão e o fracasso do encilhamento. No governo de Floriano Peixoto, Rui Barbosa se estabeleceu como oposição ao governo, sendo obrigado a se exilar na Inglaterra entre 1893 e 1895. Nos primeiros governos civis, Rui manteve uma posição de crítica, principalmente a Campos Salles. Sobre a vida de Rui, ver GONçALVES, João Felipe. Rui Barbosa: pondo as idéias no lugar. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.
  • 8
    A correspondência está no fundo "Edmundo Bittencourt" (CR 208/1) do arquivo da Casa de Rui Barbosa. O fundo é composto por 66 cartas, cartões e telegramas trocadas entre 1896 e 1921.
  • 9
    Na sua juventude, Rui Barbosa colaborou para diversos jornais em São Paulo e foi redator do Diário da Bahia. No Rio de Janeiro, além de inúmeras colaborações esparsas e artigos em seções pagas, teve uma breve participação como redator-chefe de O Paiz em 1884, assumiu a direção do Diário de Notícias em 1889 e a do Jornal do Brasil em 1893. Durante o exílio, entre 1893 e 1895, colaborou para o Jornal do Commercio, com a série de artigos "Cartas de Inglaterra". Ver GONçALVES, João Felipe. op. cit. e MAGALHãES Jr., R. "Rui e o jornalismo", em Rui, o homem e o mito, op. cit., p.112-136.
  • 10
    LACOMBE, Américo Jacobina. À sombra de Rui Barbosa. São Paulo: Editora Nacional, 1978, p. 70 e MAGALHãES Jr., R. "Rui e o jornalismo" em op. cit., p. 119.
  • 11
    Gazeta de Notícias, 07/10/1898.
  • 12
    Jornal do Commercio, 06/10/1898.
  • 13
    Apud VIANA FILHO, Luis. A vida de Rui Barbosa. São Paulo: Nacional, 1949, p. 275.
  • 14
    Ver, entre outros, editoriais de A Imprensa intitulados "Agora eu" e "Como quiserem" dos dias 9 e 13 de fevereiro de 1900. Rui Barbosa se defende das acusações feitas por José Carlos Rodrigues no Jornal do Commercio sobre o caso da Companhia de São Cristóvão.
  • 15
    A Imprensa, "Palavras de um descrente", 10/03/1900.
  • 16
    Sobre a característica de Rui apresentar autobiografias para se defender, ver GONçALVES, João Felipe, op. cit., p. 97.
  • 17
    Segundo Lacombe, "apesar do entusiasmo que despertou o reaparecimento de Rui Barbosa como jornalista, e do esforço desenvolvido pela administração, o relatório da sociedade em 1899 não consignava grandes vantagens. Em princípios de 1900, porém, a situação se agravou." LACOMBE, Américo Jacobina, op. cit., p. 73.
  • 18
    Idem, p. 73-74.
  • 19
    Em nota de A Imprensa, de 07/08/1900, foi transcrita a saudação do Cidade do Rio: "(...) temos estado em inteiro antagonismo de ideias e de sentir com ele [Rui Barbosa], teremos de combate-lo amanhã, já mesmo. Mas tratou-se, trata-se e há de tratar-se de um grande espírito, embora um adversário, a quem os cumprimentos de estilo devem ser feitos com a correção da pragmática, porque é ele um potência no jornalismo (...)". Sobre os ataques da Cidade do Rio a A Imprensa, ver LACOMBE, Américo Jacobina, op. cit., p. 93-4.
  • 20
    A Imprensa, 06/08/1900.
  • 21
    GONÇALVES, João Felipe, op. cit., p. 62.
  • 22
    A Imprensa, "Um caso pudendo - Vênus no Tesouro", 10/09/1900.
  • 23
    A Imprensa, "Muitos obrigados", 30/11/1900.
  • 24
    A Imprensa, "Rui Barbosa", 08/03/1901.
  • 25
    A Imprensa, "Continuando", 01/08/1900.
  • 26
    A Imprensa, "Duas Imprensas", 16/10/1900.
  • 27
    Em 01/01/1899, A Imprensa anunciava que seus assinantes ganhariam um seguro Sul América gratuito. Em 06/01/1900, informava que os assinantes de seis meses ganhariam um romance e os de um ano, "além do exemplar, uma fosforeira, um cinzeiro japonês, um charuto, uma carteira, um volume de O problema naval, de Arthur Dias (prefaciado por Rui Barbosa), ou O Guarani, de José de Alencar".
  • 28
    Agar Eva Infanzón y Canel (1857-1924) nasceu nas Astúrias, mas morou durante muito tempo na América Latina, em países como Argentina, Chile e Cuba. Ao lado do marido, o escritor Perillán Buxó, dirigiu diversos periódicos. Após ficar viúva (1899) passou a viver da literatura, colaborando em diversos periódicos e fazendo conferências por países latinos. Conservadora, ela apóia a Espanha durante a guerra de independência. Suas palestras versam, sobretudo, sobre a importância do sentimento hispanoamericano. KENMOGNE, Jean. Una escritora asturiana en América: Eva Canel. Cuadernos Hispanoamericanos, dezembro de 1995.
  • 29
    A Imprensa, "Eva Canel - combate ao feminismo - conferência de ontem", 14/01/1900.
  • 30
    A Imprensa, "Eva Canel", 23/01/1900.
  • 31
    A Imprensa, "As Brasileiras", 23/02/1900.
  • 32
    Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) foi jornalista e autora de livros de sucesso entre o final do século XIX e a primeira metade dos anos 1930. SOIHET, Rachel Comparando escritos: Júlia Lopes de Almeida e Carmem Dolores. Caderno Espaço Feminino, v. 9, n. 10/11, 2001/2002, p. 85-107.
  • 33
    A Imprensa, "Carteira de um jornalista", 02/02/1900.
  • 34
    Idem.
  • 35
    35A Imprensa, "Carteira de um jornalista", 11/02/1900.
  • 36
    36A Imprensa, "Carteira de um jornalista", 18/02/1900.
  • 37
    A Imprensa, "Subscrição", 18/01/1899. Como lembra Cristiana Schettini, os nomes de algumas senhoras também eram publicados nas votações que os jornais diários faziam, nas últimas décadas do século XIX, para eleger os melhores carros e sociedades após o carnaval. Ver SCHETTINI, Cristiana. Os senhores da alegria: a presença das mulheres nas Grandes Sociedades carnavalescas cariocas em fins do século XIX. In: CUNHA, Maria Clementina Perereira (Org.). Carnavais e outras frestas: ensaios de história social da cultura. Campinas: Editora da Unicamp, 2002, p. 317.
  • 38
    Entre outras, podemos citar uma nota do dia 07/12/1900 anunciando que "a sra. D. Rosina Del Vecchio, diretora do Colégio Sul-Americano, dirigiu-nos amável convite para assistir à festa do encerramento das aulas daquele estabelecimento". No dia 07/03/1901, a folha informava que "deve partir, por estes dias, para a Europa a nossa talentosa compatriota, senhorita Julieta França (...)".
  • 39
    "Petit bleu" era a forma de designar os telegramas, que eram transmitidos em um papel azul. Sobre a presença de car-tas fictícias no jornal, Pierrette Lebrun-Pezerat se questiona: "mais pourquoi ce recours rédactionnel aux lettres fictives qui constiutuent parfois une part importante de la matière des journaux? Pour produire un effet de vérité (...) Pour rompre avace les formes traditionnelles des articles d'information, l'énoncé souvent ennuyex des nouvelles, grâce au truchement du 'je', un peu de vie, une possibilité d'identification et, éventuallement, da la polemique? Pour toutes ces raisons sans doute, et peutêtre d'autres encore". Esses questionamentos nos ajudam a refletir sobre as escolhas das colaboradoras ou colaboradores de "Petits Blues", mesmo se considerarmos que se trata de uma seção específica, ou seja, não diretamente ligada à redação do jornal. Ver LEBUN-PEZERAT, Pierette. La lettre au journal: les employés des Postes comme épistoliers. In : CHARTIER, Roger (Org.). La correspondance: les usages de la letrre au XIXe. Siècle. Paris: Arthème Fauard, 1991, p. 428.
  • 40
    Sobre Santuzza, ver "Petits Blues" de 04/03/1900 e sobre Suzette, o de 23/04/1900.
  • 41
    Ver, respectivamente, "Petits Blues", 10/03/1900 e "Sombrinhas", 12/03/1900.
  • 42
    Analisei essa série em "As cartas de Santuzza: uma análise da seção 'Petits Bleus' do jornal A Imprensa (Rio de Janeiro, 1900)", apresentado no Seminário Internacional Fazendo Gênero 9, Florianópolis, UFSC, 2010.
  • 43
    A Imprensa, "Croquis Politiques", 12/09/1900.
  • 44
    Essa questão da interlocução feminina no trato de assuntos políticos na imprensa é bastante interessante e demanda maio-res investigações. Entre 1892 e 1893, Coelho Netto publicou a série intitulada "Bilhetes Postais" no jornal O Paiz. Em muitas crônicas dirigia-se a mulheres, o que dá a impressão de literatura leve e descompromissada. Porém, em outras tantas crônicas, fazia críticas veladas ao governo de Floriano Peixoto, que naquele momento promovia a perseguição de muitos dos seus amigos literatos. À primeira vista, a interlocução feminina aparece como uma fachada para tratar de outras questões, mais sérias e importantes. Seria essa a mesma motivação do autor da seção "Petits mots du matin"? No final de 1898, a Gazeta de Notícias traz uma seção, de publicação irregular, intitulada "Lettres d'une créole" em que a narradora Dora escreve a diferentes políticos, comentando e criticando suas ações. Autor e destinatário se invertem, mas a intenção de falar de política se mantém. No dia 06/10/1898, por exemplo, ela se dirige ao deputado Nilo Peçanha. Sobre "Bilhetes Postais", ver NETTO, Coelho. Bilhetes postais. Organizado por Ana Carolina Feracin da Silva, Campinas: Mercado das Letras, 2002.
  • 45
    A Imprensa, "Petits mots du matin", 10/01/1901.
  • 46
    BANDEIRA, Carlos Viana. Lado a lado com Rui (1876-1923). Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, Casa de Rui Barbosa, 1960 apud MAGALHãES Jr, Raimundo, op. cit., p.129.
  • 47
    Em 11/04/1900, vemos o desenho de um confessionário onde uma senhora fala e o padre boceja. Na legenda: "Que sensa-boria!... Coitadinhas!... Ao confessionário, são tão pobres de imaginação!...". Em 16/04/1900, sob subtítulo "Os impacientes", foi retratada uma situação que se passara em um restaurante, onde uma senhora brigava com um homem: "E agora, seu grandíssimo devasso? Nega ainda? Ah! É para isto que está a dever dois meses no senhorio? É para isto que despediu a cozinheira e obriga a minha filha a passar o dia no fogão? É para isso que quer que eu me mate a dar-lhe 'lustre' nos colarinhos?". Enquanto isso, uma jovem cobria o rosto e chorava e, no fundo, um garçom presenciava a cena assustado.
  • 48
    A Imprensa, "Projetos e Esperanças", 05/10/1898 apud O País; "A Imprensa", 06/10/1898.
  • 49
    A Imprensa, "Suplício Inquisitorial - A fogo de petróleo - A impunidade", 03/01/1899.
  • 50
    Idem.
  • 51
    Idem.
  • 52
    Ver, entre outros, "Cáftens" de 09/08/1900, "Mau Marido" de 06/09/1900 e "Amor e Sangue" de 11/02/1901.
  • 53
    Para outro exemplo desse tipo, em que a mulher é responsabilizada pelo comportamento agressivo do companheiro, ver "Tragédia - Traiu-me, Matei-a!" de 10/03/1900.
  • 54
    A Imprensa, "Mulher para dois", 10/01/1900.
  • 55
    Sobre esses conflitos, particularmente no policiamento da prostituição, ver SCHETTINI, Cristiana. Que tenhas teu corpo: uma história social da prostituição no Rio de Janeiro das primeiras décadas republicanas. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2006.
  • 56
    A Imprensa, "Mulheres diabólicas - A Faca e Pau", 19/04/1900.
  • 57
    A Imprensa, "Correrias - Praças do Exército e da Marinha - Morte e Ferimentos", 23/04/1900.
  • 58
    Sobre essa questão, ver GARZONI, Lerice de Castro. Raparigas e meganhas em Santana (Rio de Janeiro, 1905). In: AZE-VEDO, Elciene; CANO, Jefferson; CUNHA, Maria Clementina Pereira; CHALHOUB, Sidney. (Orgs.). Trabalhadores na cidade. Cotidiano e cultura no Rio de Janeiro e em São Paulo, séculos XIX e XX. Campinas SP: Editora da Unicamp, 2009, p. 157-187.
  • 59
    Como lembra Marcia Abreu, "a leitura é uma prática criativa e inventiva (o sentido desejado pelo autor não se inscreve de maneira direta no leitor), resultante do encontro das maneiras de ler e dos protocolos de leitura inscritos no texto". CHARTIER, Roger. Formas e sentido: cultura escrita entre distinção e apropriação. Campinas: Mercado das Letras, 2003, p. 11.
  • 60
    A Imprensa, "Dois Raptos - Praças do 10o - Casas de Cômodos", 18/01/1898, grifo meu.
  • 61
    Sobre o rapto como estratégia, ver ABREU, Martha. Meninas perdidas: os populares e o cotidiano do amor na Belle Époque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
  • 62
    A Imprensa, "Paixão Contrariada", 18/01/1898.
  • 63
    A Imprensa, "Ofícios do dr. Chefe de Polícia", 22/01/1898.
  • 64
    A Imprensa, 07/01/1900 e 17/10/1900, respectivamente.
  • 65
    A Imprensa, "Polícia Pudica - Geminiano, o casto - Moralidade no chopp", 18/03/1900 e "Polícia Inútil - O delegado da 4a - Incompetente", 25/11/1900.
  • 66
    A Imprensa, "Os chopps", 04/12/1899.
  • 67
    A Imprensa, "Sólon, Carlos Magno e Eneas", 21/12/1900.
  • 68
    A Imprensa, "Por onde rebenta a corda", 22/12/1900.
  • 69
    A Imprensa, "O Siso à Toleima", 24/12/1900.
  • 70
    Idem.
  • 71
    LACOMBE, Américo Jacobina, op. cit., p. 72.
  • 72
    SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 [1966], p. 287.
  • 73
    Carta de Edmundo Bittencourt a Carlos Viana Bandeira em março de 1900, apud LACOMBE, Américo Jacobina, op. cit., p. 73-4.
  • 74
    Correio da Manhã, "Correio da Manhã", 15/06/1901.
  • 75
    Idem.
  • 76
    Correio da Manhã, "Oposição Popular" de Edmundo Bittencourt, 17/07/1902, p. 1.
  • 77
    Correio da Manhã, "Manifesto Inaugural" de Edmundo Bittencourt, 16/11/1902, p. 1.
  • 78
    Correio da Manhã, "Avenida" de Edmundo Bittencourt, 04/11/1903, p. 1.
  • 79
    Leite, Fábio Carvalho. 1891: a construção da matriz político institucional da República no Brasil. Rio de Janeiro, Dissertação de Mestrado, Departamento de Direito, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2003, p. 47-67.
  • 80
    Correio da Manhã, "Constituição" de Gil Vidal, 24/02/1903, p. 1.
  • 81
    Correio da Manhã, 01/07/1901, p. 1.
  • 82
    Sobre essa questão ver, entre outros, GOMES, Ana Porto. Crime em letra de forma: sangue, gatunagem e um misterioso esqueleto na imprensa do prelúdio republicano. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em História Social da UNICAMP. Campinas, 2003.
  • 83
    Veja as campanhas, mencionadas ao longo do presente texto, empreendidas contra os monopólios em janeiro de 1899 e contra o projeto do divórcio em agosto de 1900. Mesmo no caso de Ida Maria, apesar de fazer denúncias e se dirigir especificamente ao presidente da república, Rui não abre mão das citações que denotam sua erudição.
  • 84
    Ver, respectivamente, Correio da Manhã, "Vida Acadêmica", 22/06/1901 e "Correio da Caserna", 11/07/1901.
  • 85
    Correio da Manhã, "Vida Operária", 23/06/1902 e 24/06/1902.
  • 86
    Correio da Manhã, "Pelos subúrbios", 04/02/1904.
  • 87
    BARRETO, Lima. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1995 [1909]. No romance, jornal aparece com o nome fictício de O Globo.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 2011
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