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Os santos nos faxinais: religiosidade e povos tradicionais

Resumos

Este artigo discute as relações que povos tradicionais - os faxinalenses - estabelecem com o sobrenatural, analisando suas rezas, celebrações e devoções a São João, ao Divino Espírito Santo e a São Roque. Pretende-se dar visibilidade à cultura dessas populações rurais organizadas em torno do uso comum de recursos naturais, notadamente as pastagens, na região Sul e Centro-Sul do Estado do Paraná. O exame dessas relações permite-nos observar aspectos dessa tradição, como as curas e benzeduras de animais, o conhecimento das plantas medicinais, a demarcação dos espaços, as relações com o tempo, a simbologia do trabalho e do descanso dos animais, as rezas e as festas, o cotidiano e o extraordinário.

faxinal; povos tradicionais; religiosidade; Paraná; Brasil


This article discusses the relationships that traditional people – the faxinalenses – have with the supernatural,their prayers, celebrations and devotions to St. John, the Divine Holy Spirit and St. Roque. It is intended to give visibility to the rural culture of these communities organized around the common use of natural resources, especially the pastures, in the South and South-Central Parana State. The review of these relationships allows us to observe aspects of this tradition, like healings and benedictions of animals, the knowledge of medicinal plants, the demarcation of the spaces, the relationships with time, the symbolism of the work and the rest of the animals, prayers and festivals, the daily life and the extraordinary.

faxinal; traditional people; religion; Parana; Brazil


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  • TONON, Eloy. Os monges do Contestado: permanências históricas de longa duração das predições e rituais no imaginário coletivo. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
  • 1
    LITTLE, Paul E. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Brasília, Universidade de Brasília, 2002. Disponível em: Acesso em 23 de março de 2010.
  • 2
    Ver LITTLE, Paul E. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade, op. cit.
  • 3
    Chama-se sistema de faxinais a certo modo de utilização das terras em comum, delimitada por cercado, para a criação de animais, existente na região sul do Brasil e que se tem classificado como manifestação cultural dos povos tradicionais. Assim, o faxinal é dividido em terras de criar - ou área de compáscuo -, um cercado composto por matas e pastagens em que se localizam as habitações dos faxinalenses. Na parte interior a essa área comum, que pode pertencer a um proprietário não morador do faxinal ou a vários proprietários, são criados animais de várias espécies, tais como bovinos, eqüinos, caprinos, ovinos e suínos, além de vários tipos de aves domésticas. Soltos no grande cercado, esses animais alimentam-se da grama existente, de pequenos arbustos e dos frutos nativos tais como a gabiroba, a cereja e, principalmente, o pinhão. Os donos dos animais lhes oferecem suplementação alimentar nos períodos de maior escassez. As casas são dispostas no interior da área cercada, sendo boa parte delas protegida por um cercado menor, ao entorno dos quais as criações circulam livremente. As entradas e saídas destas áreas são protegidas por porteiras e cancelas ou por uma espécie de pequenas pontes construídas sobre um vão seco, escavado especialmente para tal fim. Esses artefatos, chamados de mata-burros, são construídos intercalando-se uma prancha e um vão, de modo que as pessoas e os automóveis possam transitar sem a necessidade de abrir porteiras, enquanto que os animais os evitam. As terras de plantar localizam-se fora do cercado e podem pertencer ao proprietário que as cultiva ou serem arrendadas. O sistema de faxinal pode ser facilmente vinculado à frente oriental paranaense de extração da erva mate e à cultura da criação de suínos em sistema extensivo, praticado nesta região desde o século XVII. Como já mencionado, os coletores de erva mate, quando viam escasseando os recursos do lugar em que estavam instalados, adentravam a mata, transportando consigo os apetrechos de que necessitavam, os recursos alimentícios e alguns animais para transportar carga e para o consumo.
  • 4
    Ver LITTLE, Paul E. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade, op. cit.
  • 5
    Ver CAMPIGOTO, José Adilçon; BONA, Aldo Nelson. A hermenêutica e a origem dos faxinais. Revista de História Regional, v. 14, n. 2, 2009. p. 127-153.
  • 6
    BRASIL. Decreto nº. 6040, de 7/02/2007.
  • 7
    Na perspectiva hermenêutica filosófica de Hans-Georg Gadamer, tradição é sinônimo de transmissão.
  • 8
    CÔRTES, Norma. Descaminhos do método: notas sobre história e tradição em Hans-Georg Gadamer. Varia Historia, Belo Horizonte, n. 36, v. 22, jul.-dez. 2006., p. 15.
  • 9
    Nota-se, aqui, que a cultura é concebida como conteúdo transmitido.
  • 10
    Ver GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Petrópolis: Vozes, 1999.
  • 11
    Apud SOCHODOLAK, Hélio e CAMPIGOTO, José Adilçon. Estudos em história cultural na região sul do Paraná. Guarapuava: Unicentro, 2008. p. 16.
  • 12
    Idem, p. 17.
  • 13
    Idem, p. 19.
  • 14
    Não discutiremos aqui o conceito de cultura popular. O leitor pode consultar, sobre o assunto, o trabalho de Mikhail Bakhtin em que se aplica o conceito de "circularidade cultural", ou seja, a existência de um relacionamento circular, feito de alternâncias, em que os elementos se movem, ora de cima para baixo, ora na direção oposta (BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Annablume/Hucitec, 2002). Dessa forma, Bakhtin abriu novas perspectivas para se pensar em outros modos de articulação entre as práticas e o mundo social, "sensíveis à pluralidade das clivagens que atravessam os grupos sociais, rompendo o tradicional paradigma da dicotomia entre o erudito e o popular". Ver JURKEVICS, Vera Irene. Os santos da igreja e os santos do povo: devoções e manifestações de religiosidade popular. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004. p. 2.
  • 15
    MELLO E SOUZA, Laura de. O diabo na terra de santa cruz: feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colônia. São Paulo: Companhia das Letras, 1986. p. 245.
  • 16
    SILVA, André Luiz da. Devoções populares no Brasil: contextualizando algumas obras das ciências sociais. Revista de Estudos da Religião, n. 3, 2003, p. 30-49. Disponível em <http://www.pucsp.br/rever/rv3_2003/p_silva.pdf>
  • 17
    HERMANN, Jaqueline. História das religiões e religiosidades. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Orgs.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. p. 330.
  • 18
    Apud HERMANN, Jaqueline. História das religiões e religiosidades, op. cit., p. 331.
  • 19
    Consideramos como digressão necessária esta nota sobre a magia, pois qualquer aproximação à prática das desobrigas nos conduz aos limiares do que os antropólogos designaram com este termo. O antropólogo James George Frazer, por exemplo, afirma que "O homem primitivo, vivendo no primeiro tempo de sua história, acreditava que as regras da magia eram idênticas às da natureza, o que o levava a esperar uma resposta adequada e imediata da natureza para a solução de suas dificuldades". Apud HERMANN, Jaqueline. História das religiões e religiosidades, op. cit., p. 331.
  • 20
    CHAMMA, Foed Castro. Notas para um estudo da ecologia de Irati. Revista Irati - Sexagésimo aniversário do município. Irati, 1967. p. 93.
  • 21
    Riozinho, atualmente um bairro da cidade de Irati (PR).
  • 22
    ORREDA, José Maria. Irati. Irati, PR: Editora Sul-Oeste do Paraná Ltda., 1981. p. 151.
  • 23
    Estrada de ferro com 1.403 km de extensão, entre Itararé (SP) e Santa Maria (RS), projetada pelo engenheiro João Teixeira Soares, em 1887, para ligar as províncias de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pelo interior. No Paraná, a estrada atravessou o estado no sentido norte-sul e está relacionada à guerra do Contestado.
  • 24
    Entrevista concedida por Darci de Carvalho a Rosenaldo de Carvalho em 04/04/2009.
  • 25
    JURKEVICS, Vera Irene. Os santos da igreja e os santos do povo, op. cit., p. 25.
  • 26
    Idem, p 26.
  • 27
    Idem, ibidem.
  • 28
    RIOS, José Arthur. Sentimento religioso no Brasil. In: JURKEVICS, Vera Irene. Os santos da igreja e os santos do povo, op. cit., p.27.
  • 29
    MELLO E SOUZA, Laura de. O diabo na terra de santa cruz, op. cit., p 87.
  • 1
    Às vezes, associam-se os faxinais às reduções guaraníticas no aspecto do uso da terra comum; também, pode-se estabelecer relações entre os faxinais e os quilombos, uma vez que alguns faxinais da região organizaram-se em torno do criatório comum, e que, no município da Lapa, por exemplo, há uma localidade chamada de Faxinal dos Pretos. Além disso, é bem provável que alguns redutos de caboclos, durante a guerra do Contestado, tenham funcionado, também, em torno do criatório comum. Os faxinais, no entanto, não estão vinculados necessariamente a realidades de conflito aberto. Em alguns casos, estão relacionados à imigração ucraniana e polonesa e ao acesso a recursos naturais, principalmente à água.
  • 31
    HOORNAERT, Eduardo. Formação do catolicismo brasileiro: 1550-1800. Petrópolis: Vozes, 1978. p. 13.
  • 32
    MELLO E SOUZA, Laura de. O diabo na terra de santa cruz, op. cit., p. 88.
  • 33
    HOORNAERT, Eduardo. Formação do catolicismo brasileiro, op. cit., p. 16.
  • 34
    MOTT, Luiz. Cotidiano e vivência religiosa: entre a capela e o calundu. In: MELLO E SOUZA, Laura de. História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. v. 1. p 137.
  • 35
    5LOPES, José Roberto. Imagens e devoções no catolicismo brasileiro: fundamentos metodológicos e perspectivas de investigações. Revista de Estudos da Religião, n. 3, 2003, p. 1-29. Disponível em <www.pucsp.br/rever/rv3_2003/p_lopes.pdf 18> Acesso em 15/04/2011.
  • 36
    GAPINSKI, Ivan; CAMPIGOTO, José Adilçon. A dança de São Gonçalo nos faxinais de Rio Azul/PR. Tempo, Espaço e Linguagem (TEL), v. 1, n. 3, set.-dez. 2010, p. 59.
  • 37
    MENESES, Celso Vianna Bezerra de. Religiões e práticas religiosas na região do Contestado. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-08092009-163215/pt-br.php>
  • 1
    Entrevista concedida por Delfino de Oliveira Bueno a Rosenaldo de Carvalho em 09/04/2009.
  • 39
    GURSKI, Franciane. Os olhos d água e a festa de São João Maria no faxinal Palmeirinha. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) - Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), Irati, 2009. p. 3.
  • 40
    A figura dos monges relaciona-se à guerra do Contestado. Segundo Tonon, a confusão no imaginário sobre a distinção dos vários monges decorre também dos homônimos: o primeiro chama-se João Maria D'Agostini; o segundo, identificando-se como o antecessor, dizia-se chamar João Maria de Jesus de Santo Agostinho, e o terceiro fazendo-se conhecer como José Maria de Santo Agostinho, apresentava-se como irmão do segundo. Os dois primeiros usam o nome João; os três utilizam o prenome Maria. Para os sertanejos, há apenas um monge: São João Maria. Ver TONON, Eloy. Os monges do Contestado: permanências históricas de longa duração das predições e rituais no imaginário coletivo. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. p. 98-99.
  • 41
    ALVES, Robinson Fernando. O monge João Maria de Agostinho em Campestre, Santa Maria: aspectos históricos. Debates do NER, Porto Alegre, ano 11, n. 17, jan.-jun. 2010. p 53.
  • 42
    Os capelães eram auxiliados por assistentes que, aos poucos, iam aprendendo o ofício para substituir os que ficavam impedidos de fazê-lo por motivo de doença ou morte.
  • 43
    Entrevista concedida por José Gomes de Oliveira a Rosenaldo de Carvalho em 04/04/2009.
  • 44
    SILVA, José Júlio Cleto da. Gíria cabocla do sul do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial do Estado do Paraná, s/d.
  • 45
    CAMPIGOTO, José Adilçon. A tragédia e a festa: São João da Palmeirinha, Rio Azul (PR). In: SOCHODOLAK, Hélio; ANTUNES, Jair. História e tragicidade. São Paulo: Scortecci, 2010. p. 110.
  • 46
    Entrevista concedida por José Gomes de Oliveira a Rosenaldo de Carvalho em 04/04/2009.
  • 47
    Idem.
  • 48
    Eliminar os flancos, isto é, os galhos e ramos.
  • 49
    Viga pequena ou fina.
  • 50
    Entrevista concedida por José Gomes de Oliveira a Rosenaldo de Carvalho em 04/04/2009.
  • 1
    Entrevista concedida por Delfino de Oliveira Bueno a Rosenaldo de Carvalho em 09/04/2009.
  • 52
    Idem.
  • 53
    Entrevista concedida por José Gomes de Oliveira a Rosenaldo de Carvalho em 04/04/2009.
  • 54
    Entrevista concedida por Darci de Carvalho a Rosenaldo de Carvalho em 04/04/2009.
  • 55
    Idem.
  • 56
    Idem.
  • 57
    GURSKI, Franciane. Os olhos d água e a festa de São João Maria no faxinal Palmeirinha, op. cit., p. 14.
  • 58
    LE GOFF, Jacques. História e memória. Campinas: Editora da UNICAMP, 1994. p. 518.
  • 59
    José Manuel Garcia Cordeiro afirma que "o ano é tido como a unidade mais longa do tempo dos homens, segundo o ritmo cíclico da terra à volta da sua fonte de luz (...) o ano litúrgico não é um calendário de festas, mas o desenrolar dos diferentes aspectos do único mistério de Cristo (...) O ano litúrgico começa no primeiro domingo do Advento e termina no sábado posterior à solenidade de Cristo Rei do Universo". Ver CORDEIRO, José Manuel Garcia. O ano litúrgico. Disponível em: <http://www.catequese.net/attachments/100_ano%20liturgico.pdf> Acesso em 20/04/2011.
  • 60
    Entrevista concedida por Palminor Brito a Rosenaldo de Carvalho.
  • 61
    LOPES, José Rogério. Imagens e devoções no catolicismo brasileiro, op. cit., p. 13.
  • 62
    ALVES, Christiane; OLIVEIRA, Gabriela; CURY, Leandro e MENDES, Mariana. A comida e o sagrado; o alimento que satisfaz o corpo e o espírito. Revista Eclética, Rio de Janeiro, ano 11, n. 22, jun-dez. 2006. p. 7. Disponível em <http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/media/2%20-%20a%20comida%20e%20o%20sagrado.pdf>
  • 63
    BARBOSA, Hederson. História de São Roque. Tribuna Católica Boituvense. São Paulo, 22 de junho de 2009. p. 1.
  • 64
    Mata de Araucária (Araucária angustifolia), ou Floresta Ombrófila Mista. Apenas 1,2% de sua cobertura original encontram-se preservados, e apenas 0,22% (40.774 hectares) estão sob a proteção de Unidades de Conservação (UC), o que põe em risco a preservação da floresta. Trata-se de uma cobertura vegetal característica da região sul do Brasil e das áreas elevadas da região Centro-Sul. Informação disponível em <http://www.infoescola.com/geografia/mata-de-araucarias>
  • 65
    Conforme o Dicionário Histórico e Geográfico dos Campos Gerais, a identidade histórica e cultural da região dos Campos Gerais remonta ao século XVIII, quando, graças aos ricos pastos naturais, abundância de invernadas com boa água e relevo suave, foi rota do tropeirismo do sul do Brasil, com o deslocamento de tropas de muares e gado de abate provenientes do Rio Grande do Sul com destino aos mercados de São Paulo e Minas Gerais. Nessa época, os campos naturais da região tornaram-se muito disputados, e a coroa portuguesa começou a expedir cartas de sesmarias em favor de homens a ela fiéis e de prestígio político local. O ciclo do tropeirismo, que se estendeu ao início do século XX, ainda hoje tem grande influência na cultura e costumes dos Campos Gerais do Paraná, cuja população preserva muitos hábitos herdados dos tropeiros, em sua maioria de origem gaúcha. Ver LEANDRO, José Augusto (Coord.). Dicionário Histórico e Geográfico dos Campos Gerais. Ponta Grossa (PR): Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Disponível em <http://www.uepg.br/dicion/index.htm>
  • 66
    A chamada rota dos tropeiros atravessa o estado do Paraná no sentido norte/sul, de Rio Negro, município situado na divisa com Santa Catarina, a Sengés, na divisa com o estado de São Paulo. Pesquisadores de várias áreas e investidores em turismo apontam uma variedade de atrativos que remetem aos tempos dos tropeiros.
  • 67
    Assim, indica-se a capela do mosteiro Trapista, em Campo do Tenente, o mosteiro da Ressurreição e a capela Santa Bárbara do Pitangui, ambos no município de Ponta Grossa. A capela de Santa Bárbara, datada de 1727, é considerada como a primeira dos Campos Gerais. A capela Cônego José Ernser é o marco desta religiosidade em Rio Negro. No município da Lapa, existe o Parque Estadual do Monge, e em Balsa Nova, destaca-se a capela Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá. No município de Palmeira, apresentam-se as capelinhas de Vieiras. Cf. Panorama do Turismo. Publicação de divulgação do Turismo. Novembro de 2009, p. 11-13. Disponível em <http://www.sppert.com.br/Artigos/Brasil/Paran%C3%A1/ Turismo/Regi%C3%B5es_Tur%C3%ADsticas/Rota_dos_Tropeiros_/>
  • 68
    Exemplos de orações dedicadas ao Santo: 1-São Roque, que vos dedicastes com todo o amor aos doentes contagiados pela peste, embora também a tenhais contraído, dai-nos paciência no sofrimento e na dor. São Roque proteja não só a mim, mas também aos meus irmãos e irmãs, livrando-nos das doenças infecciosas. Por isso, hoje, rezo especialmente por uma pessoa muito querida (dizer o nome da pessoa), para que fique livre do seu mal. Enquanto eu estiver em condições de me dedicar aos meus irmãos, proponho-me ajudá-los em suas reais necessidades, aliviando um pouco o seu sofrimento. São Roque abençoe os médicos, fortalecei os enfermeiros e atendentes dos hospitais e defendei a todos das doenças e dos perigos. Amém. 2-A ti, Roque, cheio de fé, te saúdo! Tu que nasceste de um sangue nobre, marcado pelo signo da Cruz, no lado esquerdo de teu flanco. Oh! Roque, que partes para o estrangeiro, curas a peste com o toque. Todos os doentes são curados ao sinal: povo rezai e bendizei! Ao grande São Roque, Glória e Esperança! Sob a inspiração da voz de um Anjo, te tornas poderoso como Deus. Curas a peste em qualquer parte.
  • 1
    SILVA, Francisco Pereira da. Os Paraníadas: poema heróico do Paraná, em 12 cantos líricos. Curitiba: Centro Paranaense Feminino de Cultura, 1968, p. 23.
  • 70
    Essas e outras orações estão disponíveis em <http://santospadroeiros.com.br>. Nota do Editor.
  • 71
    SILVA, José Júlio Cleto da. Gíria cabocla do sul do Paraná, op. cit.
  • 72
    SAHR, Cicilian Luiza Löwen e CUNHA, Luiz Alexandre Gonçalves. O significado social e ecológico dos faxinais: reflexões acerca de uma política agrária sustentável para a região da mata com araucária no Paraná. p. 95. Disponível em <http://www.direito.caop.mp.pr.gov.br/arquivos/File/Faxinal_significado_social_ecologico_dos_faxinais.pdf> Acesso em 27/04/2011.
  • 73
    Cidade localizada na região de ocorrência dos faxinais.
  • 74
    ORREDA, José Maria. Aleluia. V. II. Irati, PR: Impressora Martins Ltda, 1980. p. 68.
  • 75
    Um estudo sobre a utilização de plantas medicinais em medicina veterinária, realizado no município de Patos, na Paraíba, no ano de 2004, constatou que os quarenta entrevistados citaram sessenta e uns tipos de plantas medicinais com as mais variadas indicações terapêuticas. Nos dados obtidos dos questionários, constatou-se que 100% dos entrevistados não só utilizavam plantas medicinais na terapêutica dos animais domésticos, como também aceitariam esta forma de tratamento como prescrição do médico veterinário. Ver MARINHO, M. L.; ALVES, M. S.; RODRIGUES, M. L. C.; ROTONDANO, T. E. F.; VIDAL, I. F.; SILVA, W. W.; ATHAYDE, A. C. R. A utilização de plantas medicinais em medicina veterinária: um resgate do saber popular. Disponível em <http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v9_n3_2007/artigo9_v9_n3.pdf>
  • 76
    Reza recolhida por Rosenaldo de Carvalho em abril de 2011. Arquivo do Laboratório dos Faxinais.
  • 77
    Podemos pressupor que o ataque de larvas deve ter sido bastante comum, na região, nos tempos anteriores ao uso dos larvicidas sintéticos, a julgar pela expressão "tempo de bicheira" que designa a época de calor e chuva, quando é comum os animais apresentarem essa doença. Ver, SILVA, José Júlio Cleto da. Gíria cabocla do sul do Paraná, op. cit.
  • 78
    Entrevista concedida à Rosenaldo de Carvalho por Paulo Barros dos Santos, em abril de 2011.
  • 79
    Idem.
  • 80
    Idem.
  • 81
    Idem.
  • 82
    Idem.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2011
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