Acessibilidade / Reportar erro

Esta que "é uma das delícias, e mimos desta terra...": o uso indígena do tabaco (N. rustica e N. tabacum) nos relatos de cronistas, viajantes e filósofos naturais dos séculos XVI e XVII

Resumos

O tabaco (Nicotiana sp.) foi um dos elementos botânicos do Novo Mundo que mais aguçaram a curiosidade de diversos viajantes, eruditos, médicos e filósofos naturais em ambos os lados do Atlântico. As plantas do gênero Nicotiana rapidamente ganharam notoriedade entre homens de letras. O hiato entre as primeiras descrições sobre os diversos predicados do tabaco e sua introdução na Europa foi consideravelmente curto. É provável que os rumores a respeito das propriedades das plantas de Nicotiana tenham chegado à Europa concomitantente às primeiras folhas ou sementes. Muitos destes relatos incluíam informações a respeito de seu uso pelos povos indígenas. Sua relevância, em meio aos ameríndios, suscitou nos europeus, mesmo com todas as barreiras culturais, um considerável interesse por suas possíveis aplicações e uma irresistível disposição em justificar seu uso.

tabaco; séculos XVI e XVII; filosofia natural; Novo Mundo; povos indígenas.


Tobacco (Nicotiana sp.) was one of the New World´s botanical elements that most whetted the curiosity of many travelers, scholars, physicians and natural philosophers on both sides of the Atlantic. The plants of the Nicotiana genus quickly gained notoriety among men of letters. The hiatus between the first descriptions about the predicates of tobacco and its introduction in Europe was considerably short. It is possible that the rumors about the properties of tobacco have arrived in Europe at the same time as the first leaves or seeds. Many of these reports included information about its use by indigenous peoples. Tobacco's relevance in the Amerindian cultures raised in Europeans, even with all cultural barriers, a considerable interest for its potential applications and an overwhelming willingness to justify its use.

tobacco, sixteenth and seventeenth centuries; natural philosophy; New World; indigenous peoples.


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    1 CROSBY, Alfred W. Imperialismo ecológico: a expansão biológica da Europa, 900-1900. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 155-180; FERRÃO, José Eduardo Mendes. A aventura das plantas e os descobrimentos portugueses. Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical, 1993. p. 10-15.
  • 2
    2 ACIOLI, Gustavo. A ascensão do primo pobre: o tabaco na economia colonial da América portuguesa - um balanço historiográfico. SAECULUM: Revista de História, v. 12, p. 22-37, 2005; COURTWRIGHT, David T. Forces of habit: drugs and the making of the Modern World. Cambridge: Harvard University Press, 2001. p. 14; NARDI, Jean Baptiste. O fumo brasileiro no período colonial: lavoura, comércio e administração. São Paulo: Brasiliense, 1996. p. 24.
  • 3
    3 CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco: percurso de uma "planta medicinal" entre a América e a Europa. In: Workshop plantas medicinais e fitoterapêuticas nos trópicos. Lisboa: Instituto de Investigação Científica Tropical, 2008.p. 1-25; GATELY, Iain. Tobacco: a cultural history of how an exotic plant seduced civilization. Nova York: Grove Press. 2001. p. 2; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history: the cultures of dependence. Londres: Taylor & Francis e-Library, 2005. p. 2; LORENCETTI, Claudir; MALLMANN, Irno Luiz; SANTOS, Mariângela dos. Fumo: espécie repleta de história. In: BARBIERI, Rosa Lía; STUMPF, Elisabeth Regina Tempel (Ed. Téc.). Origem e evolução de plantas cultivadas. Brasília: Embrapa, 2008. p. 387.
  • 4
    4 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.
  • 5
    5 LORENCETTI, Claudir; MALLMANN, Irno Luiz; SANTOS, Mariângela dos. Fumo: espécie repleta de História, op. cit. p. 383-387; VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams. In: GOODMAN, Jordan; LOVEJOY, Paul E. (Ed.). Consuming habits: drugs in history and anthropology. Londres: Routledge, 2005. p. 66.
  • 6
    6 Ambas as espécies de tabaco são plantas anuais. N. tabacum é uma planta grande, que tem entre 1 e 3 m de altura com folhas de grandes dimensões; a N. rustica é menor em comparação com a N. tabacum, variando em altura de 0,5 a 1,5 m, produzindo folhas pequenas e carnudas. Esta última é, hoje, o subgênero de menor distribuição, sendo cultivado em escala comercial, principalmente em algumas partes da ex-URSS, Índia, Paquistão e partes do norte da África. A N. tabacum é, atualmente, a espécie de tabaco mais cultivada no mundo; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 3; MACKAY, Judith; ERIKSEN, Michael. The tobacco atlas. Hong Kong: World Health Organization, 2002. p. 30-31.
  • 7
    7 GRAY, J. C. et al. Origin of Nicotiana tabacum L. detected by polypeptide composition of Fraction I protein. Nature, n. 252, p. 226-227, Nov. 1974; GATELY, Iain. Tobacco: a cultural history of how an exotic plant seduced civilization. Nova York: Grove Press. 2001. p. 3; CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco, op. cit.; LORENCETTI, Claudir; MALLMANN, Irno Luiz; SANTOS, Mariângela dos. Fumo, op. cit. p. 386.
  • 8
    8 LORENCETTI, Claudir; MALLMANN, Irno Luiz; SANTOS, Mariângela dos. Fumo, op. cit. p. 389; BURNS, Eric. The smoke of the gods: a social history of tobacco. Filadélfia: Temple University Press, 2007. p. 4; GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 3.
  • 9
    9 Ibid., p. 3-5; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.
  • 10
    10 ORTIZ, Fernando. Contrapunteo cubano del tabaco y el azucar. Caracas: Biblioteca Ayacucho, 1987. p. 33.
  • 11
    11 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 13; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.; CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco, op. cit.; VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit. p. 66-67.
  • 12
    12 VARELLA, Alexandre Câmara. Sustâncias da idolatria: as medicinas que embriagaram os índios do México e Peru em histórias dos séculos XVI e XVII. Dissertação (mestrado) - Programa de Pós-Graduação em História Social, Departamento de Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
  • 13
    13 WILBERT, Johannes. Tobacco and shamanism in South America. New Haven: Yale University Press. 1987. p. 5-7; CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco, op. cit.
  • 14
    14 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 13.
  • 15
    15 LIBERMANN, Gisèle. Les civilisations du tabac: signification rituelle et sociale chez les Indiens d'Amérique. Paris: Seita, 1975.
  • 16
    16 DE BRY, Theodore. La ciudad Secota. In: SIEVERNICH, Gereon (Ed.). America De Bry: 1590-1634. Madri: Ediciones Siruela, 1992. p. 44-45.
  • 17
    17 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 2-19; COOPER, John M. Estimulantes e narcóticos. In: RIBEIRO, Darci (Ed.). Suma etnológica brasileira. V. 1. Etnobiologia. Rio de Janeiro: Finep, 1987. p. 101-103.
  • 18
    18 VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit. p. 69-70; CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco, op. cit.
  • 19
    19 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 33; GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 13.
  • 20
    20 "Um breve e verdadeiro relato das terras recém-descobertas da Virgínia"; HARRIOT, Thomas. A briefe and true report of the new found land of Virginia, op. cit.
  • 21
    21 Ibid., p. 21-22.
  • 22
    22 There is an herbe (...) called by the inhabitants uppówoc: In the West Indies it hath divers names, according to the severall places and countries where it groweth and is used: The Spaniardes generally call it Tobacco. The leaves thereof being dried and brought into powder: they use to take the fume or smoke thereof by sucking it through pipes made of claie into their stomacke and heade (...). Ibid.
  • 23
    23 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 33; COOPER, John M. Estimulantes e narcóticos, op. cit. p. 103.
  • 24
    24 COURTWRIGHT, David T. Forces of habit, op. cit.
  • 25
    25 SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587. São Paulo: Edusp, 1971. p. 206
  • 26
    26 LERY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil. Rio de Janeiro. Biblioteca do Exército Editora, 1961. p. 160-161.
  • 27
    27 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 4.
  • 28
    28 "A nicotina é um alcaloide vegetal e sua fonte principal é a planta do tabaco. Apresenta-se como um líquido oleaginoso de cor pardo escura, em presença do ar, devido à oxidação. Tem odor característico, é solúvel em água e muito solúvel em solventes orgânicos, sobretudo no álcool e no éter. Também é absorvida facilmente por via oral, pulmonar e dérmica. É sintetizada nas raízes, subindo pelo caule até as folhas. A concentração é mais alta nas áreas próximas ao talo. Todavia, o conteúdo de nicotina varia com os tipos da planta." ROSEMBERG, José; ROSEMBERG, Ana Margarida Arruda; MORAES, Marco Antônio. Nicotina: a droga universal. São Paulo: Instituto Nacional do Cancer, 2003. p. 19; CABRERA, L.; JARDIM, C.; SILVA, K. Ação celular do tabaco. Holos Environment, v. 8, n. 2, set. 2008.
  • 29
    29 "A palavra alcaloide designa um grupo amplo de compostos orgânicos alcalinos contendo nitrogênio, presentes em várias plantas dicotiledôneas e em alguns fungos. Os alcaloides com frequência têm ações farmacológicas marcantes e específicas. Também agem com frequência sobre o sistema nervoso. Como exemplos, podemos citar, além da nicotina, a cafeína, a teobromina e a cocaína. Apesar de apenas cerca de 5% da população mundial de espécies de plantas terem sido examinadas até agora, conta-se com mais de 2.000 alcaloides diferentes conhecidos". SMITH, A. D. et al. Oxford dictionary of biochemistry and molecular biology. Nova York: Oxford University Press, 1997. p. 26.
  • 30
    30 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 4.
  • 31
    31 WILBERT, Johannes. Tobacco and shamanism in South America, op. cit. p. 134-136; AKEHURST, B. C. Tobacco. Londres: Longman Editors, 1981. p. 543.
  • 32
    32 Existem diversas evidências do uso de espécies silvestres de tabaco, principalmente entre os povos do altiplano andino e centro da América do Sul (COOPER, John M. Estimulantes e narcóticos, op. cit. p. 101).
  • 33
    33 GINZEL, K. H. A quantitative estimate of exposure of active and passive smokers to chemicals in cigarette smoke. In: DURSTON, B.; JAMROZIK, K. (Ed.). Tobacco and health 1990: the global war: proceedings of the Seventh World Conference on Tobacco and Health. Perth: Health Department of Western Australia, 1990. p. 430.
  • 34
    34 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 4; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 4-5; BURNS, Eric. The smoke of the gods, op. cit. p. 2-14.
  • 35
    35 CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco, op. cit.
  • 36
    36 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 7.
  • 37
    37 MACKAY, Judith; ERIKSEN, Michael. The tobacco atlas, op. cit. p. 30-31.
  • 38
    38 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 4; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 4-5.
  • 39
    39 Ibid.
  • 40
    40 Ibid.; RUSSELL, M. A. H. Nicotine intake and its regulation by smokers. In: MARTIN, W. R. et al. (Ed.). Tobacco smoking and nicotine: a neurobiological approach. Nova York: Plenum Press, 1987. p. 26.
  • 41
    41 "O cigarro moderno (que pode ser considerado um derivado direto do charuto indígena) é um dispositivo altamente eficaz para a obtenção de nicotina para o cérebro. A fumaça é leve o suficiente para ser inalada profundamente para dentro dos alvéolos dos pulmões, onde é rapidamente absorvida. Leva cerca de sete segundos para que a nicotina absorvida através dos pulmões chegue ao cérebro, em comparação aos quatorze segundos que leva para que o sangue vá do braço ao cérebro após uma injeção intravenosa. Assim, depois de cada baforada inalada, o fumante recebe uma "bola" intravenosa de sangue contendo uma concentração elevada de nicotina. A absorção da nicotina pelo cérebro é também extremamente rápida." (tradução nossa). Ibid.
  • 42
    42 VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit. p. 70; GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 2-20.
  • 43
    43 LERY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil, op. cit.
  • 44
    44 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 30-31.
  • 45
    45 VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit. p. 72.
  • 46
    46 THÉVET, André. As singularidades da França Antártica. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1978. p. 110.
  • 47
    47 VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit.; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.; GATELY, Iain. Tobacco, op. cit.; COURTWRIGHT, David T. Forces of habit, op. cit.; COOPER, John M. Estimulantes e narcóticos, op. cit.; CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco, op. cit.; LIBERMANN, Gisèle. Les civilisations du tabac, op. cit.; VARELLA, Alexandre Câmara. Sustâncias da idolatria, op. cit.
  • 48
    48 SCHLEIFFER, H. Narcotic plants of the Old World. Monticello: Lubrecht & Cramer. 1979. p. 1.
  • 49
    49 Frequentemente, os indígenas costumavam utilizar o potencial alucinógeno do tabaco quase sempre quando a finalidade requeria um grau de alteração de consciência baixo ou moderado. Para ocasiões em que o ritual exigia uma ação alucinó- gena poderosa, podiam ser utilizadas diversas plantas diferentes, dentre as quais, uma das mais largamente difundidas era Datura stramonium, planta da família das solanáceas. Segundo Jordan Goodman, o uso da datura, que contêm grandes concentrações de um alcaloide alucinógeno chamado Hiosciamina, se difundiu pelo continente americano, da Califórnia à região central do Chile. Ao que indicam estudos etnobotânicos, a datura era amplamente utilizada nos ritos de passagem para a maioridade de diversas tribos da Amazônia ocidental. BARG, Débora Gikovate. Plantas tóxicas. Trabalho apresentado para créditos em metodologia científica no curso de Fitoterapia no IBHR/Facis (SP). São Paulo, 2004. p. 6; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 19; COOPER, John M. Estimulantes e narcóticos, op. cit. p. 101-103.
  • 50
    50 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 18; GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 1-19; VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit. p. 68-72; VARELLA, Alexandre Câmara. Sustâncias da idolatria, op. cit.
  • 51
    51 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.; GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 1-19; VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit.; VARELLA, Alexandre Câmara. Sustâncias da idolatria, op. cit.
  • 52
    52 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 8-11.
  • 53
    53 ROSEMBERG, José; ROSEMBERG, Ana Margarida Arruda; MORAES, Marco Antônio. Nicotina, op. cit. p. 32.
  • 54
    54 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 5; ASHTON, H.; STEPNEY, R. Smoking: psychology and pharmacology. Londres: Tavistock. 1982. p. 38-39; MARTIN, W. R. Tobacco and health overview: a neurobiologic approach. In: MARTIN, W. R. et al. (Ed). Tobacco smoking and nicotine: a neurobiological approach. Nova York: Plenum Press, 1987. p. 3; WILBERT, Johannes. Does pharmacology corroborate the nicotine therapy and practices of South American shamanism? Journal of Ethnopharmacology, n. 32, p. 179-186, 1991.
  • 55
    55 THÉVET, André. As singularidades da França Antártica, op. cit. p. 110.
  • 56
    56 Ibid.
  • 57
    57 BENZONI, Girolamo. History of the New World. Londres: Hakluyt Society, 1857. p. 82.
  • 58
    58 "In La Española and the other islands, when their doctors wanted to cure a sick man, they went to the place where they were to administer the smoke, and when he was thoroughly intoxicated by it, the cure was mostly effected. On returning to his senses he told a thousand stories, of his having been at the council of the gods and other high visions." BENZONI, Girolamo. History of the New World, op. cit.
  • 59
    59 CARDIM, Fernão. Tratados da terra e gente do Brasil. São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 1978. p. 49.
  • 60
    60 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 18-19; ORELLANA, Sandra L. Indian medicine in highland Guatemala: the pre-hispanic and colonial period. Albuquerque: University of New Mexico Press, 1987. p. 57.
  • 61
    61 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.; GATELY, Iain. Tobacco, op. cit.; VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit.; ORELLANA, Sandra L. Indian medicine in highland Guatemala, op. cit.
  • 62
    62 GATES, William. An Aztec herbal: the classic codex of 1552. Mineloa: Dover Publications INC, 2000. p. 82 e 62.
  • 63
    63 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 37.
  • 64
    64 HERNANDEZ, Francisco. Cuatro libros de la naturaleza y virtudes de las plantas y animales que están recibidos en uso de medicina en la Nueva España. México: Francisco Jimenes, 1615. p. 95.
  • 65
    65 "(...) heridas venenossas, y especialmente à las flechas enarboladas (...)". Ibid.
  • 66
    66 "(...) se toma de los yndios caribes de las yslas vezinas à la Española (...)". Ibid.
  • 67
    67 "(...) heridos de las flechas enpõzoñadas de sus enemigos, se libran de qualquiera peligro com sola esta yerva (...)". Ibid.
  • 68
    68 GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 28.
  • 69
    69 SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587, op. cit. p. 206.
  • 70
    70 Ibid.
  • 71
    71 REZENDE, Joffre Marcondes de. À sombra do plátano: crônicas de história da medicina. São Paulo: Unifesp, 2009. p. 231.
  • 72
    72 Ibid., p. 232.
  • 73
    73 "Entende-se por miíase a infestação de vertebrados vivos por larvas de dípteros que, pelo menos durante certo período, se alimentam dos tecidos vivos ou mortos do hospedeiro, de suas substâncias corporais líquidas ou do alimento por ele ingerido. Dessa forma, larvas de moscas que completam seu ciclo, ou pelo menos parte do seu desenvolvimento normal dentro ou sobre o corpo de um hospedeiro vertebrado podem ser classificadas como causadoras de miíases. A incidência de miíases humanas em nosso meio não é muito grande, mas em algumas regiões podem provocar sérios danos nos homens e animais. O termo miíase tem essa etimologia: myie = moscas; ase = doença. No meio rural é conhecido como 'bicheira'. O estudo dos dípteros muscoides está novamente tomando grande impulso em vista da capacidade de algumas larvas causarem miíases e dos adultos veicularem inúmeros patógenos para homens e animais. Dentre os estudos feitos, destacam-se a dispersão e a sinantropia (associação entre homens, animais e meio ambiente) com espécies pertencentes às famílias Calliphoridae, Sarcophagidae, Muscidae, Fanniidae e Anthomiidae". LINHARES, Arício Xavier. Miíases. In: NEVES, David Pereira et al. Parasitologia humana. São Paulo: Atheneu, 2005. p. 387.
  • 74
    74 SILVA, José Antonio Batista da; ABADIO Humberto de Castro; QUEIROZ, Margareth Maria de Carvalho. Miíase humana por Dermatobia hominis (Linneaus Jr.) (Diptera, Cuterebridae) e Cochliomyia hominivorax (Coquerel) (Diptera, Calliphoridae) em sucessão parasitária. EntomoBrasilis, v. 2, n. 2, p. 61-63, maio/ago. 2009; GUIMARÃES, J. H.; PAPAVERO, N.; PRADO, A. P. As miíases na região neotropical. Revista Brasileira de Zoologia, n. 1, v. 4, p. 239-416, 1983.
  • 75
    75 SILVA, José Antonio Batista da; ABADIO Humberto de Castro; QUEIROZ, Margareth Maria de Carvalho. Miíase humana por Dermatobia hominis (Linneaus Jr.) (Diptera, Cuterebridae) e Cochliomyia hominivorax (Coquerel) (Diptera, Calliphoridae) em sucessão parasitária, op. cit.; GUIMARÃES, J. H.; PAPAVERO, N. Myiasis in man and animals in the neotropical region. São Paulo: Plêiade, 1999. p. 178-179.
  • 76
    76 LINHARES, Arício Xavier. Miíases, op. cit. p. 337-340.
  • 77
    77 GUIMARÃES, J. H.; PAPAVERO, N.; PRADO, A. P. As miíases na região neotropical, op. cit.
  • 78
    78 Ibid.; LINHARES, Arício Xavier. Miíases, op. cit. p. 389.
  • 79
    79 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit. p. 5.
  • 80
    80 HERNANDEZ, Francisco. Cuatro libros de la naturaleza y virtudes de las plantas y animales que están recibidos en uso de medicina en la Nueva España, op. cit. p. 95.
  • 81
    81 "(...) de las pulgas regando la casa con agua en q se ayan cozido algunas destas ojas (...)". Idem.
  • 82
    82 ROBICSEK, F. The smoking gods: tobacco in Maya art, history and religion. Norman: Oklahoma Press, 1978. p. 30.
  • 83
    83 ORELLANA, Sandra L. Indian medicine in highland Guatemala, op. cit. p. 81-82.
  • 84
    84 WILBERT, Johannes. Tobacco and shamanism in South America, op. cit. p. 189.
  • 85
    85 SAITO, M. L.; LUCHINI, F. Substâncias obtidas de plantas e a procura por praguicidas eficientes e seguros ao meio ambiente. Jaguariúna: Embrapa-CNPMA, 1998. (Embrapa-CNPMA. Série Documentos, 12). 1998. p. 29-31.
  • 86
    86 GATELY, Iain. Tobacco, op. cit.; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.; VON GERNET, Alexander. Nicotian dreams, op. cit.; CALDEIRA, Arlindo Manuel. O tabaco, op. cit. p. 1-25.
  • 87
    87 SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado descritivo do Brasil em 1587, op. cit. p. 206.
  • 88
    88 LERY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil, op. cit.
  • 89
    89 Ibid.
  • 90
    90 THÉVET, André. As singularidades da França Antártica, op. cit.
  • 91
    91 O sistema dopamínico-mesolímbico, ou simplesmente sistema límbico, é responsável pela regulação de processos emocionais no sistema nervoso autônomo e dos processos primordiais da sobrevivência como as sensações de fome, sede e a libido. MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia funcional. São Paulo: Atheneu Editora, 1999. p. 281.
  • 92
    92 MINEUR, Y. S. et al. Nicotine decreases food intake throug activation of POMC neurons. Science, v. 332, n. 6035, p. 1330-1332, June 2011.
  • 93
    93 Receptores aos quais se liga a acetilcolina. GANONG, William F. Fisiologia médica. São Paulo: Atheneu Editora São Paulo S.A, 1973. p. 167.
  • 94
    94 Ibid., p. 160; ROSEMBERG, José; ROSEMBERG, Ana Margarida Arruda; MORAES, Marco Antônio. Nicotina, op. cit. p. 32-35; SILVIOTTI, Lucia; COLQUHOUN, David. Acetyicholine receptors: too many channels, too few functions. Science, v. 269, p. 1681-1682, Sept. 1995.
  • 95
    95 GANONG, William F. Fisiologia médica, op. cit. p. 160.
  • 96
    96 Ibid.; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit. p. 5.
  • 97
    97 Área do cérebro responsável pela regulação das sensações de saciedade, euforia, ansiedade ou alívio de tensão. Ibid.
  • 98
    98 ROSEMBERG, José; ROSEMBERG, Ana Margarida Arruda; MORAES, Marco Antônio. Nicotina, op. cit.; SILVIOTTI, Lucia; COLQUHOUN, David. Acetyicholine receptors, op. cit.; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.
  • 99
    99 ROSEMBERG, José; ROSEMBERG, Ana Margarida Arruda; MORAES, Marco Antônio. Nicotina, op. cit.; SILVIOTTI, Lucia; COLQUHOUN, David. Acetyicholine receptors, op. cit.
  • 100
    100 Ibid.; Ibid.; GOODMAN, Jordan. Tobacco in history, op. cit.
  • 101
    101 LERY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil, op. cit.
  • 102
    102 THÉVET, André. As singularidades da França Antártica, op. cit.
  • 103
    103 CARDIM, Fernão. Tratados da terra e gente do Brasil, op. cit.
  • 104
    104 LE JEUNE, Paul. Relation de ce qui s'est passe em la Nouvelle France, em l'ánnée de 1634. Paris: Imprimeur Ordinaire du Roy, 1635. p. 264.
  • 105
    105 "(...) l'afïcftion qu'ils portent à ceste herbe est au delà de toute créance, ils s'endormét le calumet et la bouche, ils se levent par sois la nuit pour petuner, ils s'arrestent solvente en chemin pour le mesme sujet, c'est la première action qu'ils sont rentrant dans leurs cabanes: ie leur ay battu le fusil pour les faire petuner en ramants dans un canot; ie leur ay veu souvent manger le baston de leur calumet, n'ayans plus de petun, ie leur ay veu racler & pulveriser un calumet de bois pour petuner, disons avec compassion qu'ils passent leur vie dans la fumée, & qu'ils tombent à la mort dans le feu (...)".Ibid.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 2013

Histórico

  • Recebido
    21 Set 2012
  • Aceito
    29 Mar 2013
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org