Acessibilidade / Reportar erro

Violência, trauma e frustração no Brasil e na Argentina: o papel do historiador

Resumos

Partindo do pressuposto de que a violência é uma das principais chaves analíticas dos chamados "eventos traumáticos" do século XX e do fato de que a ditadura militar argentina (1976-1983) foi extremamente violenta, o artigo sustenta que, embora a ditadura militar brasileira também tenha sido muito repressiva, a noção de frustração, antes que a de violência, é a mais adequada ao seu entendimento. Tais questões, inevitavelmente, remetem às dificuldades vivenciadas pelo historiador em sua relação com os temas tabu, sensíveis ou traumáticos, para as quais o artigo apresenta, ao final, uma proposta de equacionamento.

eventos traumáticos; ditadura militar; violência; frustração; América Latina.


Violence is one the main analytical keys for the so called "traumatic events" in the 20th century which include the extremely violent military dictatorship in Argentina (1976-1983). From this premise, this article argues that although Brazil's military dictatorship was also very repressive, the notion of frustration, rather than violence, is the most adequate to understand the process. These questions necessarily evoke the difficulties historians experience regarding subjects that are taboo, sensitive or traumatic. The article concludes with a proposal on how to solve these difficulties.

traumatic events; military dictatorship; violence, frustration; Latin America.


Violence is one the main analytical keys for the so called "traumatic events" in the 20th century which include the extremely violent military dictatorship in Argentina (1976-1983). From this premise, this article argues that although Brazil's military dictatorship was also very repressive, the notion of frustration, rather than violence, is the most adequate to understand the process. These questions necessarily evoke the difficulties historians experience regarding subjects that are taboo, sensitive or traumatic. The article concludes with a proposal on how to solve these difficulties.

traumatic events; military dictatorship; violence, frustration; Latin America.


Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • 1
    1 ARENDT, Hannah. On violence. Nova York: Brace & World, 1970. p. 3.
  • 2
    2 HUYSSEN, Andreas. En busca del futuro perdido: cultura y memoria en tiempos de globalización. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2001. p. 17.
  • 3
    3 ROUSSO, Henry. El duelo es imposible y necesario. Puentes, p. 30, dez. 2000.
  • 4
    4 LACAPRA, Dominick. History in transit: experience, identity, critical theory. Ithaca: Cornell University Press, 2004. p. 269.
  • 5
    5 LACAPRA, Dominick. Trauma, Absence, Loss. Critical Inquiry, v. 25, n. 4, p. 698, Summer 1999.
  • 6
    6 SARLO, Beatriz. Tiempo pasado. Cultura de la memoria y giro subjetivo. Una discusión. México: Siglo XXI, 2006. p. 60-61.
  • 7
    7 Veja-se o impactante artigo de O'DONNELL, Guillermo. La cosecha del miedo. Nexos en línea, México, 1o jan. 1983.
  • 8
    8 Sobre o tema, consultar HASKELL, Thomas L. Objectivity: perspective as problem and solution. History and Theory, v. 43, n. 3, p. 357, out. 2004 e LAGROU, Pieter. L'histoire du temps présent en Europe depuis 1945, ou comment se constitue et se développe un nouveau champ disciplinaire. La Revue pour l'Histoire du CNRS, n. 9, nov. 2003. Disponível em: <10.4000/histoire-cnrs.561>. Acesso em: 24 fev. 2013.
  • 9
    9 FAGEN, Patricia Weiss. Repression and state security. In: CORRADI, Juan E.; FAGEN, Patricia Weiss; GARRETÓN, Manuel Antonio (Eds.). Fear at the edge: state terror and resistance in Latin America. Berkeley: University of California Press, 1992. p. 63; DASSIN, Joan. Testemonial literature and the armed struggle in Brazil. In: CORRADI, Juan E.; FAGEN, Patricia Weiss; GARRETÓN, Manuel Antonio (Eds.). Fear at the edge, op. cit. p. 174; ALVES, Maria Helena Moreira. Cultures of fear, cultures of resistance: the new labor movement in Brazil. In: CORRADI, Juan E.; FAGEN, Patricia Weiss; GARRETÓN, Manuel Antonio (Eds.). Fear at the edge, op. cit. p. 189.
  • 10
    10 KRUIJT, Dirk; KOONINGS, Kees. Introducción: la violencia y el miedo en América Latina. In: KRUIJT, Dirk; KOONINGS, Kees (Ed.). Las sociedades del miedo: el legado de la guerra civil, la violencia y el terror en América Latina. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 2001. p. 37.
  • 11
    11 CORRADI, Juan E.; FAGEN, Patricia Weiss; GARRETÓN, Manuel Antonio. Introduction. Fear: a cultural and political construct. In: CORRADI, Juan E.; FAGEN, Patricia Weiss; GARRETÓN, Manuel Antonio (Eds.). Fear at the edge, op. cit. p. 2.
  • 12
    12 LECHNER, Norbert. Some people die of fear: fear as a political problem. In: CORRADI, Juan E.; FAGEN, Patricia Weiss; GARRETÓN, Manuel Antonio (Eds.). Fear at the edge, op. cit. p. 28.
  • 13
    13 GARRETÓN, Manuel Antonio. Fear in military regimes: an overwiew. Fear: a cultural and political construct. In: CORRADI, Juan E.; FAGEN, Patricia Weiss; GARRETÓN, Manuel Antonio (Eds.). Fear at the edge, op. cit. p. 13.
  • 14
    14 FAGEN, Patricia Weiss. Repression and state security, op. cit. p. 41.
  • 15
    15 Duas sínteses bem fundamentadas da história recente da Argentina encontram-se em CANELO, Paula. El proceso en su laberinto: la interna militar de Videla a Bignone. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2008 e NOVARO, Marcos; PALERMO, Vicente. La dictadura militar (1976-1983): del golpe de Estado a la restauración democrática. Buenos Aires: Paidós, 2003.
  • 16
    16 DELLASOPPA, Emilio. Ao inimigo, nem justiça: violência política na Argentina 1943-1983. São Paulo: Hucitec, 1998. p. 30.
  • 17
    17 O'DONNEL, Guillermo. 1966-1973 El Estado burocratico autoritario: triunfos, derrotas y crisis. Buenos Aires: Editorial de Belgrano, 1982. p. 266.
  • 18
    18 CALVEIRO, Pilar. Poder y desaparición: los campos de concentración en Argentina. Buenos Aires: Colihue, 2008. p. 153.
  • 19
    19 FLORIA, Carlos A.; GARCIA BELSUNCE, César A. La cultura de la violencia. in: Historia politica de la Argentina contemporánea 1880-1983. Madri: Alianza Editorial, 1988. p. 208.
  • 20
    20 Sobre tais episódios consultar, entre outros, ANZORENA, Oscar. Tiempo de violencia y utopia, 1966-1976. Buenos Aires: Contrapunto, 1988; GILLESPIE, Richard. Soldier of Perón. Argentina's Montoneros. Buenos Aires: Fundación Arturo Illia, 1988; GRAHAM-YOOL, Andrew. De Perón a Videla. Buenos Aires: Legasa, 1989; LANUSSE, Alejandro. Mi testimonio. Buenos Aires: Lasserre, 1977.
  • 21
    21 Agradeço a Maria Paula Araujo por gentilmente ceder para consulta o seu texto "Memória e debate sobre a luta armada no Brasil e Argentina" a ser publicado em breve na coletânea História e memória das ditaduras do século XX, pela Editora FGV, no Rio de Janeiro.
  • 22
    22 MARIO Firmenich y Norma Arrostito cuentam como murio Aramburu. La Causa Peronista, Ano 1, n. 9, p. 25-30, 3 set. 1974.
  • 23
    23 CALVEIRO, Pilar. Poder y desaparición, op. cit. p. 20.
  • 24
    24 XI Conferência de Exércitos, Montevidéu, 23 out. 1975. Clarín, Buenos Aires, 24 out. 1975.
  • 25
    25La Nación, Buenos Aires, 22 jan. 1976.
  • 26
    26La Opinión, Buenos Aires, 25 nov. 1976.
  • 27
    27La Prensa, Buenos Aires, 16 ago. 1977.
  • 28
    28La Opinión, Buenos Aires, 29 maio 1978.
  • 29
    29NOSIGLIA, Julio E. Botín de guerra. Buenos Aires: Abuelas de Plaza de Mayo, 2007. p. 163.
  • 30
    30CALVEIRO, Pilar. Poder y desaparición, op. cit. p. 149-151.
  • 31
    31 Para obter um painel geral da história recente do Brasil, consulte-se SKIDMORE, Thomas. The politics of military rule in Brazil, 1964-1985. Nova York: Oxford University Press, 1988 e os quatro volumes de Elio Gaspari, A ditadura envergonhada, A ditadura escancarada, A ditadura encurralada e A ditadura derrotada (Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2002-2003).
  • 32
    32 FICO, Carlos. Como eles agiam: os subterrâneos da ditadura militar - espionagem e polícia política. Rio de Janeiro: Record, 2001.
  • 33
    33 Fundo Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça, Arquivo Nacional, Série "Movimentos Contestatórios à Ordem Política e Social", Relatório Censura, processo n. 50756, caixa 592/05132, folhas 6 a 24.
  • 34
    34 FICO, Carlos. Reinventando o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 1997.
  • 35
    35 Sobre o Estado Novo consulte OLIVEIRA, Lucia Lippi; VELLOSO, Mônica Pimenta; GOMES, Angela Maria de Castro (Ed.). Estado Novo: ideologia e poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1982 e PANDOLFI, Dulce (Ed.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.
  • 36
    36 Ver, entre outros, GABEIRA, Fernando. O que é isso, companheiro? Rio de Janeiro: Codecri, 1979 e SIRKIS, Alfredo. Os carbonários: memórias da guerrilha perdida. São Paulo: Global, 1980.
  • 37
    37 GRECO, Heloisa Amélia. Dimensões fundacionais da luta pela anistia. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003 e DEL PORTO, Fabíola Brigante. A luta pela anistia no regime militar brasileiro: a constituição da sociedade civil no país e a construção da cidadania. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
  • 38
    38 O regime militar permitiu o funcionamento dos partidos políticos na maior parte do período, embora tenha imposto uma série de medidas restritivas a sua atuação.
  • 39
    39 FICO, Carlos. A negociação parlamentar da anistia de 1979 e o chamado "perdão aos torturadores". Revista Anistia Política e Justiça de Transição, n. 4, p. 318-332, jul./dez. 2010.
  • 40
    40 KOTSCHO, Ricardo. Explode um novo Brasil: diário da Campanha das Diretas. São Paulo: Brasiliense, 1984.
  • 41
    41 MARCELINO, Douglas Attila. O corpo da Nova República: funerais de presidentes e memória de Tancredo Neves. Tese (doutorado) - Programa de Pós-Graduação em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
  • 42
    42 GUMBRECHT, Hans Ulrich. After 1945: Latency as origin of the present, manuscrito gentilmente cedido pelo autor para consulta. O livro será lançado pela Stanford University Press em 2013.
  • 43
    43 Em 2012, o movimento "Levante Popular da Juventude" promoveu, no Brasil, os "esculachos", inspirados nos "escraches", manifestações que, na Argentina, denunciam, através de cantorias e pichações, onde moram, hoje, supostos agentes da repressão.
  • 44
    44 Sintomaticamente, os dossiês do Arquivo Nacional brasileiro relativos a vítimas da repressão que não eram militantes da esquerda (como funcionários públicos, por exemplo) são quase inéditos, diferentemente dos que dizem respeito à luta armada. Ver FICO, Carlos. História do tempo presente, eventos traumáticos e documentos sensíveis: o caso brasileiro. Varia Historia, Belo Horizonte, v. 28, n. 47, p. 43-59, jan./jul. 2012.
  • 45
    45 SELIGMANN-SILVA, Márcio. Direito pós-fáustico: por um novo tribunal como espaço de rememoração e elaboração dos traumas sociais. In: FICO, Carlos; ARAUJO, Maria Paula; GRIN, Monica (Orgs.). Violência na história: memória, trauma e reparação. Rio de Janeiro: Ponteio, 2012. p. 107.
  • 46
    46 FRANCO, Marina; LEVÍN, Florência. El passado cercano en clave historiográfica. In: FRANCO, Marina; LEVÍN, Florência (Comp.). Historia reciente: perspectivas y desafíos para un campo en construcción. Buenos Aires: Paidós, 2007. p. 62.
  • 47
    47 PITTALUGA, Roberto. Miradas sobre el pasado reciente argentino: las escrituras en torno a la militancia setentista (1983-2005). In: FRANCO, Marina; LEVÍN, Florência (Comp.). Historia reciente, op. cit. p. 148.
  • 48
    48 SARLO, Beatriz. Tiempo pasado, op. cit. p. 16.
  • 49
    49 De Oratore, livro II, cap. 9, 36. "Historia vero testis temporum, lux veritatis, vita memoriae, magistra vitae, nuntia vetustatis, qua voce alia, nisi oratoris, immortalitati commendatur?".
  • 50
    50 Ver, entre muitos outros trabalhos, FRIEDLANDER, Saul (Ed.). Probing the limits of representation: nazism and the "Final Solution". Cambridge: Harvard University Press, 1992.
  • 51
    51 PHILLIPS, Mark Salber. Relocating Inwardness: Historical Distance and the Transition from Enlightenment to Romantic Historiography. PMLA, v. 118, n. 3, p. 442-443, maio 2003.
  • 52
    52 SARLO, Beatriz. Tiempo pasado, op. cit. p. 23.
  • 53
    53 SARLO, Beatriz. Tiempo pasado, op. cit. p. 93.
  • 54
    54Folha de S.Paulo, 8 maio 2008.
  • 55
    55 Exceção foi anotada por Pilar Calveiro: "Esto es lo desquiciante, los desaparecedores solían ser hombres comunes y corrientes que también podían ir a misa los domingos". CALVEIRO, Pilar. Poder y desaparición, op. cit. p. 143.
  • 56
    56 O exemplo clássico é o álbum Auschwitz 21.6.1944, hoje no United States Holocaust Memorial Museum, com fotos de oficiais da SS divertindo-se naquele campo de concentração durante o verão e o outono de 1944, quando as câmaras de gás funcionavam intensamente.
  • 57
    57 LACAPRA, Dominick. Writing history, writing trauma. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2001. p. 26 e 41.
  • 58
    58 SARLO, Beatriz. Tiempo pasado, op. cit. p. 83.
  • 59
    59 BROWNING, Christopher R. German Memory, Judicial Interrogation, and Historical Reconstruction: Writing Perpetrator History from Postwar Testimony. In: FRIEDLANDER, Saul (Ed.). Probing the limits of representation, op. cit. p. 27.
  • 60
    60Folha de S.Paulo, 5 fev. 2012.
  • 61
    61 Ver, entre outros, LAUB, Dori. Truth and testimony: the process and the struggle. In: CARUTH, Cathy (Ed.). Trauma. Explorations in memory. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1995. p. 61-75.
  • 62
    62 "Apud veteres enim nemo conscribebat historiam, nisi is qui interfuisset, et ea quae conscribenda essent vidisset." Para uma versão acessível em inglês: ISIDORE OF SEVILLE. Etymologies. Tradução de Priscilla Throop. Charlotte: MedievalMS, 2005. v.
  • 63
    63 RANKE, Leopold von. Burnet's history of his own times. In: RANKE, Leopold von. A history of England principally in the seventeenth century, 1859-1869. Nova York: AMS Press, 1966. v. 6, p. 46.
  • 64
    64 LACAPRA, Dominick. Writing history, writing trauma, op. cit. p. 36.
  • 65
    65 HOBSBAWM, Eric. Un historien et son temps présent. In: INSTITUT D'HISTOIRE DU TEMPS PRÉSENT. Ecrire l'histoire du temps présent. En hommage à François Bédarida. Paris: CNRS Éditions, 1993. p. 102.
  • 66
    66 KRIEGER, Leonard. Ranke: the meaning of history. Chicago: The University of Chicago Press, 1977. p. 271.
  • 67
    67 ANKERSMIT, F. R. Sublime historical experience. Palo Alto: Stanford University Press, 2005.
  • 68
    68 A proposta pretende ultrapassar o entendimento historicista e narrativista do problema. DEN HOLLANDER, Jaap. Contemporary history and the art of self-distancing. History and Theory, n. 50, p. 51-67, dez. 2011.
  • 69
    69 WHITE, Hayden. Historical emplotment and the problem of truth. In: FRIEDLANDER, Saul (Ed.). Probing the limits of representation, op. cit. p. 37.
  • 70
    70 POPPER, Karl. The rationality of scientific revolution. In: POPPER, Karl. Problems of scientific revolution: progress and obstacles to progress in the sciences. Oxford: Clarendon Press, 1975. p. 85.
  • 71
    71 WHITE, Hayden. The politics of historical interpretation: discipline and de-sublimation. Critical Inquiry, v. 9, p. 131, set. 1982.
  • 72
    72 Idem. Historical emplotment and the problem of truth, op. cit. p. 52.
  • 73
    73 LACAPRA, Dominick. Writing history, writing trauma, op. cit. p. 26 e 41.
  • 74
    74 BENVENISTE, Emile. Ativo e médio no verbo. In: BENVENISTE, Emile. Problemas de linguística geral. São Paulo: USP, 1976. Ver também CAMACHO, Roberto Gomes. Em defesa da categoria de voz média no português. D.E.L.T.A., v. 19, n. 1, p. 91-122, 2003.
  • 75
    75 LACAPRA, Dominick. Writing history, writing trauma, 35.
  • 76
    76 LVOVICH, Daniel. Historia reciente de pasados traumáticos. In: FRANCO, Marina; LEVÍN, Florência. (Comp.). Historia reciente, op. cit. p. 111 e 115-117.
  • 77
    77 JAY, Martin. Of plots, witnesses, and judgements. In: FRIEDLANDER, Saul (Ed.). Probing the limits of representation, op. cit. p. 105. Grifado no original.
  • 78
    78 "If the judgment is valid for everyone, provided only he is in possession of reason, its ground is objectively sufficient." KANT, Immanuel. Critique of pure reason, the transcendental doctrine of method. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 1933. p. 645.
  • 79
    79 POPPER, Karl. The logic of scientific discovery. Londres: Routledge, 2002. p. 22.
  • 80
    80 WHITE, Hayden. The value of narrativity in the representation of reality. Critical Inquiry, v. 7, n. 1, p. 23-24, Autumn 1980.
  • 81
    81 Thomas. The politics of military rule in Brazil, 1964-1985, op. cit. p. 125.
  • 82
    82 Sobre o tema, consultar ROLLEMBERG, Denise. Esquerdas revolucionárias e luta armada. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves (Ed.). O Brasil republicano. O tempo da ditadura: regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. p. 43-92.
  • 83
    83 Maria Paula Araujo trata das autocríticas sobre a luta armada na Argentina, mais avançadas do que no Brasil, em texto ainda inédito, já mencionado, intitulado Memória e debate sobre a luta armada no Brasil e Argentina.
  • 84
    84 Carlo Ginzburg, "Ekphrasis and quotation" Tijdschrift voor filosofie, 50 (1988): 3-19. Utilizo a versão modificada publicada em Carlo Ginzburg, A micro-história e outros ensaios (Lisbon: Difel, 1991), 224.
  • 85
    85 O documento foi localizado pelo repórter Lucas Ferraz. Folha de S.Paulo, 5 fev. 2012.
  • 86
    86 LaCapra distingue empatia de identificação, definindo-a como "an opening to the other that is related to transferential implication" e diz que sua adoção não exclui "the attempt to take critical distance". LACAPRA, Dominick. History and its limits: human, animal, violence. Ithaca: Cornell University Press, 2009. p. 198-199.
  • 87
    87 Para Jörn Rüsen, a narrativa histórica "has to express its distraction within the methodical procedures of interpretation as well as in the narrative procedures of representation". RÜSEN, Jörn. How to make sense of the past: salient issues of metahistory. The Journal for Transdisciplinary Research in Southern Africa, v. 3, n. 1, p. 211, jul. 2007.
  • 88
    88 GINZBURG, Carlo. Micro-história: duas ou três coisas que sei a respeito. In: GINZBURG, Carlo. O fio e os rastros: verdadeiro, falso, fictício. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 265.
  • 89
    89 MANZONI, Alessandro. Del romanzo e, in genere, de' componimenti misti di storia e d'invenzione. In: MANZONI, Alessandro. Opere varie. Milão: Fratelli Rechiedei, 1870. p. 462.
  • 90
    90 BARTHES, Roland. The rustle of language. Berkeley: University of California Press, 1989. p. 142.
  • 91
    91 Para um entendimento da contextualização como um processo complexo que inclui os leitores, ver LACAPRA Dominick. History and its limits, op. cit. p. 192.
  • 92
    92 Ibid., p. 198.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jul-Dec 2013

Histórico

  • Recebido
    24 Out 2013
  • Aceito
    26 Nov 2013
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro Largo de São Francisco de Paula, n. 1., CEP 20051-070, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21) 2252-8033 R.202, Fax: (55 21) 2221-0341 R.202 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: topoi@revistatopoi.org