Acessibilidade / Reportar erro

Aplicabilidade da ultrassonografia na Fonoaudiologia

Resumos

OBJETIVO:

Apresentar estudos recentes que utilizaram a ultrassonografia na área da Fonoaudiologia, os quais evidenciam possibilidades de aplicabilidade dessa técnica nas diferentes subáreas.

ESTRATÉGIA DE PESQUISA:

Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed, utilizando como descritores "ultrasonic"; "speech"; "phonetics"; "Speech, Language and Hearing Sciences"; "voice"; "deglutition" e "myofunctional therapy", contemplando algumas das áreas da Fonoaudiologia. Foram também empregados na busca os termos "ultrasound"; "ultrasonography"; "swallow"; "orofacial myofunctional therapy" e "orofacial myology".

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO:

Como critérios da pesquisa em base de dados, selecionaram-se: estudos dos últimos cinco anos e estudos em humanos. Na pré-seleção, foram descartados estudos duplicados, não disponibilizados na íntegra e que não apresentassem relação direta da ultrassonografia com a Fonoaudiologia.

ANÁLISE DOS DADOS:

A análise dos dados foi realizada de forma descritiva e separada para cada subárea da Fonoaudiologia. Consideraram-se os itens: objetivos; sujeitos; procedimentos e resultados.

RESULTADOS:

Foram selecionados 12 artigos para a subárea ultrassom versus fala/fonética; cinco para ultrassom versus voz; um para ultrassom versus músculos mastigatórios e dez para ultrassom versus deglutição. Não foram encontrados estudos referentes aos últimos cinco anos relacionando "ultrassom" e "Fonoaudiologia".

CONCLUSÃO:

Foram encontradas diferentes pesquisas que se voltaram ao emprego da ultrassonografia na Fonoaudiologia. Cada qual, a partir de seu objetivo, confirma novas possibilidades de uso desse instrumento nas diversas subáreas, visando a um diagnóstico mais preciso e novas possibilidades, tanto avaliativas quanto terapêuticas.


PURPOSE:

To present recent studies that used the ultrasound in the fields of Speech Language Pathology and Audiology, which evidence possibilities of the applicability of this technique in different subareas.

RESEARCH STRATEGY:

A bibliographic research was carried out in the PubMed database, using the keywords "ultrasonic," "speech," "phonetics," "Speech, Language and Hearing Sciences," "voice," "deglutition," and "myofunctional therapy," comprising some areas of Speech Language Pathology and Audiology Sciences. The keywords "ultrasound," "ultrasonography," "swallow," "orofacial myofunctional therapy," and "orofacial myology" were also used in the search.

SELECTION CRITERIA:

Studies in humans from the past 5 years were selected. In the preselection, duplicated studies, articles not fully available, and those that did not present direct relation between ultrasound and Speech Language Pathology and Audiology Sciences were discarded.

DATA ANALYSIS:

The data were analyzed descriptively and classified subareas of Speech Language Pathology and Audiology Sciences. The following items were considered: purposes, participants, procedures, and results.

RESULTS:

We selected 12 articles for ultrasound versus speech/phonetics subarea, 5 for ultrasound versus voice, 1 for ultrasound versus muscles of mastication, and 10 for ultrasound versus swallow. Studies relating "ultrasound" and "Speech Language Pathology and Audiology Sciences" in the past 5 years were not found.

CONCLUSION:

Different studies on the use of ultrasound in Speech Language Pathology and Audiology Sciences were found. Each of them, according to its purpose, confirms new possibilities of the use of this instrument in the several subareas, aiming at a more accurate diagnosis and new evaluative and therapeutic possibilities.


INTRODUÇÃO

A clínica fonoaudiológica utiliza diversos instrumentos para validar suas ações. É comum o emprego de protocolos de avaliação, muitas vezes subjetivos, para definição das diferentes etapas e procedimentos da fonoterapia. Nos últimos anos, observa-se a crescente busca por instrumentos e análises mais diretas, quantificadoras, buscando-se uma maior precisão dos dados coletados, bem como dos diagnósticos e prognósticos.

A análise perceptivo-auditiva é utilizada amplamente nas áreas de voz e linguagem e pode ser complementada por outras avaliações instrumentais, a fim de que o sujeito seja avaliado e tratado sob todos os aspectos de seu distúrbio comunicativo. A análise acústica de fala e voz vem sendo empregada há bastante tempo como um instrumento de análise dos casos alterados, promovendo diagnósticos mais precisos, bem como acompanhamento do processo terapêutico, tanto pelo fonoaudiólogo como pelo paciente( 11. Gregio FN, Camargo ZA. Dados de tempo de início do vozeamento (VOT) na avaliação do sinal vocal de indivíduos com paralisia unilateral de prega vocal. Disturb Comum. 2005;17(3):289-97.

2. Melo RM, Mota HB, Mezzomo CL, Brasil BC, Lovatto L, Arzeno L. Parâmetros acústicos do contraste de sonoridade das plosivas no desenvolvimento fonológico típico e no desviante. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(3):304-12.

3. Marino VCC, Berti LC, Lima-Gregio AM. Características acústicas da oclusiva glotal associada à sequência de Pierre Robin: estudo de caso. Rev CEFAC. 2013;15(2):466-77.
- 44. Giacchini V, Mota HB, Mezzomo CL. Variáveis relevantes no processo terapêutico para a aquisição do onset complexo na fala de crianças com desvio fonológico. Rev CEFAC (no prelo). ). Já a análise articulatória, na área da fala e da motricidade orofacial, surge como nova possibilidade, principalmente no âmbito nacional( 55. Berti LC. Investigação da produção de fala a partir da ultrassonografia do movimento de língua. In: 19º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia; 2010; Curitiba. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: suplemento. Curitiba: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2010.

6. Pereira LCK, Gregio FN, Svicero MAF, Nan PC, Madureira S, Camargo ZA. Caracterização de vogais orais e nasais por dados de ultrassonografia, ressonância magnética e análise acústica. In: 19º Congresso Brasileiro e 8º Internacional de Fonoaudiologia; 2011; São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: suplemento. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2011. p. 980.

7. Svicero MAF, Pereira LK, Nan PC, Isolan-Cury R, Camargo Z. Dados preliminares de análise de fala por meio da ultrassonografia. In: 19º Congresso Brasileiro e 8º Internacional de Fonoaudiologia; 2011; São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: suplemento. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2011. p. 728.

8. Trawitzki LV, Dantas RO, Elias-Júnior J, Mello-Filho FV. Masseter muscle thickness three years after surgical correction of class III dentofacial deformity. Arch Oral Biol. 2011;56(8):799-803.

9. Berti LC. Investigação ultrassonográfica dos erros de fala infantil à luz da Fonologia Gestual. In: Ferreira-Gonçalves G, Brum-de-Paula M. Dinâmica dos movimentos articulatórios: sons, gestos e imagens. Pelotas (RS): Editora da UFPel; 2013. p.127-44.
- 1010. Francisco DT, Pagan-Neves LO, Wertzner HF. Aplicação da ultrassonografia de fala como ferramenta auxiliar ao diagnóstico do transtorno fonológico. In: 4º Seminário de Aquisição fonológica; 2013; Santa Maria. 4º Seminário de Aquisição fonológica: resumos e programação. Pelotas (RS): Editora da UFPel; 2013. p. 33-4. ), de integração dessas análises já citadas, utilizando-se, por exemplo, a ultrassonografia para avaliação dos movimentos de língua( 1111. Bernhardt BM, Bacsfalvi P, Adler-Bock M, Shimizu R, Cheney A, Giesbrecht N, et al. Ultrasound as visual feedback in speech habilitation: exploring consultative use in rural British Columbia, Canada. Clin Linguist Phon. 2008;22(2):149-62.

12. Modha G, Bernhardt BM, Church R, Bacsfalvi P. Case study using ultrasound to treat /r/. Int J Lang Commun Disord. 2008;43(3):323-9.

13. Pouplier M. The role of a coda consonant as error trigger in repetition tasks. J Phon. 2008;36(1):114-40.

14. Rastadmehr O, Bressmann T, Smyth R, Irish JC. Increased midsagittal tongue velocity as indication of articulatory compensation in patients with lateral partial glossectomies. Head Neck. 2008;30(6):718-26.

15. Campbell F, Gick B, Wilson I, Vatikiotis-Bateson E. Spatial and temporal properties of gestures in North American English /r/. Lang Speech. 2010;53(1):49-69.

16. Bressmann T, Flowers H, Wong W, Irish JC. Coronal view ultrasound imaging of movement in different segments of the tongue during paced recital: findings from four normal speakers and a speaker with partial glossectomy. Clin Linguist Phon. 2010;24(8):589-601.

17. Galén S, Jost-Brinkmann PG. B-mode and M-mode ultrasonography of tongue movements during swallowing. J Orofac Orthop. 2010;71(2):125-35.

18. Zharkova N, Hewlett N, Hardcastle WJ. Coarticulation as an indicator of speech motor control development in children: an ultrasound study. Motor Control. 2011;15(1):118-40.

19. Steele C, Sasse C, Bressmann T. Tongue-pressure and hyoid movement timing in healthy liquid swallowing. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(1):77-83.

20. Tamura F, Kikutani T, Tohara T, Yoshida M, Yaegaki K. Tongue thickness relates to nutritional status in the elderly. Dysphagia. 2012;27(4):556-61.

21. Kochetov A, Pouplier M, Truong S. A preliminary ultrasound study of Nepali lingual articulations. J Acoust Soc Am. 2013;13:1-9.
- 2222. Zharkova N. Using ultrasound to quantify tongue shape and movement characteristics. Cleft Palate Craniofac J. 2013;50(1):76-81. ) e do osso hioide( 1919. Steele C, Sasse C, Bressmann T. Tongue-pressure and hyoid movement timing in healthy liquid swallowing. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(1):77-83. , 2323. Huang YL, Hsieh SF, Chang YC, Chen HC, Wang TG. Ultrasonographic evaluation of hyoid-larynx approximation in dysphagic stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2009;35(7):1103-8.

24. Scarborough DR, Waizenhofer S, Siekemeyer L, Hughes M. Sonographically measured hyoid bone displacement during swallow in preschool children: a preliminary study. J Clin Ultrasound. 2010;38(8):430-4.

25. Macrae PR, Doeltgen SH, Jones RD, Huckabee ML. Intra- and inter-rater reliability for analysis of hyoid displacement measured with sonography. J Clin Ultrasound. 2012;40(2):74-8.

26. Yabunaka K, Sanada H, Sanada S, Konishi H, Hashimoto T, Yatake H, et al. Sonographic assessment of hyoid bone movement during swallowing: a study of normal adults with advancing age. Radiol Phys Technol. 2011;4(1):73-7.
- 2727. Hsiao MY, Chang YC, Chen WS, Chang HY, Wang TG. Application of ultrasonography in assessing oropharyngeal dysphagia in stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2012;38(9):1522-8. ), sem a inserção de dispositivos no interior da cavidade oral.

A investigação dos movimentos de língua é uma das possibilidades de uso desse tipo de avaliação articulatória, a qual não é considerada invasiva, é acessível e com mínimas interferências na visualização dos movimentos intraorais( 2828. Gick B. The use of ultrasound for linguistic phonetic fieldwork. J Int Phon Assoc. 2002;32(2):113-21. , 2929. Bressmann T. Quantitative assessment of tongue shape and movement using ultrasound imaging. In: 3rd Conference on Laboratory Approaches to Spanish Phonology; 2008. Somerville (MA); 2008. p. 101-6. ), possibilitando a investigação em diversas subáreas da Fonoaudiologia. O conhecimento de fonoaudiólogos sobre as possibilidades de uso da ultrassonografia em variadas alterações fonoaudiológicas, enfoque deste artigo, pode influenciar pesquisas importantes na área e consequentes descobertas relevantes. O uso do ultrassom permite ao fonoaudiólogo realizar análise articulatória dos dados do sujeito avaliado e do paciente em processo terapêutico( 1111. Bernhardt BM, Bacsfalvi P, Adler-Bock M, Shimizu R, Cheney A, Giesbrecht N, et al. Ultrasound as visual feedback in speech habilitation: exploring consultative use in rural British Columbia, Canada. Clin Linguist Phon. 2008;22(2):149-62. , 1212. Modha G, Bernhardt BM, Church R, Bacsfalvi P. Case study using ultrasound to treat /r/. Int J Lang Commun Disord. 2008;43(3):323-9. , 3030. Bacsfalvi P, Bernhardt BM. Long-term outcomes of speech therapy for seven adolescents with visual feedback technologies: ultrasound and electropalatography. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1034-43. ).

OBJETIVO

Apresentar estudos dos últimos cinco anos que utilizaram a ultrassonografia na área da Fonoaudiologia, os quais evidenciam possibilidades de aplicabilidade dessa técnica nas diferentes subáreas da Fonoaudiologia.

ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Foi realizada uma revisão narrativa da literatura com base na pergunta que norteou o presente estudo: Em que áreas e de que forma os dados ultrassonográficos podem contribuir para o conhecimento fonoaudiológico?

Para responder a essa pergunta, foi realizado um levantamento bibliográfico no período de maio a julho de 2013. O mesmo foi realizado, inicialmente, na base de dados internacional PubMed, a qual é mantida pelo Centro Nacional de Informação Biotecnológica (NCBI) do Instituto Nacional de Saúde (NIH). Optou-se por essa estratégia de busca em razão de ela catalogar artigos científicos publicados em periódicos indexados nas principais coleções científicas mundiais.

Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) empregados na pesquisa foram: "ultrasonic"; "speech"; "phonetics"; "Speech, Language and Hearing Sciences"; "voice"; "deglutition" e "myofunctional therapy", contemplando algumas das áreas da Fonoaudiologia. Também foram pesquisados os termos: "ultrasound"; "ultrasonography"; "swallow"; "orofacial myofunctional therapy" e "orofacial myology" na busca, mesmo não sendo descritores previstos pela Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), por serem encontrados diversas vezes nos artigos da área. As combinações dos descritores e termos ocorreram da seguinte forma: ultrasonic AND speech, ultrasound AND speech, ultrasonography AND speech e, assim, sucessivamente com os demais descritores e termos.

Após a busca por artigos por meio dos descritores e termos citados, iniciou-se a pesquisa pelos resumos dos estudos e, caso estes fossem de interesse para o presente estudo, iniciou-se a procura pelos respectivos artigos na íntegra.

Desse modo, a fim de se obter alguns artigos completos não disponíveis na PubMed, também foi utilizada como base de dados o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), através da busca por assunto com o título do trabalho.

Priorizaram-se as bases de dados citadas devido à facilidade de acesso estabelecida por convênios específicos realizados pela Universidade Federal de Santa Maria, da qual fazem parte as autoras deste artigo.

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Como critérios da pesquisa na base de dados, foram selecionados: estudos dos últimos cinco anos, e estudos em seres humanos. Desse modo, foram encontrados 320 resumos na pesquisa realizada por meio da base de dados PubMed. A Figura 1 apresenta o número total de resumos para cada subárea da Fonoaudiologia, anterior à adoção dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos que compuseram a presente revisão bibliográfica.

Figura 1.
Total de resumos selecionados na base de dados PubMed conforme o cruzamento dos descritores

Conforme exposto no item Estratégia de Pesquisa, após a busca realizada na base de dados, realizou-se uma pré-seleção do material coletado a partir da leitura dos resumos. Os critérios de inclusão do trabalho na presente revisão foram: empregar a ultrassonografia como instrumento para a obtenção de dados; relacionar a informação ultrassonográfica a alguma das áreas de interesse da Fonoaudiologia - fala, fonética, voz, motricidade orofacial e deglutição; estar disponível na íntegra, ou na PubMed, ou no Portal de Periódicos CAPES.

Na pré-seleção, foram descartados estudos duplicados, não disponibilizados na íntegra e que não apresentassem relação direta da ultrassonografia com a Fonoaudiologia, por exemplo: artigos que empregaram a ultrassonografia na investigação de biópsias, carcinomas, deglutição esofágica, entre outros. Com isso, ao final do levantamento, foram selecionados: 12 artigos para a subárea ultrassom versus fala/fonética; cinco para ultrassom versus voz; um para ultrassom versus músculos mastigatórios e dez para ultrassom versus deglutição. Embora sejam descritores utilizados na presente revisão, não foram encontrados estudos ao cruzar os termos "ultrassom" e "Fonoaudiologia" ("Speech, Language and Hearing Sciences"). Portanto, foram selecionados para a presente revisão 28 artigos, sendo o mais antigo de 2008 e o mais recente de 2013.

ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados foi realizada de forma descritiva e separada para cada subárea da Fonoaudiologia, como descrito anteriormente.

Foram analisados os itens:

  • objetivos;

  • sujeitos considerados no estudo;

  • procedimentos importantes e

  • resultados principais do estudo.

RESULTADOS

Ultrassom e Fala/Fonética

Os estudos relacionados à pesquisa "Ultrassom e Fala" visaram, de forma geral:

  • aplicar as imagens de ultrassonografia na terapia de fala( 1111. Bernhardt BM, Bacsfalvi P, Adler-Bock M, Shimizu R, Cheney A, Giesbrecht N, et al. Ultrasound as visual feedback in speech habilitation: exploring consultative use in rural British Columbia, Canada. Clin Linguist Phon. 2008;22(2):149-62. , 1212. Modha G, Bernhardt BM, Church R, Bacsfalvi P. Case study using ultrasound to treat /r/. Int J Lang Commun Disord. 2008;43(3):323-9. , 3030. Bacsfalvi P, Bernhardt BM. Long-term outcomes of speech therapy for seven adolescents with visual feedback technologies: ultrasound and electropalatography. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1034-43. );

  • investigar os efeitos coarticulatórios, por exemplo, da sílaba CV (consoante-vogal)versus CVC (consoante-vogal-consoante), ou do contexto vocálico( 1313. Pouplier M. The role of a coda consonant as error trigger in repetition tasks. J Phon. 2008;36(1):114-40. , 1818. Zharkova N, Hewlett N, Hardcastle WJ. Coarticulation as an indicator of speech motor control development in children: an ultrasound study. Motor Control. 2011;15(1):118-40. , 3131. McMillan CT, Corley M. Cascading influences on the production of speech: evidence from articulation. Cognition. 2010;117(3):243-60. );

  • pesquisar alguns descritores dos movimentos de língua, dentre eles, a velocidade e a distância percorrida( 1414. Rastadmehr O, Bressmann T, Smyth R, Irish JC. Increased midsagittal tongue velocity as indication of articulatory compensation in patients with lateral partial glossectomies. Head Neck. 2008;30(6):718-26. , 1616. Bressmann T, Flowers H, Wong W, Irish JC. Coronal view ultrasound imaging of movement in different segments of the tongue during paced recital: findings from four normal speakers and a speaker with partial glossectomy. Clin Linguist Phon. 2010;24(8):589-601. );

  • caracterizar os gestos envolvidos na produção de segmentos consonantais, como o fonema /r/( 1515. Campbell F, Gick B, Wilson I, Vatikiotis-Bateson E. Spatial and temporal properties of gestures in North American English /r/. Lang Speech. 2010;53(1):49-69. );

  • descrever estratégias articulatórias compensatórias e movimentos encobertos( 3232. Bressmann T, Radovanovic B, Kulkarni GV, Klaiman P, Fisher D. An ultrasonographic investigation of cleft-type compensatory articulations of voiceless velar stops. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1028-33. ) e

  • propor medidas articulatórias via ultrassonografia( 2222. Zharkova N. Using ultrasound to quantify tongue shape and movement characteristics. Cleft Palate Craniofac J. 2013;50(1):76-81. ).

A definição das amostras restringiu-se aos objetivos das pesquisas. Portanto, os artigos que aplicaram dados ultrassonográficos para a investigação da fala pesquisaram sujeitos com fala típica( 1313. Pouplier M. The role of a coda consonant as error trigger in repetition tasks. J Phon. 2008;36(1):114-40. , 1515. Campbell F, Gick B, Wilson I, Vatikiotis-Bateson E. Spatial and temporal properties of gestures in North American English /r/. Lang Speech. 2010;53(1):49-69. , 1616. Bressmann T, Flowers H, Wong W, Irish JC. Coronal view ultrasound imaging of movement in different segments of the tongue during paced recital: findings from four normal speakers and a speaker with partial glossectomy. Clin Linguist Phon. 2010;24(8):589-601. , 1818. Zharkova N, Hewlett N, Hardcastle WJ. Coarticulation as an indicator of speech motor control development in children: an ultrasound study. Motor Control. 2011;15(1):118-40. , 3131. McMillan CT, Corley M. Cascading influences on the production of speech: evidence from articulation. Cognition. 2010;117(3):243-60. ) e atípica( 1111. Bernhardt BM, Bacsfalvi P, Adler-Bock M, Shimizu R, Cheney A, Giesbrecht N, et al. Ultrasound as visual feedback in speech habilitation: exploring consultative use in rural British Columbia, Canada. Clin Linguist Phon. 2008;22(2):149-62. , 1212. Modha G, Bernhardt BM, Church R, Bacsfalvi P. Case study using ultrasound to treat /r/. Int J Lang Commun Disord. 2008;43(3):323-9. , 1414. Rastadmehr O, Bressmann T, Smyth R, Irish JC. Increased midsagittal tongue velocity as indication of articulatory compensation in patients with lateral partial glossectomies. Head Neck. 2008;30(6):718-26. , 1616. Bressmann T, Flowers H, Wong W, Irish JC. Coronal view ultrasound imaging of movement in different segments of the tongue during paced recital: findings from four normal speakers and a speaker with partial glossectomy. Clin Linguist Phon. 2010;24(8):589-601. , 3030. Bacsfalvi P, Bernhardt BM. Long-term outcomes of speech therapy for seven adolescents with visual feedback technologies: ultrasound and electropalatography. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1034-43. , 3232. Bressmann T, Radovanovic B, Kulkarni GV, Klaiman P, Fisher D. An ultrasonographic investigation of cleft-type compensatory articulations of voiceless velar stops. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1028-33. ). As alterações de fala eram decorrentes de desordens na fala( 1111. Bernhardt BM, Bacsfalvi P, Adler-Bock M, Shimizu R, Cheney A, Giesbrecht N, et al. Ultrasound as visual feedback in speech habilitation: exploring consultative use in rural British Columbia, Canada. Clin Linguist Phon. 2008;22(2):149-62. , 1212. Modha G, Bernhardt BM, Church R, Bacsfalvi P. Case study using ultrasound to treat /r/. Int J Lang Commun Disord. 2008;43(3):323-9. ), glossectomia( 1414. Rastadmehr O, Bressmann T, Smyth R, Irish JC. Increased midsagittal tongue velocity as indication of articulatory compensation in patients with lateral partial glossectomies. Head Neck. 2008;30(6):718-26. , 1616. Bressmann T, Flowers H, Wong W, Irish JC. Coronal view ultrasound imaging of movement in different segments of the tongue during paced recital: findings from four normal speakers and a speaker with partial glossectomy. Clin Linguist Phon. 2010;24(8):589-601. ), perda auditiva( 3030. Bacsfalvi P, Bernhardt BM. Long-term outcomes of speech therapy for seven adolescents with visual feedback technologies: ultrasound and electropalatography. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1034-43. ) e fissura palatina( 3232. Bressmann T, Radovanovic B, Kulkarni GV, Klaiman P, Fisher D. An ultrasonographic investigation of cleft-type compensatory articulations of voiceless velar stops. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1028-33. ). As pesquisas para essa subárea tiveram em média 8,5 sujeitos; destes, 64,9% eram adultos e 35,1%, crianças.

Assim como a caracterização do grupo de sujeitos, os aspectos metodológicos observados são bastante heterogêneos, também restritos à proposta da pesquisa (Quadro 1).

Quadro 1.
Estudos que abordaram a aplicação da ultrassonografia na fala Legenda: US = ultrassom; VOT = Voice Onset Time

Os principais resultados dos artigos são igualmente apresentados no Quadro 1. Destacam-se as diversas possibilidades de aplicação das imagens de ultrassonografia de língua na subárea da fala, desde a identificação de padrões gestuais em um procedimento avaliativo até a inserção dessa tecnologia como um procedimento terapêutico disponível à clínica fonoaudiológica.

Com o cruzamento dos descritores relacionados à "ultrassonografia" e "fonética", encontrou-se um estudo( 2121. Kochetov A, Pouplier M, Truong S. A preliminary ultrasound study of Nepali lingual articulations. J Acoust Soc Am. 2013;13:1-9. ) direcionado à pesquisa de segmentos de fala. O referido artigo objetivou analisar as imagens das formas da língua de um sujeito, falante nativo de um dialeto do Nepal, durante a produção de plosivas e africadas, vozeadas e desvozeadas, dentais, retroflexas e palatais. Nesse estudo, os autores acreditam que as informações espaciais e dinâmicas obtidas via imagem de ultrassonografia de língua podem complementar os dados obtidos com a eletropalatografia estática, relacionados à localização e ao tipo de constrição da língua no palato.

Os resultados evidenciaram diferenças nas formas de língua, mesmo que algumas discretas, entre a localização da constrição da consoante vozeada e desvozeada, da consoante no início e no final da sílaba e entre os diferentes pontos articulatórios do dialeto investigado( 2121. Kochetov A, Pouplier M, Truong S. A preliminary ultrasound study of Nepali lingual articulations. J Acoust Soc Am. 2013;13:1-9. ).

A associação entre ultrassom e fonética (Quadro 2), embora ainda tímida, conforme a presente pesquisa bibliográfica, já permitiu verificar que as imagens ultrassonográficas são capazes de fornecer especificidades de uma dada língua, com base na análise da dinâmica dos sons em tempo real. Tal instrumentalização também pode estimular pesquisas na área da fonética sobre a organização de sequências silábicas, coarticulação e organizações estruturais dos sons.

Quadro 2.
Estudo que abordou a aplicação da ultrassonografia na fonética Legenda: US = ultrassom

Ultrassom e Voz

Os estudos encontrados e destacados no Quadro 3 apresentaram objetivos bem diferenciados, que investigam desde a tonicidade e comprimento de músculos, medição de onda mucosa, adaptação de válvulas de fala, até revisão de literatura. Muitos estudos comparam e buscaram discutir as vantagens, as desvantagens e a aplicabilidade de instrumentos, como o ultrassom, a eletroglotografia, a videofluoroscopia, a tomografia computadorizada, entre outros( 3333. Krausert CR, Olszewski AE, Taylor LN, McMurray JS, Dailey SH, Jiang JJ. Mucosal wave measurement and visualization techniques. J Voice. 2011;25(4):395-405.

34. Cho W, Hong J, Park H. Real-time ultrasonographic assessment of true vocal fold length in professional singers. J Voice. 2012;26(6):819.e1-6.

35. Ticac R, Candrlic B, Juranic J, Pavelic G, Pedisic D, Pusic M, et al. The role of videofluoroscopy and ultrasound in assessing pharyngoesophageal muscle tone after laryngectomy. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):125-8.
- 3636. Pedisic D, Ticac R, Candrlic B, Marijic B, Sepic T, Malvic G, et al. The use of ultrasound in determining the length of the Provox II voice prosthesis. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):103-6. ). Muitas dessas técnicas são amplamente utilizadas na área médica e por profissionais fonoaudiólogos, mas o ultrassom, por exemplo, é um método que necessita de estudos e que vem sendo recrutado em maior escala em pesquisas na área fonoaudiológica.

Quadro 3.
Estudos que abordaram a aplicação da ultrassonografia na voz Legenda: US = ultrassom

Os estudos tiveram em média 49 sujeitos participantes( 3434. Cho W, Hong J, Park H. Real-time ultrasonographic assessment of true vocal fold length in professional singers. J Voice. 2012;26(6):819.e1-6.

35. Ticac R, Candrlic B, Juranic J, Pavelic G, Pedisic D, Pusic M, et al. The role of videofluoroscopy and ultrasound in assessing pharyngoesophageal muscle tone after laryngectomy. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):125-8.
- 3636. Pedisic D, Ticac R, Candrlic B, Marijic B, Sepic T, Malvic G, et al. The use of ultrasound in determining the length of the Provox II voice prosthesis. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):103-6. ), os resultados apresentam avanços para área e contribuem para difundir o uso de novas técnicas, aperfeiçoá-las e validá-las.

Os cinco estudos relataram a importância do uso do método do ultrassom combinado com outras técnicas, podendo diminuir o risco de complicações pós-cirúrgicas( 3636. Pedisic D, Ticac R, Candrlic B, Marijic B, Sepic T, Malvic G, et al. The use of ultrasound in determining the length of the Provox II voice prosthesis. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):103-6. ), determinar com melhor exatidão segmentos laríngeos( 3535. Ticac R, Candrlic B, Juranic J, Pavelic G, Pedisic D, Pusic M, et al. The role of videofluoroscopy and ultrasound in assessing pharyngoesophageal muscle tone after laryngectomy. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):125-8. ), determinar variações de comprimento muscular( 3434. Cho W, Hong J, Park H. Real-time ultrasonographic assessment of true vocal fold length in professional singers. J Voice. 2012;26(6):819.e1-6. ), bem como contribuir para diagnóstico e plano terapêutico eficientes( 3333. Krausert CR, Olszewski AE, Taylor LN, McMurray JS, Dailey SH, Jiang JJ. Mucosal wave measurement and visualization techniques. J Voice. 2011;25(4):395-405. , 3737. Setlur J, Hartnick CJ. Management of unilateral true vocal cord paralysis in children. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2012;20(6):497-501. ).

Ultrassom e Músculos Mastigatórios

O único estudo encontrado( 88. Trawitzki LV, Dantas RO, Elias-Júnior J, Mello-Filho FV. Masseter muscle thickness three years after surgical correction of class III dentofacial deformity. Arch Oral Biol. 2011;56(8):799-803. ) (Quadro 4) relacionando a técnica ultrassonográfica e os músculos mastigatórios (mesmo tendo empregado descritores relacionados, de forma geral, à motricidade orofacial) apresenta um trabalho interdisciplinar e a proposta de um tratamento integrado em distúrbios frequentes na clínica fonoaudiológica - alterações musculares decorrentes de distúrbios oclusais.

Quadro 4.
Estudo que abordou a aplicação da ultrassonografia na avaliação de um músculo mastigatório

A técnica ultrassonográfica permitiu a medição da espessura do músculo masseter, bem como o diagnóstico, o plano terapêutico e o prognóstico interdisciplinar - ortodôntico, ortognático e fonoaudiológico. A técnica mostrou-se eficiente para as medições, possibilitou o acompanhamento e a definição de critérios de alta para os pacientes( 88. Trawitzki LV, Dantas RO, Elias-Júnior J, Mello-Filho FV. Masseter muscle thickness three years after surgical correction of class III dentofacial deformity. Arch Oral Biol. 2011;56(8):799-803. ).

Acredita-se que existam estudos de outras áreas (por exemplo, a odontológica) que também se destinam à pesquisa dos músculos mastigatórios por meio de imagens de ultrassonografia, os quais poderiam também ser de especial interesse para a Fonoaudiologia. No entanto, esses não foram incluídos neste artigo, em razão de não terem sido localizados por meio das estratégias de busca aqui consideradas.

Ultrassom e Deglutição

Na pesquisa dos descritores ultrassom versus deglutição, trabalhos os quais são apresentados no Quadro 5, foi bastante recorrente entre os estudos selecionados a investigação do deslocamento do osso hioide durante o ato de deglutir( 1919. Steele C, Sasse C, Bressmann T. Tongue-pressure and hyoid movement timing in healthy liquid swallowing. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(1):77-83. , 2323. Huang YL, Hsieh SF, Chang YC, Chen HC, Wang TG. Ultrasonographic evaluation of hyoid-larynx approximation in dysphagic stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2009;35(7):1103-8.

24. Scarborough DR, Waizenhofer S, Siekemeyer L, Hughes M. Sonographically measured hyoid bone displacement during swallow in preschool children: a preliminary study. J Clin Ultrasound. 2010;38(8):430-4.

25. Macrae PR, Doeltgen SH, Jones RD, Huckabee ML. Intra- and inter-rater reliability for analysis of hyoid displacement measured with sonography. J Clin Ultrasound. 2012;40(2):74-8.
- 2626. Yabunaka K, Sanada H, Sanada S, Konishi H, Hashimoto T, Yatake H, et al. Sonographic assessment of hyoid bone movement during swallowing: a study of normal adults with advancing age. Radiol Phys Technol. 2011;4(1):73-7. ). Além dessa medida, outros três trabalhos pesquisaram ainda a espessura da musculatura lingual( 2020. Tamura F, Kikutani T, Tohara T, Yoshida M, Yaegaki K. Tongue thickness relates to nutritional status in the elderly. Dysphagia. 2012;27(4):556-61. , 2727. Hsiao MY, Chang YC, Chen WS, Chang HY, Wang TG. Application of ultrasonography in assessing oropharyngeal dysphagia in stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2012;38(9):1522-8. ) e a pressão exercida pela língua no palato( 1919. Steele C, Sasse C, Bressmann T. Tongue-pressure and hyoid movement timing in healthy liquid swallowing. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(1):77-83. ).

Quadro 5.
Estudos que abordaram a aplicação da ultrassonografia na deglutição Legenda: US = ultrassom; AVE = Acidente Vascular Encefálico

Os demais objetivos dos estudos voltaram-se para a comparação do ultrassom e técnicas já consagradas para a investigação da deglutição, como a videofluoroscopia e a videoendoscopia( 2323. Huang YL, Hsieh SF, Chang YC, Chen HC, Wang TG. Ultrasonographic evaluation of hyoid-larynx approximation in dysphagic stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2009;35(7):1103-8. , 2727. Hsiao MY, Chang YC, Chen WS, Chang HY, Wang TG. Application of ultrasonography in assessing oropharyngeal dysphagia in stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2012;38(9):1522-8. , 3838. Komori M, Hyodo M, Gyo K. A swallowing evaluation with simultaneous videoendoscopy, ultrasonography and videofluorography in healthy controls. J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2008;70(6):393-8. ). Também para a diferenciação de padrões de deglutição somática e visceral( 1717. Galén S, Jost-Brinkmann PG. B-mode and M-mode ultrasonography of tongue movements during swallowing. J Orofac Orthop. 2010;71(2):125-35. ) e, por fim, para a pesquisa de padrões de movimento dos músculos gênio-hioideos( 3939. Yabunaka K, Konishi H, Nakagami G, Sanada H, Iizaka S, Sanada S, et al. Ultrasonographic evaluation of geniohyoid muscle movement during swallowing: a study on healthy adults of various ages. Radiol Phys Technol. 2012;5(1):34-9. ).

Quanto à amostra avaliada nos trabalhos mencionados( 1717. Galén S, Jost-Brinkmann PG. B-mode and M-mode ultrasonography of tongue movements during swallowing. J Orofac Orthop. 2010;71(2):125-35. , 1919. Steele C, Sasse C, Bressmann T. Tongue-pressure and hyoid movement timing in healthy liquid swallowing. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(1):77-83. , 2020. Tamura F, Kikutani T, Tohara T, Yoshida M, Yaegaki K. Tongue thickness relates to nutritional status in the elderly. Dysphagia. 2012;27(4):556-61. , 2323. Huang YL, Hsieh SF, Chang YC, Chen HC, Wang TG. Ultrasonographic evaluation of hyoid-larynx approximation in dysphagic stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2009;35(7):1103-8.

24. Scarborough DR, Waizenhofer S, Siekemeyer L, Hughes M. Sonographically measured hyoid bone displacement during swallow in preschool children: a preliminary study. J Clin Ultrasound. 2010;38(8):430-4.

25. Macrae PR, Doeltgen SH, Jones RD, Huckabee ML. Intra- and inter-rater reliability for analysis of hyoid displacement measured with sonography. J Clin Ultrasound. 2012;40(2):74-8.

26. Yabunaka K, Sanada H, Sanada S, Konishi H, Hashimoto T, Yatake H, et al. Sonographic assessment of hyoid bone movement during swallowing: a study of normal adults with advancing age. Radiol Phys Technol. 2011;4(1):73-7.
- 2727. Hsiao MY, Chang YC, Chen WS, Chang HY, Wang TG. Application of ultrasonography in assessing oropharyngeal dysphagia in stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2012;38(9):1522-8. , 3838. Komori M, Hyodo M, Gyo K. A swallowing evaluation with simultaneous videoendoscopy, ultrasonography and videofluorography in healthy controls. J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2008;70(6):393-8. , 3939. Yabunaka K, Konishi H, Nakagami G, Sanada H, Iizaka S, Sanada S, et al. Ultrasonographic evaluation of geniohyoid muscle movement during swallowing: a study on healthy adults of various ages. Radiol Phys Technol. 2012;5(1):34-9. ), os grupos foram compostos por sujeitos com deglutição típica (de crianças a idosos) e com deglutição alterada, decorrente de algumas doenças de base, como o Acidente Vascular Encefálico (AVE). O número de sujeitos foi bastante variável entre os artigos, de cinco a 104 sujeitos, obtendo-se como média 42,5 sujeitos.

As pesquisas(19,23-26) destacaram o ultrassom como um importante instrumento para avaliação do deslocamento do osso hioide na investigação da deglutição. A redução do movimento do osso hioide foi associada com o aumento do risco de invasão de resíduos nas vias aéreas e laringe. Ao se comparar a imagem de ultrassom com outros instrumentos de avaliação( 2323. Huang YL, Hsieh SF, Chang YC, Chen HC, Wang TG. Ultrasonographic evaluation of hyoid-larynx approximation in dysphagic stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2009;35(7):1103-8. , 2727. Hsiao MY, Chang YC, Chen WS, Chang HY, Wang TG. Application of ultrasonography in assessing oropharyngeal dysphagia in stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2012;38(9):1522-8. , 3838. Komori M, Hyodo M, Gyo K. A swallowing evaluation with simultaneous videoendoscopy, ultrasonography and videofluorography in healthy controls. J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2008;70(6):393-8. ), aquele foi considerado como um método confiável, relativamente barato e não invasivo de investigação, todavia que tem recebido pouca atenção na literatura.

Através do emprego do ultrassom, alguns autores puderam verificar que a pressão da língua no palato e o movimento hioide são fenômenos distintos na sequência da deglutição( 1919. Steele C, Sasse C, Bressmann T. Tongue-pressure and hyoid movement timing in healthy liquid swallowing. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(1):77-83. ). No entanto, houve correlação entre a espessura da língua, verificada por meio de imagens ultrassônicas, e o estado nutricional de pacientes com disfagia pós-AVE. Assim, a desnutrição pode induzir a sarcopenia (diminuição da massa e da força muscular) e a disfunção e anormalidade da língua também podem ser um indicativo para a disfagia( 2020. Tamura F, Kikutani T, Tohara T, Yoshida M, Yaegaki K. Tongue thickness relates to nutritional status in the elderly. Dysphagia. 2012;27(4):556-61. ).

Em razão de a ultrassonografia ainda ser subutilizada em pesquisas sobre disfagia, em grande parte dos estudos são sugeridas novas análises envolvendo essa técnica na padronização de medidas confiáveis para avaliação da deglutição. No entanto, em sua maioria, já confirmam as imagens ultrassonográficas como uma possibilidade na avaliação da dinâmica da deglutição.

CONCLUSÃO

Encontraram-se pesquisas que estudaram o uso da técnica ultrassonográfica na área da Fonoaudiologia nos últimos cinco anos. Esses estudos confirmaram as novas possibilidades de uso do ultrassom em todas as subáreas da Fonoaudiologia consideradas na presente revisão bibliográfica, primando por um diagnóstico mais preciso, avaliações mais detalhadas, processos terapêuticos diferenciados e uma maior relação custo-benefício.

A maioria (27 dos 28 artigos selecionados para a presente revisão bibliográfica) dos estudos encontrados foi realizada em outros países, evidenciando a necessidade de atualização e busca pela utilização de novos instrumentos nas pesquisas e na clínica fonoaudiológica no Brasil.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão de duas bolsas de Doutorado, à primeira e à terceira autora do presente trabalho, durante a realização do mesmo.

REFERENCES

  • 1
    Gregio FN, Camargo ZA. Dados de tempo de início do vozeamento (VOT) na avaliação do sinal vocal de indivíduos com paralisia unilateral de prega vocal. Disturb Comum. 2005;17(3):289-97.
  • 2
    Melo RM, Mota HB, Mezzomo CL, Brasil BC, Lovatto L, Arzeno L. Parâmetros acústicos do contraste de sonoridade das plosivas no desenvolvimento fonológico típico e no desviante. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(3):304-12.
  • 3
    Marino VCC, Berti LC, Lima-Gregio AM. Características acústicas da oclusiva glotal associada à sequência de Pierre Robin: estudo de caso. Rev CEFAC. 2013;15(2):466-77.
  • 4
    Giacchini V, Mota HB, Mezzomo CL. Variáveis relevantes no processo terapêutico para a aquisição do onset complexo na fala de crianças com desvio fonológico. Rev CEFAC (no prelo).
  • 5
    Berti LC. Investigação da produção de fala a partir da ultrassonografia do movimento de língua. In: 19º Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia; 2010; Curitiba. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: suplemento. Curitiba: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2010.
  • 6
    Pereira LCK, Gregio FN, Svicero MAF, Nan PC, Madureira S, Camargo ZA. Caracterização de vogais orais e nasais por dados de ultrassonografia, ressonância magnética e análise acústica. In: 19º Congresso Brasileiro e 8º Internacional de Fonoaudiologia; 2011; São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: suplemento. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2011. p. 980.
  • 7
    Svicero MAF, Pereira LK, Nan PC, Isolan-Cury R, Camargo Z. Dados preliminares de análise de fala por meio da ultrassonografia. In: 19º Congresso Brasileiro e 8º Internacional de Fonoaudiologia; 2011; São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia: suplemento. São Paulo: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2011. p. 728.
  • 8
    Trawitzki LV, Dantas RO, Elias-Júnior J, Mello-Filho FV. Masseter muscle thickness three years after surgical correction of class III dentofacial deformity. Arch Oral Biol. 2011;56(8):799-803.
  • 9
    Berti LC. Investigação ultrassonográfica dos erros de fala infantil à luz da Fonologia Gestual. In: Ferreira-Gonçalves G, Brum-de-Paula M. Dinâmica dos movimentos articulatórios: sons, gestos e imagens. Pelotas (RS): Editora da UFPel; 2013. p.127-44.
  • 10
    Francisco DT, Pagan-Neves LO, Wertzner HF. Aplicação da ultrassonografia de fala como ferramenta auxiliar ao diagnóstico do transtorno fonológico. In: 4º Seminário de Aquisição fonológica; 2013; Santa Maria. 4º Seminário de Aquisição fonológica: resumos e programação. Pelotas (RS): Editora da UFPel; 2013. p. 33-4.
  • 11
    Bernhardt BM, Bacsfalvi P, Adler-Bock M, Shimizu R, Cheney A, Giesbrecht N, et al. Ultrasound as visual feedback in speech habilitation: exploring consultative use in rural British Columbia, Canada. Clin Linguist Phon. 2008;22(2):149-62.
  • 12
    Modha G, Bernhardt BM, Church R, Bacsfalvi P. Case study using ultrasound to treat /r/. Int J Lang Commun Disord. 2008;43(3):323-9.
  • 13
    Pouplier M. The role of a coda consonant as error trigger in repetition tasks. J Phon. 2008;36(1):114-40.
  • 14
    Rastadmehr O, Bressmann T, Smyth R, Irish JC. Increased midsagittal tongue velocity as indication of articulatory compensation in patients with lateral partial glossectomies. Head Neck. 2008;30(6):718-26.
  • 15
    Campbell F, Gick B, Wilson I, Vatikiotis-Bateson E. Spatial and temporal properties of gestures in North American English /r/. Lang Speech. 2010;53(1):49-69.
  • 16
    Bressmann T, Flowers H, Wong W, Irish JC. Coronal view ultrasound imaging of movement in different segments of the tongue during paced recital: findings from four normal speakers and a speaker with partial glossectomy. Clin Linguist Phon. 2010;24(8):589-601.
  • 17
    Galén S, Jost-Brinkmann PG. B-mode and M-mode ultrasonography of tongue movements during swallowing. J Orofac Orthop. 2010;71(2):125-35.
  • 18
    Zharkova N, Hewlett N, Hardcastle WJ. Coarticulation as an indicator of speech motor control development in children: an ultrasound study. Motor Control. 2011;15(1):118-40.
  • 19
    Steele C, Sasse C, Bressmann T. Tongue-pressure and hyoid movement timing in healthy liquid swallowing. Int J Lang Commun Disord. 2012;47(1):77-83.
  • 20
    Tamura F, Kikutani T, Tohara T, Yoshida M, Yaegaki K. Tongue thickness relates to nutritional status in the elderly. Dysphagia. 2012;27(4):556-61.
  • 21
    Kochetov A, Pouplier M, Truong S. A preliminary ultrasound study of Nepali lingual articulations. J Acoust Soc Am. 2013;13:1-9.
  • 22
    Zharkova N. Using ultrasound to quantify tongue shape and movement characteristics. Cleft Palate Craniofac J. 2013;50(1):76-81.
  • 23
    Huang YL, Hsieh SF, Chang YC, Chen HC, Wang TG. Ultrasonographic evaluation of hyoid-larynx approximation in dysphagic stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2009;35(7):1103-8.
  • 24
    Scarborough DR, Waizenhofer S, Siekemeyer L, Hughes M. Sonographically measured hyoid bone displacement during swallow in preschool children: a preliminary study. J Clin Ultrasound. 2010;38(8):430-4.
  • 25
    Macrae PR, Doeltgen SH, Jones RD, Huckabee ML. Intra- and inter-rater reliability for analysis of hyoid displacement measured with sonography. J Clin Ultrasound. 2012;40(2):74-8.
  • 26
    Yabunaka K, Sanada H, Sanada S, Konishi H, Hashimoto T, Yatake H, et al. Sonographic assessment of hyoid bone movement during swallowing: a study of normal adults with advancing age. Radiol Phys Technol. 2011;4(1):73-7.
  • 27
    Hsiao MY, Chang YC, Chen WS, Chang HY, Wang TG. Application of ultrasonography in assessing oropharyngeal dysphagia in stroke patients. Ultrasound Med Biol. 2012;38(9):1522-8.
  • 28
    Gick B. The use of ultrasound for linguistic phonetic fieldwork. J Int Phon Assoc. 2002;32(2):113-21.
  • 29
    Bressmann T. Quantitative assessment of tongue shape and movement using ultrasound imaging. In: 3rd Conference on Laboratory Approaches to Spanish Phonology; 2008. Somerville (MA); 2008. p. 101-6.
  • 30
    Bacsfalvi P, Bernhardt BM. Long-term outcomes of speech therapy for seven adolescents with visual feedback technologies: ultrasound and electropalatography. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1034-43.
  • 31
    McMillan CT, Corley M. Cascading influences on the production of speech: evidence from articulation. Cognition. 2010;117(3):243-60.
  • 32
    Bressmann T, Radovanovic B, Kulkarni GV, Klaiman P, Fisher D. An ultrasonographic investigation of cleft-type compensatory articulations of voiceless velar stops. Clin Linguist Phon. 2011;25(11-12):1028-33.
  • 33
    Krausert CR, Olszewski AE, Taylor LN, McMurray JS, Dailey SH, Jiang JJ. Mucosal wave measurement and visualization techniques. J Voice. 2011;25(4):395-405.
  • 34
    Cho W, Hong J, Park H. Real-time ultrasonographic assessment of true vocal fold length in professional singers. J Voice. 2012;26(6):819.e1-6.
  • 35
    Ticac R, Candrlic B, Juranic J, Pavelic G, Pedisic D, Pusic M, et al. The role of videofluoroscopy and ultrasound in assessing pharyngoesophageal muscle tone after laryngectomy. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):125-8.
  • 36
    Pedisic D, Ticac R, Candrlic B, Marijic B, Sepic T, Malvic G, et al. The use of ultrasound in determining the length of the Provox II voice prosthesis. Coll Antropol. 2012;36(Suppl 2):103-6.
  • 37
    Setlur J, Hartnick CJ. Management of unilateral true vocal cord paralysis in children. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2012;20(6):497-501.
  • 38
    Komori M, Hyodo M, Gyo K. A swallowing evaluation with simultaneous videoendoscopy, ultrasonography and videofluorography in healthy controls. J Otorhinolaryngol Relat Spec. 2008;70(6):393-8.
  • 39
    Yabunaka K, Konishi H, Nakagami G, Sanada H, Iizaka S, Sanada S, et al. Ultrasonographic evaluation of geniohyoid muscle movement during swallowing: a study on healthy adults of various ages. Radiol Phys Technol. 2012;5(1):34-9.
  • Fonte de financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul - FAPERGS - e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES.
  • *LSB, BCB e RMM foram responsáveis, conjuntamente, pela delimitação do estudo, pesquisa bibliográfica e redação do mesmo; MKS, CLM e HBM supervisionaram a coleta, tabulação e análise dos dados, bem como forneceram orientações durante todas as etapas de elaboração do estudo. Trabalho realizado no Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM - Santa Maria (RS), Brasil.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    23 Dez 2013
  • Aceito
    01 Set 2014
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Al. Jaú, 684, 7º andar, 01420-002 São Paulo - SP Brasil, Tel./Fax 55 11 - 3873-4211 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@codas.org.br