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Equivalência cultural da versão brasileira do protocolo Evaluation of the Ability to Sing Easily

Resumos

OBJETIVO:

Realizar a equivalência cultural da versão brasileira do protocolo Evaluation of the Ability to Sing Easily (EASE), por meio de sua adaptação cultural e linguística.

MÉTODOS:

Após tradução do EASE para o Português brasileiro e retrotradução para o Inglês, realizou-se a comparação dos itens com o instrumento original, sendo as discrepâncias existentes modificadas por consenso por um comitê composto por cinco fonoaudiólogos, chegando-se ao Evaluation of the Ability to Sing Easily para o Brasil (EASE-BR), com 22 questões e quatro alternativas na chave de resposta: "não", "um pouco", "moderadamente" e "muito". A pontuação é a soma simples de todas as respostas, sendo que os três itens com aspectos positivos (6, 12 e 21) exigem pontuação reversa. Para a equivalência cultural, o EASE-BR foi aplicado em um total de 41 cantores brasileiros, com acréscimo da opção "não aplicável" na chave de respostas, para identificação de questões não compreendidas ou não apropriadas para a população-alvo e a cultura brasileira.

RESULTADOS:

Cinco dos 32 cantores inicialmente avaliados encontraram dificuldade para o preenchimento de três questões, sendo necessária adaptação da tradução das sentenças não compreendidas ou consideradas inapropriadas. O EASE-BR modificado foi então aplicado em mais nove cantores e não foram encontradas mais barreiras culturais e/ou conceituais.

CONCLUSÃO:

Foi verificada equivalência cultural entre o EASE e sua versão traduzida para o Português brasileiro, o EASE-BR. A validação do EASE para o Português brasileiro está em andamento, após a conclusão dessa etapa.


PURPOSE:

To present the cross-cultural equivalence of the Brazilian version of the Evaluation of the Ability to Sing Easily (EASE) protocol, through its cultural and linguistic adaptation.

METHODS:

After the EASE was translated to Brazilian Portuguese, the back-translation into English was done. The items of the translated version were compared with the original instrument and the discrepancies were modified by consensus of a committee composed of five speech language pathologists. The Evaluation of the Ability to Sing Easily for Brazil (EASE-BR) has 22 questions with four alternatives: "no," "mildly," "moderately," and "extremely." The score is obtained by the simple sum of all answers. The three positive items (6, 12, and 21) require reverse score. For cultural equivalence, the EASE-BR was applied with 41 Brazilian singers, with an extra item in the answer key - "not applicable." The aim of this extra key was to identify issues that might not have been understood or were not appropriate for the target population and the Brazilian culture.

RESULTS:

Of the 32 singers, 5 who were initially evaluated had difficulties to answer 3 of the 22 questions. Therefore, the adaptation of those sentences was necessary. Afterward, the modified EASE-BR was applied to nine singers, and no more cultural and/or conceptual barriers were found.

CONCLUSION:

Cultural equivalence was observed between EASE and its translated version to the Brazilian Portuguese, the EASE-BR. Validation of the EASE for Brazilian Portuguese is in progress.


INTRODUÇÃO

Os protocolos de autoavaliação vocal têm se desenvolvido e se especificado desde a década de 1990( 11. Colton RH, Casper JK, Leonard R. Anamnese, exames e avaliações. In: Colton RH, Casper JK, Leonard R. Compreendendo os problemas da voz: uma perspectiva fisiológica no diagnóstico e tratamento das disfonias. 3ª edição. Rio de Janeiro: Revinter; 2010. p. 195-251. ) e são considerados como importantes ferramentas de mensuração do conhecimento do indivíduo sobre o impacto do seu problema em suas relações sociais e profissionais( 22. World Health Organization. WHOQOL. Measuring Quality of Life. The World Health Organization Quality of Life Instruments (THE WHOQOL-100 AND THE WHOQOL-BREF). Geneva: WHO; 1997. ). Apesar de seu uso frequente, a maioria deles, com suas respectivas traduções, adaptações culturais( 33. Moreti F, Zambon F, Oliveira G, Behlau M. Cross-cultural adaptation of the Brazilian version of the Voice Symptom Scale: VoiSS. J Soc Bras Fonoaudiol. 2011;23(4):398-400. ) e validações para o Português brasileiro( 44. Gasparini G, Behlau M. Quality of Life: validation of the Brazilian version of the Voice-Related Quality-of-Life (V-RQOL) Measure. J Voice. 2009;23(1):76-81.

5. Behlau M, Alves dos Santos LM, Oliveira G. Cross-cultural adaptation and validation of the voice handicap index into Brazilian Portuguese. J Voice. 2011;25(3):354-9.

6. Paulinelli BR, Gama AC, Behlau M. Validation of the Vocal Performance Questionnaire in Brazil. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(1):85-91.

7. Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validation of the Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) to the Brazilian Portuguese. CoDAS. 2013;25(5):482-5.

8. Ricarte A, Oliveira G, Behlau M. Validation of the Voice Activity and Participation Profile protocol in Brazil. CoDAS. 2013;25(3):242-9.
- 99. Moreti F, Zambon F, Oliveira G, Behlau M. Cross-cultural adaptation, validation, and cutoff values of the Brazilian version of the Voice Symptom Scale-VoiSS. J Voice. 2014;28(4):458-68. ), ainda é direcionada para doenças específicas. Sendo assim, não são adequados para uso com indivíduos de vozes saudáveis, como profissionais da voz, que merecem uma avaliação específica( 1010. Behlau M, Zambon F, Madazio G. Managing dysphonia in occupational voice users. Curr Opin Otolaryngol Head Neck Surg. 2014;22(3):188-94.

11. Warhurst S, McCabe P, Madill C. What makes a good voice for radio: perceptions of radio employers and educators. J Voice. 2013;27(2):217-24.
- 1212. Paoliello K, Oliveira G, Behlau M. Singing voice handicap mapped by different self-assessment instruments. CoDAS. 2013;25(5):463-8. ). Para preencher essa lacuna, foi criado o protocolo Evaluation of the Ability to Sing Easily (EASE)( 1313. Phyland DJ, Pallant JF, Benninger MS, Thibeault SL, Greenwood KM, Smith JA, et al. Development and preliminary validation of the EASE: a tool to measure perceived singing voice function. J Voice. 2013;27(4):454-62. ), que avalia as percepções dos cantores sobre o estado de sua voz cantada após uma apresentação, oferecendo um panorama imediato sobre o uso da voz .

O EASE foi desenvolvido em Inglês e, para o uso em outras línguas, deve ser traduzido e culturalmente adaptado de acordo com as regras internacionais do Scientific Advisory Committee of Medical Outcome Trust ( 1414. Aaronson N, Alonso J, Burnam A, Lohr KN, Patrick DL, Perrin E, et al. Assessing health status and quality-of-life instruments: attributes and review criteria. Qual Life Res. 2002;11(3):193-205. ).

O objetivo deste estudo foi realizar a equivalência cultural da versão brasileira do protocolo EASE, por meio de sua adaptação cultural e linguística.

MÉTODOS

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes (parecer nº 721.483 e CAAE: 32107014.2.0000.5454). Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Participaram 41 cantores brasileiros em atividade, sem distinção de estilo musical, gênero, idade ou nível socioeconômico-cultural.

A versão original foi traduzida para o Português brasileiro por duas fonoaudiólogas fluentes na língua estrangeira (tradutora 1 - T1 e tradutora 2 - T2). Essas traduções foram sobrepostas, resultando na primeira versão em Português (VP). Foi realizada a retrotradução por uma terceira fonoaudióloga, também fluente em Inglês, sem acesso à versão original do instrumento e aos objetivos do estudo.

A tradução e a retrotradução foram comparadas entre si e ao instrumento original. As discrepâncias existentes foram analisadas e discutidas por um comitê composto por cinco fonoaudiólogos especialistas em voz, com proficiência em Inglês e conhecimento do vocabulário específico da população de cantores. As mudanças necessárias foram realizadas por consenso e chegou-se ao protocolo final, intitulado Evaluation of the Ability to Sing Easily para o Brasil (EASE-BR).

Como o protocolo original, o EASE-BR permaneceu com 22 questões e quatro alternativas para marcação da frequência de ocorrência da situação descrita: "não", "um pouco", "moderadamente" e "muito". Das 22 questões, 19 são itens com descritores usuais de fadiga e limitação vocais e os três remanescentes são aspectos positivos e novos na literatura. O escore é uma soma simples dos 19 itens negativos, sendo 0=não, 1=um pouco, 2=moderadamente e 3=muito, com os três itens positivos (questões 6, 12 e 21) somados de forma reversa, a saber: 3=não, 2=um pouco, 1=moderadamente e 0=muito.

Para a equivalência cultural, o EASE-BR foi aplicado em 41 cantores brasileiros (32 na primeira etapa e nove na segunda), com o acréscimo da opção "não aplicável" para identificação de questões não compreendidas ou não apropriadas para a população-alvo e cultura brasileira.

RESULTADOS

Na primeira etapa, cinco dos 32 cantores inicialmente avaliados encontraram dificuldade para o preenchimento de três questões (itens 3 - "Minha voz está rachando e quebrando"; 8 - "Minha voz parece tensa" e 21 - "Se fosse preciso, eu poderia cantar novamente"). Por essa razão, o comitê de fonoaudiólogos realizou nova adaptação das sentenças não compreendidas ou consideradas inapropriadas. O item 8 foi modificado para "Sinto minha voz tensa" por consenso pelo comitê de juízes. Já os itens 3 e 21, modificados respectivamente para "Minha voz está falhando e quebrando" e "Se fosse preciso, eu poderia cantar novamente agora", foram modificados após não compreensão pela população-alvo da forma inicialmente traduzida. O EASE-BR modificado foi então aplicado em mais nove cantores vocalmente saudáveis e não foram identificadas barreiras culturais e/ou conceituais. Todo o processo de tradução, equivalência semântica e cultural do EASE para o Português brasileiro encontra-se no Quadro 1.

Quadro 1.
Processo de tradução e adaptação cultural do protocolo Evaluation of the Ability to Sing Easily (EASE)(13) para o Português brasileiro *Itens com aspectos positivos e pontuação reversa Legenda: T1 = tradutor Inglês-Português número 1; T2 = tradutor Inglês-Português número 2; VP = versão em Português da compilação das traduções do T1 + T2

A composição final da versão brasileira traduzida e culturalmente adaptada do EASE, chamada de EASE-BR (Anexo 1), apresenta 22 itens, como o protocolo original.

DISCUSSÃO

A obtenção da equivalência cultural é a primeira etapa para a validação de protocolos e é essencial para que não existam barreiras entre o instrumento e sua população-alvo em diferentes países( 1414. Aaronson N, Alonso J, Burnam A, Lohr KN, Patrick DL, Perrin E, et al. Assessing health status and quality-of-life instruments: attributes and review criteria. Qual Life Res. 2002;11(3):193-205. ). Essa etapa já foi realizada com sucesso em validações de outros protocolos no Brasil( 44. Gasparini G, Behlau M. Quality of Life: validation of the Brazilian version of the Voice-Related Quality-of-Life (V-RQOL) Measure. J Voice. 2009;23(1):76-81.

5. Behlau M, Alves dos Santos LM, Oliveira G. Cross-cultural adaptation and validation of the voice handicap index into Brazilian Portuguese. J Voice. 2011;25(3):354-9.

6. Paulinelli BR, Gama AC, Behlau M. Validation of the Vocal Performance Questionnaire in Brazil. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(1):85-91.

7. Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validation of the Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) to the Brazilian Portuguese. CoDAS. 2013;25(5):482-5.

8. Ricarte A, Oliveira G, Behlau M. Validation of the Voice Activity and Participation Profile protocol in Brazil. CoDAS. 2013;25(3):242-9.
- 99. Moreti F, Zambon F, Oliveira G, Behlau M. Cross-cultural adaptation, validation, and cutoff values of the Brazilian version of the Voice Symptom Scale-VoiSS. J Voice. 2014;28(4):458-68. ), que serviram de exemplo e modelo para este projeto. No caso da fase de adaptação do EASE para o Brasil, três, das 22 frases que o compõem, precisaram ser revistas até que o protocolo fosse aceito pela população-alvo.

O EASE é um protocolo específico para cantores, desenvolvido para ser sensível às sutilezas da voz dessa população( 1313. Phyland DJ, Pallant JF, Benninger MS, Thibeault SL, Greenwood KM, Smith JA, et al. Development and preliminary validation of the EASE: a tool to measure perceived singing voice function. J Voice. 2013;27(4):454-62. ). Com a conclusão do processo de tradução e adaptação para o Português brasileiro, terá início o processo de validação do EASE-BR. Nessa etapa, será verificada a possibilidade de seu uso como instrumento de prevenção e detecção precoce de problemas vocais, levando em consideração a alta demanda dos cantores. Seu uso será importante, visto que a maioria dos protocolos de autoavaliação de voz é direcionada para doenças específicas( 44. Gasparini G, Behlau M. Quality of Life: validation of the Brazilian version of the Voice-Related Quality-of-Life (V-RQOL) Measure. J Voice. 2009;23(1):76-81.

5. Behlau M, Alves dos Santos LM, Oliveira G. Cross-cultural adaptation and validation of the voice handicap index into Brazilian Portuguese. J Voice. 2011;25(3):354-9.

6. Paulinelli BR, Gama AC, Behlau M. Validation of the Vocal Performance Questionnaire in Brazil. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(1):85-91.

7. Costa T, Oliveira G, Behlau M. Validation of the Voice Handicap Index: 10 (VHI-10) to the Brazilian Portuguese. CoDAS. 2013;25(5):482-5.

8. Ricarte A, Oliveira G, Behlau M. Validation of the Voice Activity and Participation Profile protocol in Brazil. CoDAS. 2013;25(3):242-9.
- 99. Moreti F, Zambon F, Oliveira G, Behlau M. Cross-cultural adaptation, validation, and cutoff values of the Brazilian version of the Voice Symptom Scale-VoiSS. J Voice. 2014;28(4):458-68. ) e não são adequados para indivíduos de vozes saudáveis.

CONCLUSÃO

Foi verificada equivalência cultural entre o EASE e sua versão traduzida para o Português brasileiro, o EASE-BR. A validação do EASE para o Português brasileiro está em andamento, após a conclusão dessa etapa.

REFERENCES

  • 1
    Colton RH, Casper JK, Leonard R. Anamnese, exames e avaliações. In: Colton RH, Casper JK, Leonard R. Compreendendo os problemas da voz: uma perspectiva fisiológica no diagnóstico e tratamento das disfonias. 3ª edição. Rio de Janeiro: Revinter; 2010. p. 195-251.
  • 2
    World Health Organization. WHOQOL. Measuring Quality of Life. The World Health Organization Quality of Life Instruments (THE WHOQOL-100 AND THE WHOQOL-BREF). Geneva: WHO; 1997.
  • 3
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  • 8
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  • 14
    Aaronson N, Alonso J, Burnam A, Lohr KN, Patrick DL, Perrin E, et al. Assessing health status and quality-of-life instruments: attributes and review criteria. Qual Life Res. 2002;11(3):193-205.
  • *BRR foi responsável pela concepção do estudo, coleta, tabulação, análise dos dados e elaboração do manuscrito; FM foi responsável pela concepção do estudo, coleta, análise dos dados e revisão do manuscrito; EA e GM foram responsáveis pela concepção do estudo, análise dos dados e revisão do manuscrito; MB foi responsável pela proposta e concepção do estudo, análise dos dados e revisão final do manuscrito. Trabalho realizado no Centro de Estudos da Voz - CEV - São Paulo (SP), Brasil.

Anexo 1. Versão traduzida e culturalmente adaptada do protocolo Evaluation of the Ability to Sing Easily – EASE(13), chamada Evaluation of the Ability to Sing Easily para o Brasil – EASE-BR

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2014

Histórico

  • Recebido
    19 Set 2014
  • Aceito
    22 Out 2014
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