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Desenvolvimento da linguagem e sua relação com comportamento social, ambientes familiar e escolar: revisão sistemática

RESUMO

Objetivo

Revisar sistematicamente na literatura as relações entre desenvolvimento da linguagem, comportamento social e ambientes familiar e escolar em crianças de 4 a 6 anos de idade.

Estratégia de pesquisa

Foram pesquisados, em bases de dados eletrônicos, artigos publicados entre março de 2009 e março de 2014. A primeira etapa da pesquisa constou da elaboração da pergunta norteadora. Posteriormente, foram realizados levantamento e seleção dos estudos em base de dados. Para tal, foram definidos descritores por grupos de eixos temáticos.

Critérios de seleção

Foram incluídos artigos científicos completos e disponíveis na íntegra gratuitamente; artigos de pesquisa original ou de revisão de literatura, publicados nos últimos cinco anos compreendendo a faixa etária entre 4 e 6 anos de idade.

Análise dos dados

A análise dos artigos foi realizada por meio da leitura crítica e seleção dos resultados que respondem à pergunta norteadora.

Resultados

14 artigos foram selecionados. A maior parte dos estudos utilizou pelo menos um instrumento padronizado. As pesquisas apontam que o ambiente familiar tem relação com o desenvolvimento da linguagem, principalmente quanto aos níveis socioeconômicos e de escolaridade dos pais, número de adultos que coabitam com a criança, saúde dos pais, estimulação de linguagem e interação entre pais e filhos. Apenas um artigo demonstrou associação entre qualidade do ambiente escolar e desenvolvimento da linguagem e nenhum evidenciou associação entre comportamento social e desenvolvimento da linguagem.

Conclusão

A maioria dos estudos teve como foco a relação entre ambiente familiar e desenvolvimento da linguagem. São escassos estudos com esse enfoque.

Descritores:
Linguagem Infantil; Linguagem; Desenvolvimento da Linguagem; Estudos de Linguagem; Patologia da Fala e Linguagem; Fonoaudiologia; Pré-escolar; Relações Familiares; Comportamento Social

ABSTRACT

Purpose

To conduct a systematic review of the literature on the relationship between language development, social behavior, and family and school environments in children aged 4 to 6 years.

Research strategy

Papers published between March 2009 and March 2014 were searched in electronic databases. The first phase of the study consisted in preparing the guiding question. Subsequently, survey and selection of studies were conducted. To this end, descriptors were defined by groups of themes.

Selection criteria

The following types of publications were included in the search: complete scientific articles available in full and freely and original research papers or literature reviews published in the past five years covering the 4 to 6-year age range.

Data analysis

The analysis of the papers was conducted through critical reading and selection of the results that responded to the guiding question.

Results

Fourteen articles were selected. Most of the studies used at least one standardized instrument. Research indicates that the family environment is related to language development, mainly regarding socioeconomic status and parental education; number of adults who live with the child; parental health; language motivation; and interaction between parents and children. Only one article showed association between quality of the school environment and language development, and none showed evidence of an association between social behavior and language development.

Conclusion

Most of the studies analyzed focus on the relationship between family environment and language development. Very few studies with this approach are available in the specific literature.

Keywords:
Child Language; Language; Language Development; Language Arts; Speech-language Pathology; Speech, Language and Hearing Sciences; Preschool Child; Family Relations; Social Behavior

INTRODUÇÃO

Os primeiros anos de vida da criança são considerados os mais importantes para o desenvolvimento das habilidades de linguagem. Esse ocorre por etapas e está relacionado aos contextos linguístico e situacional. O adulto tem papel preponderante, pois fornece instrumentos para o desenvolvimento da comunicação(11 Limongi SCO. Fonoaudiologia informação para a formação. Linguagem: desenvolvimento normal, alterações e distúrbios. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.).

No desenvolvimento da linguagem, há diferenças individuais, tanto no processo de aquisição quanto na velocidade e qualidade. Assim, esse desenvolvimento é complexo e depende de uma série de fatores, que compreendem desde maturação neuropsicológica, afetividade, desenvolvimento cognitivo, até contextos nos quais a criança está inserida(11 Limongi SCO. Fonoaudiologia informação para a formação. Linguagem: desenvolvimento normal, alterações e distúrbios. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.,22 Acosta VM, Moreno A, Ramos V, Quintana A, Espino O. Avaliação da linguagem: teoria e prática do processo de avaliação infantil do comportamento linguístico infantil. São Paulo: Santos; 2003.).

A família é o primeiro contexto na vida da criança e exerce papel fundamental em todos os níveis do desenvolvimento infantil. Para que a criança possa desenvolver suas potencialidades, ela necessita de um ambiente facilitador.

No contexto da sociedade contemporânea, com a facilidade de acesso à informação e as mulheres cada vez mais envolvidas no mundo do trabalho, as crianças são inseridas em instituições de educação infantil cada vez mais cedo.

Na legislação brasileira, a educação infantil tem recebido maior atenção nas últimas décadas, como pode ser constatado na Constituição Federal de 1988(33 Brasil. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da União; Brasília; 5 outubro 1988.); no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA(44 Brasil. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras providências. Diário Oficial da União; Brasília; 16 julho 1990.); e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, publicada em 1996, em que a educação infantil foi colocada como a primeira etapa da educação básica(55 Brasil. Presidência da República. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União; Brasília; 23 dezembro 1996.). Desta maneira, averiguar a qualidade do ambiente escolar na educação infantil é de fundamental importância e pode auxiliar na compreensão das suas relações com o desenvolvimento da linguagem. Esse tema passou inclusive a despertar o interesse de alguns pesquisadores(66 Carvalho AM, Pereira AS. Qualidade em ambientes de um Programa de Educação Infantil Pública. Psicol, Teor Pesqui. 2008;24(3):269-77. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722008000300002.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722008...

7 Taggart B, Sylva K, Melhuish E, Sammons P, Siraj-Blatchford I. O poder da pré-escola: evidências de um estudo longitudinal na Inglaterra. Cad Pesqui. 2011;41(142):68-99. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742011000100005.
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-15742011...
-88 Souza TN, Carvalho MC. Avaliação para promoção da qualidade em educação infantil. Contrapontos. 2004;4(1):125-40.).

Além dos fatores ambientais, outro ponto que merece destaque no estudo do desenvolvimento da linguagem são os aspectos comportamentais/emocionais.

Na literatura, estudos destacam que desordens na comunicação e prejuízos de ordem emocional e comportamental podem atuar em conjunto no decorrer do desenvolvimento infantil(99 Prates LPCS, Martins VO. Distúrbios da fala e da linguagem na infância. Rev. Med MG. 2011;21(S3):S54-60.

10 Zorzi JL. Aspectos básicos para compreensão, diagnóstico e prevenção dos distúrbios de linguagem na infância. Rev CEFAC. 2000;2(1):11-5.
-1111 Andrade CRF. Prevalência de desordens idiopáticas da fala e da linguagem em crianças de um a onze anos de idade. Rev Saude Publica. 1997;32(5):495-501. PMid:9629727.). Avaliar aspectos do comportamento da criança é de suma importância no estabelecimento do diagnóstico de distúrbio da linguagem(1212 Chevrie-Muller C, Narbona J. A linguagem da criança: aspectos normais e patológicos. 2. ed. Porto Alegre: Art Med; 2005.). Assim, as dificuldades de relacionamento, hiperatividade, problemas emocionais e de conduta podem interferir no desenvolvimento infantil e, consequentemente, da linguagem.

Visto que o desenvolvimento de linguagem pode ser influenciado por diversos fatores, como os ambientes familiar, escolar e comportamento social, torna-se relevante a análise do conhecimento produzido sobre essa temática.

OBJETIVO

O presente estudo tem o objetivo de revisar sistematicamente na literatura as relações entre desenvolvimento da linguagem, comportamento social e ambientes familiar e escolar em crianças de 4 a 6 anos de idade.

ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Trata-se de revisão sistemática de literatura sobre as relações entre desenvolvimento da linguagem, comportamento social e ambientes familiar e escolar. O delineamento do trabalho pautou-se em recomendações nacionais(1313 Berwanger O, Suzumura EA, Buehler AM, Oliveira JB. Como avaliar criticamente revisões sistemáticas e metanálises. Rev Bras Ter Intensiva. 2007;19(4):475-80. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2007000400012. PMid:25310166.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-507X2007...
) e internacionais(1414 Braga M, Melo M. Como fazer uma revisão baseada na evidência. Rev Port Clin Geral. 2009;25(6):660-6.) para elaboração de revisões sistemáticas. A primeira etapa deste estudo foi a elaboração da seguinte pergunta norteadora: Qual a relação entre o comportamento social e os ambientes familiar e escolar e o desenvolvimento da linguagem em crianças de 4 a 6 anos de idade?

Para a seleção dos estudos, foi realizado levantamento bibliográfico de textos publicados no período de março de 2009 a março de 2014 em bases de dados eletrônicos pelo Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e pelo Portal da PubMed.

Com base na pergunta norteadora, foram definidos descritores por grupos de eixos temáticos, resultando em quatro conjuntos de busca. Foram criados os seguintes eixos temáticos: desenvolvimento da linguagem, educação infantil, relações familiares e comportamento social.

O primeiro conjunto de descritores – linguagem Infantil, linguagem, desenvolvimento da linguagem, estudos de linguagem, patologia da fala e linguagem e fonoaudiologia – foi selecionado para a organização do eixo temático do desenvolvimento da linguagem. O segundo conjunto – educação infantil, creches, pré-escolar –, para constituição do eixo temático da educação infantil. O terceiro conjunto – relações familiares, relações pais-filho –, para o eixo temático das relações familiares. O quarto conjunto – comportamento social –, para o eixo temático do comportamento social. Todos os descritores foram utilizados em português e seus correlatos em espanhol e inglês.

A primeira estratégia de busca foi a combinação do primeiro ou segundo conjunto de descritores e o terceiro ou o quarto conjunto.

A segunda estratégia de busca foi a combinação do primeiro conjunto de descritores e o segundo ou terceiro conjunto. Nesta estratégia, optou-se por retirar comportamento social, já que, quando esse conjunto de descritor foi utilizado, foram encontrados artigos já identificados anteriormente.

Cabe ressaltar que todo o processo de elaboração dos descritores e de estratégias de busca em bases de dados eletrônicos foi acompanhado por uma bibliotecária da instituição.

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Foram utilizados como critérios de inclusão para as duas estratégias de busca: ser artigo científico completo e disponível na íntegra gratuitamente; ser artigo de pesquisa original ou de revisão de literatura; ter sido publicado nos últimos cinco anos; e compreender a faixa etária entre 4 e 6 anos de idade.

Foram excluídas as produções com menor nível de evidência(1515 Pereira AL, Bachion MM. Atualidades em revisão sistemática de literatura, critérios de força e grau de recomendação de evidência. Rev Gaucha Enferm. 2006;27(4):491-8. PMid:17476954.,1616 Zina LG, Moimaz SAS. Odontologia baseada em evidência: etapas e métodos de uma revisão sistemática. Arq Odontol. 2012;48(3):188-99.), ou seja, artigos de opiniões de especialistas, cartas ao editor e relatos de casos, bem como artigos que, após a leitura completa do texto, não responderam à pergunta norteadora.

ANÁLISE DOS DADOS

O processo de análise dos artigos foi realizado em três etapas. Na primeira, ocorreu leitura dos títulos e resumos e seleção segundo critérios de inclusão. Na segunda, houve leitura dos artigos na íntegra na busca de resposta para a pergunta norteadora e seleção final. Já na terceira etapa, foi realizada análise crítica dos artigos selecionados.

Duas fonoaudiólogas envolvidas neste trabalho foram as revisoras da avaliação para a inclusão dos estudos; as divergências foram resolvidas por consenso entre as pesquisadoras.

Para facilitar a análise, os artigos foram classificados por eixos temáticos, de acordo com seu conteúdo. Assim, foram encontrados artigos que abordavam os seguintes eixos temáticos:

  • Linguagem e ambiente familiar;

  • Linguagem e ambientes familiar e escolar;

  • Linguagem e ambientes familiar, escolar e comportamento social;

  • Linguagem e ambiente familiar e comportamento social.

Foi elaborada uma nuvem de texto com base em resumos e conclusões dos artigos na revisão. Cabe ressaltar que essa é uma forma de visualização de dados linguísticos que mostra a frequência com que as palavras aparecem em um determinado texto. As palavras apresentam tamanhos variados diretamente proporcionais ao número de vezes que aparecem, criando assim uma lista hierarquizada segundo o número de ocorrências da palavra no texto(1717 Viégas FB, Wattenberg M, Feinberg J. Participatory visualization with Wordle. IEEE Trans Vis Comput Graph. 2009;15(6):1137-44. http://dx.doi.org/10.1109/TVCG.2009.171. PMid:19834182.
http://dx.doi.org/10.1109/TVCG.2009.171...
).

RESULTADOS

Resultados nas bases eletrônicas de dados

Como resultado da busca, na primeira estratégia, foram identificados 126 artigos pelo Portal da BVS e 1479 artigos pelo Portal da PubMed.

Na primeira matriz de evidência, que consistiu na leitura de títulos e resumos, foram incluídos dois artigos pelo Portal da BVS e dez artigos pelo Portal da PubMed. Já na segunda matriz de evidência, após leitura de texto completo, houve exclusão de dois artigos, permanecendo os dez, anteriormente selecionados, que atendiam aos critérios de inclusão e foram considerados importantes para o objetivo deste estudo.

Na segunda estratégia, a pesquisa realizada obteve 74 artigos pelo Portal da BVS e 110 artigos pelo Portal da PubMed, sendo incluídos, após leitura de títulos e resumos, seis artigos pelo primeiro portal de base de dados citado e oito artigos pelo segundo portal. Na segunda matriz de evidência, ocorreu a exclusão de dez artigos, permanecendo quatro, que atendiam ao objeto de pesquisa. As exclusões estavam relacionadas ao fato de serem artigos repetidos ao da primeira estratégia.

Assim, a seleção final identificou 14 artigos para serem analisados. O fluxograma mostrado na Figura 1 apresenta o processo de seleção dos estudos.

Figura 1
Fluxograma do processo de seleção dos estudos

Análise dos estudos selecionados

Entre os 14 artigos, seis pesquisas foram realizadas no Brasil; sete, nos Estados Unidos; e uma, na Austrália.

A maioria dos estudos teve como objetivo estudar a relação entre ambiente familiar e desenvolvimento da linguagem. Quando aspectos do ambiente escolar e do comportamento foram levados em consideração, poucos estudos foram encontrados. Algumas pesquisas foram realizadas no espaço físico da educação infantil, outras trataram da importância de habilidades da linguagem para a prontidão escolar. Mas apenas um estudo considerou a qualidade do ambiente escolar e sua relação com a linguagem das crianças(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
). O mesmo ocorreu com aspectos do comportamento. Apenas uma pesquisa teve como objetivo principal verificar as relações entre comportamento infantil e desenvolvimento da linguagem(1919 Whitehouse AJ, Robinson M, Zubrick SR. Late Talking and the Risk for Psychosocial Problems During Childhood and Adolescence. Pediat. 2011;128(2):324-32. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782. PMid:21727106.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782...
).

A maior parte das pesquisas apresentou pelo menos o uso de um instrumento padronizado, o que reforça a validade dos estudos analisados. Para avaliação da linguagem, os principais instrumentos padronizados utilizados nas pesquisas foram: Teste de Vocabulário por Imagens Peabody (TVIP), Preschool Language Scale, Fourth Edition (PLS-4), Avaliação Fonológica da Criança (AFC).

Dentre os estudos encontrados, observou-se apenas um com abordagem qualitativa(2020 Oliveira JP, Oliveira RTO, Bougo GC, Zaboroski AP, Schier AC. Perfil comunicativo de crianças que ingressaram na educação infantil após os cinco anos de idade. Rev Bras Prom Saúde. 2010;23(2):160-7. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010.p160.
http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010....
). Quanto ao tipo de estudo, houve predomínio de publicações com maior nível de evidência, sendo um ensaio clínico randomizado(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
) e sete estudos longitudinais(1919 Whitehouse AJ, Robinson M, Zubrick SR. Late Talking and the Risk for Psychosocial Problems During Childhood and Adolescence. Pediat. 2011;128(2):324-32. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782. PMid:21727106.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782...
,2121 Razza RA, Martin A, Brooks-Gunn J. Associations among family environment, sustained attention, and school readiness for low-income children. Dev Psychol. 2010;46(6):1528-42. http://dx.doi.org/10.1037/a0020389. PMid:20677860.
http://dx.doi.org/10.1037/a0020389...

22 Cartmill EA, Armstrong BF, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parent input predicts child vocabulary 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110. PMid:23798423.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...

23 Rowe ML, Raudenbush SW, Goldin-Meadow S. The pace of vocabulary growth helps predict later vocabulary skill. Child Dev. 2012;83(2):508-25. PMid:22235920.

24 Bornstein M, Putnick DL. Stability of language in childhood: a multi-age, domain, measure, and source study. Dev Psychol. 2012;48(2):477-91. http://dx.doi.org/10.1037/a0025889. PMid:22004343.
http://dx.doi.org/10.1037/a0025889...

25 Pruden SM, Levine SC, Huttenlocher J. Children’s spatial thinking: does talk about the spatial world matter? Dev Sci. 2011;14(6):1417-30. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.2011.01088.x. PMid:22010900.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.20...
-2626 Zimmerman FJ, Gilkerson J, Richards JA, Christakis DA, Xu D, Gray S, et al. Teaching by listening: the importance of adult-child conversations to language development. Pediatrics. 2009;124(1):342-9. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2008-2267. PMid:19564318.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2008-2267...
). Os demais referem-se a três estudos transversais(2727 Pagliarin KC, Brancalioni AR, Keske-Soares M, Souza APR. Relação entre gravidade do desvio fonológico e fatores familiares. Rev CEFAC. 2011;13(3):414-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000066.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010...

28 Murta AMG, Lessa AC, Santos AS, Murta NMG, Cambraia RP. Cognição, motricidade, autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em creche. Rev Bras Cresc Desenvolv Hum. 2011;21(2):220-9.
-2929 Araújo MVM, Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76.) e duas revisões de literatura, sendo uma narrativa(3030 Friedman S, Pereira ASC, Pires TI. Análise da produção científica fonoaudiológica brasileira sobre família. Distúrb Comun. 2010;22(1):15-23.) e outra integrativa(3131 Scopel RR, Souza VC, Lemos SMA. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. Rev CEFAC. 2012;14(4):732-41. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000139.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011...
).

Em relação à casuística dos estudos, a menor foi de 12 crianças do estudo de abordagem qualitativa(2020 Oliveira JP, Oliveira RTO, Bougo GC, Zaboroski AP, Schier AC. Perfil comunicativo de crianças que ingressaram na educação infantil após os cinco anos de idade. Rev Bras Prom Saúde. 2010;23(2):160-7. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010.p160.
http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010....
), e a maior, de 1623 crianças e refere-se a um estudo coorte(1919 Whitehouse AJ, Robinson M, Zubrick SR. Late Talking and the Risk for Psychosocial Problems During Childhood and Adolescence. Pediat. 2011;128(2):324-32. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782. PMid:21727106.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782...
).

A síntese dos artigos é apresentada em duas tabelas de acordo com o seu delineamento. A primeira tabela apresenta artigos longitudinais e a segunda tabela, síntese de estudos com outros tipos de delineamento, exceto estudos de revisão sistemática, que serão descritos à parte.

Os estudos apresentados na Tabela 1, pelo fato de serem longitudinais, possibilitaram a avaliação a partir da observação da interação das crianças com a família ou cuidador principal ao longo de um período de tempo.

Tabela 1
Estudos longitudinais incluídos

Na Tabela 2, são apresentados cinco estudos sendo que um é ensaio clínico(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
); três, transversais(2727 Pagliarin KC, Brancalioni AR, Keske-Soares M, Souza APR. Relação entre gravidade do desvio fonológico e fatores familiares. Rev CEFAC. 2011;13(3):414-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000066.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010...

28 Murta AMG, Lessa AC, Santos AS, Murta NMG, Cambraia RP. Cognição, motricidade, autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em creche. Rev Bras Cresc Desenvolv Hum. 2011;21(2):220-9.
-2929 Araújo MVM, Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76.); e um, qualitativo descritivo(2020 Oliveira JP, Oliveira RTO, Bougo GC, Zaboroski AP, Schier AC. Perfil comunicativo de crianças que ingressaram na educação infantil após os cinco anos de idade. Rev Bras Prom Saúde. 2010;23(2):160-7. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010.p160.
http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010....
).

Tabela 2
Estudos com delineamento ensaio clínico e transversal incluídos

No eixo temático linguagem e ambiente familiar, verificou-se que três artigos demonstraram associação entre desenvolvimento da linguagem e estimulação da linguagem das crianças realizada pelos pais e as interações entre pais e filhos(2222 Cartmill EA, Armstrong BF, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parent input predicts child vocabulary 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110. PMid:23798423.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...
,2525 Pruden SM, Levine SC, Huttenlocher J. Children’s spatial thinking: does talk about the spatial world matter? Dev Sci. 2011;14(6):1417-30. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.2011.01088.x. PMid:22010900.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.20...
,2626 Zimmerman FJ, Gilkerson J, Richards JA, Christakis DA, Xu D, Gray S, et al. Teaching by listening: the importance of adult-child conversations to language development. Pediatrics. 2009;124(1):342-9. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2008-2267. PMid:19564318.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2008-2267...
). Nota-se que estimulação da linguagem, nesses estudos, é caracterizada pelo uso da linguagem espacial dos pais, definida por palavras e termos com informações e aspectos espaciais; pela quantidade de palavras utilizadas por eles e a qualidade desse estímulo; e pela qualidade dos diálogos/conversas entre pais e filhos.

Aquisição do vocabulário entre 14 e 58 meses, nível socioeconômico e interação pais e filhos foi tema em um dos artigos. O estudo demonstrou a influência positiva da qualidade (e não da quantidade) do estímulo gerado na interação pais e filhos na aquisição do vocabulário. O estudo ainda aponta que famílias com maior nível socioeconômico oferecem maior quantidade (não necessariamente qualidade) de input linguístico às suas crianças. A qualidade da interação não esteve associada com o nível socioeconômico(2222 Cartmill EA, Armstrong BF, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parent input predicts child vocabulary 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110. PMid:23798423.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...
).

Nesse eixo temático, três artigos evidenciaram a relação entre ambiente familiar e desenvolvimento da linguagem, com ênfase no subsistema semântico/lexical da linguagem(2222 Cartmill EA, Armstrong BF, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parent input predicts child vocabulary 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110. PMid:23798423.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...
,2525 Pruden SM, Levine SC, Huttenlocher J. Children’s spatial thinking: does talk about the spatial world matter? Dev Sci. 2011;14(6):1417-30. http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.2011.01088.x. PMid:22010900.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1467-7687.20...
,2626 Zimmerman FJ, Gilkerson J, Richards JA, Christakis DA, Xu D, Gray S, et al. Teaching by listening: the importance of adult-child conversations to language development. Pediatrics. 2009;124(1):342-9. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2008-2267. PMid:19564318.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2008-2267...
). Fica evidenciada a importância do diálogo entre adulto e criança. Não basta apenas leitura, contação de histórias, sentar ao lado da criança para assistir televisão. É necessário qualidade na interação para aquisição de competências linguísticas e, consequentemente, adequado desenvolvimento da linguagem.

No eixo linguagem e ambientes familiar e escolar foram encontrados cinco estudos(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
,2020 Oliveira JP, Oliveira RTO, Bougo GC, Zaboroski AP, Schier AC. Perfil comunicativo de crianças que ingressaram na educação infantil após os cinco anos de idade. Rev Bras Prom Saúde. 2010;23(2):160-7. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010.p160.
http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010....
,2323 Rowe ML, Raudenbush SW, Goldin-Meadow S. The pace of vocabulary growth helps predict later vocabulary skill. Child Dev. 2012;83(2):508-25. PMid:22235920.,2929 Araújo MVM, Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76.,3131 Scopel RR, Souza VC, Lemos SMA. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. Rev CEFAC. 2012;14(4):732-41. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000139.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011...
).

O ensaio clínico randomizado realizado nos Estados Unidos(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
) comprova a eficácia da intervenção dos professores com os pais das crianças para a promoção da qualidade das interações e experiências entre pais e filhos e consequente prontidão, quanto à linguagem oral, leitura e escrita. Essas intervenções consistiram em visitas dos professores ao domicílio das crianças. Os professores eram preparados em grupos, por uma equipe de apoio. Esses profissionais apoiaram e potencializaram, em rotinas diárias, a qualidade das interações entre pais e filhos e experiências de aprendizagem. O objetivo foi criar responsabilidade compartilhada entre pais e professores a fim de favorecer a prontidão escolar das crianças, referindo-se à linguagem oral, leitura e escrita. Além disso, o estudo demonstra que o maior nível de escolaridade dos pais, maior número de pessoas que coabitam com a criança, e menor número de problemas de saúde dos pais favorecem o desenvolvimento da linguagem. Assim, os resultados da pesquisa fornecem indícios de que a interação entre os ambientes escolar e familiar pode potencializar o desenvolvimento da linguagem(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
).

Duas pesquisas(2323 Rowe ML, Raudenbush SW, Goldin-Meadow S. The pace of vocabulary growth helps predict later vocabulary skill. Child Dev. 2012;83(2):508-25. PMid:22235920.,2929 Araújo MVM, Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76.) enfatizam o desenvolvimento lexical das crianças, quanto ao vocabulário receptivo. A primeira(2323 Rowe ML, Raudenbush SW, Goldin-Meadow S. The pace of vocabulary growth helps predict later vocabulary skill. Child Dev. 2012;83(2):508-25. PMid:22235920.) revela associação entre condições socioeconômicas e investimento parental com a ampliação do vocabulário infantil. Verifica-se que o aumento precoce da velocidade dessa ampliação do vocabulário durante 30 meses, aproximadamente, prevê habilidade de vocabulário em idades posteriores, aos 54 meses. A segunda pesquisa(2929 Araújo MVM, Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76.) não demonstra significância estatística na análise da associação entre desenvolvimento do vocabulário receptivo e as variáveis: gênero, escolaridade da mãe; trabalho materno fora do lar. Neste estudo, 61% das crianças apresentaram desempenho inferior ao esperado para a idade quanto ao vocabulário receptivo, principalmente as crianças de maior idade.

A pesquisa qualitativa(2020 Oliveira JP, Oliveira RTO, Bougo GC, Zaboroski AP, Schier AC. Perfil comunicativo de crianças que ingressaram na educação infantil após os cinco anos de idade. Rev Bras Prom Saúde. 2010;23(2):160-7. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010.p160.
http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010....
) teve o objetivo de caracterizar os comportamentos comunicativos emitidos por crianças que ingressaram na Educação Infantil após os cinco anos de idade. A observação desses comportamentos ocorreu tanto em ambiente escolar, como domiciliar. Para sua análise, optou-se por utilizar um protocolo com categorização dos meios e funções comunicativas. Assim, foram considerados os meios de comunicação verbal ou gestual e os níveis de diálogo, subdivididos em: inicia, mantém ou prolonga o diálogo. Já para análise das funções comunicativas foram especificadas as seguintes categorias: respostas, solicitações, confirmações, vocativos, comentários e reconhecimentos. Esse estudo revelou indícios de que as crianças que ingressaram na Educação Infantil após os cinco anos de idade respondem mais do que iniciam a conversação e se beneficiam de contextos planejados com interlocutores familiares. Não foi possível generalizar os resultados por se tratar de uma amostra pequena e conclui-se que as funções comunicativas apresentaram maior variedade no ambiente domiciliar(2020 Oliveira JP, Oliveira RTO, Bougo GC, Zaboroski AP, Schier AC. Perfil comunicativo de crianças que ingressaram na educação infantil após os cinco anos de idade. Rev Bras Prom Saúde. 2010;23(2):160-7. http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010.p160.
http://dx.doi.org/10.5020/18061230.2010....
).

Ainda no eixo temático linguagem e ambientes familiar e escolar, três estudos encontrados referem-se à importância das habilidades de linguagem para a prontidão escolar(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
,2323 Rowe ML, Raudenbush SW, Goldin-Meadow S. The pace of vocabulary growth helps predict later vocabulary skill. Child Dev. 2012;83(2):508-25. PMid:22235920.,2929 Araújo MVM, Marteleto MRF, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76.). Apenas um estudo evidenciou associação entre ambiente escolar e o desenvolvimento da linguagem(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
) .

No eixo linguagem e ambientes familiar, escolar e comportamento foram selecionados três estudos(2121 Razza RA, Martin A, Brooks-Gunn J. Associations among family environment, sustained attention, and school readiness for low-income children. Dev Psychol. 2010;46(6):1528-42. http://dx.doi.org/10.1037/a0020389. PMid:20677860.
http://dx.doi.org/10.1037/a0020389...
,2424 Bornstein M, Putnick DL. Stability of language in childhood: a multi-age, domain, measure, and source study. Dev Psychol. 2012;48(2):477-91. http://dx.doi.org/10.1037/a0025889. PMid:22004343.
http://dx.doi.org/10.1037/a0025889...
,2828 Murta AMG, Lessa AC, Santos AS, Murta NMG, Cambraia RP. Cognição, motricidade, autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em creche. Rev Bras Cresc Desenvolv Hum. 2011;21(2):220-9.).

A pesquisa realizada com 1046 crianças e seus familiares(2121 Razza RA, Martin A, Brooks-Gunn J. Associations among family environment, sustained attention, and school readiness for low-income children. Dev Psychol. 2010;46(6):1528-42. http://dx.doi.org/10.1037/a0020389. PMid:20677860.
http://dx.doi.org/10.1037/a0020389...
) demonstrou associações com significância estatística entre atenção sustentada, vocabulário receptivo e os aspectos ambientais. Nesse estudo, observou-se que a atenção sustentada em determinada atividade está associada ao melhor desempenho no vocabulário receptivo em ambos os grupos de baixo nível socioeconômico (baixa renda e muito baixa renda). No grupo de baixa renda, inadequação das tarefas envolvendo atenção sustentada e o aumento da impulsividade, relacionado ao fato de as crianças não conseguirem ficar paradas durante o teste, foi associado com o baixo desempenho no vocabulário receptivo e o aumento do comportamento de externalização.

Vale destacar que em dois estudos(2424 Bornstein M, Putnick DL. Stability of language in childhood: a multi-age, domain, measure, and source study. Dev Psychol. 2012;48(2):477-91. http://dx.doi.org/10.1037/a0025889. PMid:22004343.
http://dx.doi.org/10.1037/a0025889...
,2828 Murta AMG, Lessa AC, Santos AS, Murta NMG, Cambraia RP. Cognição, motricidade, autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em creche. Rev Bras Cresc Desenvolv Hum. 2011;21(2):220-9.) não foi observada associação com significância estatística entre comportamento e desenvolvimento da linguagem. Em um desses artigos(1818 Sheridan SM, Knoche LL, Kupzyk KA, Edwards CP, Marvin CA. A randomized trial examining the effects of parent engagement on early language and literacy: the getting ready intervention. J Sch Psychol. 2011;49(3):361-83. http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03.001. PMid:21640249.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jsp.2011.03....
), é evidenciado que a estabilidade do desenvolvimento da linguagem manteve-se entre as testagens, independentemente dos aspectos socioeconômicos, história clínica, inteligência materna e gênero. No outro estudo(2828 Murta AMG, Lessa AC, Santos AS, Murta NMG, Cambraia RP. Cognição, motricidade, autocuidados, linguagem e socialização no desenvolvimento de crianças em creche. Rev Bras Cresc Desenvolv Hum. 2011;21(2):220-9.), foi utilizado o Inventário Portage para avaliação de áreas do desenvolvimento infantil, tais como cognitivo, motor, autocuidados, linguagem e socialização. Contudo, não foi constatado associação entre linguagem e comportamento e sim, entre linguagem, aspectos cognitivos e o estado nutricional.

No eixo desenvolvimento da linguagem, ambiente familiar e comportamento, os dois estudos encontrados(1919 Whitehouse AJ, Robinson M, Zubrick SR. Late Talking and the Risk for Psychosocial Problems During Childhood and Adolescence. Pediat. 2011;128(2):324-32. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782. PMid:21727106.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782...
,2727 Pagliarin KC, Brancalioni AR, Keske-Soares M, Souza APR. Relação entre gravidade do desvio fonológico e fatores familiares. Rev CEFAC. 2011;13(3):414-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000066.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010...
) não evidenciaram associação entre ambiente familiar, comportamento e desenvolvimento da linguagem. Vale destacar que as pesquisas não abordam todos os subsistemas da linguagem e envolvem populações distintas.

Ainda nesse eixo, um dos estudos(1919 Whitehouse AJ, Robinson M, Zubrick SR. Late Talking and the Risk for Psychosocial Problems During Childhood and Adolescence. Pediat. 2011;128(2):324-32. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782. PMid:21727106.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782...
) foi realizado em 1623 crianças, distribuídas em dois grupos: com atraso de linguagem expressiva até 2 anos e desenvolvimento típico de linguagem, acompanhadas até os 17 anos de idade. A pesquisa evidencia que o atraso no vocabulário expressivo, até os 2 anos de idade, não é um fator de risco para posteriores distúrbios comportamentais e emocionais. Vale ressaltar que, nessa pesquisa, o comportamento foi avaliado por meio do Child Behavior Checklist, nas seguintes idades: 5, 8, 10, 14 e 17 anos(1919 Whitehouse AJ, Robinson M, Zubrick SR. Late Talking and the Risk for Psychosocial Problems During Childhood and Adolescence. Pediat. 2011;128(2):324-32. http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782. PMid:21727106.
http://dx.doi.org/10.1542/peds.2010-2782...
).

O estudo(2727 Pagliarin KC, Brancalioni AR, Keske-Soares M, Souza APR. Relação entre gravidade do desvio fonológico e fatores familiares. Rev CEFAC. 2011;13(3):414-27. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000066.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010...
) realizado com 152 crianças na faixa etária escolar de 4 a 8 anos de idade teve como foco apenas o subsistema fonológico e semântico lexical. Nesse estudo, o aspecto comportamental referiu-se a distúrbios psicológicos apresentados pelos pais. Desta maneira, houve associação entre a presença de problemas emocionais dos pais com o desvio fonológico leve da criança. Não houve associação entre o grau do desvio fonológico e outros fatores familiares como: gravidez não planejada; dependência (de um dos pais e/ou ambos) de álcool e/ou drogas; distúrbios de fala, linguagem e/ou audição apresentados por pais e/ou familiares de primeiro grau; pais separados; pai ausente; e perda de parentes próximos.

Todavia outros trabalhos(3232 Papp ACCS, Wertzner HF. O aspecto familial e o transtorno fonológico. Pró-Fono Rev Atual Cient. 2006;18(2):151-60. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872006000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872006...

33 Cavalheiro LG, Keske-Soares M. Prevalência do desvio fonológico em crianças de 4 a 6 anos de idade [dissertação]. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria; 2007.
-3434 Goulart BNG, Chiari BM. Prevalência de desordens de fala em escolares e fatores associados. Rev Saude Publica. 2007;41(5):726-31. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102007000500006. PMid:17923893.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102007...
) evidenciam que fatores do ambiente familiar, como presença de alterações de fala e linguagem em familiar, nível socioeconômico e nível de escolaridade dos pais, estão associados à presença de desvios fonológicos.

Foram encontrados dois artigos de revisão sistemática de literatura. Na revisão de literatura narrativa, a maioria das publicações refere-se à área da linguagem, sendo que as três subtemáticas predominantes foram: importância do trabalho com a família para a terapia fonoaudiológica; influência das relações familiares nos sintomas; envolvimento familiar em reabilitação. Os estudos apresentam maior ênfase na patologia, deixando de lado a investigação dos processos de constituição da linguagem(3030 Friedman S, Pereira ASC, Pires TI. Análise da produção científica fonoaudiológica brasileira sobre família. Distúrb Comun. 2010;22(1):15-23.). No artigo de revisão integrativa de literatura, foram apresentados estudos que apontam a relevância da escolaridade dos pais e estimulação no âmbito familiar para o desenvolvimento da linguagem(3131 Scopel RR, Souza VC, Lemos SMA. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. Rev CEFAC. 2012;14(4):732-41. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000139.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011...
).

A Figura 2 apresenta a nuvem texto gerada com base nos resumos e conclusões dos artigos na revisão.

Figura 2
Nuvem de textos gerada com base nos resumos e conclusões dos artigos utilizados na revisão de literatura

A nuvem de texto apresenta uma visão sintética a partir dos resumos e principais conclusões dos 14 artigos incluídos na presente revisão sistemática de literatura. Desta maneira, observou-se que as palavras que apareceram com maior frequência foram: crianças, linguagem, desenvolvimento, pais, vocabulário, familiares e escolar. Tais achados permitem refletir que as estratégias de busca utilizadas para seleção dos artigos foram adequadas e coerentes com os resultados encontrados.

CONCLUSÃO

Houve grande variação dos resultados encontrados no estudo. Parte das pesquisas revelou associação entre desenvolvimento da linguagem e os ambientes familiar e escolar. Em relação ao ambiente familiar, os aspectos que apresentaram relação com o desenvolvimento da linguagem foram: qualidade do estímulo parental, nível socioeconômico, escolaridade parental, número de pessoas que coabitam com a criança e problemas de saúde dos pais. Nota-se ainda que a capacitação de educadores para orientação aos pais, em relação à interação com os filhos mostrou-se eficaz na promoção do desenvolvimento da linguagem infantil.

Associação entre comportamento social e desenvolvimento da linguagem foi estudada em apenas uma pesquisa, não sendo demonstrada significância estatística.

Esta revisão de literatura permitiu observar escassez de estudos quando considerada a relação entre desenvolvimento da linguagem e os ambientes familiar, escolar e o comportamento social. Este estudo aponta para a necessidade de novas pesquisas nessa área, o que poderia auxiliar futuras intervenções tanto em nível de promoção e prevenção dos aspectos relacionados à linguagem quanto à elaboração de políticas públicas com foco na saúde e educação infantil.

  • Trabalho realizado no Programa de Pós-graduação em Ciências Fonoaudiológicas, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG - Belo Horizonte (MG), Brasil.
  • Fonte de financiamento: nada a declarar.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Ago 2016

Histórico

  • Recebido
    27 Jul 2015
  • Aceito
    25 Ago 2015
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