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Autoavaliação da comunicação em promotores de justiça em um estado do nordeste, Brasil

RESUMO

Objetivo

Descrever a autoavaliação do promotor de justiça quanto à sua comunicação e reação do ouvinte e analisar a relação com o gênero, idade e anos de trabalho.

Método

Desenho descritivo, transversal. Foi elaborado um questionário e enviado aos 126 promotores, sendo devolvidos 33 questionários preenchidos. As variáveis independentes foram o gênero, idade e anos do exercício profissional. As variáveis dependentes foram a autoavaliação da comunicação ao longo dos anos de trabalho, os parâmetros de comunicação utilizados e a reação do ouvinte. Foi realizada análise descritiva e o Teste Exato de Fisher.

Resultados

A amostra foi constituída por ambos os gêneros, mediana de 43 anos de idade e 20 anos de trabalho. A maioria dos respondentes referiu que ao falar em público sente desmotivação, insegurança, tensão e dificuldade de persuadir o ouvinte. Houve maior proporção em mulheres de piora da comunicação ao longo dos anos de trabalho que em homens. Todas as mulheres relataram insegurança ao falar em público. Um terço dos promotores referiu alteração de voz. Os respondentes com mais de 43 anos de idade tiveram maior proporção de voz alterada que aqueles com idade menor. A maioria dos promotores com mais de 20 anos de trabalho revelou insegurança ao falar em público comparado com aqueles com idade menor.

Conclusão

Os promotores identificam seus parâmetros fortes e fracos da comunicação. O gênero, idade e tempo de profissão influenciam o desempenho comunicativo.

Descritores
Ministério Público; Voz; Fala; Comunicação; Motivação; Estresse Psicológico; Comunicação Persuasiva

ABSTRACT

Purpose

To describe how public prosecutors self-assess their communication approaches and how listeners react to them; to analyze how this relates to gender, age, and work experience.

Methods

Descriptive, transversal study. A questionnaire was developed and sent to 126 public prosecutors for completion. Thirty-three completed questionnaires were sent back. The independent variables were gender, age, and number of years of professional experience. The dependent variables were communication self-assessment throughout the years of work, communication parameters used, and listeners’ reactions. A descriptive analyzis and Fisher’s Exact Test was carried out.

Results

the sample contained both male and female participants with a median age of 43 years and an average of 20 years of professional experience. Most of the respondents claimed they had experienced demotivation, insecurity, tension, and difficulty when trying to convince listeners. More women than men reported they felt that their communication had worsened throughout their careers. All the women reported they experienced insecurity when speaking in public. One third of the public prosecutors stated they suffered from disorders on their voice. Those respondents aged over 43, experienced greater proportion on voice change than younger ones. In contrast to their younger colleagues, the majority of public prosecutors with more than 20 years of professional experience revealed that they felt insecure when speaking in public.

Conclusion

the public prosecutors identified their strong and weak communication parameters. Gender, age, and work experience affect communicative performance.

Keywords
Public Attorneys; Voice; Speech; Communication; Motivation; Psychological Stress; Persuasive Communication

INTRODUÇÃO

As diversas categorias profissionais, independentemente da experiência e demanda vocal, avaliam os contextos de falar em público como desafiadores, com frequente desvio na comunicação e sintomas de nervosismo e de ansiedade(11 Ugulino ACN. Autoavaliação do comportamento comunicativo ao falar em público das diferentes categorias profissionais [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana; 2014. 65 p.). No entanto, a comunicação é uma exigência nas relações interpessoais de trabalho, especialmente naquelas que necessitam persuadir o ouvinte.

Nesse sentido, nas últimas décadas, houve maior interesse dos pesquisadores em compreender a comunicação utilizada pelos trabalhadores em geral(11 Ugulino ACN. Autoavaliação do comportamento comunicativo ao falar em público das diferentes categorias profissionais [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana; 2014. 65 p.,22 Sales NJ, Gurgel RQ, Gonçalves MI, Cunha E, Barreto VM, Todt JC No, et al. Characteristics and professional use of voice in street children in Aracaju, Brazil. J Voice. 2010;24(4):435-40. PMid:19665349. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008.12.007.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008....
), incluindo o advogado, juiz e promotor de justiça(33 Pitombo C. Ampliando horizontes. Jornal Voz Ativa. 2006 Jun;13(2):1-4.

4 Ruiz DMCF, Tsuji SACN, Faccio CB, Romanini JS, Ghedini SG. Ocorrência de queixas vocais em advogados, juízes e promotores. Pro Fono. 1997;9(1):27-30.

5 Cavalcanti D, Bompet R. A voz do advogado: atuação vocal do advogado no curso de oratória da escola superior de advocacia - OAB/RJ. In: Ferreira LP, Costa HO. Voz ativa: falando sobre o profissional da voz. São Paulo: Roca; 2000. p. 181-5.

6 Barreto MASC. Professores/operadores do Direito: sua consciência vocal. J Bras Fonoaudiol. 2003;4(17):261-7.
-77 Campanha SMA, Alonso AC, Thomsen LPR. Conhecimento dos advogados sobre os cuidados relacionados à saúde vocal [monografia]. Belo Horizonte: Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais, Centro de Gestão Empreendedora; 2007.). O profissional do direito precisa ter uma comunicação que consiga persuadir o ouvinte e que transmita credibilidade. Considerando isso, foi desenvolvido um estudo com 300 profissionais desta área, levantando o grau de ocorrência de problemas vocais nestes profissionais. Concluiu-se que há a necessidade de um trabalho fonoaudiológico para o aprimoramento da comunicação e o bom desempenho da profissão(55 Cavalcanti D, Bompet R. A voz do advogado: atuação vocal do advogado no curso de oratória da escola superior de advocacia - OAB/RJ. In: Ferreira LP, Costa HO. Voz ativa: falando sobre o profissional da voz. São Paulo: Roca; 2000. p. 181-5.).

O promotor de justiça, objeto do presente estudo, é agente público e funciona como fiscal da lei, podendo entrar com ações e conduzir inquéritos para investigar suspeitas de crimes, como desvio de recursos públicos. Ele faz parte do Ministério Público Estadual (MPE) e atua em diversas varas, por exemplo, cíveis e criminais. O MPE é responsável pela apuração e punição dos crimes regionais, como os cometidos pelos prefeitos e governadores ou ainda os de sonegação de Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), entre outros. Além da Justiça comum, o promotor também está presente na Justiça especial – Militar, Eleitoral e do Trabalho(88 MPSE: Ministério Público do Estado de Sergipe. Promotorias [Internet]. Aracaju: Ministério Público do Estado de Sergipe; 2015 [citado em 2015 Ago 21]. Disponível em: http://www.mpse.mp.br/Promotorias.aspx
http://www.mpse.mp.br/Promotorias.aspx...
).

A comunicação faz parte da rotina do promotor de justiça, no atendimento ao cliente, pessoalmente ou por telefone, e, especialmente, em reuniões e no tribunal. Nas audiências ou nos julgamentos, necessita-se de sustentação oral para alcançar êxito em uma causa(33 Pitombo C. Ampliando horizontes. Jornal Voz Ativa. 2006 Jun;13(2):1-4.). O promotor de justiça faz uso profissional da voz na categoria de líder, geralmente com demanda de voz com curtos períodos ininterruptos falando, utilizando a voz para influenciar pessoas e com intensidade aumentada(11 Ugulino ACN. Autoavaliação do comportamento comunicativo ao falar em público das diferentes categorias profissionais [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana; 2014. 65 p.,99 Shewell C. Voice work: art and science in changing voices. West Sussex: Wiley-Blackwell; 2009. p. 463-4. http://dx.doi.org/10.1002/9780470745588.
http://dx.doi.org/10.1002/9780470745588...
).

No exercício profissional do promotor, é necessário domínio sobre o assunto e seleção consciente das palavras. A literatura aponta que a comunicação verbal e não verbal são recursos utilizados para controlar o efeito da mensagem no ouvinte e, assim, dominar uma fala construída(1010 Panico ACB. Expressividade da fala construída. In: Kyryllos LR. Expressividade da teoria à prática. Rio de Janeiro: Revinter; 2005. p. 43-6.).

Um estudo anterior analisou, retrospectivamente, 116 prontuários de pacientes disfônicos atendidos em Clínica-Escola no período de 2007-2011. Foram registrados os dados referentes à autoavaliação vocal. Os sujeitos que utilizam voz profissional apresentaram piores índices na autoavaliação vocal. Os autores concluíram que ser profissional da voz parece influenciar negativamente na autoavaliação do sujeito acerca do impacto da disfonia em sua vida diária(1111 Leite APD, Carnevale LB, Rocha HL, Pereira CA, Lacerda L Fo. Relação entre autoavaliação vocal e dados da avaliação clínica em indivíduos disfônicos. Rev CEFAC. 2015;17(1):44-51. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620151214.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620151...
).

Foi encontrado um número escasso de pesquisas sobre a autoavaliação da comunicação dos promotores de justiça. O presente estudo procura compreender o contexto desta comunicação na percepção do profissional em questão. Assim, poderá sugerir proposta de intervenção e incluir no planejamento organizacional estratégias que promovam a comunicação assertiva.

Dessa forma, o objetivo é descrever a autoavaliação do promotor de justiça do Estado quanto à sua comunicação e à reação do ouvinte e analisar a relação dessas variáveis com o gênero, idade e anos de trabalho.

MÉTODO

Desenho do estudo

Tratou-se de um desenho descritivo com corte transversal.

Seleção da amostra

Foram incluídos todos os promotores de justiça, de ambos os gêneros, atuando nos diversos municípios do Estado de Sergipe, independentemente da idade, gênero e do tempo de exercício profissional.

Foram consideradas perdas na amostra: não responder ao questionário ou fazê-lo de modo incompleto; não concordar em participar do estudo; e não assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Variáveis independentes e dependentes

As variáveis independentes selecionadas foram: gênero; idade; e anos de exercício profissional no Ministério Público. As variáveis dependentes foram: a autoavaliação da comunicação ao longo dos anos de exercício profissional; a percepção do falante quanto ao uso de parâmetros de comunicação ao falar em público, tais como: voz, motivação, interação pessoal, assertividade, credibilidade, cordialidade, insegurança-tensão; e a reação do ouvinte na impressão do falante: persuade, atrai, muda ideias do outro, influencia, gera atitudes, desperta sentimentos, provoca expectativas, induz comportamento e credibilidade.

Instrumento de pesquisa e procedimentos

Foi construído um questionário (veja Apêndice A Apêndice A Questionário: Autoavaliação da Comunicação ao Falar em Público em Promotores (ACFP_P) 1 Identificação: 1.1. Sexo: Masculino () Feminino () 1.2. Idade (em anos): 1.3. Função atual: 1.4. Município de lotação atual: 1.5. Tempo de atividade profissional desenvolvida no Ministério Público (em anos). 2 Percebe piora na comunicação ao longo dos anos de exercício profissional? Não () Sim (). 3 Autopercepção da comunicação em público: 3.1. Você percebe voz alterada Não () Sim () 3.2. Você é motivado para falar? Não () Sim () 3.3. Você investe na interação interpessoal? Não () Sim () 3.4. Você sente-se assertivo? Não () Sim () 3.5. Você transmite credibilidade? Não () Sim () 3.6. Você é cordial? Não () Sim () 3.7. Há momentos em que se sente inseguro e tenso ao expressar-se profissionalmente em público? Não () Sim () 4 Reação do ouvinte na percepção do falante: 4.1. Você percebe que persuade? Não () Sim () 4.2. Você percebe que atrai? Não () Sim () 4.3. Você percebe que muda ideias do outro? Não () Sim () 4.4. Você percebe que influencia? Não () Sim () 4.5. Você percebe que gera atitudes? Não () Sim () 4.6. Você percebe que desperta sentimentos? Não () Sim () 4.7. Você percebe que provoca expectativas? Não () Sim () 4.8. Você percebe que induz comportamentos? Não () Sim () 4.9. Você percebe que transmite credibilidade? Não () Sim () ) baseado em literatura(77 Campanha SMA, Alonso AC, Thomsen LPR. Conhecimento dos advogados sobre os cuidados relacionados à saúde vocal [monografia]. Belo Horizonte: Faculdade de Estudos Administrativos de Minas Gerais, Centro de Gestão Empreendedora; 2007.,1212 Polito R. Como preparar boa palestra e apresentações. São Paulo: Saraiva; 1995. 199 p.,1313 Behlau MS. Vozes preferidas: considerações sobre opções vocais nas profissões. Fono Atual. 2001;4(16):10-4.), adaptado para essa pesquisa, e denominado Autoavaliação da comunicação ao falar com o público em promotores (ACFP_P), com perguntas fechadas e preenchidas pelo respondente no local de trabalho, sem a presença do pesquisador. O questionário foi constituído por perguntas relacionadas a 4 categorias de análise com duas opções de resposta: não ou sim. Estas foram relacionadas à: 1- caracterização da amostra quanto ao gênero, idade, função atual, município de lotação atual, tempo de exercício profissional no Ministério Público do Estado; 2- autoavaliação quanto à piora da comunicação ao longo dos anos de atividade profissional; 3- autoavaliação dos parâmetros da comunicação: presença de alteração da voz, desmotivação, investimento em interação pessoal, sensação de assertividade, percepção de que transmite credibilidade, cordialidade, insegurança-tensão ao falar com o público; 4- reação do ouvinte na impressão do falante: persuade, atrai, muda ideias do outro, influencia, gera atitudes, desperta sentimento, provoca expectativa, induz comportamento, transmite credibilidade. O tempo médio para responder o instrumento foi de 10 minutos por participante. Na avaliação da comunicação, considerou-se somente a autoavaliação do promotor, uma vez que a avaliação realizada pelo fonoaudiólogo não foi objetivo deste estudo.

O Ministério Público informou existir uma população de 126 promotores atuantes e distribuídos entre os municípios do Estado. Por meio de busca ativa, foram enviados questionários em igual número aos locais de trabalho dos promotores, e recebidos 33 questionários preenchidos.

Análise dos dados

Na análise dos dados, inicialmente construiu-se um banco de dados no programa Microsoft Excel. Na sequência, os dados foram inseridos no Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 17.0). Foi realizada análise estatística descritiva por meio de frequências simples e percentuais. As variáveis anos de exercício profissional e idade foram discretizadas respectivamente por 20 anos de trabalho (≤20 anos e >20 anos) e 43 anos de idade (≤43 anos e >43 anos), sendo a mediana o critério utilizado para esta discretização. Para análise da independência, foi utilizado o teste Exato de Fisher. Os missings não foram substituídos. O nível de significância adotado foi de 5% e o software utilizado foi o R Core Team (2014).

Critérios éticos

O Comitê de Ética e Pesquisa envolvendo seres humanos – Centro de Gestão Empreendedora/FEAD aprovou a execução deste estudo sob o parecer número 125/2011. Depois da anuência do Presidente do Ministério Público do Estado de Sergipe, todos os promotores envolvidos que aceitaram participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, concordando com a realização e a divulgação desta pesquisa e seus resultados, conforme a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

RESULTADOS

A amostra final foi constituída por 33 promotores de justiça, mediana de idade de 43 anos e 20 anos de trabalho. A proporção entre os gêneros foi similar. Os respondentes percebem piora da comunicação ao longo dos anos de exercício profissional.

Os promotores referem que utilizam os parâmetros de comunicação selecionados neste estudo, embora percebam voz alterada e as sensações de desmotivação e insegurança-tensão, além de não persuadir e não atrair o ouvinte. A Tabela 1 descreve as características da amostra.

Tabela 1
Caracterização da amostra (n=33)

As mulheres mostram maior proporção de piora na comunicação ao longo dos anos de exercício profissional quando comparadas aos homens (p=0,009). Todas as mulheres referem sensação de insegurança-tensão ao falar com o público (p<0,001). A Tabela 2 compara a proporção entre o gênero e os parâmetros de comunicação.

Tabela 2
Associação do sexo com as características da amostra

Os dados revelam maior proporção de voz alterada em promotores com idade superior a 43 anos que entre aqueles com idade inferior (p=0,007). A Tabela 3 mostra a proporção entre a idade e os parâmetros de comunicação.

Tabela 3
Associação da idade com as características da amostra

A maior proporção da sensação insegurança-tensão na comunicação com o público ocorreu em promotores com mais de 20 anos de exercício profissional quando comparados àqueles com menos de 20 anos de profissão (p =0,049). A Tabela 4 demonstra a proporção entre os anos de exercício profissional com os parâmetros de comunicação.

Tabela 4
Associação dos anos de exercício profissional com as características da amostra

DISCUSSÃO

No presente estudo, a maior parte dos respondentes refere piora na comunicação ao longo dos anos de trabalho e um terço percebe alteração de voz. A literatura considera que, em algumas profissões, a voz e a comunicação sofrem interferência de fatores ambientais e organizacionais, como despreparo do trabalhador para a comunicação profissional, além da influência de fatores biológicos, como alterações advindas da idade, alergias, entre outras(1414 Behlau M, Zambon F, Guerrieri AC, Roy N. Epidemiology of voice disorders in teachers and nonteachers in Brazil: prevalence and adverse effects. J Voice. 2012;26(5):665.e9-18. PMid:22516316. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2011.09.010.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2011....
).

Além desses fatores, outros autores consideram variáveis distintas que podem contribuir para o desenvolvimento de um desvio de voz, tais como as características de personalidade, a demanda vocal, a ansiedade, o estresse(1515 Stemple J, Glaze LE, Gerdeman BK. Clinical voice pathology: theory and management. 2nd ed. USA: Singular; 1995.

16 Almeida AAF, Behlau M, Leite JR. Correlação entre ansiedade e performance comunicativa. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2011;16(4):384-9. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342011000400004.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342011...
-1717 Almeida LNA, Lopes LW, Costa DB, Silva EG, Cunha GMS, Almeida AAF. Características vocais e emocionais de professores e não professores com baixa e alta ansiedade. Audiol, Commun Res. 2014;19(2):179-85. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014000200013.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014...
), e até mesmo sinais de depressão em algumas categorias profissionais(1818 Rocha LM, Behlau M, Souza LDM. Behavioral dysphonia and depression in elementary shool teathers. J Voice. 2015;29(6):712-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2014.10.011.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2014....
).

A maioria dos promotores no presente estudo percebe sensações de desmotivação, insegurança e tensão ao falar em público. Este resultado vai ao encontro da literatura. Pesquisa anterior investigou a prevalência e os sintomas de medo e ansiedade ao falar em público na população do Estado de São Paulo. Participaram 503 indivíduos, de ambos os gêneros e profissões diversificadas, e se verificou que falar em público estava entre os dez principais medos relatados. Os sintomas de ansiedade nessa situação foram referidos por 24% dos respondentes, sendo os mais pontuados: palpitação, voz trêmula, desconforto e xerostomia(1919 Ribeiro MT, Ugulino AC, Behlau M. Prevalência e sintomas do medo de falar em público no estado de São Paulo. In: 21º Congresso Brasileiro e 2° Ibero-Americano de Fonoaudiologia; 2013 Set 22-25; Porto de Galinhas, PE. Anais. Porto de Galinhas: Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia; 2013.).

Na comparação entre gêneros neste estudo, as mulheres mostraram maior proporção de piora na comunicação ao longo dos anos de exercício profissional que os homens. Todas as mulheres que participaram do estudo sentem insegurança e tensão ao falar em público. Estudo anterior analisou a autoavaliação do falar em público e habilidades da voz em diferentes profissões, incluindo situações de nervosismo e ansiedade, de acordo com o gênero e a idade. Participaram 456 mulheres e 244 homens, média de idade de 35 anos. Concluíram que a situação de falar em público é mais difícil de ser enfrentada, em alguns aspectos, para as mulheres. Houve influência do gênero para alguns aspectos de voz, assim como para as situações de nervosismo e ansiedade, sendo que mulheres apontaram maiores desvios na sua comunicação em público do que os homens(11 Ugulino ACN. Autoavaliação do comportamento comunicativo ao falar em público das diferentes categorias profissionais [tese]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Programa de Pós-graduação em Distúrbios da Comunicação Humana; 2014. 65 p.).

No que se refere à voz neste estudo, os promotores com idade superior a 43 anos apresentaram maior proporção na percepção de alteração de voz que aqueles com idade inferior. Isto pode ser associado ao acúmulo de desgaste vocal, físico e emocional ao longo dos anos de trabalho e à inexistência de cuidado vocal especializado. Há referência na literatura indicando que a categoria profissional de professor percebe alteração da sua voz e da comunicação, mas isso não é determinante para conseguir reduzi-la ou mesmo eliminá-la. As tarefas e responsabilidades profissionais excessivas levam o profissional a priorizar sua profissão, em detrimento de sua qualidade de vida(2020 Penteado RZ. Relações entre saúde e trabalho docente: percepções de professores sobre saúde vocal. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007;12(1):18-22. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342007000100005.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342007...
).

Com relação ao aspecto emocional, outro estudo analisou qualitativamente os efeitos da emoção sobre a voz, a fala e a fluência ao falar em público em quatro pessoas que referiram ter dificuldade em fazê-lo. Foram coletados dados em situação de seminário/palestra com entrevistas pré e pós palestra. Na análise do discurso, antes da apresentação, os respondentes referiam medo e insegurança, e, após a apresentação, tranquilidade e alívio. Todos referiram medo. Em conclusão, a emoção alterada interferiu na comunicação. Houve preocupação dos respondentes tanto com o conteúdo como com a forma de falar(2121 Barbosa RA, Friedman S. Emoção: efeitos sobre a voz e a fala na situação em público. Distúrb Comum. 2007;19(3):325-36.).

Quanto aos anos de exercício profissional, os promotores com mais de 20 anos de exercício profissional revelaram maior proporção de insegurança e tensão ao falar em público quando comparados àqueles com menos de 20 anos de profissão. Isto pode ser compreendido pelo aumento da responsabilidade ao falar com o público advinda da maturidade profissional, incluindo novas demandas da comunicação e maior exposição pública nas mídias sociais e televisivas.

No que diz respeito às reações que o falante provoca no ouvinte, a maior parte dos respondentes do presente estudo percebe que não persuade e não atrai o ouvinte ao falar em público. Estudo anterior analisou características de expressividade da fala de um grupo de executivos a partir de dados perceptivos e acústicos da dinâmica vocal. Concluíram que aqueles que utilizaram adequadamente recursos prosódicos transmitiram segurança e foram considerados pelos avaliadores como objetivos, empáticos e convincentes. Por outro lado, aqueles que utilizaram quebra dos grupos prosódicos não transmitiram segurança e foram apontados como pouco objetivos, não empáticos e não convincentes(2222 Marquezin DMSS, Viola I, Ghirardi ACAM, Madureira S, Ferreira LP. Executives’ speech expressiveness: analysis of perceptive and acoustic aspects of vocal dynamics. CoDAS. 2015;27(2):160-9. PMid:26107082. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20152014188.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2015...
).

Outros autores enfatizam a necessidade do uso de estratégias comunicativas adequadas em cada profissão para que o conteúdo e a forma transmitam credibilidade e interação(1313 Behlau MS. Vozes preferidas: considerações sobre opções vocais nas profissões. Fono Atual. 2001;4(16):10-4.,2323 Hancock AB, Stone MD, Brundage SB, Zeigler MT. Public speaking attitudes: Does curriculum make a difference? J Voice. 2010;24(3):302-7. PMid:19481418. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008.09.007.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008....
). Nesse sentido, o desenvolvimento de uma comunicação assertiva pode gerar um impacto positivo nas relações interpessoais de trabalho e também na qualidade de vida(2424 Penteado RZ, Pereira IMTB. Qualidade de vida e saúde vocal de professores. Rev Saude Publica. 2007;41(2):236-43. PMid:17384799. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102007000200010.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102007...

25 Putnoki DS, Hara F, Oliveira G, Behlau M. Qualidade de vida em voz: o impacto de uma disfonia de acordo com gênero, idade e uso vocal profissional. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(4):485-90. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000400003.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010...
-2626 Jardim R, Barreto SM, Assunção AA. Condições de trabalho, qualidade de vida e disfonia entre os docentes. Cad Saude Publica. 2007;23(10):2439-61. PMid:17891304. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007001000019.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007...
). O impacto autorrelatado na qualidade de vida relacionado a uma alteração vocal é percebido de maneira semelhante por homens e mulheres(2727 Gasparini G, Behlau M. Quality of life: validation of the Brazilian version of the voice-related quality of life (V-RQOL) measure. J Voice. 2009;23(1):76-81. PMid:17628396. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2007.04.005.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2007....
).

Estudo anterior verificou a relação entre a avaliação do fonoaudiólogo e a autoavaliação vocal e o impacto da disfonia na qualidade de vida entre 48 indivíduos com queixa de alteração vocal, com média de idade de 51 anos de idade, e 48 sem queixa vocal e voz saudável, com média de idade de 46 anos. Concluíram que a percepção do sujeito sobre a própria voz e sobre o impacto da disfonia em sua qualidade de vida complementa a percepção do clínico quanto ao grau geral desta alteração(2828 Ugulino AC, Oliveira G, Behlau M. Perceived dysphonia by the clinician’s and patient’s viewpoint. J Soc Bras Fonoaudiol. 2012;24(2):113-8. PMid:22832676. http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912012000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S2179-64912012...
).

Como limitações do estudo, destacam-se a reduzida adesão dos promotores à pesquisa e, consequentemente, o tamanho da amostra, além da escassez de pesquisas sobre o tema para a comparação de dados. Os dados apresentados são instigantes e abrem perspectivas para novas pesquisas. Tais informações poderão contribuir para futuras pesquisas com interesse em aprofundar os achados apresentados neste estudo, incluindo a avaliação fonoaudiológica da competência comunicativa com grupo controle.

CONCLUSÃO

No que se refere à autoavaliação da comunicação ao falar com o público, os promotores de justiça deste estudo identificam os parâmetros fortes e aqueles que necessitam ser desenvolvidos e potencializados em sua comunicação. As variáveis gênero feminino, ter mais de 43 anos de idade e mais de 20 anos de exercício profissional influenciam negativamente o desempenho comunicativo. Neste âmbito, a inserção do fonoaudiólogo na graduação do curso de Direito e no Ministério Público se faz de fundamental importância para aprimorar a comunicação dos promotores em diversas fases da sua carreira pública.

Apêndice A Questionário: Autoavaliação da Comunicação ao Falar em Público em Promotores (ACFP_P)

  1. 1

    Identificação:

    1.1. Sexo: Masculino () Feminino ()

    1.2. Idade (em anos):

    1.3. Função atual:

    1.4. Município de lotação atual:

    1.5. Tempo de atividade profissional desenvolvida no Ministério Público (em anos).

  2. 2

    Percebe piora na comunicação ao longo dos anos de exercício profissional?

    Não () Sim ().

  3. 3

    Autopercepção da comunicação em público:

    3.1. Você percebe voz alterada Não () Sim ()

    3.2. Você é motivado para falar? Não () Sim ()

    3.3. Você investe na interação interpessoal? Não () Sim ()

    3.4. Você sente-se assertivo? Não () Sim ()

    3.5. Você transmite credibilidade? Não () Sim ()

    3.6. Você é cordial? Não () Sim ()

    3.7. Há momentos em que se sente inseguro e tenso ao expressar-se profissionalmente em público? Não () Sim ()

  4. 4

    Reação do ouvinte na percepção do falante:

    4.1. Você percebe que persuade? Não () Sim ()

    4.2. Você percebe que atrai? Não () Sim ()

    4.3. Você percebe que muda ideias do outro? Não () Sim ()

    4.4. Você percebe que influencia? Não () Sim ()

    4.5. Você percebe que gera atitudes? Não () Sim ()

    4.6. Você percebe que desperta sentimentos? Não () Sim ()

    4.7. Você percebe que provoca expectativas? Não () Sim ()

    4.8. Você percebe que induz comportamentos? Não () Sim ()

    4.9. Você percebe que transmite credibilidade? Não () Sim ()

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Ministério Público do Estado de Sergipe a parceria incondicional na busca ativa da amostra para a coleta dos dados; aos promotores de justiça que participaram do estudo; e ao fonoaudiólogo Profº Dr. Leonardo Wanderley Lopes a contribuição na revisão inicial do manuscrito.

  • Trabalho realizado no Ministério Público do Estado de Aracaju – Aracaju (SE), Brasil.
  • Fonte de financiamento: nada a declarar.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    16 Nov 2016
  • Data do Fascículo
    Nov-Dec 2016

Histórico

  • Recebido
    14 Set 2015
  • Aceito
    11 Mar 2016
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