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Vocabulário de pré-escolares com desenvolvimento típico de linguagem e variáveis socioeducacionais

RESUMO

Objetivo

Verificar a associação entre idade, nível socioeconômico e o desempenho em prova de vocabulário emissivo e receptivo de crianças com desenvolvimento típico de linguagem.

Método

Participaram 60 estudantes da Educação Infantil, com idade entre 3 a 5:11 anos, de ambos os gêneros, com desenvolvimento típico de linguagem, divididos em Grupos: GI (ẋ 3:6 anos), GII (ẋ 4:4 anos) e GIII (ẋ 5:9 anos). Foram aplicados, individualmente, os testes de Linguagem Infantil ABFW- parte Vocabulário e o Peabody para vocabulário emissivo e receptivo, respectivamente, e o preenchimento do questionário de classificação socioeconômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) pelo responsável. Os dados foram analisados conforme critérios dos instrumentos e dispostos em planilha de Excel for Windows XP®. Foi utilizado modelo de Regressão Linear múltipla, adotou-se um nível de significância de 5% para estudar a relação entre a idade, o nível socioeconômico e o desempenho em prova de vocabulário receptivo e emissivo.

Resultados

No ABEP, os participantes foram classificados em sua maioria no nível social C (63,3%), seguido do B (26,6%) e D (10%). Apresentaram vocabulário emissivo e receptivo condizente com a faixa etária. No vocabulário emissivo e receptivo, houve diferença estatística para a variável idade e nível socioeconômico. Verificou-se maior pontuação nos testes, conforme o avanço da idade e do nível socioeconômico, do nível social “B” para o “D”, e do “C” para o “D”.

Conclusão

As variáveis idade e nível socioeconômico podem influenciar o desempenho nas provas de vocabulário emissivo e receptivo do grupo estudado.

Descritores
Vocabulário; Desenvolvimento Infantil; Classe Social; Pré-escolar; Linguagem

ABSTRACT

Purpose

To investigate the correlation between age, socioeconomic status (SES), and performance on emissive and receptive vocabulary tests in children with typical language development.

Methods

The study sample was composed of 60 preschool children of both genders, aged 3 years to 5 years 11 months, with typical language development divided into three groups: G I (mean age=3 years 6 months), G II (mean age=4 years 4 months) and G III (mean age=5 years 9 months). The ABFW Child Language Test - Vocabulary and the Peabody Picture Vocabulary Test (PPVT) for emissive and receptive language were applied to the preschoolers. The socioeconomic classification questionnaire of the Brazilian Association of Survey Companies (ABEP) was applied to the preschoolers’ parents/legal guardians. Data were analyzed according to the criteria of the aforementioned instruments and were arranged in Excel spreadsheet for Windows XP®. A multiple linear regression model was used, adopting a statistical significance level of 5%, to analyze the correlation between age, SES, and performance on the receptive and emissive vocabulary tests.

Results

In the ABEP questionnaire, participants were classified mostly into social level C (63.3%), followed by levels B (26.6%) and D (10%). The preschoolers investigated presented emissive and receptive vocabulary adequate for the age groups. No statistically significant difference was found for the variables age and SES regarding emissive and receptive vocabulary. Higher test scores were observed with increased age and SES, for social levels “B” compared with “D” and for “C” with “D”.

Conclusion

The variables age and socioeconomic status influenced the performance on emissive and receptive vocabulary tests in the study group.

Keywords
Vocabulary; Child Development; Social Class; Preschool Children; Language

INTRODUÇÃO

O léxico evolui com a idade, mas o tipo de vocabulário pode variar individualmente em crianças de mesma faixa etária(11 Cartmill EA, Armstrong BF 3rd, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parente input predicts child vocabular 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. PMid:23798423. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...
,22 Medeiros V, Valença RK, Guimarães JA, Costa CC. Vocabulário expressivo e variáveis regionais em uma amostra de escolares em Maceió. ACR. 2013;18(2):71-7.) em decorrência de aspectos intrínsecos (cognição, processamento da informação, personalidade) e/ou extrínsecos (contexto socioeconômico (NSE) e cultural, linguístico familiar e escolar)(11 Cartmill EA, Armstrong BF 3rd, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parente input predicts child vocabular 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. PMid:23798423. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...

2 Medeiros V, Valença RK, Guimarães JA, Costa CC. Vocabulário expressivo e variáveis regionais em uma amostra de escolares em Maceió. ACR. 2013;18(2):71-7.
-33 Gurgel LG, Plentz RD, Joly MC, Reppold CT. Instrumentos de avaliação da compreensão de linguagem oral em crianças e adolescentes: uma revisão sistemática da literatura. Revista Neuropsicologia Latinoamericana. 2010;2(1):1-10.). Experiências comunicativas e o NSE familiar agem sobre o desenvolvimento formal da linguagem em idade precoce(11 Cartmill EA, Armstrong BF 3rd, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parente input predicts child vocabular 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. PMid:23798423. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...
,22 Medeiros V, Valença RK, Guimarães JA, Costa CC. Vocabulário expressivo e variáveis regionais em uma amostra de escolares em Maceió. ACR. 2013;18(2):71-7.,44 Ramos DD. Interação adulto criança em creches públicas: estilos linguísticos [dissertação]. João Pessoa (PB): Universidade Federal da Paraíba; 2010. 154 p.

5 Araújo MV, Marteleto MR, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010...

6 Brancalioni AR, Marini C, Cavalheiro LG, Keske-Soares M. Desempenho em prova de vocabulário de crianças com desvio fonológico e com desenvolvimento fonológico normal. CEFAC. 2011;13(3):428-36. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000011.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010...

7 Scopel RR, Souza VC, Lemos SM. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. CEFAC. 2012;14(4):732-41. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000139.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011...

8 Sohr-Preston SL, Scaramella LV, Martin MJ, Neppl TK, Ontai L, Conger R. Parental socioeconomic status, communication, and children’s vocabular development: a third-generation test of the Family investimento model. Child Dev. 2013;84(3):1046-62. PMid:23199236. http://dx.doi.org/10.1111/cdev.12023.
http://dx.doi.org/10.1111/cdev.12023...
-99 Derbie AY. A look into vocabular spunt in a typically developing child and a child with a developmental language disorder. JCLAD. 2014;2(6):24-9.). Crianças de diferentes NSE apresentam desempenho heterogêneo em provas de avaliação semântica(44 Ramos DD. Interação adulto criança em creches públicas: estilos linguísticos [dissertação]. João Pessoa (PB): Universidade Federal da Paraíba; 2010. 154 p. ,55 Araújo MV, Marteleto MR, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010...
). O vocabulário de crianças em idade pré-escolar é um dos preditores para o desempenho acadêmico futuro(22 Medeiros V, Valença RK, Guimarães JA, Costa CC. Vocabulário expressivo e variáveis regionais em uma amostra de escolares em Maceió. ACR. 2013;18(2):71-7.).

Variáveis sociais, culturais, geográficas, contexto escolar e familiares (nível educacional, hábitos de leitura e a profissão dos pais) são fatores de risco ou proteção para o desenvolvimento global e linguístico(44 Ramos DD. Interação adulto criança em creches públicas: estilos linguísticos [dissertação]. João Pessoa (PB): Universidade Federal da Paraíba; 2010. 154 p. ,66 Brancalioni AR, Marini C, Cavalheiro LG, Keske-Soares M. Desempenho em prova de vocabulário de crianças com desvio fonológico e com desenvolvimento fonológico normal. CEFAC. 2011;13(3):428-36. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000011.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010...
,77 Scopel RR, Souza VC, Lemos SM. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. CEFAC. 2012;14(4):732-41. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000139.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011...
,1010 Thomas MS, Forrester NA, Ronald A. Modeling socioeconomic status effects on language development. Dev Psychol. 2014;49(12):1325-2343. PMid:23544858.,1111 Palácios T, Oliveira LN, Chiossi JS, Soares AD, Chiari BM. Fatores biológicos e socioculturais na avaliação do vocabulário receptivo em português oral de deficientes auditivos pós linguais. Audiol Commun Res. 2014;19(4):360-66.) e devem ser considerados durante a avaliação do léxico(11 Cartmill EA, Armstrong BF 3rd, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parente input predicts child vocabular 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. PMid:23798423. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...
). O objetivo foi investigar a associação entre o NSE e o desempenho em teste de vocabulário emissivo (TVE) e receptivo (TVR) em um grupo preliminar de crianças para, posteriormente, realizar a coleta com uma amostragem por conglomerados (escolas) de diferentes bairros.

MÉTODO

Foi realizada amostragem aleatória simples seguindo o critério etário (3 anos a 5 anos e 11 meses) de matriculados, de ambos os gêneros, de duas Escolas escolhidas por conveniência de acesso, que resultou em 60 participantes. Os critérios de exclusão foram: alterações de linguagem após triagem, sinais de alterações auditivas e/ou neurológica, acompanhamento fonoaudiológico prévio ou atual, ausência de autorização (do responsável) ou de assentimento (da criança).

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, processo nº 1488/2014. Os responsáveis pelos menores participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e as crianças assentiram em participar (Termo de Assentimento elaborado com base na Resolução (416∕12). O estudo foi transversal e analítico.

Os pais responderam à entrevista e preencheram o questionário de classificação socioeconômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa(1212 ABEP: Associação Nacional de Empresas e Pesquisas. Critério de classificação econômica do Brasil. São Paulo: ABEP; 2013.) na escola. Depois da triagem, os participantes foram avaliados individualmente, com os testes de vocabulário expressivo (prova de vocabulário do ABFW)(1313 Befi-Lopes DM. Vocabulário (Parte B). In: Andrade CR, Befi-Lopes DM, Fernandes FD, Wertzner HF. ABFW: Teste de Linguagem infantil e nas áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática. Carapicuíba (SP): Pró-fono; 2000. p. 41-59.) e receptivo (Teste de Vocabulário por Imagens Peabody- TVIP)(1414 Capovilla FC, Capovilla AG, Nunes LR, Araújo I, Nunes DR, Nogueira D, et al. Versão brasileira do Teste de Vocabulário por Imagens Peabody. Distúrbios da Comunicação. 1997;8(2):151-62.), em sala da escola. Depois da análise, obteve-se a média do número absoluto de acertos, para os resultados do TVIP(1414 Capovilla FC, Capovilla AG, Nunes LR, Araújo I, Nunes DR, Nogueira D, et al. Versão brasileira do Teste de Vocabulário por Imagens Peabody. Distúrbios da Comunicação. 1997;8(2):151-62.) e as médias de ocorrência de Designação Verbal Usual (DVU), Não Designação (ND) e Processo de Substituição (PS) por campo conceitual, de cada participante, por meio da somatória das porcentagens obtidas em cada um destes itens e divisão pelo total dos campos conceituais avaliados.

A classificação socioeconômica foi obtida através do agrupamento nas categorias A, B, C, D e E, de acordo com os intervalos de escores: A (35 a 46 pontos), B (23 a 34 pontos), C (14 a 22 pontos) e D e E (0 a 13 pontos)(1212 ABEP: Associação Nacional de Empresas e Pesquisas. Critério de classificação econômica do Brasil. São Paulo: ABEP; 2013.).

Depois do cálculo de média e desvio padrão para as variáveis quantitativas e de frequência e percentual para as qualitativas, empregou-se o modelo de regressão linear múltiplo para estudar a relação entre a variável dependente (Teste Peabody e ABFW) e as diversas variáveis independentes (grupo e NSE). Esse modelo tem como pressuposto que seus resíduos tenham distribuição normal com média 0 e variância constante. Utilizou-se um nível de significância de 5% e o software de apoio para obter os resultados foi o SAS® (versão 9.2).

RESULTADOS

Os participantes foram classificados em classes sociais de acordo com a Tabela 1.

Tabela 1
Média etária e classe socioeconômica

Verificou-se evidência de diferença estatística com melhor desempenho no TVE (Figura 1) e TVR (Figura 2) para os grupos com maior média etária e classe social.

Figura 1
Relação entre idade e desempenho em Teste de vocabulário emissivo
Figura 2
Relação entre o nível socioeconômico e desempenho em Teste de vocabulário emissivo

DISCUSSÃO

O desempenho das crianças para o TVE e TVR sofreu influência do aumento da média etária e da classe socioeconômico familiar. Crianças de nível socioeconômico inferior apresentam baixo desempenho em prova de vocabulário(22 Medeiros V, Valença RK, Guimarães JA, Costa CC. Vocabulário expressivo e variáveis regionais em uma amostra de escolares em Maceió. ACR. 2013;18(2):71-7.).

Crianças com maior média de idade têm melhor desempenho durante o desenvolvimento típico(11 Cartmill EA, Armstrong BF 3rd, Gleitman LR, Goldin-Meadow S, Medina TN, Trueswell JC. Quality of early parente input predicts child vocabular 3 years later. Proc Natl Acad Sci USA. 2013;110(28):11278-83. PMid:23798423. http://dx.doi.org/10.1073/pnas.1309518110.
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.130951811...
,22 Medeiros V, Valença RK, Guimarães JA, Costa CC. Vocabulário expressivo e variáveis regionais em uma amostra de escolares em Maceió. ACR. 2013;18(2):71-7.), pois a criança irá desenvolver e ampliar as habilidades cognitivas para aprender novas palavras, organizando as informações obtidas através do convívio social e físico, durante a interação com o adulto e diferentes experiências(1515 Borges LC, Salomão NM. Aquisição da linguagem: considerações da perspectiva da interação social. Psicol Reflex Crit. 2003;16(2):327-36. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722003000200013.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722003...
). Porém, houve evidência(55 Araújo MV, Marteleto MR, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010...
) de pior desempenho de crianças mais velhas no TVR em pré-escolares com desenvolvimento típico, entre quatro e sete anos de idade. Este fato salienta a importância de ensino infantil de qualidade que promova situações para construção e ampliação do léxico(55 Araújo MV, Marteleto MR, Schoen-Ferreira TH. Avaliação do vocabulário receptivo de crianças pré-escolares. Estud Psicol. 2010;27(2):169-76. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-166X2010...
).

Há uma inter-relação entre o acesso que a criança tem a brinquedos e objetos culturais, atividades divididas com os pais, bem como a realidade sociolinguística vivenciada(77 Scopel RR, Souza VC, Lemos SM. A influência do ambiente familiar e escolar na aquisição e no desenvolvimento da linguagem: revisão de literatura. CEFAC. 2012;14(4):732-41. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000139.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011...
) em diferentes classes sociais e de educação(22 Medeiros V, Valença RK, Guimarães JA, Costa CC. Vocabulário expressivo e variáveis regionais em uma amostra de escolares em Maceió. ACR. 2013;18(2):71-7.).

A maneira como os pais interagem e produzem suas falas são fatores determinantes para o desenvolvimento lexical e aquisições linguísticas mais complexas(66 Brancalioni AR, Marini C, Cavalheiro LG, Keske-Soares M. Desempenho em prova de vocabulário de crianças com desvio fonológico e com desenvolvimento fonológico normal. CEFAC. 2011;13(3):428-36. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010005000011.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462010...
). Uma análise qualitativa de informações sobre os estilos comunicativos dos adultos e o nível do desenvolvimento infantil, associados à classificação socioeconômica e educacional dos pais é importante para a identificação de diferentes perfis de desenvolvimento. Mais do que o contexto, a fala dirigida à criança deve considerar o seu nível de desenvolvimento, assim, a emissão de estrutura linguística semântica e gramaticalmente mais simples durante a atividade de atenção conjunta é fundamental(44 Ramos DD. Interação adulto criança em creches públicas: estilos linguísticos [dissertação]. João Pessoa (PB): Universidade Federal da Paraíba; 2010. 154 p. ).

A classificação em uma classe socioeconômica baixa ou alta sempre poderá ser sugestiva de recursos físicos e materiais que a família pode ter, tais como acesso a um contexto lúdico e cultural rico e atividades de lazer, porém se faz necessária a análise conjunta a outros fatores de risco, como as características ambientais, as interações comunicativas vivenciadas e o estilo comunicativo utilizado pelos pais.

CONCLUSÃO

Houve evidência de associação entre a idade, o nível socioeconômico e o desempenho das crianças estudadas em teste de vocabulário emissivo e receptivo. Faz-se necessário ampliar a amostragem com estratificação em diferentes classes sociais para confirmar a evidência de ação desta variável sobre o desenvolvimento semântico.

  • Trabalho realizado na Instituição de Educação Infantil da rede pública e privada, dos municípios de Ribeirão Preto (SP) e Santa Rosa do Viterbo (SP), Brasil.
  • Fonte de financiamento: Pesquisa realizada com Auxílio da Bolsa de Iniciação Científica da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo – RUSP.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    02 Set 2015
  • Aceito
    07 Jun 2016
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