Acessibilidade / Reportar erro

Função coclear em escolares expostos aos agrotóxicos

RESUMO

Objetivo

Estimar a magnitude da associação entre a exposição a agrotóxicos e o risco de alteração da função coclear de estudantes expostos a agrotóxicos.

Método

Neste estudo, foram avaliados indivíduos entre 8-30 anos, de ambos os gêneros, residentes em área de intensa utilização de agrotóxicos no município de Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro. Cada participante do estudo respondeu a um questionário para aferir o grau de exposição a agrotóxicos. Para avaliação da função coclear, foram realizados os exames de audiometria, emissões otoacústicas evocadas por estímulo transiente (EOAET) e por produto de distorção (EOAPD).

Resultados

As respostas das EOAET foram, em média, menores nas altas frequências, especialmente 2,0 e 4,0 kHz, e, nestas frequências, também menores entre os indivíduos mais expostos. Padrão similar foi observado para as respostas das EOAPD. Para estas, o menor nível de resposta foi observado na frequência de 6 kHz, no grupo com maior escore de exposição. A proporção de falhas observadas em mais de uma frequência nas EOAET, na OD, no grupo de maior exposição, foi significativamente superior àquela observada no grupo menos exposto. No teste das EOAPD, o percentual de falhas também foi superior no grupo de maior exposição, quando comparado ao de menor exposição.

Conclusão

Os resultados sugerem que a exposição a agrotóxicos pode contribuir significativamente para alterações da função coclear de indivíduos com limiares audiométricos ainda preservados.

Descritores
Agrotóxicos; Emissões Otoacústicas Evocadas; Células Ciliadas Externas; Função Coclear; Estudante

ABSTRACT

Purpose

To estimate the degree of association between exposure to pesticides and the risk of alteration in cochlear function in students exposed to pesticides.

Methods

This study evaluated individuals aged 8 to 30, of both genders, residing in an area of heavy pesticide use in the town of Nova Friburgo, Rio de Janeiro State. Each study participant answered a questionnaire to assess their degree of pesticide exposure. To evaluate cochlear function, audiometry exams were performed, including transient evoked otoacoustic emissions (TEOAEs) and distortion product otoacoustic emissions (DPOAEs).

Results

The TEOAE responses were on average lower at higher frequencies, especially at 2.0 and 4.0 kHz, and lower at these frequencies among the most exposed individuals. A similar pattern was observed for DPOAE responses. The lowest response level in the DPOAE tests was observed at the frequency of 6 kHz in the group with the highest exposure score. The proportion of failures observed at more than one frequency in the TEOAE tests on the right ear was significantly higher in the highest exposure group when compared to the lowest exposure group. In the DPOAE test, the rate of failure was also greater in the group with highest exposure when compared to that of lowest exposure.

Conclusion

The results suggest that exposure to pesticides can significantly contribute to alterations in cochlear function in individuals with preserved audiometric thresholds.

Keywords
Pesticides; Evoked Otoacoustic Emissions; Outer Hair Cells; Cochlear Function; Student

INTRODUÇÃO

No Brasil, o processo de modernização da agricultura ocorreu durante a ditadura militar, com o propósito de aumento da produção agrícola. Esse modelo foi baseado no extenso uso de insumos químicos, como fertilizantes e agrotóxicos e na mecanização para plantações em grandes extensões de terra. Todo este processo tem sido considerado grande fonte de contaminação dos ecossistemas, dos trabalhadores e da população local(11 Gasparini MF, Freitas CM. Trabalho rural, saúde e ambiente: as narrativas dos produtores de flor frente aos riscos socioambientais. Ambient Soc. 2013;16(3):23-44. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-753X2013000300003.
http://dx.doi.org/10.1590/S1414-753X2013...
).

Neste contexto, intoxicações por agrotóxicos são registradas todos os anos. Entretanto existem subnotificações dos registros, subestimando a dimensão do problema. A produção rural e o uso de agrotóxicos crescem a cada ano. Além das intoxicações agudas, os agrotóxicos vêm sendo comumente associados a diversos outros problemas de saúde(22 Rigotto RM, Silva AMC, Ferreira MJM, Rosa IF, Aguiar ACP. Tendências de agravos crônicos à saúde associados a agrotóxicos em região de fruticultura no Ceará, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(3):763-73. PMid:24896288. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2013000300019.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2013...
), dentre eles problemas auditivos(33 Sena TRR, Vargas MM, Oliveira CCC. Saúde auditiva e qualidade de vida em trabalhadores expostos a agrotóxicos. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(6):1753-61. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000600026.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013...
).

Alterações auditivas fazem parte do processo natural do envelhecimento. Contudo, em países industrializados, podem ocorrer de forma precoce, devido à exposição ao ruído ocupacional e a agentes químicos ototóxicos(44 Gonçalves CGDO, Marques JM, Ribas A, Lacerda ABMD, Lobato DCB, Costa GL, et al. Caracterização dos limiares auditivos de odontólogos numa população da cidade de Curitiba-PR, Brasil. Arq Int Otorrinolaringol. 2012;16(1):32-8.).

A perda auditiva decorrente de ototoxicidade geralmente acomete as frequências altas(55 Liberman PHP, Goffi-Gomez M, Schultz C, Lopes LF. What are the audiometric frequencies affected are the responsible for the hearing complaint in the hearing loss for ototoxicity after the oncological treatment? Arq Int Otorrinolaringol. 2012;16(1):26-31.). Estas frequências estão situadas de 5 a 10 milímetro (mm) da janela oval e apresentam maior vulnerabilidade. Isto pode estar associado às características de ressonância da orelha externa e média, às características mecânicas e anatômicas da cóclea e também ao seu suprimento sanguíneo(66 Jerger S, Jerger J. Alterações auditivas. São Paulo: Atheneu; 1989.).

A utilização de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública(77 Carneiro FF, Rigotto RM, Augusto LGS, Friedrich K, Burigo AC. Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: EPSJV; São Paulo: Expressão Popular; 2015.).

Estudos epidemiológicos sugerem maior prevalência de perda auditiva entre agricultores expostos ao ruído, podendo iniciar na infância(88 Sliwinska-Kowalska M, Davis A. Noise-induced hearing loss. Noise Health. 2012;14(61):274-80. PMid:23257577. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.104893.
http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.1048...
,99 Ehlers JJ, Graydon PS. Criando parcerias para superar as barreiras e educar a comunidade sobre a prevenção: perda auditiva na agricultura induzida por ruído. Ruído e Saúde. 2011;13(51),142.). Entretanto, estudos sobre a ação tóxica dos agrotóxicos no sistema auditivo ainda são escassos. Sabe-se, por exemplo, que roedores expostos a agrotóxicos apresentaram alterações na morfologia da cóclea nas três espiras analisadas, nas células do sáculo e utrículo(1010 Körbes D, Silveira AF, Hyppolito MÂ, Munaro G. Alterações no sistema vestibulococlear decorrentes da exposição ao agrotóxico: revisão de literatura Vestibulocochlear system alterations caused by exposure to pesticides: a literature review. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(1):146-52. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000100024.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010...
).

Alguns estudos realizados com emissões otoacústicas evocadas (EOAE) em indivíduos expostos a ruído encontraram redução do nível de respostas nas frequências pesquisadas(1111 Almeida ND Fo, Filletti F, Guillaumon HR, Serafini F. Intensidade do ruído produzido em sala de aula e análise de emissões acústicas em escolares. Int Arch Otorhinolaryngol. 2012;16(1):91-5.,1212 Aita ADC, Siqueira LP, Aita FS. O uso de emissões otoacústicas como ferramenta auxiliar no diagnóstico de efeitos da exposição ao ruído. RBSO. 2011;36(124):282-7.). Essas alterações podem ocorrer mesmo que não haja ainda alterações nos limiares audiométricos(1313 Santos VF, Silva DTC, Py MO. Emissões otoacústicas como instrumento de triagem auditiva em 431 crianças de 1 a 12 anos. Distúrb Comun. 2014;26(1):5-14.). Portanto, o exame de EOAE pode ser usado na detecção precoce da perda auditiva. Assim, o presente estudo teve como objetivo estimar a magnitude da associação entre a exposição a agrotóxicos e o risco de alteração da função coclear, através das emissões otoacústicas evocadas em estudantes expostos a agrotóxicos de uma região agrícola do município de Nova Friburgo, RJ, com limiares audiométricos preservados.

MÉTODO

População e local de estudo

Este estudo de delineamento transversal foi realizado na região da Microbacia de São Lourenço, em Nova Friburgo, RJ. Essa Região localiza-se a 1000-1200 metros (m) de altura e é cercada pelas Serras do Mar e dos Órgãos. Nesta região, encontra-se o Colégio onde foi realizado este estudo. A escolha dos estudantes desta escola como população de estudo deveu-se ao seu modelo de ensino adotado, que intercala um período de aulas na escola com um período sem aulas, no qual os estudantes auxiliam seus pais nas atividades agrícolas.

Foram convidados a participar do estudo todos os alunos de uma escola da Microbacia de São Lourenço. Assim, uma amostra inicial por conveniência, composta de 243 alunos de ambos os gêneros, com idades entre 8 e 30 anos, foi estabelecida. Destes, 22 alunos foram excluídos por alterações dos limiares audiológicos, 9 foram excluídos por apresentarem cerúmen ou corpo estranho no meato acústico externo e 7 outros foram excluídos com base em timpanograma com curvas tipo “B” ou “C”. Assim, o número de participantes encaminhados para a avaliação das emissões otoacústicas evocadas foi de 205 estudantes. A faixa etária foi dividida em 8-19 anos (crianças/adolescentes) e 20-30 anos (adultos).

Aspectos éticos

O estudo considerou os aspectos éticos recomendados pela Resolução 196/96 sobre Pesquisa envolvendo seres humanos, incluindo, entre outros, a obtenção do Consentimento Livre e Esclarecido dos indivíduos. Assegura que a participação não acarretará nada que possa levar a danos físicos, psíquicos, morais, intelectuais, sociais, culturais ou espirituais dessas pessoas.

Todos os indivíduos que aceitaram participar da pesquisa assinaram o termo de consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi submetido e aprovado, seguindo as normas do Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com o número 67/2011.

Coleta de dados

Depois da seleção, os alunos foram convidados a responder a um questionário (Apêndice A Apêndice A Questionário para aferir o grau de exposição aos agrotóxicos Questionário I - INFORMAÇÕES GERAIS 1. NOME:____________________________________________________________________ 2. IDADE - dia, mês e ano nasceu? dia |__|__| mês |__|__| ano |__|__|__|____| OU ____ anos 3.GÊNERO: () F () M 4. ESTADO CIVIL:_______________________________________ 5. ENDEREÇO:________________________________________________________________ 6. BAIRRO:_________________________ 7. CIDADE:__________________________ 8. CEP.:____________ 9. TEL.:________________________________________________ 9. Mora em SÍTIO/FAZENDA/VILAREJO:________________________________________ 10. ESCOLARIDADE: () Analfabeto () Fundamental II completo () Médio completo () Fundamental I completo () Fundamental II incompleto () Médio incompleto () Fundamental I incompleto () Superior incompleto () Superior completo Quantos anos de escolaridade? _________________________ (caso não saiba responder acima) II - INFORMAÇÕES DE OCUPAÇÃO E HÁBITOS 11. OCUPAÇÃO: () agricultor () outros _____________________________________ 12. Há quanto tempo trabalha nesta ocupação? _______ anos; _______ meses; _______ dias 13. Trabalha ou trabalhou em outra ocupação? () SIM () NÃO QUAL? ____________ HÁ QUANTO TEMPO ? __________ e Continua atualmente? () SIM () NÃO ** Se NÃO-AGRICULTOR, pule para o item 17 ** 14. QUANTAS HORAS gasta na lavoura? |__|__| Horas por dia 15. QUAIS SÃO OS CULTIVOS na lavoura? ______________________________________ _____________________________________________________________________________ 16. A lavoura que você trabalha fica na sua residência? () SIM () NÃO 17. Qual a DISTÂNCIA da sua residência para a lavoura mais perto? () menos de 50 metros () 100-200 metros () 50-100 metros () mais de 200 metros 18. Quando ocorre aplicação de agrotóxicos/venenos nas lavouras, você é capaz de sentir o cheiro dentro de casa? () SIM () NÃO 19. Você tem HORTA EM CASA? () SIM () NÃO 20. Você CONSOME O QUE PLANTA? () SIM () NÃO 21. Quais as atividades em que você trabalha/ajuda na lavoura? Atividades às vezes sempre nunca Capinar Covar Semear Dubar Fazer leras Estercar Desbrotar Colher Preparar veneno p/ aplicação Puxar mangueira p/ pulverização Pulverizar c/ costal ou mangueira Lavar costal depois da aplicação Armazenar o agrot./veneno Outros:_____________________ III - INFORMAÇÕES DE SAÚDE 22. Você já TEVE ou TEM algum PROBLEMA DE SAÚDE? () SIM () NÃO () Pressão Alta () Colesterol alto () Diabetes () Câncer () Aids () Alt. Neurológica () Olhos () Pele () Pulmões () Intestino () Cabeça () Fígado () Outros_________________________________ 25. Faz uso de medicamento ? () SIM () NÃO QUAL/QUAIS?___________________________________________________________________________ IV - INFORMAÇÕES AUDITIVAS 26. Você tem ALGUM PROBLEMA de audição? () SIM () NÃO 27. Você já percebeu algum LÍQUIDO saindo do ouvido (otorréia)? () SIM () NÃO 28. Você já fez alguma CIRURGIA no ouvido? () SIM () NÃO 29. Já teve perfuração do tímpano? () SIM () NÃO 30. Já trabalhou exposto a ruído forte? () SIM () NÃO QUAIS?_________________________ Por quanto tempo? ___________________________ 31. Você acha que ESCUTA BEM em ambiente SILENCIOSO ? () SIM () NÃO 32. Você acha que ESCUTA BEM em ambiente RUIDOSO ? () SIM () NÃO 33. Você tem zumbido? () SIM () NÃO V - INFORMAÇÕES SOBRE USO DO AGROTÓXICO 3. Qual VENENO você USA em seu TRABALHO? () Actara (inseticida/nicotinoíde) () Curzate Br (fungicida/dimetilditiocarbamato) () Decis (inseticida/piretroíde) () Fastac (inseticida/piretroíde) () Glifosato (herbicida/glifosato) () Gramoxone (herbicida/paraquat) () Lannate (inseticida/metilcarbamato) () Polytrin (inseticida/organofosforado) () Premio (inseticida/antranilamida) () Roundup (herbicida/glifosato) () Tamaron (inset.,acaricida/organofosforado) () Tordon (herbicida/picloram) () Turbo (inseticida/piretroíde) () Vertimec (inset.,acaricida,nematicida/avermactina) () Outros ______________________________ 35. Há QUANTO TEMPO você TRABALHA COM VENENO NA PLANTAÇÃO ? () menos de 1 ano () 11-20 anos () 1-5 anos () 21-30 anos () 5-10 anos () mais de 30 anos 36. QUAL CONTATO VOCÊ TEM COM OS AGROTÓXICOS/VENENOS? () direto (manipula a mistura e aplica na lavoura) () direto (puxa a mangueira) () indireto (a lavoura é no mesmo terreno de casa) () indireto (lava o costal) 37. Durante a ÚLTIMA ESTAÇÃO, QUANTOS DIAS você APLICOU VENENO? () Nunca () 1-5 dias () 6-25 dias () 26-50 dias () mais de 50 dias 38. Quantos litros e/ou quilos você usa por semana/mês?_____________________________ 39. QUANTAS VEZES POR MÊS VOCÊ USA O VENENO ? () 1 vez ()5- 10 vezes () 1-5 vezes ()mais de 10 vezes 40. Com QUANTOS ANOS você COMEÇOU a ter CONTATO com AGROTÓXICO? () 5-10 anos ()15-20 anos () 10-15 anos ()21 anos ou mais 41. QUANTAS VEZES VOCÊ REALIZA ESSAS ATIVIDADES? 41.1. EXPOSIÇÃO A RUÍDO (barulho muito alto) – Dirigir caminhões, tratores, ônibus, moer alimentos ou soldar ? () Nunca, ou menos de 1 vez por mês () 1-3 vezes por mês (mensalmente) () 1-5 vezes por semana (semanalmente) () 6-7 vezes por semana (diariamente) 41.2. MANUSEIA GASOLINA OU ALGUM SOLVENTE PARA LIMPEZA? () Nunca, ou menos de 1 vez por mês () 1-3 vezes por mês (mensalmente) () 1-5 vezes por semana (semanalmente) () 6-7 vezes por semana (diariamente) 41.3. PINTAR () Nunca, ou menos de 1 vez por mês () 1-3 vezes por mês (mensalmente) () 1-5 vezes por semana (semanalmente) () 6-7 vezes por semana (diariamente) VI - HÁBITOS DE TRABALHO 42. QUANTAS HORAS você TRABALHA por dia? () 4 horas () 10 horas () 6 horas () 12 horas () 8 horas () mais de 12 horas 43. Com qual FREQUÊNCIA você USA EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO (EPI) quando em contato com AGROTÓXICO? () sempre ()às vezes () nunca uso. EM CASO NEGATIVO, POR QUE NÃO USA FREQUENTEMENTE? () não precisa () atrapalha () dificulta o trabalho () se sente mal () não tem () outros ______________________________ CASO USE EPI, RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO: QUAIS EPIs VOCÊ USA? () máscara de papel () máscara de pano () respirador () botas () roupas descartáveis () luvas de borracha () Luvas de Lã () óculos () macacões () avental () Outro____________________ 44. HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ USA EPI? () há menos de 1 ano () mais de 10 anos () 1-5 anos () sempre usou () 5-10 anos 45. Tipos de VESTIMENTA que utiliza quando APLICA OS AGROTÓXICOS ou PUXA A MANGUEIRA: No pé () calçado aberto () calçado fechado Vestimenta superior () sem camisa () manga curta ou sem manga () manga comprida Vestimenta inferior () bermuda ou short () calça comprida 46. Quantos dias você usa a mesma roupa para preparação e aplicação do veneno? ___ dias 47. Você lava suas mãos durante ou após o trabalho? () SIM () NÃO 48. Você toma banho logo após aplicar os agrotóxicos/venenos? () SIM () NÃO 49. Você costuma comer durante a aplicação dos agrotóxicos? () SIM () NÃO 50. Frequência de lavagem das vestimentas utilizadas na aplicação dos venenos na lavoura? () logo após a aplicação de agrotóxicos () outro dia em diante 51. Você quem lava as vestimentas utilizadas na lavoura ? () SIM () NÃO Código de Pontuação Variável Respostas Pontuação 0-1 hora 0 pontos Horas de trabalho por dia 1-4 horas 1 ponto 5-8 horas 2 pontos 08 horas ou mais 3 pontos Lavoura na residência Não 0 pontos Sim 1 ponto Menos de 50 metros 3 pontos 50-100 metros 2 pontos 100-200 metros 1 ponto Distância da residência até a lavoura Mais de 200 metros 0 pontos Nunca 0 pontos 1-5 anos 1 ponto Tempo de exposição 5-20 anos 2 pontos 21-30 anos 3 pontos Nunca 0 pontos Dias de uso durante a última estação 1-5 dias 1 ponto 6-25 dias 2 pontos 26-50 dias 3 pontos Mais de 50 dias 4 pontos Nunca 0 pontos Quantidade de uso por mês 1-5 vezes 1 ponto 6-30 vezes 2 pontos Mais de 50 vezes 3 pontos 18 anos ou mais 0 pontos Idade do início do contato com agrotóxico 10-17 anos 1 ponto 05-10 anos 2 pontos Contato com os agrotóxicos manipula a mistura e aplica na lavoura 4 pontos puxa a mangueira 3 pontos a lavoura é no mesmo terreno de casa 2 pontos lava o costal 1 ponto Sempre Às vezes Nunca Atividades realizadas na lavoura Capinar 1 ponto 1 ponto 0 pontos Covar 1 ponto 1 ponto 0 pontos Semear 1 ponto 1 ponto 0 pontos Adubar 1 ponto 1 ponto 0 pontos Fazer leras 1 ponto 1 ponto 0 pontos Estercar 1 ponto 1 ponto 0 pontos Desbrotar 1 ponto 1 ponto 0 pontos Colher 1 ponto 1 ponto 0 pontos Preparar veneno p/ aplicação 1 ponto 1 ponto 0 pontos Puxar mangueira p/ pulverização 9 pontos 8 pontos 0 pontos Pulverizar c/ costal ou mangueira 9 pontos 9 pontos 0 pontos Lavar costal depois da aplicação 8 pontos 8 pontos 0 pontos Armazenar o agrot./veneno 9 pontos 9 pontos 0 pontos ), adaptadado do Agricultural Health Study(1414 Agricultural Health Study [Internet]. Farmer applicator questionnaire. Durham: Agricultural Health Study; 1996 [citado em 2012 Nov 11]. Disponível em: http://aghealth.nci.nih.gov/qnaires/farmer.pdf
http://aghealth.nci.nih.gov/qnaires/farm...
), para aferir o grau de exposição a agrotóxicos. A aplicação do questionário foi realizada por dois aplicadores previamente treinados. O instrumento continha também perguntas relacionadas a informações pessoais, informações sobre ocupação e hábitos de vida, informações gerais de saúde e informações auditivas. O tempo, tipo de exposição, processo de trabalho e o tipo de agrotóxico utilizado também foram investigados. O instrumento permitiu gerar um score de exposição a agrotóxicos, que variou entre 0 (menos exposto) e 63 (mais exposto). Os participantes foram então categorizados em 4 grupos de exposição de acordo com os quartis do score.

Exame audiológico

Meatoscopia

Todos os participantes foram submetidos à meatoscopia através do otoscópio clínico 2000 mini da marca Heine, objetivando a inspeção do meato acústico externo. Indivíduos que apresentaram cerúmen e alterações na membrana timpânica foram excluídos do estudo e encaminhados para avaliação médica.

Avaliação audiológica básica

As avaliações audiológicas foram realizadas em cabine com isolamento acústico, específica para a realização da Audiometria, utilizando audiômetro da marca Intercoustic modelo AC30. A audiometria tonal limiar foi realizada para aferição dos limiares auditivos. A pesquisa dos limiares foi realizada por via aérea e via óssea. Os participantes foram submetidos também a pesquisa do limiar de reconhecimento de fala (LRF) e índice percentual de reconhecimento de fala (IPRF).

Os indivíduos que apresentaram limiar auditivo superior a 20 decibéis, nível de audição (dB NA) foram excluídos do estudo e, portanto, não foram submetidos à avaliação das emissões otoacústicas.

Imitanciometria

A avaliação da orelha média foi realizada utilizando-se imitanciômetro da marca Interacoustic modelo AZ7. Participantes com alterações de orelha média, caracterizadas pelas curvas “B” e “C”, foram excluídos do estudo e encaminhados ao serviço médico. Portanto só entraram no estudo aqueles alunos com timpanograma do tipo A, cujo ponto máximo de admitância variou de 0 a 100 deca Pascal (daPa).

Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAE)

Na avaliação das EOAE, foi utilizado o equipamento Otodynamics OEA EZ – Echoport ILO288 da marca ILO acoplado a um notebook. Os exames foram realizados em uma sala silenciosa. Uma sonda, modelo SGD General TE+DPOAE foi acoplada ao equipamento e inserida no meato acústico externo, após inspeção. O exame foi realizado nas duas orelhas de cada participante.

Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAET)

As EOAET foram registradas em resposta a um estímulo por clique. A intensidade do estímulo foi em torno de 80 dBNPS (nível de pressão sonora), reprodutibilidade maior que 50%, e estabilidade da sonda igual ou superior a 70%. Foi utilizado o protocolo “TE Screen 70% a 3/4 frequências”, avaliando as bandas de frequência de 1, 1,5; 2; 3 e 4 kilohertz (kHz), porém a frequência de 1 kHz não foi analisada pois apresentou alteração na reprodutibilidade e amplitude da relação Sinal/Ruído (S/R). Nível de resposta da relação S/R igual ou superior a 3 dBNPS foi definido como critério para presença de resposta. O indivíduo deveria apresentar presença de resposta em pelo menos três bandas de frequência, sendo obrigatoriamente presente a banda de 4 kHz. As respostas obtidas dentro dos critérios acima citados foram consideradas “passa” e os exames diferentes destes foram considerados “falha”(1515 Augusto LSC, Kulay LA, Franco ES. Audição e exposição ao tolueno-uma contribuição para o tema. Int Arch Otorhinolaryngol. 2012;16(2):246-58. PMid:25991943.).

Emissões Otoacústicas Evocadas por produtos de distorção (EOAPD)

A avaliação foi realizada para as frequências de 1,5; 2,0; 3,0; 4,0 e 6,0 KHz. O protocolo utilizou 2 níveis de intensidade: L1=65 dBNPS e L2=55 dBNPS. Para caracterizar a presença ou ausência da resposta, foi utilizada a relação S/R igual ou superior 6 dBNPS(1616 Amorim RB, Lopes AC, Santos KTP, Melo ADP, Lauris JRP. Alterações auditivas da exposição ocupacional em músicos. Arq Int Otorrinolaringol. 2008;12(3):377-83.).

O indivíduo deveria apresentar presença de resposta em pelo menos quatro bandas de frequência, sendo obrigatoriamente presente a banda de 4 kHz e 6 kHz. As respostas obtidas dentro dos critérios acima citados foram consideradas “passa” e os exames diferentes destes foram considerados “falha”.

Análise estatística

Para analisar os dados obtidos, agrupamos os participantes de acordo com os quartis do score de exposição a agrotóxicos. As respostas das EOAE foram então verificadas em cada quartil, bem como as variáveis gênero e faixa etária. Foi utilizada a análise de variância (ANOVA) para discriminar as respostas médias obtidas em cada grupo de exposição. O teste Quiquadrado de Pearson foi realizado para a análise referente ao critério “passa/falha” das EOAE em cada orelha e na análise da relação S/R por faixa de frequência. Finalmente, foi realizada uma análise de regressão logística para o cálculo das razões de chance (Odds ratio) de ausência de resposta das EOAET e EOAPD para cada grupo de exposição a agrotóxicos, utilizando-se o quartil I (menos expostos) como referência.

RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta as principais características da população de estudo. Dos 205 estudantes avaliados, 78% trabalhavam na agricultura e, destes, 69,3% reportaram exposição a agrotóxicos. Houve predominância de indivíduos na faixa etária de 8-19 anos (89,8%) e equivalência com relação ao gênero.

Tabela 1
Principais caraterísticas da população estudada em relação ao gênero, Faixa Etária, Exposição ao ruído, Exposição a solventes, trabalho na agricultura e Exposição aos agrotóxicos, (N=205)

A Tabela 2 fornece a média, mediana e desvio padrão para a relação S/R das EOAET e EOAPD, em função dos quartis de exposição a agrotóxicos. Com relação às EOAET, observou-se que, quanto maior a exposição, menores foram as respostas, tanto médias como medianas, principalmente entre as frequências de 2,0 e 4,0 kHz. Entretanto, tal efeito não foi detectável pelo teste de ANOVA. Já para o teste de EOAPD, observou-se resultado semelhante, ou seja, menores respostas médias e medianas em indivíduos mais expostos, porém este efeito foi mais intenso na frequência mais alta (6 kHz), cujo teste de ANOVA revelou um p valor com significância marginal.

Tabela 2
Medidas de Tendência Central, Média, Mediana e (Desvio Padrão), da relação S/R dos quartis de exposição, (N=205)

A Figura 1 apresenta os resultados da relação S/R e do critério “passa/falha” das EOAET e EOAPD, para cada quartil, subdividido por score de exposição, e por orelha. Os estudantes que reportaram maior exposição (quartil IV) apresentaram número de alterações em 4 kHz para EOAET na orelha direita (OD) significativamente superior, quando comparados aos estudantes menos expostos (Grupo I). Estes estudantes também apresentaram maior frequência de falhas que o grupo de comparação (p <0,05).

Figura 1
Frequência da relação S/R e do critério “passa/ falha”, subdividido por score de exposição, e por orelha, na amostra total, (N = 205)

No teste das EOAPD, a proporção de falhas foi significativamente mais elevada nos grupos mais expostos (quartis III e IV), na frequência de 6 kHz, na orelha esquerda (OE). Para as respostas das EOAPD, o critério “passa/falha” esteve marginalmente associado ao grau de exposição (p = 0,06).

A Tabela 3 apresenta a análise descritiva do critério “passa/falha’” das EOAE, por quartil de exposição, gênero e faixa etária. As alterações nas respostas das EOAET estiveram associadas com o quartil de exposição (p=0,016) e marginalmente associadas ao gênero do participante (p=0,062), sendo ligeiramente mais frequentes entre os homens. Alterações nas EOAET não estiveram associadas à faixa etária (p=0,181). No que tange às EOAPD, suas alterações também mostraram associação com a exposição a agrotóxicos (p=0,006), mas não com o gênero (p=0,546) e a faixa etária (p=0,594) do participante.

Tabela 3
Análise descritiva do critério “passa/falha”, por quartil de exposição, gênero e faixa etária, (N=205)

A Tabela 4 apresenta os resultados do critério “passa/falha”, da análise de regressão logística. O quartil I foi utilizado como grupo de comparação para os demais quartis. A chance de alunos mais expostos (quartil IV) apresentarem falhas no teste das EOAET foi cerca de 3,5 vezes maior que entre os estudantes do quartil I (OR bruta: 3,44; IC95%: 1,40-8,44 & OR ajustada: 3,65; IC95%: 1,35-9,86). As estimativas de risco também estiveram elevadas para os estudantes dos grupos 2 e 3, quando comparados com os do grupo 1, porém sem significância estatística. Ainda assim, o teste de tendência revelou-se significativo (p=0,029 para o modelo bruto e p=0,035 para o modelo ajustado), sugerindo que quanto maior a exposição, maior a magnitude do risco de alterações da função coclear. A chance de alteração da função coclear, avaliada através das EOAPD, também foi significativamente maior entre os estudantes do quartil IV, quando comparados com os do 1o. (OR bruta: 2,87; IC95%: 1,12-7,36 & OR ajustada: 2,61; IC95%: 1,18-7,15). Uma vez mais o teste estatístico revelou tendência de aumento do risco, com o aumento da exposição (p=0,051 para o modelo bruto e p=0,043 para o modelo ajustado).

Tabela 4
Comparação entre os resultados do critério “passa/falha”, considerando o grupo I como referência, (N=205)

DISCUSSÃO

A desordem sensorial do aparelho vestibulococlear pode ser causada por uso de drogas ototóxicas, exposição aos agrotóxicos, exposição ao ruído ocupacional, solventes(1717 Silva VG, Sampaio ALL, Oliveira CACP, Tauil PL, Jansen GMB. Hair cell alteration prevalence rates in students of a school in Distrito Federal. Braz J Otorhinolaryngol. 2012;78(4):91-7.), entre outros fatores.

Os dados obtidos neste estudo sugerem que os alunos da referida escola, em Nova Friburgo, estão expostos a agrotóxicos. Uma minoria está exposta a ruído ocupacional e a solventes, quando manuseiam equipamentos utilizados na lavoura.

A população Jovem de São Lourenço participa ativamente da agricultura e necessita ter sua audição monitorada. Um estudo realizado recentemente nos Estados Unidos, testou programas de educação em saúde auditiva em jovens que realizam atividade rural, porém só avaliou a exposição a ruídos na fazenda e no período de lazer(1818 McCullagh MC, Banerjee T, Yang J. Protocol of a test of hearing health education programs for farm and rural youth. BMC Public Health. 2015;15(1):1. PMid:26475373. http://dx.doi.org/10.1186/s12889-015-2393-y.
http://dx.doi.org/10.1186/s12889-015-239...
).

Alguns estudos apontam para a possibilidade de detecção precoce da perda auditiva através do exame de emissões otoacústicas evocadas(1919 Sulaiman AH, Husain R, Seluakumaran K. Evaluation of early hearing damage in personal listening device users using extended high-frequency audiometry and otoacoustic emissions. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2014;271(6):1463-70. PMid:23812554. http://dx.doi.org/10.1007/s00405-013-2612-z.
http://dx.doi.org/10.1007/s00405-013-261...
). Quando as respostas estão presentes, indicam uma forte evidência de função coclear normal ou próxima do normal, tornando-se assim uma ferramenta importante na avaliação objetiva. O teste das EOAE pode detectar alterações nas células ciliadas externas mesmo antes de revelar mudanças na audiometria convencional(2020 Baradarnfar MH, Karamifar K, Mehrparvar AH, Mollasadeghi A, Gharavi M, Karimi G, et al. Amplitude changes in otoacoustic emissions after exposure to industrial noise. Noise Health. 2012;14(56):28-31. PMid:22387710. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.93329.
http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.9332...
).

As médias obtidas na relação S/R das EOAET apresentaram uma tendência de diminuição, com maior número de falhas, entre as frequências de 2,0 e 4,0 kHz. No teste de EOAPD, esta diminuição foi mais evidente na banda de frequência de 6 kHz, no grupo com maior escore de exposição. Esses resultados são compatíveis com estudos que relatam que as frequências altas são as mais afetadas nesse tipo de exposição(1212 Aita ADC, Siqueira LP, Aita FS. O uso de emissões otoacústicas como ferramenta auxiliar no diagnóstico de efeitos da exposição ao ruído. RBSO. 2011;36(124):282-7.,2121 Boger ME, Sampaio ALL, Oliveira CACP. Emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção em trabalhadores normo-ouvintes expostos ao ruído ocupacional. Revista Eletrônica Gestão & Saúde. 2013;422065-77.).

Resultados semelhantes foram encontrados nas análises da relação S/R, para cada orelha separada. Observou-se maior proporção de falhas na frequência de 4 kHz para EOAET no grupo mais exposto, tanto para a OD como para a OE. Para o registro das EOAPD, foi encontrado o maior percentual de alterações também na frequência de 6 kHz bilateralmente. Esses dados podem ser explicados de acordo com a tonotopia da cóclea. Na base da cóclea, estão situadas fibras curtas e rígidas que apresentam resposta às altas frequências e, no ápice, essas fibras são longas e flexíveis, vibrando na presença de baixas frequências(2222 Almeida MG, Sena-Yoshinaga TA, Côrtes-Andrade IF, Sousa MNC, Lewis DR. Automated auditory brainstem responses with CE-Chirp® at different intensity levels. Audiol Commun Res. 2014;19(2):117-23. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014000200004.
http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014...
).

Estudos revelam que os agentes ototóxicos comprometem as frequências altas antes das frequências baixas, devido a sua configuração anatômica(2323 Liberman PHP, Goffi-Gomez MVS, Schultz C, Lopes LF. Quais as frequências audiométricas acometidas são responsáveis pela queixa auditiva nas disacusias por ototoxicidade após o tratamento oncológico? Arq Int Otorrinolaringol. 2012;16(1):26-31. http://dx.doi.org/10.7162/S1809-48722012000100003.
http://dx.doi.org/10.7162/S1809-48722012...
).

Os achados nas emissões otoacústicas evocadas em indivíduos com limiares auditivos dentro dos critérios de normalidade são de aproximadamente 98%, discordando dos achados na presente pesquisa, em que os indivíduos, mesmo do grupo com menor exposição, apresentaram normalidade das respostas em 48,1% nas EOAET e 46,3% nas EOAPD. Provavelmente, esse fato pode ser explicado pela exposição ambiental e alimentar que acometem todos os residentes daquela região de Nova Friburgo(2424 Peres F, Moreira JC. Saúde e ambiente em sua relação com o consumo de agrotóxicos em um pólo agrícola do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Health, environment, and pesticide use in a farming area in Rio de Janeiro State, Brazil. Cad Saude Publica. 2007;23(4):612-21. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007001600021.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007...
).

Homens e mulheres apresentaram resultados iguais na alteração das respostas para o teste das EOAPD, não sendo necessário realizar a análise ajustada dos dados. Em contrapartida, encontramos nas EOAET maior alteração nas respostas obtidas pelos homens, dados que foram evidenciados mesmo quando foi realizada a análise ajustada para razão de chances. Esse fato pode estar associado ao trabalho realizado na lavoura, pois os homens estão diretamente ligados ao trabalho agrícola, já as mulheres estão expostas indiretamente através das suas atividades realizadas no lar, como lavar as roupas e equipamentos utilizados no campo, bem como ajudar na pulverização puxando a mangueira e limpar a poeira da casa(2525 Araújo AJ, Lima JS, Moreira JC, Jacob SC, Soares MO, Monteiro MCM et al. Exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos à saúde: estudo transversal em amostra de 102 trabalhadores rurais, Nova Friburgo, RJ. Ciênc Saúde Coletiva. 2007;12(1):115-30. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000100015.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007...
).

O presente estudo encontrou uma associação positiva entre exposição a agrotóxicos e alteração da função coclear, avaliada por meio de EOAE. O teste de EOAET apresentou maior sensibilidade quando comparado ao teste de EOAPD para detecção dessa associação, ao realizar a análise específica em cada frequência testada. Contudo, os resultados foram semelhantes ao considerar a resposta alterada em duas ou mais frequências testadas, independentemente da orelha.

Alguns autores realizaram um estudo com 270 trabalhadores metalúrgicos do gênero masculino, entre 18 e 30 anos, divididos em dois grupos: GI (160 trabalhadores com 1 a 5 anos de exposição) e GII (110 trabalhadores com exposição maior que 5 anos). Entre as EOAT do GI, 82% passaram e 5,62% falharam bilateralmente; já no GII, 80% passaram e 7,3% falharam bilateralmente. Entre as EOAPD no GI, 96,9% passaram e 0,6% falhou bilateralmente. No GII, 97,3% passaram e 0,9% falhou bilateralmente(1111 Almeida ND Fo, Filletti F, Guillaumon HR, Serafini F. Intensidade do ruído produzido em sala de aula e análise de emissões acústicas em escolares. Int Arch Otorhinolaryngol. 2012;16(1):91-5.).

Comparando os resultados deste estudo com o citado anteriormente, encontramos maior proporção de falhas para EOAET em relação ao teste das EOAPD, corroborando com a afirmação de que o exame das EOAET é uma importante ferramenta para a detecção precoce de alterações na fisiologia coclear decorrentes da exposição ocupacional, tanto para ruído como para agentes ototóxicos.

Sugerimos que novos estudos sejam realizados com os estudantes da região para monitoramento da saúde auditiva, já que muitos continuarão sendo expostos aos agrotóxicos. Um estudo longitudinal poderá corroborar para a associação entre exposição e alterações cocleares.

CONCLUSÃO

Os resultados do presente estudo sugerem que a exposição a agrotóxicos aumenta o risco de alterações da função coclear. Neste sentido, as emissões otoacústicas evocadas podem contribuir precocemente no diagnóstico de alterações auditivas, quando os limiares da audiometria ainda não estiverem alterados.

Apêndice A Questionário para aferir o grau de exposição aos agrotóxicos

Questionário

I - INFORMAÇÕES GERAIS

1. NOME:____________________________________________________________________

2. IDADE - dia, mês e ano nasceu? dia |__|__| mês |__|__| ano |__|__|__|____| OU ____ anos

3.GÊNERO: () F () M 4. ESTADO CIVIL:_______________________________________

5. ENDEREÇO:________________________________________________________________

6. BAIRRO:_________________________ 7. CIDADE:__________________________

8. CEP.:____________ 9. TEL.:________________________________________________

9. Mora em SÍTIO/FAZENDA/VILAREJO:________________________________________

10. ESCOLARIDADE:

() Analfabeto () Fundamental II completo () Médio completo

() Fundamental I completo () Fundamental II incompleto () Médio incompleto

() Fundamental I incompleto () Superior incompleto () Superior completo

Quantos anos de escolaridade? _________________________ (caso não saiba responder acima)

II - INFORMAÇÕES DE OCUPAÇÃO E HÁBITOS

11. OCUPAÇÃO: () agricultor () outros _____________________________________

12. Há quanto tempo trabalha nesta ocupação? _______ anos; _______ meses; _______ dias

13. Trabalha ou trabalhou em outra ocupação? () SIM () NÃO QUAL? ____________

HÁ QUANTO TEMPO ? __________ e Continua atualmente? () SIM () NÃO

** Se NÃO-AGRICULTOR, pule para o item 17 **

14. QUANTAS HORAS gasta na lavoura? |__|__| Horas por dia

15. QUAIS SÃO OS CULTIVOS na lavoura? ______________________________________

_____________________________________________________________________________

16. A lavoura que você trabalha fica na sua residência? () SIM () NÃO

17. Qual a DISTÂNCIA da sua residência para a lavoura mais perto?

() menos de 50 metros () 100-200 metros

() 50-100 metros () mais de 200 metros

18. Quando ocorre aplicação de agrotóxicos/venenos nas lavouras, você é capaz de sentir o cheiro dentro de casa? () SIM () NÃO

19. Você tem HORTA EM CASA? () SIM () NÃO

20. Você CONSOME O QUE PLANTA? () SIM () NÃO

21. Quais as atividades em que você trabalha/ajuda na lavoura?

Atividades às vezes sempre nunca
Capinar
Covar
Semear
Dubar
Fazer leras
Estercar
Desbrotar
Colher
Preparar veneno p/ aplicação
Puxar mangueira p/ pulverização
Pulverizar c/ costal ou mangueira
Lavar costal depois da aplicação
Armazenar o agrot./veneno
Outros:_____________________

III - INFORMAÇÕES DE SAÚDE

22. Você já TEVE ou TEM algum PROBLEMA DE SAÚDE? () SIM () NÃO

() Pressão Alta () Colesterol alto () Diabetes () Câncer () Aids

() Alt. Neurológica () Olhos () Pele () Pulmões () Intestino

() Cabeça () Fígado () Outros_________________________________

25. Faz uso de medicamento ? () SIM () NÃO QUAL/QUAIS?___________________________________________________________________________

IV - INFORMAÇÕES AUDITIVAS

26. Você tem ALGUM PROBLEMA de audição? () SIM () NÃO

27. Você já percebeu algum LÍQUIDO saindo do ouvido (otorréia)? () SIM () NÃO

28. Você já fez alguma CIRURGIA no ouvido? () SIM () NÃO

29. Já teve perfuração do tímpano? () SIM () NÃO

30. Já trabalhou exposto a ruído forte? () SIM () NÃO

QUAIS?_________________________ Por quanto tempo? ___________________________

31. Você acha que ESCUTA BEM em ambiente SILENCIOSO ? () SIM () NÃO

32. Você acha que ESCUTA BEM em ambiente RUIDOSO ? () SIM () NÃO

33. Você tem zumbido? () SIM () NÃO

V - INFORMAÇÕES SOBRE USO DO AGROTÓXICO

3. Qual VENENO você USA em seu TRABALHO?

() Actara (inseticida/nicotinoíde) () Curzate Br (fungicida/dimetilditiocarbamato)

() Decis (inseticida/piretroíde) () Fastac (inseticida/piretroíde)

() Glifosato (herbicida/glifosato) () Gramoxone (herbicida/paraquat)

() Lannate (inseticida/metilcarbamato) () Polytrin (inseticida/organofosforado)

() Premio (inseticida/antranilamida) () Roundup (herbicida/glifosato)

() Tamaron (inset.,acaricida/organofosforado) () Tordon (herbicida/picloram)

() Turbo (inseticida/piretroíde) () Vertimec (inset.,acaricida,nematicida/avermactina)

() Outros ______________________________

35. Há QUANTO TEMPO você TRABALHA COM VENENO NA PLANTAÇÃO ?

() menos de 1 ano () 11-20 anos

() 1-5 anos () 21-30 anos

() 5-10 anos () mais de 30 anos

36. QUAL CONTATO VOCÊ TEM COM OS AGROTÓXICOS/VENENOS?

() direto (manipula a mistura e aplica na lavoura)

() direto (puxa a mangueira)

() indireto (a lavoura é no mesmo terreno de casa)

() indireto (lava o costal)

37. Durante a ÚLTIMA ESTAÇÃO, QUANTOS DIAS você APLICOU VENENO?

() Nunca

() 1-5 dias

() 6-25 dias

() 26-50 dias

() mais de 50 dias

38. Quantos litros e/ou quilos você usa por semana/mês?_____________________________

39. QUANTAS VEZES POR MÊS VOCÊ USA O VENENO ?

() 1 vez ()5- 10 vezes

() 1-5 vezes ()mais de 10 vezes

40. Com QUANTOS ANOS você COMEÇOU a ter CONTATO com AGROTÓXICO?

() 5-10 anos ()15-20 anos

() 10-15 anos ()21 anos ou mais

41. QUANTAS VEZES VOCÊ REALIZA ESSAS ATIVIDADES?

41.1. EXPOSIÇÃO A RUÍDO (barulho muito alto) – Dirigir caminhões, tratores, ônibus, moer alimentos ou soldar ?

() Nunca, ou menos de 1 vez por mês

() 1-3 vezes por mês (mensalmente)

() 1-5 vezes por semana (semanalmente)

() 6-7 vezes por semana (diariamente)

41.2. MANUSEIA GASOLINA OU ALGUM SOLVENTE PARA LIMPEZA?

() Nunca, ou menos de 1 vez por mês

() 1-3 vezes por mês (mensalmente)

() 1-5 vezes por semana (semanalmente)

() 6-7 vezes por semana (diariamente)

41.3. PINTAR

() Nunca, ou menos de 1 vez por mês

() 1-3 vezes por mês (mensalmente)

() 1-5 vezes por semana (semanalmente)

() 6-7 vezes por semana (diariamente)

VI - HÁBITOS DE TRABALHO

42. QUANTAS HORAS você TRABALHA por dia?

() 4 horas () 10 horas

() 6 horas () 12 horas

() 8 horas () mais de 12 horas

43. Com qual FREQUÊNCIA você USA EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO (EPI) quando em contato com AGROTÓXICO?

() sempre ()às vezes () nunca uso.

EM CASO NEGATIVO, POR QUE NÃO USA FREQUENTEMENTE?

() não precisa () atrapalha () dificulta o trabalho

() se sente mal () não tem () outros ______________________________

CASO USE EPI, RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO:

QUAIS EPIs VOCÊ USA?

() máscara de papel () máscara de pano () respirador () botas

() roupas descartáveis () luvas de borracha () Luvas de Lã () óculos

() macacões () avental () Outro____________________

44. HÁ QUANTO TEMPO VOCÊ USA EPI?

() há menos de 1 ano () mais de 10 anos

() 1-5 anos () sempre usou

() 5-10 anos

45. Tipos de VESTIMENTA que utiliza quando APLICA OS AGROTÓXICOS ou PUXA A MANGUEIRA:

No pé () calçado aberto () calçado fechado
Vestimenta superior () sem camisa () manga curta ou sem manga () manga comprida
Vestimenta inferior () bermuda ou short () calça comprida

46. Quantos dias você usa a mesma roupa para preparação e aplicação do veneno? ___ dias

47. Você lava suas mãos durante ou após o trabalho? () SIM () NÃO

48. Você toma banho logo após aplicar os agrotóxicos/venenos? () SIM () NÃO

49. Você costuma comer durante a aplicação dos agrotóxicos? () SIM () NÃO

50. Frequência de lavagem das vestimentas utilizadas na aplicação dos venenos na lavoura?

() logo após a aplicação de agrotóxicos () outro dia em diante

51. Você quem lava as vestimentas utilizadas na lavoura ? () SIM () NÃO

Código de Pontuação

Variável Respostas Pontuação
0-1 hora 0 pontos
Horas de trabalho por dia 1-4 horas 1 ponto
5-8 horas 2 pontos
08 horas ou mais 3 pontos
Lavoura na residência Não 0 pontos
Sim 1 ponto
Menos de 50 metros 3 pontos
50-100 metros 2 pontos
100-200 metros 1 ponto
Distância da residência até a lavoura Mais de 200 metros 0 pontos
Nunca 0 pontos
1-5 anos 1 ponto
Tempo de exposição 5-20 anos 2 pontos
21-30 anos 3 pontos
Nunca 0 pontos
Dias de uso durante a última estação 1-5 dias 1 ponto
6-25 dias 2 pontos
26-50 dias 3 pontos
Mais de 50 dias 4 pontos
Nunca 0 pontos
Quantidade de uso por mês 1-5 vezes 1 ponto
6-30 vezes 2 pontos
Mais de 50 vezes 3 pontos
18 anos ou mais 0 pontos
Idade do início do contato com agrotóxico 10-17 anos 1 ponto
05-10 anos 2 pontos
Contato com os agrotóxicos manipula a mistura e aplica na lavoura 4 pontos
puxa a mangueira 3 pontos
a lavoura é no mesmo terreno de casa 2 pontos
lava o costal 1 ponto
Sempre Às vezes Nunca
Atividades realizadas na lavoura Capinar 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Covar 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Semear 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Adubar 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Fazer leras 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Estercar 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Desbrotar 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Colher 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Preparar veneno p/ aplicação 1 ponto 1 ponto 0 pontos
Puxar mangueira p/ pulverização 9 pontos 8 pontos 0 pontos
Pulverizar c/ costal ou mangueira 9 pontos 9 pontos 0 pontos
Lavar costal depois da aplicação 8 pontos 8 pontos 0 pontos
Armazenar o agrot./veneno 9 pontos 9 pontos 0 pontos
  • Trabalho realizado no Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ - Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
  • Fonte de financiamento: nada a declarar.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Gasparini MF, Freitas CM. Trabalho rural, saúde e ambiente: as narrativas dos produtores de flor frente aos riscos socioambientais. Ambient Soc. 2013;16(3):23-44. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-753X2013000300003
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1414-753X2013000300003
  • 2
    Rigotto RM, Silva AMC, Ferreira MJM, Rosa IF, Aguiar ACP. Tendências de agravos crônicos à saúde associados a agrotóxicos em região de fruticultura no Ceará, Brasil. Rev Bras Epidemiol. 2013;16(3):763-73. PMid:24896288. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2013000300019
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2013000300019
  • 3
    Sena TRR, Vargas MM, Oliveira CCC. Saúde auditiva e qualidade de vida em trabalhadores expostos a agrotóxicos. Ciênc Saúde Coletiva. 2013;18(6):1753-61. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000600026
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000600026
  • 4
    Gonçalves CGDO, Marques JM, Ribas A, Lacerda ABMD, Lobato DCB, Costa GL, et al. Caracterização dos limiares auditivos de odontólogos numa população da cidade de Curitiba-PR, Brasil. Arq Int Otorrinolaringol. 2012;16(1):32-8.
  • 5
    Liberman PHP, Goffi-Gomez M, Schultz C, Lopes LF. What are the audiometric frequencies affected are the responsible for the hearing complaint in the hearing loss for ototoxicity after the oncological treatment? Arq Int Otorrinolaringol. 2012;16(1):26-31.
  • 6
    Jerger S, Jerger J. Alterações auditivas. São Paulo: Atheneu; 1989.
  • 7
    Carneiro FF, Rigotto RM, Augusto LGS, Friedrich K, Burigo AC. Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: EPSJV; São Paulo: Expressão Popular; 2015.
  • 8
    Sliwinska-Kowalska M, Davis A. Noise-induced hearing loss. Noise Health. 2012;14(61):274-80. PMid:23257577. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.104893
    » http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.104893
  • 9
    Ehlers JJ, Graydon PS. Criando parcerias para superar as barreiras e educar a comunidade sobre a prevenção: perda auditiva na agricultura induzida por ruído. Ruído e Saúde. 2011;13(51),142.
  • 10
    Körbes D, Silveira AF, Hyppolito MÂ, Munaro G. Alterações no sistema vestibulococlear decorrentes da exposição ao agrotóxico: revisão de literatura Vestibulocochlear system alterations caused by exposure to pesticides: a literature review. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(1):146-52. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000100024
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342010000100024
  • 11
    Almeida ND Fo, Filletti F, Guillaumon HR, Serafini F. Intensidade do ruído produzido em sala de aula e análise de emissões acústicas em escolares. Int Arch Otorhinolaryngol. 2012;16(1):91-5.
  • 12
    Aita ADC, Siqueira LP, Aita FS. O uso de emissões otoacústicas como ferramenta auxiliar no diagnóstico de efeitos da exposição ao ruído. RBSO. 2011;36(124):282-7.
  • 13
    Santos VF, Silva DTC, Py MO. Emissões otoacústicas como instrumento de triagem auditiva em 431 crianças de 1 a 12 anos. Distúrb Comun. 2014;26(1):5-14.
  • 14
    Agricultural Health Study [Internet]. Farmer applicator questionnaire. Durham: Agricultural Health Study; 1996 [citado em 2012 Nov 11]. Disponível em: http://aghealth.nci.nih.gov/qnaires/farmer.pdf
    » http://aghealth.nci.nih.gov/qnaires/farmer.pdf
  • 15
    Augusto LSC, Kulay LA, Franco ES. Audição e exposição ao tolueno-uma contribuição para o tema. Int Arch Otorhinolaryngol. 2012;16(2):246-58. PMid:25991943.
  • 16
    Amorim RB, Lopes AC, Santos KTP, Melo ADP, Lauris JRP. Alterações auditivas da exposição ocupacional em músicos. Arq Int Otorrinolaringol. 2008;12(3):377-83.
  • 17
    Silva VG, Sampaio ALL, Oliveira CACP, Tauil PL, Jansen GMB. Hair cell alteration prevalence rates in students of a school in Distrito Federal. Braz J Otorhinolaryngol. 2012;78(4):91-7.
  • 18
    McCullagh MC, Banerjee T, Yang J. Protocol of a test of hearing health education programs for farm and rural youth. BMC Public Health. 2015;15(1):1. PMid:26475373. http://dx.doi.org/10.1186/s12889-015-2393-y
    » http://dx.doi.org/10.1186/s12889-015-2393-y
  • 19
    Sulaiman AH, Husain R, Seluakumaran K. Evaluation of early hearing damage in personal listening device users using extended high-frequency audiometry and otoacoustic emissions. Eur Arch Otorhinolaryngol. 2014;271(6):1463-70. PMid:23812554. http://dx.doi.org/10.1007/s00405-013-2612-z
    » http://dx.doi.org/10.1007/s00405-013-2612-z
  • 20
    Baradarnfar MH, Karamifar K, Mehrparvar AH, Mollasadeghi A, Gharavi M, Karimi G, et al. Amplitude changes in otoacoustic emissions after exposure to industrial noise. Noise Health. 2012;14(56):28-31. PMid:22387710. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.93329
    » http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.93329
  • 21
    Boger ME, Sampaio ALL, Oliveira CACP. Emissões otoacústicas evocadas por produto de distorção em trabalhadores normo-ouvintes expostos ao ruído ocupacional. Revista Eletrônica Gestão & Saúde. 2013;422065-77.
  • 22
    Almeida MG, Sena-Yoshinaga TA, Côrtes-Andrade IF, Sousa MNC, Lewis DR. Automated auditory brainstem responses with CE-Chirp® at different intensity levels. Audiol Commun Res. 2014;19(2):117-23. http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014000200004
    » http://dx.doi.org/10.1590/S2317-64312014000200004
  • 23
    Liberman PHP, Goffi-Gomez MVS, Schultz C, Lopes LF. Quais as frequências audiométricas acometidas são responsáveis pela queixa auditiva nas disacusias por ototoxicidade após o tratamento oncológico? Arq Int Otorrinolaringol. 2012;16(1):26-31. http://dx.doi.org/10.7162/S1809-48722012000100003
    » http://dx.doi.org/10.7162/S1809-48722012000100003
  • 24
    Peres F, Moreira JC. Saúde e ambiente em sua relação com o consumo de agrotóxicos em um pólo agrícola do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Health, environment, and pesticide use in a farming area in Rio de Janeiro State, Brazil. Cad Saude Publica. 2007;23(4):612-21. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007001600021
    » http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007001600021
  • 25
    Araújo AJ, Lima JS, Moreira JC, Jacob SC, Soares MO, Monteiro MCM et al. Exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos à saúde: estudo transversal em amostra de 102 trabalhadores rurais, Nova Friburgo, RJ. Ciênc Saúde Coletiva. 2007;12(1):115-30. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000100015
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000100015

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    25 Mar 2016
  • Aceito
    09 Nov 2016
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Al. Jaú, 684, 7º andar, 01420-002 São Paulo - SP Brasil, Tel./Fax 55 11 - 3873-4211 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@codas.org.br