Acessibilidade / Reportar erro

Instrumento de rastreio para disfagia orofaríngea no Acidente Vascular Encefálico - Parte I: evidências de validade baseadas no conteúdo e nos processos de resposta

RESUMO

Objetivo

Este estudo tem o objetivo de identificar as evidências de validade baseadas no conteúdo e nos processos de resposta de um instrumento de Rastreamento para disfagia orofaríngea no Acidente Vascular Encefálico (RADAVE).

Método

Os critérios para elaborar os itens do instrumento foram baseados na revisão de literatura. Um grupo de juízes com 19 profissionais distintos e da área da saúde avaliaram a relevância e representatividade das questões e o resultado foi analisado por meio do índice de validade de conteúdo (IVC). Para evidência de validade baseada nos processos de resposta, 23 profissionais da saúde aplicaram o instrumento e analisaram as questões por meio de escala estruturada e entrevista cognitiva.

Resultados

O RADAVE foi estruturado para ser aplicado em duas etapas. A primeira versão foi constituída por 18 questões na etapa I e 11 questões na etapa II. Oito questões da etapa I e quatro questões da etapa II não atingiram o IVC mínimo, sendo realizadas reformulações pelos autores. A entrevista cognitiva demonstrou a necessidade de novos ajustes que resultaram na versão final com 12 questões na Etapa I e seis questões na Etapa II.

Conclusão

Foi possível desenvolver um instrumento de rastreamento para a disfagia no Acidente Vascular Encefálico com adequadas evidências de validade baseadas no conteúdo e nos processos de resposta. As duas evidências de validade obtidas até o momento permitiram ajustar o instrumento em relação ao seu constructo. Os próximos estudos irão analisar as demais evidências de validade e as medidas de acurácia.

Descritores
Acidente Vascular Cerebral; Transtornos de Deglutição; Programas de Rastreamento; Estudos de Validação

ABSTRACT

Purpose

The aim of the present study was to identify the evidence of validity based on the content and response process of the Rastreamento de Disfagia Orofaríngea no Acidente Vascular Encefálico (RADAVE; “Screening Tool for Oropharyngeal Dysphagia in Stroke”).

Methods

The criteria used to elaborate the questions were based on a literature review. A group of judges consisting of 19 different health professionals evaluated the relevance and representativeness of the questions, and the results were analyzed using the Content Validity Index. In order to evidence validity based on the response processes, 23 health professionals administered the screening tool and analyzed the questions using a structured scale and cognitive interview.

Results

The RADAVE structured to be applied in two stages. The first version consisted of 18 questions in stage I and 11 questions in stage II. Eight questions in stage I and four in stage II did not reach the minimum Content Validity Index, requiring reformulation by the authors. The cognitive interview demonstrated some misconceptions. New adjustments were made and the final version was produced with 12 questions in stage I and six questions in stage II.

Conclusion

It was possible to develop a screening tool for dysphagia in stroke with adequate evidence of validity based on content and response processes. Both validity evidences obtained so far allowed to adjust the screening tool in relation to its construct. The next studies will analyze the other evidences of validity and the measures of accuracy.

Keywords
Stroke; Deglutition Disorders; Mass Screening; Validation Studies

INTRODUÇÃO

A disfagia orofaríngea (DO) é um sintoma frequente na população com acidente vascular encefálico (AVE) e pode trazer complicações à saúde desses pacientes devido a riscos de pneumonias aspirativas, desidratação, desnutrição e óbito. Além disto, este sintoma pode aumentar o tempo de internação hospitalar e, consequentemente, os custos com a saúde(11 Wade DT, Hewer RL. Motor loss and swallowing difficulty after stroke: frequency, recovery, and prognosis. Acta Neurol Scand. 1987;76(1):50-4. PMid:3630644. http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0404.1987.tb03543.x.
http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0404.19...

2 Smithard DG, O’Neill PA, Park C, Morris J, Wyatt R, England R, et al. Complications and outcome after acute stroke - does dysphagia matter? Stroke. 1996;27(7):1200-4. PMid:8685928. http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.1200.
http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.12...

3 McHorney CA, Robbins J, Lomax K, Rosenbek JC, Chignell K, Kramer AE, et al. The SWAL–QOL and SWAL–CARE outcomes tool for oropharyngeal dysphagia in adults: III. Documentation of reliability and validity. Dysphagia. 2002;17(2):97-114. PMid:11956835. http://dx.doi.org/10.1007/s00455-001-0109-1.
http://dx.doi.org/10.1007/s00455-001-010...
-44 Brogan E, Langdon C, Brookes K, Budgeon C, Blacker D. Dysphagia and factors associated with respiratory infections in the first week post stroke. Neuroepidemiology. 2014;43(2):140-4. PMid:25402187. http://dx.doi.org/10.1159/000366423.
http://dx.doi.org/10.1159/000366423...
).

As diretrizes da American Heart Association (AHA) e American Stroke Association (ASA) indicam que a deglutição dos indivíduos com AVE deve ser rastreada antes de qualquer tipo de alimentação por via oral, incluindo as medicações(55 Adams HP Jr, del Zoppo G, Alberts MJ, Bhatt DL, Brass L, Furlan A, et al. Guidelines for the early management of adults with ischemic stroke - a guideline from the American Heart Association/American Stroke Association Stroke Council, Clinical Cardiology Council, Cardiovascular Radiology and Intervention Council, and the Atherosclerotic Peripheral Vascular Disease and Quality of Care outcomes in research interdisciplinary working groups: the american academy of neurology affirms the value of this guideline as an educational tool for neurologists. Circulation. 2007;115(20):e478-534. PMid:17515473. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.107.181486.
http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA...
,66 Martino R, Pron G, Diamant NE. Screening for oropharyngeal dysphagia in stroke: insufficient evidence for guidelines. Dysphagia. 2000;15(1):19-30. PMid:10594255. http://dx.doi.org/10.1007/s004559910006.
http://dx.doi.org/10.1007/s004559910006...
), visando assim à identificação precoce desse sintoma e o manejo adequado para evitar possíveis complicações.

A identificação precoce da DO deve ser realizada por um instrumento de rastreio, e este deve determinar se o indivíduo passa ou falha, selecionando os que precisarão de uma avaliação abrangente da deglutição. Este instrumento deve ser acessível aos profissionais da saúde envolvidos na assistência ao paciente com AVE e, na presença de risco, esse paciente deve ser encaminhado para avaliação especializada(77 ASHA: American Speech-Language-Hearing Association. Preferred practice patterns for the profession of speech-language pathology. Rockville: American Speech-Language-Hearing; 2004. http://dx.doi.org/10.1044/policy.PP2004-00191.
http://dx.doi.org/10.1044/policy.PP2004-...
).

Na literatura atual sobre instrumentos de rastreio para DO, ainda não há consenso sobre os parâmetros que devem compor este instrumento. Além desta divergência, ainda existem outras como quem deve aplicá-los e se pretendem identificar a DO ou aspiração laringotraqueal, produzindo divergências terminológicas sobre termos como rastrear e avaliar a DO.

Outro ponto, é que, apesar de nos últimos anos haver ampla discussão sobre a importância dos instrumentos de rastreio para a DO fornecerem interpretações válidas e confiáveis sobre os resultados que produzem(88 Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A, et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients: the gugging swallowing screen. Stroke. 2007;38(11):2948-52. PMid:17885261. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933.
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....

9 Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL, et al. The Toronto Bedside Swallowing Screening Test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. PMid:19074483. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370.
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....

10 Edmiaston J, Connor LT, Steger-May K, Ford AL. A simple bedside stroke dysphagia screen, validated against videofluoroscopy, detects dysphagia and aspiration with high sensitivity. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2014;23(4):712-6. PMid:23910514. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.06.030.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecereb...
-1111 Donovan NJ, Daniels SK, Edmiaston J, Weinhardt J, Summers D, Mitchell PH, American Heart Association Council on Cardiovascular Nursing and Stroke Council. Dysphagia Screening: state of the art - Invitational Conference Proceeding from the State-of-the-Art Nursing Symposium, International Stroke Conference 2012. Stroke. 2013;44(4):e24-31. PMid:23412377. http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57.
http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182...
), muitos dos estudos encontrados não citam as etapas necessárias para a construção de um instrumento de medida, o que inclui a obtenção das evidências de validade do instrumento.

Devido à ausência de consenso na literatura sobre qual o melhor instrumento de rastreio para DO no AVE e a falta de instrumentos que utilizem uma ampla fonte de evidências de validade na elaboração, surgiu o interesse em desenvolver esta pesquisa, cujo objetivo é identificar as evidências de validade baseadas no conteúdo e processos de resposta de um instrumento de rastreio para DO no AVE.

MÉTODO

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) Campus Marília, sob o número 0877/2013.

Para a construção do instrumento do presente estudo, optou-se por seguir as diretrizes determinadas pelos Standards for Educational and Psychological Testing (APA; AERA; NCME, 2014) para verificação das propriedades psicométricas de um instrumento(1212 American Educational Research Association, American Psychological Association, National Council on Measurement in Education. Standards for educational and psychological testing. Washington: American Educational Research Association; 2014.).

Evidência de validade baseada no conteúdo do instrumento

Para obter a evidência de validade baseada no conteúdo do instrumento, foram realizadas duas etapas: desenvolvimento das questões e a avaliação das questões por um comitê de especialistas(1313 Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciênc. saúde coletiva. 2011;16(7):3061-3068. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011...
).

Desenvolvimento das questões

Antes da elaboração do instrumento, foi realizada pelos pesquisadores a definição conceitual de rastreio, sendo determinado então o constructo do instrumento, ou seja, o que ele pretende medir, no caso proposto, a DO. Para o planejamento e desenvolvimento da primeira versão do instrumento, foi utilizada como base teórica uma extensa revisão de literatura, já descrita em estudo anterior(1414 Almeida TM, Cola PC, Pernambuco LA, Magalhães HV Jr, Silva RG. Screening tools for oropharyngeal dysphagia in stroke. Audiol, Commun Res. 2015;20(4):361-70. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2015-1571.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2015...
), foram utilizadas as bases de dados MEDLINE, EMBASE, LILACS, SciELO e Cochrane, visando verificar os fatores de risco e os sinais e sintomas da DO na população com AVE que pudessem ser identificados por toda a equipe da área da saúde que atua com esta população. Os idiomas selecionados foram: inglês português e espanhol e não houve limitação da data da publicação. As palavras-chave e descritores utilizados em inglês foram: deglutition disorders/diagnosis, stroke, screening, dysphagia assessment em diferentes combinações. A partir da seleção de todos os itens presentes nos instrumentos encontrados na literatura, os autores se reuniram e elaboraram as questões, sendo assim definida a primeira versão do instrumento. Foi elaborado também o guia instrucional com detalhes sobre a execução de cada item(1515 Polit DF, Beck CT, Owen SV. Is the CVI an acceptable indicator of content validity? Appraisal and recommendations. Res Nurs Health. 2007;30(4):459-67. PMid:17654487. http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199.
http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199...
).

Avaliação das questões por um comitê de juízes especialistas

As questões foram avaliadas por um comitê de 19 juízes com expertise em DO na população com AVE há, no mínimo, cinco anos. O comitê foi composto por treze fonoaudiólogos, três médicos, uma nutricionista, uma enfermeira e uma fisioterapeuta. No convite enviado por e-mail, foi anexado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, explicados os objetivos do estudo e os juízes foram orientados a julgar cada questão elaborada como adequada ou inadequada em relação à redação, conceitos e relevância dos itens. Caso julgassem como inadequada, deveriam justificar e sugerir mudanças, assim como também inserir comentários ou acrescentar itens que considerassem relevantes e que não estavam contemplados no instrumento. Para determinar a aceitação das questões pelos juízes, as respostas foram analisadas por meio do índice de validade de conteúdo (IVC)(1515 Polit DF, Beck CT, Owen SV. Is the CVI an acceptable indicator of content validity? Appraisal and recommendations. Res Nurs Health. 2007;30(4):459-67. PMid:17654487. http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199.
http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199...
). O IVC foi calculado para cada item do instrumento por meio do índice de validade de conteúdo individual (IVC-I) e, para o conjunto de itens, por meio do índice de validade de conteúdo total (IVC-T), sendo aceitos valores acima de 0,78(1515 Polit DF, Beck CT, Owen SV. Is the CVI an acceptable indicator of content validity? Appraisal and recommendations. Res Nurs Health. 2007;30(4):459-67. PMid:17654487. http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199.
http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199...
). Os índices com valores inferiores, bem como todas as sugestões, foram analisados pelos autores do instrumento e, após consenso, foram realizadas modificações e definida a segunda versão do instrumento.

Evidências de validade baseadas nos processos de resposta

Esta etapa foi realizada para resolver possíveis falhas na elaboração das questões e realizar modificações de acordo com as respostas observadas durante a aplicação do instrumento. Vinte e três profissionais da saúde aceitaram participar do estudo com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, entre esses: seis enfermeiros, seis médicos, seis nutricionistas e cinco fisioterapeutas. Esses profissionais foram abordados no dia da aplicação e eram os que estavam prestando assistência ao paciente selecionado. Foram selecionados oito pacientes com diagnóstico de AVE, independentemente do tipo, lado e grau de extensão, mas com diagnóstico confirmado por exame de imagem. O rastreio foi aplicado em até 48 horas após o diagnóstico. Esses pacientes foram identificados por busca ativa nos setores de internação de um hospital de Cardiologia do Estado de São Paulo. Cada paciente foi rastreado por no mínimo dois profissionais de áreas distintas da saúde, com intervalo máximo de 1 hora entre as aplicações, visando verificar o desempenho das diferentes áreas profissionais. Antes da aplicação, o pesquisador realizou um treinamento padronizado e individualizado de cinco minutos com cada profissional e acompanhou cada aplicação individualmente; porém sem interferir.

Depois da aplicação, os profissionais avaliaram cada questão do instrumento quanto à compressão e aplicabilidade. Para isso, foi utilizada uma escala estruturada com três opções de respostas. As dúvidas e dificuldades relatadas pelos profissionais foram anotadas pelo pesquisador. Posteriormente, foi realizada entrevista dirigida pelo pesquisador principal visando à análise dos processos cognitivos, incluindo a compreensão da questão, do conceito, as estratégias utilizadas para se chegar à resposta, bem como as sugestões de mudanças. O pesquisador anotou as repostas conforme o que foi relatado pelos profissionais. Nessa etapa, foi realizada uma análise qualitativa a partir da descrição das respostas e quantitativa por meio das frequências relativas e absolutas. Depois da análise das respostas, os autores realizaram, por consenso, as modificações que julgaram necessárias, sendo elaborada a terceira e atual versão do instrumento.

RESULTADOS

Evidência de validade baseada no conteúdo do teste

Desenvolvimento das questões

Os itens que constavam nos instrumentos revisados na literatura foram divididos entre os que não estavam relacionados à oferta de alimento e os que estavam relacionados à oferta de alimento. Com base nessa revisão, foram elaborados itens em formato de questões a serem respondidas pelo avaliador com todos os aspectos encontrados na revisão de literatura, sendo então definida a primeira versão do instrumento (Quadro 1), dividida em 2 etapas. A etapa I constou de 18 questões referentes a fatores preditivos de risco para a DO, e a etapa II, aplicada apenas se o paciente passar na etapa I, com 11 questões referentes a sinais da DO com observação direta da deglutição com dieta pastosa homogênea. As possibilidades de respostas definidas para as questões nessa fase do estudo foram sim e não. Ressalta-se que a etapa I é preliminar à etapa II e, caso o paciente não passe na etapa I, não deverá ser observado alimentando-se na etapa seguinte. Nessa fase da pesquisa, ainda não pode ser definido o escore mínimo que determinará se o profissional que aplica o instrumento poderá prosseguir para a etapa II.

Quadro 1
Questões formuladas após a revisão de literatura (Versão 1 do RADAVE)

Avaliação das questões por um comitê de especialistas

Os resultados da análise dos juízes para a Etapa I e Etapa II do instrumento encontram-se nas Tabelas 1 e 2. Depois da análise das sugestões dos juízes e consenso do grupo de pesquisa, foram realizadas modificações nas etapas I e II do instrumento conforme Quadros 2 e 3, e foi elaborada a segunda versão do instrumento, com 12 questões na etapa I e cinco questões na etapa II.

Tabela 1
Índices de validade de conteúdo do RADAVE-análise dos juízes (Etapa I)
Tabela 2
Índices de validade de conteúdo do RADAVE-análise dos juízes (Etapa II)
Quadro 2
Questões da Etapa I do RADAVE modificadas pelos autores após análise das sugestões dos juízes
Quadro 3
Questões da Etapa II do RADAVE modificadas pelos autores após análise das sugestões dos juízes

Evidência de validade baseada nos processos de resposta

A análise quantitativa sobre a compreensão e aplicabilidade das questões baseadas na escala estruturada encontra-se na Tabela 3 (Etapa I) e Tabela 4 (Etapa II).

Tabela 3
Análise dos profissionais aplicadores sobre a compreensão e aplicabilidade das questões baseadas na escala estruturada (Etapa I)
Tabela 4
Análise dos profissionais aplicadores sobre a compreensão e aplicabilidade das questões baseadas na escala estruturada (Etapa II)

A entrevista cognitiva permitiu verificar dúvidas sobre conceitos e equívocos na aplicação. Os resultados da entrevista cognitiva encontram-se no Quadro 4. Depois da análise das dúvidas, dos equívocos na aplicação e sugestões dos aplicadores, foram realizadas novas modificações e elaborada a última versão do instrumento com 12 questões na etapa I e seis questões na etapa II conforme Quadro 5.

Quadro 4
Resultado da análise do processo de resposta-entrevista cognitva
Quadro 5
Versão final do RADAVE finalizada após a avaliação dos processos de resposta

DISCUSSÃO

Observamos que alguns instrumentos para o rastreio da DO encontrados na literatura são denominados de rastreio, mas classificam a gravidade da DO e determinam a consistência da dieta oral, mesclando-se assim aos objetivos da avaliação clínica da deglutição(88 Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A, et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients: the gugging swallowing screen. Stroke. 2007;38(11):2948-52. PMid:17885261. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933.
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
,1616 Courtney BA, Flier LA. RN dysphagia screening, a stepwise approach. J Neurosci Nurs. 2009;41(1):28-38. PMid:19368069. http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e31819345ac.
http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e3181...
).

O instrumento do presente estudo foi desenvolvido para ser aplicado por qualquer profissional da saúde treinado para rastrear a DO em pacientes com AVE e encaminhá-los, quando o resultado for positivo, para a avaliação específica da deglutição a ser realizada por um profissional especialista.

Atualmente é discutida a importância dos instrumentos de rastreio para DO gerarem interpretações válidas e confiáveis dos seus resultados(1111 Donovan NJ, Daniels SK, Edmiaston J, Weinhardt J, Summers D, Mitchell PH, American Heart Association Council on Cardiovascular Nursing and Stroke Council. Dysphagia Screening: state of the art - Invitational Conference Proceeding from the State-of-the-Art Nursing Symposium, International Stroke Conference 2012. Stroke. 2013;44(4):e24-31. PMid:23412377. http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57.
http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182...
), porém a maioria apresenta insuficientes medidas psicométricas, sendo destacadas apenas as medidas de acurácia ou somente um tipo de evidência de validade, a baseada na relação com outras variáveis, em que há comparação dos resultados do rastreio com outros métodos como a avaliação clínica da deglutição, nasofibroscopia ou videofluoroscopia(99 Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL, et al. The Toronto Bedside Swallowing Screening Test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. PMid:19074483. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370.
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
,1010 Edmiaston J, Connor LT, Steger-May K, Ford AL. A simple bedside stroke dysphagia screen, validated against videofluoroscopy, detects dysphagia and aspiration with high sensitivity. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2014;23(4):712-6. PMid:23910514. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.06.030.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecereb...
,1717 Nishiwaki K, Tsuji T, Liu M, Hase K, Tanaka N, Fujiwara T. Identification of a simple screening tool for dysphagia in patients with stroke using factor analysis of multiple dysphagia variables. J Rehabil Med. 2005;37(4):247-51. PMid:16024482. http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026999.
http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026...
).

As evidências de validade são essenciais para a construção de um instrumento e o rastreio aqui proposto e em fase inicial do processo de validação cumpriu as etapas iniciais de obtenção das evidências de validade baseadas no conteúdo e nos processos de respostas.

A evidência de validade baseada no conteúdo é considerada uma etapa importante dos processos de validação e a análise de um comitê formado por profissionais de distintas áreas da sáude com experiência na área possibilitou aperfeiçoar e modificar a primeira versão do instrumento(1313 Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciênc. saúde coletiva. 2011;16(7):3061-3068. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011...
).

Apenas um dos instrumentos encontrados na literatura citou a análise de juízes, entre eles fonoaudiólogos, médicos e enfermeiros, baseando-se em uma escala Likert de cinco pontos. Concluíram que a análise dos juízes apresentou forte concordância e o grupo de pesquisa analisou as sugestões e realizou modificações, assim como foi realizado no presente estudo(1818 Massey R, Jedlicka D. The massey bedside swallowing screen. J Neurosci Nurs. 2002;34(5):252-3, 257-60. PMid:12391741. http://dx.doi.org/10.1097/01376517-200210000-00005.
http://dx.doi.org/10.1097/01376517-20021...
).

Neste estudo, a análise dos especialistas permitiu excluir questões consideradas de difícil identificação e observação pela equipe de saúde, mesmo quando treinada, e outras foram excluídas por não haver comprovação científica da relação da DO com tosse voluntária, reflexo nauseoso (1919 Leder SB. Videofluoroscopic evaluation of aspiration with visual examination of the gag reflex and velar movement. Dysphagia. 1997;12(1):21-3. PMid:8997829. http://dx.doi.org/10.1007/PL00009514.
http://dx.doi.org/10.1007/PL00009514...
,2020 Linden P, Kuhlemeier KV, Patterson C. The probability of correctly predicting subglottic penetration from clinical observations. Dysphagia. 1993;8(3):170-9. PMid:8359036. http://dx.doi.org/10.1007/BF01354535.
http://dx.doi.org/10.1007/BF01354535...
) e lateralidade da lesão(2121 Barer DH. The natural history and functional consequences of dysphagia after hemispheric stroke. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1989;52(2):236-41. PMid:2564884. http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.52.2.236.
http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.52.2.236...
,2222 Power ML, Hamdy S, Goulermas JY, Tyrrell PJ, Turnbull I, Thompson DG. Predicting aspiration after hemispheric stroke from timing measures of oropharyngeal bolus flow and laryngeal closure. Dysphagia. 2009;24(3):257-64. PMid:19252944. http://dx.doi.org/10.1007/s00455-008-9198-4.
http://dx.doi.org/10.1007/s00455-008-919...
).

Depois da análise dos juízes, os autores do instrumento também realizaram exclusões que consideraram pertinentes, levando em consideração a prática clínica. Outras sugestões, como adequações de terminologias, também possibilitaram aperfeiçoar o conteúdo do instrumento.

Quanto à evidência de validade baseada nos processos de resposta, observou-se que a equipe levou pouco tempo para a aplicação, média de 5 minutos, e que apresentaram poucas dúvidas em relação à compreensão das questões e aplicabilidade. As dúvidas apresentadas ocorreram na questão referente ao histórico de dificuldade de deglutição, quando o paciente não apresentava condições de responder à pergunta por questões clínicas, quando o acompanhante não estava presente ou quando não havia dados no prontuário. Alguns dos profissionais apresentaram a sugestão de incluir o item não se aplica ao questionário, o que pode resolver essa dificuldade. As outras dúvidas foram referentes à mobilidade de lábio e à dificuldade de observar a elevação laríngea.

Para avaliar os processos de resposta, optou-se pelo método de entrevista com os profissionais que aplicaram o instrumento(2323 Padilla JL, Benítez I. Validity evidence based on response processes. Psicothema. 2014;26(1):136-44. PMid:24444741.). As perguntas dirigidas na entrevista cognitiva permitiram verificar o quanto os profissionais realmente compreenderam as questões.

Na entrevista cognitiva, também foram observadas poucas interpretações errôneas como nas questões referentes ao controle de tronco e cervical, conceitos de fala, voz e observação da deglutição da saliva.

Não foram encontrados instrumentos de rastreio para a DO na população com AVE que citaram as evidências de validade baseadas nos processos de resposta, não sendo possível assim realizar comparações. No entanto, na elaboração da ferramenta TOR-BSST(99 Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL, et al. The Toronto Bedside Swallowing Screening Test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. PMid:19074483. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370.
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
), foi realizado um teste-piloto em que os autores concluíram altos indícios de aplicabilidade de administração e interpretação das questões. Ressalta-se que não foram descritas as possíveis falhas na aplicabilidade e o piloto foi realizado por fonoaudiólogos, sendo que a ferramenta foi desenvolvida para ser aplicada por enfermeiros.

Um estudo recente avaliou por meio de entrevista com profissionais as barreiras e facilitadores da implantação de um instrumento de rastreio, sendo relatadas dificuldades como falta de tempo para documentar os resultados, dificuldade de recordar todos os itens do rastreio e interpretações errôneas como confundir sonolência com desorientação e ofertar água na seringa no lugar do copo(2424 Daniels SK, Anderson JA, Petersen NJ. Implementation of stroke dysphagia screening in the emergency department. Nursing research and practice. 2013; 2013(2013):304190. http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190.
http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190...
).

No presente estudo, a etapa de validação dos processos de resposta permitiu também identificar algumas falhas na aplicação e algumas modificações foram realizadas visando saná-las, como o acréscimo do aspecto específico de linguagem junto à questão da fala, modificação da questão “Tem necessidade de engolir mais de uma vez a porção colocada na boca” para “engoliu mais de uma vez a porção colocada na boca”, acréscimo de uma questão na etapa II relacionada à dificuldade de iniciar a deglutição. Foram acrescidas instruções em posição próxima às questões, visando facilitar a aplicação, visto que a maioria dos aplicadores não olharam no guia e utilizaram suas experiências prévias para a aplicação.

Acreditamos que as dúvidas e falhas apresentadas estejam relacionadas à falta de experiência dos profissionais da saúde nas áreas específicas da comunicação e da deglutição, além de conceitos prévios relacionados à experiência dos profissionais em suas áreas específicas.

CONCLUSÃO

Foi possível elaborar um instrumento de rastreio para DO no AVE com evidências de validade baseadas no conteúdo e nos processos de resposta. As evidências de validade estudadas até o momento permitiram relevantes modificações e tornaram este instrumento de rastreio para DO no AVE adequado ao seu constructo. É necessário seguir com o processo de validação para analisar as outras evidências de validade.

AGRADECIMENTOS

À UNESP - Marília (SP) e Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.

  • Trabalho realizado na Universidade Estadual Paulista – UNESP - Marília (SP), Brasil.
  • Fonte de financiamento: nada a declarar.

REFERENCIAS

  • 1
    Wade DT, Hewer RL. Motor loss and swallowing difficulty after stroke: frequency, recovery, and prognosis. Acta Neurol Scand. 1987;76(1):50-4. PMid:3630644. http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0404.1987.tb03543.x
    » http://dx.doi.org/10.1111/j.1600-0404.1987.tb03543.x
  • 2
    Smithard DG, O’Neill PA, Park C, Morris J, Wyatt R, England R, et al. Complications and outcome after acute stroke - does dysphagia matter? Stroke. 1996;27(7):1200-4. PMid:8685928. http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.1200
    » http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.1200
  • 3
    McHorney CA, Robbins J, Lomax K, Rosenbek JC, Chignell K, Kramer AE, et al. The SWAL–QOL and SWAL–CARE outcomes tool for oropharyngeal dysphagia in adults: III. Documentation of reliability and validity. Dysphagia. 2002;17(2):97-114. PMid:11956835. http://dx.doi.org/10.1007/s00455-001-0109-1
    » http://dx.doi.org/10.1007/s00455-001-0109-1
  • 4
    Brogan E, Langdon C, Brookes K, Budgeon C, Blacker D. Dysphagia and factors associated with respiratory infections in the first week post stroke. Neuroepidemiology. 2014;43(2):140-4. PMid:25402187. http://dx.doi.org/10.1159/000366423
    » http://dx.doi.org/10.1159/000366423
  • 5
    Adams HP Jr, del Zoppo G, Alberts MJ, Bhatt DL, Brass L, Furlan A, et al. Guidelines for the early management of adults with ischemic stroke - a guideline from the American Heart Association/American Stroke Association Stroke Council, Clinical Cardiology Council, Cardiovascular Radiology and Intervention Council, and the Atherosclerotic Peripheral Vascular Disease and Quality of Care outcomes in research interdisciplinary working groups: the american academy of neurology affirms the value of this guideline as an educational tool for neurologists. Circulation. 2007;115(20):e478-534. PMid:17515473. http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.107.181486
    » http://dx.doi.org/10.1161/CIRCULATIONAHA.107.181486
  • 6
    Martino R, Pron G, Diamant NE. Screening for oropharyngeal dysphagia in stroke: insufficient evidence for guidelines. Dysphagia. 2000;15(1):19-30. PMid:10594255. http://dx.doi.org/10.1007/s004559910006
    » http://dx.doi.org/10.1007/s004559910006
  • 7
    ASHA: American Speech-Language-Hearing Association. Preferred practice patterns for the profession of speech-language pathology. Rockville: American Speech-Language-Hearing; 2004. http://dx.doi.org/10.1044/policy.PP2004-00191
    » http://dx.doi.org/10.1044/policy.PP2004-00191
  • 8
    Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A, et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients: the gugging swallowing screen. Stroke. 2007;38(11):2948-52. PMid:17885261. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
    » http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
  • 9
    Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL, et al. The Toronto Bedside Swallowing Screening Test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. PMid:19074483. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370
    » http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370
  • 10
    Edmiaston J, Connor LT, Steger-May K, Ford AL. A simple bedside stroke dysphagia screen, validated against videofluoroscopy, detects dysphagia and aspiration with high sensitivity. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2014;23(4):712-6. PMid:23910514. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.06.030
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.06.030
  • 11
    Donovan NJ, Daniels SK, Edmiaston J, Weinhardt J, Summers D, Mitchell PH, American Heart Association Council on Cardiovascular Nursing and Stroke Council. Dysphagia Screening: state of the art - Invitational Conference Proceeding from the State-of-the-Art Nursing Symposium, International Stroke Conference 2012. Stroke. 2013;44(4):e24-31. PMid:23412377. http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57
    » http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57
  • 12
    American Educational Research Association, American Psychological Association, National Council on Measurement in Education. Standards for educational and psychological testing. Washington: American Educational Research Association; 2014.
  • 13
    Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciênc. saúde coletiva. 2011;16(7):3061-3068. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
    » http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
  • 14
    Almeida TM, Cola PC, Pernambuco LA, Magalhães HV Jr, Silva RG. Screening tools for oropharyngeal dysphagia in stroke. Audiol, Commun Res. 2015;20(4):361-70. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2015-1571
    » http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2015-1571
  • 15
    Polit DF, Beck CT, Owen SV. Is the CVI an acceptable indicator of content validity? Appraisal and recommendations. Res Nurs Health. 2007;30(4):459-67. PMid:17654487. http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199
    » http://dx.doi.org/10.1002/nur.20199
  • 16
    Courtney BA, Flier LA. RN dysphagia screening, a stepwise approach. J Neurosci Nurs. 2009;41(1):28-38. PMid:19368069. http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e31819345ac
    » http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e31819345ac
  • 17
    Nishiwaki K, Tsuji T, Liu M, Hase K, Tanaka N, Fujiwara T. Identification of a simple screening tool for dysphagia in patients with stroke using factor analysis of multiple dysphagia variables. J Rehabil Med. 2005;37(4):247-51. PMid:16024482. http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026999
    » http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026999
  • 18
    Massey R, Jedlicka D. The massey bedside swallowing screen. J Neurosci Nurs. 2002;34(5):252-3, 257-60. PMid:12391741. http://dx.doi.org/10.1097/01376517-200210000-00005
    » http://dx.doi.org/10.1097/01376517-200210000-00005
  • 19
    Leder SB. Videofluoroscopic evaluation of aspiration with visual examination of the gag reflex and velar movement. Dysphagia. 1997;12(1):21-3. PMid:8997829. http://dx.doi.org/10.1007/PL00009514
    » http://dx.doi.org/10.1007/PL00009514
  • 20
    Linden P, Kuhlemeier KV, Patterson C. The probability of correctly predicting subglottic penetration from clinical observations. Dysphagia. 1993;8(3):170-9. PMid:8359036. http://dx.doi.org/10.1007/BF01354535
    » http://dx.doi.org/10.1007/BF01354535
  • 21
    Barer DH. The natural history and functional consequences of dysphagia after hemispheric stroke. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1989;52(2):236-41. PMid:2564884. http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.52.2.236
    » http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.52.2.236
  • 22
    Power ML, Hamdy S, Goulermas JY, Tyrrell PJ, Turnbull I, Thompson DG. Predicting aspiration after hemispheric stroke from timing measures of oropharyngeal bolus flow and laryngeal closure. Dysphagia. 2009;24(3):257-64. PMid:19252944. http://dx.doi.org/10.1007/s00455-008-9198-4
    » http://dx.doi.org/10.1007/s00455-008-9198-4
  • 23
    Padilla JL, Benítez I. Validity evidence based on response processes. Psicothema. 2014;26(1):136-44. PMid:24444741.
  • 24
    Daniels SK, Anderson JA, Petersen NJ. Implementation of stroke dysphagia screening in the emergency department. Nursing research and practice. 2013; 2013(2013):304190. http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190
    » http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    06 Fev 2017
  • Aceito
    24 Abr 2017
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Al. Jaú, 684, 7º andar, 01420-002 São Paulo - SP Brasil, Tel./Fax 55 11 - 3873-4211 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@codas.org.br