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Distribuição dos equinoides na Formação Jandaíra

Distribution of echinoids in Jandaíra Formation

Resumos

Neste trabalho é observada a distribuição das espécies de equinoides "regulares" Goniopygus durandi, Rosadosoma riograndensis (Maury 1924), Phymosoma major (Coquand 1862), e equinoides "irregulares" como Petalobrissus setifensis (Cotteau 1866), P. cubensis (Weisbord, 1934), Mecaster fourneli (Agassiz & Desor 1847), M. texanus (Roemer 1852) e Mecaster sp nas localidades fossilíferas Camurim-01, Gangorrinha-2, Gov. Dix-Sept Rosado-2, Gov. Dix-Sept Rosado-6, Estreito-1 e Frei Antonio-3 da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar. Foram preparados e identificados 228 exemplares, provenientes de duas coletas realizadas em 2003 e 2011. Em relação à abundância relativa das espécies de equinoides presentes nos calcários da Formação Jandaíra, observou-se que os equinoides "irregulares" aparecem em maior número se comparado aos "regulares". As localidades Camurim-1 e Gangorrinha-2 destacaram-se por apresentarem a maior abundância de espécies tanto endocíclicas quanto exocíclicas. Em Gov. Dix-Sept Rosado-2 e Gov. Dix-Sept Rosado-6 observou-se somente a presença de espécimes do gênero Mecaster. Já Estreito-1 e Frei Antonio-3 foram as que apresentaram a menor ocorrência, sendo que na primeira ocorreram "regulares" e na segunda "irregulares". Esses modos de ocorrência podem estar relacionados às condições paleoambientais e ao modo de vida das espécies, pois as localidades com maior ocorrência de espécies estão situadas mais próximas à borda da bacia, como é o caso de Camurim-1 e Gangorrinha-2.

Ocorrência; Echinoidea; Cretáceo; Bacia Potiguar


This paper discuss the occurrence of the regular echinoid species Goniopygus durandi, Rosadosoma riograndensis (Maury 1924), Phymosoma major (Coquand 1862), and the irregular echinoids Petalobrissus setifensis (Cotteau 1866), P. cubensis (Weisbord 1934), Mecaster fourneli (Agassiz & Desor 1847), M. texanus (Roemer 1852) and Mecaster sp in Camurim-01, Gangorrinha-2, Gov. Dix-Sept Rosado-2, Gov. Dix-Sept Rosado-6, Estreito-1 and Frei Antonio-3, which are fossiliferous localities of Jandaíra Formation, Potiguar Basin. The sample comprises 228 specimens that were collected in 2003 and 2011. Regarding the relative abundance of the echinoid species present in Jandaíra Formation limestones, it was observed that irregular echinoids appear in a large number compared to the regular ones. Camurim-1 and Gangorrinha-2 localities stood out for having the largest abundance of species, both endocyclic and exocyclic. In Gov. Dix-Sept Rosado-2 and Gov. Dix-Sept Rosado-6 the specimens of genus Mecaster were the only ones observed. Estreito-1 and Frei Antonio-3 had the smallest occurrence, where in the former the occurrence of regular species was observed and in the latter the occurrence of irregular ones. This occurrence pattern could be related to paleoenvironmental conditions and the species' lifestyle, because the localities with the largest biodiversity and abundance are deposited near the edge of the basin, such as Camurim-1 and Gangorrinha-2.

Occurrence; Echinoidea; Cretaceous; Potiguar Basin


INTRODUÇÃO

As bacias sedimentares da região Nordeste do Brasil possuem bons registros relacionados a diversos grupos de invertebrados marinhos. Os equinoides estão entre os fósseis mais abundantes no Cretáceo destas bacias. Devido a sua ampla distribuição, alguns grupos serviram de base para se compreender sua evolução durante o Cretáceo. Os equinoides do passado, assim como os atuais, fizeram parte da fauna bentônica de substratos consolidados e inconsolidados. Semelhante ao observado atualmente, sua distribuição no ambiente teria sido limitada por alguns fatores ecológicos, como temperatura, salinidade, substrato, entre outros, que contribuíram para que esses animais sejam considerados bons indicadores paleoecológicos, sendo uma importante ferramenta na reconstrução paleoambiental (Manso & Lemos 2008Manso C.L.C. & Lemos A.C.C. 2008. Os Echinoidea (Echinodermata) da Localidade Catete Velho I (Cretáceo) em Sergipe, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Paleontologia, 11(2):129-138., Lira et al. 2007Lira D.R., Timóteo D.M.O., Rafael L.M., Santos C.A. 2007. Reconstrução de paleoambiente litorâneo a partir de fósseis da classe equinoidea (Hemiaster scutiger) na formação gramame, bacia da Paraíba. In: VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu, MG, Anais, p. 1-2.).

O filo Echinodermata é constituído por organismos exclusivamente marinhos, representado atualmente por cinco classes, incluindo a Echinoidea. As espécies de equinoides tiveram uma grande diversificação no período Cretáceo, sendo seus representantes encontrados em todos os mares até os dias atuais. A classe Echinoidea é constituída por animais que possuem hábitos bentônicos, e sua distribuição no ambiente é limitada por alguns fatores ecológicos, como temperatura, salinidade, substrato, entre outros. Estes limites contribuem para que esses animais sejam considerados bons indicadores paleoecológicos, sendo uma importante ferramenta usada na reconstrução paleoambiental (Lira et al. 2007Lira D.R., Timóteo D.M.O., Rafael L.M., Santos C.A. 2007. Reconstrução de paleoambiente litorâneo a partir de fósseis da classe equinoidea (Hemiaster scutiger) na formação gramame, bacia da Paraíba. In: VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu, MG, Anais, p. 1-2.). Os equinoides têm cada unidade do seu esqueleto ou carapaça constituída por cristal de calcita, o que os torna abundantes no registro fossilífero e contribui para que seus restos sejam frequentemente encontrados formando parte importante do sedimento carbonático presente nas rochas. Na Formação Jandaíra esta classe é abundante, chegando a formar extensos bancos compostos por suas carapaças, juntamente com outros grupos de invertebrados fósseis (Cassab 2003Cassab R.C.T. 2003. Paleontologia da Formação Jandaíra, Cretáceo Superior da Bacia Potiguar, com ênfase na paleobiologia dos gastrópodos. PhD Thesis, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 184 p.).

As primeiras referências aos equinoides da Formação Jandaíra foram encontradas em Maury (1924)Maury C.J. 1924. Fósseis terciários do Brasil, com descrição de novas formas cretáceas. Monografia, Serviço Geologico e Mineralogico do Brasil, 705 p., com a descrição de quatro espécies (sendo duas "regulares" e duas "irregulares") para o calcário dolomítico de Baixa Verde (atual João Câmara). Maury (1934)Maury C.J. 1934. Fossil Inverterbrata from northeastern Brazil. Bulletin of the American Museum of Natural History, 67(4):123-179. ainda descreveu uma espécie "irregular" para a localidade Olho d'Água da Catanduba e outra para Camurupim, próximo a Mossoró. Santos (1960)Santos M.E.C.M. 1960. Equinoides cretácicos do Rio Grande do Norte. DNPM/DGM. Boletim da Divisão de Geológica e Mineralogia, Departamento Nacional da Produção Mineral, 189:7-26., Beurlen (1964Beurlen K. 1964. A fauna do calcário Jandaíra da região de Mossoró (Rio Grande do Norte). Rio de Janeiro: Editora Pongetti, Coleção Mossoroense, 13, 215 p., 1967Beurlen K. 1967. Geologia da Região de Mossoró. Rio de Janeiro: Editora Pongetti, Coleção Mossorenses, ser. C: 18, 137 p.) e Smith e Bengtson (1991)Smith A.B., Bengtson P. 1991. Cretaceous echinoids from north-eastern Brazil. Fossils and Strata, 31:1-88. revisaram as espécies de equinoides "regulares" e "irregulares" para os calcários dessa formação. Cassab (2003)Cassab R.C.T. 2003. Paleontologia da Formação Jandaíra, Cretáceo Superior da Bacia Potiguar, com ênfase na paleobiologia dos gastrópodos. PhD Thesis, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 184 p. fez uma breve ocorrência das espécies "regulares" e "irregulares" para esta unidade. Benaim e Senra (2007)Benaim N. & Senra M.C.E. 2007. Análise Preliminar de Novos Afloramentos da Formação Jandaíra (Cretáceo Superior- Bacia Potiguar) no Município de Areia Branca, Rio Grande do Norte. Anuário do Instituto de Geociências, 30:240. coletaram exemplares "regulares" e "irregulares" em duas pedreiras (AB01 e AB02) da fábrica Brasil Química (BQmil), região de Areia Branca, microrregião de Mossoró, Rio Grande do Norte. E mais recentemente, Oliveira et al. (2013aOliveira J., Manso C.L.C., Andrade E.J., Lima W.S. 2013a. O gênero Mecaster (Echinodermata: Spatangoida) do Cretáceo Superior da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar, Nordeste do Brasil. Scientia Plena. 9(8):1-17., 2013bOliveira J., Manso C.L.C., Andrade E.J. 2013b. Petalobrissus do Cretáceo da Formação Jandaíra. Brazilian Journal of Geology, 43(4):661-672.) revisaram as espécies endocíclicas e exocíclicas registradas para a Formação Jandaíra.

O presente estudo objetivou analisar a ocorrência das espécies de equinoides "regulares" Goniopygus durandi, Rosadosoma riograndensis (Maury 1925), Phymosoma major (Coquand 1862Coquand H. 1862. Géologie et paléontologie de la région sud de la province de Constantine. Mémoires de la Société d'Emulation de la Provence, vol. 2, p. 341.) e equinoides "irregulares" Petalobrissus setifensis (Cotteau 1866), P. cubensis (Weisbord 1934Weisbord N. 1934. Some Cretaceous and Tertiary Echinoids from Cuba. Bulletins of American Paleontology, 20(70):165-270.), Mecaster fourneli (Agassiz & Desor 1847Agassiz L & Desor E. 1847. Catalogue raisonné des familles, des genres set des espéces de la classe echinodermes. Paris: L. Martinet.), M. texanus (Roemer 1852Roemer F. 1852. Die Kreidebildungen von Texas und ihre organischen Einschluss. Bonn, Adolph Marcus, 100 p.) e Mecaster sp registradas para as localidades Camurim-01, Gangorrinha-2, Gov. Dix-Sept Rosado-2, Gov. Dix-Sept Rosado-6, Estreito-1 e Frei Antonio-3 na Formação Jandaíra, Bacia Potiguar.

CONTEXTO GEOLÓGICO E ESTRATIGRÁFICO

A Bacia Potiguar é uma bacia marginal que se situa na costa nordeste do Brasil, ocupando em sua porção emersa e submersa parte setentrional dos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará (Fig. 1). Esta bacia abrange uma área total de aproximadamente 48.000 km2, com cerca de 21.000 km2 referente à porção emersa e 27.000 km2 representando a porção submersa de plataforma e talude continental (Pessoa Neto et al. 2007Pessoa Neto O.C., Soares U.M., Silva J.G.F., Roesner E.H., Florencio C.P., Souza C.A.V. 2007. Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2):357-369.).

Figura 1.
Mapa geológico simplificado exibindo a localização dos afloramentos, nos quais foram coletados os equinoides na Formação Jandaíra, Bacia Potiguar. Os códigos referem-se às localidades descritas no texto (CMU- 01; GR-02; GD-02; GD-06; ET-01; FRA-03) (modificado de Souza-Lima et al. 2007).

A evolução tectono-sedimentar desta bacia está relacionada ao embasamento Pré-Cambriano do Gondwana e as tensões ocorridas durante a formação da América do Sul e África (Mello 1987Mello U.T. 1987. Evolução termo-mecânica da Bacia Potiguar - RN, Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, p. 186., Pessoa Neto et al. 2007Pessoa Neto O.C., Soares U.M., Silva J.G.F., Roesner E.H., Florencio C.P., Souza C.A.V. 2007. Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2):357-369.). Utilizando-se os registros estratigráficos da Bacia Potiguar é possível diferenciar três supersequências:

  1. Supersequência Rifte, depositada no Cretáceo Inferior e formada por sedimentos de origem flúvio-deltaico e lacustres das formações Pendência e Pescada (Soares et al. 2003, Pessoa Neto et al. 2007)

  2. Supersequência Pós-Rifte, que contém os registros sedimentares que mostram a passagem gradativa entre os sistemas continentais e marinhos, representados pela Formação Alagamar (Pessoa Neto et al. 2007)

  3. Supersequência Drifte, onde a subsidência foi controlada por mecanismos termais e isostáticos, caracterizados por uma sequência flúvio-marinha transgressiva onde estão inseridas as formações Açu, Jandaíra, Ponta do Mel, Quebradas e Ubarana (Pessoa Neto et al. 2007)

A Formação Jandaíra (Fig. 2), objeto do presente estudo, é composta por calcirruditos, calcarenitos e calcilutitos bioclásticos, depositados no contexto de uma plataforma carbonática dominada por maré, e seus sedimentos mais recentes possuem idade eocampaniana (Soares et al. 2003Soares U.M., Rosseti E.L., Cassab R.C.T. 2003. Bacias sedimentares brasileiras: Bacia Potiguar. Fundacão Paleontológica Phoenix, 5(56):1-6., Pessoa Neto et al. 2007Pessoa Neto O.C., Soares U.M., Silva J.G.F., Roesner E.H., Florencio C.P., Souza C.A.V. 2007. Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2):357-369.). Esta formação caracteriza-se por apresentar rochas carbonáticas com espessuras variando entre zero e 600 metros, sendo a menor espessura em direção às águas profundas em razão do processo erosivo e a maior na porção da plataforma interna atual (Pessoa Neto et al. 2007Pessoa Neto O.C., Soares U.M., Silva J.G.F., Roesner E.H., Florencio C.P., Souza C.A.V. 2007. Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2):357-369.).

Figura 2.
Coluna cronoestratigráfica da Bacia Potiguar, parte emersa, com destaque para a Formação Jandaíra (Pessoa Neto et al. 2007).

Esta unidade reflete ambientes marinhos predominantemente de água rasa, com planícies de marés e lagunares, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma rica e diversificada associação fossilífera. Também ocorrem representantes e fácies sedimentares de ambientes de alta energia, como shoals oolíticos e de água mais profunda (Pessoa Neto et al. 2007Pessoa Neto O.C., Soares U.M., Silva J.G.F., Roesner E.H., Florencio C.P., Souza C.A.V. 2007. Bacia Potiguar. Boletim de Geociências da Petrobras, 15(2):357-369., Oliveira et al. 2013aOliveira J., Manso C.L.C., Andrade E.J., Lima W.S. 2013a. O gênero Mecaster (Echinodermata: Spatangoida) do Cretáceo Superior da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar, Nordeste do Brasil. Scientia Plena. 9(8):1-17.).

MATERIAIS E MÉTODOS

O material utilizado nesse estudo é constituído no total de 223 exemplares de equinoides coletados nas localidades Camurim-01, Gangorrinha-2, Gov. Dix-Sept Rosado-2, Gov. Dix-Sept Rosado-6, Estreito-1 e Frei Antonio-3 na Formação Jandaíra, Bacia Potiguar. Foram obtidos em duas coletas, uma realizada em 2003 e outra em 2011.

No laboratório os equinoides foram preparados e identificados com base na sistemática genérica proposta Durhan et al. (1966)Durhan J.W., Caster K.E., Harriet E., Fell H.B., Fisher A.G., Frizzell D.L., Kesling R.V., Kier P.M., Melville R.V., Moore R.C., Paswson D.L., Gerhard R., Spencer W.K., Georges U., Wagner C.D., Wright C.W. 1966. Asterozoa- Echinozoa. In: Moore R.C. (ed.) Treatise on Invertebrate Paleontology, Part U, Echinodermata 3. Laurence: Geological Society of America and the University of Kansas Press, p. U5-U695. e bibliografias especializadas. Em seguida, os exemplares em melhor estado de preservação foram fotografados, e posteriormente todo o material foi depositado na coleção de invertebrados fósseis da Fundação Paleontológica Phoenix (FPH), o número de tombo encontra-se em Oliveira et al. (2013aOliveira J., Manso C.L.C., Andrade E.J., Lima W.S. 2013a. O gênero Mecaster (Echinodermata: Spatangoida) do Cretáceo Superior da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar, Nordeste do Brasil. Scientia Plena. 9(8):1-17., 2013bOliveira J., Manso C.L.C., Andrade E.J. 2013b. Petalobrissus do Cretáceo da Formação Jandaíra. Brazilian Journal of Geology, 43(4):661-672.).

Características gerais dos equinoides

A Classe Echinoidea caracteriza-se por apresentar exemplares com carapaça recoberta por inúmeros espinhos, formada por 20 fileiras de placas, sendo 10 ambulacrais e 10 interambulacrais. A Subclasse Euechinoidea engloba equinoides endocíclicos ou "regulares" (Fig. 3A) e exocíclicos ou "irregulares" (Fig. 3B). Os equinoides endocíclicos apresentam carapaça hemisférica a sub-hemisférica, com simetria pentarradial. Possuem periprocto localizado no centro do sistema apical e o perístoma na porção oposta na região inferior da carapaça. Na parte interna da boca, encontra-se a lanterna-de-Aristóteles, que atua como mandíbula, utilizada na alimentação (Souza-Lima & Manso 2004Souza-Lima W., Manso C.L.C. 2004. Equinodermas. In: Carvalho, I. S. (ed.), Paleontologia.Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2ª ed, v. 1, p. 675-700.).

Figura 3.
Caracteres morfológicos dos equinoides "regulares" e "irregulares" (Manso 2003).

Os exocíclicos vivem totalmente ou parcialmente enterrados na areia ou sedimentos finos e apresentam simetria bilateral. O Periprocto localiza-se fora do sistema apical, deslocando-se em direção à região posterior da carapaça. O perístoma possui contorno circular ou pentagonal e está localizado na superfície inferior, central ou deslocado para a região anterior da carapaça. Apresentam, em sua maioria, o ambulacro III diferenciado em relação aos demais, atuando no processo respiratório, e pétalas sulcadas ou planas. O sistema apical é semelhante ao dos equinoides regulares. (Souza-Lima & Manso 2004Souza-Lima W., Manso C.L.C. 2004. Equinodermas. In: Carvalho, I. S. (ed.), Paleontologia.Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2ª ed, v. 1, p. 675-700.).

Localidades fossilíferas da Formação Jandaíra

As descrições das localidades estudadas foram realizadas com base em trabalhos anteriores e no banco de dados da Fundação Paleontológica Phoenix. A metodologia segue aquela adotada por Bengtson (1983)Bengtson P. 1983. The Cenomanian-Coniacian of Sergipe Basin, Brazil. Fossils and Strata, 12:1-78., de acordo com o sistema internacional Universal Transverso de Mercator (UTM). As coordenadas em UTM foram obtidas utilizando-se o Global Positioning System (GPS) sobre o datum Córrego Alegre. Os códigos entre parênteses referem-se à identificação dos afloramentos no mapa de localização de Souza-Lima et al. (2007)Souza-Lima W., Andrade E.J., Srivastava N.K. 2007. A bioestratigrafia esquecida: amonóides da bacia Potiguar. In: Carvalho I..S., Cassab R.C.T., Schwanke C., Carvalho M.A., Fernandes A.C.S., Rodrigues M.A.C., Carvalho M.S.S., Arai M., Oliveira M.E.Q. Paleontologia: Cenários de vida. Rio de Janeiro: Editora Interciência, p. 601-619..

Os seguintes códigos foram utilizados nas descrições: (a) Kjan = Formação Jandaíra; (b) Exposição = afloramento com altura inferior a 0,5 m; (c) Seção = afloramento com altura superior a 0,5 m.

▪ Camurim - Referências à área: "...BR 117, trecho Mossoró-Gov. Dix-Sept Rosado, mun. de Mossoró, 15 km após a saída da cidade de Mossoró, RN" (Cassab 2003); "... provém da localidade denominada Mossoró 03 (MO-03), situada na BR-117, trecho Mossoró-Governador Dix-Sept Rosado Maia, no Município de Mossoró, 15 km após a saída da cidade de Mossoró" (Manso 2006).

▪ Camurim-1 (CMU-01) - Coordenadas em UTM 9411500N/673350E. Folha SB-24-X-D-I-3-NO (Souza-Lima et al. 2007). Governador Dix-sept Rosado, seção em área escavada à margem leste da RN-117, 15 km ao sul de Mossoró.

▪ Kjan = Calcários biomicríticos, margas e bioesparitos, com exemplares de Baculites sp. e Pseudaspidoceras? sp. (Souza-Lima et al. 2007). O registro desses amonoides nessa localidade sugere uma deposição durante o intervalo Turoniano inferior (Souza-Lima et al. 2007).Referências: corresponde a localidade Mossoró 03 (MO-03) de Cassab (2003); Camurim-1(CMU-1) de Souza-Lima et al. (2007) e Oliveira et al. (2013b).

▪ Gangorrinha-2 (GR-02) - Coordenadas em UTM 9394200N/661900E. Folha SB-24-X-C-III-4-SE. Exposição a 3 km a oeste da cidade de Governador Dix-Sept Rosado, RN. Seção em colina naturalmente escavada, com face voltada para NW, cerca de 650 m a sudeste do povoado Gangorrinha (antigo Sítio Gangorrinha), ao sul de Governador Dix-Sept Rosado.Kjan = Calcário creme claro fino bioclastico com vários equinoides: Goniopygus durandi, Rosadosoma riograndensis, Phymosoma major e Mecaster fourneli.Referências: Provável área citada em Maury (1924), Duarte e Santos, (1961), Beurlen, (1964, 1967); GD-01 de Cassab (2003) e Oliveira et al. (2013a).

▪ Gov. Dix-Sept Rosado-2 (GD-02) - Coordenadas em UTM 9395200N/663400E. Folha SB-24-X-C-III-4-SE. Exposição próxima à BR 117, trecho Governador Dix-Sept Rosado - Caraúbas, 1,5 km ao sul da cidade de Gov. Dix Sept Rosado, próximo ao entroncamento para esta cidade, município de Governador Dix-Sept Rosado, RN. Observações: Presença de Mecaster fourneli, Mecaster texanus e Mecaster sp. Referências: Cassab (2003), Oliveira et al. (2013a).

▪ Gov. Dix-Sept Rosado-6 (GD-06) - Coordenadas em UTM 9395450N/663350E. Folha SB-24-X-C-III-4-SE. Observações: Exposição na margem direita do Rio Açu, na cidade de Governador Dix-Sept Rosado. Kjan = Calcário creme claro muito fossilífero, com muitos equinoides jovens do gênero Mecaster fourneli e Mecaster texanus..Referências: Refere-se, provavelmente, à região citada em Maury (1924), Beurlen (1964,1967), Cassab (2003) e Oliveira et al. (2013a).

▪ Estreito-1 (ET-01)- Coordenadas em UTM 9406100N /743450E. Folha SB-24-X-D-II-3-NE (Souza-Lima et al. 2007). Seção em estreito próximo ao rio Açu. Kjan = Mudstones a Wackstones intercalados com grainstones, contendo exemplares de Hypophylloceras sp..Referências: Corresponde à localidade Açu 9 (AÇU-09) de Cassab (2003) e Souza-Lima et al., (2007).

▪ Frei Antonio-3 (FRA-03) - Coordenadas em UTM 9431400N/72800E. Folha SB-24-X-D-II-3-NE. Estrada Rodoviária Mossoró-Areia Branca, 17 km ao norte de Mossoró, município de Mossoró, RN (Cassab 2003). Kjan = Exposição em pedreira, contendo calcário laminado variando em tons de creme a cinza claro, com níveis de bioturbação. Com a presença de equinoides, moluscos biválvios e raros amonoides, bem como exemplares de amonoides Texanites (Plesiotexanites) sp. e Pachydiscus? sp. (Souza-Lima et al. 2007). A ocorrência desses amonoides nessa localidade fossilífera indica um intervalo de deposição do Santoniano ao Campaniano na Formação Jandaíra (Souza-Lima et al. 2007). Referências: corresponde à localidade Mossoró-7 (MO-07) de Cassab (2003) e à localidade Frei Antônio 2 (FRA-02) de Souza-Lima et al. (2007) e Oliveira et al. (2013b).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram coletados e identificados, neste estudo, 223 exemplares de equinoides pertencentes a oito espécies, sendo três "regulares" representadas por Goniopygus durandi, Rosadosoma riograndensis (Maury 1924Maury C.J. 1924. Fósseis terciários do Brasil, com descrição de novas formas cretáceas. Monografia, Serviço Geologico e Mineralogico do Brasil, 705 p.) e Phymosoma major (Coquand 1862Coquand H. 1862. Géologie et paléontologie de la région sud de la province de Constantine. Mémoires de la Société d'Emulation de la Provence, vol. 2, p. 341.), e cinco "irregulares" representadas por Petalobrissus setifensis (Cotteau 1866), P. cubensis (Weisbord 1934Weisbord N. 1934. Some Cretaceous and Tertiary Echinoids from Cuba. Bulletins of American Paleontology, 20(70):165-270.), Mecaster fourneli (Agassiz & Desor 1847Agassiz L & Desor E. 1847. Catalogue raisonné des familles, des genres set des espéces de la classe echinodermes. Paris: L. Martinet.), M. texanus (Roemer 1852Roemer F. 1852. Die Kreidebildungen von Texas und ihre organischen Einschluss. Bonn, Adolph Marcus, 100 p.) e Mecaster sp. como pode ser observado na Fig. 4

Figura 4.
Espécies de equinoides registrados para as localidades fossilíferas da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar: (A) Goniopygus durandi. (B)Rosadosoma riograndensis (Maury, 1925). (C) Phymosoma major (Coquand 1862). (C) Petalobrissus setifensis (Coquand in Cotteau 1866). (D) Petalobrissus cubensis (Weisbord 1934). (F) Mecaster texanus (Roemer 1852). (H) Mecaster fourneli (Agassiz & Desor 1847).

De acordo com Smith (2010)Smith A.B. 2010. The Cretaceous Bagh Formation, India: a Gondwanan window onto Turonian shallow-water echinoid faunas. Cretaceous Research, 31:368-386., a elevação global do nível do mar atingiu seu máximo para o Mesozóico durante o Turoniano, ocasionando uma modificação dos paleoambientes. Ainda segundo o autor, os ambientes de água rasa não foram extintos, mas restritos aos crátons da bacia. Quando o nível do mar regrediu estes ambientes, foram afetados por processos erosivos que fizeram com que grande parte de seu registro fossilífero fosse perdido. Consequentemente, se conhece pouco da fauna marinha de ambientes rasos do Turoniano, sendo que a fauna encontrada nos dias atuais teria sido preservada sob condições excepcionais (Smith 2010Smith A.B. 2010. The Cretaceous Bagh Formation, India: a Gondwanan window onto Turonian shallow-water echinoid faunas. Cretaceous Research, 31:368-386.).

Este parece ser o caso dos equinoides dos calcários da Formação Jandaíra. Neste caso, foi observado que os equinoides "irregulares" aparecem em maior número se comparado aos "regulares". Este fato pode estar ligado também à forma de vida das espécies "regulares", que viveram sobre o sedimento. Estas formas, ao morrer, são expostas aos decompositores que atacam seus tecidos que dão sustentação as placas que formam a carapaça e que são encaixadas umas as outras. Sob a ação de ondas e correntes estas placas se separam com mais facilidade. Assim, temos um menor número de indivíduos "regulares" como P. major (7, 17%), R. riograndensis (6,72%) e G. durandi (0,89%), sendo essa última a menos expressiva em termo de número de exemplares, como pode ser observado na Fig. 5.

Figura 5.
Abundância relativa das espécies de equinoides coletadas nesse estudo na Formação Jandaíra (Cretáceo Superior), Bacia Potiguar.

Smith (1995)Smith A.B. 1995. Late Campanian-Maastrichtian echinoids from the United Arab Emirates-Oman border region. Bulletin of Natural History Museum of London (Geology), 51(2):121-240. sugeriu que Goniopygus arabicus teria sido um habitante de substratos duros protegidos por recifes do Cretáceo superior na região dos Emirados Árabes Unidos. Este mesmo tipo de paleoambiente pode ter abrigado às espécies de "regulares" na bacia Potiguar. Estas espécies foram encontradas em sua maioria com as carapaças inteiras, mas sem os espinhos e placas do periprocto, do perístoma e também sem a lanterna de Aristóteles. De acordo com Smith (1984)Smith A.B. 1984. Echinoid palaeobiology. London: George Allen & Unwin, 199 p. as causas de morte neste caso estariam relacionadas principalmente a predação por asteroides, a motalidade em massa ou ainda a senecencia. Ainda segundo Smith (1984)Smith A.B. 1984. Echinoid palaeobiology. London: George Allen & Unwin, 199 p. estas carapaças poderiam ter permanecido no assoalho marinho durante meses antes de serem recobertas por sedimento. Neste caso, estas espécies teriam vivido na Formação Jandaíra em ambientes protegidos por recifes sem ação direta de ondas ou correntes.

As espécies "irregulares" se destacaram por apresentar um maior número de exemplares; a saber: P. cubensis (30,94%), P. setifensis (18,80%), M. fourneli (16,59%), M. texanum (11,21%) e Mecaster sp (7,26%), como pode ser visualizado na Fig. 5. Segundo Manso (2003)Manso C.L.C. 2003. Paleoecologia, Paleobiogeografia e Sistemática dos Equinóides do Aptiano - Albiano (Cretáceo) do Brasil. PhD Thesis, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, p. 211., os equinoides "irregulares" na sua maioria são infaunais, sendo que algumas espécies desenvolveram estruturas que permitiram que os mesmos se enterrassem mais profundamente no sedimento, ficando assim menos expostos aos fatores ambientais. Por sua vez, as formas "regulares", adaptados a uma existência epifaunal, em ambientes costeiros, ficaram assim menos protegidas inclusive dos predadores. Segundo Cassab (2003)Cassab R.C.T. 2003. Paleontologia da Formação Jandaíra, Cretáceo Superior da Bacia Potiguar, com ênfase na paleobiologia dos gastrópodos. PhD Thesis, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 184 p., alguns equinoides presentes na Formação Jandaíra sofreram coevolução a partir da qual desenvolveram estratégias de sobrevivência, como enterrar-se no sedimento para escapar de predadores como gastrópodes do gênero Tylostoma, os quais foram diversificados e abundantes nessa unidade durante o Cretáceo Superior.

De acordo com Taylor (1981)Taylor J.D. 1981. The evolution of predators in the late Cretaceous and their ecological significance. In: Forey P.L. (Ed.) The Evolving Biosphere. Cambridge: British Museum (Natural History) Press, p. 229-240., os gastrópodos que se tornaram predadores passaram por diversas adaptações morfológicas, tais como aumento de probóscide, mudanças dos dentes da rádula e surgimento de algumas glândulas capazes de dissolver carapaças. Os organismos que se tornaram suas presas, como os equinoides, também sofreram transformações em relação às características morfológicas e ao comportamento.

De acordo com Cassab (2003)Cassab R.C.T. 2003. Paleontologia da Formação Jandaíra, Cretáceo Superior da Bacia Potiguar, com ênfase na paleobiologia dos gastrópodos. PhD Thesis, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 184 p., os gastrópodes predadores imobilizavam os equinoides com o pé, ou então soltavam grande quantidade de muco e, em seguida, perfuravam sua carapaça através da raspagem pela rádula somada ao ataque com ácidos secretados pelas glândulas. Além de usar o lábio externo para quebrar pedaços das bordas da carapaça ou regiões menos protegidas, com menor número de espinhos, por onde inseriam a probóscide e esguichavam uma secreção tóxica, que paralisavam os tecidos dos equinoides levando-os a morte, e por último alimentavam-se dos seus tecidos.

Como foi constatado, a localidade Camurim-1 (Fig. 6), apresentou o maior número de espécies, apenas Goniopygus durandi não ocorreu nessa localidade. Gangorrinha-2 (Fig. 7) também registrou a maioria das espécies, com exceção daquelas pertencentes ao gênero Petalobrissus. Em Gov. Dix-Sept Rosado-2 (Fig. 8) e Gov. Dix-Sept Rosado-6 (Fig. 9) observou-se somente a presença de espécimes do gênero Mecaster. Já Estreito-1 e Frei Antonio-3 foram as que apresentaram a menor ocorrência, pois na primeira ocorreu apenas Goniopygus durandi e na segunda Petalobrissus cubensis. A ocorrência de P. cubensis pode esta relacionada ao tipo de ambiente. Segundo Cassab (2003)Cassab R.C.T. 2003. Paleontologia da Formação Jandaíra, Cretáceo Superior da Bacia Potiguar, com ênfase na paleobiologia dos gastrópodos. PhD Thesis, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 184 p., grande parte dos equinoides da Formação Jandaíra, são encontrados especialmente em sedimentos depositados nas fácies de plataforma rasa. Isto sugere que as localidades Camurim-01 e Gangorrinha-02 destacaram-se em relação à diversidade de espécies por estarem depositadas em ambientes protegidos próximos na borda da bacia.

Figura 6.
Número percentual de exemplares por espécie proveniente da localidade fossilífera Camurim-1 da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar.

Figura 7.
Diagrama representando o número percentual de exemplares por espécie proveniente da localidade fossilífera Gangorrinha -2 da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar.

Figura 8.
Número percentual de exemplares por espécie proveniente da localidade fossilífera Gov. Dix-Sept Rosado-2 da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar.

Figura 9.
Número percentual de exemplares por espécie proveniente da localidade fossilífera Gov. Dix-Sept Rosado-6 da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar.

CONCLUSÕES

Através desse estudo, foi possível observar a distribuição das espécies de equinoides nas localidades fossilíferas Camurim-01, Gangorrinha-2, Gov. Dix-Sept Rosado-2, Gov. Dix-Sept Rosado-6, Estreito-1 e Frei Antonio-3 da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar.

O maior número de espécies "irregulares" nessa unidade pode estar relacionado ao modo de vida e ao processo de coevolução que contribuiu para a diversificação dos mesmos.

As espécies de equinoides "regulares" teriam preferido ambientes protegidos, o que ficou confirmado com o maior registro destas espécies nas localidades Camurim-1 e Gangorrinha-2.

AGRADECIMENTOS

As autoras agradecem: ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela aprovação do projeto "Echinodermata e Mollusca (Bivalvia: Inoceramidae) do Cretáceo da Bacia Potiguar, Nordeste do Brasil", processo nº 401775/2010-0 e projeto "Coleções Paleontológicas - Fundação Phoenix: O Cretáceo no Brasil", processo n° 401778/2010-0; à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida a primeira autora; à Fundação Paleontológica Phoenix especialmente ao Dr. Wagner Souza-Lima pelas bibliografias e auxílio na realização das fotografias; à Universidade Federal de Sergipe (UFS), em especial ao Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias (PGAB), pelo auxílio e apoio da pesquisa.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2014

Histórico

  • Recebido
    01 Set 2014
  • Aceito
    07 Nov 2014
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