Acessibilidade / Reportar erro

Instrumentos de rastreio para disfagia orofaríngea no acidente vascular encefálico

RESUMO

Objetivo:

Identificar os parâmetros presentes nos instrumentos de rastreio para a disfagia orofaríngea no acidente vascular encefálico, publicados na literatura.

Estratégia de pesquisa:

Para a seleção dos estudos, foram utilizados os descritores: transtornos de deglutição, acidente vascular cerebral, rastreio, screening, avaliação e disfagia. Foram consultadas as bases de dados MEDLINE, Embase, LILACS, SciELO e biblioteca Cochrane.

Critérios de seleção:

Foram selecionados artigos em inglês, português e espanhol, publicados até dezembro de 2014, cuja abordagem metodológica referisse instrumentos de rastreio para a disfagia orofaríngea, elaborados para indivíduos adultos com acidente vascular encefálico. Os parâmetros utilizados nos diferentes instrumentos de rastreio foram agrupados por igualdade e/ou semelhança. Foi realizada análise descritiva e calculada a frequência dos parâmetros encontrados.

Resultados:

Foram encontrados 688 artigos e, após consideração dos critérios de inclusão e exclusão, 23 artigos foram efetivamente analisados. Dos 20 instrumentos encontrados, 90% utilizaram algum tipo de oferta via oral no rastreio para a disfagia, sendo a maioria, a água. Foram encontrados 19 parâmetros distintos, não relacionados à oferta de alimento e 12 parâmetros relacionados à oferta de alimento.

Conclusão:

Não há consenso, entre os estudos, sobre os parâmetros mais sensíveis e específicos para compor o método de rastreio para disfagia orofaríngea na população com acidente vascular encefálico.

Descritores:
Transtornos de deglutição; Programas de rastreamento; Acidente vascular cerebral; Deglutição; Diagnóstico

ABSTRACT

Purpose:

To identify the parameters present in the screening tools for oropharyngeal dysphagia in stroke published in the literature.

Research strategy:

For the selection of studies, the swallowing disorder descriptors stroke, screening, evaluation and dysphagia were used. MEDLINE, Embase, LILACS, SciELO and the Cochrane Library databases were consulted.

Selection criteria:

We selected articles in the English, Portuguese and Spanish languages published up to December 2014 whose methodological approach referred to screening tools for oropharyngeal dysphagia designed for adults with stroke. The parameters used in the various screening tools were grouped by equality and/or likeness. We performed a descriptive analysis and calculated the frequency of found parameters.

Results:

We found 688 articles and after consideration of the inclusion and exclusion criteria, 23 articles were effectively analyzed. Of the 20 tools found, 90% used some type of food offer orally in screening for dysphagia, mostly water. We found 19 different parameters not related to food offer and 12 parameters related to food offer.

Conclusion:

There is no consensus among the studies on the most sensitive and specific parameters to compose the screening method for oropharyngeal dysphagia in stroke.

Keywords:
Deglutition disorders; Mass screening; Stroke; Deglutition; Diagnosis

INTRODUÇÃO

A disfagia orofaríngea é frequente em pacientes com acidente vascular encefálico (AVE). Sabe-se que está associada a complicações da saúde geral do indivíduo, podendo causar pneumonia, desidratação, desnutrição e prorrogar o tempo de internação hospitalar, além de aumentar os custos com o cuidado da saúde(11. Smithard DG, O'neill PA, Park CL, Morris J, Wyatt R, England R et al. Complications and outcome after acute stroke does dysphagia matter? Stroke.1996;27(7):1200-4. http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.1200
http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.12...
). Assim, a identificação precoce da disfagia é de extrema importância, a fim de minimizar as consequências adversas à saúde do paciente com AVE(22. Donovan NJ, Daniels SK, Edmiaston J, Weinhardt J, Summers D, Mitchell PH. Dysphagia screening: state of the art invitational Conference Proceeding From the State-of-the-Art Nursing Symposium, International Stroke Conference 2012. Stroke. 2103;44(4):e24-31. http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57
http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182...
,33. Kertscher B, Speyer R, Palmieri M, Plant C. Bedside screening to detect oropharyngeal dysphagia in patients with neurological disorders: an updated systematic review. Dysphagia. 2014;29(2):204-12. http://dx.doi.org/10.1007/s00455-013-9490-9
http://dx.doi.org/10.1007/s00455-013-949...
).

Iniciou-se, então, nos últimos anos, uma mobilização visando o rastreio da disfagia orofaríngea. Segundo a American Speech-Language-Hearing-Association (ASHA), o rastreio para disfagia é um procedimento de investigação da deglutição, que classifica se o indivíduo passa ou falha e, portanto, verifica se há necessidade de avaliação abrangente da função de deglutição, ou de encaminhamento para outros profissionais e/ou serviços médicos(44. American Speech-Language-Hearing Association. Preferred practice patterns for the profession of speech-language pathology [Preferred practice patterns]. Rockvile: American Speech-Language-Hearing Association; 2004 [citado: 2 dez 2014]. Available from: http://www.asha.org/policy/PP2004-00191/
http://www.asha.org/policy/PP2004-00191/...
). Assim, o rastreio se difere da avaliação clínica da deglutição, pois esta visa avaliar a biomecânica da deglutição e definir o diagnóstico específico de disfagia orofaríngea, bem como condutas quanto à via de alimentação. Apesar do crescente número de pesquisas na área, ainda não há consenso na literatura sobre quais parâmetros devem compor o melhor instrumento de rastreio para a disfagia orofaríngea no AVE, sendo encontradas divergências entre os instrumentos publicados(22. Donovan NJ, Daniels SK, Edmiaston J, Weinhardt J, Summers D, Mitchell PH. Dysphagia screening: state of the art invitational Conference Proceeding From the State-of-the-Art Nursing Symposium, International Stroke Conference 2012. Stroke. 2103;44(4):e24-31. http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57
http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182...
). Alguns desses instrumentos utilizaram métodos indiretos, sem a oferta de alimento, havendo variabilidade nesses parâmetros. Outros empregaram, além de parâmetros indiretos, o uso de alimentos que também variaram quanto às consistências. Portanto, devido à ausência de consenso sobre qual deve ser o instrumento de rastreio para disfagia orofaringea no AVE, tornou-se relevante investigar a variabilidade dos parâmetros incluídos nesses instrumentos.

OBJETIVO

O objetivo deste estudo de revisão de literatura foi identificar os parâmetros presentes nos instrumentos de rastreio para a disfagia orofaríngea, na população com acidente vascular encefálico.

ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A revisão da literatura foi realizada com delimitação das seguintes etapas: identificação do problema com formulação da pergunta de investigação; estabelecimento de palavras-chave; determinação dos critérios de inclusão e exclusão dos artigos; seleção dos artigos e definição das informações a serem extraídas. A pergunta que subsidiou a revisão foi: “quais os parâmetros que devem compor um instrumento de rastreio para a disfagia orofaríngea na população com AVE?”

Foi realizado o levantamento da literatura internacional publicada nos idiomas inglês, português e espanhol, utilizando-se as bases de dados MEDLINE, Embase, LILACS, SciELO e biblioteca Cochrane. Os descritores baseados no DeCS e termos livres utilizados para a pesquisa foram: transtornos de deglutição, acidente vascular cerebral, rastreio, screening, avaliação e disfagia, em combinações variadas, visando maior número de estudos. As referências bibliográficas dos artigos selecionados foram analisadas para verificar outros estudos que pudessem ter sido omitidos na busca eletrônica inicial.

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Foram incluídos artigos cuja abordagem metodológica referisse instrumentos de rastreio para a disfagia orofaríngea, elaborados para pacientes adultos com AVE. As publicações até dezembro de 2014, com textos disponíveis na íntegra, foram analisadas. Foram excluídas as publicações que não eram compatíveis com o tema abordado, os estudos de revisão de literatura, os que se repetiram nas bases de dados e os que não citavam diretamente os parâmetros do instrumento de rastreio (Figura 1).

Figura 1
Etapas da revisão da literatura

ANÁLISE DOS DADOS

Os textos completos e relevantes para a revisão foram analisados e, posteriormente, foram extraídos os seguintes dados: autores, ano de publicação, número de sujeitos, profissionais que administraram os instrumentos, testes utilizados, medidas psicométricas e, também, todos os parâmetros utilizados nos diferentes instrumentos de rastreio no AVE, que foram agrupados por igualdade e/ou semelhança. Foi realizada a análise descritiva e calculada a frequência dos parâmetros encontrados.

RESULTADOS

Inicialmente, foram encontrados 688 artigos. Após consideração dos critérios de inclusão e exclusão, 23 artigos foram efetivamente analisados, sendo que, nestes artigos, foram encontrados 20 instrumentos diferentes(55. DePippo KL, Holas MA, Reding MJ. Validation of the 3-oz water swallow test for aspiration following stroke. Arch Neurol. 1992;29(12):1259-61. http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992.00530360057018
http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992....
2626. Daniels SK, Anderson JA, Petersen NJ. Implementation of stroke dysphagia screening in the emergency department. Nurs Res Pract. 2013;2013:ID 304190. http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190
http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190...
) (Quadro 1).

Quadro 1
Estudos selecionados

Dentre os instrumentos encontrados, 18 (90%) utilizaram algum tipo de oferta via oral no rastreio para disfagia, sendo que, destes, 13 (72,2%) utilizaram a água. Os parâmetros encontrados nos artigos selecionados foram agrupados por semelhança e/ou igualdade, totalizando, assim, 19 parâmetros distintos não relacionados à oferta de alimento e 12 parâmetros relacionados à oferta de alimento (Quadro 2).

Quadro 2
Frequência dos aspectos abordados nos instrumentos de rastreio para a disfagia orofaríngea em pacientes com acidente vascular encefálico, de acordo com revisão de literatura

DISCUSSÃO

O termo screening significa rastreio, e tem por finalidade identificar sujeitos com probabilidade de apresentar um problema específico(2727. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. (Série a. Normas e manuais técnicos. Cadernos de atenção primária, n. 29).). Logo, os instrumentos de rastreio para a disfagia orofaríngea devem identificar os indivíduos que apresentam suspeita de disfagia orofaríngea. Na presença de rastreamento positivo, é necessário confirmar o diagnóstico, por meio de uma avaliação mais abrangente da deglutição, realizada por profissional habilitado. Porém, essa terminologia “rastreio” parece ainda não estar muito bem definida na literatura, visto que os instrumentos encontrados, denominados rastreio, divergem quanto aos seus objetivos, condutas, profissionais que devem administrá-los e, também, quanto aos parâmetros que devem compô-los.

A maioria dos instrumentos desta revisão apresentou uma parte envolvendo avaliação de itens indiretos, como observação de características clínicas e dos componentes motores orais, seguida de um teste de deglutição com oferta de alimento. Alguns dos instrumentos classificaram a gravidade do distúrbio de deglutição e definiram a consistência alimentar mais segura(1515. Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients. The Gugging Swallowing Screen. Stroke.2007;38(11):2948-52. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
,1818. Courtney BA, Flier LA. RN dysphagia screening, a stepwise approach. J Neurosci Nurs. 2009;41(1):28-38. http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e31819345ac
http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e3181...
) e, nestes casos, acabaram mesclando-se ao objetivo conhecido da avaliação clínica da deglutição.

Um ponto a ser discutido é o uso ou não de alimentos no rastreio da disfagia orofaríngea, na população com AVE. Nesta revisão, 90% dos instrumentos fizeram uso de alguma consistência alimentar, sendo o líquido a consistência mais frequente, encontrada em 72,6% dos instrumentos. Cinco instrumentos(1111. Westergren A, Hallberg IR, Ohlsson O. Nursing assessment of dysphagia among patients with stroke. Scand J Caring Sci. 1999;13(4):274-82. http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.1999.tb00551.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.19...
,1515. Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients. The Gugging Swallowing Screen. Stroke.2007;38(11):2948-52. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
,1717. Bravata DM, Daggett VS, Woodward-Hagg H, Damush T, Plue L, Russell S et al. Comparison of two approaches to screen for dysphagia among acute ischemic stroke patients: nursing admission-screening tool versus National Institutes of Health stroke scale. Rehabil Res Dev. 2009;46(9):1127-34. http://dx.doi.org/10.1682/JRRD.2008.12.0169
http://dx.doi.org/10.1682/JRRD.2008.12.0...
,1818. Courtney BA, Flier LA. RN dysphagia screening, a stepwise approach. J Neurosci Nurs. 2009;41(1):28-38. http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e31819345ac
http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e3181...
,2424. Barnard SL. Nursing dysphagia screening for acute stroke patients in the emergency department. J Emerg Nurs. 2011;37(1):64-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jen.2010.11.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.jen.2010.11....
) incluíram outros tipos de consistências, como pastosa e sólida, apresentando variações quanto ao tipo de alimento escolhido e volumes testados. Apenas dois dos instrumentos basearam-se somente em características clínicas(2020. Antonios N, Carnaby-Mann G, Crary M, Miller L, Hubbard H, Hood K et al. Analysis of a physician tool for evaluating dysphagia on an inpatient stroke unit: the modified mann assessment of swallowing ability. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2010;19(1):49-57. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2009.03.007
http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecereb...
,2323. Schrock JW, Bernstein J, Glasenapp M, Drogell K, Hanna J. A novel emergency department dysphagia screen for patients presenting with acute stroke. Acad Emerg Med. 2011;18(6):584-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1553-2712.2011.01087.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1553-2712.20...
).

Levando em consideração as definições de rastreio e de avaliação clínica da deglutição, é preciso ter clareza sobre o que se pretende com a oferta de alimentos, ou seja: a identificação dos indivíduos com suspeita de disfagia orofaríngea; a suspeita de aspiração laringotraqueal, ou a análise da fisiologia da deglutição com identificação das possíveis causas do distúrbio. Assim, ao pensarmos na oferta de alimento, o que deve estar claro é a distinção entre os objetivos do rastreio para a disfagia, do rastreio para a aspiração laringotraqueal e da avaliação clínica da deglutição.

Na análise dos aspectos observados nos estudos após a oferta de volume via oral, verificamos que todos os 18 instrumentos que utilizaram algum tipo de alimento incluíram o sinal de tosse e/ou engasgo, sendo frequente, também, o sinal de voz molhada, encontrado em 70% dos instrumentos e menos frequentes os aspectos não relacionados diretamente à aspiração e penetração laringotraqueal, como escape extraoral, resíduo oral, tempo prolongado de refeição, entre outros. Logo, o uso frequente da água e a observação dos sinais clínicos sugestivos de penetração e aspiração laringotraqueal nos fazem refletir que os instrumentos estão mais voltados para a identificação de indivíduos com suspeita de aspiração laringotraqueal e não de disfagia orofaríngea(55. DePippo KL, Holas MA, Reding MJ. Validation of the 3-oz water swallow test for aspiration following stroke. Arch Neurol. 1992;29(12):1259-61. http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992.00530360057018
http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992....
,99. Daniels SK, McAdam CP, Brailey K, Foundas AL. Clinical assessment of swallowing and prediction of dysphagia severity. American Journal of Speech-Lang Pathol. 1997;6(4):17-24. http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604.17
http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604...
,1414. Nishiwaki K, Tsuji T, Liu M, Hase K, Tanaka N, Fujiwara, T. Identification of a simple screening tool for dysphagia in patients with stroke using factor analysis of multiple dysphagia variables. J Rehabil Med. 2005;37(4):247-51. http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026999
http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026...
,1515. Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients. The Gugging Swallowing Screen. Stroke.2007;38(11):2948-52. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
). Apenas alguns estudos verificaram a sensibilidade e especificidade do resultado do instrumento para a disfagia(1919. Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL et al. The Toronto bedside swallowing screening test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia-screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
,2020. Antonios N, Carnaby-Mann G, Crary M, Miller L, Hubbard H, Hood K et al. Analysis of a physician tool for evaluating dysphagia on an inpatient stroke unit: the modified mann assessment of swallowing ability. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2010;19(1):49-57. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2009.03.007
http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecereb...
). Portanto, a presença de alta sensibilidade nos resultados dos instrumentos para aspiração laringotraqueal não representa o mesmo para a disfagia, pois os indivíduos podem não ser identificados no teste de rastreio e serem disfágicos com menor grau de comprometimento.

Os parâmetros não relacionados à oferta de alimentos também foram múltiplos e variáveis, sendo encontrados, com frequência, parâmetros relacionados, principalmente, ao nível de alerta, qualidade vocal associada à capacidade de proteção de via área e observação da deglutição de saliva. Outros encontrados, porém, menos frequentes, foram a tosse voluntária, reflexo nauseoso, aspectos da fala e da linguagem, movimentos e força das estruturas orofaciais, aspectos respiratórios, questionários voltados a queixas de deglutição e fatores de risco para a disfagia.

Na literatura, o uso de fatores não relacionados à oferta de alimento no rastreio para a disfagia orofaríngea é restrito, sendo mais frequente o uso de alimentos. A água, associada a sinais de penetração e/ou aspiração, oferece, segundo a literatura, resultados mais promissores no rastreio para a disfagia e apresenta maiores índices de sensibilidade e especificidade. Já os mecanismos motores orais foram apontados como parâmetros sem evidências para o rastreio da disfagia(2828. Bours GJ, Speyer R, Lemmens J, Limburg M, De Wit R. Bedside screening tests vs. videofluoroscopy or fibreoptic endoscopic evaluation of swallowing to detect dysphagia in patients with neurological disorders: systematic review. J Adv Nurs. 2009;65(3):477-93. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.2008.04915.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.20...
). No entanto, outros estudos encontraram associação entre alguns indicadores clínicos com a disfagia orofaringea e/ou aspiração laringotraqueal(2929. Logemann JA, Veis S, Colangelo LA. Screening procedure for oropharyngeal dysphagia. Dysphagia. 1999;14(1):44-51. http://dx.doi.org/10.1007/PL00009583
http://dx.doi.org/10.1007/PL00009583...
,3030. McCullough GH, Wertz RT, Rosenbek JC. Sensitivity and specificity of clinical/bedside examination signs for detecting aspiration in adults subsequent to stroke. J Commun Disord. 2001;34(1-2):55-72. http://dx.doi.org/10.1016/S0021-9924(00)00041-1
http://dx.doi.org/10.1016/S0021-9924(00)...
), sendo que a identificação correta dos pacientes disfágicos aumentou quando o teste de deglutição isolado foi associado à características clínicas, como disartria, disfonia, deficit no reflexo de náusea e de tosse(99. Daniels SK, McAdam CP, Brailey K, Foundas AL. Clinical assessment of swallowing and prediction of dysphagia severity. American Journal of Speech-Lang Pathol. 1997;6(4):17-24. http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604.17
http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604...
). Um dos instrumentos selecionados nesta revisão e que fez uso apenas de características clínicas(2020. Antonios N, Carnaby-Mann G, Crary M, Miller L, Hubbard H, Hood K et al. Analysis of a physician tool for evaluating dysphagia on an inpatient stroke unit: the modified mann assessment of swallowing ability. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2010;19(1):49-57. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2009.03.007
http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecereb...
) apresentou boa sensibilidade e especificidade para a identificação da disfagia orofaríngea. Na análise geral dos resultados das sensibilidades e especificidades dos instrumentos desta revisão, foi encontrada uma variação de 47% a 100% na sensibilidade e de 30% a 100% na especificidade, tendo sido possível observar ótimos valores, tanto em ferramentas que utilizaram apenas critérios clínicos, quanto naquelas que os associaram com a oferta de consistências. Apesar disso, não foi possível determinar o instrumento mais sensível ou especifico, devido às diferenças metodológicas entre os estudos. Tais diferenças envolvem, principalmente, o número de indivíduos, os testes utilizados, a definição do constructo, ou seja, o desfecho investigado (disfagia, aspiração laringotraqueal ou ambos, por exemplo), além da fase do AVE em que o instrumento foi aplicado. A maioria dos instrumentos foi aplicada na fase aguda, porém, o tempo variou de horas até meses, o que pode ter impactado a sensibilidade e a especificidade, conforme observado em um dos instrumentos(1919. Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL et al. The Toronto bedside swallowing screening test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia-screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
), que foi aplicado nas fases aguda e de reabilitação e encontrou melhor sensibilidade na fase aguda do AVE.

Outro ponto controverso nos estudos é em relação aos profissionais que administraram o rastreio. Dos 17 instrumentos que citaram a aplicação, seis foram administrados por enfermeiros(1111. Westergren A, Hallberg IR, Ohlsson O. Nursing assessment of dysphagia among patients with stroke. Scand J Caring Sci. 1999;13(4):274-82. http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.1999.tb00551.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.19...
,1313. Massey R, Jedlicka D. The massey bedside swallowing screen. J Neurosci Nurs. 2002;34(5):252-60. http://dx.doi.org/10.1097/01376517-200210000-00005
http://dx.doi.org/10.1097/01376517-20021...
,1717. Bravata DM, Daggett VS, Woodward-Hagg H, Damush T, Plue L, Russell S et al. Comparison of two approaches to screen for dysphagia among acute ischemic stroke patients: nursing admission-screening tool versus National Institutes of Health stroke scale. Rehabil Res Dev. 2009;46(9):1127-34. http://dx.doi.org/10.1682/JRRD.2008.12.0169
http://dx.doi.org/10.1682/JRRD.2008.12.0...
,1919. Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL et al. The Toronto bedside swallowing screening test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia-screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
,2121. Edmiaston J, Connor LT, Loehr L, Nassief A. Validation of a dysphagia screening tool in acute stroke patients. Am J Crit Care. 2010;19(4):357-64. http://dx.doi.org/10.4037/ajcc2009961
http://dx.doi.org/10.4037/ajcc2009961...
,2323. Schrock JW, Bernstein J, Glasenapp M, Drogell K, Hanna J. A novel emergency department dysphagia screen for patients presenting with acute stroke. Acad Emerg Med. 2011;18(6):584-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1553-2712.2011.01087.x
http://dx.doi.org/10.1111/j.1553-2712.20...
), quatro por médicos(1010. Hinds NP, Wiles CM. Assessment of swallowing and referral to speech and language therapists in acute care. Q J Med. 1998;91(12):829-35. http://dx.doi.org/10.1093/qjmed/91.12.829
http://dx.doi.org/10.1093/qjmed/91.12.82...
,1616. Turner-Lawrence DE, Peebles M, Price MF, Singh SJ, Asimos AW. A feasibility study of the sensitivity of emergency physician dysphagia screening in acute stroke patients. Ann Emerg Med. 2009;54(3):344-8.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.annemergmed.2009.03.007
http://dx.doi.org/10.1016/j.annemergmed....
,2020. Antonios N, Carnaby-Mann G, Crary M, Miller L, Hubbard H, Hood K et al. Analysis of a physician tool for evaluating dysphagia on an inpatient stroke unit: the modified mann assessment of swallowing ability. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2010;19(1):49-57. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2009.03.007
http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecereb...
,2525. Zhou Z, Salle J, Daviet J, Stuit A., Nguyen C. Combined approach in bedside assessment of aspiration risk post stroke: PASS. Eur J Phys Rehabil Med. 2011;47(3):441-6.), quatro por profissionais distintos (fonoaudiólogos, médicos e enfer-meiros)(11. Smithard DG, O'neill PA, Park CL, Morris J, Wyatt R, England R et al. Complications and outcome after acute stroke does dysphagia matter? Stroke.1996;27(7):1200-4. http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.1200
http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.12...
,77. Smithard DG, O'Neill PA, Park C, England R, Renwick DS, Wyatt R et al. Can bedside assessment reliably exclude aspiration following acute stroke? Age Ageing. 1998;27(2):99-106. http://dx.doi.org/10.1093/ageing/27.2.99
http://dx.doi.org/10.1093/ageing/27.2.99...
,88. Smithard DG, O'Neill PA, England RE, Park CL, Wyatt R, Martin DF et al. The natural history of dysphagia following a stroke. Dysphagia. 1997;12(4):188-93. http://dx.doi.org/10.1007/PL00009535
http://dx.doi.org/10.1007/PL00009535...
,1212. Perry L. Screening swallowing function of patients with acute stroke: part one: identification, implementation and initial evaluation of a screening tool for use by nurses. J Clin Nurs. 2001;10(4):463-73. http://dx.doi.org/10.1046/j.1365-2702.2001.00501.x
http://dx.doi.org/10.1046/j.1365-2702.20...
,1414. Nishiwaki K, Tsuji T, Liu M, Hase K, Tanaka N, Fujiwara, T. Identification of a simple screening tool for dysphagia in patients with stroke using factor analysis of multiple dysphagia variables. J Rehabil Med. 2005;37(4):247-51. http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026999
http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026...
,1515. Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients. The Gugging Swallowing Screen. Stroke.2007;38(11):2948-52. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107....
) e três por fonoaudiólogos(55. DePippo KL, Holas MA, Reding MJ. Validation of the 3-oz water swallow test for aspiration following stroke. Arch Neurol. 1992;29(12):1259-61. http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992.00530360057018
http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992....
,66. DePippo KL, Holas MA, Reding MJ. The Burke dysphagia screening test: validation of its use in patients with stroke. Arch Phys Med Rehabil. 1994;75(12):1284-6.,99. Daniels SK, McAdam CP, Brailey K, Foundas AL. Clinical assessment of swallowing and prediction of dysphagia severity. American Journal of Speech-Lang Pathol. 1997;6(4):17-24. http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604.17
http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604...
). Ao pensarmos que o rastreio para a disfagia orofaríngea deve ser realizado precocemente, é de extrema importância que qualquer profissional treinado possa fazê-lo. Contudo, a confirmação diagnóstica deve ser realizada por meio da avaliação do profissional especializado em deglutição que, no Brasil, é o fonoaudiólogo.

A literatura apresenta múltiplos instrumentos para o rastreio da disfagia orofaríngea no AVE, não havendo, assim, um consenso entre os seus parâmetros, objetivos e conceitos, nem sobre quem deve aplicá-lo, mas há evidência científica do benefício da implantação de um programa de rastreio, independente do método utilizado, quando comparado com locais que não utilizam rastreio formal(3131. Hinchey JA, Shephard T, Furie K, Smith D, Wang D, Tonn S. Formal dysphagia screening protocols prevent pneumonia. Stroke. 2005;36(9):1972-6. http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.0000177529.86868.8d
http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.0000177...
).

É importante ressaltar que, apesar de não haver consenso entre os parâmetros indiretos e diretos existentes nesses instrumentos, alguns foram frequentes em mais de 50% dos estudos.

O rastreio da disfagia é de extrema importância, porém, é necessário que durante a escolha de um instrumento, ou na elaboração de uma nova ferramenta, sejam observados importantes atributos, como processo de validação, confiabilidade, boa sensibilidade e especificidade para o que se pretende buscar(22. Donovan NJ, Daniels SK, Edmiaston J, Weinhardt J, Summers D, Mitchell PH. Dysphagia screening: state of the art invitational Conference Proceeding From the State-of-the-Art Nursing Symposium, International Stroke Conference 2012. Stroke. 2103;44(4):e24-31. http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57
http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182...
).

No contexto atual, essas medidas ainda podem ser consideradas falhas na maioria dos instrumentos encontrados para o rastreio do distúrbio de deglutição na população com AVE.

Acredita-se, também, que os conceitos de rastrear e avaliar devam ser mais bem definidos e mais discutidos e que, para rastrear a disfagia e não somente a aspiração laringotraqueal, é necessária a integração entre fatores de risco para a disfagia, características clínicas e motoras orais, aspectos relacionados ao desempenho cognitivo-linguístico, além dos sinais indicativos de disfagia, observados durante a ingestão via oral.

CONCLUSÃO

Não há consenso entre os estudos sobre os parâmetros que devem compor o método de rastreio para disfagia orofaríngea na população com AVE. Também não há diferenciação entre os conceitos sobre rastrear e avaliar a disfagia em alguns dos instrumentos encontrados na literatura. Assim, são necessários novos estudos, levando em consideração esse referencial teórico, visando à construção de novos instrumentos para o rastreio da disfagia orofaríngea na população com AVE.

  • Trabalho realizado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – Marília (SP), Brasil.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Smithard DG, O'neill PA, Park CL, Morris J, Wyatt R, England R et al. Complications and outcome after acute stroke does dysphagia matter? Stroke.1996;27(7):1200-4. http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.1200
    » http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.27.7.1200
  • 2
    Donovan NJ, Daniels SK, Edmiaston J, Weinhardt J, Summers D, Mitchell PH. Dysphagia screening: state of the art invitational Conference Proceeding From the State-of-the-Art Nursing Symposium, International Stroke Conference 2012. Stroke. 2103;44(4):e24-31. http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57
    » http://dx.doi.org/10.1161/STR.0b013e3182877f57
  • 3
    Kertscher B, Speyer R, Palmieri M, Plant C. Bedside screening to detect oropharyngeal dysphagia in patients with neurological disorders: an updated systematic review. Dysphagia. 2014;29(2):204-12. http://dx.doi.org/10.1007/s00455-013-9490-9
    » http://dx.doi.org/10.1007/s00455-013-9490-9
  • 4
    American Speech-Language-Hearing Association. Preferred practice patterns for the profession of speech-language pathology [Preferred practice patterns]. Rockvile: American Speech-Language-Hearing Association; 2004 [citado: 2 dez 2014]. Available from: http://www.asha.org/policy/PP2004-00191/
    » http://www.asha.org/policy/PP2004-00191/
  • 5
    DePippo KL, Holas MA, Reding MJ. Validation of the 3-oz water swallow test for aspiration following stroke. Arch Neurol. 1992;29(12):1259-61. http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992.00530360057018
    » http://dx.doi.org/10.1001/archneur.1992.00530360057018
  • 6
    DePippo KL, Holas MA, Reding MJ. The Burke dysphagia screening test: validation of its use in patients with stroke. Arch Phys Med Rehabil. 1994;75(12):1284-6.
  • 7
    Smithard DG, O'Neill PA, Park C, England R, Renwick DS, Wyatt R et al. Can bedside assessment reliably exclude aspiration following acute stroke? Age Ageing. 1998;27(2):99-106. http://dx.doi.org/10.1093/ageing/27.2.99
    » http://dx.doi.org/10.1093/ageing/27.2.99
  • 8
    Smithard DG, O'Neill PA, England RE, Park CL, Wyatt R, Martin DF et al. The natural history of dysphagia following a stroke. Dysphagia. 1997;12(4):188-93. http://dx.doi.org/10.1007/PL00009535
    » http://dx.doi.org/10.1007/PL00009535
  • 9
    Daniels SK, McAdam CP, Brailey K, Foundas AL. Clinical assessment of swallowing and prediction of dysphagia severity. American Journal of Speech-Lang Pathol. 1997;6(4):17-24. http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604.17
    » http://dx.doi.org/10.1044/1058-0360.0604.17
  • 10
    Hinds NP, Wiles CM. Assessment of swallowing and referral to speech and language therapists in acute care. Q J Med. 1998;91(12):829-35. http://dx.doi.org/10.1093/qjmed/91.12.829
    » http://dx.doi.org/10.1093/qjmed/91.12.829
  • 11
    Westergren A, Hallberg IR, Ohlsson O. Nursing assessment of dysphagia among patients with stroke. Scand J Caring Sci. 1999;13(4):274-82. http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.1999.tb00551.x
    » http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-6712.1999.tb00551.x
  • 12
    Perry L. Screening swallowing function of patients with acute stroke: part one: identification, implementation and initial evaluation of a screening tool for use by nurses. J Clin Nurs. 2001;10(4):463-73. http://dx.doi.org/10.1046/j.1365-2702.2001.00501.x
    » http://dx.doi.org/10.1046/j.1365-2702.2001.00501.x
  • 13
    Massey R, Jedlicka D. The massey bedside swallowing screen. J Neurosci Nurs. 2002;34(5):252-60. http://dx.doi.org/10.1097/01376517-200210000-00005
    » http://dx.doi.org/10.1097/01376517-200210000-00005
  • 14
    Nishiwaki K, Tsuji T, Liu M, Hase K, Tanaka N, Fujiwara, T. Identification of a simple screening tool for dysphagia in patients with stroke using factor analysis of multiple dysphagia variables. J Rehabil Med. 2005;37(4):247-51. http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026999
    » http://dx.doi.org/10.1080/16501970510026999
  • 15
    Trapl M, Enderle P, Nowotny M, Teuschl Y, Matz K, Dachenhausen A et al. Dysphagia bedside screening for acute-stroke patients. The Gugging Swallowing Screen. Stroke.2007;38(11):2948-52. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
    » http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.483933
  • 16
    Turner-Lawrence DE, Peebles M, Price MF, Singh SJ, Asimos AW. A feasibility study of the sensitivity of emergency physician dysphagia screening in acute stroke patients. Ann Emerg Med. 2009;54(3):344-8.e1. http://dx.doi.org/10.1016/j.annemergmed.2009.03.007
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.annemergmed.2009.03.007
  • 17
    Bravata DM, Daggett VS, Woodward-Hagg H, Damush T, Plue L, Russell S et al. Comparison of two approaches to screen for dysphagia among acute ischemic stroke patients: nursing admission-screening tool versus National Institutes of Health stroke scale. Rehabil Res Dev. 2009;46(9):1127-34. http://dx.doi.org/10.1682/JRRD.2008.12.0169
    » http://dx.doi.org/10.1682/JRRD.2008.12.0169
  • 18
    Courtney BA, Flier LA. RN dysphagia screening, a stepwise approach. J Neurosci Nurs. 2009;41(1):28-38. http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e31819345ac
    » http://dx.doi.org/10.1097/JNN.0b013e31819345ac
  • 19
    Martino R, Silver F, Teasell R, Bayley M, Nicholson G, Streiner DL et al. The Toronto bedside swallowing screening test (TOR-BSST) development and validation of a dysphagia-screening tool for patients with stroke. Stroke. 2009;40(2):555-61. http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370
    » http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.107.510370
  • 20
    Antonios N, Carnaby-Mann G, Crary M, Miller L, Hubbard H, Hood K et al. Analysis of a physician tool for evaluating dysphagia on an inpatient stroke unit: the modified mann assessment of swallowing ability. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2010;19(1):49-57. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2009.03.007
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2009.03.007
  • 21
    Edmiaston J, Connor LT, Loehr L, Nassief A. Validation of a dysphagia screening tool in acute stroke patients. Am J Crit Care. 2010;19(4):357-64. http://dx.doi.org/10.4037/ajcc2009961
    » http://dx.doi.org/10.4037/ajcc2009961
  • 22
    Edmiaston J, Connor LT, Steger-May K, Ford AL. Simple bedside stroke dysphagia screen, validated against videofluoroscopy, detects dysphagia and aspiration with high sensitivity. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2014;23(4):712-716. http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.06.030
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.06.030
  • 23
    Schrock JW, Bernstein J, Glasenapp M, Drogell K, Hanna J. A novel emergency department dysphagia screen for patients presenting with acute stroke. Acad Emerg Med. 2011;18(6):584-9. http://dx.doi.org/10.1111/j.1553-2712.2011.01087.x
    » http://dx.doi.org/10.1111/j.1553-2712.2011.01087.x
  • 24
    Barnard SL. Nursing dysphagia screening for acute stroke patients in the emergency department. J Emerg Nurs. 2011;37(1):64-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jen.2010.11.002
    » http://dx.doi.org/10.1016/j.jen.2010.11.002
  • 25
    Zhou Z, Salle J, Daviet J, Stuit A., Nguyen C. Combined approach in bedside assessment of aspiration risk post stroke: PASS. Eur J Phys Rehabil Med. 2011;47(3):441-6.
  • 26
    Daniels SK, Anderson JA, Petersen NJ. Implementation of stroke dysphagia screening in the emergency department. Nurs Res Pract. 2013;2013:ID 304190. http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190
    » http://dx.doi.org/10.1155/2013/304190
  • 27
    Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2010. (Série a. Normas e manuais técnicos. Cadernos de atenção primária, n. 29).
  • 28
    Bours GJ, Speyer R, Lemmens J, Limburg M, De Wit R. Bedside screening tests vs. videofluoroscopy or fibreoptic endoscopic evaluation of swallowing to detect dysphagia in patients with neurological disorders: systematic review. J Adv Nurs. 2009;65(3):477-93. http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.2008.04915.x
    » http://dx.doi.org/10.1111/j.1365-2648.2008.04915.x
  • 29
    Logemann JA, Veis S, Colangelo LA. Screening procedure for oropharyngeal dysphagia. Dysphagia. 1999;14(1):44-51. http://dx.doi.org/10.1007/PL00009583
    » http://dx.doi.org/10.1007/PL00009583
  • 30
    McCullough GH, Wertz RT, Rosenbek JC. Sensitivity and specificity of clinical/bedside examination signs for detecting aspiration in adults subsequent to stroke. J Commun Disord. 2001;34(1-2):55-72. http://dx.doi.org/10.1016/S0021-9924(00)00041-1
    » http://dx.doi.org/10.1016/S0021-9924(00)00041-1
  • 31
    Hinchey JA, Shephard T, Furie K, Smith D, Wang D, Tonn S. Formal dysphagia screening protocols prevent pneumonia. Stroke. 2005;36(9):1972-6. http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.0000177529.86868.8d
    » http://dx.doi.org/10.1161/01.STR.0000177529.86868.8d

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Oct-Dec 2015

Histórico

  • Recebido
    06 Maio 2015
  • Aceito
    21 Set 2015
Academia Brasileira de Audiologia Rua Itapeva, 202, conjunto 61, CEP 01332-000, Tel.: (11) 3253-8711, Fax: (11) 3253-8473 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@audiologiabrasil.org.br