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Planilha de triagem acústica da sala de aula: tradução e adaptação cultural para o Português Brasileiro

RESUMO

Introdução

No ambiente escolar, os professores sentem-se incomodados em ministrar aulas em salas ruidosas e percebem a dificuldade dos alunos em ouvir a informação, constatando, assim, que o ruído não é apenas um incômodo, mas também um fator agravante, que interfere no rendimento escolar. Portanto, são imprescindíveis condições acústicas adequadas para o ambiente educacional. Atualmente, não há padronização da metodologia que deve ser utilizada para mensurações das características acústicas das salas de aula.

Objetivo

Traduzir e adaptar para o Português Brasileiro o protocolo “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet”.

Métodos

A tradução e a adaptação do protocolo incluiram tradução para o Português, adaptação linguística e revisão da equivalência gramatical e idiomática, assim como a validação de conteúdo, por meio de duas etapas: avaliação individual e reunião entre os especialistas.

Resultados

O protocolo foi traduzido e adaptado para o Português, resultando no instrumento “Planilha de triagem acústica da sala de aula”. O protocolo apresentou validade de conteúdo e, após apreciação e consenso dos especialistas, mostrou que a adaptação cultural do conteúdo foi clara e objetiva, sendo possível aplicá-la à realidade das salas de aula brasileiras.

Conclusão

O protocolo “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet” foi trazido e adaptado para o Português Brasileiro, sendo nomeado “Planilha de triagem acústica da sala de aula”. Estudos futuros deverão investigar sua aplicabilidade e efetividade na observação das características acústicas das salas de aula no cenário nacional.

Instituições acadêmicas; Ruído; Razão sinal-ruído; Acústica; Protocolos

ABSTRACT

Introduction

In the school environment, teachers feel uncomfortable when teaching in noisy classrooms and realize the difficulty of students in hearing the information, what makes the noise, not just an annoyance, but also an aggravating factor that interferes with school performance. Therefore, appropriate acoustic conditions to the educational environment are indispensable. Currently, there is no standardization of the methodology that should be used to measure the acoustic characteristics of classrooms.

Purpose

Translating and adapting into Brazilian Portuguese the “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet” protocol.

Methods

The translation and adaptation of the protocol have included the translation into Portuguese, linguistic adaptation, and grammar and idiomatic equivalences revision, as well as the content validation by means of two steps: individual evaluation and meeting of specialists.

Results

The protocol was translated and adapted into Portuguese. The protocol presented content validity, and after the appreciation and consensus of the experts, it was showed that the cultural adaptation of content was evident and objective, making possible to apply it in Brazilian classrooms.

Conclusion

“Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet” protocol was translated and adapted into Brazilian Portuguese, and named “Planilha de triagem acústica da sala de aula.” Further studies should investigate its applicability and effectiveness in observing the acoustic characteristics of the classroom in the national scenario.

Schools; Noise; Signal-to-noise ratio; Acoustics; Protocols

INTRODUÇÃO

Avaliar as características acústicas das salas de aula de alunos com deficiência auditiva é de extrema importância, visto que, no ambiente escolar, o ruído não é apenas um incômodo, mas também interfere no rendimento das atividades de ensino11. Rabelo ATV, Santos JN, Oliveira RC, Magalhães MC. Efeito das características acústicas de salas de aula na inteligibilidade de fala dos estudantes. CoDAS. 2014;26(5):360-6. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20142014026
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,22. Shield B, Conetta R, Dockrell J, Connolly D, Cox T, Mydlarz C. A survey of acoustic conditions and noise levels in secondary school classrooms in England. J Acoust Soc Am. 2015;137(1):177-88. http://dx.doi.org/10.1121/1.4904528
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.

O ruído e seus efeitos no organismo humano vêm despertando interesse em várias áreas relacionadas à educação e à saúde33. Klodzinski D, Arnas F, Ribas A. O ruído em salas de aula de curitiba: como os alunos percebem este problema. Rev Psicopedagogia. 2005;22(68):105-10.. O fonoaudiólogo tem estudado o ruído, preocupando-se com as alterações auditivas que podem ser causadas pela exposição e suas consequências, atuando em prevenção, detecção e reabilitação de tais alterações44. Lacerda ABM, Gonçalves CGO, Lacerda G, Lobato DCB, Santos L, Moreira AC et al. Childhood hearing health: educating for prevention of hearing loss. Int Arch Otorhinolaryngol. 2015;19(1):16-21. http://dx.doi.org/10.1055/s-0034-1387810
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No ambiente escolar, os professores sentem-se incomodados em ministrar aulas em salas ruidosas e percebem a dificuldade dos alunos em ouvir a informação, bem como a dispersão da atenção. Os relatos mais frequentes dos professores, em relação ao ruído nas salas de aula, são: sentirem-se incomodados em ministrar aulas em salas ruidosas; apresentarem problemas na voz por falar em forte intensidade; alunos com dificuldade para escutar a fala do professor e dispersão dos alunos, prejudicando o aprendizado e o bem-estar55. Libardi A, Gonçalves CGO, Vieira TPG, Silverio KCA, Rossi D, Penteado RZ. O ruído em sala de aula e a percepção dos professores de uma escola de ensino fundamental de Piracicaba. Distúrbios Comum. 2006;18(2):167-78.,66. Cruz AD, Silvério KCA, Costa AR, Moret AL, Lauris JR, Souza Jacob RT. Evaluating effectiveness of dynamic soundfield system in the classroom. Noise Health. 2016;18(80):42-9. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.174386
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O ruído pode causar estresse, dificuldade de concentração, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, agressividade e baixo rendimento. O ruído encontrado nas salas de aula da escola e no pátio, se comparados aos dados da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, mostram os mesmos níveis de ruído causados por trânsito intenso, carro de corrida e trem subterrâneo - faixas entre 80 e 110 dB -, demonstrando que, certamente, os valores encontrados neste estudo não são apropriados para o ambiente escolar, tampouco para a saúde física e mental das crianças em fase de aprendizagem e para os outros profissionais da escola77. Almeida Filho N, Filletti F, Guillaurmon HR, Serafini F. Intensidade do ruído produzido em sala de aula e análise de emissões acústicas em escolares. Arq Int Otorrinolaringol. 2012;16(1):91-5. http://dx.doi.org/10.7162/S1809-48722012000100013
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Um estudo que avaliou as salas de aula de nove escolas da rede pública do município de Belo Horizonte, em relação à medição dos parâmetros acústicos de Leq, tempo de reverberação (T30) e Speech Transmission Index (STI), concluiu que tais parâmetros estão fora dos padrões exigidos por normas internacionais, para uma adequada condição acústica para o ensino11. Rabelo ATV, Santos JN, Oliveira RC, Magalhães MC. Efeito das características acústicas de salas de aula na inteligibilidade de fala dos estudantes. CoDAS. 2014;26(5):360-6. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20142014026
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O ruído causado por fontes internas (conversas, mobiliário, equipamentos) e por fontes externas (tráfego, movimentação de pessoas, proximidade dos centros urbanos) encontra-se acima dos valores recomendados pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Desta forma, o rendimento no processo ensino-aprendizagem sofre interferências, pois não existe um ambiente propício à concentração e ao entendimento da fala88. Ribeiro MER, Oliveira RLS, Santos TMM, Scharlach RC. A percepção dos professores de uma escola particular de Viçosa sobre o ruído nas salas de aula. Rev Equilíbrio Corporal e Saúde. 2010;2(1):27-45. http://dx.doi.org/10.17921/2176-9524.2010v2n1p%25p
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A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR 10.152 de 198799. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico-procedimentos. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas; 1987., regulariza níveis de ruído em sala de aula, recomendando valores entre 40 dB(A) e 50 dB(A). Em relação ao tempo adequado de reverberação, não há uma normalização específica para salas de aula. Na NBR 10.152, são fixadas as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades e também são estabelecidos os níveis máximos de ruído para os diversos ambientes. Portanto, são imprescindíveis condições acústicas adequadas para o ambiente educacional1010. Dreossi RCF, Momensohn-Santos TM. A interferência do ruído na aprendizagem. Rev Psicopedagogia. 2004;21(64):38-47..

O American National Standard Institute (ANSI/ASA S12.60)1111. American National Standard Institute. ANSI S12.60.2010. Acoustical performance criteria, design requirements, and guidelines for schools, Part 1: Permanent Schools. Washington, DC: American National Standard Institute; 2010., estabelece 35 dB(A) como valor máximo do nível de ruído em uma sala de aula. A relação sinal-ruído (S/R) deve ser de, pelo menos, +15 dB e o tempo de reverberação não deve ultrapassar 0,6 segundos.

Atualmente, não há padronização da metodologia que deve ser utilizada para mensurações das características acústicas das salas de aula1212. Fidêncio VL, Moret AL, Jacob RT. Mensuração do ruído em salas de aula: revisão sistemática. CoDAS. 2014;26(2):155-8. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2014029IN
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. É importante que as escolas sejam orientadas quanto à adequação acústica, uma vez que essas características podem interferir no processo de aprendizagem.

É fundamental que o fonoaudiólogo conheça a realidade escolar do estudante e se instrumentalize para demonstrar o impacto da perda auditiva no processo de comunicação e aprendizagem1313. Smaldino J, Ostergren D. Classroom acoustic measurements. In: Smaldino J, Flexer C. (Eds.). Handbook of Acoustic Accessibility. New York, NY: Thieme; 2012. p. 34-54.,1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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Na literatura internacional, é disponibilizado o protocolo “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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, instrumento de triagem que pode auxiliar o profissional na mensuração acústica do ambiente escolar, avaliado como uma ferramenta rápida e fácil de aplicar1313. Smaldino J, Ostergren D. Classroom acoustic measurements. In: Smaldino J, Flexer C. (Eds.). Handbook of Acoustic Accessibility. New York, NY: Thieme; 2012. p. 34-54.,1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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,1515. Anderson KL. Access is the issue, not hearing loss: new policy clarification requires schools to ensure effective communication access. Perspect Hear Hear Disord Child. 2015;25(1):24-36. http://dx.doi.org/10.1044/hhdc25.1.24
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O instrumento1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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é subdivido em tópicos. A primeira parte é dirigida para observação e informações gerais da sala de aula, por meio de questões que abordam: dinâmica da sala de aula (1A); ruído de fundo (1B); tempo de reverberação (1C) e presença dos equipamentos de acessibilidade (1D). A segunda parte está relacionada a informações decorrentes da mensuração, como por exemplo, o item 2A, referente ao ruído, que pode ser avaliado por meio de medidor de nível de pressão sonora, ou com o uso dos aplicativos disponíveis para smartphones. O item 2B, que diz respeito à reverberação, sugere o uso de aplicativos disponíveis para smartphones ou programas da web que calculam o RT-60. O item 2C refere-se à estimativa da distância crítica, que pode ser obtida por meio dos valores do volume da sala de aula e do tempo de reverberação obtido nas medidas anteriores.

Este estudo teve como objetivo traduzir e adaptar transculturalmente, para o Português Brasileiro, o protocolo “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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MÉTODOS

A tradução e adaptação cultural do protocolo “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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para o Português Brasileiro, seguiu as etapas indicadas por outros estudos1616. Guillemin F, Bombardier C, Beaton D. Cross-cultural adaptation of health-related quality of life measures: literature review and proposed guidelines. J Clin Epidemiol. 1994;46(12):1417-32. http://dx.doi.org/10.1016/0895-4356(93)90142-N
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,1717. Ferreira PEA, Cunha F, Onishi ET, Branco-Barreiro FCA, Ganança FF. Tinnitus handicap inventory: adaptação cultural para o português brasileiro. Pro Fono. 2005;17(3):303-10. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872005000300004
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,1818. Giusti E, Befi-Lopes DM. Tradução e adaptação transcultural de instrumentos estrangeiros para o Português Brasileiro (PB). Pro Fono. 2008;20(3):207-10. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000300012
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, como descrito a seguir.

Tradução do questionário para o idioma Português

O instrumento, em sua versão original, foi distribuído para dois tradutores intérpretes de inglês, fluentes no idioma, que não se conheciam e não conheciam o instrumento, visando à elaboração individual e sigilosa da primeira versão para o Português. Este procedimento foi realizado com o intuito de gerar duas traduções independentes do protocolo.

Adaptação linguística

O grupo revisor foi constituído por duas fonoaudiólogas (brasileiras, fluentes em língua inglesa), que analisaram os dois documentos resultantes e reduziram as diferenças encontradas nas traduções, adaptando o texto à cultura brasileira. Desta forma, foi obtido um novo inventário, que foi denominado “Planilha de triagem acústica da sala de aula”.

Revisão das equivalências gramatical e idiomática (traduções reversas)

Para a revisão das equivalências gramatical e idiomática, uma cópia do protocolo foi encaminhada para outros dois tradutores, de mesma condição linguística e cultural dos primeiros e que, desconhecedores do texto original, elaboraram uma nova versão do instrumento para o idioma inglês. O mesmo grupo revisor realizou nova avaliação das duas versões resultantes, comparando-as com a original em inglês.

Adaptação transcultural

A adaptação transcultural objetivou estabelecer a equivalência cultural entre as versões inglesa e portuguesa do protocolo. A equivalência cultural é estabelecida quando não forem observadas dificuldades de compreensão das questões elaboradas ou dos termos utilizados, por, no mínimo, 80% dos pesquisadores avaliadores.

Foi utilizado um roteiro com os itens do protocolo e os seguintes critérios de avaliação: organização, abrangência, objetividade e pertinência. Neste processo, a versão final foi enviada para seis fonoaudiólogos, a fim de verificar a tradução para realidade brasileira. Após o retorno das avaliações, foi realizada a compilação das respostas e sugestões de alterações. Cada participante manifestou sua opinião em relação aos itens, até obter-se consenso.

A “Planilha de triagem acústica da sala de aula” foi dividida em duas partes e subdivida em tópicos. A primeira delas coleta informações gerais da sala de aula: dinâmica da sala de aula (1A); ruído de fundo (1B); tempo de reverberação (1C) e presença dos equipamentos de acessibilidade (1D).

O tópico 1A apresenta questões observacionais sobre a dinâmica das salas de aula. Os itens 1B e 1C são compostos por perguntas com opções de respostas “sim ou não”. São aspectos sugestivos de níveis de ruído ou tempo de reverberação elevados quando uma resposta afirmativa é marcada. Portanto, se houver muitas respostas afirmativas, o fonoaudiólogo pode sugerir modificações e medidas preventivas nas salas de aula, a fim de diminuir o ruído e a reverberação. O item 1D (equipamentos auxiliares) aponta a presença de estudantes com deficiência auditiva, usuários de Sistema de Frequência Modulada (Sistema FM), ou até mesmo na indicação do uso do Sistema FM em campo livre para a escola, por meio de orientações aos coordenadores, diretores e professores.

A segunda parte está relacionada a informações resultantes da mensuração específica para os itens 2A (ruído), 2B (reverberação) e 2C (distância crítica), coletadas por meio das medições realizadas com aplicativos para smartphones ou programas citados na planilha. Para análise dos resultados, são indicadas a norma brasileira para o ruído99. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico-procedimentos. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas; 1987. e a norma internacional1111. American National Standard Institute. ANSI S12.60.2010. Acoustical performance criteria, design requirements, and guidelines for schools, Part 1: Permanent Schools. Washington, DC: American National Standard Institute; 2010. para o tempo de reverberação, visto que não há uma normativa nacional.

A planilha de triagem acústica da sala de aula fornece um levantamento das características acústicas do ambiente, podendo, assim, auxiliar o fonoaudiólogo e servir como base e guia para as orientações e adequações que se fizerem necessárias.

RESULTADOS

A validação do conteúdo foi realizada por meio da avaliação individual e reunião entre seis especialistas, após aprovação e consenso final dos itens avaliados: organização, abrangência, objetividade e pertinência do protocolo de triagem. O protocolo apresentou validade de conteúdo e mostrou que a adaptação do conteúdo foi clara e objetiva, atingindo 100% de entendimento dos itens abordados.

Após avaliação e consenso dos especialistas participantes, apenas o item “Portable/Relocatable Classroom”, incluso no item “Classroom Style” (1A) foi retirado, levando em consideração que escolas brasileiras não apresentam esta modalidade de classes. Não houve nenhuma sugestão de modificação quanto ao vocabulário, para a adequação cultural.

A tradução e adaptação cultural do protocolo “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet”1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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resultou no instrumento “Planilha de triagem acústica da sala de aula” (Anexo 1 Anexo 1 Planilha de triagem acústica da sala de aula ), com o mesmo número de questões da versão original.

DISCUSSÃO

A adaptação transcultural do protocolo de triagem teve por objetivo estabelecer a equivalência cultural entre as versões Inglesa e Portuguesa da ”Planilha de triagem acústica da sala de aula”.

Segundo a Norma Brasileira (NBR) 10.152, de 198799. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico-procedimentos. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas; 1987., da Associação Brasileira de Normas Técnicas, as intensidades apropriadas para o nível de ruído ambiente em salas de aula podem variar de 35 dB(A) a 45 dB(A). Infelizmente, muitas pesquisas realizadas nesses ambientes revelam que as condições acústicas variam muito e os valores do ruído estão longe de serem os ideais1919. Guidini RF, Bertoncello F, Zanchetta S, Dragone ML. Correlações entre ruído ambiental em sala de aula e voz do professor. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2012;17(4):398-404. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-80342012000400006
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,2020. Dreossi RCF, Momensohn-Santos T. O ruído e sua interferência sobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pro Fono. 2005;17(2):251-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872005000200014
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Esses dados refletem o crescente interesse científico na busca de melhorar a situação de escuta das crianças, principalmente daquelas com deficiência auditiva. Por meio da observação, avaliação comportamental e medição acústica da sala de aula, pode-se implantar um plano que resultará em um ambiente escolar com situação de escuta mais satisfatória para os estudantes1414. Johnson CD. Classroom listening assessment: strategies for speech-language pathologists. Semin Speech Lang. 2012;33(4):322-39. http://dx.doi.org/10.1055/s-0032-1326920
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O ruído, além de atrapalhar na comunicação entre professor e aluno, pode gerar prejuízos físicos, emocionais e educacionais, tais como alterações nos limiares auditivos/perda auditiva, zumbido, esforço auditivo, estresse e prejuízo na aprendizagem, visto que o aluno poderá perder parte do conteúdo, ou mesmo, receber a mensagem alterada. O ruído é também considerado um fator de risco para as alterações de voz do professor33. Klodzinski D, Arnas F, Ribas A. O ruído em salas de aula de curitiba: como os alunos percebem este problema. Rev Psicopedagogia. 2005;22(68):105-10.,55. Libardi A, Gonçalves CGO, Vieira TPG, Silverio KCA, Rossi D, Penteado RZ. O ruído em sala de aula e a percepção dos professores de uma escola de ensino fundamental de Piracicaba. Distúrbios Comum. 2006;18(2):167-78.,66. Cruz AD, Silvério KCA, Costa AR, Moret AL, Lauris JR, Souza Jacob RT. Evaluating effectiveness of dynamic soundfield system in the classroom. Noise Health. 2016;18(80):42-9. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.174386
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,2020. Dreossi RCF, Momensohn-Santos T. O ruído e sua interferência sobre estudantes em uma sala de aula: revisão de literatura. Pro Fono. 2005;17(2):251-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872005000200014
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,2121. Almeida AP. Trabalhando a voz do professor: prevenir, orientar e conscientizar. Rio de Janeiro: Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica do Rio de Janeiro; 2000.,2222. Silvério KC, Gonçalves CG, Penteado RZ, Vieira TP, Libardi A, Rossi D. Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores. Pro Fono. 2008;20(3):177-82. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-56872008000300007
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A partir das informações coletadas por meio da triagem, o fonoaudiólogo poderá orientar e sugerir adaptações na sala de aula, desde as acomodações simples do ambiente escolar, como, por exemplo, sugerir que os pés das cadeiras e mesas sejam emborrachados, uso de cortinas e tapetes, entre outras, que não dependem de mudanças estruturais vinculadas a orçamento de grandes obras, até a indicação do o uso de tecnologia assistiva (TA), como o Sistema de Frequência Modulada em campo livre, para melhorar o reconhecimento da fala em ambiente ruidoso2323. Jacob RTS, Zattoni MQ. Sistemas de frequência modulada. In: Boechat EM (Org.). Tratado de Audiologia. 2a ed. São Paulo: Santos; 2015. p. 298-310.,2424. Wolfe J, Schafer EC. Candidacy and device options: personal amplification systems for school-aged children. Semin Hear. 2010;31(3):203-18. http://dx.doi.org/10.1055/s-0030-1262326
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Vale ressaltar que, em salas de aula com tempos de reverberação excessivos, o uso do sistema de amplificação em campo livre pode aumentar a reverberação e o som, criando problemas adicionais2525. Ostergren D. 20Q: improving speech understanding in the classroom: today’s solutions. AudiologyOnline. 2013 [citado 17 out 2016]. Disponível em: http://www.audiologyonline.com/articles/20q-classroom-acoustics-and-audio-12285
http://www.audiologyonline.com/articles/...
. A ASA/ANSI1111. American National Standard Institute. ANSI S12.60.2010. Acoustical performance criteria, design requirements, and guidelines for schools, Part 1: Permanent Schools. Washington, DC: American National Standard Institute; 2010. afirma que os sistemas de amplificação não devem ser utilizados na tentativa de substituir uma boa acústica. Orienta que os níveis de ruído e tempos de reverberação das salas de aula devem ser documentados, antes da instalação de sistemas de amplificação de som em campo, para, assim, garantir o sucesso desse sistema.

O sistema em campo livre é classificado como um Classroom Audio Distribution System (CADS) e, conforme normatizado pela ASA/ANSI S12.601111. American National Standard Institute. ANSI S12.60.2010. Acoustical performance criteria, design requirements, and guidelines for schools, Part 1: Permanent Schools. Washington, DC: American National Standard Institute; 2010., tem como principal objetivo distribuir eletroacusticamente a fonte sonora no ambiente educacional. Não é idealizado para fornecimento de sinais de alerta ou avisos. A norma ainda cita que o CADS também pode auxiliar nos casos de dificuldades de amplitude vocal do professor e em certas condições de estudantes com dificuldade de audição.

Os benefícios da utilização do CADS para crianças com audição normal são assim descritos na literatura: melhoras no desempenho acadêmico e reconhecimento de fala66. Cruz AD, Silvério KCA, Costa AR, Moret AL, Lauris JR, Souza Jacob RT. Evaluating effectiveness of dynamic soundfield system in the classroom. Noise Health. 2016;18(80):42-9. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.174386
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,2626. Dockrell JE, Shield B. The impact of sound-field systems on learning and attention in elementary school classrooms. J Speech Lang Hear Res. 2012;55(4):1163-76. http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2011/11-0026)
http://dx.doi.org/10.1044/1092-4388(2011...
. A literatura aponta a redução do esforço e da fadiga vocal e maior facilidade de ensino como benefícios para os professores, com a utilização desse sistema66. Cruz AD, Silvério KCA, Costa AR, Moret AL, Lauris JR, Souza Jacob RT. Evaluating effectiveness of dynamic soundfield system in the classroom. Noise Health. 2016;18(80):42-9. http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.174386
http://dx.doi.org/10.4103/1463-1741.1743...
,2727. Jónsdóttir VI. Cordless amplifying system in classrooms: A descriptive study of teachers’ and students’ opinions. Logoped Phoniatr Vocol. 2002;27(1):29-36.,2828. Dyre L. Classroom solutions and modifications for children with listening challenges. AudiologyOnline. 2016 [citado 20 set 2016]. Disponível em: http://www.audiologyonline.com/articles/classroom-solutions-and-modifications-for-17364
http://www.audiologyonline.com/articles/...
.

Espera-se que a “Planilha de triagem acústica da sala de aula” possa ser utilizada por fonoaudiólogos, a fim de obter informações sobre a acústica das salas de aula, uma vez que é importante que as escolas sejam orientadas quanto à adequação acústica e o impacto do ruído no processo de aprendizagem.

Destaca-se, ainda, a importância de novos estudos com o intuito de validar e verificar a aplicabilidade da “Planilha de triagem acústica da sala de aula” na realidade das escolas brasileiras.

É importante ressaltar que o fonoaudiólogo deve trabalhar em parceria com o professor, na aplicação do protocolo, visto que as vivências de sala de aula são cada vez mais dinâmicas e interativas, com estimativas de que os estudantes estejam envolvidos com seus pares ou em grupos de discussão por até 34% do dia letivo e não apenas em atividades expositivas2929. Phonak. RogerTM. Touchscreen Mic Small Group Mode. Changing the dynamics of group activities in the classroom. 2016 [citado 20 set 2016]. Disponível em: https://www.phonakpro.com/br/b2b/pt/evidence/publications/phonak-insight.html
https://www.phonakpro.com/br/b2b/pt/evid...
.

CONCLUSÃO

O protocolo “Classroom Acoustical Screening Survey Worksheet” foi traduzido e adaptado culturalmente para o Português Brasileiro, sendo nomeado “Planilha de triagem acústica da sala de aula”.

Estudos futuros deverão investigar sua aplicabilidade e efetividade na observação das características acústicas das salas de aula, no cenário nacional.

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Anexo 1


Planilha de triagem acústica da sala de aula

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    12 Set 2016
  • Aceito
    23 Nov 2016
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