Acessibilidade / Reportar erro

Padronização dos parâmetros latência e amplitude no registro dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico com o estímulo Ichirp de banda estreita em adultos audiologicamente normais

RESUMO

Objetivo

Padronizar os parâmetros de latência e amplitude obtidos com o estímulo Ichirp de banda estreita, na pesquisa dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico nas frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz.

Métodos

O estudo foi realizado na Divisão de Saúde Auditiva do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, da Universidade de São Paulo. Participaram 20 adultos ouvintes normais, na faixa etária de 18 a 35 anos. Todos os participantes foram submetidos à audiometria tonal limiar, logoaudiometria, imitanciometria e aos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico, pesquisados com o estímulo Ichirp de banda estreita, nas frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz.

Resultados

Em todas as frequências avaliadas foi observada a função latência-intensidade, ou seja, o aumento na latência da onda V, na medida em que a intensidade do estímulo foi diminuída, bem como a diminuição na latência da onda V com o aumento da frequência avaliada. Além disso, verificou-se a redução na amplitude da onda V com a diminuição da intensidade do estímulo. Constatou-se o nível mínimo de resposta, em todas as frequências, em níveis inferiores aos valores sugeridos pela literatura como critério de normalidade no registro dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico de frequência específica, sendo os maiores valores nas frequências de 500 Hz e 1 kHz.

Conclusão

Foram obtidos os valores de referência de normalidade para os potenciais evocados auditivos de tronco encefálico em adultos ouvintes normais com o estímulo Ichirp, valores estes que podem contribuir para o aprimoramento do exame, na prática clínica.

Descritores:
Potenciais evocados auditivos do tronco encefálico; Eletrofisiologia; Adulto; Audição; Parâmetros

ABSTRACT

Purpose

Standardize the latency and amplitude parameters using the narrow band Ichirp stimulus on Brainstem Auditory Evoked Potential (BAEP) at frequencies of 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz and 4 kHz.

Methods

The study was performed at the Hospital for Rehabilitation of Craniofacial Anomalies (HRAC), Auditory Health Division, University of São Paulo (USP). Twenty normal hearing adults, aged between 18 and 35 years, were submitted to pure tone audiometry, speech audiometry, immittance and to BAEP with narrow band Ichirp stimulus at 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz and 4 kHz frequencies.

Results

In all frequencies evaluated, the latency-intensity function was observed, that is, the increase in the latency of the V wave as the stimulus intensity was decreased, as well as the decrease in the latency of the V wave with the increase of the frequency. In addition, the reduction in the amplitude of the wave V was verified with the decrease of the intensity of the stimulus. The minimum response level, in all frequencies, was found to be lower than the values suggested in the literature as a criterion of normality in frequency - specific BAEP, with the highest values at frequencies of 500 Hz and 1 kHz.

Conclusion

Normal reference values to BAEP were obtained in normal hearing adults with the narrow band Ichirp stimulus, which may contribute to its improvement in clinical practice.

Keywords:
Brainstem Auditory Evoked Potentials; Electrophysiology; Adult; Hearing; Parameters

INTRODUÇÃO

O grande interesse na investigação de diferentes estímulos para a captação dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico (PEATE) se deu ao observar que a resposta da cóclea aos estímulos comumente utilizados como clique e toneburst, pode não ser totalmente sincronizada, visto que esta estimulação ocorre, inicialmente, na região basal da cóclea e, posteriormente, na região apical, o que pode resultar em um padrão assíncrono de disparos das fibras nervosas ao longo da cóclea(11 Dau T, Wegner O, Mellert V, Kollmeier B. Auditory brainstem responses with optimized chirp signals compensating basilar-membrane dispersion. J Acoust Soc Am. 2000;107(3):1530-40. http://dx.doi.org/10.1121/1.428438. PMid:10738807.
http://dx.doi.org/10.1121/1.428438...

2 Rodrigues GRI. Estímulos CE-chirp e narrowband CE-chirps na avaliação eletrofisiológica da audição: resultados clínicos em neonatos, lactentes e crianças [tese de doutorado]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2012. 95 p.

3 Don M, Elberling C, Maloff E. Input and output compensation for the cochlear traveling wave delay in wide-band ABR recordings: implications for small acoustic tumor delection. J Am Acad Audiol. 2009;20(2):99-108. http://dx.doi.org/10.3766/jaaa.20.2.3. PMid:19927673.
http://dx.doi.org/10.3766/jaaa.20.2.3...
-44 Elberling C, Callo J, Don M. Evaluating auditory brainstem responses to different chirp stimuli at three levels of stimulation. J Acoust Soc Am. 2010;128(1):215-23. http://dx.doi.org/10.1121/1.3397640. PMid:20649217.
http://dx.doi.org/10.1121/1.3397640...
).

O clique é caracterizado como um estímulo de início abrupto com espectro amplo, porém, desprovido de seletividade de frequência, sendo insuficiente para configurar perda auditiva. O toneburst, por sua vez, é um estímulo tonal apresentado por uma onda sinusoidal, com duração breve, capaz de avaliar frequências específicas(55 Cavalcante JMS. Registro dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico por estímulos click e tone burst em recém-nascidos a termo e pré- termo [dissertação de mestrado]. Ribeirão Preto (SP): Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2010. 133 p.

6 Hyde ML. Frequency-specific BERA in infants. J Otolaryngol Suppl. 1985 Fev;14:19-27. PMid:3864989.

7 Hood LJ. Clinical applications of the auditory brainstem response. 1. ed. Los Angeles: Singular; 1998. 285 p.
-88 Gorga MP, Kaminski JR, Beauchaine KA, Jesteadt W. Auditory Brainstem responses to tone bursts in normally hearning subjects. J Speech Hear Res. 1988 Mar;32(1):87-97. http://dx.doi.org/10.1044/jshr.3101.87. PMid:3352259.
http://dx.doi.org/10.1044/jshr.3101.87...
).

Apesar desses estímulos terem sido de extrema importância para definir os padrões básicos de resposta do PEATE, pesquisadores têm apontado aspectos negativos em relação à sua aplicação na prática clínica, como dificuldades para a identificação da onda V para a determinação do nível mínimo de resposta (NMR), principalmente em frequências baixas(99 Almeida MG, Rodrigues GRI, Lewis DR. Potenciais evocados auditivos por frequência específica em lactentes com audição normal. Rev. CEFAC. 2010 Mai./Jun;13(3):489-495.,1010 Sininger YS. The use of auditory brainstem response in screening for hearing loss and audiometric threshold prediction. In: Burkard RF, Dom M, Eggermont JJ. Auditory evoked potentials: basic principles and clinical application. Lippincott: Williams & Wilkins; 2006. p. 254-74.).

Neste contexto, o desenvolvimento do estímulo chirp tem como principal objetivo compensar o tempo de viagem do som na cóclea antes do registro do PEATE, para que todas as células ao longo da membrana basilar despolarizem ao mesmo tempo(1111 Don M, Ponton CW, Eggermont JJ, Masuda A. Auditory Brainstem Response (ABR) peak amplitude variability reflects individual differences in cochlear response times. J Acoust Soc Am. 1994;96(6):3476-91. http://dx.doi.org/10.1121/1.410608. PMid:7814764.
http://dx.doi.org/10.1121/1.410608...
).

Seguindo esta ideia, a criação de um estímulo com base na dispersão temporal de viagem da onda sonora na cóclea, visa aumentar a sincronia do potencial de ação composto do nervo auditivo, o que pode refletir em respostas com maiores amplitudes no PEATE(1212 Bell SL, Allen R, Lutman ME. An investigation of the use of band-limited chirp stimuli to obtain the auditory brainstem response. Int J Audiol, Hamilton. 2002 Jul;41(5):271-8. http://dx.doi.org/10.3109/14992020209077186. PMid:12166686.
http://dx.doi.org/10.3109/14992020209077...
).

Assim, foram desenvolvidos diferentes tipos de chirp, tanto de banda larga, quanto de banda estreita. O estímulo Ichirp, por sua vez, disponível na plataforma SmartEP da Intelligent Hearing Systems (IHS), é considerado uma versão de modelo linear derivada do estímulo mais conhecido como CE-Chirp. Entretanto, apesar de a proposta deste estímulo ser promissora, as evidências em relação ao seu uso ainda são pouco conhecidas, o que torna imprescindível validar os seus resultados(22 Rodrigues GRI. Estímulos CE-chirp e narrowband CE-chirps na avaliação eletrofisiológica da audição: resultados clínicos em neonatos, lactentes e crianças [tese de doutorado]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2012. 95 p.).

Na literatura especializada, são restritos os estudos utilizando estímulo Ichirp de banda estreita, no registro dos PEATE. Sendo assim, o objetivo do estudo foi padronizar os parâmetros latência e amplitude e determinar o NMR obtido com o estímulo Ichirp de banda estreita, na pesquisa dos PEATE.

MÉTODOS

O estudo foi realizado na Divisão de Saúde Auditiva do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP), na cidade de Bauru (SP).

Foram considerados os aspectos éticos em pesquisa envolvendo seres humanos, sendo aprovado pelo do Comitê de Ética do HRAC-USP, sob protocolo nº 1.425.385. Todos os participantes do estudo leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, consentindo com a realização e divulgação desta pesquisa e de seus resultados, conforme recomendado pela Resolução 466/12.

A casuística do estudo foi composta por 20 adultos, na faixa etária de 18 a 35 anos, totalizando 40 orelhas.

Os critérios de inclusão do estudo foram: idade entre 18 e 35 anos; bom estado de saúde e apresentar audição normal, segundo critérios estabelecidos em 1997 para classificação de deficiência auditiva, pela Organização Mundial da Saúde(1313 OMS: Organização Mundial da Saúde. WHO/PDH/97.3. Geneva: WHO; 1997.). Foram considerados critérios de exclusão: indivíduos com alteração de orelha média, que lhes conferisse perda auditiva condutiva ou mista; indivíduos com alterações neurológicas e indivíduos etilistas e/ou usuários de drogas.

Todos os participantes realizaram avaliação auditiva, composta por audiometria tonal limiar, logoaudiometria e imitanciometria convencional, para comprovar audição normal, e avaliação eletrofisiológica com o PEATE. Deve-se ressaltar que todos os participantes foram submetidos à meatoscopia antes da avaliação audiológica, com finalidade de observar a possibilidade de realização do exame.

Os materiais e equipamentos utilizados na avaliação audiológica foram: audiômetro AD 229e, da marca Interacoustics, calibrado no padrão ANSI-69 e fones supra-aurais TDH39, da marca Telephonics, para audiometria tonal e logoaudiometria, em cabine acústica da marca Vibrasom, e o equipamento AT235h, da marca Intercoustics, para realização da imitanciometria.

Na avaliação eletrofisiológica, foram utilizados: equipamento SMART – EP, da marca Intelligent Hearing Systems, pasta abrasiva Nuprep, da marca Weaver and Company, para limpeza da pele na fronte e nas mastoides direita e esquerda, eletrodos de superfície, da marca 3M e pasta eletrolítica Ten 20, da marca Weaver and Company, utilizada nos eletrodos para proporcionar melhor condutividade elétrica. Os indivíduos foram acomodados confortavelmente em uma poltrona reclinável, dentro de uma cabina com tratamento acústico e elétrico.

A montagem dos eletrodos seguiu os padrões estabelecidos pelo International Electrode System (IES) 10 – 20(1414 Trans Cranial Technologies Ltd [Internet]. Wanchai, Hong Kong: TCT Research; [citado em 2016 Nov 07]. Disponível em: http://www.trans-cranial.com
http://www.trans-cranial.com...
). O eletrodo ativo (positivo) foi posicionado na região frontal (Fz); o eletrodo de referência (negativo) e o eletrodo terra, posicionados de forma alternada nas mastoides direita (M2) e esquerda (M1). A impedância dos eletrodos foi mantida abaixo de 5 kOhms e a diferença entre os eletrodos, menor que 2 kOhms.

A apresentação dos estímulos foi feita por meio de fones de inserção ER – 3A, da marca Intelligent Hearing Systems e utilizado o estímulo Ichirp de frequência específica, desenvolvido pela mesma empresa. Para a obtenção dos PEATE-Ichirp de banda estreita, foram utilizados os seguintes parâmetros: taxa de apresentação, polaridade, duração, promediação, filtro passa-alta, filtro passa-baixa, ganho e tempo de análise (Quadro 1).

Quadro 1
Parâmetros para obtenção dos potenciais evocados auditivos de tronco encefálico-chirp de banda estreita

A média e o desvio padrão para latência e amplitude da onda V, em quatro níveis de intensidade, em dez orelhas, estabelecidos pela empresa Intelligent Hearing Systems, estão representados nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

Tabela 1
Valor médio e desvio padrão da latência (em milissegundos) da onda V do potencial evocado auditivo de tronco encefálico, em quatro níveis de intensidade (em dBnHL), em dez orelhas normais
Tabela 2
Valor médio e desvio padrão da amplitude (em microvolts) da onda V do potencial evocado auditivo de tronco encefálico, em quatro níveis de intensidade (em decibéis), em dez orelhas normais

Os PEATE foram pesquisados, inicialmente, na intensidade de 80 dBnNA e, após a obtenção de resposta, diminuiu-se o nível de apresentação do estímulo para 60, 40 e 20 dBnNA, até a ausência de resposta. A seguir, a intensidade foi aumentada em 5 dB, a fim de detectar o NMR eletrofisiológico nas frequências e 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz. Todos os registros do PEATE foram analisados por um avaliador experiente e a medida da amplitude foi calculada pelo software.

Ressalta-se que as condições de controle, quanto ao surgimento de artefatos elétricos no registro, foram orientação ao paciente, quanto ao posicionamento e relaxamento muscular, mudança de cabos elétricos e troca de eletrodos.

Foram realizadas análises estatísticas descritivas dos valores de latência e amplitude da onda V para as frequências estudadas (média e desvio padrão), bem como os valores de média, mínimo e máximo para o NMR. Para as análises estatísticas, foi utilizado o software Statistica, versão 12.

RESULTADOS

Para cada intensidade e frequência avaliadas, foram calculadas a latência e amplitude, média e desvio padrão, respectivamente (Tabelas 3 e 4).

Tabela 3
Valor médio e desvio padrão para latência da onda V do potencial evocado auditivo de tronco encefálico com estímulo Ichirp de banda estreita em quatro níveis de intensidade (em decibéis), nas frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4k Hz
Tabela 4
Valor médio e desvio padrão para a amplitude da onda V do potencial evocado auditivo de tronco encefálico com estímulo Ichirp de banda estreita em quatro níveis de intensidade (em decibéis) nas frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz

Em todas as frequências avaliadas, foi possível observar a função latência-intensidade, ou seja, o aumento na latência da onda V, na medida em que a intensidade do estímulo foi diminuída, bem como a diminuição na latência da onda V, com o aumento da frequência avaliada. Observou-se, também, a redução na amplitude da onda V, com a diminuição da intensidade do estímulo.

Além disso, obtiveram-se os valores de média, o desvio padrão, o mínimo e o máximo dos NMR, nas frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz (Tabela 5).

Tabela 5
Valores de média, desvio padrão, mínimo e máximo para o nível mínimo de resposta nas frequências de 500 Hz, 1 kHz, 2 kHz e 4 kHz com o estímulo Ichirp de banda estreita

A análise descritiva dos resultados, quanto ao NMR, evidenciou valores maiores nas frequências de 500 Hz e 1 kHz, sendo observado que, em alguns indivíduos, o NMR foi superior a 20dBnNA.

A Figura 1 ilustra o registro do PEATE com estímulo Ichirp de frequência específica nas diferentes frequências e intensidades, em um dos participantes do estudo, em que é possível observar a ocorrência da função latência-intensidade.

Figura 1
Função latência- intensidade no registro do potencial evocado auditivo do tronco encefálico com estímulo Ichirp de banda estreita em orelha direita e esquerda em um participante do estudo

DISCUSSÃO

Os PEATE vêm sendo amplamente estudados e os artigos científicos retratam aspectos relacionados aos procedimentos utilizados durante a realização deste exame, como por exemplo, os sistemas de registros, assim como as características dos estímulos para eliciar tais potenciais(1515 Curado NRP, Vaz MLF, Silveira AK, Silva ARA, Griz SMS. Potencial evocado auditivo de tronco encefálico por condução óssea: uma revisão integrativa. Rev. CEFAC. 2015 Mar./Apr;17(2):635-647.).

No que concerne ao tipo de estímulo, a literatura mostra que este deve ativar um amplo número de fibras neuronais simultaneamente, para que seja possível a captação da atividade elétrica(1616 Matas CG, Magliaro FCL. Introdução aos Potenciais Evocados Auditivos e Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico. In: Bevilacqua MC, Martinez MAN, Balen SA, Pupo AC, Reis ACMB, Frota S. Tratado de audiologia. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda; 2011. p. 181-95.).

Os PEATE de frequência específica, eliciados por estímulos de curta duração, estimulam regiões limitadas da cóclea, as quais geram respostas específicas em frequência, possibilitando, assim, uma estimativa da sensibilidade auditiva, tanto em crianças, como em adultos com audição normal ou com perda auditiva(99 Almeida MG, Rodrigues GRI, Lewis DR. Potenciais evocados auditivos por frequência específica em lactentes com audição normal. Rev. CEFAC. 2010 Mai./Jun;13(3):489-495.).

O estímulo Ichirp não possui nenhuma comparação direta com outros tipos de chirp, como, por exemplo, o CE-Chirp, já descrito na literatura. De acordo com a empresa Intelligent Hearing Systems, o estímulo Ichirp de banda estreita foi construído levando em consideração o modelo de Boer, que confere à cóclea uma grande seletividade em frequência, envolvendo uma gama de frequências audíveis de mais de nove oitavas(1717 Boer E. Auditory physics. Physical principles in hearing theory. III. Phys Rep. 1991;203(3):125-231. http://dx.doi.org/10.1016/0370-1573(91)90068-W.
http://dx.doi.org/10.1016/0370-1573(91)9...
). Desta forma, cada região de frequência foi aproximada por uma função linear e expandida, a fim de permitir melhor especificidade de frequência (Figura 2).

Figura 2
Tempo e espectro de sinais do Ichirp de banda estreita

Os resultados em relação à latência, nas quatro frequências avaliadas, concordam com investigações precedentes utilizando outros estímulos, como clique e toneburst(1818 Vander Werff KR, Prieve BA, Georgantas LM. Infant air and bone conduction tone burst auditory brain stem responses for classification of hearing loss and the relationship to behavioral thresholds. Ear Hear. 2009;30(3):1-19. http://dx.doi.org/10.1097/AUD.0b013e31819f3145. PMid:19322084.
http://dx.doi.org/10.1097/AUD.0b013e3181...

19 Ribeiro FM, Carvallo RM. Tone evoked ABR in full- term and preterm neonates with normal hearing. International Journal of Audiology. 2008 Jan;47(1):21-9. http://dx.doi.org/10.1080/14992020701643800. PMid:18196483.
http://dx.doi.org/10.1080/14992020701643...
-2020 Sininger YS, Cone-Wesson B, Abdala C. Gender istinctions and lateral asymmetry in the low-level auditory brainstem response of the human neonate. Hear Res. 1998;126(1-2):58-66. http://dx.doi.org/10.1016/S0378-5955(98)00152-X. PMid:9872134.
http://dx.doi.org/10.1016/S0378-5955(98)...
), as quais evidenciaram aumento da latência com a diminuição do nível de intensidade utilizado para provocar a resposta, bem como diminuição da latência com o aumento da frequência avaliada. De acordo com a literatura, essas características mostram a tonotopia coclear, assim como a especificidade do estímulo utilizado na captação dos PEATE. O aumento da latência nas frequências mais baixas representa a atividade das células ciliadas, localizadas na região apical da cóclea, que, ao serem eliciadas, evidenciam resposta com latência maior. No entanto, quando as células ciliadas da região basal da cóclea são estimuladas, apresentam resposta com latência mais curta(99 Almeida MG, Rodrigues GRI, Lewis DR. Potenciais evocados auditivos por frequência específica em lactentes com audição normal. Rev. CEFAC. 2010 Mai./Jun;13(3):489-495.).

Os achados mencionados diferem do estudo de Rodrigues(22 Rodrigues GRI. Estímulos CE-chirp e narrowband CE-chirps na avaliação eletrofisiológica da audição: resultados clínicos em neonatos, lactentes e crianças [tese de doutorado]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2012. 95 p.), que, ao utilizar o estímulo CE-chirp de banda estreita, observou que as latências aumentavam proporcionalmente ao aumento da frequência.

No presente estudo, foi possível observar amplitudes da onda V mais expressivas nos registros dos PEATE, o que permitiu a determinação do NMR em níveis inferiores aos valores sugeridos como critério de normalidade no registro dos PEATE de frequência específica em crianças(2121 BCEHP: British Columbia Early Hearing Program. BCEHP Audiology Assessment Protocol [Internet]. Vancouver; 2012 [citado em 2016 Out 26]. Disponível em: http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/Services/BCEarlyHearing/ForProfessionals/Resources/Protocols-Standards.htm
http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/S...
), em todas as frequências avaliadas. A literatura ressaltou que isto é esperado, visto que estímulos chirp foram desenvolvidos para ativar diferentes regiões da cóclea simultaneamente, resultando em ondas V com maiores amplitudes(11 Dau T, Wegner O, Mellert V, Kollmeier B. Auditory brainstem responses with optimized chirp signals compensating basilar-membrane dispersion. J Acoust Soc Am. 2000;107(3):1530-40. http://dx.doi.org/10.1121/1.428438. PMid:10738807.
http://dx.doi.org/10.1121/1.428438...
,2222 Elberling C, Don M, Cebulla M, Stürzebecher E. Auditory steady-state responses to chirp stimuli based on cochlear traveling wave delay. J Acoust Soc Am. 2007;122(5):2772-85. http://dx.doi.org/10.1121/1.2783985. PMid:18189568.
http://dx.doi.org/10.1121/1.2783985...
,2323 Fobel O, Dau T. Searching for the optimal stimulus eliciting auditory brainstem responses in humans. J Acoust Soc Am. 2004;116(4 Pt 1):2213-22. http://dx.doi.org/10.1121/1.1787523. PMid:15532653.
http://dx.doi.org/10.1121/1.1787523...
).

Rodrigues(22 Rodrigues GRI. Estímulos CE-chirp e narrowband CE-chirps na avaliação eletrofisiológica da audição: resultados clínicos em neonatos, lactentes e crianças [tese de doutorado]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2012. 95 p.) evidenciou que maiores amplitudes podem ser interessantes para aplicações clínicas, pois podem facilitar a visualização das respostas, principalmente na pesquisa dos NMR eletrofisiológicos, já que as amplitudes do PEATE são menores quando se encontram próximas ao NMR.

É importante salientar que, apesar de valores de amplitudes mais expressivas para a determinação do NMR em níveis considerados normais(2121 BCEHP: British Columbia Early Hearing Program. BCEHP Audiology Assessment Protocol [Internet]. Vancouver; 2012 [citado em 2016 Out 26]. Disponível em: http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/Services/BCEarlyHearing/ForProfessionals/Resources/Protocols-Standards.htm
http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/S...
), ainda se obteve alguma dificuldade para determinação da onda V em fracas intensidades, principalmente em 500 Hz e 1 kHz, sendo necessária maior reprodutibilidade das ondas. Estes achados se assemelham aos estudos realizados com o estímulo toneburst, nos quais foram observadas menores amplitudes e morfologia mais abaulada da onda V, dificultando, muitas vezes, a sua identificação(2424 Stapells DR, Gravel JS, Martin BA. Thresholds for auditory brain stem responses to tones in notched noise from infants and young children with normal hearing or sensorioneural hearing loss. Ear and Hearing. 1995 Ago;16(4):361-71. http://dx.doi.org/10.1097/00003446-199508000-00003. PMid:8549892.
http://dx.doi.org/10.1097/00003446-19950...
).

Deve-se destacar que outro fator que pode interferir na amplitude das ondas no registro do PEATE é o artefato. A presença de artefato no registro dos PEATE, em frequências mais baixas, é um fator que dificulta a identificação da onda V, levando, inclusive, a um aumento no tempo de pesquisa(99 Almeida MG, Rodrigues GRI, Lewis DR. Potenciais evocados auditivos por frequência específica em lactentes com audição normal. Rev. CEFAC. 2010 Mai./Jun;13(3):489-495.). O avaliador deve estar atento às interferências que possam comprometer o registro dos PEATE, como, por exemplo, o Post-Auricular Muscle Artifact (PAM), que ocorre em 10 a 14 milissegundos, é causado pela tensão muscular do pescoço ou da mandíbula e pode afetar tanto a latência, quanto a amplitude. Nestes casos, mover os eletrodos das mastoides ou lóbulos pode diminuir o artefato, porém, é importante se certificar que o paciente permaneça relaxado e com os olhos fechados, mantendo os dentes desapertados(2525 Crumley W. Good Practices in Auditory Brainstem Response, Part 1 [Internet]. Houston, TX; 2011 [citado em 2016 Out 26]. Disponível em: http://www.audiologyonline.com/articles/good-practices-in-auditory-brainstem-827.
http://www.audiologyonline.com/articles/...
).

Embora no presente estudo tenha se observado NMR maiores nas frequências de 500 Hz e 1 kHz (média de 20,37 e 14,00 respectivamente), em relação às demais frequências, os valores médios foram inferiores aos considerados normais na prática clínica (35 dBnNA para 500 Hz e 1 kHz, 30 dBnNA para 2 kHz e 25 dBnNA para 4 kHz), em todas as frequências avaliadas(2121 BCEHP: British Columbia Early Hearing Program. BCEHP Audiology Assessment Protocol [Internet]. Vancouver; 2012 [citado em 2016 Out 26]. Disponível em: http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/Services/BCEarlyHearing/ForProfessionals/Resources/Protocols-Standards.htm
http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/S...
). Segundo alguns autores(1919 Ribeiro FM, Carvallo RM. Tone evoked ABR in full- term and preterm neonates with normal hearing. International Journal of Audiology. 2008 Jan;47(1):21-9. http://dx.doi.org/10.1080/14992020701643800. PMid:18196483.
http://dx.doi.org/10.1080/14992020701643...
,2424 Stapells DR, Gravel JS, Martin BA. Thresholds for auditory brain stem responses to tones in notched noise from infants and young children with normal hearing or sensorioneural hearing loss. Ear and Hearing. 1995 Ago;16(4):361-71. http://dx.doi.org/10.1097/00003446-199508000-00003. PMid:8549892.
http://dx.doi.org/10.1097/00003446-19950...
,2525 Crumley W. Good Practices in Auditory Brainstem Response, Part 1 [Internet]. Houston, TX; 2011 [citado em 2016 Out 26]. Disponível em: http://www.audiologyonline.com/articles/good-practices-in-auditory-brainstem-827.
http://www.audiologyonline.com/articles/...
), que utilizaram o estímulo toneburst, este resultado decorre da sincronia neural limitada na região apical da cóclea, além da contaminação de ruído para as frequências baixas, que ocasionam piores respostas no PEATE para essa região.

Diante disso, o presente estudo permitiu obter valores de referência de normalidade para o PEATE em adultos ouvintes normais, utilizando o estímulo Ichirp de banda estreita, valores este que podem contribuir para o aprimoramento do exame. Ressalta-se a importância da investigação, pelo profissional, dos avanços tecnológicos nesta área, fundamentando-se nos achados clínicos e em evidências científicas, com o intuito de propiciar melhor atendimento ao paciente.

CONCLUSÃO

O estímulo Ichirp de banda estreita apresentou a função latência-intensidade em todas as frequências avaliadas, bem como registros com amplitudes mais expressivas, permitindo a identificação de NMR em níveis inferiores aos critérios de normalidade sugeridos na literatura pesquisada, em todas as frequências avaliadas.

  • Trabalho realizado no setor de Divisão de Saúde Auditiva, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – HRAC, Universidade de São Paulo – USP - Bauru (SP), Brasil.
  • Financiamento: nada a declarar.

REFERÊNCIAS

  • 1
    Dau T, Wegner O, Mellert V, Kollmeier B. Auditory brainstem responses with optimized chirp signals compensating basilar-membrane dispersion. J Acoust Soc Am. 2000;107(3):1530-40. http://dx.doi.org/10.1121/1.428438 PMid:10738807.
    » http://dx.doi.org/10.1121/1.428438
  • 2
    Rodrigues GRI. Estímulos CE-chirp e narrowband CE-chirps na avaliação eletrofisiológica da audição: resultados clínicos em neonatos, lactentes e crianças [tese de doutorado]. São Paulo (SP): Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2012. 95 p.
  • 3
    Don M, Elberling C, Maloff E. Input and output compensation for the cochlear traveling wave delay in wide-band ABR recordings: implications for small acoustic tumor delection. J Am Acad Audiol. 2009;20(2):99-108. http://dx.doi.org/10.3766/jaaa.20.2.3 PMid:19927673.
    » http://dx.doi.org/10.3766/jaaa.20.2.3
  • 4
    Elberling C, Callo J, Don M. Evaluating auditory brainstem responses to different chirp stimuli at three levels of stimulation. J Acoust Soc Am. 2010;128(1):215-23. http://dx.doi.org/10.1121/1.3397640 PMid:20649217.
    » http://dx.doi.org/10.1121/1.3397640
  • 5
    Cavalcante JMS. Registro dos Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico por estímulos click e tone burst em recém-nascidos a termo e pré- termo [dissertação de mestrado]. Ribeirão Preto (SP): Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2010. 133 p.
  • 6
    Hyde ML. Frequency-specific BERA in infants. J Otolaryngol Suppl. 1985 Fev;14:19-27. PMid:3864989.
  • 7
    Hood LJ. Clinical applications of the auditory brainstem response. 1. ed. Los Angeles: Singular; 1998. 285 p.
  • 8
    Gorga MP, Kaminski JR, Beauchaine KA, Jesteadt W. Auditory Brainstem responses to tone bursts in normally hearning subjects. J Speech Hear Res. 1988 Mar;32(1):87-97. http://dx.doi.org/10.1044/jshr.3101.87 PMid:3352259.
    » http://dx.doi.org/10.1044/jshr.3101.87
  • 9
    Almeida MG, Rodrigues GRI, Lewis DR. Potenciais evocados auditivos por frequência específica em lactentes com audição normal. Rev. CEFAC. 2010 Mai./Jun;13(3):489-495.
  • 10
    Sininger YS. The use of auditory brainstem response in screening for hearing loss and audiometric threshold prediction. In: Burkard RF, Dom M, Eggermont JJ. Auditory evoked potentials: basic principles and clinical application. Lippincott: Williams & Wilkins; 2006. p. 254-74.
  • 11
    Don M, Ponton CW, Eggermont JJ, Masuda A. Auditory Brainstem Response (ABR) peak amplitude variability reflects individual differences in cochlear response times. J Acoust Soc Am. 1994;96(6):3476-91. http://dx.doi.org/10.1121/1.410608 PMid:7814764.
    » http://dx.doi.org/10.1121/1.410608
  • 12
    Bell SL, Allen R, Lutman ME. An investigation of the use of band-limited chirp stimuli to obtain the auditory brainstem response. Int J Audiol, Hamilton. 2002 Jul;41(5):271-8. http://dx.doi.org/10.3109/14992020209077186 PMid:12166686.
    » http://dx.doi.org/10.3109/14992020209077186
  • 13
    OMS: Organização Mundial da Saúde. WHO/PDH/97.3. Geneva: WHO; 1997.
  • 14
    Trans Cranial Technologies Ltd [Internet]. Wanchai, Hong Kong: TCT Research; [citado em 2016 Nov 07]. Disponível em: http://www.trans-cranial.com
    » http://www.trans-cranial.com
  • 15
    Curado NRP, Vaz MLF, Silveira AK, Silva ARA, Griz SMS. Potencial evocado auditivo de tronco encefálico por condução óssea: uma revisão integrativa. Rev. CEFAC. 2015 Mar./Apr;17(2):635-647.
  • 16
    Matas CG, Magliaro FCL. Introdução aos Potenciais Evocados Auditivos e Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico. In: Bevilacqua MC, Martinez MAN, Balen SA, Pupo AC, Reis ACMB, Frota S. Tratado de audiologia. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda; 2011. p. 181-95.
  • 17
    Boer E. Auditory physics. Physical principles in hearing theory. III. Phys Rep. 1991;203(3):125-231. http://dx.doi.org/10.1016/0370-1573(91)90068-W
    » http://dx.doi.org/10.1016/0370-1573(91)90068-W
  • 18
    Vander Werff KR, Prieve BA, Georgantas LM. Infant air and bone conduction tone burst auditory brain stem responses for classification of hearing loss and the relationship to behavioral thresholds. Ear Hear. 2009;30(3):1-19. http://dx.doi.org/10.1097/AUD.0b013e31819f3145 PMid:19322084.
    » http://dx.doi.org/10.1097/AUD.0b013e31819f3145
  • 19
    Ribeiro FM, Carvallo RM. Tone evoked ABR in full- term and preterm neonates with normal hearing. International Journal of Audiology. 2008 Jan;47(1):21-9. http://dx.doi.org/10.1080/14992020701643800 PMid:18196483.
    » http://dx.doi.org/10.1080/14992020701643800
  • 20
    Sininger YS, Cone-Wesson B, Abdala C. Gender istinctions and lateral asymmetry in the low-level auditory brainstem response of the human neonate. Hear Res. 1998;126(1-2):58-66. http://dx.doi.org/10.1016/S0378-5955(98)00152-X PMid:9872134.
    » http://dx.doi.org/10.1016/S0378-5955(98)00152-X
  • 21
    BCEHP: British Columbia Early Hearing Program. BCEHP Audiology Assessment Protocol [Internet]. Vancouver; 2012 [citado em 2016 Out 26]. Disponível em: http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/Services/BCEarlyHearing/ForProfessionals/Resources/Protocols-Standards.htm
    » http://www.phsa.ca/AgenciesAndServices/Services/BCEarlyHearing/ForProfessionals/Resources/Protocols-Standards.htm
  • 22
    Elberling C, Don M, Cebulla M, Stürzebecher E. Auditory steady-state responses to chirp stimuli based on cochlear traveling wave delay. J Acoust Soc Am. 2007;122(5):2772-85. http://dx.doi.org/10.1121/1.2783985 PMid:18189568.
    » http://dx.doi.org/10.1121/1.2783985
  • 23
    Fobel O, Dau T. Searching for the optimal stimulus eliciting auditory brainstem responses in humans. J Acoust Soc Am. 2004;116(4 Pt 1):2213-22. http://dx.doi.org/10.1121/1.1787523 PMid:15532653.
    » http://dx.doi.org/10.1121/1.1787523
  • 24
    Stapells DR, Gravel JS, Martin BA. Thresholds for auditory brain stem responses to tones in notched noise from infants and young children with normal hearing or sensorioneural hearing loss. Ear and Hearing. 1995 Ago;16(4):361-71. http://dx.doi.org/10.1097/00003446-199508000-00003 PMid:8549892.
    » http://dx.doi.org/10.1097/00003446-199508000-00003
  • 25
    Crumley W. Good Practices in Auditory Brainstem Response, Part 1 [Internet]. Houston, TX; 2011 [citado em 2016 Out 26]. Disponível em: http://www.audiologyonline.com/articles/good-practices-in-auditory-brainstem-827
    » http://www.audiologyonline.com/articles/good-practices-in-auditory-brainstem-827

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    10 Nov 2019
  • Aceito
    09 Mar 2020
Academia Brasileira de Audiologia Rua Itapeva, 202, conjunto 61, CEP 01332-000, Tel.: (11) 3253-8711, Fax: (11) 3253-8473 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@audiologiabrasil.org.br