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Instrumentos de avaliação e autoavaliação da fala em público: uma revisão integrativa da literatura

RESUMO

Objetivo

revisar e descrever os estudos que utilizaram instrumentos para avaliar e autoavaliar a fala em público de indivíduos adultos, no período de 2011 a 2020.

Estratégia de pesquisa

trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A busca dos estudos ocorreu nas bases de dados SciELO, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde, que abrange as bases de dados MEDLINE e LILACS. A questão norteadora desta revisão foi: “Quais os tipos, aspectos avaliados e categorias de resposta dos instrumentos que avaliaram a fala em público de indivíduos adultos nos últimos dez anos?”.

Critérios de seleção

Foram selecionados artigos originais, disponíveis na íntegra, publicados nos últimos dez anos, nos idiomas português, inglês ou espanhol, que apresentassem instrumentos de avaliação da fala em público, em adultos. Foram excluídos da revisão teses, dissertações, monografias, anais de congressos, estudos com análise do discurso e artigos de revisão de literatura.

Resultados

foram localizados 2539 artigos, dos quais 21 foram incluídos nesta revisão. A maioria dos estudos foi desenvolvida no Brasil, realizada com universitários e utilizou instrumentos de autoavaliação para investigar a fala em público.

Conclusão

os instrumentos de investigação para avaliação da fala em público são distintos e não há padronização conceitual dos aspectos avaliativos e das categorias de respostas. Nos instrumentos de autoavaliação, os aspectos mais avaliados são ansiedade ao falar em público, voz, velocidade de fala, competência comunicativa, pitch, articulação e loudness. Nos instrumentos de avaliação, os aspectos avaliativos mais abordados são voz, velocidade de fala, articulação, pausas, loudness, pitch e gestos.

Descritores:
Fala; Voz; Comunicação; Inquéritos e questionários; Escalas

ABSTRACT

Purpose

To review and describe studies that used assessment and selfassessment instruments, investigating public speaking by adults from 2011 to 2020. Research strategy: This was an integrative literature review. Studies were searched on SciELO, PubMed and Virtual Health Library databases, which included databases from MEDLINE and LILACS. This study proposed to answer the following question: What kind of instruments assessed public speaking by adults over the last 10 years?

Selection criteria

Original articles that presented instruments for assessing public speaking by adults were selected. The articles were available in full format and published over the last 10 years in English, Portuguese, or Spanish. Theses, dissertations, monographs, conference proceedings, studies with discourse analysis and literature review articles were excluded from the review.

Results

A total of 2,539 articles were found, of which 21 were included in this review. Most of the studies were from Brazil carried out by college students. Studies included self-assessment instruments to investigate public speaking.

Conclusion

The investigation instruments used to assess public speaking were all different (from each other) and there was no assessment or conceptual response category standardization. The most self-assessed aspects were public speaking anxiety, voice, speech rate, communicative competence, pitch, articulation, and loudness. The most addressed aspects in the assessment instruments were voice, speech rate, articulation, pauses, loudness, pitch, and gestures.

Keywords:
Speech; Voice; Communication; Surveys and questionnaires; Scale

INTRODUÇÃO

Falar em público é uma habilidade desafiadora para grande parte das pessoas(11 Lucas SE. The art of public speaking. 12nd ed. New York. McGraw-Hill Education; 2015. 447 p.

2 Borrego MCM, Behlau M. Mapeamento do eixo condutor da prática fonoaudiológica em expressividade verbal no trabalho de competência comunicativa. CoDAS. 2018;30(6):e20180054. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018054. PMid:30517272.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2018...
-33 Ferreira Marinho AC, Mesquita de Medeiros A, Côrtes Gama AC, Caldas Teixeira L. Fear of public speaking: perception of college students and correlates. J Voice. 2017;31(1):127.e7-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.12.012. PMid:26898522.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015....
). Atualmente, é uma das exigências do mercado de trabalho, que procura pessoas com qualificações profissionais e competências multifuncionais(22 Borrego MCM, Behlau M. Mapeamento do eixo condutor da prática fonoaudiológica em expressividade verbal no trabalho de competência comunicativa. CoDAS. 2018;30(6):e20180054. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018054. PMid:30517272.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2018...
,44 Pedrotti CA, Behlau M. Recursos comunicativos de executivos e profissionais em função operacional. CoDAS. 2017;29(3):e20150217. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20172015217. PMid:28538820.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2017...
) . Um orador que fala bem em público é alguém que compartilha ideias de forma eficiente e é capaz não só de informar, mas de influenciar e inspirar outras pessoas(11 Lucas SE. The art of public speaking. 12nd ed. New York. McGraw-Hill Education; 2015. 447 p.,55 Grilo APS, Oliveira AAP, Puggina ACG. Public speaking: relationship with competency in communication, anxiety and student oratory experiences. Rev Eferm Cent Oeste Min. 2019;9:e3534.).

Para tanto, a mensagem, elemento central da fala em público, precisa estar alinhada com a voz e o corpo, estabelecendo-se uma harmonia entre o que é dito (comunicação verbal) e o modo como algo é dito, voz, gestos, postura corporal e expressões faciais (comunicação não verbal)(66 Penteado RZ, Pechula MR. Expressividade em jornalismo: interfaces entre Comunicação, Fonoaudiologia e Educação. Intercom-RBCC. 2018;41(1):153-66. http://dx.doi.org/10.1590/1809-5844201818.
http://dx.doi.org/10.1590/1809-584420181...
,77 Santos TD, Andrada e Silva MA. Comunicação não verbal com profissionais da voz: o que se pesquisa na fonoaudiologia. CEFAC. 2016;18(6):1447-55. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161865116.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161...
).

Contudo, tendo em vista que a fala em público envolve a exposição do falante perante uma audiência desconhecida, na qual o orador fica em destaque, ela é considerada um estressor psicossocial(88 Osório FL, Crippa JA, Loureiro SR. Aspectos cognitivos do falar em público: validação de uma escala de autoavaliação para universitários brasileiros. Rev Psiq Clín. 2012;39(2):48-53. https://doi.org/10.1590/S0101-60832012000200002.
https://doi.org/10.1590/S0101-6083201200...
). Nesse contexto, quanto mais habilidades e estratégias de enfrentamento positivas o indivíduo tiver a seu dispor, mais possibilidades terá para aprimorar seu desempenho comunicativo e controlar o estresse da exposição em público.

Dentre essas habilidades e estratégias, estão o desenvolvimento do autoconhecimento(44 Pedrotti CA, Behlau M. Recursos comunicativos de executivos e profissionais em função operacional. CoDAS. 2017;29(3):e20150217. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20172015217. PMid:28538820.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2017...
,99 Hancock AB, Stone MD, Brundage SB, Zeigler MT. Public speaking attitudes: does curriculum make a difference? J Voice. 2010;24(3):302-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008.09.007. PMid:19481418.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008....
), o fortalecimento da autoconfiança(99 Hancock AB, Stone MD, Brundage SB, Zeigler MT. Public speaking attitudes: does curriculum make a difference? J Voice. 2010;24(3):302-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008.09.007. PMid:19481418.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008....
,1010 Cuddy AJ, Wilmuth CA, Yap AJ, Carney DR. Preparatory power posing affects nonverbal presence and job interview performance. J Appl Psychol. 2015;100(4):1286-95. http://dx.doi.org/10.1037/a0038543. PMid:25664473.
http://dx.doi.org/10.1037/a0038543...
) o domínio do discurso, a prática da fala em público(33 Ferreira Marinho AC, Mesquita de Medeiros A, Côrtes Gama AC, Caldas Teixeira L. Fear of public speaking: perception of college students and correlates. J Voice. 2017;31(1):127.e7-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.12.012. PMid:26898522.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015....
,55 Grilo APS, Oliveira AAP, Puggina ACG. Public speaking: relationship with competency in communication, anxiety and student oratory experiences. Rev Eferm Cent Oeste Min. 2019;9:e3534.,1111 Marinho ACF, Medeiros AM, Lima EP, Pantuza JJ, Teixeira LC. Prevalência e fatores associados ao medo de falar público. CoDAS. 2019;31(6):e20180266. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192018266. PMid:31644711.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
,1212 Maldonado I, Reich M. Estrategias de afrontamiento y medo a hablar em público en estudiantes universitários a nível de grado. Cienc Psicol (Montev). 2013;7(2):165-8. http://dx.doi.org/10.22235/cp.v7i1.1058.
http://dx.doi.org/10.22235/cp.v7i1.1058...
) e a busca por assessorias comunicativas que contribuirão para que o falante enfrente esse desafio(22 Borrego MCM, Behlau M. Mapeamento do eixo condutor da prática fonoaudiológica em expressividade verbal no trabalho de competência comunicativa. CoDAS. 2018;30(6):e20180054. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018054. PMid:30517272.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2018...
,44 Pedrotti CA, Behlau M. Recursos comunicativos de executivos e profissionais em função operacional. CoDAS. 2017;29(3):e20150217. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20172015217. PMid:28538820.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2017...
,1010 Cuddy AJ, Wilmuth CA, Yap AJ, Carney DR. Preparatory power posing affects nonverbal presence and job interview performance. J Appl Psychol. 2015;100(4):1286-95. http://dx.doi.org/10.1037/a0038543. PMid:25664473.
http://dx.doi.org/10.1037/a0038543...
,1111 Marinho ACF, Medeiros AM, Lima EP, Pantuza JJ, Teixeira LC. Prevalência e fatores associados ao medo de falar público. CoDAS. 2019;31(6):e20180266. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192018266. PMid:31644711.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
).

A fala em público é alvo de estudo por diferentes áreas de conhecimento(88 Osório FL, Crippa JA, Loureiro SR. Aspectos cognitivos do falar em público: validação de uma escala de autoavaliação para universitários brasileiros. Rev Psiq Clín. 2012;39(2):48-53. https://doi.org/10.1590/S0101-60832012000200002.
https://doi.org/10.1590/S0101-6083201200...
,1111 Marinho ACF, Medeiros AM, Lima EP, Pantuza JJ, Teixeira LC. Prevalência e fatores associados ao medo de falar público. CoDAS. 2019;31(6):e20180266. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192018266. PMid:31644711.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
,1313 Angélico AP, Bauth MF, Andrade AK. Estudo experimental do falar em público com e sem plateia em universitários. Psico-USF. 2018;23(2):347-59. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712018230213.
http://dx.doi.org/10.1590/1413-827120182...

14 Santos TD, Ferreira LP. Expressividade do profissional da voz: processo de construção de um roteiro fonoaudiológico de observação. CoDAS. 2020;32(2):e20190121 http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192019121.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
-1515 Oliveira BL, Sales HF, Lima KD, Santos NA, Galdino MK. Adaptação da Escala de Ansiedade de Falar em Público (PSAS) para o Brasil. Contextos Clín. 2020;13(1). http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.02.
http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.0...
). Aspectos da voz, fala, linguagem, gestos, estratégias de enfrentamento e manifestações de ansiedade ao falar em público são investigados, de forma distintas, e sob referenciais conceituais também diversificados.

Considerando que os instrumentos de avaliação da fala em púbico se constituem um alicerce para compreender a performance do falante, acredita-se que a identificação e descrição dos aspectos avaliativos dos instrumentos existentes podem fundamentar um modelo teórico para o construto da fala em público e auxiliar na construção de um instrumento de avaliação amplo, que venha a favorecer a temática da fala em público e as assessorias e pesquisas científicas sobre o tema.

OBJETIVO

Revisar e descrever os estudos que utilizaram instrumentos para avaliar e autoavaliar a fala em público de indivíduos adultos, no período de 2011 a 2020.

ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, baseada em recomendações nacionais(1616 Souza MT, Silva MD, Carvalho R. Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (Sao Paulo). 2010 Mar;8(1):102-6. http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134. PMid:26761761.
http://dx.doi.org/10.1590/s1679-45082010...
,1717 Mendes KD, Silveira RC, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enfer. 2008;17(4):758-64. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018.), que buscou responder à seguinte pergunta: “Quais os tipos, aspectos avaliados e categorias de resposta dos instrumentos que avaliaram a fala em público de indivíduos adultos nos últimos dez anos?”.

Para busca dos assuntos na literatura, foram utilizados os descritores (MeSH - Medical Subject Headings e DeCS - Descritores em Ciências da Saúde): comportamento verbal, comunicação não verbal, barreiras de comunicação, inquéritos e questionários, fonoaudiologia, voz, protocolos clínicos, estudos de avaliação, autoavaliação; bem com as palavras-chave: arte de falar em público, discurso público, fala pública, falar em público, fala em público, oratória, expressividade, levantamentos e questionários, métodos de inquérito e questionários. Os descritores e as palavras-chave foram combinados entre si com a utilização dos operadores booleanos AND e OR. A equação de busca utilizada foi: (tw ((“Arte de Falar em Público” OR “Discurso Público” OR “Fala Pública” OR “Falar em Público” OR “Fala em Público” OR oratória OR “Public Speaking” OR “Speaking, Public” OR “Verbal Behavior” OR “Conducta Verbal” OR “Comportamento Verbal” OR “Nonverbal Communication” OR “Comunicación no Verbal” OR “Comunicação não Verbal” OR “Communication Barriers” OR “Barreras de Comunicación” OR “Barreiras de Comunicação” OR “Expressividade” OR “expressiveness” OR “Speech, Language and Hearing Sciences” OR fonoaudiología OR fonoaudiologia OR “Voice” OR “Voz”) AND (“Surveys and Questionnaires” OR “Encuestas y Cuestionarios” OR “Inquéritos e Questionários” OR inquéritos OR “Levantamentos e Questionários” OR “Métodos de Inquérito” OR questionários OR “Clinical Protocols” OR “Protocolos Clínicos” OR “Self-Assessment” OR autoevaluación OR “Estudo de avaliação” “autoavaliação” OR autoapreciação OR “Autoavaliação (Psicologia)”) AND (db: (“LILACS” OR “INDEXPSI” OR “BINACIS” OR “IBECS” OR “BBO” OR “SES-SP”)).

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

Os critérios de inclusão foram: artigo original, disponível na íntegra, publicado no período de 2011 a 2020, nos idiomas inglês, português ou espanhol, que apresentasse instrumentos de avaliação da fala em público em adultos. Foram excluídos da revisão teses, dissertações, monografias, anais de congressos, estudos com análise do discurso e artigos de revisão de literatura. Após a busca, uma pesquisa manual também foi realizada nas referências entre os artigos encontrados, a fim de complementá-los.

Realizou-se levantamento da literatura científica publicada, utilizando as bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud (IBECS) e ISI (Web of Science) e considerou-se o período entre os anos de 2011 de 2020.

Na busca inicial, foram encontradas 2539 produções de 2011 a 2020. Os artigos foram analisados por duas pesquisadoras de forma independente, quanto à pertinência, ou não, da seleção e inclusão no estudo. A seleção dos artigos foi desenvolvida a partir da leitura prévia dos títulos e resumos. Após a análise do título, resumo e palavras-chave e da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 38 artigos foram selecionados para leitura na íntegra. Houve discordância entre as pesquisadoras em três artigos, que foram incluídos, após análise por consenso. Após a leitura na íntegra, foram incluídos 21 artigos e excluídos 17.

O percurso realizado para seleção e análise dos textos está representado na Figura 1.

Figura 1
Fluxograma de seleção dos estudos.

ANÁLISE DE DADOS

A análise de dados foi realizada de forma descritiva, em duas etapas. Na primeira etapa, os dados dos estudos foram compilados e posteriormente divididos em dois quadros. O primeiro quadro incluiu os estudos exclusivamente de autoavaliação da fala em público. O segundo quadro foi dividido em dois seguimentos: no primeiro, apresentação dos estudos com instrumentos de avaliação da fala em público e, no segundo, os estudos que contemplaram as duas propostas associadas.

Os quadros foram estruturados nos seguintes eixos: autor e ano, local, amostra, delineamento do estudo, formas de avaliação da fala em público (autoavaliação, avaliação por juízes fonoaudiólogos ou leigos), especificação quanto à validação do instrumento; presença ou ausência de instrumento anexado ao estudo; aspectos avaliados e categorias de respostas dos itens avaliados.

A segunda etapa da análise constou da elaboração de duas nuvens de palavras com a categorização dos aspectos avaliativos da fala em público, presentes nos estudos incluídos na revisão. A nuvem de palavras é um recurso gráfico que permite visualizar a frequência com que as palavras aparecem em hipertextos(1818 Silva PV, Jorge TA. Análise de conteúdo por meio de nuvem de palavras de postagens em comunidades virtuais: novas perspectivas e resultados preliminares. Investigação Qualitativa em Saúde. 2019;2:41-8.). As dimensões das palavras inseridas na nuvem são variadas e proporcionais à frequência e relevância temática em meio às outras palavras do texto(1818 Silva PV, Jorge TA. Análise de conteúdo por meio de nuvem de palavras de postagens em comunidades virtuais: novas perspectivas e resultados preliminares. Investigação Qualitativa em Saúde. 2019;2:41-8.). Para construção das nuvens, foi utilizado o programa Wordcloud. A primeira nuvem apresenta as palavras que mais apareceram nos instrumentos de autoavaliação da fala em público. A segunda nuvem é referente às palavras mais frequentes nos instrumentos de avaliação da fala em público.

RESULTADOS

O Quadro 1 retrata a síntese dos 14 estudos de autoavaliação da fala em público. A concentração desses estudos foi maior no período entre 2016 e 2020 (71,4%), desenvolvidos no Brasil (85,7%), todos de delineamento transversal, 71,4% realizados com estudantes universitários e com instrumentos validados. Em 7 estudos os autores propuseram instrumentos de autoavaliação e destes, 4 não estavam anexados ao estudo. Quanto às categorias de resposta dos aspectos avaliados, a escala Likert foi a mais utilizada (64,28%).

Quadro 1
Síntese dos dados dos estudos de autoavaliação sobre fala em público incluídos na revisão de literatura

O Quadro 2 apresenta a síntese dos 4 estudos que utilizaram instrumentos exclusivamente de avaliação da fala em público, seguida dos 3 estudos que incluíram avaliação e autoavaliação da fala em público. A concentração dos estudos foi maior no período entre 2016 e 2020 (57,1%), desenvolvidos no Brasil, 57,1% eram estudos transversais, com estudantes universitários, e 71,4% não utilizaram instrumentos validados e não apresentaram anexo do instrumento proposto. Quanto às categorias de resposta dos aspectos avaliados, as perguntas dicotômicas foram as mais utilizadas (57,1%) e as opções de respostas eram distintas.

Quadro 2
Síntese dos dados dos estudos de autoavaliação e avaliação sobre fala em público incluídos na revisão de literatura

Os itens avaliados em cada instrumento foram diversificados. A Figura 2 mostra uma nuvem de palavras com a maior ocorrência dos aspectos avaliados nos instrumentos de autoavaliação. Os termos ansiedade ao falar em público, voz, articulação, pitch, loudness, velocidade de fala e competência comunicativa foram os que mais apareceram nos instrumentos.

Figura 2
Nuvem de palavras gerada com base nos aspectos avaliativos dos instrumentos de autoavaliação da fala em público

A Figura 3 retrata uma nuvem de palavras com a maior ocorrência dos aspectos avaliados por juízes dos instrumentos de avaliação. Voz, velocidade de fala, articulação, pausas, loudness, pitch e gestos foram os termos que mais se repetiram nos instrumentos.

Figura 3
Nuvem de palavras gerada com base nos aspectos avaliativos dos instrumentos de avaliação da fala em público

DISCUSSÃO

Os artigos que compuseram esta revisão foram predominantemente realizados no Brasil, apresentavam delineamento transversal, foram realizados com universitários e usaram instrumentos de autoavaliação da fala em público. A amostra de universitários pode ser justificada pelo fato de que, no ensino superior, os discentes participam de inúmeras atividades científicas, desafiadoras e que exigem, constantemente, atividades de fala em público(33 Ferreira Marinho AC, Mesquita de Medeiros A, Côrtes Gama AC, Caldas Teixeira L. Fear of public speaking: perception of college students and correlates. J Voice. 2017;31(1):127.e7-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.12.012. PMid:26898522.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015....
,55 Grilo APS, Oliveira AAP, Puggina ACG. Public speaking: relationship with competency in communication, anxiety and student oratory experiences. Rev Eferm Cent Oeste Min. 2019;9:e3534.,2424 Bauth MF, Angélico AP, Oliveira DCR. Association between social skills, sociodemographic factors and self-statements during public speaking by university students. Trends Psychol. 2019;27(3):677-92.,2626 Marinho ACF, Medeiros AM, Pantuza JJ, Teixeira LC. Autopercepção de timidez e sua relação com aspectos da fala em público. CoDAS. 2020;32(5):e20190097. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20202019097. PMid:33053085.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2020...
,3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
,3232 Azevedo RAS, Fernandes ACN, Ferreira LP. Oficina de expressividade para universitários em situação de apresentação de seminários. Distúrb Comun. 2013;25(3):458-76.). A autopercepção é uma análise subjetiva que traz benefícios positivos para o indivíduo(2323 Lira AAM, Borrego MC, Behlau M. Autoavaliação dos recursos comunicativos por representantes comerciais e sua relação com o desempenho em vendas. CoDAS. 2019;31(6):e20190067. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192019067. PMid:31721891.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
,3030 Neiva TM, Gama AC, Teixeira LC. Expressividade vocal e corporal para falar bem no telejornalismo: resultados de treinamento. Rev CEFAC. 2016;18(2):498-507. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161829415.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161...
,3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
), auxilia o sujeito a mensurar ou se questionar sobre determinado aspecto, que pode influenciar na prontidão para mudança em relação ao seu problema(2323 Lira AAM, Borrego MC, Behlau M. Autoavaliação dos recursos comunicativos por representantes comerciais e sua relação com o desempenho em vendas. CoDAS. 2019;31(6):e20190067. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192019067. PMid:31721891.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
,2424 Bauth MF, Angélico AP, Oliveira DCR. Association between social skills, sociodemographic factors and self-statements during public speaking by university students. Trends Psychol. 2019;27(3):677-92.,3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
,3333 Lopes LW, Vilela EG. Autoavaliação e prontidão para mudança em pacientes disfônicos. CoDAS. 2016;28(3):295-301. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162015111. PMid:27383225.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2016...
). Acredita-se que a percepção do sujeito sobre a sua comunicação favorece o autoconhecimento e auxilia na construção de estratégias de enfrentamento para falar em público.

Nos instrumentos de autoavaliação, os aspectos avaliados são mais voltados para a ansiedade ao falar em público(55 Grilo APS, Oliveira AAP, Puggina ACG. Public speaking: relationship with competency in communication, anxiety and student oratory experiences. Rev Eferm Cent Oeste Min. 2019;9:e3534.,99 Hancock AB, Stone MD, Brundage SB, Zeigler MT. Public speaking attitudes: does curriculum make a difference? J Voice. 2010;24(3):302-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008.09.007. PMid:19481418.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008....
,1515 Oliveira BL, Sales HF, Lima KD, Santos NA, Galdino MK. Adaptação da Escala de Ansiedade de Falar em Público (PSAS) para o Brasil. Contextos Clín. 2020;13(1). http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.02.
http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.0...
,1919 Osório FL, Crippa JA, Loureiro SR. Validation of the State Version of the Self-statement during Public Speaking Scale. Rev Bras Psiquiatr. 2013;35(1):63-6. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbp.2012.02.009. PMid:23567602.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbp.2012.02....

20 Chodkiewicz J, Miniszewska J, Strzelczyk D, Gąsior K. Polish adaptation of the Psychache Scale by Ronald Holden and co-workers. Psychiatr Pol. 2017;51(2):369-81. http://dx.doi.org/10.12740/PP/OnlineFirst/59448. PMid:28581544.
http://dx.doi.org/10.12740/PP/OnlineFirs...
-2121 García-Fernández CM, Raya-Trenas A, Herruzo J. Temor a hablar em público en una muestra de estudiantes universitarios españoles. Ansiedad y estrés. 2015;21(2-3):157-67.,2424 Bauth MF, Angélico AP, Oliveira DCR. Association between social skills, sociodemographic factors and self-statements during public speaking by university students. Trends Psychol. 2019;27(3):677-92.), o que pode ser justificado por motivo de a área de concentração desses estudos incluir mais instrumentos construídos sob o referencial da Psicologia(55 Grilo APS, Oliveira AAP, Puggina ACG. Public speaking: relationship with competency in communication, anxiety and student oratory experiences. Rev Eferm Cent Oeste Min. 2019;9:e3534.,99 Hancock AB, Stone MD, Brundage SB, Zeigler MT. Public speaking attitudes: does curriculum make a difference? J Voice. 2010;24(3):302-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008.09.007. PMid:19481418.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008....
,1515 Oliveira BL, Sales HF, Lima KD, Santos NA, Galdino MK. Adaptação da Escala de Ansiedade de Falar em Público (PSAS) para o Brasil. Contextos Clín. 2020;13(1). http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.02.
http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.0...
,1919 Osório FL, Crippa JA, Loureiro SR. Validation of the State Version of the Self-statement during Public Speaking Scale. Rev Bras Psiquiatr. 2013;35(1):63-6. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbp.2012.02.009. PMid:23567602.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbp.2012.02....

20 Chodkiewicz J, Miniszewska J, Strzelczyk D, Gąsior K. Polish adaptation of the Psychache Scale by Ronald Holden and co-workers. Psychiatr Pol. 2017;51(2):369-81. http://dx.doi.org/10.12740/PP/OnlineFirst/59448. PMid:28581544.
http://dx.doi.org/10.12740/PP/OnlineFirs...
-2121 García-Fernández CM, Raya-Trenas A, Herruzo J. Temor a hablar em público en una muestra de estudiantes universitarios españoles. Ansiedad y estrés. 2015;21(2-3):157-67.,2424 Bauth MF, Angélico AP, Oliveira DCR. Association between social skills, sociodemographic factors and self-statements during public speaking by university students. Trends Psychol. 2019;27(3):677-92.), que investigam reações cognitivas, somáticas e comportamentais ao falar em público. As reações somáticas se referem a alterações fisiológicas desencadeadas sob efeito de estresse, como tremores corporais e vocais, sudorese nas palmas das mãos, rubor, aceleramento dos batimentos cardíacos e sensação de boca seca(3434 Barbosa RA, Friedman S. Emoção: efeitos sobre a voz e a fala na situação em público. Distúrb Comun. 2007;19(3):325-36.,3535 Burato KR, Crippa JA, Loureiro SR. Transtorno de ansiedade social e comportamentos de evitação e de segurança: uma revisão sistemática. Estud Psicol. 2009;14(2):167-74. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2009000200010.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2009...
). As reações cognitivas são os pensamentos, positivos ou negativos, que o orador tem antes ou durante a situação da fala em público(88 Osório FL, Crippa JA, Loureiro SR. Aspectos cognitivos do falar em público: validação de uma escala de autoavaliação para universitários brasileiros. Rev Psiq Clín. 2012;39(2):48-53. https://doi.org/10.1590/S0101-60832012000200002.
https://doi.org/10.1590/S0101-6083201200...
,1919 Osório FL, Crippa JA, Loureiro SR. Validation of the State Version of the Self-statement during Public Speaking Scale. Rev Bras Psiquiatr. 2013;35(1):63-6. http://dx.doi.org/10.1016/j.rbp.2012.02.009. PMid:23567602.
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbp.2012.02....
). As reações comportamentais estão relacionadas à maneira como a pessoa age diante a situação de fala em público(3535 Burato KR, Crippa JA, Loureiro SR. Transtorno de ansiedade social e comportamentos de evitação e de segurança: uma revisão sistemática. Estud Psicol. 2009;14(2):167-74. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2009000200010.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2009...
,3636 D’El Rey GJ, Pacini CA. Medo de falar em público em uma amostra da população: prevalência, impacto no funcionamento pessoal e tratamento. Psic Teor e Pesq. 2005;21(2):237-42. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722005000200014.
http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722005...
), ou seja, o que faz para resolver a situação.

Por outro lado, observou-se que os estudos com instrumentos de avaliação da fala em público investigaram mais especificadamente aspectos da voz, fala e prosódia(1414 Santos TD, Ferreira LP. Expressividade do profissional da voz: processo de construção de um roteiro fonoaudiológico de observação. CoDAS. 2020;32(2):e20190121 http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192019121.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
,2727 Romano CC, Alves LA, Secco IA, Ricz LN, Robazzi ML. The expressiveness of a university professor in his classroom performance: analysis of verbal resources and implications for nursing. Rev Lat Am Enfermagem. 2011;19(5):1188-96. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692011000500017. PMid:22030584.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692011...

28 Ferreira LP, Arruda AF, Marquezin DMSS. Expressividade oral de professoras: análise de recursos vocais. Distúrb Comun. 2012;24(2):223-37.

29 Marquezin DM, Viola I, Ghirardi AC, Madureira S, Ferreira LP. Executives’ speech expressiveness: analysis of perceptive and acoustic aspects of vocal dynamics. CoDAS. 2015;27(2):160-9. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20152014188. PMid:26107082.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2015...

30 Neiva TM, Gama AC, Teixeira LC. Expressividade vocal e corporal para falar bem no telejornalismo: resultados de treinamento. Rev CEFAC. 2016;18(2):498-507. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161829415.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161...
-3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
), sendo produzidos sob o referencial da Fonoaudiologia. Acredita-se que isso tenha ocorrido em razão de a Fonoaudiologia, em meados da década de 1990, ter ampliado o seu olhar para além da prevenção e reabilitação dos distúrbios da comunicação, com inserção dos seus profissionais atuando, também, no aprimoramento da comunicação oral(77 Santos TD, Andrada e Silva MA. Comunicação não verbal com profissionais da voz: o que se pesquisa na fonoaudiologia. CEFAC. 2016;18(6):1447-55. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161865116.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161...
,1414 Santos TD, Ferreira LP. Expressividade do profissional da voz: processo de construção de um roteiro fonoaudiológico de observação. CoDAS. 2020;32(2):e20190121 http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192019121.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
).

A intervenção fonoaudiológica auxilia no aperfeiçoamento da fala em público, fornece estratégias para que o indivíduo possa construir um discurso expressivo, desenvolver uma boa performance comunicativa e criar estratégias de enfrentamento ao medo de falar em público(22 Borrego MCM, Behlau M. Mapeamento do eixo condutor da prática fonoaudiológica em expressividade verbal no trabalho de competência comunicativa. CoDAS. 2018;30(6):e20180054. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20182018054. PMid:30517272.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2018...
,33 Ferreira Marinho AC, Mesquita de Medeiros A, Côrtes Gama AC, Caldas Teixeira L. Fear of public speaking: perception of college students and correlates. J Voice. 2017;31(1):127.e7-11. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.12.012. PMid:26898522.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2015....
,99 Hancock AB, Stone MD, Brundage SB, Zeigler MT. Public speaking attitudes: does curriculum make a difference? J Voice. 2010;24(3):302-7. http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008.09.007. PMid:19481418.
http://dx.doi.org/10.1016/j.jvoice.2008....
). Ressalta-se, assim, o modo como a interdisciplinaridade auxilia a compreender o fenômeno da fala em público em sua totalidade, e o quanto diferentes olhares se somam no entendimento da temática, que, sob óticas diferentes, se complementam.

Observou-se, ainda, que nos instrumentos de avaliação por juízes, os aspectos avaliados de ênfase, pausas e gestos, além da qualidade vocal, foram os mais frequentes. Os elementos prosódicos, como a ênfase e pausa, facilitam a compreensão da fala e são recursos utilizados para expressar atitudes, selecionar informações e transmitir a mensagem oral(3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
) . Com a ausência da ênfase, a fala torna-se monótona, podendo desinteressar o ouvinte(3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
,3737 Oliveira MH, Gargantini MB. Comunicação e gagueira. Estud Psicol. 2003;20(1):51-60. http://dx.doi.org/10.1590/s0103166x2003000100005.
http://dx.doi.org/10.1590/s0103166x20030...
). As pausas fornecem um tempo ao orador para refletir sobre o assunto e lhe conferem controle sobre o que diz(3737 Oliveira MH, Gargantini MB. Comunicação e gagueira. Estud Psicol. 2003;20(1):51-60. http://dx.doi.org/10.1590/s0103166x2003000100005.
http://dx.doi.org/10.1590/s0103166x20030...
). Os gestos são elementos importantes no processo comunicativo(2626 Marinho ACF, Medeiros AM, Pantuza JJ, Teixeira LC. Autopercepção de timidez e sua relação com aspectos da fala em público. CoDAS. 2020;32(5):e20190097. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20202019097. PMid:33053085.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2020...
), que complementam a mensagem verbal(3232 Azevedo RAS, Fernandes ACN, Ferreira LP. Oficina de expressividade para universitários em situação de apresentação de seminários. Distúrb Comun. 2013;25(3):458-76.,3838 Bellucci JA Jr, Matsuda LM. Construção e validação de instrumento para avaliação do Acolhimento com Classificação de Risco. Rev Bras Enferm. 2012;65(5):751-7. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012000500006. PMid:23338578.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012...
,3939 Vasconcellos L, Otta E. Comparação do comportamento gestual entre maus e bons oradores durante a comunicação em público. Psicol Rev. 2003;9:153-1.) e transmitem informações comportamentais do falante(2626 Marinho ACF, Medeiros AM, Pantuza JJ, Teixeira LC. Autopercepção de timidez e sua relação com aspectos da fala em público. CoDAS. 2020;32(5):e20190097. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20202019097. PMid:33053085.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2020...
,3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
,3939 Vasconcellos L, Otta E. Comparação do comportamento gestual entre maus e bons oradores durante a comunicação em público. Psicol Rev. 2003;9:153-1.). Muitas vezes, pessoas que apresentam dificuldades para falar em público não sabem como usar os gestos com naturalidade na sua comunicação, utilizando, assim, gestos adaptadores e descontextualizados, que transmitem nervosismo e insegurança(2626 Marinho ACF, Medeiros AM, Pantuza JJ, Teixeira LC. Autopercepção de timidez e sua relação com aspectos da fala em público. CoDAS. 2020;32(5):e20190097. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20202019097. PMid:33053085.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2020...
,3939 Vasconcellos L, Otta E. Comparação do comportamento gestual entre maus e bons oradores durante a comunicação em público. Psicol Rev. 2003;9:153-1.).

Os aspectos avaliativos dos instrumentos de avaliação e autoavaliação foram distintos entre si, mas com itens semelhantes nas duas propostas avaliativas, como a voz, pitch, loudness, velocidade de fala e articulação. Acredita-se que houve uma preocupação em investigar a voz por seu aspecto funcional, como instrumento de trabalho e como recurso não verbal poderoso, que fornece sentido e confere emoções(2323 Lira AAM, Borrego MC, Behlau M. Autoavaliação dos recursos comunicativos por representantes comerciais e sua relação com o desempenho em vendas. CoDAS. 2019;31(6):e20190067. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192019067. PMid:31721891.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
) positivas ou negativas à fala, como a agradabilidade, clareza, credibilidade ou insegurança(2323 Lira AAM, Borrego MC, Behlau M. Autoavaliação dos recursos comunicativos por representantes comerciais e sua relação com o desempenho em vendas. CoDAS. 2019;31(6):e20190067. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192019067. PMid:31721891.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
,3030 Neiva TM, Gama AC, Teixeira LC. Expressividade vocal e corporal para falar bem no telejornalismo: resultados de treinamento. Rev CEFAC. 2016;18(2):498-507. http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161829415.
http://dx.doi.org/10.1590/1982-021620161...
,3131 Celeste LC, Lima AM, Seixas JMA, Silva MA, Silva EM. Treinamento da performance comunicativa em universitários da área da saúde. Audiol Commun Res. 2018;23:e1879. http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017-1879.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-6431-2017...
,3737 Oliveira MH, Gargantini MB. Comunicação e gagueira. Estud Psicol. 2003;20(1):51-60. http://dx.doi.org/10.1590/s0103166x2003000100005.
http://dx.doi.org/10.1590/s0103166x20030...
).

Outro aspecto bastante avaliado foi a competência comunicativa. Essa competência é contemplada com habilidades, como captar e manter a atenção do ouvinte, influenciar o outro com a sua comunicação(1111 Marinho ACF, Medeiros AM, Lima EP, Pantuza JJ, Teixeira LC. Prevalência e fatores associados ao medo de falar público. CoDAS. 2019;31(6):e20180266. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20192018266. PMid:31644711.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2019...
,1313 Angélico AP, Bauth MF, Andrade AK. Estudo experimental do falar em público com e sem plateia em universitários. Psico-USF. 2018;23(2):347-59. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712018230213.
http://dx.doi.org/10.1590/1413-827120182...
,1515 Oliveira BL, Sales HF, Lima KD, Santos NA, Galdino MK. Adaptação da Escala de Ansiedade de Falar em Público (PSAS) para o Brasil. Contextos Clín. 2020;13(1). http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.02.
http://dx.doi.org/10.4013/ctc.2020.131.0...
,2424 Bauth MF, Angélico AP, Oliveira DCR. Association between social skills, sociodemographic factors and self-statements during public speaking by university students. Trends Psychol. 2019;27(3):677-92.), persuasão e dar e receber feedbacks (4040 Puggina AC, Silva MJP. Validação e adaptação cultural para o português da Interpersonal Communication Competence Scale. Acta Paul Enferm. 2014;27(2):108-14. https://doi.org/10.1590/1982-0194201400020.
https://doi.org/10.1590/1982-01942014000...
). Esses elementos reforçam a importância da autoavaliação no processo comunicativo, permitindo que o orador se conheça melhor e busque auxílio para aprimorar suas habilidades interpessoais.

Ao observar os instrumentos utilizados, independentemente do tipo de proposta avaliativa, constatou-se que a maior parte instrumentos não era validada. A validação é um processo importante para se desenvolver um instrumento com legitimidade(4141 Alexandre NMC, Coluci MZO. Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Cien Saude Colet. 2011;16(7):3061-8. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006. PMid:21808894.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011...

42 Pernambuco L, Espelt A, Magalhães HV Jr, Lima KC. Recommendations for elaboration, transcultural adaptation and validation process of tests in Speech, Hearing and Language Pathology. CoDAS. 2017;29(3):e20160217. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20172016217. PMid:28614460.
http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/2017...
-4343 Pasquali L. Psicometria. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(spe):992-9.) e permite realizar a fiel mensuração do fenômeno que se pretende avaliar(3838 Bellucci JA Jr, Matsuda LM. Construção e validação de instrumento para avaliação do Acolhimento com Classificação de Risco. Rev Bras Enferm. 2012;65(5):751-7. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012000500006. PMid:23338578.
http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012...
).

Nos estudos desta revisão, observou-se, ainda, que não houve um alinhamento conceitual dos aspectos avaliativos, dificultando a generalização dos resultados. Outro aspecto verificado foi o de que nenhum estudo contemplou a multidimensionalidade da fala em público, em que a linguagem, os recursos vocais e corporais e as estratégias de enfrentamento fazem parte do construto. Além da inclusão dos pontos referidos acima, observou-se a necessidade de elaborar instrumentos validados que aprofundem a temática.

As limitações deste estudo estão relacionadas com a delimitação dos idiomas português, inglês e espanhol, o que pode ter excluído estudos em outros idiomas. Outra limitação foi a dificuldade em identificar quais eram os itens de avaliação dos instrumentos não validados, uma vez que os autores não os descreveram detalhadamente.

Esta revisão apresenta importantes considerações que poderão auxiliar a avaliação nas assessorias fonoaudiológicas para a fala em público. Acredita-se que a descrição exposta fundamentará novos modelos teóricos sobre o construto “fala em público”. Tal sistematização guiará a elaboração de um protocolo multidimensional de avaliação da fala em público, que favorecerá a comparação de resultados em estudos futuros e oferecerá parâmetros para avaliação de intervenções visando à comunicação em público.

CONCLUSÃO

Os estudos desta revisão, em sua maioria, são de delineamento transversal, realizados com amostra de universitários, utilizando instrumentos de investigação baseados na autoavaliação do falante, sem especificação quanto à validação. Não há padronização conceitual dos aspectos avaliativos e categorias de respostas dos instrumentos de investigação. Nos instrumentos de autoavaliação, os aspectos mais avaliados são ansiedade ao falar em público, voz, velocidade de fala, competência comunicativa, pitch, articulação e loudness. Nos instrumentos de avaliação, os aspectos avaliativos mais abordados são voz, velocidade de fala, articulação, pausas, loudness, pitch e gestos.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, pelo auxílio à pesquisa.

  • Trabalho realizado no Programa de Pós-graduação em Ciências Fonoaudiológicas (Doutorado), Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte (MG), Brasil.
  • Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). 5.24/2021.13706.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    11 Mar 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    15 Jul 2021
  • Aceito
    13 Dez 2021
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