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PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR EM DIÁRIOS DE CLASSE EM SINOP-MT (1979-2009)

PRACTICES AND REPRESENTATIONS OF SCHOOL PHYSICAL EDUCATION IN DAILY LESSON PLANNERS IN SINOP-MT (1979-2009)

RESUMO:

O presente artigo tem como objetivo identificar características das aulas de Educação Física da Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino, em Sinop, MT, registradas nos diários de classe entre o período de 1979 e 2009. Para tanto, realizou-se uma pesquisa histórica, do tipo documental, identificando as principais descrições nos diários de classe de turmas de Educação Física. Constatou-se que houve evolução no desenvolvimento das aulas, mas esta se apresentou em menor escala quando comparadas a evolução conceitual da área, visto que é notório o descompasso entre novos debates e propostas e o que ocorreu durante o período histórico estabelecido. Foi possível ainda, identificar fortes ranços tecnicistas nas práticas descritas.

Palavras-chave:
Educação Física; Diários de classe; História

ABSTRACT:

This paper aims to identify the characteristics of the Physical Education classes at the state school Nilza Oliveira Pipino in Sinop-MT, reported in the daily lesson planners between 1979 and 2009. There was a historical research of documental type, identifying the main descriptions in the daily lesson planners of Physical Education. It was verified that there was progress in the development of classes, but this one was lower than to the conceptual evolution of the area because of apparent disharmony between new proposals and debates and what occurred during the established historical period. It was possible to identify tecnicists remnants in the practices described.

Keywords:
Physical Education; Daily lesson planners; History

Introdução

No Brasil a inclusão da Educação Física na escola ocorreu oficialmente ainda no século XIX, em 1851, com a reforma Couto Ferraz, porém somente a partir de 1920 os Estados iniciaram reformas educacionais e incluíram a ainda Ginástica (atual Educação Física) nos currículos escolares11. Darido SC. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003..

Desde o início da presença dos métodos ginásticos no Brasil até o final da primeira metade do século XX, a prática da Educação Física esteve assentada numa perspectiva médica e militar, dada suas finalidades e formas de desenvolvimento. A partir da segunda metade do século XX, a presença do esporte e a busca por resultados que colocassem o país em posição de destaque ocasionou mudanças na maneira como as aulas de Educação Física deveriam ser conduzidas. Essas características, bem como o regime político da época, influenciaram sobremaneira as formas de organização e prática da Educação Física no país, a sociedade de forma geral e, por conseguinte, dos segmentos que dela fazem parte, tais como a educação escolarizada e suas práticas pedagógicas.

As influências de uma concepção de Educação Física, com foco no desporto de alto nível, aliando técnica à competitividade, colocando a Educação Física acima dos conflitos sociais, a utilização do esporte nos momentos livres da população, com vistas a eliminar críticas ao regime político, se estenderam pelo país, independentemente da proximidade territorial das decisões políticas e ideológicas, como é o caso do município de Sinop, situado na região norte do estado de Mato Grosso.

O nosso ponto de partida...

A construção do município de Sinop foi iniciada no ano de 1972 assim que a rodovia BR 163 atingiu o KM 494. Começaram a surgir caravanas, sobretudo oriundas do sul do Brasil, onde a propaganda sobre as terras férteis e baratas era amplamente divulgada para atrair pequenos agricultores22. Santos LE. Raízes da história de Sinop. Midiograf; 2011..

A Colonizadora Sinop - Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná, de propriedade de Ênio Pipino e João Pedro Moreira de Carvalho, com sede em Maringá, já detinha experiência em formar municípios, pelos seus feitos naquele estado. Sendo assim, em terras mato-grossenses, apesar da dificuldade de acesso não seria diferente. "Por via aérea e fluvial, um grupo de trabalhadores deu origem ao reconhecimento e demarcação das terras pertencentes à Gleba"2:232. Santos LE. Raízes da história de Sinop. Midiograf; 2011..

A vila de Sinop foi fundada no dia 14 de setembro de 1974 e, em aproximadamente dois anos, foi elevada à categoria de Distrito de Chapada dos Guimarães e, em 1979, torna-se município independente. Antes, porém, da denominada Gleba Celeste originaram-se os municípios de Vera, Santa Carmem e Claudia, sendo que com os dois primeiros municípios já estabelecidos, a colonizadora pôde centrar seus esforços naquela que seria a sua obra máxima, a construção do município de Sinop22. Santos LE. Raízes da história de Sinop. Midiograf; 2011..

Em Sinop, foi fundada pelas primeiras famílias que chegaram ao município no ano de 1973 a Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino. O principal motivo da fundação da escola estava atrelado a preocupação com os estudos para os seus filhos e, em regime de mutirão as famílias construíram as primeiras salas de aula. Até 1976, a escola funcionou como uma extensão da Escola Estadual Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, da Cidade de Vera, distante cerca de 80 km de Sinop. Em 1976, pelo decreto 767/76 de 26 de outubro, assinado pelo Governador Garcia Neto, é criada oficialmente a primeira escola de Sinop, recebendo denominação de Escola Estadual de 1º Grau Nilza de Oliveira Pipino, nome este da esposa do colonizador Ênio Pipino.

A partir da fundação da Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino, pressupomos que com ela, a organização curricular tenha se apresentado no formato das demais localidades brasileiras. Portanto, entendemos que a identificação do percurso histórico da Educação Física, na referida escola, como noutros contextos sociais, constitui-se numa forma de conceituar e vivenciar tal prática no lugar em questão.

Goellner3:113. Goellner SV. Prefácio. In: Melo VA. História da Educação Física e do esporte no Brasil: panoramas e perspectiva. São Paulo: Ibrasa; 1999.afirma que "talvez pesquisar história seja procurar no passado elementos para justificar e explicar o presente". Acrescenta ainda que:

[...] identificar a Educação Física e o Esporte como objeto de pesquisa da/na História significa recorrer a textos, imagens, sons, objetos, cheiros, monumentos, equipamentos, vestes e tantas outras produções humanas como possibilidades de compreender que ali estão inscritas sensações, ideologias, valores, mensagens e preconceitos que permitem conhecer parte do tempo onde foram produzidos, através da intervenção do pesquisador que, utilizando de uma forma narrativa, arranca-os de um esquecimento/desconhecimento e os traz para o tempo presente. Ou seja, costura interpretações através dos vestígios e testemunhos que escolheu para pesquisar e da sua imaginação, originada de um desejo que parte de um sentimento que é individual e também é social, porque molhado pelo tempo presente, a partir do qual olha para o que não viveu e, assim, atribui significação ao que pode conhecer e imaginar nesse tempo que não lhe pertence3:123. Goellner SV. Prefácio. In: Melo VA. História da Educação Física e do esporte no Brasil: panoramas e perspectiva. São Paulo: Ibrasa; 1999..

Destacamos a história como elemento investigativo ressaltando a importância de perceber seus elementos como aspectos capazes de situar as análises num tempo e espaço determinados, para que possamos discuti-los, compreendê-los e identificar as influências históricas no contexto atual. Trazemos à luz deste trabalho a História Cultural como a possibilidade narrativa dos acontecimentos, sobretudo evidenciando a reorientação de conceitos firmados pelo historiador da História Cultural, a saber: representação, imaginário, narrativa, ficção e sensibilidade, no caso específico deste texto, a representação e a sensibilidade, destacados por Pesavento44. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005..

Na representação uma realidade é construída pelos indivíduos, podendo ser em lugares e momentos diferentes. Assim, podemos caracterizar em termos gerais que a proposta da História Cultural seria "[...] decifrar a realidade do passado por meio de suas representações, tentando chegar àquelas formas discursivas e imagéticas, pelas quais os homens expressaram a si próprios e o mundo"4:424. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005..

A sensibilidade faz brotar uma condição importante para a História Cultural, é a subjetividade, pois é por meio da experiência histórica pessoal que se resgatam emoções, sentimentos, ideias, temores, desejos, além do que, "[...] estas se caracterizam como formas pelas quais indivíduos ou grupos se dão a perceber, comparecendo como um reduto de tradução da realidade por meio das emoções e dos sentidos"4:574. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005..

Desse modo:

Representação e imaginário, o retorno da narrativa, a entrada em cena da ficção e a ideia das sensibilidades levam os historiadores a repensar não só as possibilidades de acesso ao passado, na reconfiguração de uma temporalidade, como colocam em evidencia a escrita da história e a leitura dos textos4:594. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005..

Utilizando-se destas diversas possibilidades de construir ou reconstruir a história pelas interfaces da história cultural, este trabalho ao desvelar a história da Educação Física e Esportes na Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino, no período de 1978 a 2010, se apresenta como possibilidade de discutir e registrar a história da Educação Física local e regional.

A partir do exposto surgiu a seguinte indagação, quais as características e particularidades das aulas de Educação Física na Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino registradas nos diários de classe? Temos como objetivo identificar características das aulas de Educação Física da Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino, em Sinop-MT, registradas nos diários de classe entre o período de 1979 e 2009.

Procedimentos Metodológicos

Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa histórica, do tipo documental, que para Lakatos e Marconi5:1075. Lakatos EM, Marconi MA. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed., 7. reimp. São Paulo: Atlas; 2009. "permite coletar dados escritos ou não, constituindo-se como fontes primárias". A abordagem do estudo é qualitativa, a qual para Minayo6:286. Minayo MCS, organizador. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes; 2001. "trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, processos e fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis". Sendo ainda de cunho descritivo, pois segundo Richardson et al.7:377. Richardson RJ, Peres JAS, Wanderley JCV, Correia LM, Peres MHM. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas ; 1999., "contribui para que sejam analisadas algumas de suas características ou atributos, sempre com a preocupação de descrever as características de uma amostra ou mesmo sub-amostras e compará-las".

As técnicas e procedimentos de coleta de dados foram consultas dos diários de classe do ensino fundamental e médio, incluindo neste segundo nível de ensino os cursos técnicos profissionalizantes de contabilidade e magistério, de dois professores de Educação Física que fizeram parte do quadro docente da escola, no período de 1979 a 2009. Um desses professores se aposentou neste estabelecimento de ensino e o outro ainda permanece como funcionário da escola, porém ocupando outra função, ambos formados em curso superior de Educação Física, um no ano de 1977, no estado do Paraná e outro no ano de 1987, no estado do Rio Grande do Sul. Ambos foram formados sob a égide da Resolução 69/69 do Conselho Federal de Educação, que institui a formação em Educação Física em três anos, com carga horária de 1800 horas.

Vale ressaltar que a pesquisa adotou os procedimentos éticos exigidos, sendo o projeto submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso, recebendo aprovação sob o número 126, em 14 de dezembro de 2011.

Os diários de classe

Nos diários realizamos um levantamento dos registros de conteúdo encontrados nos diários de turmas nos quatro bimestres letivos da disciplina. Para cada década analisamos as mesmas séries, porém em alguns diários essa análise não foi possível, visto que durante a década de 90 estes eram compostos por turmas e não por série, agrupadas conforme o nível de ensino (fundamental ou médio). Sendo assim um único diário apresentava alunos de quinta à oitava série da época (atual 6º ao 9º ano do ensino fundamental), porém separados por turmas conforme horário, como turma I, II e assim por diante. Essa característica também foi encontrada nos diários do ensino médio, principalmente no curso técnico em contabilidade. Já para o curso técnico em magistério as descrições das aulas apresentam outra característica, pressupondo que a aula de Educação Física apresentava objetivo diferente.

Para manter a análise dos diários do mesmo professor, visto que não foi possível em alguns casos, analisar uma série ou ano pertencente ao mesmo período (ex. 5ª e 6ª série), pois muitas vezes este já não trabalhava mais com a turma analisada no início dos períodos estipulados, tomamos por base uma turma posterior àquela analisada anteriormente, mas que fosse do mesmo professor.

Por se tratar de uma pesquisa histórica, do tipo documental, os diários de classes, tornam-se uma fonte de análise importante, pois revelam peculiaridades locais importantes para a compreensão do processo de formação de gostos, cultura, hábitos, que permitem o entendimento da Educação Física desenvolvida no âmbito desta escola. Possibilita também refletir e contextualizar os aspectos sociais, políticos e até econômicos do período.

Goellner e Jaeger8:58. Goellner SV; Jaeger AA, organizadores. Garimpando memórias: esporte, educação física, lazer e dança. Porto Alegre (RS): UFRGS; 2007. retratam que abordar historicamente um tema é construir um passeio por um tempo que é passado e é presente, mas apesar da distância cronológica carrega proximidade com construções desse tempo que é hoje e que é nosso. Acrescentam ainda:

[...] as fontes históricas nunca são completas ou estão esgotadas e que as versões historiográficas nunca são definitivas, pois podem ser lidas de formas diferentes e por diferentes sujeitos, em diferentes épocas. Apresentam memórias, representações, valores e protagonismos que constituíram e constituem essas práticas, revelando as imposições, os conflitos, os limites, as ousadias e as transgressões que marcaram a educação dos corpos de homens e mulheres, ultrapassando os contornos geográficos e temporais8:58. Goellner SV; Jaeger AA, organizadores. Garimpando memórias: esporte, educação física, lazer e dança. Porto Alegre (RS): UFRGS; 2007..

Os diários de classe na organização de uma escola funcionam como um diário de bordo de um navio. Nessa analogia os dois recebem os registros e anotações de tudo o que ocorre em seu contexto. Os diários de classe são os meios que permitem verificar o que foi desenvolvido por cada professor em cada turma. É um registro detalhado da construção da aprendizagem. Assim torna-se um documento de extrema importância.

Dessa forma, a partir da análise dos diários, definimos as seguintes categorias de análise: Educação Física: uma atividade escolar; a organização e desenvolvimento das aulas e seu caráter segregário; a esportivização das aulas de Educação Física.

Educação Física: uma atividade escolar

Inicialmente, o termo de abertura de diário apresentado indica a Educação Física como disciplina, tendo este a finalidade de "registrar as frequências e o aproveitamento dos alunos". Contudo, conforme destaca Betti99. Betti M. Educação Física e sociedade. 2. ed. São Paulo: Hucitec; 2009., no período em questão, a Educação Física era concebida como uma "prática educativa", e não uma disciplina como as demais, sendo sempre tratada em separada no currículo escolar.

Figura 1
Termo de abertura do diário de classe de Educação Física de 1979.

Este fato pode ser percebido nas fontes analisadas quanto ao preenchimento do próprio diário de classe da disciplina que era diferente dos demais, quando identificamos o termo "natureza da sessão" (Figura 2). Isso se repete nos diários de classe entre os anos de 1978 a 1984, quando a partir daí identificamos o enunciado "conteúdo ministrado" (Figura 3). Neste espaço o professor deveria descrever todos os conteúdos abordados em aula.

As práticas de Educação Física anotadas nos diários de classe, principalmente até o ano de 1985 se embasavam nos valores higiênicos e médicos atribuídos à Educação Física no início do século XX. A própria constituição desses diários evidencia essa particularidade e demonstra a influência dos métodos ginásticos, como relata Soares1010. Soares CL. Educação física: raízes europeias e Brasil. Campinas: Autores Associados; 2001., quando relaciona e analisa a Educação Física e os movimentos ginásticos, sendo estes um ponto de partida importante para a emergência de contribuições e concepções teóricas da atual Educação Física.

A história da Educação Física desse período, nos escritos de Betti99. Betti M. Educação Física e sociedade. 2. ed. São Paulo: Hucitec; 2009., retrata um corpo biológico, com ênfase na higiene, saúde e eugenia. A educação em geral sofreu uma adequação ao modelo econômico, com destaque para o estabelecimento da política nacional de Educação Física e esporte.

Baseado no conceito de representação de Pesavento44. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005., podemos pressupor, pela imagem a seguir, que a Educação Física dispunha de uma representação muito mais biológica do que social.

Figura 2
Descrições de aula de Educação Física anotados no diário em 1979.

Figura 3
Diário de classe com descrições do desenvolvimento dos "conteúdos" das aulas de Educação Física destinados à uma turma de magistério, 1985.

As informações obtidas nas descrições dos diários de classe permitem pressupor que a Educação Física não se apresentava articulada às demais áreas, visto tratar de conteúdos exclusivamente da área, o que indica uma relação com os demais componentes fragilizada.

A organização e desenvolvimento das aulas: a separação de meninos e meninas

Ao analisar os diários mais antigos da disciplina de Educação Física (entre 1979-1985) percebemos que os alunos eram separados por gênero, ou seja, havia uma turma de meninas e outra turma de meninos, conforme podemos observar na Figura 2, ao final das linhas do diário de classe a expressão "fem.", que significa "feminino". No entanto, nas outras disciplinas todos os alunos compunham uma turma mista. Isso explica o fato de algumas descrições, tais como "ginástica feminina" ou ainda "exercícios para quadris, exercícios para abdômen". Ao observarmos o texto de abertura de um diário de classe de 1979 (Figura 1) percebemos a inscrição "séries mistas". Esta se refere às várias séries que compunham juntas uma ou mais turmas de Educação Física.

É importante explicar tal fato, pois uma interpretação equivocada pode vir a contrapor o que fora relatado sobre a divisão das turmas por gênero. Fato é que na abertura dos diários a expressão "turmas mistas" refere-se a alunos de diferentes turmas, no caso 5ª, 6ª, 7ª e até 8ª séries juntos, porém separadas por gênero, conforme observamos na figura a seguir.

Figura 4
Diário de classe de Educação Física, turmas de 5ª, 6ª e 7ª séries masculina de 1979.

Soares1010. Soares CL. Educação física: raízes europeias e Brasil. Campinas: Autores Associados; 2001. e Goellner1111. Goellner SV. A produção cultural do corpo. In: Louro G. Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes ; 2003. afirmam que ao longo do século XX a ginástica se constituiu como primeira sistematização de prática corporal, apresentando a ideia de saúde, vigor, energia e moral, o que leva supor que a proposta para turmas diferentes estava atrelada a um modelo educacional implantado com objetivos higiênicos, cívicos e patrióticos.

[...] se imaginava que os exercícios físicos fossem capazes de higienizar a sociedade, formando homens de corpo e caráter fortes para que servissem à Pátria e à família [...]. Além disso, os exercícios estavam encarregados de dar aos corpos frágeis das mulheres, saúde para cumprir, a "missão" da maternidade e graciosidade e beleza para exercerem, a contento, seus papéis de esposa [...]12:28-2912. Sousa ES. Meninos à marcha! Meninas à sombra! A história da Educação Física em Belo Horizonte (1897-1994). [Tese de Doutorado em Educação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação; 1994..

A separação em turmas de meninos e meninas solidifica a distinção dos indivíduos feita a partir de suas capacidades físicas individuais e sexuais, por meio da noção de papéis sociais ligados a cada gênero. Sendo assim, as aulas de Educação Física que separam as meninas dos meninos, determinam suas características e perpetuam um modelo de não convivência entre os gêneros. Essa prática de separação se estende a nos posteriores, como em alguns diários de 1990, quando as turmas eram "unidas" conforme o nível de ensino e separadas por horários e gênero.

Figura 5
Diário de classe retratando a junção de turmas para aula de Educação Física, 1990.

A condição de separação de gênero reforça a existência de um pensamento sobre a Educação Física, oriundo do século XIX e XX, conforme mencionado anteriormente, que tipifica, seleciona e classifica indivíduos pelas suas habilidades e capacidades, de forma compreensível, dado o contexto da época. Contudo, em se tratando da finalidade da escola e da educação na vida das pessoas, entendemos que isso seja um equívoco, pois as relações humanas e sociais ocorrem entre os gêneros, não sendo a aula de Educação Física um espaço diferente dos demais.

A esportivização das aulas de Educação Física

Outra categoria de análise identificada nos diários de classe é a esportivização das aulas de Educação Física, embora estes apareçam com maior frequência depois dos anos 80. O que encontramos descrito nos diários desse período é o aprofundamento do esporte como conteúdo curricular da Educação Física, ainda que pautado no tecnicismo das modalidades esportivas, afinal o esporte ganha status de espetáculo e é necessário ser hábil para ter sucesso em sua prática.

Figura 6
Descrições da aula de Educação Física (esportes e técnicas) em 1982.

Betti9:1319. Betti M. Educação Física e sociedade. 2. ed. São Paulo: Hucitec; 2009. apresenta a maneira como o governo justificava o valor educativo do desporto:

Inegavelmente, uma das características mais evidenciadas do desporto, e que recomenda sua utilização como meio educativo por excelência, é o espírito de disciplina e lealdade que a sua pratica inspira. O desporto, praticado sob as mais diversas formas, tem contribuído, através da história, para a consolidação dos valores morais e culturais dos povos.

Sem levar a estrutura ou as condições de cada escola em consideração e, alicerçado nos pilares que ascenderam o esporte à razão de estado e a inclusão do binômio Educação Física/esportes99. Betti M. Educação Física e sociedade. 2. ed. São Paulo: Hucitec; 2009., os diários de classe da Educação Física, a partir do ano de 1980, apresentam recomendações emitidas pelo Estado sobre o regimento de Educação Física, intitulado Instrução nº 8, assinada pelo Secretário de Educação da época, Hélio Palma de Arruda. Neste documento a Educação Física deveria promover o hábito de atitudes saudáveis e esportivas, favorecendo a formação integral da personalidade, bem como contribuir para o aprimoramento integrado de todas as potencialidades físicas, morais e psíquicas do educando. Estabelece ainda, que as turmas de treinamentos deveriam ter de 20 a 26 alunos e as modalidades a serem desenvolvidas deveriam ser aquelas contempladas nos jogos realizados pelo Estado.

A instrução normatiza ainda o número de aulas semanais, sendo duas para o primeiro grau I-IV (atual ensino fundamental - 1º ao 5º ano), três aulas semanais para as séries finais V-VIII (atual ensino fundamental - 6º ao 9º ano) e três aulas para o 2º grau (atual ensino médio). Isso se refletiu ainda mais no propósito de divisões de turmas e nas aulas que passaram a ser de treinamentos. Vale salientar que esta normativa (Figura 7) foi encontrada na contracapa dos diários a partir do ano de 1980, se repetindo nos anos posteriores e, deixa de existir, após a metade da década de 90, pressupomos que devido a retomada do sistema democrático no país e, ainda, pela promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/1996, que alterou sobremaneira a educação brasileira a partir de então.

Contudo, cabe destacar novamente, o conceito de representação de Pesavento44. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005., visto que a dimensão biológica apresenta-se predominante frente a questões de âmbito social e cultural.

Figura 7
Normativa do Estado para as ações da disciplina de Educação Física encontrada na contracapa de um diário de Educação Física do ano de 1984

A Figura 8 retrata as descrições do diário de classe e exemplifica uma mudança se comparada com os diários apresentados da década de 70 e 80. Analisando as descrições percebemos a preocupação de que o aluno aprenda a modalidade desenvolvida, a partir de diferentes formas de abordar o conteúdo, numa perspectiva mais ampla, incluindo, por exemplo, as inovações tecnológicas que possibilitam uma diversidade de experiências na aprendizagem.

Essa condição de diversificação das experiências de aprendizagem permite-nos estabelecer uma correlação com a sensibilidade descrita por Pesavento44. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005., pois por meio da imagem subtraímos sentimentos, emoções, valores, sensações. Todos esses elementos em prol de uma nova forma de ensinar Educação Física, não apenas na "quadra", mas de diferentes formas e espaços. Sensibilidade de que é preciso mudar. O esporte não foi deixado de lado, porém passa a ser abordado de outra forma, sem torná-lo hegemônico em detrimento de outras práticas, embora se perceba ainda a predominância "quantitativa" do esporte.

Figura 8
Descrições da aula de Educação Física para 5ª série (atual 6º ano do ensino fundamental) de um diário de classe de 2008.

Pensar o esporte para além da técnica e da tática, dos fundamentos e regras, considerando sua origem, a forma de jogar, como praticá-lo, são elementos que alteram o decurso do ensino puro e simples da técnica, saber como, por que e para que jogar, parece-nos indicar novas possibilidades. Não podemos afirmar se boas ou não, mas novas possibilidades.

Aprofundando a compreensão das categorias de análise por nível de ensino

De forma geral, apresentamos no quadro a seguir os registros obtidos nos diários de classe de cada turma. Procuramos analisar sempre um diário do início e outro do final de cada período estabelecido.

Quadro 1
Conteúdos e conceitos da Educação Física nos diários de classe.

Percebemos no quadro anterior alguns conceitos muito presentes na história da Educação Física brasileira, tais como o higienismo, o tecnicismo, a separação de classe por gênero, a esportivização. Estes nortearam por muito tempo as práticas corporais da Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino, ainda mais estando ela distante de um "grande centro" político administrativo.

Ao apresentarmos as descrições obtidas na análise dos diários, especificamente os citados no ensino fundamental, percebemos uma mudança no entendimento conceitual do que é Educação Física, bem como um rompimento, embora não definitivo, com as matrizes técnicos-esportivistas, principalmente ao chegarmos nos anos 2000, período em que surgem as discussões sobre a qualidade de vida e a importância da atividade física, por exemplo. No entanto, tais assuntos valem-se de jogos pré-desportivos, recreação, dentre outros para atingir seus objetivos, pois sabemos que estes não se utilizam dos esportes em sua característica formal, com aplicação de regras, técnicas e habilidades, o que pressupõe uma participação maior dos alunos na aula, visto a não cobrança de performance. Evidencia-se ainda, a manutenção do agrupamento de alunos por gênero, em algumas turmas na década de 90 do século XX, característica encontrada nas décadas de 70 e 80 do século XX da referida escola.

No que se refere as descrições dos diários do Professor 1, este nem sempre apresentava os conteúdos descrito de forma detalhada. Assim, não se percebe pelas descrições uma abordagem da Educação Física primando pela aprendizagem consciente do aluno. Como consequência, pressupomos que a Educação Física tenha se efetivado por uma "prática pela prática", pois apesar de serem turmas diferentes, também eram níveis de ensino diferente.

As descrições dos diários de 1979 apresentam práticas corporais embasadas nos valores higienistas atribuídos à Educação Física no início do século XX. Como proposta para o currículo estava a preocupação com a saúde e a higiene dos escolares, numa concepção biológica. Lourenço Filho apud Betti9:989. Betti M. Educação Física e sociedade. 2. ed. São Paulo: Hucitec; 2009.vai além, exaltando o valor eugênico da educação física, afirmando que a mesma poderia contribuir para a melhoria da raça do povo brasileiro, o que era "indispensável na obtenção de um país grande". Por isso, os exercícios ginásticos tornaram-se tão importantes mesmo que tivessem características diferentes para meninos e meninas, explicando essa condição na década de 30, mas não no final da década de 70 do século XX, ou seja, a representação44. Pesavento SJ. História e história cultural. 2. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica; 2005. da Educação Física como uma prática eminentemente utilitarista.

Ao analisarmos as descrições do ensino médio percebemos que o Professor 2 efetiva sua prática com atividades diferenciadas das tradicionais. A discussão sobre ergonomia e sobre corporeidade denota uma compreensão, se não mais ampla, pelo menos não tão restrita de Educação Física. O uso do laboratório de informática pelo Professor 2 também indica a existência de ações pouco comuns à Educação Física. Embora suas ações muitas vezes se evidenciem com práticas corporais, em alguns casos para demonstrar uma nova modalidade desportiva, acessar vídeos e artigos diversos, relacionados à temática da aula, torna-se um recurso metodológico diferenciado, uma mudança frente a demonstração e reprodução de exercícios do professor para o aluno.

Ao analisarmos a Educação Física para o ensino médio percebemos que dos anos 80 até meados dos anos 90 do século XX, as práticas da Educação Física no ensino médio da Escola Nilza Oliveira Pipino seguiam os conceitos teóricos de um currículo tecnicista. Vale destacar que a escola, no Ensino Médio, antigo segundo grau, oferecia habilitações de nível técnico em contabilidade, magistério e mais tarde o chamado propedêutico.

Na busca pelos elementos necessários para a compreensão do desenvolvimento do Ensino Técnico no Brasil, percebe-se que esse ensino é marcado por uma tensão provocada pela falta de definição do ensino médio, que resulta na dicotomia, tanto do ponto de vista conceitual quanto do operacional, entre formação profissional e formação acadêmica. Nesta perspectiva, pode-se inferir que a formação do técnico industrial está inserida no segundo dos pólos da estrutura do campo educacional definida pelas políticas do capital, que se subdivide em: a educação "propedêutica", que pressupõe um caminho à intelectualidade (saber-pensar), e a educação voltada especificamente para o ensino técnico-profissional, ou para operacionalização (saber-fazer)13:9013. Kuenzer AZ. Desafios teórico-metodológicos da relação trabalho-educação e o papel social da escola. In: Frigotto G, organizador. Educação e a crise do trabalho: perspectiva de final de século. Petrópolis: Vozes ; 1998..

Face à essa concepção de ensino médio, a Educação Física destinada aos alunos de contabilidade, ministrada pelo Professor 1, resumia-se a prática esportiva. As turmas agrupavam alunos de várias salas, no contraturno escolar e separadas por gênero. Eram aplicados testes biométricos, modalidades esportivas, objetivos ainda calcados na educação física higienista e militarista. Encontramos também anotados nos diários, elevado número de dispensa de alunos das aulas sob a alegação de trabalharem, principalmente no curso de contabilidade:

Além disso, as escolas impõem aulas de Educação Física, mesmo para os alunos do período diurno, em período contrário ao das demais disciplinas. Para o aluno retornar a escola, muitas vezes distante de sua casa, ou para o aluno trabalhador a Educação Física fora do período sempre se constituiu num estorvo, e como consequência, novamente, tínhamos um aumento do número de alunos dispensados (trabalho ou médico)14:13814. Darido SC, Galvão Z, Ferreira LA, Fiorin G. Educação Física no ensino médio: reflexões e ações. Motriz 1999;5(2):138-145..

A maior diferença no desenvolvimento da Educação Física no ensino médio está nas práticas destinadas ao curso de magistério. Nesse nível de ensino encontramos descrições que se destinam não ao ato de "fazer a aula", mas sim de "como conduzir uma aula" de Educação Física. Considerando que os alunos desse curso tornar-se-iam professores de educação básica, a eles eram oferecidas experiências de como desenvolver as práticas corporais com seus futuros alunos. O ensino técnico foi oferecido pela Escola Estadual Nilza Oliveira Pipino até o final da década de 90 do século XX, prevalecendo somente o ensino propedêutico até os dias atuais.

As descrições das aulas presentes nos diários da turma de magistério ganham ares mais teóricos, principalmente no que se refere à aplicação de jogos e recreação, a definição de objetivos da Educação Física para cada ano de ensino (1º ao 5º ano do ensino fundamental) e como organizar uma aula de acordo com método Francês. Isso se explica pelo fato deste método ter sido adotado em 1940 por 89% dos estabelecimentos de ensino secundário, segundo Betti99. Betti M. Educação Física e sociedade. 2. ed. São Paulo: Hucitec; 2009., mais tarde adotado também como método oficial brasileiro, estendendo a sua influência até o período analisado neste trabalho.

Diferentes formas de abordar a Educação Física para o ensino médio são identificadas nas descrições dos diários do Professor 2. Além das práticas corporais mais usuais na Educação Física (esportes, jogos, recreação) surgem como conteúdos o alongamento, relaxamento, dança, conhecimento sobre a teoria de algumas lutas, enfim, novas práticas corporais são apresentadas e vivenciadas. O esporte não é o único componente em evidência. Novas possibilidades surgem, debates sobre a corporeidade, ergonomia e a ampliação do discurso sobre a importância da Educação Física para a saúde e qualidade de vida.

Por sua vez, a avaliação descrita nos diários do Professor 2 não apresenta indicativos de exigência/ cobrança de habilidades e técnicas ou somente em participação. As descrições apontam a presença da autoavaliação, partilhando a responsabilidade avaliativa entre professor e aluno.

Considerações Finais

Identificar a organização e o desenvolvimento das aulas de Educação Física a partir de descrições obtidas em diários de classe é compreender o desenrolar histórico das práticas pedagógicas docentes.

Sabemos, dada as limitações de qualquer estudo, em específico os estudos da história, que nesses termos, as fontes de registro documental, não podem ser tomadas como registro fiel da realidade, visto que não podemos deixar de considerar, entre outros argumentos, que poderia haver divergências profundas entre o que era oficialmente registrado nos diários e o que era efetivamente praticado no cotidiano. O que observamos foi a ampliação das práticas corporais produzidas pela Educação Física na escola, por meio de uma mudança dos conteúdos tidos como tradicionais e, quase hegemônicos.

Entendemos que a prática da Educação Física deve ampliar as possibilidades de aprendizado dos alunos, tendo significado e demonstrando para que se ensina e aprende Educação Física na escola, deixando de lado a concepção de "prática pela prática" ou mesmo utilitarista. Ampliar os conceitos da Educação Física na escola implica em mudar as práticas pedagógicas. Por mais que estejamos familiarizados com determinados hábitos, novas concepções emergem e há que se pensar em novas práticas pedagógicas, atendendo assim, novas demandas da educação de forma geral e também específicas, particulares, pontuais.

Mesmo se tratando de uma leitura local, pressupomos que por diversas vezes os ranços de uma Educação Física tecnicista se faz presente, em momentos mais ou menos próximos dos momentos em que as mudanças se processam em outros locais, o que pode acelerar ou retardar as transformações, mas nem por isso esta deixaram de ocorrer.

Referências

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    Darido SC. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2003.
  • 2
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    Goellner SV. Prefácio. In: Melo VA. História da Educação Física e do esporte no Brasil: panoramas e perspectiva. São Paulo: Ibrasa; 1999.
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    Minayo MCS, organizador. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes; 2001.
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    Soares CL. Educação física: raízes europeias e Brasil. Campinas: Autores Associados; 2001.
  • 11
    Goellner SV. A produção cultural do corpo. In: Louro G. Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes ; 2003.
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    Sousa ES. Meninos à marcha! Meninas à sombra! A história da Educação Física em Belo Horizonte (1897-1994). [Tese de Doutorado em Educação]. Campinas: Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação; 1994.
  • 13
    Kuenzer AZ. Desafios teórico-metodológicos da relação trabalho-educação e o papel social da escola. In: Frigotto G, organizador. Educação e a crise do trabalho: perspectiva de final de século. Petrópolis: Vozes ; 1998.
  • 14
    Darido SC, Galvão Z, Ferreira LA, Fiorin G. Educação Física no ensino médio: reflexões e ações. Motriz 1999;5(2):138-145.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2016

Histórico

  • Recebido
    03 Jul 2015
  • Revisado
    31 Ago 2015
  • Aceito
    02 Set 2015
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