Acessibilidade / Reportar erro

SENTIDOS E SIGNIFICADOS DO ESPORTE NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

SENSES AND MEANINGS OF SPORT PRACTICE IN THE CONTEXT OF SCHOOL PHYSICAL EDUCATION

RESUMO

Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que teve como objetivo identificar como ocorre a abordagem pedagógica do esporte nas aulas de Educação Física dos anos finais do ensino fundamental, bem como verificar as concepções dos alunos do referido segmento educacional em relação ao conteúdo esporte e a disciplina de Educação Física. A pesquisa foi realizada no município de Ponta Grossa-PR, em três (3) escolas da rede pública estadual de ensino. A observação e o questionário foram os instrumentos utilizados na coleta dos dados. Participaram da pesquisa cinco (5) professores de Educação Física e trezentos e trinta e quatro (334) alunos dos 8º e 9º anos do ensino fundamental. Os dados obtidos foram categorizados e analisados por meio da Análise de Conteúdo. Os resultados do estudo indicam que as metodologias empregadas pelos professores para o ensino do esporte não apresentam os elementos hegemônicos que caracterizam um ensino balizado pelo esporte de rendimento e que a maioria dos estudantes não tem experiências com o esporte em nível de competição.

Palavras-chave:
Educação Física; Esporte; Ensino fundamental

ABSTRACT

This paper presents the results of research conducted in the Graduate Program in Education-Masters of the State University of Ponta Grossa, who had as the objective the pedagogical approach to sport in Physical Education classes during the final Elementary School years. The research aimed to identify as the pedagogical approach of the sport in Physical Education classes of the final years of primary school, as well as verify the students ' conceptions of related educational segment, in relation to the sports content and Physical Education discipline. The survey has been performed in the city of Ponta Grossa-PR, in three (3) public schools. The observation and the questionnaire were the instruments used for data collection. The participants were five (5) Physical Education teachers and three hundred thirty-four (334) students from 8th and 9th grades of elementary school. The research data were categorized and analyzed through Content Analysis. The results of this research indicate that the methods used by teachers for teaching the sport do not present the hegemonic elements that characterize a teaching buoyed by performance sport and that most students do not have experiences with the sport at a level of competition.

KeyWords:
Physical Education; Sport; Elementary School

Introdução

O esporte é considerado um dos maiores e mais relevantes fenômenos socioculturais na atualidade e devido a sua característica polissêmica, ao longo dos anos incorporou diversos sentidos e significados, influenciando e sendo influenciado por inúmeros setores como o político, econômico, educacional e cultural. De acordo com Tubino11. Tubino MJG. Dimensões sociais do esporte. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011., a abrangência e a diversidade de relações que o esporte suscita originou um alargamento do seu conceito, que abrange a existência de um esporte da escola, de um esporte de lazer, além do esporte institucionalizado, de rendimento. Na instituição escolar o esporte deveria assumir a dimensão educacional, fundamentada nos princípios da emancipação, participação e cooperação. Contudo, sua presença na escola se configura em um dos temas mais polêmicos e controversos em discussões no espaço acadêmico. Autores da área evidenciam problemas na abordagem do esporte no âmbito escolar, como o seu desenvolvimento apenas em meio estandardizado, pautado nos aspectos procedimentais e nos princípios do esporte rendimento, fato que torna sua abordagem limitada e acrítica22. Bracht V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. Rev Bras Cienc Esporte 1986;7(2):62-68.

3. Bracht V. Educação Física e Aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister; 1997.

4. Finck SCM. A Educação Física e o Esporte na escola: cotidiano, saberes e formação. Curitiba: Ibpex; 2010.
-55. Finck SCM. Educação Física e Esporte: uma visão na escola pública. [Dissertação de Mestrado em Educação). Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba; 1995..

O polêmico debate em torno da abordagem do esporte educacional expõe também os problemas relacionados à educação e especificamente à disciplina de Educação Física. Essa área do conhecimento incorporou o ensino do esporte de maneira hegemônica, ou seja, apesar de existirem inúmeros conteúdos na disciplina, prioriza-se o esporte por diversos motivos. Para Bracht(2:18) vários foram os interesses que "pressionaram" no sentido de escolarizar o esporte, entre eles, os interesses do próprio sistema esportivo, que objetiva promover a socialização de consumidores e, em menor escala produzir futuros e potenciais atletas.

Essa intensa presença e influência do esporte no âmbito educacional pode ser compreendida observando-se a perspectiva de Bourdieu66. Bourdieu P. Questões de Sociologia. Lisboa: Fim de Século; 2003. em relação à concepção de campos, que segundo o referido autor diz respeito a determinados espaços sociais de dominação e de conflitos nos quais os agentes e atores sociais se defrontam objetivando impor suas relações vigentes de força. Tais imposições podem ser transmitidas nos diferentes espaços da vida ou prática social (diferentes campos) tanto por meio da educação escolar, como também da comunicação cultural, da doutrinação política e religiosa e ainda das práticas esportivas.

A compreensão dos mecanismos ocultos que estruturam e regulam o interior de cada campo é essencial para a discussão acerca da reprodução de práticas cristalizadas no ensino do esporte na instituição escolar. De acordo com Bracht(3:22), "a instituição esportiva sempre lançou mão do argumento de que esporte é cultura, é educação, para legitimar-se no contexto social, e principalmente para conseguir apoio e financiamento oficial". Diante dessas considerações, pode-se inferir a ausência de autonomia da disciplina de Educação Física no que diz respeito à determinação dos objetivos e desenvolvimento de suas ações pedagógicas.

O esporte enquanto produto da indústria cultural adentra no âmbito educacional também pela influência da mídia, direcionando o conhecimento na perspectiva do rendimento de maneira velada (como uma espécie de currículo oculto), promovendo muitas vezes estímulos para o consumismo exagerado e acrítico desse fenômeno cultural. Segundo Kenski(7:131) as inovações tecnológicas fazem do esporte um grande sucesso de audiência e consumo, pois o mesmo é transformado "em mais um produto descartável".

Entende-se que tal dimensão do esporte deve ser abordada e discutida com os alunos, no intuito de problematizar questões como a intensa difusão midiática, os interesses mercadológicos e a influência exercida nos diversos setores da sociedade. Para Betti(8:27) o professor não deve "negar totalmente o esporte mas sim, levantar questões sobre sua orientação no sentido do Princípio de Rendimento e Concorrência, que selecionam os melhores, classificam e relegam os mais fracos". Nesse contexto, entende-se que é necessária a ampliação do entendimento do esporte, a fim de proporcionar aos estudantes maior autonomia na vivência e organização das práticas esportivas, bem como o desenvolvimento de uma postura crítica quando os mesmos estiverem no papel de expectadores. Para Kunz99. Kunz E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí; 1994., o desenvolvimento do esporte na escola deveria proporcionar aos educandos a sua compreensão como fenômeno cultural, fato que só poderia ser possível se aliado a uma ação reflexiva. Contudo, Molina Neto1010. Molina Neto V. Esporte na escola: contradições e alternativas. [Dissertação de Mestrado em Educação]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 1991. acredita que os professores ainda encontram dificuldades em relacionar o ensino do esporte com o contexto social onde o mesmo incide, pois sua abordagem é desprovida de reflexão e pautada em aspectos funcionalistas e conservadores. Assim, defende-se que os professores de Educação Física assumam o compromisso de problematizar essa questão, buscando desenvolver esse conhecimento por meio de uma perspectiva educacional1111. Reverdito RS, Scaglia AJ. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte; 2009., repensando estratégias e metodologias de ensino1212. Libâneo JC. Didática. São Paulo: Cortez ; 1994..

De acordo com Reverdito e Scaglia1111. Reverdito RS, Scaglia AJ. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte; 2009. o objetivo do esporte educacional é atuar como um mecanismo de intervenção no processo de formação do indivíduo, por conseguinte tem-se a Pedagogia do Esporte1313. Matos Z. Contributos para a compreensão da pedagogia do desporto. In: Tani G, Bento JO, Petersen RDS, editores. Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006, p. 154-184.,1414. Bandeira TL. Pedagogia do Esporte e sua relação com a Psicologia do Esporte. In: Reis, FPG, Arruda, IEA, editors. Educação física escolar e pedagogia do esporte em perspectiva. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária; 2010, p. 123-141. como a principal alternativa para o tratamento pedagógico desse conhecimento. Para Tenroller e Merino1515. Tenroller CA, Merino E. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ulbra; 2006. é primordial variar e ampliar as maneiras de ensinar esporte, assim os referidos autores sugerem o método global, parcial e misto como algumas possibilidades metodológicas. Outras metodologias possíveis de serem utilizadas no ensino do esporte podem ser observadas na literatura da área, como: o jogo possível1616. Paes RR. Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ulbra ; 2001.; os jogos e brincadeiras do mundo infantil1717. Freire JB, Scaglia AJ. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione; 2003.; os jogos condicionados1818. Garganta J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Universidade do Porto; 1995. p. 11-25.,1919. Graça A. Os comos e os quandos no ensino dos jogos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. Porto: Universidade do Porto; 1995, p. 27-34. e os jogos funcionais e situacionais2020. Greco PJ, Benda RN. Iniciação esportiva universal I: da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: UFMG; 1998.,2121. Kroger C, Roth K. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. 2. ed. São Paulo: Phorte ; 2005., metodologias estas que podem contribuir para a formação de alunos autônomos e cooperativos, detentores de uma cultura esportiva variada.

Acredita-se que na escola o protagonista no ato de educar é o professor, é ele que seleciona, organiza e desenvolve os conteúdos, mediando o processo de ensino e aprendizagem, nesse sentido, este artigo apresenta os principais resultados de uma pesquisa de mestrado sobre a abordagem pedagógica do esporte no âmbito escolar. Na pesquisa objetivou-se identificar como ocorre o ensino do esporte nas aulas de Educação Física dos anos finais do ensino fundamental, bem como verificar as concepções dos alunos desse nível de ensino em relação ao conteúdo esporte e a disciplina de Educação Física.

Métodos

O referente estudo foi realizado em três (3) escolas da rede pública estadual de ensino (nominadas pelas siglas A, B e C) do município de Ponta Grossa - PR, sendo desenvolvido com o consentimento de todos os envolvidos, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que teve a aprovação do Comitê Permanente de Ética em Pesquisa (COEP) da universidade partícipe, sob o Parecer n° 266.130. A pesquisa, de cunho qualitativo e características descritivas teve como objetivo geral identificar como ocorre a abordagem pedagógica do esporte nas aulas de Educação Física dos 8° e 9° anos do ensino fundamental, tendo como base empírica da investigação dois grupos como sujeitos da pesquisa. O primeiro grupo foi constituído por cinco (5) professores de Educação Física, nominados pelas siglas: P1A, P2A, P1B, P2B e P1C (P1A: Professor 1 da escola A, e assim por diante). O segundo grupo da pesquisa foi formado por trezentos e trinta e quatro (334) alunos dos 8º e 9º anos do ensino fundamental. Assim sendo, a pesquisa totalizou trezentos e trinta e nove (339) sujeitos participantes.

Como critério de seleção dos professores de Educação Física do estudo, levou-se em conta que os mesmos deveriam ministrar aulas nos 8° e 9° anos do ensino fundamental. A escolha dos alunos para participação na pesquisa se deu em virtude de serem consideradas as experiências já obtidas por eles nas aulas de Educação Física dos anos finais do ensino fundamental, em que os conhecimentos vivenciados estão em processo de aperfeiçoamento para serem consolidados durante o ensino médio e ainda devido às características dessa faixa etária em relação ao senso crítico que a maioria possui.

Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados a observação e o questionário, sendo este último dirigido aos professores de Educação Física e aos alunos dos 8° e 9° anos do ensino fundamental das escolas participantes do estudo. As observações foram desenvolvidas semanalmente nas três (3) escolas participantes da pesquisa (A, B e C), totalizando 121 horas/aulas de observação, as quais tiveram por objetivo identificar como ocorre a abordagem pedagógica do esporte nas aulas de Educação Física no referido nível de ensino. Os dados referentes às observações das aulas foram registrados numa ficha específica e mediante um diário de campo. Após o término da realização das observações, estabeleceu-se contato com os professores e alunos para aplicação dos questionários, os quais foram organizados visando ampliar os dados referentes ao desenvolvimento do conteúdo esporte nas aulas de Educação Física.

Os dados obtidos foram categorizados e analisados por meio de procedimentos qualitativos. Assim, como técnica de análise e interpretação dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo2222. Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70; 1977.. Tal processo de análise foi efetivado por meio da organização dos dados, os quais foram categorizados e discutidos de acordo com o polo cronológico da exploração de material e da interpretação inferencial. As categorias foram estabelecidas a partir dos dados das observações das aulas e das respostas dos questionários aplicados para os professores e alunos.

Resultados e Discussão

As observações das aulas de Educação Física

No entendimento de Strauss e Corbin2323. Strauss A, Corbin J. Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. 2. ed. Porto Alegre: Artemed; 2008. o momento da análise corresponde à interação entre o pesquisador e os dados encontrados, desse modo, entende-se que as observações configuraram-se como uma etapa importante desse trabalho, pois possibilitaram o contato pessoal do pesquisador com o fenômeno investigado no estudo. Essas observações possibilitaram identificar como o esporte tem sido abordado nas aulas de Educação Física, na medida em que favoreceu o entendimento sobre a organização, dos processos pedagógicos de ensino do esporte e dos aspectos referentes ao espaço e material disponíveis para o desenvolvimento das aulas.

Quanto à organização das aulas, percebeu-se que o esporte foi o conteúdo hegemônico, dados estes que corroboram com a literatura da área22. Bracht V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. Rev Bras Cienc Esporte 1986;7(2):62-68.,55. Finck SCM. Educação Física e Esporte: uma visão na escola pública. [Dissertação de Mestrado em Educação). Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba; 1995.,88. Betti ICR. Esporte na escola: mas é só isso, professor? Motriz Rev Educ Fis 1999;1(1):25-31. que revela a predominância desse conteúdo nas aulas de Educação Física. Em relação aos processos pedagógicos de ensino do esporte, constatou-se que o método global foi o mais utilizado na abordagem do esporte nas aulas, sendo o único desenvolvido por todos os docentes (P1A, P2A, P1B, P2B e P1C). Segundo Tenroller e Merino1515. Tenroller CA, Merino E. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ulbra; 2006. o método global consiste no ensino do esporte por meio do jogo em si, onde os elementos técnicos e táticos são vivenciados pelos alunos de uma vez só. Na maior parte das aulas o esporte é desenvolvido em uma perspectiva global, por meio de jogos adaptados aos espaços existentes e ao número de jogadores e materiais disponíveis. Essa característica de jogos adaptados remete a estratégia metodológica dos jogos condicionados1818. Garganta J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Universidade do Porto; 1995. p. 11-25.,1919. Graça A. Os comos e os quandos no ensino dos jogos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. Porto: Universidade do Porto; 1995, p. 27-34., nos quais os alunos podem vivenciar inúmeras vezes situações que normalmente ocorrem nos jogos formais, como a realização de determinado gesto motor e a interação como um oponente.

Diferentemente do método parcializado, caracterizado por um ambiente previsível, a metodologia pautada nos jogos é marcada pela aleatoriedade, exigindo dos alunos constante atenção e atitudes estratégico-táticas. No entendimento de Graça1919. Graça A. Os comos e os quandos no ensino dos jogos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. Porto: Universidade do Porto; 1995, p. 27-34. é necessário preservar as características estruturais e funcionais da modalidade esportiva durante as formas adaptadas de jogo, para que a transferência dessas características para os jogos formais ocorram de modo eficaz. A abordagem do esporte por meio de jogos é ressaltada pela pedagogia do esporte1919. Graça A. Os comos e os quandos no ensino dos jogos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. Porto: Universidade do Porto; 1995, p. 27-34.,2121. Kroger C, Roth K. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. 2. ed. São Paulo: Phorte ; 2005., pois o universo de ludicidade inerente ao ambiente do jogo proporciona aos alunos uma ocupação voluntária, prazerosa, e motivadora, oportunizando o desenvolvimento da afetividade, socialização, criatividade e moralidade.

No que diz respeito ao espaço físico e materiais disponíveis, constatou-se durante as observações que todas as escolas dispõem de espaço no mínimo razoável para o desenvolvimento das aulas (uma quadra poliesportiva e espaço ao redor das mesmas). Já os materiais disponíveis se mostraram suficientes na escola A, e precários nas demais escolas (B e C). Betti(8:29) relata que a questão referente ao espaço e materiais esportivos existentes nas escolas públicas se constitui num problema que restringe a atuação dos professores. Porém, em suas considerações a referida autora entende que "[...] a restrição a que se impõe o próprio professor é, muitas vezes, o maior empecilho à prática", pois muitas vezes "espaços naturais e materiais não convencionais são esquecidos" pelos docentes.

Concorda-se com Betti88. Betti ICR. Esporte na escola: mas é só isso, professor? Motriz Rev Educ Fis 1999;1(1):25-31. quanto a essa questão, pois se acredita que na impossibilidade de existirem espaços e materiais adequados num primeiro momento o professor tenha mesmo o dever de buscar alternativas para viabilizar o processo de ensino e aprendizagem. Contudo, entende-se que num segundo momento o professor deve procurar reivindicar melhores condições de trabalho, essencialmente em relação a aquisição de materiais básicos para o desenvolvimento das aulas de Educação Física.

As respostas dos professores de Educação Física

Após o término das observações foi realizado o processo de aplicação dos questionários para os professores participantes do estudo. O referido instrumento de pesquisa foi composto por quatorze (14) perguntas abertas que objetivaram ampliar os dados referentes aos procedimentos metodológicos empreendidos pelos docentes no desenvolvimento do esporte nas aulas de Educação Física.

Dentre os principais resultados obtidos no que se refere à atuação pedagógica dos docentes, percebeu-se que 80% dos professores (P1A, P1B, P2B e P1C) priorizam questões relacionadas à aquisição do hábito pela prática de esportes e atividades físicas e prevenção de doenças hipocinéticas como o principal objetivo das aulas. Entende-se que essas respostas revelam a preocupação dos docentes com o estilo de vida da sociedade contemporânea. Para Nahas2424. Nahas MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf; 2006. o ensino da Educação Física na escola deve enfatizar a difusão de conceitos relacionados a saúde e qualidade de vida, visando à mudança de comportamentos e aquisição de hábitos saudáveis pelos alunos, sobretudo daqueles já considerados sedentários.

No que diz respeito aos critérios adotados pelos professores para selecionar o que deverá ser trabalhado nas aulas foi possível perceber que os mesmos levam em consideração os interesses e aceitação dos conteúdos pelos alunos e às condições estruturais e materiais das escolas. Em relação aos conteúdos mais desenvolvidos pelos docentes, constatou-se que o esporte foi apontado por todos os professores como o mais utilizado para a difusão do movimento corporal. Esses dados estão em concordância com as constatações de Bracht22. Bracht V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. Rev Bras Cienc Esporte 1986;7(2):62-68. e Finck44. Finck SCM. A Educação Física e o Esporte na escola: cotidiano, saberes e formação. Curitiba: Ibpex; 2010., os quais evidenciam o referido conteúdo como o mais trabalhado pelos professores nas aulas. Para Betti88. Betti ICR. Esporte na escola: mas é só isso, professor? Motriz Rev Educ Fis 1999;1(1):25-31. o pouco espaço destinado nas aulas de Educação Física para os demais conteúdos geram alguns questionamentos, pois normalmente a grade curricular das universidades que formam os professores inclui disciplinas como a dança, ginástica, judô, entre outras, segundo opção de cada instituição. Assim, a referida autora questiona: "[...] como explicar a pouca utilização destes conteúdos? Falta de espaço, de motivação, de material? Comodismo? Falta de aceitação destes conteúdos pela sociedade? Ou será que os professores desenvolvem somente os conteúdos com os quais têm maior afinidade?" (8:25). Entende-se que todos esses questionamentos são relevantes, pois se acredita que fatores como a falta de espaços e materiais, a popularidade de um ou outro conteúdo e as preferências dos docentes podem exercer influência sobre a seleção de conteúdos e maneiras de difundi-los no ambiente escolar. No entanto, deve-se considerar que o esporte se constitui no maior fenômeno sociocultural da atualidade11. Tubino MJG. Dimensões sociais do esporte. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011. e que de acordo com Bourdieu66. Bourdieu P. Questões de Sociologia. Lisboa: Fim de Século; 2003. apresenta um campo específico: o esportivo, com leis e regras de funcionamento próprias e com relativa autonomia em relação a outros espaços e campos sociais.

Observando-se o papel de destaque da indústria cultural na difusão do esporte nos diversos setores da sociedade, em especial no meio educacional, pode-se perceber que muitas vezes nem mesmo os professores se dão conta de como são manipulados nesse sentido, conforme evidencia Molina Neto1010. Molina Neto V. Esporte na escola: contradições e alternativas. [Dissertação de Mestrado em Educação]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 1991.. Para Bracht33. Bracht V. Educação Física e Aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister; 1997., a Educação Física no seu processo de constituição esteve atrelada ao esporte, a ponto de ser confundida como tal. Nesse contexto, entende-se que a predominância do esporte, enquanto manifestação cultural, observada na prática pedagógica dos professores participantes desse estudo, do mesmo modo apresenta relação aos condicionantes acima apresentados.

Quanto aos métodos de ensino adotados pelos docentes para o desenvolvimento do esporte nas aulas de Educação Física, constatou-se que o professor P2A não respondeu a esse questionamento. Dos quatro (4) docentes respondentes (P1A, P1B, P2B e P1C) foi possível observar que dois (2) deles (P1B e P2B) abordam o esporte mediante aulas teóricas e práticas, trabalhando regras em sala de aula e o jogo em si nas aulas práticas. Entende-se que essa metodologia não apresenta elementos que reflitam a utilização dos métodos sugeridos por Tenroller e Merino1515. Tenroller CA, Merino E. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ulbra; 2006., pois se resumem em diferenciar a parte teórica da aula (com a explicação das regras) da parte prática (aplicação das regras).

Nesse sentido, acredita-se que os professores ou não assimilaram devidamente a questão, ou apresentam dificuldades em relacionar os aspectos de sua prática pedagógica aos métodos de ensino difundidos na literatura. Os professores P1A e P1C relataram que procuram contemplar os métodos parcial, global e misto, bem como as aulas teóricas e expositivas para o ensino do esporte, visando variar as formas de abordar esse conteúdo. De modo semelhante pensam Tenroller e Merino1515. Tenroller CA, Merino E. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ulbra; 2006. e Reverdito e Scaglia1111. Reverdito RS, Scaglia AJ. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte; 2009., pois os referidos autores entendem que o professor deve sempre variar as metodologias de ensino do esporte para atender as diferentes características motoras e cognitivas dos alunos.

Considerando o momento atual vivenciado pelo país no cenário esportivo no que diz respeito à realização de megaeventos, entre eles a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016, perguntou-se ainda aos docentes a opinião deles sobre a realização dos referidos eventos e as possíveis contribuições ou contradições para a área da Educação Física e para o Esporte. Dos cinco (5) docentes participantes da pesquisa, apenas o professor P2A relatou que esses eventos terão um impacto positivo em relação ao incentivo a prática esportiva, mas não se posicionou no que diz respeito à área da Educação Física. Os demais professores (P1A, P1B, P2B e P1C) evidenciaram que a realização dos megaeventos não necessariamente resultará em contribuições para a Educação Física e o desporto como um todo.

No entendimento de Bracht e Almeida2525. Bracht V, Almeida FQ. Esporte, escola e a tensão que os megaeventos esportivos trazem para a Educação Física Escolar. Em Aberto 2013;26(89):131-143., muitas pessoas tendem a acreditar que devido à realização desses eventos a disciplina de Educação Física poderá receber finalmente a atenção merecida por parte do poder público e também obter o almejado reconhecimento social. Porém, sabe-se que na prática não é bem dessa forma que se consolidam as expectativas. Segundo Bracht e Almeida(25:138) "a realização de megaeventos num país pode não impulsionar a prática esportiva por parte da população - uma das razões para isso está ligada ao fato de que as instalações esportivas, construídas para esses eventos, não se prestam ao uso da população em geral". Diante desse quadro, entende-se que seja necessário buscar possibilidades educativas para abordar a temática dos megaeventos esportivos, visando instigar os alunos ao senso crítico.

As respostas dos alunos dos 8º e 9º anos do ensino fundamental

O questionário aplicado para os alunos dos 8º e 9º anos do ensino fundamental apresentou doze (12) perguntas que tiveram por objetivo verificar as concepções dos estudantes em relação ao conteúdo esporte e a disciplina de Educação Física, bem como os aspectos relacionados à experiências com o esporte de rendimento e de lazer.

No que diz respeito à percepção dos alunos em relação à Educação Física, 97% dos estudantes entendem que a referida disciplina é importante, sendo que desse total, 64,5% dos discentes justificam essa importância devido à difusão de conhecimentos sobre saúde. Estas justificativas se mostram pertinentes, pois revelam que um percentual significativo de alunos observa nessa área do conhecimento a perspectiva defendida por autores como Nahas2424. Nahas MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf; 2006. no tocante a saúde e qualidade de vida. Para outros 21,6% dos alunos a importância da Educação Física esta relacionada a predominância do conteúdo esporte nas aulas, nesse sentido, entende-se que apesar de se considerar os fatores culturais e econômicos que influenciam na constituição das preferências dos alunos44. Finck SCM. A Educação Física e o Esporte na escola: cotidiano, saberes e formação. Curitiba: Ibpex; 2010.

5. Finck SCM. Educação Física e Esporte: uma visão na escola pública. [Dissertação de Mestrado em Educação). Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba; 1995.
-66. Bourdieu P. Questões de Sociologia. Lisboa: Fim de Século; 2003., pode-se atrelar um peso significativo ao fato de os professores priorizarem esse conteúdo no desenvolvimento da disciplina, conforme ficou evidenciado nas observações das aulas e nas respostas dos professores participantes desse estudo.

Em relação à percepção dos alunos acerca do esporte e a disciplina de Educação Física, percebeu-se que a maioria dos estudantes respondentes (61,4%) observa o esporte e a Educação Física como sinônimos. Resultados semelhantes foram obtidos em estudo realizado por Betti e Liz2626. Betti M, Liz MTF. Educação Física escolar: a perspectiva de alunas do ensino fundamental. Motriz Rev Edu Fis 2003; 9(3):135-142, no qual identificou-se que a concepção apresentada pelos alunos do ensino fundamental sobre a Educação Física também esteve associada ao esporte. Entende-se que esses dados se constituem no reflexo do cotidiano das aulas de Educação Física observadas nas escolas participantes dessa pesquisa, pois o enorme espaço desse conhecimento dificulta que outros conteúdos sejam também aprendidos, fato que contribui para que os alunos apresentem esse entendimento equivocado.

Quanto às experiências dos alunos com o esporte nos momentos de lazer foi possível observar que o futsal/futebol foi a modalidade esportiva mais assinalada pelos estudantes (48,3%). Já o Voleibol foi apontado por 36% dos alunos, sendo a segunda modalidade mais praticada pelos mesmos nos momentos de lazer. Acredita-se que esses dados podem ser justificados considerando à intensa influência midiática preconizada por Kenski77. Kenski VM. O impacto da mídia e das novas tecnologias de comunicação na Educação Física. Motriz Rev Educ Fis 1995;1(2):129 -133.), pois os dois esportes mais ensinados pelos professores nas aulas de Educação Física e veiculados na mídia também são os preferidos pelos alunos dos 8° e 9° anos do ensino fundamental.

Quanto aos aspectos relacionados à experiência dos alunos com o esporte de rendimento, observou-se que um percentual de 62,3% dos estudantes relatou nunca ter participado de equipes em competições esportivas, ou seja, a grande maioria não vivenciou o esporte nesse âmbito. Dentre as justificativas apontadas pelos estudantes observa-se o fato de que muitos alunos não tiveram oportunidades para vivenciar o desporto nessa dimensão. Nesse sentido destaca-se a necessidade de se pensar e planejar as aulas de Educação Física visando contemplar todos os alunos envolvidos nos processos de ensino, e não apenas aqueles que já apresentam habilidades para a prática esportiva. Defende-se que o professor procure constantemente refletir sobre sua prática, sobre os aspectos que tem permeado o ensino do esporte e sobre o papel da Educação Física na formação dos discentes.

Além de favorecer boas experiências aos alunos, entende-se que seja necessário ao professor empreender um caráter de ludicidade na iniciação do esporte, conforme sugerem Freire e Scaglia1717. Freire JB, Scaglia AJ. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione; 2003. e, sobretudo, variar as possibilidades de abordagem do mesmo, pois entende-se que se o aprendizado dos alunos em relação ao esporte ficar reduzido a uma ou duas modalidades esportivas durante todo o período escolar, não será possível que os mesmos ampliem sua cultura esportiva e aparato motor. Nesse contexto, a tendência é que esses estudantes se interessem apenas pelos esportes que estudaram na escola, ou pelas modalidades mais exploradas e difundidas pela mídia, ou ainda existe a possibilidade dos mesmos não se interessarem por nenhum esporte, devido à falta de opção ou pela lembrança frustrada nas aulas de Educação Física.

Considerações Finais

Alguns aspectos podem ser apontados como determinantes no sentido de se buscar o entendimento de como ocorre à abordagem pedagógica do esporte nas aulas de Educação Física nos anos finais do ensino fundamental, entre os quais a importância do esporte assumida no cenário mundial em todos os segmentos da sociedade e ainda o atual momento vivenciado pelo Brasil no que tange a realização de megaeventos esportivos.

Mediante leitura e análise dos pressupostos teóricos que fundamentaram esse trabalho percebeu-se que de modo geral o esporte se constitui em um conteúdo predominante nas aulas de Educação Física sendo seu desenvolvimento pautado nos princípios do esporte de rendimento e na reprodução de elementos hegemônicos. No entanto, os dados encontrados no referente estudo evidenciam que as metodologias empregadas pelos professores no ensino desse conteúdo não apresentaram as características do esporte performance, essencialmente comprometida com o ensino de elementos técnicos, táticos e físicos, conforme exposto no referencial teórico consultado. Nesse sentido concorda-se com Paes1616. Paes RR. Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ulbra ; 2001. quando este autor ressalta que o esporte rendimento se encontra institucionalizado, e que as escolas públicas não dispõe de espaço, materiais e professores qualificados para tratar o esporte nessa perspectiva.

Quanto à percepção dos professores no que se refere aos megaeventos esportivos, de modo geral percebeu-se que os mesmos não se mostram muito otimistas. Entende-se que os referidos eventos esportivos não resultarão em benefícios para a imensa maioria da população brasileira, mas sim para determinados grupos políticos e empresariais ligados ao campo esportivo. Acredita-se que o investimento no esporte está sendo focado na dimensão do rendimento, portanto, somente uma parcela ínfima da população poderá ser contemplada. Diante desse quadro, defende-se que o professor apresente uma postura reflexiva e crítica acerca dessa temática, no sentido de buscar possibilidades educativas para debater a realização desses eventos, de modo a favorecer o desenvolvimento do senso crítico dos alunos.

Os resultados obtidos mediante as respostas dos questionários aplicados para os discentes participantes desse estudo evidenciam que mais de 60% deles concebem a Educação Física como sendo sinônimo de esporte. Acredita-se que esse entendimento equivocado relatado pelos estudantes reflete o cotidiano pedagógico dos docentes que compuseram a amostra dessa pesquisa, pois de acordo com as observações empreendidas nas aulas e as respostas dos professores, constatou-se que existe a predominância do esporte em relação aos demais conteúdos da Educação Física. Diante do exposto, espera-se por meio do estudo desenvolvido levantar alguns questionamentos, bem como apontar elementos que possam ser refletidos pelos professores quanto ao desenvolvimento do esporte nas aulas de Educação Física.

Referências

  • 1
    Tubino MJG. Dimensões sociais do esporte. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
  • 2
    Bracht V. A criança que pratica esporte respeita as regras do jogo... capitalista. Rev Bras Cienc Esporte 1986;7(2):62-68.
  • 3
    Bracht V. Educação Física e Aprendizagem social. 2. ed. Porto Alegre: Magister; 1997.
  • 4
    Finck SCM. A Educação Física e o Esporte na escola: cotidiano, saberes e formação. Curitiba: Ibpex; 2010.
  • 5
    Finck SCM. Educação Física e Esporte: uma visão na escola pública. [Dissertação de Mestrado em Educação). Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba; 1995.
  • 6
    Bourdieu P. Questões de Sociologia. Lisboa: Fim de Século; 2003.
  • 7
    Kenski VM. O impacto da mídia e das novas tecnologias de comunicação na Educação Física. Motriz Rev Educ Fis 1995;1(2):129 -133.
  • 8
    Betti ICR. Esporte na escola: mas é só isso, professor? Motriz Rev Educ Fis 1999;1(1):25-31.
  • 9
    Kunz E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí; 1994.
  • 10
    Molina Neto V. Esporte na escola: contradições e alternativas. [Dissertação de Mestrado em Educação]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 1991.
  • 11
    Reverdito RS, Scaglia AJ. Pedagogia do esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte; 2009.
  • 12
    Libâneo JC. Didática. São Paulo: Cortez ; 1994.
  • 13
    Matos Z. Contributos para a compreensão da pedagogia do desporto. In: Tani G, Bento JO, Petersen RDS, editores. Pedagogia do desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006, p. 154-184.
  • 14
    Bandeira TL. Pedagogia do Esporte e sua relação com a Psicologia do Esporte. In: Reis, FPG, Arruda, IEA, editors. Educação física escolar e pedagogia do esporte em perspectiva. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária; 2010, p. 123-141.
  • 15
    Tenroller CA, Merino E. Métodos e planos para o ensino dos esportes. Canoas: Ulbra; 2006.
  • 16
    Paes RR. Educação física escolar: o esporte como conteúdo pedagógico do ensino fundamental. Canoas: Ulbra ; 2001.
  • 17
    Freire JB, Scaglia AJ. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione; 2003.
  • 18
    Garganta J. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. 2. ed. Porto: Universidade do Porto; 1995. p. 11-25.
  • 19
    Graça A. Os comos e os quandos no ensino dos jogos. In: Graça A, Oliveira J, editores. O ensino dos jogos desportivos. Porto: Universidade do Porto; 1995, p. 27-34.
  • 20
    Greco PJ, Benda RN. Iniciação esportiva universal I: da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: UFMG; 1998.
  • 21
    Kroger C, Roth K. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. 2. ed. São Paulo: Phorte ; 2005.
  • 22
    Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70; 1977.
  • 23
    Strauss A, Corbin J. Pesquisa qualitativa: técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada. 2. ed. Porto Alegre: Artemed; 2008.
  • 24
    Nahas MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf; 2006.
  • 25
    Bracht V, Almeida FQ. Esporte, escola e a tensão que os megaeventos esportivos trazem para a Educação Física Escolar. Em Aberto 2013;26(89):131-143.
  • 26
    Betti M, Liz MTF. Educação Física escolar: a perspectiva de alunas do ensino fundamental. Motriz Rev Edu Fis 2003; 9(3):135-142

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2016

Histórico

  • Recebido
    04 Maio 2016
  • Revisado
    02 Maio 2016
  • Aceito
    08 Jun 2016
Universidade Estadual de Maringá Avenida Colombo, 5790 - cep: 87020-900 - tel: 44 3011 4315 - Maringá - PR - Brazil
E-mail: revdef@uem.br