Acessibilidade / Reportar erro

Percepção da paisagem no ensino da geografia: desenhando a paisagem “nossa de cada dia”

Resumo

Este artigo apresenta resultados da aplicação da oficina “Desenhando a paisagem nossa de cada dia”, através da representação da paisagem por meio da arte, através de desenhos, para alunos do Ensino Fundamental - Anos finais do município de Meruoca, Ceará. Objetivamos demonstrar a capacidade lúdica que a ferramenta artística pode promover na assimilação da realidade vivida no ambiente Semiárido, mediante representação da paisagem. Adotamos a inserção de oficinas de desenho utilizando a Fenomenologia como referencial teórico-metodológico. É válido enfatizar que a questão da aplicabilidade de tais alternativas na prática do ensino em Geografia, sobretudo, em aspectos físico-naturais, pode ocasionar um envolvimento dos participantes, sob a influência de uma perspectiva lúdica, visando uma estratégia mais interativa.

Palavras-chave:
Percepção; Semiárido: Ensino de Geografia

Abstract

This article presentsresults of the application of the workshop “Drawing our daily landscape”, through the representation of the landscape through art, more specifically, through drawings, for students of Basic Education, specifically, Elementary School II, in the municipality of Meruoca, Ceará. We aim to demonstrate the playful capacity that the artistic tool can promote a better assimilation about the reality lived in the Semi-Arid environment, through representation of the landscape. We adopted the insertion of drawing workshops using phenomenology as a methodological tool. It is worth emphasizing the question of the applicability of such alternatives in the practice of teaching in Geography, especially Physical Geography, it can cause an involvement of the participants, under the influence of a playful perspective, aiming at a lighter strategy.

Keywords:
Perception; Semiarid: Teaching Geography

Resumen

Este artículo presenta resultados de la aplicación del taller “Dibujando nuestro paisaje cotidiano”, a través de la representación del paisaje a través del arte, a través del dibujo, para alumnos de la Escuela Primaria - Últimos Años en la ciudad de Meruoca, Ceará. Nuestro objetivo es demostrar la capacidad lúdica que la herramienta artística puede promover en la asimilación de la realidad vivida en el medio semiárido, a través de la representación del paisaje. Adoptamos la inclusión de talleres de dibujo utilizando la Fenomenología como marco teórico-metodológico. Cabe resaltar que el tema de la aplicabilidad de tales alternativas en la práctica de la docencia en Geografía, especialmente en los aspectos físicos y naturales, puede llevar a una implicación de los participantes, bajo la influencia de una perspectiva lúdica, con miras a un enfoque más interactivo, estrategia.

Palabras clave:
Percepción; Semiárido: enseñanza de la geografia

Introdução

À ideia de produção deste projeto advém da necessidade de refletirmos acerca da percepção da paisagem semiárida cearense, de forma mais específica, mediante à arte, através de desenhos, para alunos do Ensino Fundamental II, no município de Meruoca, Estado do Ceará, Brasil.

É sabido, pelo menos para a grande maioria da sociedade acadêmica, a problemática do ensino sobre a região Semiárida tão somente atrelado ao livro didático como ferramenta exclusiva para o ensino das disciplinas curriculares, nesse caso, nos referimos também às outras disciplinas. No entanto, Saviani (2008) recomenda que, em vez de repudiar totalmente a utilização do livro didático, deveríamos repensá-los e “tomá-los como ponto de partida para a reformulação dos cursos de Pedagogia e dos demais cursos de licenciatura.”

Acrescenta-se, sob a influência dos documentos oficiais referentes à educação, tais como:

Os conceitos cartográficos (escala, legenda, alfabeto cartográfico) e os geográficos (localização, natureza, sociedade, paisagem, região, território e lugar) podem ser perfeitamente construídos a partir das práticas cotidianas. Na realidade, trata-se de realizar a leitura da vivência do lugar em relação com um conjunto de conceitos que estruturam o conhecimento geográfico, incluindo as categorias espaço e tempo. (BRASIL, 2006, p. 50BRASIL, Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+). Ciências Humanas e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006.).

No momento em que analisamos a proposta curricular do referido documento, percebe-se a sugestão da paisagem elencada sua importância enquanto suporte para a compreensão da organização espacial, consistindo numa categoria de análise.

Como observado, a paisagem para este documento, traz direcionamentos a paisagens da América e outros continentes (discutido no momento em que analisaremos os resultados e discussões). Já nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) há uma alusão em abordar o conceito de paisagem, sugerindo, atividades que despertem a leitura da paisagem por meio de pesquisas prévias, seja mediante apresentação de imagens textos, assim como descrições das observações cotidianas.

Através da BNCC - Base Nacional Comum Curricular, podemos ressaltar a sugestão em desenvolver práticas que estimulem a observação de situações que reproduzem as dinâmicas sociais e ambientais. Desta forma, o despertar para as observações mais apuradas, irá se desenvolver de maneira proporcional ao seu desenvolvimento, assim, surge a percepção de que nós mesmos, podemos modificar as paisagens, estimulando o aluno a elaborar o raciocínio geográfico, que trata da distribuição e conexão dos fenômenos no espaço. Daí, manifesta-se os primeiros questionamentos sobre as relações sociais envolvendo a atuação das instituições, por exemplo (BRASIL, 2018BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.).

A discussão sobre natureza foi encaminhada justamente em razão da discussão sobre paisagem reverberar também no conceito de natureza, em virtude dos alunos desenharem tão somente açudes, árvores e as formas do relevo, em detrimento de paisagens artificiais (prédios, casas, lojas, etc).

O município de Meruoca está localizado no Maciço Residual de Meruoca, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente Brasil (2017)BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Nova delimitação do Semiárido brasileiro. SUDENE. Brasília, DF, 2017. Disponível em: https://http://sudene.gov.br/planejamento-regional/delimitacao-do-semiarido. Acesso em: 22 de setembro de 2019.
https://http://sudene.gov.br/planejament...
, faz parte da região semiárida. A escolha da área estudada ocorreu em razão contemplar a visão de alunos ainda não verificada, pois de maneira geral, nos livros didáticos há um privilégio demasiado das paisagens de outros lugares. Além disso, em pesquisas anteriores, trabalhamos com alunos moradores da superfície sertaneja.

Paisagem e ensino

A fundamentação que envolve a relação Paisagem e Ensino reflete justamente sobre a maneira instigadora que tanto a paisagem quanto os demais conceitos geográficos podem ser tratados de maneira didática em sala de aula. Dessa forma, na maioria das vezes, ocorre a falta de articulação entre o que os licenciados em Geografia assimilam na sua formação e a consequente aplicação de conhecimentos com relação a uma contextualização com os fenômenos geográficos vividos pelos alunos.

Diante disso, Suertegaray (2000)SUERTEGARAY, D. M. A. Espaço geográfico uno e múltiplo. In: SUERTEGARAY, D. M. A. BASSO, L. A.; VERDUM, R. Ambiente e Lugar no Urbano: A Grande Porto Alegre. Ed. Universidade/UFRGS, 2000. p. 13-34. recomenda uma noção introdutória sobre o ensino dos conceitos geográficos em torno do conceito de espaço, incorporando de maneira evolutiva e integrada: paisagem e/ou território, e/ou lugar, e/ou ambiente, assim, se atribuiria uma concepção de que todos estes conceitos estão compreendidos nos demais, como Suertegaray (2000, p. 31)SUERTEGARAY, D. M. A. Espaço geográfico uno e múltiplo. In: SUERTEGARAY, D. M. A. BASSO, L. A.; VERDUM, R. Ambiente e Lugar no Urbano: A Grande Porto Alegre. Ed. Universidade/UFRGS, 2000. p. 13-34. afirma, “paisagens contêm territórios que contêm lugares que contêm ambientes valendo, para cada um, todas as conexões possíveis”. “Ensinar” sobre paisagem se faz importante, fundamentado, a princípio, que a mesma possibilita a percepção da heterogeneidade nela presente, logo reverbera os processos sociais e naturais. Como destaca Ab’Sáber (2003):

A paisagem é sempre uma herança. Na verdade, ela é uma herança em todo o sentido da palavra: herança de processos fisiográficos e biológicos, e patrimônio coletivo dos povos que historicamente as herdaram como território de atuação de suas comunidades. (AB’SÁBER, 2003, p. 9).

As palavras do professor Ab’Saber reforçam ainda mais sobre o ato de educarmos, através do ensino da paisagem, levando em consideração, de acordo com Puntel (2007, p. 286)PUNTEL, G. A. A paisagem no Ensino da Geografia. Ágora (UNISC. Online), v. 13, p. 283-298, 2007. “é a paisagem que revela a imbricação, a relação entre o social, o cultural, o intelectual, o patrimonial e o cívico, e são essas relações que motivam e justificam a presença da Geografia e da paisagem nas escolas.”

A autora anteriormente mencionada, ainda revela o tratamento limitado da paisagem na Geografia escolar, paralelamente a sua abordagem enquanto conceito na Ciência Geográfica. Quando voltam os estudos que envolvem a paisagem, simultaneamente a retomam como relevante para o Ensino de Geografia, sobretudo, a partir da década de 1970 (PUNTEL, 2007PUNTEL, G. A. A paisagem no Ensino da Geografia. Ágora (UNISC. Online), v. 13, p. 283-298, 2007.).

Os PCNs de Geografia sugerem abordar, inicialmente, o conceito de paisagem conforme o conhecimento prévio dos alunos, incluindo diversas formas de relato, fotografias, textos ou sistematização de ideias. Baseado nisto, “o professor e os alunos podem problematizar, formular questões e levantar hipóteses que impliquem investigações mais aprofundadas, que demandem novos conhecimentos” (BRASIL, 1998, p. 137BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.).

Diante disso, se necessita, inclusive, esclarecer que, apesar de envolver a temática paisagem, habitualmente atribuída “imóvel” e “emoldurado”, deve-se também, instigar nos educandos as observações sobre a paisagem viva. Enfatiza-se, que ao se falar de paisagem no viés educacional, é aconselhável superar os limites de apenas uma perspectiva de estudo de imagens, neste caso, há de considerar cinema, fotografias, televisão, grafite (arte em paredes) e demais manifestações paisagísticas.

Lembrando também acerca da possibilidade de uma só paisagem ser interpretada sob várias maneiras dentro de um mesmo grupo. Tal indicação, oportuniza o debate pedagógico em torno dos processos de tomadas de decisões os quais conceberam a imagem como: Está. Foi. E pode vir a ser.

Cavalcanti (2004)CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas – SP: Papirus, 2004. considera os estudos sobre paisagem, por meio de suas múltiplas expressões, passíveis de evidenciar “níveis diferentes de forças produtivas”, por detrás dos “quadros” existirá atores sociais interessados no que mais lhes convém. Deste modo:

[…] uma paisagem é uma escrita sobre a outra, é um conjunto de objetos que têm idades diferentes, é uma herança de muitos momentos; ela não é dada para sempre, é objeto de mudança, é resultado de adições e subtrações sucessivas, é uma espécie de marca da história do trabalho, das técnicas; ela não mostra todos os dados, que nem sempre são visíveis, a paisagem é um palimpsesto, um mosaico.(CAVALCANTI, 2004, p. 99CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas – SP: Papirus, 2004.).

Na interpretação que a autora supracitada realiza, se concebe o caráter primordial de se promover a ideia de ensino sobre paisagem, atrelada à perspectiva relacional, bem como o esclarecimento sobre a existência de paisagens “reescritas” a partir de outras paisagens. Além do mais, Cavalcanti (2004)CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. Campinas – SP: Papirus, 2004. também acredita como importante, o ensino sobre paisagem, encaminhar discussões contextualizadas. Introduzindo que a sua paisagem se conecta, de alguma forma, com outras paisagens. Sobre isto, os PCN similarmente entendem que:

[…] Quando se fala da paisagem de uma cidade, dela fazem parte seu relevo, a orientação dos rios e córregos da região, sobre as quais se implantaram suas vias expressas, o conjunto de construções humanas, a distribuição de sua população, o registro das tensões, sucessos e fracassos da história dos indivíduos e grupos que nela se encontram. É nela que estão expressas as marcas da história de uma sociedade, fazendo assim da paisagem um acúmulo de tempos desiguais. (BRASIL, 1998, p. 28BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.).

O mesmo documento também faz ressalvas quanto a categoria paisagem manter-se imbricada com a categoria de lugar, oferecendo a observação de que ambas categorias podem reverberar uma identidade local.

Pontuamos como crucial o ensino da paisagem, principalmente no que diz respeito ao ensinamento da mesma enquanto reflexo primordial das dinâmicas naturais, culturais e sociais, destacando-as em constante interação. O maior desafio incide no fato de “adaptar” todos os estudos envolvendo paisagem integrada em Sauer (1925) e Bertrand (1968), por exemplo, por meios didáticos, para que isso se realize, faz-se necessário se pensar em aspectos metodológicos sobre o ensino da paisagem do geral para o local.

A natureza e a sociedade pincelando e produzindo paisagens

Partiremos do pressuposto teórico baseado em Sauer (1998)SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74. em razão da relevância da discussão que o autor apresenta a paisagem vista sob a égide da interação e também faz parte de um conjunto de cenas, e a visualiza de maneira genérica. Logo de acordo com Sauer (1998, p.24)SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74. “o geógrafo pode descrever a paisagem individual como um tipo ou provavelmente uma variante de um tipo, mas ele tem sempre em mente o genérico e procede por comparação”.

Considerando, de início, a existência de uma paisagem natural, servindo de base para a promoção da paisagem cultural, tem-se circunscrito que, para Sauer (1998)SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74. tal associação, não deve ser analisada sob o viés da ideia de que para a existência de uma, é necessário a anulação da outra. Alertando, desde já, sobre a sua insatisfação perante o que se entende atualmente como dicotomia “física” e “humana”. Pois:

A geografia baseia-se, na realidade, na união dos elementos físicos e culturais da paisagem. O conteúdo da paisagem é encontrado, portanto, nas qualidades físicas da área que são importantes para o homem e nas formas do seu uso da área, em fatos de base física e fatos da cultura humana.(SAUER, 1998, p. 29SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74.).

Diante disso, Sauer (1998)SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74. reforça o aspecto de interdependência, das paisagens ditas “naturais” e “culturais”, havendo necessidade de se exemplificar acerca da primeira paisagem (paisagem natural) denominar-se por “sítio”, área com predominância de vegetação e demais recursos naturais em abundância, e, portanto, uma paisagem que se encontra sujeita ao ser humano que “pode desenvolvê-la, ignorá-la, em parte e/ou explorá-la” (SAUER, 1998, p. 30SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74.).

Desta maneira, se consegue compreender uma paisagem cultural atrelada à sua metade natural em harmonia. No entanto, Sauer (1998)SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74. atenta sobre estes “traços” culturais serem analisados dentro de uma perspectiva a qual o geógrafo observe, os seres humanos também pertencentes ao natural, afirmando que “não existe lugar para um dualismo da paisagem” (SAUER, 1998, p. 30SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74.).

Consequentemente, Ribeiro (1989)RIBEIRO, A. G. Paisagem e Organização Espacial na Região de Palmas e Guarapuava. Tese de Doutorado/ USP, 1989. destaca essa interação paisagem natural/cultural assinalada por Carl Sauer, acentuando como produto final da relação sociedade/natureza a produção de paisagens. Ressaltando ainda, sobre os estudos os quais possam evidenciar a sociedade, através de sua dinâmica histórica, como “transformadora da natureza” (RIBEIRO, 1989, p. 38RIBEIRO, A. G. Paisagem e Organização Espacial na Região de Palmas e Guarapuava. Tese de Doutorado/ USP, 1989.). Entretanto, continua o autor:

[…] a natureza não é aqui entendida apenas como o palco onde as relações sociais se processam, mas sim como um conjunto de elementos que possuem um comportamento regido por leis próprias e que reagem dialeticamente às pressões exercidas pela sociedade, que nela busca a realização de sua base material (RIBEIRO, 1989, p. 39RIBEIRO, A. G. Paisagem e Organização Espacial na Região de Palmas e Guarapuava. Tese de Doutorado/ USP, 1989.).

Ribeiro, assim, entende tal associação, no momento em que, o mesmo elenca os estudos de campo como primordiais no aspecto de observar os elementos exteriores da paisagem, proporcionando a percepção acerca da totalidade, assim, Ribeiro (1989)RIBEIRO, A. G. Paisagem e Organização Espacial na Região de Palmas e Guarapuava. Tese de Doutorado/ USP, 1989. compreendeu a necessidade da busca de uma orientação mais aprofundada sobre a racionalização da paisagem. Diante disso, a paisagem, reflete o modo pela qual a sociedade se organiza, sendo o resultado da dinamicidade social empregada de acordo com as “necessidades ou finalidades produtivas definidas pela própria sociedade” (RIBEIRO, 1989, p. 39RIBEIRO, A. G. Paisagem e Organização Espacial na Região de Palmas e Guarapuava. Tese de Doutorado/ USP, 1989.).

Metodologia

Com referências teórico-metodológicas em trabalhos anteriores, mas, em regiões diferentes, podemos ressaltar os estudos de Mastrangelo (2001)MASTRANGELO, A., M. A Construção Coletiva do Croqui Geográfico em Sala de Aula. Programa de mestrado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, 2001. e Myanaki (2003MYANAKI, J. A Paisagem no Ensino de Geografia: Uma Estratégia Didática a partir da Arte. Mestrado em Geografia (Geografia Física) Universidade de São Paulo, USP, Brasil. 2003.; 2008MYANAKI, J. Geografia e Arte no Ensino Fundamental: reflexões teóricas e procedimentos metodológicos para uma leitura da paisagem geográfica e da pintura abstrata. Ano de obtenção: 2008. Doutorado em Geografia (Geografia Física) Universidade de São Paulo, USP, Brasil.); apresentando, respectivamente, a construção de mapas mentais da paisagem vivida e representação da paisagem através da arte.

Myanaki (2008)MYANAKI, J. Geografia e Arte no Ensino Fundamental: reflexões teóricas e procedimentos metodológicos para uma leitura da paisagem geográfica e da pintura abstrata. Ano de obtenção: 2008. Doutorado em Geografia (Geografia Física) Universidade de São Paulo, USP, Brasil. situa a questão visual no mesmo patamar das outras perspectivas. Deste modo, a autora enfatiza que, se a noção de paisagem é polissêmica, a descrição sobre a mesma também deve ser. Justificamos, desta forma, a escolha mista das descrições em desenho e textual.

Com base em Mastrangelo (2001)MASTRANGELO, A., M. A Construção Coletiva do Croqui Geográfico em Sala de Aula. Programa de mestrado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, 2001. se reporta sobre o acolhimento de percepções prévias dos alunos sobre conceitos. Sugere também, imparcialidade e capacidade de autocrítica perante o seu trabalho, daí solicitar aos alunos avaliação sobre a atividade desenvolvida.

Para o desenvolvimento da pesquisa, iniciamos com a problematização e contextualização do objeto de estudo (FALCÃO SOBRINHO, et al., 2019FALCÃO SOBRINHO, J. BARBOZA, J. A. M. COSTA FALCÃO, C. L. The painting technique application: an experience of art and science for the semiarid environment knowledge. Revista Brasileira de Geografia Física. V.12, n.5 2019. 10.26848/rbgf.v12.5.p1967-1979
https://doi.org/10.26848/rbgf.v12.5.p196...
). Para isto, escolhemos uma instituição de ensino inserida no contexto paisagístico do Maciço Residual no município de Meruoca, precisamente na escola Rosinha Bastos. A seleção pelo Ensino Fundamental II (8 Ano) ocorreu em razão do conceito de paisagem ser trabalhado nos anos anteriores (6º e 7º ano) sendo assim, trabalhamos com um conteúdo já visto.

Determinamos como reflexão teórica e definição conceitual, o diálogo entre o conceito de paisagem na ciência geográfica. Para aquisição das percepções, empregamos os princípios da fenomenologia, pois em se tratando do acolhimento de percepções se faz necessário a apreensão do conhecimento prévio, levando também em consideração as descrições afetivas relacionadas à vivência na paisagem.

Estabelecemos como elementos metodológicos, a utilização de questionários para conhecer a percepção dos alunos sobre paisagem e natureza, posteriormente, apresentamos a oficina.

Percurso operacional da oficina

Etapa 1 – Iniciou-se a investigação com as perguntas: 1. O que é paisagem? e 2. O que é natureza?4 4 Esta segunda pergunta é necessária, pois, através de atividades anteriores, percebeu-se a estreita correlação entre paisagem e natureza. Questões feitas antes da oficina, com o objetivo de diagnosticar o nível de aprendizado dos alunos sobre paisagem e natureza. Posteriormente, utilizando a fenomenologia de Merleau-Ponty (1999) buscamos analisar a percepção de maneira que, haja observação do fenômeno e posteriormente, ocorre a descrição mediante percepção sensorial e existencial.

Etapa 2 – Para a pesquisa foi utilizada como base a oficina: A paisagem nossa de cada dia, em abril de 2019, na escola Rosinha Bastos Sampaio. Os alunos puderam manifestar seus próprios conceitos sobre paisagem e, depois, desenhar suas paisagens. Oficina realizada em duas aulas, pois este é o tempo disponibilizado para as aulas de Geografia no Ensino Básico.

Etapa 3 – Foi realizada a prática, com os alunos incentivados a desenhar suas paisagens a partir da utilização papel sulfite, pincéis, caneta pincel, lápis de cor, pigmentos de solos (inclusive utilizamos Argissolo Vermelho, encontrado próximo a escola, facilitando um breve esclarecimento sobre a importância deste elemento natural para a dinâmica da paisagem local).

Etapa 4 – Definiu-se a percepção fenomenológica como instrumento principal de análise. Preferimos não avaliar diretamente o aprendizado do aluno sobre um conceito “certo” de paisagem, exatamente pela nossa convicção de recomendação de encaminhamentos objetivando a construção de uma noção de paisagem contextualizada.

Resultados e discussões

De início, pedimos aos alunos que respondessem às seguintes perguntas: que é paisagem? e O que é natureza? Observamos o pouco interesse dos alunos em escrever. Eles justificaram que não tinham a curiosidade em expor seus pensamentos, apesar de não haver a delimitação do número de linhas. A seguir destacamos algumas transcrições e desenhos de vários alunos da Escola Rosinha Bastos Sampaio.

Ressaltamos a fala do aluno B (13 anos), onde ele associa a noção de paisagem reprimida numa “moldura”. Contudo, se evidencia também opiniões diferentes, a exemplo do que nos relata o aluno A, reconhecendo a interdependência entre as paisagens.

Aluno A

O que é paisagem? “Paisagem é a visão e a identidade de um local, ou seja, a vista. Levando em conta relevo e vegetação, ou seja, é uma identidade de um certo local.”

O que é natureza? “É o conjunto de tudo que existe no universo, ou no mundo como o próprio planeta, bichos e seres humanos.” (INFORMAÇÃO VERBAL)5 5 Entrevista 1, aluno A (Escola Rosinha Bastos, Meruoca) Entrevista realizada por José Marcelo Soares de Oliveira (2019)

Aluno B

O que é paisagem? “Paisagem é tudo aquilo que a gente vê, formada de ponto a ponto.”O que é natureza?“A natureza é um conjunto de coisas animais, rios, árvores, etc.” (INFORMAÇÃO VERBAL)6 6 Entrevista 2, aluno B (Escola Rosinha Bastos, Meruoca) Entrevista realizada por José Marcelo Soares de Oliveira (2019)

Analisando as descrições da maioria dos alunos, paisagem se relaciona exclusivamente ao natural, como descrita pelo aluno C (13 anos): O que é paisagem? “É uma paisagem muito elegante. Do mundo da paisagem.” O que é natureza?“É uma natureza e muito bonita da terra.” (INFORMAÇÃO VERBAL)7 7 Entrevista 3, aluno C (Escola Rosinha Bastos, Meruoca) Entrevista realizada por José Marcelo Soares de Oliveira (2019)

Painel 1
Alunos participando de atividade de desenho – Oficina – Geografia

Diante disso, analisaremos os desenhos e as descrições de paisagem e natureza, de maneira qualitativa, como recomenda os princípios fenomenológicos. Assim, constatamos logo de início que, há uma carência em mostrar exemplos locais. Tal fato se torna contraditório, pois como aconselha a BNCC, nos 6º e 7º ano do Ensino Fundamental, o aluno deve ter apreendido uma concepção de identificação com a sua paisagem, reconhecê-las como importante.

Nesta perspectiva, a explicação, durante os anos anteriores, mereceria ser melhor compreendida. Através da pesquisa, podemos perceber que a noção que os alunos têm de paisagem se assemelha bastante com as descrições encontradas nos dicionários, por exemplo, neste cenário, paisagem é: “Extensão territorial que a vista alcança; panorama”, este acontecimento nos faz raciocinar que o conceito de paisagem é pouco trabalhado, no viés geográfico mais aprofundado, sem levar em consideração todas as variáveis que transformam uma paisagem natural ou cultural, e suas conexões.

E, quando se fala em conexão entre as paisagens, nos faz refletir sobre os escritos de Sauer (1998)SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74. assim como (BRASIL, 2017, p. 359BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Nova delimitação do Semiárido brasileiro. SUDENE. Brasília, DF, 2017. Disponível em: https://http://sudene.gov.br/planejamento-regional/delimitacao-do-semiarido. Acesso em: 22 de setembro de 2019.
https://http://sudene.gov.br/planejament...
) onde se diz: “na identidade cultural; e na consciência de que somos sujeitos da história, distintos uns dos outros e, por isso, convictos das nossas diferenças. Explicações sobre conexões. E diferenciações com outras áreas”.

Na segunda etapa da oficina, verificamos uma associação da ideia de desenhar como um ato de liberdade na exposição de suas concepções sobre paisagem. Quando foram aconselhados a escrever, percebemos a preocupação deles em descrever com exatidão o termo paisagem. E, Além disso, nos desenhos, deduzimos a presença de maiores registros interligando paisagem aos fenômenos afetivos.

De forma geral, a paisagem que os alunos desenharam, traz particularidades naturais, desconsiderando a existência de residências, por exemplo. Tal fato, pode estar vinculado à tendência em representar a paisagem, atrelada aos aspectos naturais

Nos desenhos, há uma predisposição dos alunos em retratar feições arredondadas, ainda que cientificamente seja comprovada a teoria sinalizando contornos em forma de crista. No entanto, a visão dos alunos sobre a serra da Meruoca é apenas observada numa perspectiva de cima do município, então, uma visão mais completa não seria possível, para eles. Através de Pereira (2006), esta concepção idealizada de paisagem está orientada pelos alunos em descrever um cenário desejável, há fortes intenções de se imaginar vivendo em seus desenhos.

A percepção do aluno D (Painel 2), expõe a perspectiva de quem viaja de Sobral-CE a Meruoca-CE, logo o mesmo relata as constantes viagens que faz com sua mãe entre estes dois municípios. É evidente que estas visões refletem um mundo vivido (NOGUEIRA, 2005).

Painel 2
Desenhos que representa a estrada de Sobral/Meruoca e o Relevo de Meruoca - Ceará – 2019

Alguns alunos representaram cenários contendo babaçu e cactáceas o que para eles pode ser algo natural da paisagem da serra, se torna bioindicadores de processos acelerados de degradação, indicando uma indiferença quanto a vegetação nativa bem como no desenho do aluno A, que contém elementos representando poluição em vários rios e riachos (Painel 2).

Conforme Oliveira (2011) nota-se a dimensão positiva que são os estudos envolvendo algum elemento artístico dentro do ambiente escolar, pois podem oferecer auxílio para que os alunos entendam as diferenças entre as paisagens, assim como incentivar nos educandos a capacidade autoafirmativa enquanto possuidores de uma identidade única e, mediante o diálogo com os outros, produzir reflexões mais amplas.

Muitos alunos optaram por desenhar árvores semelhantes ao que se observa como padrão europeu, apresentando copa arredondada e com maçãs vermelhas. Porém, sabe-se que tal fruto ainda não é bem propagado em nosso ambiente. Assim, analisamos que este fato esteja ligado ao desejo do aluno de desenhar algo mais representativo de outras paisagens (europeias, de regiões chuvosas) como ocorre de maneira padrão nos livros didáticos (Figura 6).

Durante a apresentação da oficina “paisagem nossa de cada dia” e diante da necessidade de explicação mais didática possível sobre a integração das paisagens, abordou-se como exemplo, a bacia hidrográfica do Acaraú. Não foi priorizada a explicação dos elementos naturais mais perceptíveis, como vegetação e formas de relevo.

Desenho 4
Representação do relevo de Meruoca- Aluno C

E para não privilegiar apenas a explicação sobre a interação dos elementos naturais, falou-se sobre a presença de objetos artificiais presentes no percurso do rio, dentre eles os açudes, que mesmo sendo obras dos seres humanos, são constituídos por um elemento natural, além disso, são relevantes para os processos industriais e também servem de modelo para reflexão sobre o que é natural e artificial. Desta forma, falou-se sobre paisagem e natureza. De fato, a geografia produzida na academia está dialogando pouco com à escolar.

Considerações Finais

Diante dos resultados preliminares obtidos em uma instituição de ensino localizada no maciço residual da Meruoca, destaca-se, que apesar de importantes, nem sempre deve-se seguir rigorosamente as recomendações dos documentos oficiais. Percebemos que o livro didático segue com precisão, as orientações da BNCC, porém, através das descrições textuais, observamos ausência de exemplos paisagísticos locais, mas, por outro lado, na atividade de pinturas, tiveram a liberdade de responder o que é paisagem em forma de desenho.

Com isso, puderam associar a forma artística à liberdade. Haja visto que, observa-se que, na descrição textual, os alunos relacionam o ato de escrever com o “certo”, há, deste modo, um “cuidado”, por parte deles, em conceber um conceito sobre os fenômenos que seja, digamos aceitável, para quem for analisar. Além disso, nos desenhos, inferimos a existência de uma carga maior de sentimentos conectados à paisagem vivida.

Para investigações mais aprofundadas precisaríamos de mais tempo de oficina, bem como o acompanhamento da turma durante um período maior, para elaboração, por exemplo, de leituras sistêmicas da paisagem, o que pode vir a partir dos trabalhos desenvolvidos em outros municípios, faríamos, assim, em primeiro momento, o acolhimento das percepções de relevos distintos, para posterior interligação, mesmo com algumas diferenciações naturais, encontram-se interligados mediante outros aspectos, podemos citar a dinâmica hidrológica.

Entendemos que, ainda não há como indicarmos uma melhor forma de se ensinar sobre paisagem, logo, estamos tratando somente da percepção de uma escola. Apesar disso, ressaltamos como importante, neste primeiro momento, face o estabelecimento de indicadores os quais servirão de base para o aprimoramento das atividades em outras escolas. Pois não se trata de análise técnicas, no qual poderíamos simplesmente adquirir dados e sugerir soluções imediatistas.

  • 4
    Esta segunda pergunta é necessária, pois, através de atividades anteriores, percebeu-se a estreita correlação entre paisagem e natureza.
  • 5
    Entrevista 1, aluno A (Escola Rosinha Bastos, Meruoca) Entrevista realizada por José Marcelo Soares de Oliveira (2019)
  • 6
    Entrevista 2, aluno B (Escola Rosinha Bastos, Meruoca) Entrevista realizada por José Marcelo Soares de Oliveira (2019)
  • 7
    Entrevista 3, aluno C (Escola Rosinha Bastos, Meruoca) Entrevista realizada por José Marcelo Soares de Oliveira (2019)

Agradecimentos

Ao CNPq, CAPES e a FUNCAP pelo apoio nas pesquisas realizadas no Laboratório de Pesquisa e Extensão do Semiárido.

References

  • AB’SABER, A. N. Os Domínios da Natureza no Brasil Potencialidades paisagísticas. São Paulo, Ateliê Editora, 2003, 159 p.
  • BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global: esboço metodológico. Tradução Olga Cruz – Caderno de Ciências da Terra. Instituto de Geografia da Universidade de São Paulo, no13, 1972.
  • BRASIL, Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN+). Ciências Humanas e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2006.
  • BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: geografia / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
  • BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular Brasília, 2018.
  • BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Nova delimitação do Semiárido brasileiro SUDENE. Brasília, DF, 2017. Disponível em: https://http://sudene.gov.br/planejamento-regional/delimitacao-do-semiarido Acesso em: 22 de setembro de 2019.
    » https://http://sudene.gov.br/planejamento-regional/delimitacao-do-semiarido
  • CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção de conhecimentos Campinas – SP: Papirus, 2004.
  • FALCÃO SOBRINHO, J. BARBOZA, J. A. M. COSTA FALCÃO, C. L. The painting technique application: an experience of art and science for the semiarid environment knowledge Revista Brasileira de Geografia Física. V.12, n.5 2019. 10.26848/rbgf.v12.5.p1967-1979
    » https://doi.org/10.26848/rbgf.v12.5.p1967-1979
  • MASTRANGELO, A., M. A Construção Coletiva do Croqui Geográfico em Sala de Aula Programa de mestrado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, 2001.
  • MYANAKI, J. Geografia e Arte no Ensino Fundamental: reflexões teóricas e procedimentos metodológicos para uma leitura da paisagem geográfica e da pintura abstrata. Ano de obtenção: 2008. Doutorado em Geografia (Geografia Física) Universidade de São Paulo, USP, Brasil.
  • MYANAKI, J. A Paisagem no Ensino de Geografia: Uma Estratégia Didática a partir da Arte. Mestrado em Geografia (Geografia Física) Universidade de São Paulo, USP, Brasil. 2003.
  • PUNTEL, G. A. A paisagem no Ensino da Geografia Ágora (UNISC. Online), v. 13, p. 283-298, 2007.
  • RIBEIRO, A. G. Paisagem e Organização Espacial na Região de Palmas e Guarapuava Tese de Doutorado/ USP, 1989.
  • SAUER, C. O. A Morfologia da paisagem. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Orgs.). Paisagem, tempo e cultura Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998 [1925], p. 12-74.
  • SAVIANI, D. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Caxambu: Revista Brasileira de Educação v. 14 n. 40 jan./abr. 2009.
  • SUERTEGARAY, D. M. A. Espaço geográfico uno e múltiplo. In: SUERTEGARAY, D. M. A. BASSO, L. A.; VERDUM, R. Ambiente e Lugar no Urbano: A Grande Porto Alegre. Ed. Universidade/UFRGS, 2000. p. 13-34.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    25 Jul 2022
  • Data do Fascículo
    2022

Histórico

  • Recebido
    29 Dez 2021
  • Aceito
    28 Mar 2022
UESB - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia ESTRADA DO BEM QUERER KM 4, Vitória da Conquista - Bahia / Brasil, CEP 45083-900 Caixa postal 95, Tel: +55 (77) 3242-8741 - Vitória da Conquista - BA - Brazil
E-mail: geopauta@uesb.edu.br