Acessibilidade / Reportar erro

Prevalência de dor crônica no Brasil: revisão sistemática

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

A dor crônica é considerada um problema de saúde pública mundial, pode levar ao estresse físico e emocional, além de altos custos financeiros e sociais para a população. O objetivo deste estudo foi produzir uma revisão sistemática para identificar a prevalência da dor crônica no Brasil, considerando suas regiões geográficas e subclassificações de mecanismos pela International Association for the Study of Pain (IASP).

CONTEÚDO:

Foi realizada uma revisão sistemática nas seguintes bases de dados: Scielo, Pubmed, Periódicos Capes, Science Direct e Biblioteca Virtual em Saúde. Foram incluídos 35 estudos que investigavam a prevalência de dor crônica no Brasil. A prevalência variou de 23,02 a 76,17%, apresentando média nacional de 45,59% entre os estudos, afetando mais o sexo feminino. A região do Brasil com maior prevalência dentre os estudos incluídos foi a região centro-oeste (56,25%), porém a região com mais estudos e maior população analisada foi a região sudeste (42,2%). Quanto às classificações de mecanismos da IASP, a dor possivelmente nociceptiva obteve prevalência de 36,70%, já a neuropática foi de 14,5% e a dor nociplástica de 12,5%.

CONCLUSÃO:

O presente estudo identificou alta prevalência de dor crônica no Brasil, maior em mulheres. Em relação aos seus mecanismos, a dor de predomínio possivelmente nociceptivo foi a mais prevalente. Quanto a região geográfica nacional, o destaque de maior prevalência foi para a região Centro-Oeste, porém a região com mais estudos e maior população analisada foi a região Sudeste.

Descritores:
Dor crônica; Prevalência; Saúde coletiva

ABSTRACT

BACKGROUND AND OBJECTIVES:

Chronic pain is considered a worldwide public health problem, can lead to physical and emotional stress, in addition to high financial and social costs for the population. The aim of this study was to produce a systematic review to identify the prevalence of chronic pain in Brazil, considering its geographical regions and mechanisms subclassifications by the International Association for the Study of Pain (IASP).

CONTENTS:

A systematic review was carried out on the following databases: Scielo, Pubmed, Periódicos Capes, Science Direct and Virtual Health Library. 35 studies that investigated the prevalence of chronic pain in Brazil were included. The prevalence ranged from 23.02 to 76.17%, presenting a national average of 45.33% between studies, affecting more women. The Brazilian region with the highest prevalence among the included studies was the Midwest region (56.25%), however the region with the most studies and the largest population analyzed was the Southeast region (42.2%). Regarding the classifications of IASP mechanisms, possibly nociceptive pain had a prevalence of 36,70%, whereas neuropathic pain was 14,5% and nociplastic pain 12,5%.

CONCLUSION:

The present study observed a high prevalence of chronic pain in Brazil, being the majority in women. Regarding chronic pain mechanisms, the possibly nociceptive predominance was the most prevalent. As for the national geographic region, the highlight of the highest prevalence of chronic pain was for the Midwest region, however the region with the most studies and the largest population analyzed was the Southeast region.

Keywords:
Chronic pain; Collective health; Prevalence

INTRODUÇÃO

A definição de dor revisada pela International Association for the Study of Pain (IASP) apresenta a dor como “uma experiência sensitiva e emocional desagradável associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”11 DeSantana JM, Perissinotti DM, Oliveira Junior JO, Correia LM, Oliveira CM, Fonseca PR. Definição de dor revisada após quatro décadas. BrJP. 2020;3(3):197-8.. Quanto à subclassificação temporal, ela pode ser aguda e crônica, sendo a dor crônica (DC) aquela que persiste após três meses além do tempo habitual de cura de uma lesão, ou que está associada a processos patológicos crônicos, que causam dor contínua ou recorrente22 Rigotti MA, Ferreira AM. Intervenções de enfermagem ao paciente com dor. Arq Ciênc Saúde. 2005;12(1):50-4.. Para dores musculoesqueléticas não oncológicas, três meses é o ponto de divisão mais conveniente entre dor aguda e crônica, mas, para fins de pesquisa, seis meses também são frequentemente utilizados33 Merskey H, Bogduk N. Classification of chronic pain: descriptions of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. IASP Press. 1994..

Além disso, a DC é caracterizada como uma doença pela CID 11 (Classificação Internacional de Doenças - 11), denominada DC primária, pois existem também as dores crônicas secundárias (visceral, neuropática, musculoesquelética, relacionada ao câncer, pós-cirúrgica/pós-traumática ou cefaleia/orofacial)44 Treede R, Rief W, Barkeb A, Aziz Q, Bennett MI, Benoliel R, et al. A classification of chronic pain for ICD-11. Pain.2015;156(6):1003-7.. Quanto aos mecanismos biológicos aceitos pela IASP, a DC pode ser classificada em nociceptiva, nociplástica e neuropática55 Chimenti RL, Frey-law LA, Sluka KA. A mechanism-based approach to physical therapist management of pain. Phys Ther.2018;98(5):302-14.. No Brasil, ela é considerada um problema de saúde pública66 Vieira AS, Castro KV, Canatti JR, Oliveira IA, Benevides SD, Sá KN. Validation of an educational booklet for people with chronic pain: EducaDor. BrJP. 2019;2(1):39-43., cuja prevalência - quantitativo de pessoas com a doença em um determinado momento - precisa ser constantemente investigada77 Pizzichini MM, Patino CM, Ferreira JC. Medidas de frequência: calculando prevalência e incidência na era do COVID-19. J Bras Pneumol. 2020;46(3):e20200243.. Aproximadamente 60 milhões de pessoas sofrem de DC, correspondendo a cerca de 10% da população mundial88 Goldberg DS, McGee SJ. Pain as a global public health priority. BMC Public Health. 2011;11:770..

A DC pode estar relacionada à maior estresse físico e emocional, além de altos custos financeiros e sociais para a população, além disso, apresenta prevalência maior entre mulheres com idades entre 45 e 65 anos99 Leão Ferreira KA, Bastos TR, Andrade DC, Silva AM, Apopolinario JC, Texeira MJ, et al. Prevalence of chronic pain in a metropolitan area of a developing country: a population-based study. Arq Neuropsiquiatr. 2016;74(12):990-8.,1010 Hayar MASP, Salimene ACM, Karsch UM, Imamura M. Envelhecimento e dor crônica: um estudo sobre mulheres com fibromialgia. Acta Fisiatr. 2014;21(3):1001-6.. Um estudo brasileiro prévio encontrou a necessidade de identificar ainda a região corporal mais prevalente de DC, destacando a região dorsal/lombar como a mais relevante1111 Vasconcelos FH, Araujo GC. Prevalence of chronic pain in Brazil: a descriptive study. BrJP. 2018;1(2):176-9., além disso, com elevados custos de tratamento, maior número de licenças médicas e sofrimento individual1212 Meucci RD, Fassa AG, Faria NM. Prevalence of chronic low back pain: systematic review. Rev Saude Publica. 2015;49:73..

Embora a DC já tenha sido reconhecida como problema mundial, ainda existem diversas lacunas a serem preenchidas sobre esse assunto e seus impactos na população. Em relação ao Brasil, poucos estudos buscam quantificar a prevalência da DC respeitando as diferenças entre as regiões geográficas. Além disso, estudos que possibilitem uma visão de DC relacionada aos mecanismos predominantes podem direcionar futuras ações estratégicas para as referidas condições.

O objetivo deste estudo foi produzir uma revisão sistemática para identificar a prevalência da dor crônica no Brasil, considerando suas regiões geográficas e subclassificações de mecanismos pela IASP.

CONTEÚDO

Trata-se de uma revisão sistemática realizada de acordo com as diretrizes delineadas pelo PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões sistemáticas e Metanálises), podendo ser acessada em: rev://www.prisma-statement.org/.

Foram incluídos os artigos que abordaram os seguintes aspectos: (1) estudos do tipo transversal; (2) nos idiomas inglês, espanhol e português; (3) realizados no Brasil; (4) que investigassem a prevalência de dor crônica, definida no presente estudo como: dor persistente ou contínua com duração superior a 3 meses - quanto aos mecanismos de dor predominantes, foi definida a caracterização possivelmente nociplástica como relacionada à fibromialgia e síndrome do intestino irritável, neuropática identificada a partir do uso do Douleur Neuropathique 4 (DN4) e nociceptiva a partir da exclusão dos demais subtipos de dor já citados; (5) que utilizassem um questionário de coleta, seja próprio ou validado, com ou sem utilização de exame clínico para identificação do indivíduo com dor crônica ou com caracterizações de mecanismos biológicos da mesma; (6) artigos que apresentassem critérios da dor crônica, de acordo com a IASP, para referenciar a delimitação de sua amostra, seja no decorrer do manuscrito ou na ferramenta de coleta; (7) estudos com população formada por crianças, adolescentes, adultos ou idosos acima de 60 anos. Foram excluídos estudos longitudinais, ensaios clínicos, teses de doutorado ou mestrado, trabalhos de conclusão de curso e que não se enquadrassem nos requisitos de inclusão.

Estratégia de busca

A pesquisa foi realizada através das bases de dados Pubmed, Periódicos Capes, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scielo e do Science Direct (Repositório de revistas). As palavras usadas para busca foram (“chronic pain” AND prevalence AND Brazil), (“dor crônica” AND prevalência AND Brasil), (“dolor crónico” AND prevalência AND Brasil), a busca foi realizada entre os meses de abril e agosto de 2020.

Coleta e análise de dados

De início, foram colocados os descritores nas bases de dados com retorno de 4.825 artigos no total (Tabela 1). A triagem dos dados foi realizada por etapas: título, identificação de duplicados, resumos e leitura completa dos estudos, levando em consideração os critérios de inclusão e exclusão, restando 35 artigos com levantamento de prevalência de dor crônica, sendo 23 estudos em populações variadas, 9 artigos com características possivelmente de dor nociceptiva, 1 estudo com dor neuropática e 2 artigos com dor nociplástica. Todas as informações foram armazenadas no Microsoft Excel em planilhas. A figura 1 expõe o fluxograma do processo de extração de dados incluídos no estudo.

Tabela 1
Lista de descritores utilizados e quantidade de artigos encontrados nas bases de dados

Figura 1
Fluxograma com estratégia de busca e seleção dos estudos

Extração de dados

Dois revisores, de forma independente, realizaram a busca e a seleção inicial para identificar os títulos e resumos dos estudos potencialmente relevantes em cada base de dados. Se ao menos um revisor considerasse a referência elegível, o artigo era analisado na íntegra. Em caso de discordância, um terceiro revisor era consultado para só então obter a decisão. Caso fosse necessário os autores eram contatados por e-mail para fornecerem maiores informações sobre seus estudos.

Os revisores extraíram dos artigos variáveis que foram divididas em: desfechos primários (DP) - prevalência de dor crônica; e desfechos secundários (DS) - a divisão dos artigos segundo os mecanismos neurofisiológicos predominantes de acordo com as definições da IASP33 Merskey H, Bogduk N. Classification of chronic pain: descriptions of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. IASP Press. 1994..

Análise do risco de viés

A avaliação do risco de viés foi realizada por dois examinadores independentes através do instrumento proposto1313 Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum. 2012;64(6):2028-37.. Trata-se de uma ferramenta composta por 10 pontos com o objetivo de avaliar estudos de prevalência, analisando aspectos dos artigos e correlacionando a validade externa e interna. Posteriormente o risco é classificado em baixo, moderado ou alto.

A classificação final de cada artigo, o que determina a qualidade metodológica, foi baseada no estudo1414 Nascimento PR, Costa LO. Prevalência da dor lombar no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saúde Pública. 2015;31(6):1141-55., sendo composto da seguinte forma: baixo risco quando preenchiam no mínimo nove dos critérios da tabela; médio ou moderado risco de viés quando sete ou oito dos critérios eram encontrados nos estudos; e alto risco de viés para os que atendessem menos de sete dos critérios apresentados.

Análise estatística

Os estudos foram agrupados por região do país, em seguida foi analisada a normalidade dos dados de prevalência com o teste de Shapiro-Wilk, e em seguida os dados foram analisados com teste T, ou teste de Wilcoxon, para amostra única no software estatístico Graphpad Prism 9.0 para determinação da média de prevalência e o Intervalo de Confiança a 95% (95% IC).

RESULTADOS

Dos 35 estudos transversais incluídos nesta revisão, 10 foram realizados no estado de São Paulo, dois no Rio Grande do Sul, dois em Goiás, cinco no Maranhão, três em Minas Gerais, um na Bahia, quatro no Paraná, três no Rio de Janeiro, um no Piauí, um em Santa Catarina e três abrangeram todo o território brasileiro (Figura 2). O número total dos indivíduos que participaram dos estudos foi de 122.060 pessoas com diferentes condições clínicas de dor crônica, com a amostra nos artigos variando de 23 a 62.982 indivíduos. A idade média ou a frequência de idade dos participantes apresentados nos estudos variaram de 15 a 80 anos. A região do Brasil (Tabela 2) com maior prevalência dentre os estudos incluídos foi a Região Centro-Oeste (56,25%).

Figura 2
Prevalência de dor crônica nacional e fracionada por estados da federação

Tabela 2
Prevalência de dor crônica por região geográfica (Média 95% IC)

Critérios de dor crônica

Os critérios de dor crônica, segundo a definição vigente antes da atualização pela IASP, foram informados em todos os 35 artigos, seja no percurso de seu manuscrito ou no método investigativo através dos questionários. 13 artigos trouxeram critérios de presença de dor contínua ou recorrente com duração de 3 meses ou mais, enquanto 22 estudos escolheram o período igual ou superior a 6 meses. Destes, apenas quatro artigos acrescentam que a dor, para ser crônica, também é aquela que persiste após o tempo normal de recuperação.

Composição da amostra dos estudos

Com relação à amostra da pesquisa, nenhum artigo que abrangesse crianças foi identificado e incluído, entretanto incluiu-se um artigo realizado com adolescentes. Além disso, foram incluídos cinco estudos exclusivamente com adultos; 10 trabalhos com amostragem exclusiva de idosos (acima de 60 anos); 13 estudos envolvendo adultos e idosos; três pesquisas envolvendo adolescentes, adultos e idosos; e três estudos com adolescentes e adultos.

Origem dos dados coletados

Os locais escolhidos para as coletas foram lugares comunitários como escolas, universidades, domicílios e outros, como também localidades que oferecem serviços de saúde, hospitais, centros especializados em dor ou Unidades Básicas de Saúde (UBS). Do total de 35 pesquisas, 20 foram realizadas nas residências dos entrevistados, 9 em ambientes públicos e 6 em clínicas, hospitais ou UBS.

Sexo

Três estudos apresentaram 100% indivíduos do sexo feminino em sua amostra e um estudo apresentou 100% do sexo masculino. Vinte e oito artigos incluíram tanto mulheres como homens, sendo o público feminino mais prevalente nas amostras de 26 manuscritos. Apenas um apresentou predomínio masculino e um estudo apresentou em sua amostra 50% de cada sexo. Três estudos não informaram o sexo majoritário de sua amostra, embora, destes, apenas um artigo não informou o sexo prevalente acometido de DC, os outros dois apresentaram prevalência predominante do público feminino. A presença de DC foi mais prevalente no sexo feminino, apresentando em média 71,49% de acometimento dentre os estudos elegíveis (Tabela 3), além disso, levando em consideração todos os artigos incluídos, as mulheres também são as mais acometidas (70,58%).

Tabela 3
Taxa de prevalência de dor crônica e de suas características biológicas na população brasileira

Ferramentas

A identificação da DC foi realizada através de determinados instrumentos, sendo que 20 artigos usaram questionário próprio, 1 estudo usou o questionário Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (SABE), um estudo utilizou o questionário SABE modificado e um deles usou a Numeric Rating Scale (NRS). Na caracterização de estudos com dor nociceptiva, 5 artigos utilizaram questionário próprio para realizar levantamento de dor crônica lombar, musculoesquelética, pélvica, pescoço e cabeça, face e pescoço, um usou o Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) para dor vertebral, 3 artigos utilizaram o questionário nórdico para avaliar dor lombar e dor cervical. Já na dor neuropática, o artigo incluído usou o questionário Douleur Neuropathique 4 (DN4) e, por fim, em relação à caracterização de dor nociplástica, foi utilizado o questionário Fibromyalgia Impact Questionnaire (FIQ) para identificar a prevalência de fibromialgia e um questionário próprio para identificação de pessoas com síndrome do intestino irritável e dor crônica generalizada.

Prevalência de dor crônica

No Brasil, a prevalência de dor crônica nos estudos coletados foi diversa, apresentando desde 23,02% em um estudo realizado no Maranhão, até 76,17% em um estudo online conduzido em âmbito nacional. Entretanto, de uma forma geral e inespecífica, a prevalência nacional de DC foi de 45,59% para todos os estudos incluídos (Tabela 2). Um dos pontos que desperta atenção é que, em adultos moradores da cidade de São Paulo, o percentual da população com DC, em média, foi de 31%, enquanto em adultos residentes da cidade de São Luís foi de 42,3% (Tabela 3).

Ao fim dos resultados identificou-se estudos que atendem aos critérios de classificação quanto aos mecanismos de dor predominantes da IASP, sendo agrupados na tabela 4. Nos estudos que declaram ter incluído dores de predomínio possivelmente nociceptivo (Tabela 4), a prevalência inespecífica dos achados foi de 29,5% e uma alta variação de resultados foi observada entre os artigos, especialmente os relacionados à dor lombar crônica (dentre as dores inseridas como nociceptivas), apresentando valor mínimo de 10,7% em estudo com adolescentes do município de Caracol, do estado do Piauí, e chegando a 96,8% de dor lombar crônica em pacientes com diagnóstico de Parkinson do ambulatório de um hospital de Belo Horizonte.

Tabela 4
Taxas de prevalência de dor crônica nociceptiva, neuropática e nociplástica na população brasileira

Em relação à prevalência de dor neuropática, o resultado foi de 14,5% em pacientes internados em hospitais da área urbana de Santo André/SP. Já sobre características de dor nociplástica, foi apresentada uma prevalência de 5,5% de fibromialgia em relação à população de idosos residentes da região oeste de São Paulo, como também 19,5% de prevalência de síndrome do intestino irritável em mulheres com dor crônica pélvica, com prevalência média entre os estudos de 12,5% (Tabela 4).

Localização da dor

O local que mais prevaleceu em relação à DC foi a região lombar, com 41,96% de prevalência geral, considerando todos os tipos de dor investigados, seguido por membros inferiores, cabeça, articulações e membros superiores. Houve ainda um estudo que trouxe agrupamento formado de lombar, sacro e cóccix, como também cabeça, face e boca. A dor lombar crônica foi prevalente em 35,33% se considerados apenas os artigos de aspectos gerais da tabela 4, e 52,58% somente em artigos sobre as características possivelmente nociceptivas. Sete estudos não informaram a localização predominante de dor.

Avaliação do risco de viés

Dentre os estudos incluídos nesta revisão e analisados metodologicamente, a pontuação variou entre 4 e 9 pontos de 10 pontos possíveis. Em relação à classificação final, 8 estudos foram nomeados com alto risco de viés e 27 artigos com moderado risco de viés. Na distribuição dos pontos da ferramenta proposta, o resultado apresentou maior risco de viés nos dois primeiros pontos da validade externa. A população-alvo como representação da população brasileira e sistema de amostragem obtiveram 32 artigos com risco alto de viés, seleção aleatória com nove e viés de não resposta obteve oito pesquisas classificadas também com alto risco.

Já no que se refere à validade interna, o item de coleta direta dos entrevistados não apresentou alto risco, embora apresentasse 6 estudos com risco moderado. Em contrapartida, os critérios definição de caso e a forma de coleta apresentaram dois estudos com alto risco de viés. Os parâmetros de interesse demonstraram alto risco em cinco estudos. Apenas os critérios de instrumentos utilizados e a duração de prevalência não apresentaram classificação de alto nem moderado risco de viés. A avaliação, na classificação geral, resultou em 27 artigos com risco moderado de viés e 8 estudos com alto risco de viés (Figura 3).

Figura 3
Análise do risco de viés dos estudos incluídos

DISCUSSÃO

A síntese dos estudos de prevalência incluídos na presente revisão, prioritariamente colhidos em unidades de saúde especializadas ou não em dor, mostrou uma prevalência de DC expressiva, principalmente em mulheres e idosos, assim como a localização predominante de dor na coluna lombar. Houve uma significativa quantidade de estudos que abrangeram distintas áreas do corpo. Quanto à região geográfica, houve maior prevalência de DC no Centro-Oeste brasileiro, enquanto a região Norte ainda não dispõe de estudos exclusivamente seus e não pôde ter quantificada sua prevalência baseada em estudos regionais. Além disso, o mecanismo de dor mais relatado entre os estudos revisados é possivelmente o nociceptivo.

Evidenciou-se alta prevalência de DC na população brasileira, este dado também se apresenta elevado em países desenvolvidos, como Japão (39,3%)5050 Inoue S, Kobayashi F, Nishihara M, Arai YC, Ikemoto T, Kawai T, et al. Chronic pain in the Japanese community-prevalence, characteristics and impact on quality of life. PLoS One. 2015;10(6);e0129262., China (Hong Kong - 34,9%)5151 Jackson T, Chen H, Iezzi T, Yee M, Chen F. Prevalence and correlates of chronic pain in a random population study of adults in Hongqing, China. Clin J Pain. 2014;30(4):346-52. e Estados Unidos (30,7%)5252 Johannes CB, Le TK, Zhou X, Johnston JA, Dworkin RH. The Prevalence of chronic pain in United States adults: results of an internet-based survey. J Pain. 2010;11(11):1230-9., ou em desenvolvimento, como o Irã (38,9%)5353 Zarei S, Bigizadeh S, Pourahmadi M, Ghobadifar MA. Chronic pain and its determinants: a population-based study in southern Iran. Korean J Pain. 2012;25(4):245-53.. Este fato pode inferir que a presença de DC não está associada diretamente ao contexto econômico de cada nação. Em relação ao sexo, a DC no Brasil predominou no sexo feminino1515 Cordeiro Q, Khouri ME, Ota D, Ciampi D, Corbett CE. Lombalgia e cefaleia como aspectos importantes da dor crônica na atenção primária à saúde em uma comunidade da região amazônica brasileira. Acta Fisiatr. 2008;15(2):101-5.

16 Sá K, Baptista AF, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor crônica e fatores associados na população de Salvador, Bahia. Rev Saúde Pública. 2009;43(4):622-30.

17 de Moraes Vieira EB, Garcia JB, da Silva AA, Mualem Araújo RL, Jansen RC. Prevalence, characteristics, and factors associated with chronic pain with and without neuropathic characteristics in São Luís, Brazil. J Pain Symptom Manage. 2012;44(2):239-51.

18 Vieira EB, Garcia JB, Silva AA, Araujo RL, Jansen RC, Bertrand AL. Chronic pain, associated factors, and impact on daily life: are there differences between the sexes? Cad Saude Publica. 2012;28(8):1459-67.

19 Silva CD, Ferraz GC, Alves F, Cruz LAF, Cruz LV, Stival MM, et al. Prevalência de dor crônica em estudantes universitários de enfermagem. Texto & Contexto Enferm. 2011;20(3):319-25.
-2020 Pereira LV, de Vasconcelos PP, Souza LA, Pereira Gde A, Nakatani AY, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9.,2222 Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16.,2323 Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.,2525 Pereira FG, França MH, Paiva MCA, Andrade LH, Viana MC. Prevalence and clinical profile of chronic pain and its association with mental disorders. Rev. Saude Publica. 2017;51:96.

26 Silva AL, Smaidil K, Pires MH, Pires OC. Prevalence of chronic pain and associated factors among medical students. Rev Dor. 2017;18(2):108-11.

27 Torres JL, da Silva SLA, Ferreira FR, Mendes LPS, Machado LA. Chronic pain is associated with increased health care use among community-dwelling older adults in Brazil: the pain in elderly (PAINEL) study. Fam Pract. 2019;36(5):594-9.

28 Souza DFS, Hafele V, Siqueira FV. Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2019;24(1):1-10.
-2929 Kreling MC, Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm. 2006;59(4):509-13.,3131 Dellaroza MS, Furuya RK, Cabrera MA, Matsuo T, Trelha C, Yamada KN, et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):36-41.

32 dos Santos FA, de Souza JB, Antes DL, d'Orsi E. Prevalence of chronic pain and its association with the sociodemographic situation and physical activity in leisure of elderly in Florianópolis, Santa Catarina: population-based study. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):234-247.
-3333 Lini EV, Tomicki C, Giacomazzil RB, Dellani MP, Doring M, Portella MR. Prevalence of self-referred chronic pain and intercurrences in the health of the elderly. Rev Dor. 2016;17(4):279-82.,3535 Santos LG, Madeira K, Longen WC. Prevalence of self-reported spinal pain in Brazil: results of the national health research. Coluna/Columna. 2017;16(3):198-201

36 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.
-3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.,4040 Meziat Filho N, Coutinho ES, Azevedo e Silva G. Association between home posture habits and low back pain in high school adolescents. Eur Spine J. 2014;24(3):425-33.,4343 Bárbara Pereira Costa A, Andrade Carneiro Machado L, Marcos Domingos Dias J, Keller Coelho de Oliveira A, U de Viana J, da Silva SL, et al. Nutritional risks associated with chronic musculoskeletal pain in community-dwelling older persons: The PAINEL study. J Nutr Gerontol Geriatr. 2016;35(1):43-51.

44 Depintor JD, Bracher ES, Cabral DM, Eluf-Neto J. Prevalence of chronic spinal pain and identification of associated factors in a sample of the population of São Paulo, Brazil: cross-sectional study. São Paulo Med J. 2016;134(5):375-84.

45 Meziat-Filho N, Silva GA, Continho ES, Mendonça R, Santos V. Association between home posture habits and neck pain in High School adolescents. J Back Musculoskelet Rehabil. 2016;30(3):467-75.

46 Santos MCS, de Andrade SM, González AD, Dias DF, Mesas AE. Association between chronic pain and leisure time physical activity and sedentary behavior in schoolteachers. Behav Med. 2018;44(4):335-43.
-4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53.,4949 Santos AM, Burti JS, Lopes JB, Scazufca M, Marques AP, Pereira RM. Prevalence of fibromyalgia and chronic widespread pain in community-dwelling elderly subjects living in São Paulo, Brazil. Maturitas. 2010;67(3):251-5., assim como nos estudos de outros países5050 Inoue S, Kobayashi F, Nishihara M, Arai YC, Ikemoto T, Kawai T, et al. Chronic pain in the Japanese community-prevalence, characteristics and impact on quality of life. PLoS One. 2015;10(6);e0129262.,5252 Johannes CB, Le TK, Zhou X, Johnston JA, Dworkin RH. The Prevalence of chronic pain in United States adults: results of an internet-based survey. J Pain. 2010;11(11):1230-9.

53 Zarei S, Bigizadeh S, Pourahmadi M, Ghobadifar MA. Chronic pain and its determinants: a population-based study in southern Iran. Korean J Pain. 2012;25(4):245-53.

54 Sjogren P, Ekholm O, Peuckmann V, Gronbaek M. Epidemiology of chronic pain in Denmark: an update. Eur J Pain. 2009;13(3);287-92.

55 Blyth FM, March LM, Brnabic AJM, Jorm LR, Williamson M, Cousins M. J. Chronic pain in Australia: a prevalence study. Pain. 2001;89(2):127-34.
-5656 Elzahaf RA, Johnson MI, Tashani OA. The epidemiology of chronic pain in Libya: a cross-sectional telephone survey. BMC Public Health. 2016;16:776..

Além disso, grande parte das amostras foi composta por adultos e idosos, sendo a DC mais prevalente entre idosos. Este aumento da idade já foi identificado como um fator fortemente associado à maior prevalência de DC1818 Vieira EB, Garcia JB, Silva AA, Araujo RL, Jansen RC, Bertrand AL. Chronic pain, associated factors, and impact on daily life: are there differences between the sexes? Cad Saude Publica. 2012;28(8):1459-67., fato reiterado pelos estudos incluídos na presente revisão2020 Pereira LV, de Vasconcelos PP, Souza LA, Pereira Gde A, Nakatani AY, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9.,2424 Silva KN, Dutra FC. Psychosocial job factors and chronic pain: analysis in two municipal schools. Rev Dor. 2016;17(3):164-70.,3232 dos Santos FA, de Souza JB, Antes DL, d'Orsi E. Prevalence of chronic pain and its association with the sociodemographic situation and physical activity in leisure of elderly in Florianópolis, Santa Catarina: population-based study. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):234-247.,3535 Santos LG, Madeira K, Longen WC. Prevalence of self-reported spinal pain in Brazil: results of the national health research. Coluna/Columna. 2017;16(3):198-201

36 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.
-3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.. A localidade escolhida para coleta da amostra também é um fator determinante para prevalência de DC e isso foi observado no presente estudo, pois coletas realizadas em domicílios dos entrevistados apresentaram uma prevalência de dor crônica menor1616 Sá K, Baptista AF, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor crônica e fatores associados na população de Salvador, Bahia. Rev Saúde Pública. 2009;43(4):622-30.

17 de Moraes Vieira EB, Garcia JB, da Silva AA, Mualem Araújo RL, Jansen RC. Prevalence, characteristics, and factors associated with chronic pain with and without neuropathic characteristics in São Luís, Brazil. J Pain Symptom Manage. 2012;44(2):239-51.
-1818 Vieira EB, Garcia JB, Silva AA, Araujo RL, Jansen RC, Bertrand AL. Chronic pain, associated factors, and impact on daily life: are there differences between the sexes? Cad Saude Publica. 2012;28(8):1459-67.,2121 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrao ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública. 2013;29(2):325-34.,2323 Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.,2525 Pereira FG, França MH, Paiva MCA, Andrade LH, Viana MC. Prevalence and clinical profile of chronic pain and its association with mental disorders. Rev. Saude Publica. 2017;51:96.,2727 Torres JL, da Silva SLA, Ferreira FR, Mendes LPS, Machado LA. Chronic pain is associated with increased health care use among community-dwelling older adults in Brazil: the pain in elderly (PAINEL) study. Fam Pract. 2019;36(5):594-9. em relação a de estudos com coletas online3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8., ou em centros especializados de saúde2222 Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16..

Com relação à localização anatômica da DC, a dor lombar foi constatada como a principal região, tanto em estudos online3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8. quanto em entrevistas realizadas nos próprios domicílios2121 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrao ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública. 2013;29(2):325-34.,2323 Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.,3434 Rodrigues D, Linil EV, Mascarelo A, Portella MR, Doring M. Prevalence of chronic pain among elderly living in a city of Northern Rio. Rev Dor. 2016;17(3):201-4., e seu quantitativo foi considerado alto em populações adultas e em adolescentes1414 Nascimento PR, Costa LO. Prevalência da dor lombar no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saúde Pública. 2015;31(6):1141-55.. Essa revisão reforça esta conclusão, já que também se constatou elevada prevalência de DC na região lombar entre os estudos com brasileiros. Um estudo anterior da Global Burden of Diseases (GBD)5757 de David CN, Deligne LMC, da Silva RS, Malta DC, Duncan BB, Passos VMA, et al. The burden of low back pain in Brazil: estimates from the Global Burden of Disease 2017 Study. Popul Health Metr. 2020;18(Suppl 1):12. afirmou que, de fato, a prevalência estimada deve aumentar e os presentes dados mostram que esses pacientes procuram por tratamento em centros clínicos3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8., isso reforça a importância da capacitação dos profissionais de saúde e a busca por medidas preventivas, como o estímulo à prática de atividade física5858 Steffens D, Maher CG, Pereira LS, Stevens ML, Oliveira VC, Chapple M, et al. Prevention of low back pain: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2016;176(2):199-208..

Com relação aos dois estudos com abrangência nacional, um deles foi realizado por entrevista via telefone com a população em geral de todos os estados da Federação e Distrito Federal, identificando a região Sul3636 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830. como a de maior acometimento. O segundo estudo nacional3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8., via questionário (survey) aplicado usando a rede mundial de computadores obteve como resultado de maior prevalência de DC a região Sudeste, entretanto neste estudo foram priorizados centros de tratamento de dor como ambiente de resposta. A coleta de dados em unidades de saúde influencia diretamente na taxa de prevalência encontrada, uma vez que a maioria dos voluntários procurou esse local por algum problema de saúde, enquanto as amostras comunitárias incluem proporcionalmente mais pessoas sem dor, por exemplo. Quanto aos estudos analisados de forma regional, a maior prevalência brasileira publicada foi na região Centro-oeste, onde os estudos achados foram realizados por meio de entrevista domiciliar2020 Pereira LV, de Vasconcelos PP, Souza LA, Pereira Gde A, Nakatani AY, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9. com moradores da zona urbana de Goiânia e na Universidade Federal de Goiás com alunos do curso de enfermagem1919 Silva CD, Ferraz GC, Alves F, Cruz LAF, Cruz LV, Stival MM, et al. Prevalência de dor crônica em estudantes universitários de enfermagem. Texto & Contexto Enferm. 2011;20(3):319-25..

A qualidade metodológica dos estudos realizados com populações brasileiras apresenta algumas limitações, já que de todos os critérios avaliados, apenas dois não apresentaram alto risco nos estudos, são eles: instrumentos utilizados na coleta e duração de prevalência. Isso pode ser explicado pelo autorrelato ser a melhor forma de avaliar a dor e pela existência de uma definição do quadro álgico crônico elaborado pela IASP33 Merskey H, Bogduk N. Classification of chronic pain: descriptions of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. IASP Press. 1994.. Vale ressaltar que, dentre a amostra coletada, apenas três estudos conseguiram uma representatividade nacional em sua população alvo e amostragem3636 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.,3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.,4646 Santos MCS, de Andrade SM, González AD, Dias DF, Mesas AE. Association between chronic pain and leisure time physical activity and sedentary behavior in schoolteachers. Behav Med. 2018;44(4):335-43., já que os outros artigos trouxeram uma delimitação populacional específica. A forma de coleta foi conveniente em nove estudos1515 Cordeiro Q, Khouri ME, Ota D, Ciampi D, Corbett CE. Lombalgia e cefaleia como aspectos importantes da dor crônica na atenção primária à saúde em uma comunidade da região amazônica brasileira. Acta Fisiatr. 2008;15(2):101-5.,2626 Silva AL, Smaidil K, Pires MH, Pires OC. Prevalence of chronic pain and associated factors among medical students. Rev Dor. 2017;18(2):108-11.,2828 Souza DFS, Hafele V, Siqueira FV. Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2019;24(1):1-10.,3131 Dellaroza MS, Furuya RK, Cabrera MA, Matsuo T, Trelha C, Yamada KN, et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):36-41.,3535 Santos LG, Madeira K, Longen WC. Prevalence of self-reported spinal pain in Brazil: results of the national health research. Coluna/Columna. 2017;16(3):198-201,3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.,4141 Ruivo MA, Alves MC, BerzinMG, Berzin F. Prevalence of pain at the head, face and neck and its association with quality of life in general population of Piracicaba city. Rev. Dor. 2015;16(1):15-21.,4242 Reis FJ, Dias MD, Newlands F, Meziat-Filho N, Macedo AR. Chronic low back pain and disability in Brazilian jiu-jitsu athletes. Phys Ther Sport. 2015;16(4):340-3.,4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53., favorecendo a agilidade em reunir o número desejado de amostra, mas prejudicando uma visão mais ampla de características adversas. Oito estudos tiveram um alto viés de não resposta, não conseguindo alcançar a amostra estipulada2222 Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16.

23 Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.
-2424 Silva KN, Dutra FC. Psychosocial job factors and chronic pain: analysis in two municipal schools. Rev Dor. 2016;17(3):164-70.,2626 Silva AL, Smaidil K, Pires MH, Pires OC. Prevalence of chronic pain and associated factors among medical students. Rev Dor. 2017;18(2):108-11.,2727 Torres JL, da Silva SLA, Ferreira FR, Mendes LPS, Machado LA. Chronic pain is associated with increased health care use among community-dwelling older adults in Brazil: the pain in elderly (PAINEL) study. Fam Pract. 2019;36(5):594-9.,3131 Dellaroza MS, Furuya RK, Cabrera MA, Matsuo T, Trelha C, Yamada KN, et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):36-41.,3636 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.,4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53..

O modo de coletar dados é de suma importância para designar a fidelidade das informações, por isso seis estudos foram classificados com moderado risco2121 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrao ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública. 2013;29(2):325-34.,2727 Torres JL, da Silva SLA, Ferreira FR, Mendes LPS, Machado LA. Chronic pain is associated with increased health care use among community-dwelling older adults in Brazil: the pain in elderly (PAINEL) study. Fam Pract. 2019;36(5):594-9.,3333 Lini EV, Tomicki C, Giacomazzil RB, Dellani MP, Doring M, Portella MR. Prevalence of self-referred chronic pain and intercurrences in the health of the elderly. Rev Dor. 2016;17(4):279-82.,3636 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.,3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.,4343 Bárbara Pereira Costa A, Andrade Carneiro Machado L, Marcos Domingos Dias J, Keller Coelho de Oliveira A, U de Viana J, da Silva SL, et al. Nutritional risks associated with chronic musculoskeletal pain in community-dwelling older persons: The PAINEL study. J Nutr Gerontol Geriatr. 2016;35(1):43-51. por realizar a entrevista por telefone, uma vez que a entrevista face a face pode ser mais fidedigna para capturar dados dos indivíduos. Além disso, o ideal é que a forma de coleta seja realizada da mesma forma para todos os indivíduos da pesquisa, o que não aconteceu em dois estudos3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.,4343 Bárbara Pereira Costa A, Andrade Carneiro Machado L, Marcos Domingos Dias J, Keller Coelho de Oliveira A, U de Viana J, da Silva SL, et al. Nutritional risks associated with chronic musculoskeletal pain in community-dwelling older persons: The PAINEL study. J Nutr Gerontol Geriatr. 2016;35(1):43-51.. No geral, os artigos que foram realizados com o objetivo de quantificar a prevalência de dor crônica no Brasil possuem, segundo esta revisão, risco moderado de viés1515 Cordeiro Q, Khouri ME, Ota D, Ciampi D, Corbett CE. Lombalgia e cefaleia como aspectos importantes da dor crônica na atenção primária à saúde em uma comunidade da região amazônica brasileira. Acta Fisiatr. 2008;15(2):101-5.

16 Sá K, Baptista AF, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor crônica e fatores associados na população de Salvador, Bahia. Rev Saúde Pública. 2009;43(4):622-30.

17 de Moraes Vieira EB, Garcia JB, da Silva AA, Mualem Araújo RL, Jansen RC. Prevalence, characteristics, and factors associated with chronic pain with and without neuropathic characteristics in São Luís, Brazil. J Pain Symptom Manage. 2012;44(2):239-51.

18 Vieira EB, Garcia JB, Silva AA, Araujo RL, Jansen RC, Bertrand AL. Chronic pain, associated factors, and impact on daily life: are there differences between the sexes? Cad Saude Publica. 2012;28(8):1459-67.

19 Silva CD, Ferraz GC, Alves F, Cruz LAF, Cruz LV, Stival MM, et al. Prevalência de dor crônica em estudantes universitários de enfermagem. Texto & Contexto Enferm. 2011;20(3):319-25.
-2020 Pereira LV, de Vasconcelos PP, Souza LA, Pereira Gde A, Nakatani AY, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9.,2222 Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16.

23 Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.

24 Silva KN, Dutra FC. Psychosocial job factors and chronic pain: analysis in two municipal schools. Rev Dor. 2016;17(3):164-70.
-2525 Pereira FG, França MH, Paiva MCA, Andrade LH, Viana MC. Prevalence and clinical profile of chronic pain and its association with mental disorders. Rev. Saude Publica. 2017;51:96.,2828 Souza DFS, Hafele V, Siqueira FV. Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2019;24(1):1-10.

29 Kreling MC, Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm. 2006;59(4):509-13.
-3030 Dellaroza MS, Pimenta CA, Matsuo T. Prevalência e caracterização de dor crônica em idosos não institucionalizados. Cad Saúde Pública. 2007;23(5):1151-60.,3232 dos Santos FA, de Souza JB, Antes DL, d'Orsi E. Prevalence of chronic pain and its association with the sociodemographic situation and physical activity in leisure of elderly in Florianópolis, Santa Catarina: population-based study. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):234-247.,3434 Rodrigues D, Linil EV, Mascarelo A, Portella MR, Doring M. Prevalence of chronic pain among elderly living in a city of Northern Rio. Rev Dor. 2016;17(3):201-4.,3636 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.

37 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.

38 Coelho LS, Brito LM, Chein MB, Mascarenhas TS, Costa JP, Nogueira AA, et al. Prevalence and conditions associated with chronic pelvic pain in women from Sao Luiz, Brazil. Braz J Med Biol Res. 2014;47(9):818-25.

39 Meucci RD, Linhares AO, Olmedo DW, Cousin Sobrinho EL, Duarte VM, Cesar JA. Dor lombar em adolescentes do semiárido: resultados de um censo populacional no município de Caracol (PI), Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(3):733-40.

40 Meziat Filho N, Coutinho ES, Azevedo e Silva G. Association between home posture habits and low back pain in high school adolescents. Eur Spine J. 2014;24(3):425-33.

41 Ruivo MA, Alves MC, BerzinMG, Berzin F. Prevalence of pain at the head, face and neck and its association with quality of life in general population of Piracicaba city. Rev. Dor. 2015;16(1):15-21.
-4242 Reis FJ, Dias MD, Newlands F, Meziat-Filho N, Macedo AR. Chronic low back pain and disability in Brazilian jiu-jitsu athletes. Phys Ther Sport. 2015;16(4):340-3.,4444 Depintor JD, Bracher ES, Cabral DM, Eluf-Neto J. Prevalence of chronic spinal pain and identification of associated factors in a sample of the population of São Paulo, Brazil: cross-sectional study. São Paulo Med J. 2016;134(5):375-84.

45 Meziat-Filho N, Silva GA, Continho ES, Mendonça R, Santos V. Association between home posture habits and neck pain in High School adolescents. J Back Musculoskelet Rehabil. 2016;30(3):467-75.

46 Santos MCS, de Andrade SM, González AD, Dias DF, Mesas AE. Association between chronic pain and leisure time physical activity and sedentary behavior in schoolteachers. Behav Med. 2018;44(4):335-43.

47 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53.
-4848 Lessa LM, Chen MB, da Silva DS, Poli Neto OB, Nogueira AA, Coelho LS, et al. Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013;35(2):84-9.,4949 Santos AM, Burti JS, Lopes JB, Scazufca M, Marques AP, Pereira RM. Prevalence of fibromyalgia and chronic widespread pain in community-dwelling elderly subjects living in São Paulo, Brazil. Maturitas. 2010;67(3):251-5..

Esta revisão buscou avaliar a prevalência de dor musculoesquelética de predomínio nociceptivo através da exclusão de estudos de prevalência de dor claramente neuropática4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53., como as radiculopatias da cervical e lombar e condições que reconhecidamente cursam com sinais de nociplastia4848 Lessa LM, Chen MB, da Silva DS, Poli Neto OB, Nogueira AA, Coelho LS, et al. Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013;35(2):84-9.,4949 Santos AM, Burti JS, Lopes JB, Scazufca M, Marques AP, Pereira RM. Prevalence of fibromyalgia and chronic widespread pain in community-dwelling elderly subjects living in São Paulo, Brazil. Maturitas. 2010;67(3):251-5., como a fibromialgia. Apesar disso, a atualização da definição dos mecanismos de dor propostos pela IASP foi realizada apenas em 201755 Chimenti RL, Frey-law LA, Sluka KA. A mechanism-based approach to physical therapist management of pain. Phys Ther.2018;98(5):302-14. e muitos estudos incluídos na presente revisão datam sua publicação e condução de momentos anteriores a essa publicação, portanto, não se pode afirmar, com plena certeza, que a prevalência relatada é apenas de dor musculoesquelética de predomínio nociceptivo.

Pontos fortes e limitações do estudo

Com relação aos pontos fortes do estudo, fez-se a maior revisão sistemática de prevalência de dor do Brasil e pela primeira vez observou-se esses dados em subclassificações por mecanismos descritos pela IASP. Além disso, conduziu-se o estudo com análise de qualidade da evidência, a fim de melhor guiar decisões futuras, tendo em vista que a maioria dos artigos incluídos apresentou qualidade de evidência alta ou moderada. Com relação às limitações do estudo, relata-se o não registro prévio do protocolo de pesquisa no International Prospective Register of Systematic Reviews. Outro ponto limitador relevante é em relação a uma padronização do tempo de presença de dor para consideração da DC nos artigos incluídos, já que alguns artigos trouxeram tempo de três meses1515 Cordeiro Q, Khouri ME, Ota D, Ciampi D, Corbett CE. Lombalgia e cefaleia como aspectos importantes da dor crônica na atenção primária à saúde em uma comunidade da região amazônica brasileira. Acta Fisiatr. 2008;15(2):101-5.,2323 Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.,2424 Silva KN, Dutra FC. Psychosocial job factors and chronic pain: analysis in two municipal schools. Rev Dor. 2016;17(3):164-70.,2828 Souza DFS, Hafele V, Siqueira FV. Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2019;24(1):1-10.,3333 Lini EV, Tomicki C, Giacomazzil RB, Dellani MP, Doring M, Portella MR. Prevalence of self-referred chronic pain and intercurrences in the health of the elderly. Rev Dor. 2016;17(4):279-82.,3434 Rodrigues D, Linil EV, Mascarelo A, Portella MR, Doring M. Prevalence of chronic pain among elderly living in a city of Northern Rio. Rev Dor. 2016;17(3):201-4.,3939 Meucci RD, Linhares AO, Olmedo DW, Cousin Sobrinho EL, Duarte VM, Cesar JA. Dor lombar em adolescentes do semiárido: resultados de um censo populacional no município de Caracol (PI), Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(3):733-40.,4040 Meziat Filho N, Coutinho ES, Azevedo e Silva G. Association between home posture habits and low back pain in high school adolescents. Eur Spine J. 2014;24(3):425-33.,4444 Depintor JD, Bracher ES, Cabral DM, Eluf-Neto J. Prevalence of chronic spinal pain and identification of associated factors in a sample of the population of São Paulo, Brazil: cross-sectional study. São Paulo Med J. 2016;134(5):375-84.,4545 Meziat-Filho N, Silva GA, Continho ES, Mendonça R, Santos V. Association between home posture habits and neck pain in High School adolescents. J Back Musculoskelet Rehabil. 2016;30(3):467-75.,4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53.,4949 Santos AM, Burti JS, Lopes JB, Scazufca M, Marques AP, Pereira RM. Prevalence of fibromyalgia and chronic widespread pain in community-dwelling elderly subjects living in São Paulo, Brazil. Maturitas. 2010;67(3):251-5. e outros o período de seis meses1616 Sá K, Baptista AF, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor crônica e fatores associados na população de Salvador, Bahia. Rev Saúde Pública. 2009;43(4):622-30.

17 de Moraes Vieira EB, Garcia JB, da Silva AA, Mualem Araújo RL, Jansen RC. Prevalence, characteristics, and factors associated with chronic pain with and without neuropathic characteristics in São Luís, Brazil. J Pain Symptom Manage. 2012;44(2):239-51.

18 Vieira EB, Garcia JB, Silva AA, Araujo RL, Jansen RC, Bertrand AL. Chronic pain, associated factors, and impact on daily life: are there differences between the sexes? Cad Saude Publica. 2012;28(8):1459-67.

19 Silva CD, Ferraz GC, Alves F, Cruz LAF, Cruz LV, Stival MM, et al. Prevalência de dor crônica em estudantes universitários de enfermagem. Texto & Contexto Enferm. 2011;20(3):319-25.

20 Pereira LV, de Vasconcelos PP, Souza LA, Pereira Gde A, Nakatani AY, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9.

21 Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrao ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública. 2013;29(2):325-34.
-2222 Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16.,2525 Pereira FG, França MH, Paiva MCA, Andrade LH, Viana MC. Prevalence and clinical profile of chronic pain and its association with mental disorders. Rev. Saude Publica. 2017;51:96.

26 Silva AL, Smaidil K, Pires MH, Pires OC. Prevalence of chronic pain and associated factors among medical students. Rev Dor. 2017;18(2):108-11.
-2727 Torres JL, da Silva SLA, Ferreira FR, Mendes LPS, Machado LA. Chronic pain is associated with increased health care use among community-dwelling older adults in Brazil: the pain in elderly (PAINEL) study. Fam Pract. 2019;36(5):594-9.,2929 Kreling MC, Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm. 2006;59(4):509-13.

30 Dellaroza MS, Pimenta CA, Matsuo T. Prevalência e caracterização de dor crônica em idosos não institucionalizados. Cad Saúde Pública. 2007;23(5):1151-60.

31 Dellaroza MS, Furuya RK, Cabrera MA, Matsuo T, Trelha C, Yamada KN, et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):36-41.
-3232 dos Santos FA, de Souza JB, Antes DL, d'Orsi E. Prevalence of chronic pain and its association with the sociodemographic situation and physical activity in leisure of elderly in Florianópolis, Santa Catarina: population-based study. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):234-247.,3535 Santos LG, Madeira K, Longen WC. Prevalence of self-reported spinal pain in Brazil: results of the national health research. Coluna/Columna. 2017;16(3):198-201

36 de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.

37 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.
-3838 Coelho LS, Brito LM, Chein MB, Mascarenhas TS, Costa JP, Nogueira AA, et al. Prevalence and conditions associated with chronic pelvic pain in women from Sao Luiz, Brazil. Braz J Med Biol Res. 2014;47(9):818-25.,4141 Ruivo MA, Alves MC, BerzinMG, Berzin F. Prevalence of pain at the head, face and neck and its association with quality of life in general population of Piracicaba city. Rev. Dor. 2015;16(1):15-21.,4242 Reis FJ, Dias MD, Newlands F, Meziat-Filho N, Macedo AR. Chronic low back pain and disability in Brazilian jiu-jitsu athletes. Phys Ther Sport. 2015;16(4):340-3.,4343 Bárbara Pereira Costa A, Andrade Carneiro Machado L, Marcos Domingos Dias J, Keller Coelho de Oliveira A, U de Viana J, da Silva SL, et al. Nutritional risks associated with chronic musculoskeletal pain in community-dwelling older persons: The PAINEL study. J Nutr Gerontol Geriatr. 2016;35(1):43-51.,4545 Meziat-Filho N, Silva GA, Continho ES, Mendonça R, Santos V. Association between home posture habits and neck pain in High School adolescents. J Back Musculoskelet Rehabil. 2016;30(3):467-75.,4646 Santos MCS, de Andrade SM, González AD, Dias DF, Mesas AE. Association between chronic pain and leisure time physical activity and sedentary behavior in schoolteachers. Behav Med. 2018;44(4):335-43.,4848 Lessa LM, Chen MB, da Silva DS, Poli Neto OB, Nogueira AA, Coelho LS, et al. Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013;35(2):84-9..

A origem das amostras, em alguns artigos, foram centros de tratamentos1515 Cordeiro Q, Khouri ME, Ota D, Ciampi D, Corbett CE. Lombalgia e cefaleia como aspectos importantes da dor crônica na atenção primária à saúde em uma comunidade da região amazônica brasileira. Acta Fisiatr. 2008;15(2):101-5.,2222 Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16.,3737 Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8., hospitais4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53. e instituições1919 Silva CD, Ferraz GC, Alves F, Cruz LAF, Cruz LV, Stival MM, et al. Prevalência de dor crônica em estudantes universitários de enfermagem. Texto & Contexto Enferm. 2011;20(3):319-25.,2424 Silva KN, Dutra FC. Psychosocial job factors and chronic pain: analysis in two municipal schools. Rev Dor. 2016;17(3):164-70.,2626 Silva AL, Smaidil K, Pires MH, Pires OC. Prevalence of chronic pain and associated factors among medical students. Rev Dor. 2017;18(2):108-11.,2929 Kreling MC, Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm. 2006;59(4):509-13.,3535 Santos LG, Madeira K, Longen WC. Prevalence of self-reported spinal pain in Brazil: results of the national health research. Coluna/Columna. 2017;16(3):198-201, com público já acometido com comorbidades acompanhadas de dor4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53.

48 Lessa LM, Chen MB, da Silva DS, Poli Neto OB, Nogueira AA, Coelho LS, et al. Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013;35(2):84-9.
-4949 Santos AM, Burti JS, Lopes JB, Scazufca M, Marques AP, Pereira RM. Prevalence of fibromyalgia and chronic widespread pain in community-dwelling elderly subjects living in São Paulo, Brazil. Maturitas. 2010;67(3):251-5.. Estes locais podem ter sido escolhidos, provavelmente, pela facilidade de alcançar a amostra alvo, entretanto podem influenciar nos resultados. Com relação à prevalência de DC por sexo, quando existiu prevalência feminina havia também uma amostra predominante de mulheres1515 Cordeiro Q, Khouri ME, Ota D, Ciampi D, Corbett CE. Lombalgia e cefaleia como aspectos importantes da dor crônica na atenção primária à saúde em uma comunidade da região amazônica brasileira. Acta Fisiatr. 2008;15(2):101-5.

16 Sá K, Baptista AF, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor crônica e fatores associados na população de Salvador, Bahia. Rev Saúde Pública. 2009;43(4):622-30.

17 de Moraes Vieira EB, Garcia JB, da Silva AA, Mualem Araújo RL, Jansen RC. Prevalence, characteristics, and factors associated with chronic pain with and without neuropathic characteristics in São Luís, Brazil. J Pain Symptom Manage. 2012;44(2):239-51.
-1818 Vieira EB, Garcia JB, Silva AA, Araujo RL, Jansen RC, Bertrand AL. Chronic pain, associated factors, and impact on daily life: are there differences between the sexes? Cad Saude Publica. 2012;28(8):1459-67.,2020 Pereira LV, de Vasconcelos PP, Souza LA, Pereira Gde A, Nakatani AY, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9.,2222 Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16.,2323 Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.,2525 Pereira FG, França MH, Paiva MCA, Andrade LH, Viana MC. Prevalence and clinical profile of chronic pain and its association with mental disorders. Rev. Saude Publica. 2017;51:96.

26 Silva AL, Smaidil K, Pires MH, Pires OC. Prevalence of chronic pain and associated factors among medical students. Rev Dor. 2017;18(2):108-11.

27 Torres JL, da Silva SLA, Ferreira FR, Mendes LPS, Machado LA. Chronic pain is associated with increased health care use among community-dwelling older adults in Brazil: the pain in elderly (PAINEL) study. Fam Pract. 2019;36(5):594-9.

28 Souza DFS, Hafele V, Siqueira FV. Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2019;24(1):1-10.
-2929 Kreling MC, Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm. 2006;59(4):509-13.,3131 Dellaroza MS, Furuya RK, Cabrera MA, Matsuo T, Trelha C, Yamada KN, et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):36-41.

32 dos Santos FA, de Souza JB, Antes DL, d'Orsi E. Prevalence of chronic pain and its association with the sociodemographic situation and physical activity in leisure of elderly in Florianópolis, Santa Catarina: population-based study. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):234-247.
-3333 Lini EV, Tomicki C, Giacomazzil RB, Dellani MP, Doring M, Portella MR. Prevalence of self-referred chronic pain and intercurrences in the health of the elderly. Rev Dor. 2016;17(4):279-82.,3535 Santos LG, Madeira K, Longen WC. Prevalence of self-reported spinal pain in Brazil: results of the national health research. Coluna/Columna. 2017;16(3):198-201-,4040 Meziat Filho N, Coutinho ES, Azevedo e Silva G. Association between home posture habits and low back pain in high school adolescents. Eur Spine J. 2014;24(3):425-33.,4343 Bárbara Pereira Costa A, Andrade Carneiro Machado L, Marcos Domingos Dias J, Keller Coelho de Oliveira A, U de Viana J, da Silva SL, et al. Nutritional risks associated with chronic musculoskeletal pain in community-dwelling older persons: The PAINEL study. J Nutr Gerontol Geriatr. 2016;35(1):43-51.

44 Depintor JD, Bracher ES, Cabral DM, Eluf-Neto J. Prevalence of chronic spinal pain and identification of associated factors in a sample of the population of São Paulo, Brazil: cross-sectional study. São Paulo Med J. 2016;134(5):375-84.
-4545 Meziat-Filho N, Silva GA, Continho ES, Mendonça R, Santos V. Association between home posture habits and neck pain in High School adolescents. J Back Musculoskelet Rehabil. 2016;30(3):467-75.,4747 Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53.,4949 Santos AM, Burti JS, Lopes JB, Scazufca M, Marques AP, Pereira RM. Prevalence of fibromyalgia and chronic widespread pain in community-dwelling elderly subjects living in São Paulo, Brazil. Maturitas. 2010;67(3):251-5., esse fato precisa ser melhor investigado, apesar de estar em consonância com dados internacionais5050 Inoue S, Kobayashi F, Nishihara M, Arai YC, Ikemoto T, Kawai T, et al. Chronic pain in the Japanese community-prevalence, characteristics and impact on quality of life. PLoS One. 2015;10(6);e0129262.,5252 Johannes CB, Le TK, Zhou X, Johnston JA, Dworkin RH. The Prevalence of chronic pain in United States adults: results of an internet-based survey. J Pain. 2010;11(11):1230-9.

53 Zarei S, Bigizadeh S, Pourahmadi M, Ghobadifar MA. Chronic pain and its determinants: a population-based study in southern Iran. Korean J Pain. 2012;25(4):245-53.

54 Sjogren P, Ekholm O, Peuckmann V, Gronbaek M. Epidemiology of chronic pain in Denmark: an update. Eur J Pain. 2009;13(3);287-92.

55 Blyth FM, March LM, Brnabic AJM, Jorm LR, Williamson M, Cousins M. J. Chronic pain in Australia: a prevalence study. Pain. 2001;89(2):127-34.
-5656 Elzahaf RA, Johnson MI, Tashani OA. The epidemiology of chronic pain in Libya: a cross-sectional telephone survey. BMC Public Health. 2016;16:776..

Implicações futuras

Este artigo contribuiu para indicar o perfil dos indivíduos com dor crônica no Brasil, auxiliando em pesquisas e atividades clínicas, direcionando a atenção para um público em particular. Entretanto, é preciso reforçar a necessidade de mais estudos, especialmente para estados da região Norte, que ainda não apresenta artigos específicos com prevalência relacionada à DC. O presente estudo suporta ainda a necessidade de ações públicas e privadas para a população em questão, reforçando a alta prevalência de DC e seu elevado impacto na população brasileira.

CONCLUSÃO

Com base em evidências de moderado e alto risco de viés, obteve-se o achado de alta prevalência de dor crônica nos artigos realizados no Brasil (45,59%), sendo majoritária em mulheres, tanto em adultas quanto idosas. O local do corpo mais afetado foi a região lombar. Em relação aos tipos de mecanismos da dor crônica, a de predomínio possivelmente nociceptivo foi a mais prevalente. Quanto à região geográfica nacional, o destaque de maior prevalência de DC foi para a região Centro-Oeste. A região com mais estudos e maior população analisada foi a região Sudeste.

  • Fontes de fomento: não há.
  • ERRATA

    BrJP. 2021;3(3):257-67
    No artigo “Prevalência de dor crônica no Brasil: revisão sistemática”, com número de DOI 10.5935/2595-0118.20210041, publicado em AOP no BrJP.
    Na página 259, onde se lia:
    SP 4 artigos 51,73% e PR 6 artigos 41,58%. Leia-se: SP 6 artigos – 41,58% e PR 4 artigos – 51,73%.

REFERENCES

  • 1
    DeSantana JM, Perissinotti DM, Oliveira Junior JO, Correia LM, Oliveira CM, Fonseca PR. Definição de dor revisada após quatro décadas. BrJP. 2020;3(3):197-8.
  • 2
    Rigotti MA, Ferreira AM. Intervenções de enfermagem ao paciente com dor. Arq Ciênc Saúde. 2005;12(1):50-4.
  • 3
    Merskey H, Bogduk N. Classification of chronic pain: descriptions of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. IASP Press. 1994.
  • 4
    Treede R, Rief W, Barkeb A, Aziz Q, Bennett MI, Benoliel R, et al. A classification of chronic pain for ICD-11. Pain.2015;156(6):1003-7.
  • 5
    Chimenti RL, Frey-law LA, Sluka KA. A mechanism-based approach to physical therapist management of pain. Phys Ther.2018;98(5):302-14.
  • 6
    Vieira AS, Castro KV, Canatti JR, Oliveira IA, Benevides SD, Sá KN. Validation of an educational booklet for people with chronic pain: EducaDor. BrJP. 2019;2(1):39-43.
  • 7
    Pizzichini MM, Patino CM, Ferreira JC. Medidas de frequência: calculando prevalência e incidência na era do COVID-19. J Bras Pneumol. 2020;46(3):e20200243.
  • 8
    Goldberg DS, McGee SJ. Pain as a global public health priority. BMC Public Health. 2011;11:770.
  • 9
    Leão Ferreira KA, Bastos TR, Andrade DC, Silva AM, Apopolinario JC, Texeira MJ, et al. Prevalence of chronic pain in a metropolitan area of a developing country: a population-based study. Arq Neuropsiquiatr. 2016;74(12):990-8.
  • 10
    Hayar MASP, Salimene ACM, Karsch UM, Imamura M. Envelhecimento e dor crônica: um estudo sobre mulheres com fibromialgia. Acta Fisiatr. 2014;21(3):1001-6.
  • 11
    Vasconcelos FH, Araujo GC. Prevalence of chronic pain in Brazil: a descriptive study. BrJP. 2018;1(2):176-9.
  • 12
    Meucci RD, Fassa AG, Faria NM. Prevalence of chronic low back pain: systematic review. Rev Saude Publica. 2015;49:73.
  • 13
    Hoy D, Bain C, Williams G, March L, Brooks P, Blyth F, et al. A systematic review of the global prevalence of low back pain. Arthritis Rheum. 2012;64(6):2028-37.
  • 14
    Nascimento PR, Costa LO. Prevalência da dor lombar no Brasil: uma revisão sistemática. Cad Saúde Pública. 2015;31(6):1141-55.
  • 15
    Cordeiro Q, Khouri ME, Ota D, Ciampi D, Corbett CE. Lombalgia e cefaleia como aspectos importantes da dor crônica na atenção primária à saúde em uma comunidade da região amazônica brasileira. Acta Fisiatr. 2008;15(2):101-5.
  • 16
    Sá K, Baptista AF, Matos MA, Lessa I. Prevalência de dor crônica e fatores associados na população de Salvador, Bahia. Rev Saúde Pública. 2009;43(4):622-30.
  • 17
    de Moraes Vieira EB, Garcia JB, da Silva AA, Mualem Araújo RL, Jansen RC. Prevalence, characteristics, and factors associated with chronic pain with and without neuropathic characteristics in São Luís, Brazil. J Pain Symptom Manage. 2012;44(2):239-51.
  • 18
    Vieira EB, Garcia JB, Silva AA, Araujo RL, Jansen RC, Bertrand AL. Chronic pain, associated factors, and impact on daily life: are there differences between the sexes? Cad Saude Publica. 2012;28(8):1459-67.
  • 19
    Silva CD, Ferraz GC, Alves F, Cruz LAF, Cruz LV, Stival MM, et al. Prevalência de dor crônica em estudantes universitários de enfermagem. Texto & Contexto Enferm. 2011;20(3):319-25.
  • 20
    Pereira LV, de Vasconcelos PP, Souza LA, Pereira Gde A, Nakatani AY, Bachion MM. Prevalence and intensity of chronic pain and self-perceived health among elderly people: a population-based study. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(4):662-9.
  • 21
    Dellaroza MS, Pimenta CA, Duarte YA, Lebrao ML. Dor crônica em idosos residentes em São Paulo, Brasil: prevalência, características e associação com capacidade funcional e mobilidade (Estudo SABE). Cad Saúde Pública. 2013;29(2):325-34.
  • 22
    Barbosa MH, Bolina AF, Tavares JL, Cordeiro AL, Luiz RB, de Oliveira KF. Sociodemographic and health factors associated with chronic pain in institutionalized elderly. Rev Lat Am Enfermagem. 2014;22(6):1009-16.
  • 23
    Maia Costa Cabral D, Sawaya Botelho Bracher E, Dylese Prescatam Depintor J, Eluf-Neto J. Chronic pain prevalence and associated factors in a segment of the population of São Paulo city. J Pain. 2014;15(11):1081-91.
  • 24
    Silva KN, Dutra FC. Psychosocial job factors and chronic pain: analysis in two municipal schools. Rev Dor. 2016;17(3):164-70.
  • 25
    Pereira FG, França MH, Paiva MCA, Andrade LH, Viana MC. Prevalence and clinical profile of chronic pain and its association with mental disorders. Rev. Saude Publica. 2017;51:96.
  • 26
    Silva AL, Smaidil K, Pires MH, Pires OC. Prevalence of chronic pain and associated factors among medical students. Rev Dor. 2017;18(2):108-11.
  • 27
    Torres JL, da Silva SLA, Ferreira FR, Mendes LPS, Machado LA. Chronic pain is associated with increased health care use among community-dwelling older adults in Brazil: the pain in elderly (PAINEL) study. Fam Pract. 2019;36(5):594-9.
  • 28
    Souza DFS, Hafele V, Siqueira FV. Dor crônica e nível de atividade física em usuários das unidades básicas de saúde. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2019;24(1):1-10.
  • 29
    Kreling MC, Cruz DA, Pimenta CA. Prevalência de dor crônica em adultos. Rev Bras Enferm. 2006;59(4):509-13.
  • 30
    Dellaroza MS, Pimenta CA, Matsuo T. Prevalência e caracterização de dor crônica em idosos não institucionalizados. Cad Saúde Pública. 2007;23(5):1151-60.
  • 31
    Dellaroza MS, Furuya RK, Cabrera MA, Matsuo T, Trelha C, Yamada KN, et al. Caracterização da dor crônica e métodos analgésicos utilizados por idosos da comunidade. Rev Assoc Med Bras. 2008;54(1):36-41.
  • 32
    dos Santos FA, de Souza JB, Antes DL, d'Orsi E. Prevalence of chronic pain and its association with the sociodemographic situation and physical activity in leisure of elderly in Florianópolis, Santa Catarina: population-based study. Rev Bras Epidemiol. 2015;18(1):234-247.
  • 33
    Lini EV, Tomicki C, Giacomazzil RB, Dellani MP, Doring M, Portella MR. Prevalence of self-referred chronic pain and intercurrences in the health of the elderly. Rev Dor. 2016;17(4):279-82.
  • 34
    Rodrigues D, Linil EV, Mascarelo A, Portella MR, Doring M. Prevalence of chronic pain among elderly living in a city of Northern Rio. Rev Dor. 2016;17(3):201-4.
  • 35
    Santos LG, Madeira K, Longen WC. Prevalence of self-reported spinal pain in Brazil: results of the national health research. Coluna/Columna. 2017;16(3):198-201
  • 36
    de Souza JB, Grosmann E, Perissinotti DMN, de Oliveira Junior JO, da Fonseca PRB, Posso IP. Prevalence of chronic pain, treatments, perception and interference on life activities: Brazilian population-based survey. Pain Res Manag. 2017;2017:4643830.
  • 37
    Carvalho RC, Maglioni CB, Machado GB, Araujo JE, Silva JR, Silva ML. Prevalence and characteristics of chronic pain in Brazil: a national internet-based survey study. BrJP. 2018;1(4):331-8.
  • 38
    Coelho LS, Brito LM, Chein MB, Mascarenhas TS, Costa JP, Nogueira AA, et al. Prevalence and conditions associated with chronic pelvic pain in women from Sao Luiz, Brazil. Braz J Med Biol Res. 2014;47(9):818-25.
  • 39
    Meucci RD, Linhares AO, Olmedo DW, Cousin Sobrinho EL, Duarte VM, Cesar JA. Dor lombar em adolescentes do semiárido: resultados de um censo populacional no município de Caracol (PI), Brasil. Ciênc Saúde Coletiva. 2018;23(3):733-40.
  • 40
    Meziat Filho N, Coutinho ES, Azevedo e Silva G. Association between home posture habits and low back pain in high school adolescents. Eur Spine J. 2014;24(3):425-33.
  • 41
    Ruivo MA, Alves MC, BerzinMG, Berzin F. Prevalence of pain at the head, face and neck and its association with quality of life in general population of Piracicaba city. Rev. Dor. 2015;16(1):15-21.
  • 42
    Reis FJ, Dias MD, Newlands F, Meziat-Filho N, Macedo AR. Chronic low back pain and disability in Brazilian jiu-jitsu athletes. Phys Ther Sport. 2015;16(4):340-3.
  • 43
    Bárbara Pereira Costa A, Andrade Carneiro Machado L, Marcos Domingos Dias J, Keller Coelho de Oliveira A, U de Viana J, da Silva SL, et al. Nutritional risks associated with chronic musculoskeletal pain in community-dwelling older persons: The PAINEL study. J Nutr Gerontol Geriatr. 2016;35(1):43-51.
  • 44
    Depintor JD, Bracher ES, Cabral DM, Eluf-Neto J. Prevalence of chronic spinal pain and identification of associated factors in a sample of the population of São Paulo, Brazil: cross-sectional study. São Paulo Med J. 2016;134(5):375-84.
  • 45
    Meziat-Filho N, Silva GA, Continho ES, Mendonça R, Santos V. Association between home posture habits and neck pain in High School adolescents. J Back Musculoskelet Rehabil. 2016;30(3):467-75.
  • 46
    Santos MCS, de Andrade SM, González AD, Dias DF, Mesas AE. Association between chronic pain and leisure time physical activity and sedentary behavior in schoolteachers. Behav Med. 2018;44(4):335-43.
  • 47
    Udall M, Kudel I, Cappelleri JC, Sadosky A, King-concialdi K, Parsons B, et al. Epidemiology of physician-diagnosed neuropathic pain in Brazil. J Pain Res. 2019;7(12):243-53.
  • 48
    Lessa LM, Chen MB, da Silva DS, Poli Neto OB, Nogueira AA, Coelho LS, et al. Irritable bowel syndrome in women with chronic pelvic pain in a Northeast Brazilian city. Rev Bras Ginecol Obstet. 2013;35(2):84-9.
  • 49
    Santos AM, Burti JS, Lopes JB, Scazufca M, Marques AP, Pereira RM. Prevalence of fibromyalgia and chronic widespread pain in community-dwelling elderly subjects living in São Paulo, Brazil. Maturitas. 2010;67(3):251-5.
  • 50
    Inoue S, Kobayashi F, Nishihara M, Arai YC, Ikemoto T, Kawai T, et al. Chronic pain in the Japanese community-prevalence, characteristics and impact on quality of life. PLoS One. 2015;10(6);e0129262.
  • 51
    Jackson T, Chen H, Iezzi T, Yee M, Chen F. Prevalence and correlates of chronic pain in a random population study of adults in Hongqing, China. Clin J Pain. 2014;30(4):346-52.
  • 52
    Johannes CB, Le TK, Zhou X, Johnston JA, Dworkin RH. The Prevalence of chronic pain in United States adults: results of an internet-based survey. J Pain. 2010;11(11):1230-9.
  • 53
    Zarei S, Bigizadeh S, Pourahmadi M, Ghobadifar MA. Chronic pain and its determinants: a population-based study in southern Iran. Korean J Pain. 2012;25(4):245-53.
  • 54
    Sjogren P, Ekholm O, Peuckmann V, Gronbaek M. Epidemiology of chronic pain in Denmark: an update. Eur J Pain. 2009;13(3);287-92.
  • 55
    Blyth FM, March LM, Brnabic AJM, Jorm LR, Williamson M, Cousins M. J. Chronic pain in Australia: a prevalence study. Pain. 2001;89(2):127-34.
  • 56
    Elzahaf RA, Johnson MI, Tashani OA. The epidemiology of chronic pain in Libya: a cross-sectional telephone survey. BMC Public Health. 2016;16:776.
  • 57
    de David CN, Deligne LMC, da Silva RS, Malta DC, Duncan BB, Passos VMA, et al. The burden of low back pain in Brazil: estimates from the Global Burden of Disease 2017 Study. Popul Health Metr. 2020;18(Suppl 1):12.
  • 58
    Steffens D, Maher CG, Pereira LS, Stevens ML, Oliveira VC, Chapple M, et al. Prevention of low back pain: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2016;176(2):199-208.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    01 Set 2021
  • Data do Fascículo
    Jul-Sep 2021

Histórico

  • Recebido
    04 Nov 2020
  • Aceito
    06 Jul 2021
Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 937 Cj2 - Vila Mariana, CEP: 04014-012, São Paulo, SP - Brasil, Telefones: , (55) 11 5904-2881/3959 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: dor@dor.org.br