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Os efeitos do laser de baixa intensidade no tratamento da síndrome da dor miofascial: revisão sistemática

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

Das abordagens inerentes ao tratamento conservador, o laser de baixa intensidade (LBI) é um dos recursos mais utilizados no tratamento da dor miofascial. Esta pesquisa buscou avaliar na literatura as evidências disponíveis sobre o tratamento da síndrome da dor miofascial com o LBI para analisar os efeitos reportados dessa intervenção.

CONTEÚDO:

Foram utilizadas as bases de dados Medline/Pubmed, SCOPUS, Web of Science, Registro Central Cochrane de Ensaios Controlados (CENTRAL) e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), da Ebsco, para busca de artigos de ensaios clínicos randomizados que relacionassem síndrome da dor miofascial com LBI. Os estudos foram selecionados sistematicamente por dois revisores, independentemente, por meio do título, resumo e, posteriormente, texto completo. Dez artigos que se adequaram aos critérios foram incluídos nessa revisão sistemática. Em seis destes artigos, foi apresentada a melhora da dor comparada ao grupo placebo logo após a sessão de LBI, embora esses resultados não tenham permanecido nos acompanhamentos dos estudos que realizaram follow-ups.

CONCLUSÃO:

O LBI parece ser um recurso que diminui a dor em pacientes com síndrome da dor miofascial. Apesar dos resultados positivos na diminuição da dor com o uso do LBI em alguns estudos, esta análise admite a heterogeneidade dos estudos com resultados conflitantes relacionados à efetividade do LBI. Pesquisas que definam os parâmetros e dosagens terapêuticas adequadas são necessárias para um melhor entendimento sobre os reais efeitos do LBI sobre essa condição clínica.

Descritores:
Dor; Pontos-gatilho; Terapia com luz de baixa intensidade

ABSTRACT

BACKGROUND AND OBJECTIVES:

Among the approaches inherent to conservative treatment, the low-level laser therapy (LLLT) is one of the most used resources in the treatment of myofascial pain. This research sought to search the literature for the available evidence on the treatment of myofascial pain syndrome with LLLT in order to analyze the reported effects of this intervention.

CONTENTS:

Medline/PubMed, SCOPUS, Web of Science, Cochrane Central Registry of Controlled Trials (CENTRAL) and the Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) by Ebsco was used to search for articles on randomized clinical trials that related myofascial pain syndrome with LLLT. Studies were systematically selected by two reviewers independently, through title, abstract and, later, full text. Ten articles that met the criteria were included in this integrative review. In six of these articles, the improvement in pain compared to placebo group was presented right after LLLT session, although these results did not remain in the follow-ups of the studies that performed follow ups.

CONCLUSION:

LLLT seems to be a resource that decreases pain in patients with myofascial pain syndrome. Despite the positive results in reducing pain with the use of LLLT in some studies, this review admits the heterogeneity of studies with conficting results related to the effectiveness of LLLT. Research that defines the parameters and adequate therapeutic dosages are necessary for a better understanding of the real effects of LLLT on this clinical condition.

Keywords:
Pain; Trigger-points; Low-level laser therapy

DESTAQUES

O laser de baixa intensidade (LBI) é um dos recursos mais utilizados na prática clínica para alívio da dor. Diante disso, é importante entender os seus reais efeitos no tratamento desse sintoma.

O LBI parece apresentar bons resultados para alívio da dor, contudo há uma heterogeneidade entre os estudos que dificultam o entendimento real sobre esses efeitos.

Necessita-se de mais ensaios clínicos robustos para se ter um melhor entendimento sobre a efetividade do LBI na diminuição da dor.

INTRODUÇÃO

A dor de localização específica associada à estrutura muscular, geralmente adjunta de pontos-gatilhos (PG) e dor referida, é comumente denominada de dor miofascial de causa multifatorial. Esta é uma condição que atinge majoritariamente o sexo feminino, com faixa etária de 30 a 45 anos. A presença da dor miofascial e dos pontos gatilhos está associada à diminuição da amplitude de movimento, força muscular e alteração na funcionalidade e qualidade de vida11 Barbero M, Schneebeli A, Koetsier E, Maino P. Myofascial pain syndrome and trigger points: evaluation and treatment in patients with musculoskeletal pain. Curr Opin Support Palliat Care. 2019;13(3):270-6., 22 Lew J, Kim J, Nair P. Comparison of dry needling and trigger point manual therapy in patients with neck and upper back myofascial pain syndrome: a systematic review and meta-analysis. J Man Manip Ther. 2021;29(3):136-46.. A musculatura predominante afetada na síndrome da dor miofascial são os posteriores cervicais, trapézio e elevador da escápula e, embora acredite-se que a prevalência seja alta, os estudos apresentam dados de prevalência que variam entre 28% e 65% de acometimento33 Afonso C, Jacinto J. Síndrome miofascial: diagnóstico e abordagem em MFR I. Rev Soc Port Med Fís Reabil. 2009;17(1):39-42. A recorrência, comumente observada pelos clínicos, também é reportada em pesquisas, entretanto pouco é investigado sobre os efeitos dos recursos terapêuticos na periodicidade das crises44 Momenzadeh S, Akhyani V, Razaghi Z. Evaluation of the effects of intravenous and percutaneous low level laser therapy in the management of shoulder myofascial pain syndrome: A controlled randomized clinical trial. J Lasers Med Sci. 2016;7(1):16-20., 55 Dundar U, Evcik D, Samli F, Pusak H, Kavuncu V. The effect of gallium arsenide aluminum laser therapy in the management of cervical myofascial pain syndrome: a double blind, placebo-controlled study. Clin Rheumatol. 2007;26(6):930-4..

Diversos recursos do tratamento conservador são utilizados no gerenciamento da síndrome da dor miofascial, desde a abordagem fisioterapêutica e a sua variedade de intervenções, até o tratamento farmacológico, seja por oral ou injetável, a exemplo de substâncias anestésicas ou corticoides66 Barbero M, Schneebeli A, Koetsier E, Maino P. Myofascial pain syndrome and trigger points: evaluation and treatment in patients with musculoskeletal pain. Curr Opin Support Palliat Care. 2019;13(3):270-6., 77 Baldry, Peter. Acupuncture, Trigger Points and Musculoskcletal Pain. 2nd ed. Churchill Livingstone, New York. 1993.. Contudo, não há um consenso sobre um tipo de tratamento ou recurso que seja considerado padrão ouro no tratamento de pacientes com síndrome da dor miofascial.

O laser de baixa intensidade (LBI) é um dos tratamentos mais investigados devido ao efeito da fotobiomodulação no organismo88 Clijsen R, Brunner A, Barbero M, Clarys P, Taeymans J. Effects of low-level laser therapy on pain in patients with musculoskeletal disorders: a systematic review and meta-analysis. Eur J Phys Rehabil Med. 2017;53(4):603-10., 99 Tomazoni SS, Almeida MO, Bjordal JM, Stausholm MB, Machado CDSM, Leal-Junior ECP, Costa LOP. Photobiomodulation therapy does not decrease pain and disability in people with non-specific low back pain: a systematic review. J Physiother. 2020;66(3):155-65. Há evidências do uso terapêutico do LBI em condições musculoesqueléticas que estão relacionadas aos seus efeitos na diminuição da dor e da inflamação devido à estimulação do colágeno e cicatrização de feridas1010 Gross AR, Dziengo S, Boers O, Goldsmith CH, Graham N, Lilge L, Burnie S, White R. Low level laser Therapy (LLLT) for neck pain: a systematic review and meta-regression. Open Orthop J. 2013;7:396-419., como também aos seus efeitos voltados para a área reumatológica, como em condições artríticas1111 Kitchen S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 1ª ed. Manole; 2003.. O LBI atua na diminuição da dor a partir da modulação de neurotransmissores que irão aliviar a dor, como a serotonina e endorfina. Além disso, ele inibe potenciais de ação que irão reduzir os estímulos dolorosos e as células inflamatórias55 Dundar U, Evcik D, Samli F, Pusak H, Kavuncu V. The effect of gallium arsenide aluminum laser therapy in the management of cervical myofascial pain syndrome: a double blind, placebo-controlled study. Clin Rheumatol. 2007;26(6):930-4., 1212 Cotler HB, Chow RT, Hamblin MR, Carroll J. The use of low level laser therapy (LLLT) for musculoskeletal pain. MOJ Orthop Rheumatol. 2015;2(5):00068.. Pesquisas recentes têm apresentado o uso do LBI no gerenciamento da síndrome da dor miofascial, entretanto os resultados têm se mostrado controversos e com grande heterogeneidade em relação aos parâmetros utilizados.

É necessário investigar o efeito do LBI na diminuição da dor em pacientes com síndrome da dor miofascial. Bem como também na melhora da funcionalidade e qualidade de vida desses indivíduos. Além disso, é necessário analisar a potencialização dos efeitos do LBI associados a outras intervenções e aos seus efeitos a longo prazo. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo principal buscar e avaliar na literatura as evidências disponíveis sobre o tratamento da síndrome da dor miofascial com o LBI e analisar os efeitos reportados dessa intervenção.

MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa do tipo revisão sistemática que seguiu as recomendações estabelecidas pelo Checklist PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) 2020.

A pesquisa dos dados foi realizada nas seguintes bases de dados: Medline/Pubmed, SCOPUS, Web of Science, Registro Central Cochrane de Ensaios Controlados (CENTRAL) e Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL) da Ebsco. A busca sistemática dos estudos foi realizada sem restrição de ano de publicação. Os termos de busca foram derivados das palavras chaves “myofascial pain syndrome”, “trigger-points”, “low-level laser”, “laser therapy”, “laser therapie” e “low-level light therapy”, utilizando os operadores booleanos “AND” e “OR” para suas combinações, e não houve restrições quanto ao ano de publicação.

Critérios de elegibilidade

Os critérios de inclusão e exclusão foram escolhidos de acordo com a estratégia PICOS. Foram incluídos nesta revisão ensaios clínicos randomizados (ECR) que investigaram o efeito da intervenção de qualquer laser de baixa intensidade na dor em indivíduos com síndrome da dor miofascial. A dor deveria ser um dos desfechos analisados para que o estudo fosse incluído, independente se fosse dor aguda ou crônica e do tipo de mensuração realizada. O avaliador deveria constatar o diagnóstico de síndrome da dor miofascial por avaliação clínica ou por exames realizados.

Os critérios de exclusão foram estudos que focaram em dor musculoesquelética generalizada ou em condição inflamatória sistêmica de origem reumática, e estudos associados à disfunção temporomandibular (DTM) vinculados à odontologia. Foram excluídos ensaios clínicos não randomizados, que não possuíssem placebo ou grupo controle e aqueles que não estivessem em inglês ou português. O grupo controle deveria ser composto por indivíduos com o mesmo distúrbio que aqueles incluídos no grupo de tratamento.

Seleção dos estudos

Os estudos encontrados a partir da estratégia de busca foram exportados para o software EndNote X9.3.3. Em seguida, as referências cruzadas e duplicatas foram excluídas por duas pesquisadoras independentemente (M.G.F; J.R.S.A). Da mesma forma, essas pesquisadoras realizaram as seguintes etapas: seleção dos estudos por títulos e por resumos. Posteriormente, os artigos selecionados foram lidos na íntegra, determinando os que foram incluídos nesta revisão. Todas as etapas citadas foram realizadas levando em consideração os critérios de elegibilidade. As discordâncias foram resolvidas por meio de reuniões para que houvesse consenso, e um terceiro revisor estava disponível, caso fosse necessário.

Análise da qualidade metodológica

A qualidade metodológica dos estudos foi realizada por dois revisores independentemente. Para tal análise, foi utilizada a escala PEDro1313 Shiwa SR, Costa LOP, Moser ADL, Aguiar IC, de Oliveira LVF. PEDro: a base de dados de evidências em fisioterapia. Fisioter Mov. 2011;24(3):523-33, que contém 11 itens: critérios de elegibilidade, randomização da amostra, sigilo de alocação, similaridade dos grupos na linha de base, cegamento dos participantes, cegamento dos terapeutas, cegamento dos avaliadores, medição de ao menos um resultado-chave obtido em mais de 85% dos indivíduos, análise de intenção de tratar, comparação intergrupos, mensuração do efeito e variabilidade do tratamento. A pontuação total variou entre zero e 10 pontos, sendo que quanto maior a pontuação, melhor a qualidade metodológica. O item 1 não foi considerado para cálculo da pontuação.

Extração dos dados

Foram extraídos os dados referentes a autores e ano, idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), número de participantes em cada grupo, desenho dos estudos, parâmetros da intervenção do laser, medidas dos resultados analisados, grupo intervenção e grupo controle, e as principais descobertas de cada estudo incluído.

Os dados foram analisados qualitativamente e categorizados para a discussão de acordo com a relevância dos achados para a temática. De acordo com os métodos e critérios estabelecidos, foram incluídos nesta revisão 10 artigos científicos para análise. Os resultados das buscas e etapas de verificação estão apresentados na figura 1.

Figura 1
Fluxograma do modelo de busca

RESULTADOS

Características dos estudos

Os artigos selecionados foram sistematizados a partir dos dados extraídos, constando título, autor, ano da publicação, tamanho da amostra, grupos de intervenção e comparação, além de características da amostra, como sexo e média de idade. Os resultados estão dispostos na tabela 1. Pode-se perceber que a maioria da amostra foi do sexo feminino e a variação de idade foi de 23 a 47 anos. Apenas dois estudos de1414 Gur A, Sarac AJ, Cevik R, Altindag O, Sarac S. Efficacy of 904 nm Gallium Arsenide low level laser therapy in the management of chronic myofascial pain in the neck: a double-blind and randomize-controlled trial. Lasers Surg Med. 2004;35(3):229–35., 1515 Lee JH, Han J T. The dose-dependent effect of an 830-nm, 450-mW low-level laser therapy on the myofacial trigger point of the upper trapezius muscle: a randomized, double-blinded, clinical trial. J Phys Ther Sci. 2011;23(6):933-5. apresentaram dados referentes ao peso e altura dos participantes. Apenas um artigo1616 Torsen H, Gam AN, Svensson BH, Jess M, Jensen MK, Piculell I, Schack LK, Skjøtt K. Low level laser therapy for myofascial pain in the neck and shoulder girdle. A double-blind, cross-over study. Scand J Rheumatol. 1992;21(3):139-41 utilizou um desenho de pesquisa do tipo crossover. 5 estudos44 Momenzadeh S, Akhyani V, Razaghi Z. Evaluation of the effects of intravenous and percutaneous low level laser therapy in the management of shoulder myofascial pain syndrome: A controlled randomized clinical trial. J Lasers Med Sci. 2016;7(1):16-20., 1717 Ceylan Y, Hizmetli S, Siliğ Y. The effects of infrared laser and medical treatments on pain and serotonin degradation products in patients with myofascial pain syndrome. A controlled trial. Rheumatol Int. 2004;24(5):260-3., 1818 Ilbuldu E, Cakmak A, Disci R, Aydin R. Comparison of laser, dry needling, and placebo laser treatments in myofascial pain syndrome. Photomed Laser Surg. 2004 Aug;22(4):306-11., 1919 Altan L, Bingöl U, Aykaç M, Yurtkuran M. Investigation of the effect of GaAs laser therapy on cervical myofascial pain syndrome. Rheumatol Int. 2005;25(1):23-7., 2020 Rayegani S, Bahrami M, Samadi B, Sedighipour L, Mokhtarirad M, Eliaspoor D. Comparison of the effects of low energy laser and ultrasound in treatment of shoulder myofascial pain syndrome: a randomized single-blinded clinical trial. Eur J Phys Rehabil Med. 2011;47(3):381-9. compararam o laser com outra intervenção além do placebo.

Tabela 1
População do estudo e parâmetros utilizados na intervenção laser de baixa intensidade

Qualidade dos estudos

Os estudos selecionados apresentaram um score médio de 7,9 pontos na escala PEDro e uma variação de 5-9 pontos. Os quesitos relativos a alocação aleatória e especificação dos critérios de elegibilidade foram os mais cumpridos dentre aqueles avaliados pela escala. Já os quesitos menos cumpridos foram aqueles relativos ao cegamento dos avaliadores e terapeutas (Tabela 2).

Tabela 2
Avaliação da qualidade metodológica por meio da utilização da escala PEDro

Características dos protocolos de intervenção

Em relação às intervenções realizadas, os estudos apresentaram uma grande variedade no tipo de laser, comprimento de onda e parâmetros utilizados nas intervenções, bem como na frequência e quantidade de sessões e, ainda, na periodicidade do follow up, quando realizado. Devido a essa disparidade, esses dados foram sistematizados na tabela 1.

Desfecho da dor

Todos os estudos selecionados investigaram a intensidade ou o limiar de dor dos indivíduos, sendo a intensidade avaliada por meio da EAV e o limiar verificado por algômetro. Os resultados da maioria dos estudos foram estatisticamente significativos para a melhora da dor após a sessão, quando comparados com o placebo, exceto em quatro55 Dundar U, Evcik D, Samli F, Pusak H, Kavuncu V. The effect of gallium arsenide aluminum laser therapy in the management of cervical myofascial pain syndrome: a double blind, placebo-controlled study. Clin Rheumatol. 2007;26(6):930-4., 1616 Torsen H, Gam AN, Svensson BH, Jess M, Jensen MK, Piculell I, Schack LK, Skjøtt K. Low level laser therapy for myofascial pain in the neck and shoulder girdle. A double-blind, cross-over study. Scand J Rheumatol. 1992;21(3):139-41, 1919 Altan L, Bingöl U, Aykaç M, Yurtkuran M. Investigation of the effect of GaAs laser therapy on cervical myofascial pain syndrome. Rheumatol Int. 2005;25(1):23-7., 2121 Manca A, Limonta E, Pilurzi G, Ginatempo F, De Natale ER, Mercante B, Tolu E, Deriu F. Ultrasound and laser as stand-alone therapies for myofascial trigger points: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Physiother Res Int. 2014;19(3):166-75.. A melhora na dor não permaneceu nos follow-ups realizados.

Os principais resultados encontrados nos estudos incluídos estão resumidos e inseridos na tabela 3, além dos instrumentos utilizados para avaliação da dor em cada estudo.

Tabela 3
Instrumentos de avaliação da dor e principais achados

Outros desfechos

Quatro artigos selecionados44 Momenzadeh S, Akhyani V, Razaghi Z. Evaluation of the effects of intravenous and percutaneous low level laser therapy in the management of shoulder myofascial pain syndrome: A controlled randomized clinical trial. J Lasers Med Sci. 2016;7(1):16-20., 55 Dundar U, Evcik D, Samli F, Pusak H, Kavuncu V. The effect of gallium arsenide aluminum laser therapy in the management of cervical myofascial pain syndrome: a double blind, placebo-controlled study. Clin Rheumatol. 2007;26(6):930-4., 1414 Gur A, Sarac AJ, Cevik R, Altindag O, Sarac S. Efficacy of 904 nm Gallium Arsenide low level laser therapy in the management of chronic myofascial pain in the neck: a double-blind and randomize-controlled trial. Lasers Surg Med. 2004;35(3):229–35., 2121 Manca A, Limonta E, Pilurzi G, Ginatempo F, De Natale ER, Mercante B, Tolu E, Deriu F. Ultrasound and laser as stand-alone therapies for myofascial trigger points: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Physiother Res Int. 2014;19(3):166-75. relataram que não houve efeitos adversos nas intervenções com LBI. Além da dor, os estudos investigaram função e qualidade de vida através de diferentes questionários, a Amplitude de Movimento (ADM) por meio de goniômetro, o consumo de analgésicos durante o tratamento e um único estudo investigou a excreção urinária de 5-HIAA em 24 horas1717 Ceylan Y, Hizmetli S, Siliğ Y. The effects of infrared laser and medical treatments on pain and serotonin degradation products in patients with myofascial pain syndrome. A controlled trial. Rheumatol Int. 2004;24(5):260-3..

Estudo1818 Ilbuldu E, Cakmak A, Disci R, Aydin R. Comparison of laser, dry needling, and placebo laser treatments in myofascial pain syndrome. Photomed Laser Surg. 2004 Aug;22(4):306-11. recebeu um aumento significativo na melhora da amplitude de movimento em extensão para o grupo laser, comparado ao placebo e ao agulhamento a seco, logo após a sessão. A melhora da qualidade de vida aferida em outro estudo44 Momenzadeh S, Akhyani V, Razaghi Z. Evaluation of the effects of intravenous and percutaneous low level laser therapy in the management of shoulder myofascial pain syndrome: A controlled randomized clinical trial. J Lasers Med Sci. 2016;7(1):16-20., medida utilizando o questionário SF-12, não foi estatisticamente significativa.

DISCUSSÃO

Seis dos 10 artigos incluídos nesta revisão apresentaram como resultado melhora da dor no grupo intervenção comparada ao grupo placebo logo após a sessão de LBI, embora a melhora tenha parecido durar pouco tempo, uma vez que esses resultados não permaneceram nos acompanhamentos dos estudos que realizaram follow-ups. Verificando os efeitos do LBI no trapézio superior, um estudo1515 Lee JH, Han J T. The dose-dependent effect of an 830-nm, 450-mW low-level laser therapy on the myofacial trigger point of the upper trapezius muscle: a randomized, double-blinded, clinical trial. J Phys Ther Sci. 2011;23(6):933-5. utilizou um método de avaliação em um, dois e cinco minutos após a aplicação do laser. O grupo intervenção não apresentou mudanças significativas no limiar da dor por pressão após um e dois minutos, contudo uma mudança significativa no limiar da dor por pressão foi observada após cinco minutos no grupo LBI (p<0,05). Ainda utilizando o LBI no tratamento de dor crônica no pescoço, outro estudo1414 Gur A, Sarac AJ, Cevik R, Altindag O, Sarac S. Efficacy of 904 nm Gallium Arsenide low level laser therapy in the management of chronic myofascial pain in the neck: a double-blind and randomize-controlled trial. Lasers Surg Med. 2004;35(3):229–35. encontrou melhorias significativas em pacientes no grupo LBI com relação a todos os parâmetros, como dor, número de PG, pontuação de depressão, funcionamento e medidas de qualidade de vida, embora houvesse melhorias em pacientes no grupo de laser placebo em relação à intensidade de dor em repouso uma semana depois do fim do tratamento. Os autores do referido estudo fazem uma forte recomendação para o uso de LBI no gerenciamento de dor miofascial a partir destes resultados.

Revisão sistemática2222 Kadhim-Saleh A, Maganti H, Ghert M, Singh S, Farrokhyar F. Is low-level laser therapy in relieving neck pain effective? Systematic review and meta-analysis. Rheumatol Int. 2013;33(10):2493-501. examinou a eficácia do LBI no tratamento de pacientes com quadro agudo ou dor crônica no pescoço e a meta-análise pareceu favorecer o grupo tratado com laser. Entretanto, apesar do rigor metodológico na condução da revisão, os estudos incluídos apresentavam uma heterogeneidade grande e alguns sinais de viés de publicação foram descritos. Os autores consideram os resultados inconclusivos, devido a essas divergências. Esses resultados corroboram a presente revisão sistemática, em que as características da amostra foram pouco claras, como a descrição de hábitos, informações de peso, altura, desigualdade na proporção homens/mulheres por grupo e, apesar das médias de idade similares, os limites do desvio padrão foram desiguais. Os achados relacionados aos efeitos do LBI na presente revisão sistemática podem ser mascarados, pois os voluntários de dois estudos1919 Altan L, Bingöl U, Aykaç M, Yurtkuran M. Investigation of the effect of GaAs laser therapy on cervical myofascial pain syndrome. Rheumatol Int. 2005;25(1):23-7., 2020 Rayegani S, Bahrami M, Samadi B, Sedighipour L, Mokhtarirad M, Eliaspoor D. Comparison of the effects of low energy laser and ultrasound in treatment of shoulder myofascial pain syndrome: a randomized single-blinded clinical trial. Eur J Phys Rehabil Med. 2011;47(3):381-9. associaram a laserterapia ao exercício. Também existiu uma grande variabilidade nos parâmetros de laser utilizados, diminuindo a clareza na comparação dos resultados e aumentando a probabilidade dos efeitos serem conflitantes.

O ensaio clínico randomizado mais recente utilizando o LBI para síndrome da dor miofascial comparou os resultados do laser percutâneo comparando com a aplicação de laser intravenoso44 Momenzadeh S, Akhyani V, Razaghi Z. Evaluation of the effects of intravenous and percutaneous low level laser therapy in the management of shoulder myofascial pain syndrome: A controlled randomized clinical trial. J Lasers Med Sci. 2016;7(1):16-20.. Os resultados dessa pesquisa relacionada à pontuação do questionário de qualidade de vida (SF-12) indicam melhora de baixa para alta qualidade de vida e permaneceram constantes na faixa de alta qualidade de vida até ao final do período de acompanhamento em ambos os grupos, LBI intravenoso e LBI percutâneo. Quando comparadas ao grupo laser placebo, as melhorias na qualidade de vida que foram observadas nos outros dois grupos eram significativamente maiores em termos estatísticos (p<0,0001). A média da intensidade máxima da dor durante o dia e a noite, no final do tratamento e nas sessões de acompanhamento um e três meses após o tratamento, mostraram uma redução significativamente (p<0,0001) maior nos grupos LBI intravenoso e LBI percutâneo em comparação com o grupo de laser placebo, mas embora a redução da intensidade da dor tenha sido mais pronunciada no grupo LBI intravenoso em comparação com o grupo LBI percutâneo, essa diferença não foi estatisticamente significativa (p= 0,2)44 Momenzadeh S, Akhyani V, Razaghi Z. Evaluation of the effects of intravenous and percutaneous low level laser therapy in the management of shoulder myofascial pain syndrome: A controlled randomized clinical trial. J Lasers Med Sci. 2016;7(1):16-20..

Uma pesquisa experimental1919 Altan L, Bingöl U, Aykaç M, Yurtkuran M. Investigation of the effect of GaAs laser therapy on cervical myofascial pain syndrome. Rheumatol Int. 2005;25(1):23-7. que comparou os grupos laser e placebo quanto à dor miofascial cervical nas alterações percentuais imediatamente após e 12 semanas após o tratamento, em relação aos valores de pré-tratamento, não mostrou uma diferença significativa entre os dois grupos, embora uma melhora tenha sido observada. Outro estudo55 Dundar U, Evcik D, Samli F, Pusak H, Kavuncu V. The effect of gallium arsenide aluminum laser therapy in the management of cervical myofascial pain syndrome: a double blind, placebo-controlled study. Clin Rheumatol. 2007;26(6):930-4. analisou os efeitos da aplicação do LBI na cervical e não encontrou diferenças estatisticamente significativas nos parâmetros de pré-tratamento entre os dois grupos (p>0,05). A comparação das alterações dos percentuais em quatro semanas após o tratamento em relação aos valores de pré-tratamento também não mostrou diferença significativa entre os dois grupos, embora tenha sido registrada uma melhora significativa para todos os parâmetros, em ambos os grupos, no final da terapia (semana quatro). Um estudo1616 Torsen H, Gam AN, Svensson BH, Jess M, Jensen MK, Piculell I, Schack LK, Skjøtt K. Low level laser therapy for myofascial pain in the neck and shoulder girdle. A double-blind, cross-over study. Scand J Rheumatol. 1992;21(3):139-41 que apresentou um delineamento do tipo crossover, utilizando o laser para afecções do pescoço e ombro, apresentou um resultado com diferença significativa em favor do grupo placebo (p=0,04) no relato dos pacientes sobre o efeito benéfico do tratamento.

As diferenças entre os resultados encontrados nos estudos, quanto aos efeitos do laser na síndrome da dor miofascial, podem estar relacionadas às diferenças entre os parâmetros utilizados, como dose, modo de aplicação e frequência2323 Tehrani MR, Nazary-Moghadam S, Zeinalzadeh A, Moradi A, Mehrad-Majd H, Sahebalam M. Efficacy of low-level laser therapy on pain, disability, pressure pain threshold, and range of motion in patients with myofascial neck pain syndrome: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Lasers Med Sci. 2022;37(9):3333-41., 2424 Stausholm MB, Naterstad IF, Joensen J, Lopes-Martins RÁB, Sæbø H, Lund H, Fersum KV, Bjordal JM. Efficacy of low-level laser therapy on pain and disability in knee osteoarthritis: systematic review and meta-analysis of randomised placebo-controlled trials. BMJ Open. 2019;9(10):e031142.. Um estudo2525 Naruseviciute D, Kubilius R. The effect of high-intensity versus low-level laser therapy in the management of plantar fasciitis: randomized participant blind controlled trial. Clin Rehabil. 2020;34(8):1072-82. realizou um ensaio clínico randomizado envolvendo pacientes com fascite plantar em que o objetivo do estudo foi comparar a aplicação do LBI de alta com o de baixa intensidade. A pesquisa concluiu que não houve diferença em relação à dor entre esses grupos. Contudo, é importante destacar que as fisiopatologias da fascite plantar e da síndrome da dor miofascial são diferentes.

Pesquisa2626 Glazov G, Yelland M, Emery J. Low-level laser therapy for chronic non-specific low back pain: a meta-analysis of randomised controlled trials. Acupunct Med. 2016;34(5):328-41. realizou revisão sistemática sobre os efeitos do LBI em pacientes com dor lombar crônica não específica. Foram incluídos apenas estudos que utilizaram LBI com altas doses e foi observado que houve uma diminuição da dor com a utilização desse tipo de tratamento, visto que com a utilização desse tipo de intensidade se consegue promover uma diminuição da dor a partir dos efeitos da fotobiomodulação. Há na literatura relatos de uma dose mínima necessária para se alcançar esses efeitos2727 Baxter GD, Bleakley C, McDonough S. Clinical effectiveness of laser acupuncture: a systematic review. J Acupunct Meridian Stud. 2008;1(2):65-82, 2828 Chow RT, Johnson MI, Lopes-Martins RA, Bjordal JM. Efficacy of low-level laser therapy in the management of neck pain: a systematic review and meta-analysis of randomised placebo or active-treatment controlled trials. Lancet. 2009;374(9705):1897-908. e isso pode explicar porque alguns estudos incluídos nessa revisão não mostraram um efeito significativo na diminuição da dor. É importante realizar estudos futuros que comparem os efeitos do LBI com pequenas e altas doses em pacientes com síndrome da dor miofascial para que se possa ter uma melhor compreensão dos seus efeitos, principalmente na dor. São limitações deste estudo a não realização de uma meta-análise devido à heterogeneidade dos estudos e dados utilizados, além da inclusão de estudos escritos apenas nas línguas inglesa e portuguesa. Contudo, o LBI é um recurso bastante utilizado em pacientes com sintomas de dor e essa revisão se torna importante para elucidar os seus reais efeitos em sujeitos com síndrome da dor miofascial. Embora não houvesse novos ensaios clínicos randomizados publicados com essa temática nos últimos quatro anos, a partir dos resultados encontrados, pode-se identificar que os achados parecem controversos para a utilização do LBI na gestão dessa condição muscular. Os estudos analisados parecem ter alguns vieses, podendo gerar resultados incertos a respeito dos desfechos investigados. A partir disso, observa-se a necessidade de ensaios clínicos bem conduzidos e com melhor padronização dos parâmetros a serem utilizados no tratamento dessa síndrome.

CONCLUSÃO

Este estudo reuniu resultados a respeito do laser de baixa intensidade na gestão de síndrome da dor miofascial, compreendendo que esse recurso é amplamente utilizado na prática clínica dos fisioterapeutas, no tratamento dos distúrbios musculoesqueléticos. Embora alguns autores garantam os efeitos do LBI na diminuição da dor e melhora da qualidade de vida dos sujeitos, os resultados desta análise qualitativa permitem questionar a efetividade do LBI, devido à variedade de estudos com resultados conflitantes, e, ainda, à superioridade de outros recursos no tratamento de síndrome da dor miofascial. Pesquisas que definam os parâmetros e dosagens terapêuticas adequadas se fazem necessárias para se ter um melhor entendimento sobre os reais efeitos do LBI sobre essa condição clínica.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    15 Maio 2023
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2023

Histórico

  • Recebido
    15 Nov 2022
  • Aceito
    24 Fev 2023
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