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Resposta para: COVID-19 crítico e disfunção neurológica - uma análise comparativa direta entre o SARS-CoV-2 e outros agentes infecciosos

AO EDITOR

Os autores agradecem aos Drs. Magoon e Suresh pela carta e pelo interesse em nosso estudo “COVID-19 crítico e disfunção neurológica - uma análise comparativa direta entre o SARS-CoV-2 e outros agentes infecciosos”.(11 Teixeira-Vaz A, Rocha JA, Reis DA, Oliveira M, Moreira TS, Silva AI, et al. Critical COVID-19 and neurological dysfunction - a direct comparative analysis between SARS-CoV-2 and other infectious pathogens. Rev Bras Ter Intensiva. 2022;34(3):342-50.)

Primeiramente, destacamos a importância e a pertinência do primeiro comentário da carta. De fato, em nossa análise, os pacientes com COVID-19 passaram significativamente mais dias sob sedoanalgesia, apesar da ausência de uma associação significativa entre essa variável e a presença de disfunção neurológica. Dessa forma, é improvável que essa variável possa ter influenciado nossos resultados. No entanto, não realizamos uma caracterização aprofundada da natureza da sedação desses pacientes; não obstante, devemos ressaltar que, em nosso centro, há um protocolo para sedação de pacientes críticos e o bundle ABCDEF é nosso padrão de cuidados.(22 Marra A, Ely EW, Pandharipande PP, Patel MB. The ABCDEF Bundle in Critical Care. Crit Care Clin. 2017;33(2):225-43.)

Além disso, a carta destacou a importância de avaliar o possível papel dos hábitos alcoólicos prévios, bem como o efeito do uso de antipsicóticos na relação entre a sedação e a presença de delirium. Reconhecemos a importância desse tópico. Em nossa análise, coletamos retrospectivamente dados sobre as comorbidades de todos os pacientes, inclusive transtornos psiquiátricos (que incluíam um histórico de abuso de substâncias). No entanto, não encontramos diferença significativa nas taxas de transtornos psiquiátricos entre pacientes críticos com COVID-19 e sem COVID-19 nem um efeito significativo dessas comorbidades nos índices de complicações neurológicas.

Por fim, concordamos plenamente que os achados de Saxena et al.(33 Saxena S, Wery AR, Khelif A, Nisolle ML, Lelubre C, Maze M, et al. Plasma fibrinogen: an important piece of the COVID-19 ICU delirium puzzle? Med Hypotheses. 2022;168:110953.) são relevantes e que os biomarcadores laboratoriais são importantes para o neuroprognóstico. No entanto, a análise de biomarcadores inflamatórios, como sendo os níveis de fibrinogênio, está além do âmbito do nosso estudo. Além disso, o estudo mencionado acima foi publicado mais de 2 anos após o nosso estudo ter sido projetado e após o início do recrutamento. No entanto, seria útil realizar uma análise detalhada do impacto de diferentes graus de inflamação no neuroprognóstico da infeção por SARS-CoV-2, bem como uma análise da utilidade e da relação custo-efetividade dos biomarcadores laboratoriais na previsão de resultados neurológicos nessa população. A expectativa é de que futuras investigações clínicas examinem essas questões.

REFERENCES

  • 1
    Teixeira-Vaz A, Rocha JA, Reis DA, Oliveira M, Moreira TS, Silva AI, et al. Critical COVID-19 and neurological dysfunction - a direct comparative analysis between SARS-CoV-2 and other infectious pathogens. Rev Bras Ter Intensiva. 2022;34(3):342-50.
  • 2
    Marra A, Ely EW, Pandharipande PP, Patel MB. The ABCDEF Bundle in Critical Care. Crit Care Clin. 2017;33(2):225-43.
  • 3
    Saxena S, Wery AR, Khelif A, Nisolle ML, Lelubre C, Maze M, et al. Plasma fibrinogen: an important piece of the COVID-19 ICU delirium puzzle? Med Hypotheses. 2022;168:110953.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    22 Dez 2023
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    29 Ago 2023
  • Aceito
    29 Ago 2023
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