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Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, Volume: 44, Issue: 4, Published: 2000
  • O bom momento da ciência básica brasileira Editoriais

    Kater, Claudio E.
  • Quando a endocrinologia não é clínica! Editoriais

    Rosenthal, Doris
  • Hormônios tireóideos, UCPs e termogênese Revisões

    Bianco, Antonio C.

    Abstract in Portuguese:

    Calor é um subproduto da transformação de energia, em suas diversas formas, durante a síntese e a utilização do ATP. Nos animais homeotérmicos, o calor derivado das funções biológicas - estando o organismo em repouso e à temperatura ambiente - é utilizado para manter o organismo próximo a 37°C. Essa termogênese obrigatória está associada à ineficiência termodinâmica intrínseca mitocondrial, derivada da presença de proteínas desacopladoras (UCPs, uncoupling proteins). Durante a exposição ao frio, o organismo é capaz de gerar mais calor através da termogênese facultativa, por processos que também envolvem UCPs. Os hormônios tireóideos influenciam diretamente a expressão da UCP-1 e, indiretamente, a expressão das UCP-2 e UCP-3. Além disso, também aceleram o turnover de várias reações ou vias metabólicas cíclicas que levam a maior gasto de ATP e produção de calor.

    Abstract in English:

    Heat is a byproduct of the energy transformation in its various forms during the synthesis and utilization of ATP. In homeothermic animals the heat derived from the biological functions - at rest and at room temperature - is used to keep the body temperature close to 37°C. This obligatory thermogenesis is associated to the intrinsic mitochondrial thermodynamic inefficiency caused by the presence of uncoupling proteins (UCPs). During cold exposure the body is capable of generating more heat by means of the facultative thermogenesis, a series of processes that also involves the function of UCPs. The thyroid hormones influence directly the expression of UCP-1 and indirectly the expression of UCP-2 and UCP-3. Furthermore, they also accelerate the turnover of several cyclical biochemical reactions and pathways that lead to greater ATP breakdown and energy expenditure.
  • Diabetes insipidus nefrogênico: conceitos atuais de fisiopatologia e aspectos clínicos Revisões

    Rocha, Juliane L.; Friedman, Eitan; Boson, Wolfanga L.; De Marco, Luiz

    Abstract in Portuguese:

    O diabetes insipidus nefrogênico (DIN) é uma doença rara caracterizada pela incapacidade do rim de concentrar a urina, a despeito de concentrações normais ou aumentadas do hormônio antidiurético arginina-vasopressina (AVP). Recentes avanços da fisiopatologia renal mostraram que, após a ligação do AVP ao seu receptor AVPR2 (receptor de vasopressina tipo 2), uma cascata de eventos culmina com a reabsorção de água no túbulo coletor, por meio de canais permeáveis exclusivamente à água e localizados nas membranas apicais do túbulo coletor, sendo o mais importante deles a aquaporina-2 (AQP2). A identificação, caracterização e análise mutacional dos genes AVPR2 e AQP2 permitiram estabelecer as bases moleculares de vários tipos hereditários de diabetes insipidus nefrogênico. Aproximadamente 90% desses pacientes apresentam mutações do AVPR2, 8% apresentam mutações no AQP2 e o restante não tem causas identificadas. Nessa revisão apresentamos exemplos de alterações genéticas e sugerimos que o uso de técnicas de biologia molecular pode minimizar as complicações dessa doença heterogênea mas com fenótipo bastante semelhante.

    Abstract in English:

    Nephrogenic diabetes insipidus (NDI) is a rare disease characterized by the kidney failure to concentrate urine despite normal or increased plasma concentrations of the antidiuretic hormone arginine vasopressin (AVP). Recent advances in kidney physiopathology demonstrate that, after AVP binding to its receptor AVPR2 (vasopressin type 2 receptor), a cascade of events leads to water reabsorption in the collecting duct through channels exclusively permeable to water and localized at the apical membranes of these collecting ducts, the most important being aquaporin-2 (AQP2). The identification, characterization and mutational analysis of genes AVPR2 and AQP2 helped to establish the molecular basis of the various types of hereditary nephrogenic diabetes insipidus. Approximately 90% of patients present with mutations of AVPR2, 8% have mutations of AQP2 and the remaining do not have any identifiable causes. In this review, we present examples of such genetic alterations and suggest that the use of molecular biology techniques can minimize the complications of this heterogeneous disease that presents with similar phenotype.
  • Resistência a hormônios tireóideos: contribuição da transgênese para a compreensão da síndrome Revisões

    Pazos-Moura, Carmen C.; Moura, Egberto Gaspar de

    Abstract in Portuguese:

    A resistência aos hormônios tireóideos (RTH) é uma síndrome de herança dominante, decorrente da hipossensibilidade dos tecidos aos hormônios tireóideos e caracterizada pela elevação dos hormônios tireóideos séricos com TSH normal ou aumentado e bócio. Tem sido atribuída a mutações na isoforma beta do receptor para hormônios tireóideos (TRbeta). Modelos de transgênese têm contribuído para a compreensão da RTH. A ausência da expressão do TRbeta em camundongos TRbeta knockout tornou os tireotrofos parcialmente resistentes aos hormônios tireóideos, o que não ocorreu nos animais knockout para a isoforma a do TR. Entretanto, camundongos que não expressam as duas formas de TR apresentam completa resistência aos hormônios tireóideos, sendo os hormônios tireóideos e TSH séricos elevadíssimos. Mutantes de TRbeta humano expressos em tecidos de Camundongo reproduziram várias manifestações da RTH. A expressão de TRbeta mutado apenas no coração ou apenas na hipófise induziu diminuição dos efeitos de hormônios tireóideos e resistência à administração dos mesmos nestes tecidos. Modelos transgênicos evidenciaram que, além da resistência hipofisária, a resistência nos neurônios hipotalâmicos, de TRH, é imprescindível para que haja aumento de produção de hormônios tireóideos. Camundongos knockout para o coativador SRC-1 também se mostraram parcialmente resistentes aos hormônios tireóideos, sugerindo que outras proteínas envolvidas no mecanismo de ação dos hormônios tireóideos possam causar RTH. Assim, os modelos transgênicos forneceram provas que o mutante TRb, in vivo, interfere com a ação das diferentes isoformas do TR selvagem e causa RHT. Modelos transgênicos são uma valiosa ferramenta para a compreensão da heterogeneidade de apresentação clínica da RTH.

    Abstract in English:

    Resistance to thyroid hormone (RTH) is a dominantly inherited syndrome due to hyposensitivity of tissues to thyroid hormones, characterized by elevated serum thyroid hormones and goiter with normal or increased serum TSH. RTH has been associated with mutations in the beta isoform of the TH receptor (TRbeta). Transgenic mouse models of RTH have brought new insights about the syndrome. Absence of TRbeta expression in TRbeta knockout mice led to partial resistance of the thyrotrophs, which was not present in TR alpha knockout mice. However, alpha and beta knockout animals have complete resistance to TH administration and very high serum TSH and thyroid hormones concentrations. Human TRbeta mutants expressed in mouse tissues recapitulated several manifestations of the syndrome. Pituitary or heart specific expression of the TRbeta mutants induced a decrease in thyroid hormone effects on these tissues and resistance to thyroid hormone administration. We also learned from transgenic models that resistance at hypothalamic TRH neurons, in addition to resistance at thyrotropes, is required to generate the increment in serum thyroid hormones. Knockout mice for the coactivator SRC-1 also showed thyrotroph resistance, suggesting that other proteins involved in thyroid hormones genomic actions may be the cause of RTH in humans. Therefore, transgenic models provided in vivo proof that mutants TRbeta exert their dominant negative effect upon all normal isoforms of TR leading to RTH. Further studies using genetic manipulation in mice are expected to bring new information that will help to understand the heterogeneity of clinical presentation in patients with RTH.
  • O sistema renina-angiotensina em ovário Artigos Originais

    Raposo-Costa, Amilton P.; Reis, Adelino M.

    Abstract in Portuguese:

    Além das gonadotrofinas e esteróides gonadais, outros fatores participam da regulação da função ovariana; entre estes incluem-se fatores de crescimento e diversos peptídeos regulatórios, como os peptídeos natriuréticos e o sistema renina-angiotensina (SRA), Além do conhecido SRA sistêmico, vários órgãos, entre eles os ovários, contêm SRA locais. Todos os componentes do SRA foram descritos em ovários: angiotensinogênio, angiotensina-I, angiotensina-II (Ang-II), renina, enzima conversora de angiotensina (ECA) e receptores AT1 e AT2, A Ang-ll estimula a ovulação, maturação dos oócitos e produção de estradiol, progesterona e prostaglandinas; a produção de Ang-ll, por sua vez, é estimulada pela hCG. Entretanto, a inibição da produção de Ang-ll por inibidor de ECA não altera a esteroidogênese ou a ovulação. Tais efeitos poderiam ser devidos à angiotensina-(1-7), um peptídeo do SRA cuja formação pode ocorrer independente da ECA. Resultados preliminares mostram que a angiotensina-(1-7) estimula a produção de estradiol in vitro. Finalmente, há evidências da participação do SRA em disfunções ovarianas, tais como a síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO) e a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Na SHO foi demonstrado que o tratamento com gonadotrofinas estimula o SRA ovariano e que o uso de inibidores da ECA diminui a incidência e a gravidade da síndrome. Na SOP foi demonstrado aumento de renina e Ang-ll ovarianas, enquanto o aumento da pró-renina plasmática se correlaciona com a concentração de andrógeno, uma característica básica da síndrome. Assim, o SRA parece ser um sistema importante na fisiologia e fisiopatologia ovariana.

    Abstract in English:

    Gonadotropins and gonadal steroids play essential roles in the ovarian function. Several factors, including growth factors and regulatory peptides, have also been involved in this function. Recently, natriuretic peptides and the renin-angiotensin system (RAS) have been shown to participate in this process. Local RAS has been described in several organs including the ovaries. All the components of the RAS have been identified in the ovaries: angiotensinogen, angiotensin-I (Ang-I), angiotensin-II (Ang-II), renin, angiotensin-converting enzyme (ACE), and AT1 and AT2 receptors. Ang-II stimulates ovulation, maturation of oocytes, and production of estradiol, progesterone and prostaglandins. HCG stimulates the ovarian production of Ang-II. The inhibition of Ang-II production by ACE inhibition, however, does not change steroidogenesis and ovulation. Such effects could be due to Angiotensin-(1-7), a recently described RAS peptide, which can be formed by an ACE independent pathway. Preliminary results show that Ang-(1-7) induces estradiol release in rat ovary perfused in vitro. Finally, there is evidence that the RAS participates in ovarian disorders such as ovarian hyperstimulation syndrome (OHSS) and polycystic ovary syndrome (PCOS). In OHSS gonadotropin treatment stimulates the ovarian RAS; ACE inhibition decrease the incidence and severity of the syndrome. In PCOS, it has been shown that ovarian renin and Ang-II are increased. The increase of androgen concentration, a basic characteristic of this syndrome, is correlated with the increase of plasma prorenin. Thus, the RAS seems to play an important role in ovarian physiology and pathophysiology.
  • Peptídeos bombesina-símiles: novos reguladores da secreção adeno-hipofisária Artigos Originais

    Ortiga-Carvalho, Tânia M.; Pazos-Moura, Carmen C.

    Abstract in Portuguese:

    A neuromedina B (NB) e o peptídeo liberador de gastrina são peptídeos bombesina-símiles encontrados em mamíferos, inclusive em seres humanos. Ambos inibem a secreção hipofisária de tireotrofina (TSH); entretanto, somente a NB tem importância fisiológica demonstrada. A NB é produzida em abundância em tireotrofos e parece inibir a secreção de TSH por via autócrina, uma vez que o bloqueio do peptídeo endógeno causa aumento na liberação do TSH, tanto in vivo quanto in vitro. A NB é positivamente regulada pelos hormônios tireóideos (HT). Os HT aumentam o conteúdo de neuromedina B e do seu RNAm em adeno-hipófises de ratos hipotireóideos, poucas horas após sua administração, o que coincide com diminuição do TSH sérico. Isto nos levou a sugerir que a NB possa ser um intermediário protéico envolvido na inibição aguda da liberação de TSH induzida pelos HT. O TRH também altera rapidamente a expressão da NB. Quinze e 30 minutos após a administração do TRH em ratos normais já há diminuição do conteúdo hipofisário de NB e dos níveis do seu RNAm. No jejum e diabetes experimental, que se caracterizam por diminuição de HT séricos com níveis inadequadamente normais ou diminuídos de TSH, ocorre aumento do conteúdo de NB e de seu RNAm. O análogo de somatostatina, octreotide, também é capaz de aumentar o conteúdo de NB. Assim, a neuromedina B é um importante inibidor local da secreção de TSH, podendo ser uma via final comum de hormônios e neuro-hormônios que determinam variações na secreção de TSH.

    Abstract in English:

    Neuromedin B (NB) and gastrin-releasing peptide (GRP) are mammalian bombesin-like peptides. Both peptides have inhibitory effects on thyrotropin (TSH) secretion, however NB is the one that proved to be physiologically relevant. The administration of NB reduces serum TSH of eu- and hypothyroid rats, while the antiserum against NB, that blocks the endogenous peptide, increases TSH secretion. NB is abundantly produced in thyrotrophs and acts locally as a autocrine factor to inhibit TSH release since isolated pituitaries increase the release of TSH in the presence of the specific antiserum. Thyroid hormones (TH) up-regulate pituitary NB peptide and mRNA content. This is a rapid effect: in hypothyroid rats it is seen within a few hours after a single injection of TH, and coincides with TSH suppression. These results suggest that NB could be an intermediary factor in the acute suppressive effect of TH on TSH secretion. TRH also rapidly changes NB expression. In normal rats, 15 to 30 minutes after TRH administration the pituitary NB peptide and mRNA content are already decreased. In experimental fasting and diabetes mellitus, which are characterized by inappropriately normal or decreased serum TSH, both the NB peptide and its mRNA pituitary content are increased. Octreotide, a somatostatin analog, also is able to increase pituitary neuromedin B content. Therefore, we propose that neuromedin B is a physiologically relevant local inhibitor of TSH secretion that may act as a final common pathway for hormones and neurohormones that modulate the rate of TSH secretion.
  • Xenoestrogênios: o exemplo do bisfenol-A Artigos Originais

    Goloubkova, Tatiana; Spritzer, Poli Mara

    Abstract in Portuguese:

    Evidências acumuladas indicam que a saúde dos seres humanos, animais e espécies selvagens pode sofrer conseqüências adversas da exposição a produtos químicos presentes no meio ambiente e que interagem com o sistema endócrino, tais como bifenilas policloradas, dioxinas, estrogênios de ocorrência natural e sintéticos. Por outro lado, permanecem incertezas científicas com respeito aos dados relatados e, também, quanto à hipótese de haver níveis suficientemente elevados de exposição a estes agentes, a ponto de exercer efeito estrogênico generalizado sobre a população. Este trabalho revisa os principais tópicos relacionados a um dos xenoestrogênios que vem sendo mais recentemente estudado: o Bisfenol A (BFA), um monômero de plástico poli-carbonato, com pouca homologia estrutural com o estradiol (E2) mas semelhante ao dietilestilbestrol (DES), hexestriol e componente bisfenólico do tamoxifeno. O presente trabalho comenta e analisa criticamente os efeitos do BFA sobre o trato reprodutivo e função lactotrófica em animais de experimentação, à luz das informações disponíveis e experiência do grupo nesta área, e recomenda algumas necessidades de pesquisa.

    Abstract in English:

    Some evidences indicate that humans and domestic and wildlife species might suffer adverse consequences from exposure to environmental chemicals that interact with the endocrine system, including polychlorinated biphenyls, dioxins, synthetic and naturally occurring plant estrogens. However, considerable scientific uncertainty remains regarding the causes of these reported effects and whether sufficiently high levels of endocrine-disrupting chemicals exist in the ambient environment to exert adverse effects on the general population. This review summarizes the principal issues related to bisphenol A, an environmental endocrine disrupting chemical with estrogen activity. Bisphenol A is a monomer of plastics and has little structural homology with estradiol, sharing similarity with synthetic estrogens such as diethylstilbestrol and with the bisphenolic component of tamoxifen. In the light of available information and our laboratory experience in this field of research, this work comments and critically analyses the effects of BPA on the reproductive tract and lactotroph function in several rat strains, and also offers some recommendations for additional research.
  • A glândula pineal e o metabolismo de carboidratos Artigos Originais

    Seraphim, Patrícia Monteiro; Sumida, Doris Hissako; Nishide, Fabiana Tumi; Lima, Fábio Bessa; Cipolla Neto, José; Machado, Ubiratan Fabres

    Abstract in Portuguese:

    A influência da glândula pineal sobre o metabolismo de carboidratos vem sendo investigada há décadas. Entretanto, resultados contraditórios não esclarecem, até o momento, o verdadeiro papel da melatonina sobre a homeostasia dos carboidratos. Através de estudos recentes, contribuímos de maneira ineqüívoca para a caracterização do papel da glândula pineal como moduladora do metabolismo de carboidratos. Além disso, à luz dos conhecimentos atuais, demonstramos quais passos do mecanismo de ação da insulina estão envolvidos nessa modulação. Nossos estudos revelaram que a pinealectomia promove um quadro de resistência à insulina, sem obesidade. A captação máxima de 2-deoxi-glicose, estimulada por insulina, em adipócitos isolados está diminuída, sem entretanto modificar a capacidade da insulina ligar-se ao seu receptor e estimular a fosforilação dos substratos intracelulares representados pela pp 185. Por outro lado, em vários tecidos sensíveis à insulina, observou-se uma diminuição no conteúdo da proteína transportadora de glicose GLUT4, mas diminuição no mRNA do GLUT4 apenas em alguns desses tecidos, sugerindo uma regulação tecido-específica. Adicionalmente, foi demonstrado que a regulação da glândula pineal sobre o metabolismo de carboidratos é mediado pela melatonina: o hormônio aumentou a sensibilidade à insulina de adipócitos isolados e o tratamento de reposição com melatonina restaurou o conteúdo de GLUT4 no tecido adiposo branco. Em síntese, os estudos aqui relatados evidenciam um importante papel da glândula pineal na modulação da homeostasia de carboidratos. Essa regulação é dependente da melatonina e pode ser resumida, até o presente momento, como um aumento da sensibilidade tecidual à insulina, que envolve alterações na expressão gênica do GLUT4.

    Abstract in English:

    For decades, the influence of the pineal gland on carbohydrate metabolism has been investigated. However, contradictory results have not yet elucidated the role played by melatonin in carbohydrate homeostasis. In our recent studies, we have contributed to characterize the role of the pineal gland as a modulator of carbohydrate metabolism. In addition, based on present-day knowledge, we have demonstrated the steps of insulin action mechanism involved in this modulation. Our studies reveal that pinealectomy causes a condition of obesity-free insulin resistance. The maximum uptake of 2-deoxi-glucose prompted by insulin in isolated adipocytes is diminished, without however changing the insulin capacity to bind to its receptor, and to stimulate the phosphorilation of intracellular substrates represented by pp 185. Conversely, in several insulin-sensitive tissues, our studies detected a decrease in the amount of glucose transporter protein GLUT4, and a decrease in GLUT4 mRNA in only some of these tissues, suggesting a tissue-specific regulation. Additionally, it was demonstrated that the pineal gland regulation influences carbohydrate metabolism through melatonin, by our demonstration that the hormone increased insulin sensitivity of isolated adipocytes, and that melatonin replacement therapy restored the amount of GLUT4 in white adipose tissue. In summary, the studies reported here evidence an important role played by the pineal gland in the modulation of carbohydrate homeostasis. This regulation seems to be melatonin-dependent and can be described, so far, as an increase in tissue sensitivity to insulin, which involves changes in GLUT4 gene expression.
  • Esquema de restrição alimentar altera a resposta celular à insulina em ratos diabéticos Artigos Originais

    Sumida, Doris Hissako; Okamoto, Maristela Mitiko; Lima, Fábio Bessa; Machado, Ubiratan Fabres; Hell, Naomi Shinomiya

    Abstract in Portuguese:

    A resistência à insulina é um elemento chave na gênese de várias alterações fisiopatológicas. O esquema de restrição alimentar meal-feeding (MF) consiste na oferta de uma única refeição diária de 2h, sem, contudo, limitar a quantidade de alimento durante esse período. Este esquema determina várias adaptações morfo-metabólicas, algumas sugerindo maior sensibilidade à insulina. No presente estudo investigou-se, em adipócitos isolados, a sensibilidade à insulina de ratos submetidos a treinamento alimentar e tornados diabéticos (MFD) comparando-os com ratos em livre curso alimentar diabéticos (FFD). A curva dose resposta da captação de 2-deoxi-D-glicose estimulada por insulina sugeriu maior sensibilidade, enquanto a captação máxima foi significativamente maior (p<0,05) nos ratos MFD. Esta maior responsividade à insulina refletiu-se no metabolismo dos adipócitos que mostraram aumento (p<0,05) na capacidade máxima de oxidar glicose a CO2 e incorporar glicose em triacilglicerol. O aumento da resposta celular à insulina em ratos MFD refletiu-se in vivo em menor (p<0,05) insulinemia e maior (p<0,05) índice glicose/insulina (G/I). Em conjunto, os resultados indicam que o treinamento alimentar melhora a resposta à insulina em ratos diabéticos, o que pode representar uma abordagem alternativa no tratamento do diabetes mellitus.

    Abstract in English:

    Insulin resistance is a key element in the genesis of several pathophysiological changes. Meal feeding (MF) - one daily 2-hour meal, without food restriction in the period - determines several morpho-metabolic adaptations, some of them suggesting enhanced insulin sensitivity. In the present study with isolated adipocytes, we investigated insulin resistance in rats submitted to meal feeding, making them diabetic (MFD). Later, they were compared with diabetic rats under a free feeding diet (FFD). The insulin-stimulated 2-deoxy-D-glucose uptake dose-response curve suggested higher sensitivity, whereas maximum uptake was significantly higher (p<0.05) in MFD rats. This higher sensitivity to insulin had an impact on adipocyte metabolism which showed an increase (p<0.05) in its capacity to oxidize glucose to CO2 and to transform glucose into triacilglicerol. The increase in the cellular response to insulin in MFD rats in vivo resulted in lower insulinemia (p<0.05) and in higher glucose/insulin (G/I) index (p<0.05). In combination, these results indicate that meal feeding improves insulin response in diabetic rats, which can represent an alternative approach in treating diabetes mellitus.
  • Atividade colinesterásica em tireóide de ratos: resposta a uma sobrecarga de iodo Artigos Originais

    Borges, Heraldo E.; Martins, Andréia C.P.; Mathias, Paulo C.F.; Esteres, Roberto Z.

    Abstract in Portuguese:

    A utilização do iodo antes de cirurgias de tireóide visa a redução do fluxo sangüíneo para a glândula e melhora da hemostasia. Para tentar elucidar o mecanismo pelo qual a vasoconstricção se instala, foi determinada a atividade colinesterásica em tireóides de ratos Wistar machos (240-250g de peso corporal), submetidos a uma sobrecarga oral de iodo pela oferta de solução aquosa de iodato de potássio (KIO3 3mig/ml) como água de beber, por 3 e 7 dias; o grupo controle recebeu água durante o mesmo período. Ao final do tratamento os animais foram sacrificados e suas tireóides retiradas, limpas e pesadas; o rim direito e o lobo direito do fígado foram usados como controles da atividade colinesterásica. Foram preparados homogeneizados em tampão fosfato (pH=8,0), contendo 0,32M de sacarose, na concentração de 40mg de tecido/ml. Os ratos que receberam KIO3 por 7 dias tiveram diminuição no peso da tireóide quando comparados aos controles (p<0,05), o mesmo não acontecendo aos 3 dias de tratamento. Aos 3 dias de tratamento, a atividade colinesterásica tireóidea foi de 5,38±0,36 nmol/min.mg para o grupo controle (n=12) e de 5,43±0,98 nmol/min.mg para o grupo tratado (n=11) (NS); valores bastante similares foram também encontrados com o tratamento de 7 dias (controles: 5,42±0,27 nmol/min.mg (n=8) e tratados: 5,63±0,88 nmol/min.mg (n=8); NS). Nossos resultados sugerem que, a despeito da vasoconstricção, não há alteração da atividade colinesterásica na tireóide em resposta a sobrecarga oral de iodo.

    Abstract in English:

    Iodine is given during the 7 to 10 days immediately preceding thyroid operation to decrease the vascularity of the gland, making it less friable and decreasing difficulties for the surgeon. The present work evaluated cholinesterase activity in rat thyroid glands on high iodine intake to establish a possible relationship between high iodine-induced vasoconstriction and parasympathetic activity. Male Wistar rats weighing 240-250g were given KIO3 (3mug/ml) as drinking water for 3 and 7 days; the control groups received tap water. At the end of the treatment period rats were sacrificed and their thyroid glands taken out, washed and weighed; the liver and the kidney were used as parameters of cholinesterase activity. Rats that received KIO3 for 7 days had a decreased thyroid gland weight compared to controls (p<0.05). However, no significant decrease in thyroid weight occurred after 3 days of treatment. At 3 days thyroid gland cholinesterase activity (nmol of acetylthiocholine hydrolysed/min.mg of protein) was 5.38±0.36 (mean±SD) in the control group (n=12) and 5.43±0.98 in the treated group (n=11) (NS). After 7 days of treatment cholinesterase activity was 5.42±0.27 in the control group (n=8) and 5.63±0.88 in the treated group (n=8) (NS). Our results suggest that the iodine-induced thyroid gland vasoconstriction is not due to changes in thyroid cholinesterase activity.
  • Sistema enzimático gerador de peróxido de hidrogênio: NADPH oxidase na tireóide humana Artigos Originais

    Cardoso, Luciene C.; Figueiredo, Márcia D.L.; Domingos, Manoel G.; Vaisman, Mario; Carvalho, Denise P.

    Abstract in Portuguese:

    No presente estudo avaliamos a atividade geradora de peróxido de hidrogênio (H2O2) em frações particuladas de tireóides suínas e humanas. Inicialmente, analisamos as propriedades bioquímicas da NADPH-oxidase - enzima geradora de H2O2 - localizada na membrana apical da célula tireóidea suína. Nossos resultados demonstram que a atividade geradora de H2O2 na tireóide suína ocorre, principalmente, na fração de membrana apical tireóidea (P 3.000g). Entretanto, no P 3.000g a enzima NADPH-oxidase é apenas parcialmente cálcio-dependente, ao contrário do que acontece em frações purificadas de membrana tireóidea suína, nas quais a enzima é completamente dependente de cálcio, conforme estudos anteriores. Nossos resultados confirmam os previartiente descritos para a NADPH-oxidase tireóidea suína. Em tecidos tireóideos humanos, a geração de H2O2 ocorreu, tanto na fração microsomal (P 100.000g) quanto na fração de membrana apical (P 3.000g). Nossos dados revelam ainda que a NADPH-oxidase humana é completamente cálcio-dependente, ativada por altas concentrações de fosfato e parece ser tão ativa na glândula humana quanto na suína. Além disto, a enzima humana é dependente de adenina-flavina-dinucleotídeo (FAD) no meio de reação, ou seja, parece ser uma flavoproteína, assim como a proteína suína.

    Abstract in English:

    In the present study we evaluated the enzyme responsible for hydrogen peroxide (H2O2) generation in porcine and human thyroid glands. First, we analyzed the biochemical properties of the hydrogen peroxide generating enzyme (NADPH-oxidase), localized in the apical membrane of porcine thyroid cells. Our results showed that the H2O2 generating activity in porcine thyroids occurs mainly in the apical membrane fraction (P 3.000g). In the porcine P 3.000g, thyroid NADPH-oxidase was partially calcium-dependent; however, in a purified porcine thyroid membrane fraction the enzyme is completely calcium-dependent, as previously determined. These data agree with those already reported for the porcine enzyme. In humans, H2O2 generation occurred both in the microsomal (P 100.000g) and in the apical membrane fractions (P 3.000g). Our data reveal that NADPH-oxidase seems to be as active in human thyroid glands as in porcine thyroids; both are activated by phosphate and calcium in high concentrations. Furthermore, the human NADPH-oxidase is completely calcium-dependent and requires flavine adenine dinucleotide (FAD) in the reaction mixture, suggesting the human NADPH-oxidase to be a flavoenzyme, as the porcine protein.
  • Cartas Ao Editor

    Quintão, Eder C.R.
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